Apostila Lingua - Portuguesa Estudo

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DÍFRAFO

Dígrafo é quando duas letras emitem um único som! Teste os dígrafos dessas palavras:
assar, banho, arroz, querido. Percebe que ao pronunciar ss em assar, nh em
banho, rr em arroz e qu em querido, emitimos apenas um fonema?
Então, quando isso ocorre, chamamos de dígrafo, o qual compreende o seguinte grupo
de letras: lh, nh, ch, rr, ss, qu e gu (seguidos de e ou i), sc, sç, xc, xs.
Observe as palavras: quente e sequência. A primeira possui o dígrafo “qu”. No entanto,
a segunda não compreende um dígrafo, uma vez que a vogal “u” é pronunciada.
Da mesma forma ocorre com a dupla “cegueira” e “aguentar”. O “u” no primeiro termo
não é pronunciado e, portanto, trata-se de um dígrafo, ao contrário do que acontece no
segundo termo.
Portanto, fique atento aos dígrafos “gu” e “qu” seguidos de e ou i!
Vejamos alguns exemplos de palavras com dígrafos:

alho = lh
chuva = ch
ninho = nh
carro = rr
assistir = ss
águia = gu
aquilo = qu
nascer = sc
descer = sc
cresça = sç
exceção = xc
exsurgir = xs

Além desses, há os chamados dígrafos vocálicos, os quais são formados pelas vogais
nasais seguidas de “m” ou “n” (am, an, em, en, im, in, om, on, um e un): amparar,
antigo, lembrar, encontrar, importar, indicar, ombro, onda, umbigo, fundo.
Na Língua Portuguesa, há um número relevante de dígrafos e, por isso, eles são
agrupados em dois tipos: os dígrafos consonantais e os dígrafos vocálicos.
Interessante: Uma observação que podemos fazer é que toda segunda letra do dígrafo
não compreende um fonema, mas sim uma letra diacrítica, ou seja, ela constata que tipo
de som deverá ser emitido. Lembre-se também que o “h” não é um fonema, mas uma
letra, considerada etimológica, ou seja, que permanece em nosso idioma por uma
questão de origem.

IMPORTANTE: Jamais confunda encontro consonantal com dígrafo, pois no primeiro


há o encontro de duas consoantes com sons distintos (cartela = rt) e no segundo, como
vimos, há a pronúncia de apenas um som (massa).

ENCONTROS CONSONANTAIS
O encontro consonantal ocorre quando duas ou mais consoantes se encontram em uma
palavra. Ou melhor, é quando duas ou mais consoantes estão em sequência, sem uma
vogal entre elas.
Há dois tipos de encontros consonantais:
São puros ou perfeitos quando ocorrem em uma mesma sílaba: prato (pra-to), palavra
(pa-la-vra), psicologia (psi-co-lo-gia), pneumático (pneu-má-ti-co), encontrar (en-con-
trar), blusa (blu-sa), atleta (a- tle-ta), Bíblia (Bí-blia), e assim por diante.
São disjuntos ou imperfeitos quando estão em sílabas diferentes, ou seja, quando na
divisão de sílabas ficam separados: alcançar (al-can-çar), subsolo (sub-so-lo), advogado
(ad-vo-ga-do), aspecto (as -pec-to), apto (ap-to), costa (cos-ta), etc.
Perceba que há uma sequência consonantal perfeita e uma imperfeita no verbo
“encontrar”, observe:
Encontrar : eN – Con - TRar = nc (imperfeito) e tr (perfeito)
Há alguns encontros consonantais, tais como: gn, mn, pt, ps, pn, tm, que não são muito
comuns: magnético, mnemônica, ruptura, psicólogo, pneu, ritmo. Se estiverem no
começo da palavra não se separam, mesmo porque não há meio de um letra ficar
sozinha: p-si-có-lo-go, está errado! A letra “p” deve acompanhar a sílaba “si”: psi-có-lo-
go.
Mas observe que o encontro consonantal da palavra “ritmo” se desfaz na divisão
silábica porque não está no início da palavra, e sim no meio: rit-mo.
Existe também o encontro consonantal fonético que acontece quando a letra x tem som
de ks: maxi, táxi, axila.

ACENTUAÇÃO
Regras básicas – Acentuação tônica

A acentuação tônica implica na intensidade com que são pronunciadas as sílabas das
palavras. Aquela que se dá de forma mais acentuada, conceitua-se como sílaba tônica.
As demais, como são pronunciadas com menos intensidade, são denominadas
de átonas.
De acordo com a tonicidade, as palavras são classificadas como:

Oxítonas – São aquelas cuja sílaba tônica recai sobre a última sílaba.
Ex.: café – coração – cajá – atum – caju – papel

Paroxítonas – São aquelas em que a sílaba tônica se evidencia na penúltima sílaba.


Ex.: útil – tórax – táxi – leque – retrato – passível

Proparoxítonas - São aquelas em que a sílaba tônica se evidencia na antepenúltima


sílaba.
Ex.: lâmpada – câmara – tímpano – médico – ônibus

Como podemos observar, mediante todos os exemplos mencionados, os vocábulos


possuem mais de uma sílaba, mas em nossa língua existem aqueles com uma sílaba
somente: são os chamados monossílabos, que, quando pronunciados, apresentam certa
diferenciação quanto à intensidade.
Tal diferenciação só é percebida quando os pronunciamos em uma dada sequência de
palavras. Assim como podemos observar no exemplo a seguir:

“Sei que não vai dar em nada,


Seus segredos sei de cor”.
Os monossílabos ora em destaque, classificam-se como tônicos; os demais, como
átonos (que, em, de).

Acentuação gráfica

Os acentos

# acento agudo (´) – Colocado sobre as letras "a", "i", "u" e sobre o "e" do grupo
“em” indica que estas letras representam as vogais tônicas de palavras
como Amapá, caí, público, parabéns. Sobre as letras “e” e “o” indica, além da
tonicidade, timbre aberto.
Ex.: herói – médico – céu

# acento circunflexo (^) – colocado sobre as letras “a”, “e” e “o”, indica além da
tonicidade, timbre fechado:
Ex.: tâmara – Atlântico – pêssego – supôs

# acento grave (`) – indica a fusão da preposição “a” com artigos e pronomes.
Ex.: à – às – àquelas – àqueles

# O trema (¨) – De acordo com a nova regra, foi totalmente abolido das palavras.
Há uma exceção: é utilizado em palavras derivadas de nomes próprios
estrangeiros.
Ex.: mülleriano (de Müller)

# O til (~) – indica que as letras “a” e “o” representam vogais nasais.
Ex.: coração – melão – órgão – ímã

Regras fundamentais:

Palavras oxítonas:
Acentuam-se todas as oxítonas terminadas em: "a", "e", "o", "em", seguidas ou
não do plural(s):
Pará – café(s) – cipó(s) – armazém(s)

Essa regra também é aplicada aos seguintes casos:

Monossílabos tônicos terminados em "a", "e", "o", seguidos ou não de “s”.


Ex.: pá – pé – dó – há

Formas verbais terminadas em "a", "e", "o" tônicos, seguidas de lo, la, los, lãs.
respeitá-lo – percebê-lo – compô-lo

Paroxítonas:
Acentuam-se as palavras paroxítonas terminadas em:

- i, is
táxi – lápis – júri
- us, um, uns
vírus – álbuns – fórum
- l, n, r, x, ps
automóvel – elétron - cadáver – tórax – fórceps
- ã, ãs, ão, ãos
ímã – ímãs – órfão – órgãos

-ditongo oral, crescente ou decrescente, seguido ou não de “s”.


água – pônei – mágoa – jóquei

Regras especiais:

#Os ditongos de pronúncia aberta "ei", "oi", que antes eram acentuados,
perderam o acento de acordo com a nova regra.
Ex.:

Antes Agora
assembléia assembleia
idéia ideia
geléia geleia
jibóia jiboia
apóia (verbo apoiar) apoia
paranóico paranoico

Observação importante – O acento das palavras herói, anéis, fiéis ainda


permanece.

# Quando a vogal do hiato for “i” ou “u” tônicos, acompanhados ou não de "s",
haverá acento:
Ex.: saída – faísca – baú – país – Luís

Observação importante:

Não serão mais acentuados “i” e “u” tônicos, formando hiato quando vierem
depois de ditongo:
Ex.:
Antes Agora
bocaiúva bocaiuva
feiúra feiura
Sauípe Sauipe

# O acento pertencente aos hiatos “oo” e “ee” que antes existia, agora foi
abolido. Ex.:

Antes Agora
crêem creem
lêem leem
vôo voo
enjôo enjoo
#Não se acentuam o "i" e o "u" que formam hiato quando seguidos, na mesma
sílaba, de l, m, n, r ou z:
Ra-ul, ru-im, con-tri-bu-in-te, sa-ir, ju-iz

#Não se acentuam as letras "i" e "u" dos hiatos se estiverem seguidas do


dígrafo nh:
ra-i-nha, ven-to-i-nha.

#Não se acentuam as letras "i" e "u" dos hiatos se vierem precedidas de vogal
idêntica:
xi-i-ta, pa-ra-cu-u-ba

No entanto, tratando-se de palavra proparoxítona haverá o acento, já que a regra


de acentuação das proparoxítonas prevalece sobre a dos hiatos:
fri-ís-si-mo, se-ri-ís-si-mo

# As formas verbais que possuíam o acento tônico na raiz, com "u" tônico
precedido de "g" ou "q" e seguido de "e" ou "i" não serão mais acentuadas.
Ex.:

Antes Depois
apazigúe (apaziguar) apazigue
averigúe (averiguar) averigue
argúi (arguir) argui

# Acentuam-se os verbos pertencentes à terceira pessoa do plural de:


ele tem – eles têm
ele vem – eles vêm

# A regra prevalece também para os verbos conter, obter, reter, deter, abster.
ele contém – eles contêm
ele obtém – eles obtêm
ele retém – eles retêm
ele convém – eles convêm

# Não se acentuam mais as palavras homógrafas que antes eram acentuadas para
diferenciá-las de outras semelhantes. Apenas em algumas exceções, como:

A forma verbal pôde (terceira pessoa do singular do pretérito perfeito do modo


indicativo) ainda continua sendo acentuada para diferenciar-se de pode (terceira
pessoa do singular do presente do indicativo).

O mesmo ocorreu com o verbo pôr para diferenciar da preposição por.

Palavras homógrafas

pola (ô) substantivo – pola (ó) substantivo


polo (s) (substantivo) - polo (s) (contração de por + o)
pera (substantivo) - pera (preposição antiga)
para (verbo) - para (preposição)
pelo(s) (substantivo) - pelo (do verbo pelar)
pela, pelas (substantivo e verbo) - pela,pelas (contração de preposição +artigo)

NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO


A Reforma Ortográfica passou a vigorar no Brasil no dia 1.º de janeiro. De acordo com
o prazo oficial, até 31 de dezembro de 2012 a adaptação deve ser feita de maneira
completa. Até lá, as duas formas, antiga e atual, conviverão juntas, inclusive em
concursos públicos, exames vestibulares e provas escolares. Para as escolas, a adesão à
reforma deve ser feita até 2010.
A intenção do acordo é unificar o registro escrito nos oito países de língua portuguesa:
Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Timor Leste,
Brasil e Portugal. Mais de 200 milhões de pessoas falam português em todo o mundo.

Acentuação – A supressão do acento agudo em paroxítonas com ditongos abertos "éi",


"ói" causa desequilíbrio porque não pode ser aplicada aos ditongos das oxítonas. Antes
a acentuação era feita pelo som das palavras.
Para não errar, vale recorrer à classificação segundo a tonicidade, ou seja, relembrar as
regras de acentuação das oxítonas, paroxítonas e proparoxítonas. Independentemente do
fonema que automaticamente levava à acentuação.

Hífen – Não vai hífen nas palavras que perderam a noção de composição, mas uma lista
de palavras com essa perda não aparece no Acordo Ortográfico. A noção de composição
é subjetiva e deixa margem à dúvida. Exemplo de possível confusão: pára-quedas
(antes) – Paraquedas (agora).

Principais mudanças:

Trema
Chega ao fim. É mantido apenas em palavras estrangeiras, como Müller e Bünchen; e
seus derivados Mülleriano e Bünchiano. Exemplo: Conseqüência, agüentar, seqüestro e
tranqüilo (antes); consequência, aguentar, sequestro e tranquilo (agora).

Dupla grafia
A reforma aceita dupla grafia em determinadas palavras se elas forem pronunciadas tal
qual são escritas. Verbos como aguar, apaziguar, averiguar e enxaguar admitem dupla
grafia: desaguo/deságuo, apaziguo/apazíguo, averiguam/averigúam e enxaguo/enxáguo.
Para diversas sequências de consoantes, conforme a pronúncia culta de cada país:
afetar/afectar, fato/facto, caráter/carácter, concepção/conceção, contração/contracção,
corrupto/corruto, onipotente/omnipotente e sutil/subtil.
Alguns verbos terminados em "-iar" derivados de substantivos terminados em "ia" e
"io": premio/premeio, negocio/negoceio, ansio/anseio, ódio/odeio e facto/fato.

Acento agudo
Desaparece nas paroxítonas dos "i" e "u" tônicos depois de ditongos: feiúra e bocaiúva
(antes); feiura e bocaiuva (agora).
Não leva acento o "u"tônico de formas rizotônicas dos verbos arguir e redargüir:
argúem e redargúem (antes); arguem e redarguem (agora).
Deixa de existir em palavras paroxítonas com ditongos abertos "éi" e "oi": idéia,
heróico, assembléia e platéia (antes); ideia, heroico, assembleia e plateia (agora).
Obs.: apesar de heroico não levar mais o acento agudo, a palavra herói continua a ser
acentuada por se tratar de uma oxítona terminada em ditongo aberto.
É facultativo o emprego de acento agudo na primeira pessoa do plural do pretérito
perfeito, em diferenciação à grafia do presente do indicativo: amámos, cantámos ou
amamos e cantamos.

Acento diferencial
Não usa mais para diferenciar pára (flexão do verbo parar) de para (preposição), péla
(verbo pelar) de pela (combinação de "per" + "la"), pêlo (substantivo) de pelo
(combinação de "per" + "lo").
Obs.: a forma verbal "pôr" continua com acento, para diferenciar-se da preposição"por".
O mesmo ocorre com "pôde" e "pode".

Acento circunflexo
Palavras terminadas em "ôo" deixam de ser acentuadas: vôo, enjôo, perdôo e abençôo
(antes); voo, enjoo, perdoo e abençoo agora).
Formas verbais da terceira pessoa do plural terminas em "êem" perdem o acento
circunflexo: crêem, vêem e lêem (antes); creem, veem e leem (agora).
Obs.: não confundir com os verbos "ter" e "vir"e seus derivados, que continuam a ser
acentuados no plural. Exemplo: eles têm, elas detêm.

Hífen
Expressões que perderam a noção de composição devem ser grafadas sem hífen: manda-
chuva, pára-quedas, pára-choque (antes); mandachuva, paraquedas e pára-choque
(agora).
Vai hífen quando s segunda palavra começa com "h" ou quando inicia com a mesma
vogal que encerra a primeira: microondas, microorganismo, contra-almirante e auto-
observação (antes); micro-ondas, micro-organismo, contra-almirante e auto-observação
(agora).
Não usa quando a segunda palavra começa com "r" ou "s" ou com vogal diferente da
que encerra a primeira: anti-semita, anti-religioso, auto-estrada, co-seno, ultra-
sonografia e auto-escola (antes); antissemita, antirreligioso, autoestrada, cosseno,
ultrassonografia e autoescola. Exceção: quando o "r" vem do prefixo hiper, inter e
super. Exemplo: super-rápido.

PONTUAÇÃO
Para que servem os sinais de pontuação? No geral, para representar pausas na fala,
nos casos do ponto, vírgula e ponto e vírgula; ou entonações, nos casos do ponto de
exclamação e de interrogação, por exemplo.
Além de pausa na fala e entonação da voz, os sinais de pontuação reproduzem, na
escrita, nossas emoções, intenções e anseios.
Vejamos aqui alguns empregos:

1. Vírgula (,)
É usada para:
a) separar termos que possuem mesma função sintática na oração: O menino berrou,
chorou, esperneou e, enfim, dormiu.
Nessa oração, a vírgula separa os verbos.
b) isolar o vocativo: Então, minha cara, não há mais o que se dizer!
c) isolar o aposto: O João, ex-integrante da comissão, veio assistir à reunião.
d) isolar termos antecipados, como complemento ou adjunto:
1. Uma vontade indescritível de beber água, eu senti quando olhei para aquele copo
suado! (antecipação de complemento verbal)
2. Nada se fez, naquele momento, para que pudéssemos sair! (antecipação de adjunto
adverbial)
e) separar expressões explicativas, conjunções e conectivos: isto é, ou seja, por
exemplo, além disso, pois, porém, mas, no entanto, assim, etc.
f) separar os nomes dos locais de datas: Brasília, 30 de janeiro de 2009.
g) isolar orações adjetivas explicativas: O filme, que você indicou para mim, é muito
mais do que esperava.

2. Pontos

2.1 - Ponto-final (.)


É usado ao final de frases para indicar uma pausa total:
a) Não quero dizer nada.
b) Eu amo minha família.
E em abreviaturas: Sr., a. C., Ltda., vv., num., adj., obs.

2.2 - Ponto de Interrogação (?)

O ponto de interrogação é usado para:

a) Formular perguntas diretas:

Você quer ir conosco ao cinema?


Desejam participar da festa de confraternização?

b) Para indicar surpresa, expressar indignação ou atitude de expectativa diante de uma


determinada situação:

O quê? não acredito que você tenha feito isso! (atitude de indignação)
Não esperava que fosse receber tantos elogios! Será que mereço tudo isso? (surpresa)
Qual será a minha colocação no resultado do concurso? Será a mesma que imagino?
(expectativa)

2. 3 – Ponto de Exclamação (!)


Esse sinal de pontuação é utilizado nas seguintes circunstâncias:

a) Depois de frases que expressem sentimentos distintos, tais como: entusiasmo,


surpresa, súplica, ordem, horror, espanto:

Iremos viajar! (entusiasmo)


Foi ele o vencedor! (surpresa)
Por favor, não me deixe aqui! (súplica)
Que horror! Não esperava tal atitude. (espanto)
Seja rápido! (ordem)

b) Depois de vocativos e algumas interjeições:

Ui! que susto você me deu. (interjeição)


Foi você mesmo, garoto! (vocativo)
c) Nas frases que exprimem desejo:
Oh, Deus, ajude-me!

Observações dignas de nota:


* Quando a intenção comunicativa expressar, ao mesmo tempo, questionamento e
admiração, o uso dos pontos de interrogação e exclamação é permitido. Observe:
Que que eu posso fazer agora?!

* Quando se deseja intensificar ainda mais a admiração ou qualquer outro sentimento,


não há problema algum em repetir o ponto de exclamação ou interrogação. Note:
Não!!! – gritou a mãe desesperada ao ver o filho em perigo.

3. Ponto e vírgula (;)


É usado para:
a) separar itens enumerados:
A Matemática se divide em:
- geometria;
- álgebra;
- trigonometria;
- financeira.
b) separar um período que já se encontra dividido por vírgulas: Ele não disse nada,
apenas olhou ao longe, sentou por cima da grama; queria ficar sozinho com seu cão.
4. Dois-pontos (:)
É usado quando:
a) se vai fazer uma citação ou introduzir uma fala:
Ele respondeu: não, muito obrigado!
b) se quer indicar uma enumeração:
Quero lhe dizer algumas coisas: não converse com pessoas estranhas, não brigue com
seus colegas e não responda à professora.
5. Aspas (“”)
São usadas para indicar:
a) citação de alguém: “A ordem para fechar a prisão de Guantánamo mostra um início
firme. Ainda na edição, os 25 anos do MST e o bloqueio de 2 bilhões de dólares do
Oportunity no exterior” (Carta Capital on-line, 30/01/09)
b) expressões estrangeiras, neologismos, gírias: Nada pode com a propaganda de
“outdoor”.
6. Reticências (...)
São usadas para indicar supressão de um trecho, interrupção ou dar ideia de
continuidade ao que se estava falando:
a) (...) Onde está ela, Amor, a nossa casa,
O bem que neste mundo mais invejo?
O brando ninho aonde o nosso beijo
Será mais puro e doce que uma asa? (...)
b) E então, veio um sentimento de alegria, paz, felicidade...
c) Eu gostei da nova casa, mas do quintal...
7. Parênteses ( )
São usados quando se quer explicar melhor algo que foi dito ou para fazer simples
indicações.
Ele comeu, e almoçou, e dormiu, e depois saiu. (o e aparece repetido e, por isso, há o
predomínio de vírgulas).
8. Travessão (–)
O travessão é indicado para:
a) Indicar a mudança de interlocutor em um diálogo:
- Quais ideias você tem para revelar?
- Não sei se serão bem-vindas.
- Não importa, o fato é que assim você estará contribuindo para a elaboração deste
projeto.
b) Separar orações intercaladas, desempenhando as funções da vírgula e dos
parênteses:
Precisamos acreditar sempre – disse o aluno confiante – que tudo irá dar certo.
Não aja dessa forma – falou a mãe irritada – pois pode ser arriscado.
c) Colocar em evidência uma frase, expressão ou palavra:
O prêmio foi destinado ao melhor aluno da classe – uma pessoa bastante esforçada.
Gostaria de parabenizar a pessoa que está discursando – meu melhor amigo.

CLASSIFICAÇÃO DAS PALAVRAS QUANTO


AO NÚMERO DE SÍLABAS
De acordo com o número de sílabas, as palavras classificam-se
em monossílabas, dissílabas, trissílabas e polissílabas. Para que você
possar relembrar, a sílaba é um fonema ou grupo de fonemas
pronunciados por meio de apenas uma emissão sonora. É importante
destacar que a base das sílabas em língua portuguesa são as vogais.
Vejamos como são classificadas as palavras conforme o número de sílabas
que possuem:

→ MONOSSÍLABAS

Monossílabas são as palavras formadas por uma única sílaba. Veja


alguns exemplos:
• flor

• mar

• há

• quem
• quão

• só

• já

• nem

• que

→ DISSÍLABAS
Dissílabas são as palavras formadas por duas sílabas. Veja alguns
exemplos:
• ali: a-li

• dever: de-ver

• solda: sol-da

• sabor: sa-bor

• amor: a-mor

• você: vo-cê

• cores: co-res

• dica: di-ca

→ TRISSÍLABAS
Trissílabas são as palavras formadas por três sílabas. Veja alguns
exemplos:
• camada: ca-ma-da

• atrair: a-tra-ir

• janeiro: ja-nei-ro

• beleza: be-le-za

• planeta: pla-ne-ta

• pimenta: pi-men-ta

• açougue: a-çou-gue

• salada: sa-la-da

→ POLISSÍLABAS
Polissílabas são as palavras formadas por mais de três sílabas. Veja
alguns exemplos:
• borboleta: bor-bo-le-ta

• Mariana: Ma-ri-a-na

• Goiatuba: Goi-a-tu-ba

• brasileiro: bra-si-lei-ro

• aristocracia: a-ris-to-cra-ci-a

• festividade: fes-ti-vi-da-de

• prateleira: pra-te-lei-ra

DIVISÃO SILÁBICA
A divisão silábica das palavras, além de representar um assunto que
porventura se torna alvo de alguns questionamentos, concebe-se como
fator de notável importância, dadas as habilidades que precisamos ter
em situações específicas de interlocução, mais precisamente quando se
trata da linguagem escrita.

Por ressaltarmos tal modalidade, torna-se conveniente compreendermos


que não só a divisão das sílabas, como também os demais elementos
inerentes aos postulados gramaticais, estão submetidos a regras
predeterminadas de composição. Em virtude desse aspecto é que o
referido artigo tem por finalidade discorrer acerca de como se dá essa
divisão. Assim, vejamos:

* Os dígrafos “ch”, “lh”, “nh”, “gu” e “qu” pertencem a uma única


sílaba. Observe:

chu – va
mo – lho
guer – ra
quei – jo
ni – nho ...

* As letras que formam os dígrafos “rr”, “ss”, “sc”, “sç”, “xs” e “xc” devem
ser separadas. Note:
car – ro
pás – sa – ro
nas – cer
nas – ço
ex – ce – to
ex – su – dar ...
* Ditongos e tritongos pertencem a uma única sílaba. Confira:
U – ru – guai
Pa – ra – guai
col – mei – a (No que se refere a este vocábulo, devemos lembrar que ele perdeu o
acento em virtude da nova reforma ortográfica)
he – roi – co (Idem ao comentário anterior) ...

* Os hiatos são separados em duas sílabas distintas. Atenha-se a alguns


exemplos:
di – a
ca – de – a – do
mú – tu – o ...

* Os encontros consonantais que ocorrem em sílabas internas devem


ser separados, com exceção daqueles em que a segunda consoante é
representada pelas letras “l” ou “r”. Constate:
pra – to
blu – sa
as – tú – cia
ad – mi – nis – trar
ob – tu – rar ...
Em se tratando de tais postulados, vale lembrar que alguns grupos
consonantais que iniciam palavras não se separam. Entre eles, alguns
casos representativos:

pneu – má – ti – co
gnós – ti – co...

CRASE
Temos vários tipos de contração ou combinação na Língua Portuguesa. A
contração se dá na junção de uma preposição com outra palavra.

Na combinação, as palavras não perdem nenhuma letra quando feita a


união. Observe:

• Aonde (preposição a + advérbio onde)


• Ao (preposição a + artigo o)
Na contração, as palavras perdem alguma letra no momento da junção.
Veja:

• da ( preposição de + artigo a)
• na (preposição em + artigo a)
Agora, há um caso de contração que gera muitas dúvidas quanto ao uso
nas orações: a crase.
Crase é a junção da preposição “a” com o artigo definido “a(s)”, ou ainda
da preposição “a” com as iniciais dos pronomes demonstrativos aquela(s),
aquele(s), aquilo ou com o pronome relativo a qual (as quais).
Graficamente, a fusão das vogais “a” é representada por um acento
grave, assinalado no sentido contrário ao acento agudo: à.
Como saber se devo empregar a crase? Uma dica é substituir a crase por
“ao” e o substantivo feminino por um masculino, caso essa preposição
seja aceita sem prejuízo de sentido, então com certeza há crase.

Veja alguns exemplos: Fui à farmácia, substituindo o “à” por “ao” ficaria
Fui ao supermercado. Logo, o uso da crase está correto.
Outro exemplo: Assisti à peça que está em cartaz, substituindo o “à” por
“ao” ficaria Assisti ao jogo de vôlei da seleção brasileira.
É importante lembrar dos casos em que a crase é empregada,
obrigatoriamente: nas expressões que indicam horas ou nas locuções à
medida que, às vezes, à noite, dentre outras, e ainda na expressão “à
moda”. Veja:
Exemplos: Sairei às duas horas da tarde.
À medida que o tempo passa, fico mais feliz por você estar no Brasil.
Quero uma pizza à moda italiana.
Importante: A crase não ocorre: antes de palavras masculinas; antes de
verbos, de pronomes pessoais, de nomes de cidade que não utilizam o
artigo feminino, da palavra casa quando tem significado do próprio lar,
da palavra terra quando tem sentido de solo e de expressões com palavras
repetidas (dia a dia).

Você também tem muitas dúvidas quando o assunto é o uso da crase?


Saiba que você não está sozinho, o emprego do acento grave é um
mistério para grande parte daqueles que precisam transferir as ideias
para o papel. Mas como evitar desvios linguísticos e usar o acento grave
adequadamente? Para ajudá-lo(a) nessa questão, o Brasil
Escola preparou uma dica de português para você consultar sempre que
for preciso, evitando assim deslizes gramaticais e transgressões à norma
culta. Vamos lá?
Antes de falarmos sobre as dicas sobre o uso da crase, é importante que
você saiba que a palavra crase significa “fusão”. Crase não é o nome do
acento, que, na verdade, deve ser chamado de acento grave, mas sim
do fenômeno que acontece toda vez que a preposição “a” encontra-se
com o artigo “a”. Agora que você já sabe, vamos às dicas!
Cinco dicas sobre o uso da crase

1. A crase deve ser empregada apenas diante de palavras


femininas: Por se tratar da fusão da preposição “a” com o artigo “a”, a
crase somente deverá aparecer antes de palavras femininas. Se ainda
assim você ficar em dúvida, basta substituir a palavra feminina por uma
masculina. Se o “a” em questão virar “ao”, ele deverá receber o acento
grave:
Fui à feira comprar frutas e verduras.

Substitua a palavra “feira” pela palavra “supermercado”:


Fui ao supermercado comprar frutas e verduras.
2. A crase deve ser utilizada em expressões que indicam hora: A crase
ocorre nas locuções indicativas de horas, por exemplo, “às três horas”,
“A aula iniciará às 7hrs”, “Esteve na escola às treze horas”, pois a
preposição “a” ocorre antes do artigo que determina as horas. Contudo,
é preciso ficar atento às construções em que as horas são antecedidas
de preposições diferentes do “a”, mas que são equivalentes. Nesses
casos, naturalmente, não haverá o emprego do acento grave. Observe
os exemplos:
Ela estava aguardando na fila do banco desde as 14h.
A consulta ficou marcada para as 15h.
Chegarei em casa até as 21h.
3. A crase deve ser empregada nas expressões “à moda de” e “à medida
que”: Algumas vezes a expressão “à moda de” não está explícita na
frase, mas ainda assim a crase deverá ser utilizada, mesmo que o termo
subsequente seja uma palavra masculina. Observe os exemplos:
Ele comprou sapatos à Luís XV. = Ele comprou sapatos à moda de Luís
XV.

O jogador fez um lance à Garrincha. = O jogador fez um lance à moda


de Garrincha.

À medida que o tempo passa, vamos envelhecendo.

4. A crase nunca vem diante de palavras masculinas: O acento


indicador de crase nunca vem diante de substantivo masculino. Observe
os exemplos:
Falei a respeito de você para meu chefe.
Ele veio a pé até a zona sul.
O réu foi a júri popular.
Nós fomos a bordo de uma aeronave antiga.
A paciente foi submetida a uma cirurgia a laser.
5. A crase e os pronomes relativos: Para melhor entender o uso da crase
com pronomes relativos, vamos dividi-los em dois diferentes grupos.
Observe:
a) que, quem, cujo, cuja, cujos, cujas: Antes desses pronomes
relativos, jamais empregue o acento grave indicador de crase, mesmo
porque esses pronomes não admitem artigo. Observe:
A criança, a quem ajudamos, voltou para casa sã e salva.
b) A qual, as quais: Esses sim admitem crase, até porque aceitam o
emprego do artigo quando regidos por um verbo que exija a preposição
“a”. Observe:
São orientações às quais alunos e professores devem seguir.

ESTRUTURA DAS PALAVRAS


Conceitos básicos:

Observe as seguintes palavras:


escol-a
escol-ar
escol-arização
escol-arizar
sub-escol-arização
Observando-as, percebemos que há um elemento comum a todas elas: a
forma escol-. Além disso, em todas há elementos destacáveis,
responsáveis por algum detalhe de significação. Compare, por exemplo,
escola e escolar: partindo de escola, formou-se escolar pelo acréscimo
do elemento destacável -ar.
Por meio desse trabalho de comparação entre as diversas palavras que
selecionamos, podemos depreender a existência de diferentes
elementos formadores. Cada um desses elementos formadores é uma
unidade mínima de significação, um elemento significativo
indecomponível, a que damos o nome de morfema.

Classificação dos morfemas:

Radical

Há um morfema comum a todas as palavras que estamos analisando:


escol-. É esse morfema comum – o radical – que faz com que as
consideremos palavras de uma mesma família de significação – os
cognatos. O radical é a parte da palavra responsável por sua significação
principal.

Afixos

Como vimos, o acréscimo do morfema –ar cria uma nova palavra a partir
de escola. De maneira semelhante, o acréscimo dos morfemas sub- e –
arização à forma escol- criou subescolarização. Esses morfemas
recebem o nome de afixos.
Quando são colocados antes do radical, como acontece com sub-, os
afixos recebem o nome de prefixos. Quando, como –arização, surgem
depois do radical os afixos são chamados de sufixos. Prefixos e sufixos,
além de operar mudança de classe gramatical, são capazes de introduzir
modificações de significado no radical a que são acrescentados.
Desinências

Quando se conjuga o verbo amar, obtêm-se formas como amava,


amavas, amava, amávamos, amáveis, amavam. Essas modificações
ocorrem à medida que o verbo vai sendo flexionado em número
(singular e plural) e pessoa (primeira, segunda ou terceira). Também
ocorrem se modificarmos o tempo e o modo do verbo (amava, amara,
amasse, por exemplo).
Podemos concluir, assim, que existem morfemas que indicam as flexões
das palavras. Esses morfemas sempre surgem no fim das palavras
variáveis e recebem o nome de desinências. Há desinências nominais e
desinências verbais.

• Desinências nominais: indicam o gênero e o número dos nomes. Para a


indicação de gênero, o português costuma opor as desinências -o/-a:
garoto/garota; menino/menina
Para a indicação de número, costuma-se utilizar o morfema –s, que
indica o plural em oposição à ausência de morfema, que indica o
singular: garoto/garotos; garota/garotas; menino/meninos;
menina/meninas.
No caso dos nomes terminados em –r e –z, a desinência de plural
assume a forma -es: mar/mares; revólver/revólveres; cruz/cruzes.

• Desinências verbais: em nossa língua, as desinências verbais


pertencem a dois tipos distintos. Há aqueles que indicam o modo e o
tempo (desinências modo-temporais) e aquelas que indicam o número e
a pessoa dos verbos (desinência número-pessoais):

cant-á-va-mos cant-á-sse-is
cant:
cant: radical
radical
-á-: vogal -á-: vogal
temática temática
-sse-
-va-: desinência :desinência
modo-temporal modo-
(caracteriza o temporal
pretérito (caracteriza
imperfeito do o pretérito
indicativo) imperfeito do
subjuntivo)
- -
mos: desinência is: desinência
número-pessoal número-
(caracteriza a pessoal
primeira pessoa (caracteriza a
do plural) segunda
pessoa do
plural)

Vogal temática

Observe que, entre o radical cant- e as desinências verbais, surge


sempre o morfema –a.
Esse morfema, que liga o radical às desinências, é chamado de vogal
temática. Sua função é ligar-se ao radical, constituindo o chamado
tema. É ao tema (radical + vogal temática) que se acrescentam as
desinências. Tanto os verbos como os nomes apresentam vogais
temáticas.

• Vogais temáticas nominais: São -a, -e, e -o, quando átonas finais, como
em mesa, artista, busca, perda, escola, triste, base, combate. Nesses
casos, não poderíamos pensar que essas terminações são desinências
indicadoras de gênero, pois a mesa, escola, por exemplo, não sofrem
esse tipo de flexão. É a essas vogais temáticas que se liga a desinência
indicadora de plural: mesa-s, escola-s, perda-s. Os nomes terminados
em vogais tônicas (sofá, café, cipó, caqui, por exemplo) não
apresentam vogal temática.

• Vogais temáticas verbais: São -a, -e e -i, que caracterizam três grupos
de verbos a que se dá o nome de conjugações. Assim, os verbos cuja
vogal temática é -a pertencem à primeira conjugação; aqueles cuja
vogal temática é -e pertencem à segunda conjugação e os que têm
vogal temática -i pertencem à terceira conjugação.

primeira segunda terceira


conjugação conjugação conjugação
govern-a- estabelec-
defin-i-ra
va e-sse
imped-i-
atac-a-va cr-e-ra
sse
realiz-a-
mex-e-rá ag-i-mos
sse
Vogal ou consoante de ligação

As vogais ou consoantes de ligação são morfemas que surgem por


motivos eufônicos, ou seja, para facilitar ou mesmo possibilitar a leitura
de uma determinada palavra. Temos um exemplo de vogal de ligação na
palavra escolaridade: o -i- entre os sufixos -ar- e -dade facilita a
emissão vocal da palavra. Outros exemplos: gasômetro, alvinegro,
tecnocracia, paulada, cafeteira, chaleira, tricota.

Há em Português palavras primitivas, palavras derivadas, palavras


simples, palavras compostas.

Palavras primitivas: aquelas que, na língua portuguesa, não provêm de


outra palavra.
Pedra, flor.

Palavras derivadas: aquelas que, na língua portuguesa, provêm de


outra palavra.
Pedreiro, floricultura.

Palavras simples: aquelas que possuem um só radical.


Azeite, cavalo.

Palavras compostas: aquelas que possuem mais de um radical.


Couve-flor, planalto.

As palavras compostas podem ou não ter seus elementos ligados por


hífen.

Processos de formação de palavras:

Composição

Haverá composição quando se juntarem dois ou mais radicais para


formar nova palavra. Há dois tipos de composição; justaposição e
aglutinação.

• Justaposição: ocorre quando os elementos que formam o composto


são postos lado a lado, ou seja, justapostos:
Para-raios, corre-corre, guarda-roupa, segunda-feira, girassol.

• Composição por aglutinação: ocorre quando os elementos que formam


o composto se aglutinam e pelo menos um deles perde sua integridade
sonora:

Aguardente (água + ardente), planalto (plano + alto)


Pernalta (perna + alta), vinagre (vinho + acre)

Derivação por acréscimo de afixos

É o processo pelo qual se obtêm palavras novas (derivada) pela


anexação de afixos à palavra primitiva. A derivação pode ser: prefixal,
sufixal e parassintética.

• Prefixal (ou prefixação): a palavra nova é obtida por acréscimo de


prefixo.
In--------feliz des----------leal
Prefixo radical prefixo radical

• Sufixal (ou sufixação): a palavra nova é obtida por acréscimo de


sufixo.
Feliz----mente leal------dade
Radical sufixo radical sufixo
• Parassintética: a palavra nova é obtida pelo acréscimo simultâneo de
prefixo e sufixo. Por parassíntese formam-se principalmente verbos.
En-------trist-----ecer
Prefixo radical sufixo
en--------tard-----ecer
prefixo radical sufixo

Outros tipos de derivação

Há dois casos em que a palavra derivada é formada sem que haja a


presença de afixos. São eles: a derivação regressiva e a derivação
imprópria.

• Derivação regressiva: a palavra nova é obtida por redução da palavra


primitiva. Ocorre, sobretudo, na formação de substantivos derivados de
verbos.
• Derivação imprópria: a palavra nova (derivada) é obtida pela
mudança de categoria gramatical da palavra primitiva. Não ocorre,
pois, alteração na forma, mas tão somente na classe gramatical.

Observe:

jantar (substantivo)
deriva de jantar (verbo)
mulher aranha (o adjetivo aranha deriva do substantivo aranha)
Não entendi o porquê da briga. (o substantivo porquê deriva da
conjunção porque)
Outros processos de formação de palavras:
Hibridismo: é a palavra formada com elementos oriundos de línguas
diferentes.
automóvel (auto: grego; móvel: latim)
sociologia (socio: latim; logia: grego)
sambódromo (samba: dialeto africano; dromo: grego)

PRONOMES
Pronome é classe de palavra (variável em gênero, número e pessoa)
que acompanha ou representa o substantivo, serve para apontar uma
das três pessoas do discurso ou situá-lo no espaço e no tempo.

O pronome pode funcionar como:

- Pronome adjetivo: quando modifica um substantivo.

Esta casa é antiga.

- Pronome substantivo: quando desempenha função de substantivo.

Paulo é um ótimo aluno. Convidei-o para o curso.


Observação: o pronome expressa um ser apenas quando inserido num
contexto.

Há, no português, seis espécies de


pronomes: pessoais, possessivos, demonstrativos, relativos, indefinid
os e interrogativos.

As três pessoas do discurso:

- primeira pessoa: aquela que se refere à pessoa que fala: eu, me,
mim, meu...
- segunda pessoa: aquela que se refere à pessoa com quem se fala: tu,
te, ti, teu...
- terceira pessoa: aquela que se refere à pessoa de quem se fala: ele,
ela, se, si, seu...

Observe um fragmento de conversa em que Thiago (primeira pessoa)


fala com Sílvio (segunda pessoa) sobre Marianna (terceira pessoa):

- Eu preciso te confessar algo: estou apaixonado por ela.


Eu – indica quem fala (Thiago)
Te – indica com quem fala (Sílvio)
Ela – indica de quem se fala (Marianna)

Pronomes pessoais são aqueles que designam uma das três pessoas do
discurso.

Exemplo: Eu fui ao cinema de táxi. (eu = 1ª pessoa do discurso)

Os pronomes pessoais são subdivididos em:

- do caso reto: função de sujeito na oração.


Nós saímos do shopping. (nós = sujeito)

- do caso oblíquo: função de complemento na frase.


Desculpem-me. (me = objeto)

Os pronomes oblíquos subdividem-se em:

- oblíquos átonos: nunca precedidos de preposição, são eles: me, te, se,
o, a, lhe, nos, vos, se, os, as, lhes.

Basta-me o teu amor.

- oblíquos tônicos: sempre precedidos de preposição:


Preposição: a, de, em, por etc.
Pronome: mim, ti, si, ele, ela, nós, vós, si, eles, elas.

Basta a mim o teu amor.

Pronomes Pessoais:

Número Pessoa Pronomes retos Pronomes oblíquos


Singular primeira Eu Me, mim, comigo
segunda Tu Te, ti, contigo
terceira Ele/ela Se, si, consigo, o, a, lhe
Plural primeira Nós Nos, conosco
segunda Vós Vos, convosco
terceira Eles/elas Se, si, consigo, os, as, lhes

Pronomes de Tratamento

Nos pronomes pessoais incluem-se os pronomes de tratamento.


Pronome de tratamento é aquele com que nos referimos às pessoas a
quem se fala (de maneira cerimoniosa), portanto segunda pessoa, mas a
concordância gramatical deve ser feita com a terceira pessoa.

Alguns pronomes de tratamento:

pronome de tratamento abreviatura referência


Vossa Alteza V.A. príncipes, duques
Vossa Eminência V.Emª. cardeais
Vossa Excelência V.Exª. altas autoridades em geral
Vossa Magnificência V.Magª. reitores de universidades
Vossa Reverendíssima V.Rev ma sacerdotes em geral
Vossa Santidade V.S. papas
Vossa Senhoria V.Sª. funcionários graduados
Vossa Majestade V.M. reis, imperadores

Emprego dos pronomes pessoais:

- conosco e convosco: são utilizados na forma sintética, exceto se


vierem seguidos de outros, todos, mesmos.

Queriam falar conosco.


Queriam falar com nós mesmos.

- o, a, os, as, quando precedidos de verbos que terminam em –r, -s, -


z, assumem a forma lo, la, los, las, e os verbos perdem aquelas
terminações.

Vou pô-lo a par do assunto. (pôr + o)

- o, a, os, as, quando precedidos de verbos que terminam em –m, -ão, -


õe, assumem a forma no, na, nos, nas.

Fizeram-no calar.

- nós e vós podem ser empregados em lugar de eu e tu em situações de


cerimônia ou, no caso de nós, por modéstia.

Nós, disse o papa, seguiremos os mesmos passos de nossos antecessores.

Vós sois sábio.


- vossa e sua: vossa cabe à pessoa com quem se fala; sua cabe à pessoa
de quem se fala.

Vossa Excelência queira tomar a palavra. (falando com ou para uma


autoridade)
Sua Excelência não compareceu. (falando de uma autoridade)

- você e os demais pronomes de tratamento comportam-se


gramaticalmente como pronomes da terceira pessoa.

Você chegou atrasado para o jantar!


Pronome possessivo é o tipo de pronome que indica a que pessoa do
discurso pertence o elemento ao qual se refere.

Meu carro está estragado.

Quadro dos pronomes possessivos

Número Pessoa Pronomes possessivos


singular primeira meu, minha, meus, minhas
segunda teu, tua, teus, tuas
terceira seu, sua, seus, suas
plural primeira nosso, nossa, nossos, nossas
segunda vosso, vossa, vossos, vossas
terceira seu, sua, seus, suas

Os pronomes possessivos concordam em gênero e número com a


coisa possuída, e em pessoa com o possuidor.

(eu) Vendi minha moto.


(tu) Releste tua prova?
(nós) Compramos nosso carro.

Quando o pronome possessivo determina mais de um substantivo, ele


deverá concordar em gênero e número com o substantivo mais
próximo.

Vou lavar minhas sandálias e tênis.

Emprego dos pronomes possessivos


- seu: a utilização do pronome seu (e flexões) pode gerar frases
ambíguas, podemos ter dúvidas quanto ao possuidor.

A menina disse ao colega que não concordava com sua reprovação.


(reprovação de quem? Da menina ou do colega?)

Para evitar esse tipo de ambiguidade, usa-se dele (dela, deles, delas)

A menina disse ao colega que não concordava com a reprovação dela.


• A reprovação dela (da menina)

A menina disse ao colega que não concordava com a reprovação dele.


• A reprovação dele (do colega)

- existem casos em que o pronome possessivo não


exprime propriamente ideia de posse. Ele pode ser utilizado para
indicar aproximação, afeto ou respeito.

Aquele museu deve ter seus cem anos. (aproximação)

Meu caro amigo, cuide melhor de sua saúde. (afeto)

Sente-se aqui, minha senhora. (respeito)

- seu: anteposto a nomes próprios não é possessivo, mas uma alteração


fonética de Senhor.

Seu José, o senhor poderia emprestar-me seu celular?

Os pronomes demonstrativos demonstram a posição de um elemento


qualquer em relação às pessoas do discurso, situando-os no espaço, no
tempo ou no próprio discurso.
Eles se apresentam em formas variáveis (gênero e número) e não
variáveis.

Pronomes Demonstrativos

Primeira pessoa Este, estes, esta, estas, isto


Segunda pessoa Esse, esses, essa, essas, isso
Terceira pessoa Aquele, aqueles, aquela, aquelas, aquilo

- As formas de primeira pessoa indicam proximidade de quem fala ou


escreve:
Este senhor ao meu lado é o meu avô.

Os demonstrativos de primeira pessoa podem indicar também o tempo


presente em relação a quem fala ou escreve.

Nestas últimas horas tenho me sentido mais cansado que nunca.

- as formas de segunda pessoa indicam proximidade da pessoa a quem


se fala ou escreve:

Essa foto que tens na mão é antiga?

- os pronomes de terceira pessoa marcam posição próxima da pessoa


de quem se fala ou posição distante dos dois interlocutores.

Aquela foto que ele tem na mão é antiga.

Uso do pronome demonstrativo

Os pronomes demonstrativos, além de marcar posição no espaço,


marcam posição no tempo.

- Este (e flexões) marca um tempo atual ao ato da fala.

Neste instante minha irmã está trabalhando.

- Esse (e flexões) marca um tempo anterior relativamente próximo ao


ato da fala.

No mês passado fui promovida no trabalho. Nesse mesmo mês comprei


meu apartamento.

- Aquele (e flexões) marca um tempo remotamente anterior ao ato da


fala.

Meu avô nasceu na década de 1930. Naquela época podia-se caminhar à


noite em segurança.

Os pronomes demonstrativos servem para fazer referência ao que já foi


dito e ao que se vai dizer, no interior do discurso.

- Este (e flexões) faz referência àquilo que vai ser dito posteriormente.

Espero sinceramente isto: que seja muito feliz.


- Esse (e flexões) faz referência àquilo que já foi dito no discurso.

Que seja muito feliz: é isso que espero.

- Este em oposição à aquele quando se quer fazer referência a


elementos já mencionados, este se refere ao mais próximo, aquele, ao
mais distante.

Romance e Suspense são gêneros que me agradam, este me deixa


ansioso, aquele, sensível.

- O (a, os, as) são pronomes demonstrativos quando se referem


à aquele (s), aquela (s), aquilo, isso.

Recuso o que eles falam. (aquilo)

- Mesmo e próprio, pronomes demonstrativos, designam um termo


igual a outro que já ocorreu no discurso.

As reclamações ao síndico não se alteram: são sempre as mesmas.

*são usados como reforço dos pronomes pessoais.

Ele mesmo passou a roupa.

*como pronomes, concordam com o nome a que se referem.

Ela própria veio à reunião.


Eles próprios vieram à reunião.

Pronome relativo é uma classe de pronomes que substituem um termo


da oração anterior e estabelecem relação entre duas orações.

Não conhecemos o aluno. O aluno saiu.

Não conhecemos o aluno que saiu.

Como se pode perceber, o que, nessa frase está substituindo o


termo aluno e está relacionando a segunda oração com a primeira.

Os pronomes relativos são os seguintes:

Variáveis
O qual, a qual
Os quais, as quais
Cujo, cuja
Cujos, cujas
Quanto, quanta
Quantos, quantas

Invariáveis
Que (quando equivale a o qual e flexões)
Quem (quando equivale a o qual e flexões)
Onde (quando equivale a no qual e flexões)

Emprego dos pronomes relativos

1. Os pronomes relativos virão precedidos de preposição se a regência


assim determinar.

preposição pronome termo regente


exigida relativo
pelo verbo
Havia condições a que nos opúnhamos. (opor-se a)
Havia condições com que não concordávamos. (concordar com)
Havia condições de que desconfiávamos. (desconfiar de)
Havia condições - que nos prejudicavam. (= sujeito)
Havia condições em que insistíamos. (insistir em)

2. O pronome relativo quem se refere a uma pessoa ou a uma coisa


personificada.

Não conheço a médica de quem você falou.


Esse é o livro a quem prezo como companheiro.

3. Quando o relativo quem aparecer sem antecedente claro é


classificado como pronome relativo indefinido.

Quem atravessou, foi multado.

4. Quando possuir antecedente, o pronome relativo quem virá


precedido de preposição.

João era o filho a quem ele amava.

5. O pronome relativo que é o de mais largo emprego, chamado


de relativo universal, pode ser empregado com referência a pessoas ou
coisas, no singular ou no plural.
Conheço bem a moça que saiu.
Não gostei do vestido que comprei.
Eis os instrumentos de que necessitamos.

6. O pronome relativo que pode ter por antecedente o demonstrativo o


(a, os, as).

Sei o que digo. (o pronome o equivale a aquilo)

7. Quando precedido de preposição monossilábica, emprega-se o


pronome relativo que. Com preposições de mais de uma sílaba, usa-se o
relativo o qual (e flexões).

Aquele é o machado com que trabalho.


Aquele é o empresário para o qual trabalho.

8. O pronome relativo cujo (e flexões) é relativo possessivo equivale


a do qual, de que, de quem. Deve concordar com a coisa possuída.

Cortaram as árvores cujos troncos estavam podres.

9. O pronome relativo quanto, quantos e quantas são pronomes


relativos quando seguem os pronomes indefinidos tudo, todos ou todas.

Recolheu tudo quanto viu.

10. O relativo onde deve ser usado para indicar lugar e tem sentido
aproximado de em que, no qual.

Esta é a terra onde habito.

a) onde é empregado com verbos que não dão ideia de movimento.


Pode ser usado sem antecedente.

Nunca mais morei na cidade onde nasci.

b) aonde é empregado com verbos que dão ideia de movimento e


equivale a para onde, sendo resultado da combinação da preposição a +
onde.

As crianças estavam perdidas, sem saber aonde ir.

Os pronomes indefinidos referem-se à terceira pessoa do discurso de


forma vaga, imprecisa e genérica.

Alguém deixou a torneira aberta.


Pronomes Indefinidos

Variáveis Invariáveis
(referem-se a coisas)
Algum, alguma, alguns, algumas algo
Nenhum, nenhuma Tudo
Nenhuns, nenhumas
Todo, toda, todos, todas Nada
Outro, outra, outros, outras
Muito, muita, muitos, muitas
(referem-se a pessoas)
Pouco, pouca, poucos, poucas Quem
Certo, certa, certos, certas Alguém
Vário, vária, vários, várias Ninguém
Quanto, quanta, quantos, quantas outrem
Tanto, tanta, tantos, tantas
Qualquer, quaisquer
(referem-se a coisas e pessoas)
Qual, quais Cada
Um, uma, uns, umas que

Os pronomes indefinidos também podem aparecer sob a forma de


locução pronominal:

Cada qual, quem quer que, qualquer um, todo aquele que, tudo o mais

Emprego dos pronomes indefinidos

- o indefinido algum, anteposto ao substantivo tem sentido afirmativo;


posposto, assume sentido negativo.

Algum caso teve ocorrência. (afirmativo)


Motivo algum me fará desistir de você. (negativo)

- o indefinido cada não deve ser utilizado desacompanhado de


substantivo ou numeral.

Receberam dez reais cada um.

- o indefinido certo, antes de substantivo é pronome indefinido, depois


do substantivo é adjetivo.
Não entendo certas pessoas. (pronome indefinido)

Escolheram o local certo para a festa. (adjetivo)

- o indefinido todo e toda (singular), quando desacompanhados de


artigo, significam qualquer.

Todo homem é mortal. (Qualquer homem é mortal)

Quando acompanhados de artigo dão ideia de totalidade.

Ela jogou todo o macarrão fora.

Qualquer (plural = quaisquer): Vieram pessoas de quaisquer origens.

Pronomes Interrogativos

É um tipo de pronome indefinido com que se introduzem frases


interrogativas (diretas ou indiretas).

Variáveis Invariáveis
Qual, quanto Quem que

Quantos irão ao teatro? (direta)


Quero saber quantos irão ao teatro. (indireta)

SUBSTANTIVO
O substantivo é uma classe gramatical, logo é objeto de estudo da
morfologia. Entretanto, dentro da oração, ele possui função sintática. Por
isso, é importante entendê-lo a partir desses dois prismas, ou seja,
morfológico e sintático.
Toda classe gramatical é dividida entre palavras variáveis e invariáveis,
o substantivo compõe as variáveis, as que podem flexionar-se. Alguém
pode perguntar: o que é flexionar? É mudar, variar. No caso dos
substantivos, essa variação será em relação ao gênero (feminino e
masculino), ao número (singular e plural) e ao grau (aumentativo e
diminutivo).
É fundamental entender isso, porque se sairmos da morfologia e
passarmos para a sintaxe, mais precisamente para Concordância Nominal,
é imprescindível que se aplique essa informação, pois, assim, ficará fácil
entender porque o artigo, o numeral, o adjetivo e o pronome adjetivo
devem concordar com o substantivo. Se ele é variável, logo os termos que
se relacionam com ele devem estar em concordância, ou seja, devem
combinar.

Os substantivos podem ser:


• Primitivos
Quando não são formados a partir de outra palavra. Exemplo: Livro

• Derivados
Formados a partir de outra palavra. Exemplo: Livraria

• Simples
Nomes que possuem apenas uma palavra. Exemplo: Chuva

• Compostos
Nomes formados por duas palavras. Exemplo: Guarda-chuva

• Concretos
Quando sua existência é independente, ou seja, não precisa de algo ou
de alguém para se manifestar. Exemplo: Mesa

• Abstratos
Quando sua existência depende de algo ou de alguém. Exemplo: Raiva

• Coletivos
Quando indicam coleção, conjunto de seres, desde que pertençam à
mesma espécie. Exemplo: Fauna (animais de uma região)

• Comum
Quando não especificam, pelo contrário, generalizam. Exemplo: menino.

• Próprio
Quando especificam, quando particularizam. Exemplo: João.

Muitas são as classificações, mas o que define uma palavra


como substantivo? Sua capacidade de nomear. Pense em uma palavra.
Analise. Serve para quê? Para dar nome? Então é substantivo. Cadeira,
mesa, bolsa, quadro, agenda, livro, computador, calendário, amor,
enfim, nomeou, é substantivo.

ARTIGO
Artigo é a palavra que se antepõe ao substantivo com a intenção de
particularizar ou indefinir o nome. Como classe gramatical, possui
reduzido valor semântico demonstrativo por ter uma função delimitada
na língua portuguesa, exercendo o papel de adjunto dos substantivos.
Pode ser classificado como definido ou indefinido.
Apesar de possuir função delimitada, o artigo pode provocar diferenças
significativas de sentido em uma frase. Observe as estruturas a seguir:

Após uma longa discussão, deputados propuseram um acordo.

Após uma longa discussão, deputados propuseram o acordo.


As duas frases, apesar de possuírem uma estrutura semelhante, apenas
poderiam ser empregadas em contextos diferentes. A primeira estrutura
só poderia ser utilizada se o interlocutor daquele que está enunciando
não soubesse do que se trata o referido acordo, pois o artigo um, nesta
construção, está indefinindo o substantivo. Na segunda construção, fica
claro que o interlocutor sabe previamente do acordo do qual se fala, pois
o artigo o particulariza o nome.
Como classe gramatical, o artigo subdivide-se em dois grupos:

→ artigos definidos: o, a, os, as;


→ artigos indefinidos: um, uma, uns, umas.
O artigo pode ser dispensado quando outro identificador – lembrando que
os artigos são adjuntos adnominais – estiver explícito em uma frase. Por
exemplo:

Aquele homem pegou meu livro emprestado.


Observe que o pronome demonstrativo aquele está substituindo o uso do
artigo. Nota-se também que o pronome possessivo meu torna
desnecessário o emprego do artigo definido o, já que no português, o uso
do artigo o em “o meu livro” é redundante, embora seja muito frequente
na escrita e na fala.
Outra função importante pode ser atribuída ao artigo: a função de
substantivação. Ocorrerá quando o artigo estiver associado a qualquer
outro tipo de palavra, sendo assim, ele exercerá o papel de substantivo.

Entre o querer e o poder existe um longo caminho.


Na frase anterior, as palavras querer e poder pertencem à classe
gramatical dos verbos, mas neste caso funcionam como substantivos, pois
estão precedidas por artigos.
Podem, também, combinar-se com algumas preposições, formando assim
uma só palavra:

Os funcionários aderiram à paralisação defendida pelo sindicato.


↓ ↑
a+a (preposição + artigo) per/por+os (preposição +
artigo)
Além de definir ou indefinir o substantivo, o artigo pode também indicar
seu gênero (feminino/masculino) e número (singular/plural).
o carro (substantivo masculino e singular)
o telefonema (substantivo masculino e singular)
uma rádio (substantivo feminino e singular)
os carros (substantivo masculino e plural)
Sintetizando: o artigo se antepõe ao substantivo para determiná-lo ou
particularizá-lo. Podem ser definidos ou indefinidos e dentre suas
variadas funções, está a substantivação, que acontece quando o artigo
assume o papel de substantivo em uma frase. Você aprendeu o que é o
artigo e seus diferentes usos. Pode parecer complicado, mas lembre-se
de que, como falantes da língua, a dominamos, portanto, basta apenas
ficar atento e seguir as regras gramaticais.

O artigo integra as dez classes gramaticais que conhecemos, definindo-


se como o termo que antepõe o substantivo para determiná-lo ou
indeterminá-lo, indicando, também, o gênero (masculino/feminino) e o
número (singular/plural).
Partindo desse pressuposto, passaremos a conhecê-lo melhor, com
vistas a interagir com os principais pontos que o demarcam, bem como
com as situações linguísticas nas quais ele se encontra presente. Assim
sendo, tendo em vista determinadas características, torna-se essencial
sabermos que os artigos se subdividem em definidos e indefinidos.
Vejamo-los, portanto:
Artigos definidos – São aqueles usados para indicar seres
determinados, expressos de forma individual, ora representados por:
o, a, os, as. Tornando prática a presente afirmação, constatemos os
exemplos:

A funcionária se veste muito bem. As funcionárias se vestem muito


bem.
O diretor parabenizou a todos. Os diretores parabenizaram a todos.
Artigos indefinidos – São aqueles usados para indicar seres de modo
vago, impreciso, ora representados por um, uma, uns, umas. Assim,
verifiquemos os exemplos:
Uma aluna se sobressaiu entre as demais. Umas alunas se
sobressaíram entre as demais.
Um participante entregou os prêmios aos
vencedores. Uns participantes entregaram os prêmios aos vencedores.
Uma vez elucidadas tais características, constatemos as circunstâncias
em que os artigos se manifestam:

* Considera-se obrigatório o uso do artigo depois do numeral “ambos”:


Ambos os garotos decidiram participar das olimpíadas.

* Nomes próprios indicativos de lugar admitem o uso do artigo, outros


não:
São Paulo, O Rio de Janeiro, Veneza, A Bahia...
* Quando indicado no singular, o artigo definido pode indicar toda uma
espécie:
O trabalho dignifica o homem.

* No caso de nomes próprios personativos, denotando a ideia de


familiaridade ou afetividade, é facultativo o uso do artigo:
Cristina é a mais extrovertida das irmãs.
O Pedro é o xodó da família.
* No caso de os nomes próprios personativos estarem no plural, são
determinados pelo uso do artigo:
Os Maias, os Incas, Os Astecas...

* Usa-se o artigo depois do pronome indefinido todo (a) para conferir


uma ideia de totalidade. Sem o uso dele (o artigo), o pronome assume a
noção de qualquer.
Toda a classe parabenizou o professor. (a sala toda)
Toda classe possui alunos interessados e desinteressados. (qualquer
classe)
* Antes de pronomes possessivos, o uso do artigo é facultativo:
Adoro o meu vestido longo. Adoro meu vestido longo.

* A utilização do artigo indefinido pode indicar uma ideia de


aproximação numérica:
O máximo que ele deve ter é uns vinte anos.

ADJETIVO
A seção com a qual, a partir de agora, você estabelecerá um pouco mais
de contato se caracteriza como uma seção, sem dúvida, mas não uma
mera seção, sabe por quê? Porque simplesmente se trata de uma
seção interessante, importante. Mas... espere! Isso somente é muito
pouco. Sim, é muito pouco, pois a partir do momento em que clicar,
certificar-se-á de que estamos falando de uma
seção... INTERESSANTÍSSIMIA, IMPORTANTÍSSIMA.
Longe de afirmarmos que esta classe é mais importante, ou menos
importante que as demais, mas tenha certeza de que ela é tão
importante quanto todas as outras. Dessa forma, demonstre ser alguém
muito interessado (a) em ampliar sua competência acerca dos fatos que
norteiam a língua como um todo e seja agílimo (a), sabe como? Clicando!
Simples, não?
Pode até ser que você tenha percebido, mas os delineamentos aplicados
à forma de trabalhar a linguagem foram demarcados de forma
intencional, pois nosso intuito é fazer com que você perceba que esta
classe – O ADJETIVO – também se constitui, assim como muitas outras,
de distintas particularidades. Assim, dada a importância dessa classe,
preparamos bastantes informações que justificam, por meio das
elucidações aqui apresentadas, acerca da recorrência e da aplicabilidade
dela nas situações comunicativas com as quais compartilhamos
cotidianamente.
Em razão disso, ative o melhor dos procedimentos: a busca pelo
conhecimento e... Bons estudos!!!
Ao conhecermos sobre os conteúdos gramaticais de uma forma geral,
um aspecto extremamente relevante é entendermos sobre o sentido
denotativo no que se refere ao conceito de um determinado termo.
Para tal, iniciaremos o referente assunto enfatizando sobre a maneira
como se dá a flexão:

Assim como os substantivos, os adjetivos são mutáveis quanto


ao gênero, número e grau, sendo que tais termos remetem-nos à ideia
de singular/plural, masculino/feminino, aumentativo/diminutivo.

Quanto ao gênero, subdividem-se em:

Uniformes – Possuem apenas uma forma, sendo aplicada tanto a


substantivos masculinos, quanto a femininos:
Exemplos:

garoto feliz – garota feliz


mulher triste – homem triste
momento anterior – hora anterior
Biformes – Possuem duas formas distintas de aplicabilidade, uma para
o masculino e outra para o feminino:
Exemplos:

professor dinâmico – professora dinâmica


alunos inquietos – alunas inquietas
gato furioso – gata furiosa
Quanto ao número:

Os adjetivos simples geralmente concordam com o substantivo a que


eles se referem:
Exemplos:

criança amável – crianças amáveis


jovem trabalhador – jovens trabalhadores
público animado – públicos animados
Já os adjetivos compostos, obedecem a algumas regras específicas, na
qual somente o último elemento é flexionado:
Exemplos:

olhos castanho-claros
esculturas greco-romanas
comemorações cívico-religiosas
Há algumas exceções, como é o caso de:

azul-marinho e azul-celeste, ambos são invariáveis, observe:


ternos azul-marinho
lingeries azul-celeste
surdo-mudo – os dois elementos são variáveis:
Exemplos:

alunos surdos-mudos
garotas surdas-mudas
*Quando o segundo elemento representar um substantivo, também
permanece invariável:
Exemplos:

vestidos amarelo-limão
geladeiras branco-gelo
tecidos verde-oliva
Quanto ao grau:

Apresentam-se em dois graus: comparativo e superlativo:


Grau comparativo- subdivide-se em:
Comparativo de igualdade – Paulo é tão alto quanto seu irmão
Comparativo de inferioridade – Paulo é menos alto que (ou do que) seu
irmão.
Comparativo de superioridade – Paulo é mais alto que (ou do que) seu
irmão.
Grau superlativo – subdivide-se em:
Superlativo relativo de inferioridade – Mariana é a menos esforçada das
irmãs.
Superlativo relativo de superioridade – Marcos é o mais calmo de toda a
família.
Superlativo absoluto – é quando a qualidade é expressa de maneira
intensificada.
Superlativo absoluto analítico – A funcionária é extremamente (ou
bastante, muito) esforçada.
Superlativo absoluto sintético – A recepcionista é agradabilíssima.
Note que o superlativo absoluto sintético é formado pelo acréscimo do
sufixo - íssimo,
-rimo, - imo.

NUMERAL
Numeral é a palavra que quantifica os seres ou indica a posição que
ocupam numa determinada ordem.
Quando apenas nomeia o número de seres, o numeral é chamado
de cardinal:
um dois três
cinquenta cem cem mil

Quando indica a ordem que o ser ocupa numa série, o numeral é denominado ordinal:
primeiro segundo terceiro
quinquagésimo centésimo milésimo

Os numerais multiplicativos exprimem aumentos proporcionais de quantidade,


indicando números que são múltiplos de outros:
dobro triplo quádruplo

Os numerais fracionários indicam a diminuição proporcional da quantidade, o seu


fracionamento:
metade um terço um décimo

Os numerais coletivos designam conjuntos de seres e indicam o número exato de


indivíduos que compõem o conjunto:
dezena quinzena dúzia
cento milhar milheiro

Flexões dos numerais

Os numerais cardinais que variam em gênero são um/uma, dois/duas e


os que indicam centenas de duzentos/duzentas em diante:
trezentos/trezentas; quatrocentos/quatrocentas etc.
Cardinais como milhão, bilhão, trilhão etc. variam em número: milhões,
bilhões, trilhões etc.
Os demais cardinais são invariáveis.
Os numerais ordinais variam em gênero e número:
primeiro segundo milésimo / primeiros segundos milésimos
primeira segunda milésima / primeiras segundas milésimas

Os numerais multiplicativos são invariáveis quando atuam em funções


substantivas:
Fizeram o dobro do esforço e conseguiram o triplo de produção.

Quando atuam em funções adjetivas, esses numerais flexionam-se em


gênero e número:
Teve de tomar doses triplas do medicamento.

Os numerais fracionários flexionam-se em gênero e número:


um terço dois terços
uma terça parte duas terças partes
Os numerais coletivos flexionam-se em número:
uma dúzia um milheiro
duas dúzias dois milheiros

Emprego dos numerais

• Para designar papas, reis, imperadores, séculos e partes em que se


divide uma obra, utilizam-se os ordinais até décimo e a partir daí os
cardinais, desde que o numeral venha depois do substantivo:

ordinais cardinais
João Paulo II (segundo) Tomo XV (quinze)
D.Pedro II (segundo) Luís XVI (dezesseis)
Século VIII (oitavo) Século XX (vinte)
Canto IX (nono) João XXIII (vinte e três)

• Para designar leis, decretos e portarias, utiliza-se o ordinal até nono e


o cardinal de dez em diante.
Artigo 1.º (primeiro) Artigo 10 (dez)
Artigo 9.° (nono) Artigo 21 (vinte e um)

• Para designar dias do mês, utilizam-se os cardinais, exceto na


indicação do primeiro dia, que é tradicionalmente feita pelo ordinal:
Chegamos dia dois de setembro.
Chegamos dia primeiro de dezembro.

• Ambos/ambas são considerados numerais. Significam “um e outro”,


“os dois” (ou “uma e outra”, “as duas”) e são largamente empregados
para retomar pares de seres aos quais já se fez referência:
Pedro e João parecem ter finalmente percebido a importância da
solidariedade.
Ambos agora participam das atividades comunitárias de seu bairro.

A forma “ambos os dois” é considerada enfática. Atualmente, seu uso


indica afetação, artificialismo.

VERBO
Verbo é a palavra que exprime um fato, localizando-o no tempo.
Geralmente exprime ideia de ação, estado ou fenômeno.
É importante ressaltar que os verbos podem expressar outros tipos de
fatos que não ação, estado ou fenômeno. Observe o exemplo abaixo:

Feliçar
Sou eu que faço você sofrer?

Ou é você que sofre por minha causa?

Ou, ainda, é você que sofre por sua própria causa?


Chegar a essa pergunta (leva anos e anos) e é essencial na relação do amor. A
resposta demandará muito tempo, sofrimento e, em cada caso, será diferente.
Mas, se encontrada, melhorará qualquer relação. Ou constatará o seu término.

Proponho, como exercício, uma atitude de troca. Onde se lê sofrer, leia-


se feliçar (eu feliço, tu feliças, ele feliça, nós feliçamos, vós feliçais, eles
feliçam).

Por que felicidade não tem verbo?

A pergunta, então ficaria: Sou eu que faço você feliz, ou é você que feliça por
minha causa?

Curiosa e masoquista a vida. O verbo sofrer é complicado.

Feliçar é simples. Por que a gente prefere conjugar o sofrer?


Artur da Távola
Você deve ter observado que no texto de Artur da Távola há o emprego
do verbo sofrer e do neologismo, criado para atuar como um
verbo, “feliçar”. Esses dois verbos, chamaremos assim ainda que a
palavra feliçar não conste no dicionário, não podem ser considerados
ações, estado ou fenômeno, portanto existem verbos que fogem a essa
classificação mais apressada e didática.
Verbo Ser
Que vai ser quando crescer?
Vivem perguntando em redor. Que é ser?
É ter um corpo, um jeito, um nome?
Tenho os três. E sou?
Tenho de mudar quando crescer? Usar outro nome, corpo e jeito?
Ou a gente só principia a ser quando cresce?
É terrível, ser? Dói? É bom? É triste?
Ser; pronunciado tão depressa, e cabe tantas coisas?
Repito: Ser, Ser, Ser. Er. R.
Que vou ser quando crescer?
Sou obrigado a? Posso escolher?
Não dá para entender. Não vou ser.
Vou crescer assim mesmo.
Sem ser Esquecer.
Carlos Drummond de Andrade
A língua portuguesa é riquíssima em vocábulos e existem,
aproximadamente, cerca de onze mil verbos, divididos em três subgrupos
chamados de conjugações. Conjugar um verbo é dizê-lo em todas as suas
formas nas diversas pessoas, números, tempos, modos e vozes. São três
as conjugações:
● Pertencem à primeira conjugação os verbos terminados em -ar: amar,
cantar, dançar;
● Pertencem à segunda conjugação os verbos terminados em -er: fazer,
comer, crescer;
● Pertencem à terceira conjugação os verbos terminados em -ir: pedir,
partir, sentir.
O verbo apresenta várias flexões. São elas:

● Pessoa: primeira, segunda e terceira;


● Número: singular e plural;
● Modo: indicativo, subjuntivo e imperativo;
● Tempo: presente, pretérito e futuro;
● Voz: ativa, passiva e reflexiva.
Além das conjugações e flexões, os verbos apresentam-se sob diferentes
formas, denominadas formas nominais. São elas: infinitivo,
gerúndio e particípio. Apresentam terminações próprias que podem
identificá-las com facilidade:
Forma
Terminação Exemplos
nominal
Infinitivo -r Dançar, fazer, sentir
Gerúndio -ndo Dançando, fazendo, sentindo
Particípio -ado (na 1ª conjugação) Dançado, falado, sentido
-ido (na 2ª e 3 ª conjugações)

ADVÉRBIO
Sabemos que em nossa língua portuguesa existem dez classes de palavras.
Destas, seis são variáveis, já que podem ser flexionadas em gênero,
número, grau, pessoa e tempo, são elas: artigo, adjetivo, pronome,
numeral, substantivo e verbo. Nosso objeto de estudo, o advérbio, está
entre as quatro classes gramaticais cujas palavras são chamadas de
invariáveis: advérbio, conjunção, interjeição e preposição.
As palavras invariáveis são aquelas que não sofrem modificações, dessa
forma, o advérbio não admite alteração em sua forma, e sua principal
função é modificar o verbo, desempenhando na oração a função de
adjunto adverbial. Pode também se referir a outro advérbio para
intensificá-lo, a um adjetivo ou a uma declaração inteira. O advérbio
denota uma circunstância e, conforme a situação, pode ser classificado
como advérbio de afirmação, dúvida, intensidade, lugar, modo, negação,
tempo etc. Vejamos alguns exemplos:
Certamente ele estudará para a prova.

advérbio de afirmação

Talvez viajaremos para a praia nas férias de julho.



advérbio de dúvida
Os alunos ficaram bastante preocupados com o resultado da avaliação de
Matemática. ↓
advérbio de intensidade
Os pais ficaram observando o filho ao longe enquanto ele brincava.

advérbio de lugar
O funcionário andava rapidamente para não se atrasar.

advérbio de modo
“A melhor definição do amor não vale um beijo.” (Machado de Assis)

advérbio de negação
“Sempre/Eu te contemplava sempre/Feito um gato aos pés da dona/Mesmo em
sonho estive atento/Para poder lembrar-te sempre (...)”.

advérbio de tempo
Como vimos, os advérbios são classificados de acordo com o sentido que
têm na frase. Quanto aos advérbios de intensidade, existe em relação a
eles uma particularidade, pois eles podem modificar não só os verbos,
como também podem intensificar o sentido de outros advérbios. Observe:

Carolina era uma mulher extremamente bonita.


↓ ↓
advérbio adjetivo
de intensidade
As amigas chegaram cedo demais para o espetáculo teatral.
↓ ↓
advérbio advérbio
de tempo de intensidade
Frequentemente o uso de algumas palavras invariáveis pode gerar
dúvidas, e essas dúvidas geralmente estão relacionadas com o advérbio e
o adjetivo. Para eliminar de vez esse tipo de questionamento, é
importante ressaltar que os adjetivos estão relacionados com um
substantivo e podem sofrer variação, enquanto os advérbios
relacionam-se com os verbos e não permitem variação em sua forma.
O advérbio, assim como muitas outras palavras existentes na Língua
Portuguesa, advém de outras línguas. Assim sendo, tal qual o adjetivo, o
prefixo “ad-” indica a ideia de proximidade, contiguidade. Essa
proximidade faz referência ao processo verbal, no sentido de
caracterizá-lo, ou seja, indicando as circunstâncias em que esse
processo se desenvolve.
Dessa forma, para melhor esclarecer o que estamos afirmando,
voltemos nossa atenção para um fragmento extraído de uma das
criações de Manuel Bandeira, intitulada “Poema só para Jaime Ovalle”:

[...]
Depois me deitei novamente, acendi um cigarro e fiquei pensando...
- Humildemente pensando na vida e nas mulheres que amei.
No segundo verso, constatamos que o vocábulo humildemente, por estar
acompanhando a forma verbal “pensando” (forma nominal do verbo
pensar – gerúndio), ocupa a função de caracterizá-la, ou seja, indicar a
forma como o “eu lírico” estava pensando – humildemente.
Dada essa constatação, podemos afirmar que o advérbio se relaciona
aos verbos da língua, no sentido de caracterizar os processos expressos
por ele. Contudo, ele não é modificador exclusivo desta classe (verbos),
pois também modifica o adjetivo e até outro advérbio. Para
constatarmos, eis que seguem alguns exemplos:
Para quem se diz distantemente alheio a esse assunto, você está até
bem informado.
Temos o advérbio “distantemente” que modifica o adjetivo alheio,
representando uma qualidade, característica.

O artista canta muito mal.


Nesse caso, o advérbio de intensidade “muito” modifica outro advérbio
de modo – “mal”.

Em ambos os exemplos pudemos verificar que se tratava de somente


uma palavra funcionando como advérbio. No entanto, ele pode estar
demarcado por mais de uma palavra, que mesmo assim não deixará de
ocupar tal função. Temos aí o que chamamos de locução adverbial,
representada por algumas expressões, tais como: às vezes, sem dúvida,
frente a frente, de modo algum, entre outras.
Mediante tais postulados, afirma-se que, dependendo das circunstâncias
expressas pelos advérbios, eles se classificam em distintas categorias,
uma vez expressas por:
Enquanto usuários da língua, dispomos de uma competência que nos torna
aptos a exercê-la em distintas situações comunicativas. Em uma delas,
de forma específica, usufruímos de tais competências de forma ainda
mais preponderante: naquela situação em que prevalece o padrão
formal da linguagem, ou seja, na escrita propriamente dita. Dessa
forma, ativando algumas habilidades, conscientizamo-nos de que
o advérbio - esse elemento que norteia o assunto em pauta – é utilizado
para indicar a circunstância em que se encontra o verbo, estando esse (o
verbo) imerso em um dado contexto oracional.
Nesse sentido, cabe ressaltar que distintas são essas circunstâncias, ou
seja, de modo, intensidade, lugar, negação, afirmação, instrumento,
dúvida, entre tantas outras. Assim, aprofundando ainda mais nosso
estudo, veremos a partir de agora que, de acordo com um determinado
contexto, um mesmo advérbio pode expressar circunstâncias distintas – o
que determina os aspectos peculiares de que falamos. Vejamos,
portanto, acerca desses traços:

* Alguns advérbios, a depender do emprego a que lhes são atribuídos,


expressam circunstâncias diferentes. Vejamos alguns exemplos:

O professor, pelo que nos relatou ontem, certamente virá.


Infere-se, portanto, que a circunstância em questão é de dúvida.
Pelo que nos relatou ontem, o professor virá certamente.
Detecta-se, pois, que a circunstância, a ideia agora se refere a uma
afirmação.
Aquele político discursa bem.
Afirmamos estar diante de uma circunstância de modo.
Como a garota se alimenta bem!
A circunstância, desta vez, agora é expressa pela ideia de intensidade.
* Nos casos em que, por motivos estilísticos, na oração aparecem dois
advérbios juntos, somente o último deles deve se constituir do sufixo “-
mente”, característica dos advérbios de modo. Atemo-nos ao exemplo
em questão:
Humilde e generosamente a população contribui com a doação de
alimentos aos desabrigados.

PREPOSIÇÃO
Preposição é a classe de palavras que liga palavras entre si; é
invariável; e estabelece relação de vários sentidos entre as palavras que
liga.

Sintaticamente, as preposições não exercem propriamente uma função:


são consideradas conectivos, ou seja, elementos de ligação entre
termos oracionais. As preposições podem introduzir:

• Complementos verbais: Obedeço “aos meus pais”.


• Complementos nominais: continuo obediente “aos meus pais”.
• Locuções adjetivas: É uma pessoa “de caráter”.
• Locuções adverbiais: Naquele momento agi “com cuidado”.
• Orações reduzidas: “Ao chegar”, foi abordado por dois ladrões.

As preposições podem ser de dois tipos:

1. Preposição essencial: sempre funciona como preposição.


Exemplo: a, ante, de, por, com, em, sob, até...

2. Preposição acidental: palavra que, além de preposição, pode assumir


outras funções morfológicas.
Exemplo: consoante, segundo, mediante, tirante, fora, malgrado...

Locução prepositiva

Chamamos de locução prepositiva o conjunto de duas ou mais palavras


que têm o valor de uma preposição. A última palavra dessas locuções é
sempre uma preposição.

Exemplos: por causa de, ao lado de, em virtude de, apesar de, acima
de, junto de, a respeito de...

As preposições podem combinar-se com outras classes gramaticais.

Exemplos: do (de + artigo o)


no (em + artigo o)
daqui (de + advérbio aqui)
daquele (de + o pronome demonstrativo aquele)

Emprego das preposições

- as preposições podem estabelecer variadas relações entre os termos


que ligam.

Ex.: Limpou as unhas com o grampo (relação de instrumento)


Estive com José (relação de companhia)
A criança arrebentava de felicidade (relação de causa)
O carro de Paulo é novo (relação de posse)

- as preposições podem vir unidas a outras palavras.


Temos combinação quando na junção da preposição com outra palavra
não houver perda de elemento fonético.
Temos contração quando na junção da preposição com outra palavra
houver perda fonética.

Contração Combinação
Do (de + o) Ao (a +o)
Dum (de + um) Aos (a + os)
Desta (de + esta) Aonde (a + onde)
No (em + o)
Neste (em + este)

- a preposição a pode se fundir com outro a. Essa fusão é indicada pelo


acento grave ( `) e recebe o nome de crase.
Ex.: Vou à escola (a+a)

CONJUNÇÃO
Conjunção

A palavra “conjunção” provém de “conjunto”. Vejamos a definição do


último termo no dicionário Aurélio: Conjunto: adj. 1. Junto
simultaneamente. sm. 2 Reunião das partes dum todo.
Já o sufixo -ção tem significado de “resultado de uma ação”. Logo, se
associarmos as duas definições, temos que: conjunção é a ação de
juntar simultaneamente as partes de um todo.
Com essa primeira definição, vejamos essa frase composta por três
verbos, ou seja, por três orações:

Os dias passam, as prestações chegam, a vida continua.

Vamos acrescentar na frase acima as palavras e e mas:

Os dias passam e as prestações chegam, mas a vida continua.

Notamos o seguinte: retiramos a vírgula e substituímos por palavras, e


ao fazê-lo ligamos uma oração à outra, criamos um vínculo, uma união.
A palavra e está ligando as orações 1 e 2 e a palavra mas está ligando as
orações 2 e 3. Portanto, as palavras e e mas que unem as frases são
exemplos de conjunção.
Agora, vejamos esse outro exemplo:

Amor e carinho são sentimentos que estão em falta no nosso dia a dia.

Observamos que as palavras amor e carinho têm a mesma função na


frase, a de sujeito da oração. O e está ligando essas duas palavras
equivalentes, ou seja, de mesma função na oração. A ação de unir
simultaneamente as partes (amor, carinho) de um todo (sujeito) foi
feita a partir da palavra e, a qual é, portanto, uma conjunção.

Podemos agora definir conjunção de uma segunda maneira, a usada pela


maioria dos gramáticos, por ser definição do dicionário:

Conjunção é a palavra invariável que relaciona duas orações ou dois


termos que exercem a mesma função sintática.

Conjunção coordenada e subordinada

As conjunções podem ser classificadas em coordenativas e


subordinativas, o que dependerá da relação que estabelecem entre as
orações.
Vejamos essas duas frases:
Maria caiu e torceu o tornozelo.
Gostaria que você fosse sincera.

No primeiro caso temos duas orações independentes, já que


separadamente elas têm sentido completo: Maria caiu e Maria torceu o
tornozelo. O período é composto por coordenação, pois as ações são
sintaticamente completas em significado.
No segundo caso, uma oração depende sintaticamente da outra. O verbo
“gostaria” fica sem sentido se não há complemento, o que causa o
questionamento seguinte: “gostaria de quê?”. Assim, a oração “que
você fosse sincera” é complemento e, portanto, subordinada à primeira
oração “Gostaria”. A palavra que, então, é a conjunção subordinativa
que une as duas orações.

Locução conjuntiva

Há ainda a locução conjuntiva, que acontece quando duas ou mais


palavras exercem a função de conjunção. Alguns exemplos são: desde
que, assim que, uma vez que, antes que, logo que, ainda que.
Vejamos um exemplo:

Ele irá te ajudar, desde que você faça a sua parte.

Temos duas orações: “Ele irá te ajudar” e “você faça a sua parte”,
ligadas pela locução conjuntiva desde que.

Conjunções Subordinativas

A conjunção é a palavra que une orações ou termos de uma oração que


possuem mesma função. Essa relação estabelecida entre as orações
pode ser independente, quando se trata de orações coordenadas; ou
dependente, quando se trata de subordinadas.
Quando a conjunção exerce seu papel de ligar as orações, e estabelece
entre elas uma relação de dependência sintática, temos subordinação.
Veja o exemplo:

Maria confirmou que não esteve em casa hoje.

As duas orações estão ligadas pela conjunção que e têm relação de


dependência entre si, uma vez que na primeira oração (Maria
confirmou) o verbo “confirmou” não tem por si só sentido completo e
depende da segunda (que não esteve em casa hoje) para tê-lo. No
entanto, a segunda oração é a subordinada, já que está sujeita à
primeira, com função de complemento do verbo. Assim temos a oração
principal: Maria confirmou, e a oração subordinada: que não esteve em
casa hoje, ligadas pela conjunção integrante que, a qual é
subordinativa, pelo fato de estar unindo a oração subordinada à oração
principal.
Podemos classificar as conjunções subordinativas em:
• integrantes – são introdutórias de orações subordinadas substantivas:
que, se, como, etc.;
Exemplo: Não sei dizer se ele chegou.

• causais – exprimem causa: porque, como, uma vez que, já que, etc.;
Exemplo: Eu sou feliz porque tenho uma família.

• concessivas – exprimem concessão: embora, ainda que, mesmo que,


apesar de que, etc.;
Exemplos: Quando fui dormir ainda estava claro, ainda que passasse das
sete da noite.
Apesar de estarmos refletindo mais sobre a economia do país, os juros
só tem aumentado.

• condicionais – exprimem condição ou hipótese: se, desde que,


contanto que, caso, se, etc.;
Exemplo: Avise-me caso eles já saibam da nova lei.

• conformativas – exprimem conformidade: conforme, segundo, como,


consoante.;
Exemplo: Conforme ia passando o tempo, meu corpo cansava cada vez
mais.

• comparativas – estabelecem comparação: como, mais...do que,


menos...do que, etc.;
Exemplo: Estou mais feliz hoje do que ontem.
Ele chorou como quem tivesse perdido algo de muito valor sentimental.

• consecutivas – exprimem consequência: de forma que, de sorte que,


que, etc.;
Exemplo: Estudou tanto que adormeceu.

• finais – exprimem finalidade: a fim de que, que, porque, para que,


etc.;
Exemplo: Vamos embora a fim de que possamos assistir ao filme.

• proporcionais - estabelecem proporção: à medida que, à proporção


que, ao passo que, etc.;
Exemplo: À medida que estudo todos os dias, minha memória se torna
melhor.

• temporais – indicam tempo: quando, depois que, desde que, logo que,
assim que, etc..
Exemplo: Desde que você foi embora, meu coração gerou expectativa
para que voltasse.

Conjunções Coordenativas

A conjunção é a palavra que liga duas orações ou termos de mesma


função na oração. Quando a conjunção exerce seu papel de ligar as
orações, estabelece entre elas uma relação de coordenação ou
subordinação.
As orações coordenadas são independentes entre si, ou seja, possuem
significado singular, mesmo que ligadas pela conjunção. Veja o
exemplo:

A lua surgiu e as estrelas inundaram o céu de luz.

As duas orações estão ligadas pela conjunção e e não têm relação de


dependência entre si. Então, a primeira oração (A lua surgiu) tem
sentido completo e independe da segunda (As estrelas inundaram o céu
de luz) para tê-lo; e assim também é a segunda em relação à primeira.
Duas ou mais orações que mantêm independência entre si chamam-se
coordenadas, e consequentemente, a conjunção que liga tais orações é
denominada conjunção coordenativa.
A conjunção coordenativa também ocorre quando duas palavras são
ligadas na mesma oração. Veja o exemplo:

Ele venderá brinquedos ou revistas.

Observe que a conjunção ou está ligando duas palavras: brinquedos e


revistas, as quais exercem o mesmo papel de objeto direto na oração.
Podemos classificar as conjunções coordenativas em:

• aditivas - exprimem ideia de adição, soma: e, não só, mas também,


nem (= e não) etc.;
Exemplos: Fui à escola e joguei bola.
Não fui à escola nem joguei bola.

• adversativas – exprimem ideia de contraste, oposição: mas, porém,


contudo, no entanto, entretanto, etc.;
Exemplos: Fui à escola, porém não levei meu caderno.
Fui à escola, no entanto, não prestei atenção nas explicações.

• alternativas – exprimem ideia de alternância ou exclusão: ou, ou...ou,


ora...ora, etc.;
Exemplos: Ou estudo para a prova, ou tiro nota baixa.
Ora como fastfood, ora me alimento bem.

• conclusivas – exprimem ideia de conclusão: pois, logo, portanto, por


isso, etc.;
Exemplos: Pratiquei exercícios físicos, por isso me senti muito melhor.
Aquele medicamento é tarja preta, logo, deve ser vendido somente com
receita.
• explicativas – exprimem ideia de explicação: porque, que, etc..
Exemplos: Ele deve ter saído da escola, pois não veio mais.
Não quero mais comer, porque estou satisfeito.

INTERJEIÇÃO
A interjeição faz parte da classe de palavras invariáveis da língua
portuguesa e tem como principal objetivo traduzir para o papel a emoção
presente na fala. Quando representada na escrita, vem seguida de um
ponto de exclamação, sendo conhecida também como “palavra-chave”,
pois representa em uma pequena expressão uma frase que poderia ser
descrita em um enunciado mais elaborado.
As interjeições representam as inúmeras reações emotivas dos falantes e
podem assumir o papel do vocativo, além de unidades verbais, como o
modo imperativo. Podem ser representadas por quatro tipos:
1) Sons vocálicos: Oh! Ah! Ui!

2) Palavras utilizadas na língua: Olá! Oba! Puxa! Ora!

3) Palavras que reproduzem ruídos animais ou de objetos: Tic tac, cliq,


pá!

4) Locuções interjetivas: Ai de mim! Cruz-credo!

As interjeições estão presentes em nossos atos de fala, sendo representadas na escrita por quatro diferentes tipos,
sempre seguidas de exclamação *
As interjeições podem também expressar ideias de:

Alívio: Ah!
Admiração: Oh!
Desejo: Tomara!
Dor física: Ai!
Impaciência: Arre!
Saudação: Olá!
Despedida: Tchau!
É importante observarmos que as interjeições dependem dos contornos
melódicos que conferimos a elas no momento da fala, tornando-as mais
ou menos expressivas de acordo com o contexto no qual o falante está
inserido.

Interjeição é a palavra invariável que exprime emoções, sensações,


estados de espírito; ou que procura agir sobre o interlocutor, levando-o
a adotar certo comportamento sem que, para isso, seja necessário fazer
uso de estruturas linguísticas mais elaboradas.

• Ah! Pode exprimir prazer, deslumbramento, decepção;


• Psiu! Pode indicar que se está querendo atrair a atenção do
interlocutor, ou que se deseja que ele faça silêncio.

Outras interjeições e locuções interjetivas podem expressar:

• Alegria: oh!, ah!, oba!, viva!;


• Dor: ai!, ui!;
• Espanto, surpresa: oh!, ah!, ih!, opa!, céus!, puxa!, chi!, gente!,
hem?!, meu Deus!, uai!;
• Chamamento: olá!, alô!, ô!, oi!, psiu!, psit!, ó!;
• Medo: uh!, credo!, cruzes!, Jesus!, ai!;
• Desejo: tomara!, oxalá!, queira Deus!, quem me dera!;
• Pedido de silêncio: psiu!, calado!, quieto!, bico fechado!;
• Estímulo: eia!, avante!, upa!, firme!, toca!;
• Afugentamento: xô!, fora!, rua!, toca!, passa!, arreda!;
• Alívio: ufa!, uf!, safa!;
• Cansaço: ufa!.

A compreensão de uma interjeição depende da análise do contexto em


que ela aparece.
Quando a interjeição é expressa por mais de um vocábulo, recebe o
nome de locução interjetiva.
Ora bolas!, cruz credo!, puxa vida!, valha-me Deus!, se Deus quiser!
Macacos me mordam!

A interjeição é considerada palavra-frase, caracterizando-se como uma


estrutura à parte. Não desempenha função sintática.

SINÔNIMOS
Sinônimo é uma palavra de origem grega (syn + ónyma) que significa
“com + nome”. De maneira geral, podemos dizer que os sinônimos são
palavras de mesma classe gramatical que possuem significados
idênticos ou muito próximos. Uma palavra é considerada sinônima de
outra quando pode substituí-la em diferentes contextos sem que haja
alteração de sentido.
Na Semântica, campo de estudos sincrônico e/ou diacrônico da
significação das palavras, os sinônimos são classificados
em perfeitos e imperfeitos. Vejamos cada um deles:

→ Sinônimos perfeitos
Os sinônimos perfeitos são palavras que têm significados idênticos.
Observe os exemplos a seguir:
• Após e depois
Diogo chega somente após as 18h.
Diogo chega somente depois das 18h.
• Morrer e falecer
Ele faleceu às 9h do dia 14 de setembro, no hospital Santa Cecília.
Ele morreu às 9h do dia 14 de setembro, no hospital Santa Cecília.
• Alfabeto e abecedário
Nosso alfabeto é composto por 26 letras.
Nosso abecedário é composto por 26 letras.
• Léxico e vocabulário
A escolha do léxico deve estar relacionada com o contexto de produção e
circulação dos enunciados.
A escolha do vocabulário deve estar relacionada com o contexto de produção e
circulação dos enunciados.
• Língua e idioma
A língua é uma das maiores heranças culturais de um povo.
O idioma é uma das maiores heranças culturais de um povo.
• Casamento e matrimônio
O casamento é a mais complexa forma de relação interpessoal.
O matrimônio é a mais complexa forma de relação interpessoal.
→ Sinônimos imperfeitos
Os sinônimos imperfeitos são palavras que têm significados muito
próximos, porém, não idênticos. São também considerados imperfeitos
porque não podem ser substituídos nos mais variados contextos
discursivos. Observe os exemplos a seguir:
• Feliz e alegre
► Exemplos de enunciados em que não há alteração semântica.
Mariana ficou muito feliz com o presente.
Mariana ficou muito alegre com o presente.
► Exemplos de enunciados que sofrem uma sensível alteração semântica.
Eu sou muito feliz.
Eu sou muito alegre.
Observe que tanto o adjetivo “feliz” quanto o substantivo “felicidade”
indicam um sentimento muito mais abrangente e duradouro do que o
adjetivo “alegre” e o substantivo “alegria”, que apontam para algo
mais passageiro.
► Veja outros exemplos e observe os efeitos de sentido entre
os sinônimos imperfeitos em diferentes contextos:
• Ouvir e escutar
→ Não consegui escutar o que estava dizendo.
→ Não consegui ouvir o que estava dizendo.
(semanticamente semelhantes)
→ Ouça os conselhos de sua mãe. (relacionado à capacidade auditiva -
ouvido: ouvir)
→ Escute os conselhos de sua mãe. (relacionado a ouvir com atenção,
ouvir e seguir os conselhos)
Conhecer e estudar a respeito dos sinônimos é muito importante para
que possamos ampliar nosso repertório lexical a fim de evitar a repetição
de palavras quando precisamos redigir um texto.

ANTÔNIMOS

Antônimos são nomes que damos às palavras que têm sentido


contrário a outras. Exemplo: claro - escuro.

FRASE, ORAÇÃO e PERÍODO


Frase, oração e período são fatores constituintes de qualquer texto
escrito em prosa, pois o mesmo compõe-se de uma sequencia lógica de
ideias, todas organizadas e dispostas em parágrafos minuciosamente
construídos.
Por isso, é importante saber o conceito de cada um deles. Então vamos
lá!

Frase – É todo enunciado linguistico dotado de significado, ou seja, é


uma comunicação clara, precisa e de fácil entendimento entre os
interlocutores, seja na língua falada ou escrita.

Neste caso, temos a frase nominal e verbal. A frase nominal não é


constituída por verbo.
Ex: Que dia lindo!

Já na frase verbal há a presença do verbo.

Ex: Preciso de sua ajuda.

Oração - É todo enunciado linguístico dotado de sentido, porém há,


necessariamente, a presença do verbo ou de uma locução verbal. Este
verbo, por sua vez, pode estar explícito ou subentendido.

Ex: Os garotos adoram ir ao cinema e depois ao clube.

Podemos perceber a presença do sujeito e do predicado.

Período – É um enunciado linguístico que se constitui de uma ou mais


orações. Este se classifica em:

- Período simples - formado por apenas uma oração, também


denominada de oração absoluta.

Ex: Os professores entregaram as provas.

-Composto - formado por duas ou mais orações

Ex: Hoje o dia está lindo, por isso os garotos irão ao cinema, ao clube e
depois voltarão para casa felizes.

SUJEITO e PREDICADO
Sujeito: é o termo da oração que funciona como suporte de uma
afirmação feita através do predicado.

Predicado: é o termo da oração que, através de um verbo, projeta


alguma afirmação sobre o sujeito.

Exemplo:
A pequena me contou a novidade com
criança alegria no olhar.
Predicado
Sujeito
Para ajudar a localizar o sujeito há três critérios:
• Concordância: o verbo está sempre na mesma pessoa e número que o
seu sujeito;
• Posição: normalmente, o sujeito precede o verbo e, mesmo que venha
depois, pode ser transposto naturalmente para antes;
• Permutação: quando o núcleo do sujeito é um substantivo, pode ser
permutado pelos pronomes ele, ela, eles, elas.

Tipos de sujeito

• Sujeito determinado: ocorre quando a terminação do verbo e o


contexto permitem:

- reconhecer que existe um elemento ao qual o predicado se refere;

- indicar quem é esse elemento.

Exemplo: A carrocinha levou meu cachorro.

O sujeito determinado pode ainda ser subclassificado como:

Sujeito determinado simples: aquele que tem apenas um núcleo.

Exemplo: A mãe levantou-se aborrecida.

Sujeito determinado composto: aquele que tem mais de um núcleo.

Exemplo: Arroz e feijão não saíam de nossos pratos.

O sujeito determinado pode não ocorrer explícito na oração. Há quem


costume classificá-lo como:

- sujeito determinado implícito na desinência verbal;

- sujeito elíptico;

- sujeito oculto;

Exemplo: Vou ao cinema na sessão das dez.


(sujeito = eu – implícito na desinência verbal)

• Sujeito indeterminado: ocorre quando a terminação do verbo e o


contexto permitem reconhecer que:

- existe um elemento ao qual o predicado se refere, mas


- não é possível identificar quem é, nem quantos são esses elementos.

Exemplo: Chegaram da festa tarde demais.

Há duas maneiras de se indeterminar o sujeito:

- pode-se colocar o verbo na terceira pessoa do plural, sem referência a


nenhum antecedente;

Exemplo: Dizem péssimas coisas sobre você.

- justapondo-se o pronome se – índice de indeterminação do sujeito – ao


verbo na terceira pessoa do singular.

Exemplo: Precisa-se de balconista.

* Quando o verbo está na terceira pessoa do plural, fazendo referência a


elementos antecedentes, o sujeito classifica-se como determinado.

Exemplo: A sua família não te respeita. Dizem péssimas coisas sobre


você.

* É preciso não confundir a classificação do sujeito em frases


aparentemente equivalentes como as que seguem:

Exemplos: Discutiu-se o fato.

Discordou-se do fato.

Na primeira, o sujeito é determinado; na segunda é indeterminado.

Para compreender a diferença entre um caso e outro, é preciso levar


em conta que o pronome se pode funcionar como:

• Partícula apassivadora: nesse caso, sempre há na frase um sujeito


determinado;

• Índice de indeterminação do sujeito: nesse caso, o sujeito é


indeterminado.

Se – Partícula apassivadora

Quando o pronome se funciona como partícula apassivadora, ocorre a


seguinte estrutura:
• Verbo na terceira pessoa (singular e plural)

• Pronome se;

• Um substantivo (ou palavra equivalente) não precedido de preposição;

• É possível a transformação na voz passiva com o verbo ser (voz passiva


analítica).

Exemplo:
Contou se a história.
verbo na substantivo
3ª pronome sem
pessoa preposição.
Transformação:

a
Foi contada
história.
voz passiva analítica (com o
verbo ser)
A análise da frase anterior será então a seguinte:

Contou se a história.
Voz passiva sujeito
partícula
sintética ou determinado
apassivadora
pronominal simples

Se – Índice de indeterminação do sujeito

Quando o pronome se funciona como índice de indeterminação do


sujeito, ocorre esta estrutura:

• Verbo na terceira pessoa do singular;

• Pronome se;

• Não ocorre um substantivo sem preposição que possa ser colocado


como sujeito do verbo na voz passiva analítica.

Exemplo:
Falou se da história.
verbo na 3ª substantivo
pessoa do pronome com
singular preposição
Transformação na voz passiva analítica – não é possível. A frase terá
então a seguinte análise:

da
? falou se
história
verbo
índice de
sujeito na
indeterminação objeto
indeterminado voz
do sujeito
ativa
• Sujeito inexistente: ocorre quando simplesmente não existe elemento
ao qual o predicado se refere.

Exemplo: Choveu durante o dia.

O verbo que não tem sujeito chama-se impessoal e os verbos impessoais


mais comuns são os seguintes:

- haver: no sentido de existir, acontecer e na indicação de tempo


passado.

Exemplo: Houve poucas reclamações.

- fazer: na indicação de tempo passado e de fenômenos da natureza.

Exemplo: Faz dois anos que te perdi.

- ser: na indicação de tempo e distância.

Exemplo: É dia.

- todos os verbos que indicam fenômenos da natureza;

Exemplo: Nevou durante a madrugada.


Choveu muito durante o dia.

Para compreendermos os tipos de predicado existentes na Língua


Portuguesa, temos, primeiramente, que saber a definição
de predicado.

Predicado é tudo o que se declara acerca do sujeito, ou seja, é tudo


que há na frase que não é o sujeito.

Predicado Verbal
O predicado verbal possui obrigatoriamente um verbo, o qual é o núcleo
do predicado. O verbo é núcleo do predicado quando é nocional, ou
seja, que demonstra uma ação.

Os alunos estudam todos os dias para o concurso.

Observe na frase que o verbo “estudam” evidencia uma ação: o ato de


estudar, e diz respeito ao sujeito “os alunos” ao mesmo tempo que é
complementado pelo restante do predicado “todos os dias para o
concurso”. Porém, como o núcleo do predicado é o verbo “estudam”,
chamamos o predicado de verbal.

Predicado Nominal

No predicado nominal o núcleo do predicado é um nome, o qual exerce


a função de predicativo do sujeito.
Predicativo do sujeito é um termo que dá significado, atributo,
característica ao sujeito ou, ainda, exprime seu estado ou modo de ser.
O predicativo é conectado ao sujeito sempre através de um verbo de
ligação.

1ª. Ela está cansada.


2ª. As taxas de juros continuam elevadas.

Observe na primeira oração que “cansada” é um atributo dado ao


sujeito “Ela”. O sujeito “Ela” e o predicado nominal “cansada” estão
conectados pelo verbo de ligação “está”.
Na segunda frase, observamos o mesmo processo anterior de análise:
perguntamos quem continua? e continua o quê? E temos as respostas:
“as taxas de juros” (sujeito) e “elevadas” (predicado nominal), ou seja,
o predicativo nominal só atribui significado ao sujeito quando ligado
pelo verbo de ligação (continuam). A oração só tem sentido pelo
complemento (predicado) “elevadas”, o qual é, portanto, o núcleo do
predicado nominal.

Predicado verbo-nominal

O predicado verbo-nominal possui dois núcleos: um verbo nocional,


como vimos no predicado verbal, e um predicativo, que pode referir-se
tanto ao sujeito quanto ao verbo.

Os alunos estudaram cautelosos para o simulado.

Observamos na frase que há dois núcleos: o verbo nocional (estudaram),


ou seja, o sujeito praticou uma ação. No entanto, há uma característica
dada ao sujeito “cautelosos”, que é, portanto, uma predicação, uma
qualidade concedida ao sujeito, logo, é o predicativo do sujeito.
Poderíamos desdobrar a última oração em duas:

Os alunos estudaram para o simulado. Eles foram cautelosos.

Na primeira oração temos um predicado verbal “estudaram para o


simulado”, no qual o núcleo é o verbo nocional “estudaram”. Já na
segunda oração o núcleo do predicado é um nome “cautelosos”
conectado por um verbo de ligação (foram) ao sujeito (Eles) e,
portanto, é um predicado nominal.

CLASSIFICAÇÃO DAS ORAÇÕES


A seção com a qual você se depara neste momento diz respeito às orações
coordenadas e orações subordinadas. Pois bem, sem nenhuma dúvida,
tal fato linguístico o (a) faz relembrar algo: período composto.
Ora, se se trata de um período, obviamente que nele há duas orações, e
éexatamente no estudo delas que reside todo o conhecimento que a
partir de agora você irá adquirir. Nesse sentido, gostaríamos - ainda que
de forma superficial- que você se atentasse para os dois exemplos que
abaixo se mostram evidentes:
Ela chegou e apresentou as novas ações a serem executadas.
Em termos de construção sintática, não precisamos ir muito além para
constatarmos que as duas orações não mantêm entre si nenhuma
relação de dependência para que se tornem decifráveis, completas. Isso
significa dizer que se classificam como orações coordenadas.
Assim que ela chegou, apresentou as novas ações a serem executadas.
Em se tratando dos elementos sintáticos, não podemos afirmar que tais
orações se assemelham às coordenadas, haja vista que a primeira
oração (assim que ela chegou) apresenta uma relação de dependência
para com a segunda – o que significa afirmar que se classificam
como orações subordinadas.

Orações Coordenadas e Subordinadas


• Orações Coordenadas
Coordenação é um processo de ligação de frases independentes, ou seja, entre duas orações
coordenadas não existe relação de dependência, uma não está dependente da outra para ter
sentido próprio.

Cada frase está ligada a outra por palavras designadas conjunções.

Assim, as frases assumem a designação de coordenadas e as conjunções designam-se por


coordenativas. As conjunções e locuções da frase é que dão nome a oração.
Alguns Exemplos:
• Aditivas:
1. O Senado está em situação difícil e não tem mais como se esconder.
2. Lúcia terminou a prova e saiu.
3. Lúcia não fez a prova nem explicou o porquê.
• Adversativas:
1. A mulher tentou deter o assaltante, contudo não conseguiu.
2. Aluna matriculada pede dispensa de disciplina, mas a universidade não
aceitou o pedido.
3. Lúcia terminou a prova, mas não assinou a lista de presença.
• Alternativas:
1. Decide-se agora, ou perderás a chance de ir à Europa.
2. Ora ele agrada, ora ele xinga.
• Conclusivas:
1. Acabou a grana, portanto cada um deve procurar um trabalho.
2. Ele xinga e logo agrada, portanto é perturbado! Ele falou pouco, todavia
disse o que precisava.
• Explicativas:
1. Não vá, porque isso nunca deu certo.
2. João não respondeu, pois não lhe deixaram falar.
3. Não fale isso, que é muito feio!

• Orações Subordinadas
Subordinação é um processo de ligação entre duas orações em que uma se torna dependente
da outra. Assim cada frase assume a designação de subordinada.
*Orações Subordinadas Relativas com Antecedente

Na identificação de uma oração relativa é preciso, em primeiro lugar, observar se


existe a conjunção que na frase, e em segundo lugar, ver qual é o antecedente da
conjunção que. Se o antecedente for um nome, estamos perante uma Oração
Subordinada Relativa.

As orações subordinadas relativas podem ser de duas formas, Restritivas ou


Explicativas.
• Restritivas - São introduzidas pela conjunção relativa que, tendo a função
de restringir a informação dada sobre o antecedente. Restringem, ou seja, limitam
a significação de um nome ou pronome. São indispensáveis na frase e como se
ligam ao antecedente sem pausa não se separam por vírgulas.
• Explicativas - São introduzidas pela conjunção relativa que, tendo a função
de acrescentar ao antecedente uma qualidade acrescida, esclarecendo melhor a
significação. Não são indispensáveis na frase, na fala marca-se uma pausa e
aparece na escrita entre vírgulas.
Resumindo e Concluindo:

Você está perante uma Oração Relativa com Antecedente. Para identificar se ela
é Restritiva ou Explicativa, é fácil, basta observar se na frase existe algo entre
vírgulas, se existir é uma Explicativa, se não existir é uma Restritiva.
---------------------------------------------------------------

Em relação as Orações Subordinadas Concessivas, estas transmitem uma ideia de


oposição/ obstáculo, sendo assim, a ação enunciada na oração subordinante irá se
realizar mesmo tendo uma oposição.

Existem três formas de expressão da Subordinada Concessiva, ou seja, encontrando


uma destas três situações você está perante este tipo de Subordinada, observe:

• Tendo umas destas conjunções: Embora, conquanto, ... + Conjuntivo;


• Tendo uma destas locuções: Ainda que, mesmo que, posto que, nem que,
se bem que,... + Conjuntivo;
• Tendo expressões circunstanciais + Infinitivo ou Gerúndio.
------------------------------------------------------------------

A Oração Subordinada Consecutiva é a orações subordinada que se apresenta


como a consequência da subordinante onde aparece uma conjunção de ligação.

De maneira qu; de modo que; de tal maneira que; de forma que; de tal sorte
que; tanto .... que; tão ... que; ....

----------------------------------------------------------------------

A Oração Subordinada Comparativa estabelece uma relação de comparação e por


vezes o verbo está omitido (subentendido).
ex:. =Como
Tal como um guerreiro enfurecido, Anderson correu para salvar sua pátria.

----------------------------------------------------------------------

Alguns Exemplos:

• Causais (Exprimem a causa do facto que ocorreu na oração principal):


1. A menina chorou porque apanhou da mãe
2. Já que está chovendo vamos dormir. (Já tem significado
de como (com sentido de porque). Como está chovendo vamos dormir).
• Temporais (Indicam circunstância de tempo):
1. Logo que chegou, sentou-se no sofá.
2. Quando chegou, sentou-se no sofá.
• Comparativas (Existe uma comparação):
1. Essa mulher fala como um papagaio...
• Finais (Exprimem finalidade):
1. Todos estudam para que possam vencer.
• Condicionais (Expressa uma condição):
1. Se chover, não irei à praia.
• Concessivas (Indica uma concessão):
1. Embora chova, vou à praia.
• Consecutivas (Traduz consequência):
1. Falei tanto, que fiquei rouco.
• Relativas Restritivas:
1. Os livros de Machado de Assis que eu li são muito bons.
• Relativas Explicativas:
1. Os livros de Machado de Assis, que eu li, são muito bons.
• Integrantes:
1. Ela jurou que não fizera nada.

CONCORDÂNCIA NOMINAL
A Concordância Nominal é o acordo entre o nome (substantivo) e seus
modificadores (artigo, pronome, numeral, adjetivo) quanto ao gênero
(masculino ou feminino) e o número (plural ou singular).

Exemplo: Eu não sou mais um namultidão capitalista.

Observe que, de acordo com a análise da oração, o termo “na” é a


junção da preposição “em” com o artigo “a” e, portanto, concorda com
o substantivo feminino multidão, ao mesmo tempo em que o adjetivo
“capitalista” também faz referência ao substantivo e concorda em
gênero (feminino) e número (singular).

Vejamos mais exemplos:

Minha casa é extraordinária.

Temos o substantivo “casa”, o qual é núcleo do sujeito “Minha casa”. O


pronome possessivo “minha” está no gênero feminino e concorda com o
substantivo. O adjetivo “extraordinária”, o qual é predicativo do sujeito
(trata-se de uma oração com complemento conectado ao sujeito por um
verbo de ligação), também concorda com o substantivo “casa” em
gênero (feminino) e número (singular).

Para finalizar, veremos mais um exemplo, com análise bem detalhada:


Dois cavalos fortes venceram a competição.

Primeiro, verificamos qual é o substantivo da oração acima: cavalos. Os


termos modificadores do substantivo “cavalos” são: o numeral “Dois” e
o adjetivo “fortes”. Os termos que fazem relação com o substantivo na
concordância nominal devem, de acordo com a norma culta, concordar
em gênero e número com o ele.
Nesse caso, o substantivo “cavalos” está no masculino e no plural e a
concordância dos modificadores está correta, já que “dois” e “fortes”
estão no gênero masculino e no plural. Observe que o numeral “dois”
está no plural porque indica uma quantidade maior do que “um”.

Então temos por regra geral da concordância nominal que os termos


referentes ao substantivo são seus modificadores e devem concordar
com ele em gênero e número.

Importante: Localize na oração o substantivo primeiramente, como foi


feito no último exemplo. Após a constatação do substantivo, observe o
seu gênero e o número. Os termos referentes ao substantivo são seus
modificadores e devem estar em concordância de gênero e número com
o nome (substantivo).

Casos especiais de concordância nominal

Para não cometer deslizes gramaticais, é preciso ficar atento aos casos especiais
de concordância nominal da língua portuguesa.

existem os casos especiais de concordância nominal, ou seja, casos


particulares aos quais devemos estar sempre atentos. São eles:

1. Se na oração houver mais de um substantivo e se eles estiverem no singular


e forem do mesmo gênero, o adjetivo, exercendo função de adjunto adnominal,
poderá ficar no singular ou irá para o plural:

Marcelo agiu com paciência e coragem admirável.

Marcelo agiu como paciência e coragem admiráveis.


2. Quando os substantivos estiverem no singular e pertencerem a diferentes
gêneros, o adjetivo deverá concordar com o mais próximo ou ir para o masculino
plural:

Ele vestia casaco e calça vermelha.

Ele vestia casaco e calça vermelhos.

3. Quando os substantivos estiverem no plural e forem de gêneros diferentes,


o adjetivo, quando desempenhar o papel de adjunto adnominal, deverá
concordar com o mais próximo ou ir para o masculino plural:

Fomos a um antiquário e vimos objetos e pinturas antigas.

Fomos a um antiquário e vimos objetos e pinturas antigos.

4. Quando os substantivos pertencerem a gênero e número diferentes, o


adjetivo, exercendo o papel de adjunto adnominal, deverá concordar com o
mais próximo ou ir para o masculino plural:

Interesso-me pelo cinema e pelas tradições francesas.

Interesso-me pelo cinema e pelas tradições franceses.

Interesso-me pelas tradições e pelo cinema francês.

5. Quando, ao exercer a função de adjunto adnominal, o adjetivo estiver


anteposto a dois ou mais substantivos, ele deverá concordar com o mais
próximo:

Víamos estranhos homens e mulheres.

Víamos estranhas mulheres e homens.

6. Quando o adjetivo exercer a função de predicativo do sujeito, ele deverá


concordar com todos os elementos do sujeito:
A cozinha e os banheiros estavam sujos.
↓ ↓ ↓
sujeito verbo de ligação predicativo do sujeito

7. Quando o adjetivo exercer a função de predicativo do objeto, ele deverá


concordar em gênero e número com o núcleo do objeto. Se houver dois ou mais
núcleos de gêneros diferentes, ele deve ir para o masculino plural:

Vimos as portas e o carro destruídos.


↓ ↓ ↓
VTD OD predicativo do objeto

Vimos destruídos as portas e o carro.


↓ ↓ ↓
VTD predicativo do objeto OD

8. As expressões um e outro e nem um e nem outro deixam o substantivo no


singular, mas o adjetivo deve ir para o plural:

Abordamos um e outro caso inacreditáveis.

Não encontramos nem um nem outro diretor reeleitos.

9. Quando houver na oração numerais ordinais, o substantivo pode ficar tanto


no singular quanto no plural, contanto que todos os numerais estejam
antecedidos de artigo:

Perdi a primeira e a segunda sessão.

Perdi a primeira e a segunda sessões.

10. Mesmo, próprio, quite, leso, incluso, anexo, obrigado, entre outros,
devem concordar normalmente com a palavra a que fazem referência:

Ele mesmo disse isso.

Eles mesmos disseram isso.


Ela mesma disse isso.

Elas mesmas disseram isso.

11. Palavras como bastante, meio, caro, barato e só sofrem variação quando
têm valor de adjetivo:

Havia bastante gente no supermercado.

Tenho bastantes discos de vinil.

Tomei meia taça de vinho.

Tomei várias meias taças de vinho.

Ela sempre gostou de sapatos caros.

Ela nunca gostou de roupas baratas.

Meus primos sempre moraram sós.

12. Quando estiverem antepostos a vários adjetivos, os substantivos admitem


três construções:

Estudo as culturas angolana e portuguesa.

Estudo a cultura angolana e a portuguesa.

Estudo a cultura angolana e brasileira.

13. O adjetivo permanecerá invariável quando o sujeito não for determinado


por artigo ou por pronome demonstrativo:

Pizza é gostoso.

Dieta é bom para emagrecer.

É proibido entrada.
Caso o sujeito for determinado por artigo ou pronome demonstrativo, a
concordância deverá ser feita normalmente:

A pizza daquele restaurante é gostosa.

A dieta dos pontos é boa para emagrecer.

É proibida a entrada de menores de dezoito anos.

14. As palavras pseudo, alerta, monstro e menos são invariáveis:

Aqueles voluntários são pseudocaridosos.

Para evitar assaltos, é preciso estar sempre alerta.

Houve manifestações monstro em frente ao Congresso Nacional.

Os brasileiros ganharam menos medalhas que os cubanos.

15. Quando houver um adjetivo composto, somente o último elemento sofrerá


flexão, tanto de gênero quanto de número:

Meus avós são franco-brasileiros.

As guerras greco-romanas marcaram a civilização ocidental.

Em São Paulo, há várias comunidades nipo-brasileiras.

16. Palavras que indicam cor

a) Geralmente, deverão concordar em gênero e número com o substantivo a


que se referem quando desempenhar função de adjetivo:

Ficou com os olhos vermelhos de tanto chorar.

Nuvens negras cobriam a cidade.

Estas bananas ainda estão verdes.


b) Quando a palavra que indica cor derivar de um substantivo, deverá
permanecer invariável:

Comprei duas blusas rosa.

Alice gostava de vestidos violeta.

c) Quando for um nome composto e o segundo termo for um substantivo, ficará


invariável:

Ela comprou cortinas amarelo-ouro para a sala.

Carlos está vestindo uma camisa verde-bandeira.

d) Quando os termos “claro” e “escuro” indicarem tonalidade da cor, somente


eles sofrerão flexão:

O rapaz tem belos olhos azul-claros.

Quero aquelas saias verde-escuras que vi na vitrine.

e) Azul-marinho e azul-celeste são sempre invariáveis:

A empresa comprou uniformes azul-marinho para os funcionários.

Ele gosta de camisas azul-celeste.

CONCORDÂNCIA VERBAL

Ao falarmos sobre a concordância verbal, estamos nos referindo à


relação de dependência estabelecida entre um termo e outro mediante
um contexto oracional. Desta feita, os agentes principais desse processo
são representados pelo sujeito, que no caso funciona
como subordinante; e o verbo, o qual desempenha a função
de subordinado.
Dessa forma, temos que a concordância verbal se caracteriza pela
adaptação do verbo, tendo em vista os quesitos “número e pessoa” em
relação ao sujeito. Exemplificando, temos:

O aluno chegou atrasado.


Temos que o verbo se apresenta na terceira pessoa do singular, pois faz
referência a um sujeito, assim também expresso (ele).

Como poderíamos também dizer: os alunos chegaram atrasados.


Temos aí o que podemos chamar de princípio básico. Contudo, a
intenção a que se presta o artigo em evidência é eleger as principais
ocorrências voltadas para os casos de sujeito simples e para os
de sujeito composto. Dessa forma, vejamos:
Casos referentes a sujeito simples
1) Em caso de sujeito simples, o verbo concorda com o núcleo em
número e pessoa:
O aluno chegou atrasado.
2) Nos casos referentes a sujeito representado por substantivo
coletivo, o verbo permanece na terceira pessoa do singular:
A multidão, apavorada, saiu aos gritos.
Observação:

- No caso de o coletivo aparecer seguido de adjunto adnominal no


plural, o verbo permanecerá no singular ou poderá ir para o plural:

Uma multidão de pessoas saiu aos gritos.


Uma multidão de pessoas saíram aos gritos.
3) Quando o sujeito é representado por expressões partitivas,
representadas por “a maioria de, a maior parte de, a metade de, uma
porção de, entre outras”, o verbo tanto pode concordar com o núcleo
dessas expressões quanto com o substantivo que a segue:
A maioria dos alunos resolveu ficar.
A maioria dos alunos resolveram ficar.
4) No caso de o sujeito ser representado por expressões aproximativas,
representadas por “cerca de, perto de”, o verbo concorda com o
substantivo determinado por elas:
Cerca de vinte candidatos se inscreveram no concurso de piadas.
5) Em casos em que o sujeito é representado pela expressão “mais de
um”, o verbo permanece no singular:
Mais de um candidato se inscreveu no concurso de piadas.
Observação:
* No caso da referida expressão aparecer repetida ou associada a um
verbo que exprime reciprocidade, o verbo, necessariamente, deverá
permanecer no plural:
Mais de um aluno, mais de um professor contribuíram na campanha de
doação de alimentos.
Mais de um formando se abraçaram durante as solenidades de
formatura.
6) Quando o sujeito for composto da expressão “um dos que”, o verbo
permanecerá no plural:
Esse jogador foi um dos que atuaram na Copa América.
7) Em casos relativos à concordância com locuções pronominais,
representadas por “algum de nós, qual de vós, quais de vós, alguns de
nós”, entre outras, faz-se necessário nos atermos a duas questões
básicas:
* No caso de o primeiro pronome estar expresso no plural, o verbo
poderá com ele concordar, como poderá também concordar com o
pronome pessoal:
Alguns de nós o receberemos. / Alguns de nós o receberão.
* Quando o primeiro pronome da locução estiver expresso no singular, o
verbo permanecerá, também, no singular:
Algum de nós o receberá.

8) No caso de o sujeito aparecer representado pelo pronome “quem”, o


verbo permanecerá na terceira pessoa do singular ou poderá
concordar com o antecedente desse pronome:
Fomos nós quem contou toda a verdade para ela. / Fomos
nós quemcontamos toda a verdade para ela.
9) Em casos nos quais o sujeito aparece realçado pela palavra “que”, o
verbo deverá concordar com o termo que antecede essa palavra:
Nesta empresa somos nós que tomamos as decisões. / Em casa sou eu
quedecido tudo.
10) No caso de o sujeito aparecer representado por expressões que
indicam porcentagens, o verbo concordará com o numeral ou com o
substantivo a que se refere essa porcentagem:
50% dos funcionários aprovaram a decisão da diretoria. / 50%
do eleitoradoapoiou a decisão.
Observações:
- Caso o verbo aparecer anteposto à expressão de porcentagem, esse
deverá concordar com o numeral:
Aprovaram a decisão da diretoria 50% dos funcionários.
- Em casos relativos a 1%, o verbo permanecerá no singular:
1% dos funcionários não aprovou a decisão da diretoria.
- Em casos em que o numeral estiver acompanhado de determinantes
no plural, o verbo permanecerá no plural:
Os 50% dos funcionários apoiaram a decisão da diretoria.
11) Nos casos em que o sujeito estiver representado por pronomes de
tratamento, o verbo deverá ser empregado na terceira pessoa do
singular ou do plural:
Vossas Majestades gostaram das homenagens.
Vossa Majestade agradeceu o convite.
12) Casos relativos a sujeito representado por substantivo próprio no
plural se encontram relacionados a alguns aspectos que os
determinam:
* Diante de nomes de obras no plural, seguidos do verbo ser, este
permanece no singular, contanto que o predicativo também esteja no
singular:
Memórias póstumas de Brás Cubas é uma criação de Machado de Assis.
* Nos casos de artigo expresso no plural, o verbo também permanece no
plural:
Os Estados Unidos são uma potência mundial.
* Casos em que o artigo figura no singular ou em que ele nem aparece, o
verbo permanece no singular:

Estados Unidos é uma potência mundial.

Casos referentes a sujeito composto


1) Nos casos relativos a sujeito composto de pessoas gramaticais
diferentes, o verbo deverá ir para o plural, estando relacionado a dois
pressupostos básicos:
- Quando houver a 1ª pessoa, esta prevalecerá sobre as demais:
Eu, tu e ele faremos um lindo passeio.

- Quando houver a 2ª pessoa, o verbo poderá flexionar na 2ª ou na 3ª


pessoa:
Tu e ele sois primos.
Tu e ele são primos.
2) Nos casos em que o sujeito composto aparecer anteposto ao verbo,
este permanecerá no plural:
O pai e seus dois filhos compareceram ao evento.
3) No caso em que o sujeito aparecer posposto ao verbo, este poderá
concordar com o núcleo mais próximo ou permanecer no plural:
Compareceram ao evento o pai e seus dois filhos.
Compareceu ao evento o pai e seus dois filhos.
4) Nos casos relacionados a sujeito simples, porém com mais de um
núcleo, o verbo deverá permanecer no singular:
Meu esposo e grande companheiro merece toda a felicidade do mundo.
5) Casos relativos a sujeito composto de palavras sinônimas ou
ordenado por elementos em gradação, o verbo poderá permanecer no
singular ou ir para o plural:
Minha vitória, minha conquista, minha premiação são frutos de meu
esforço. / Minha vitória, minha conquista, minha premiação é fruto de
meu esforço.

Eis que você estabeleceu familiaridade com os casos referentes a ambas


as particularidades. Assim, no intuito de dar prosseguimento aos seus
estudos, você poderá conferir outros casos, por meio do texto
"Concordância verbal".
Concordância Verbal

Caso 1:
Sujeito simples

Regra geral:
O verbo concorda com o núcleo do sujeito em número e pessoa.
Ela foi ao cinema. (3ª pessoa, singular)
Nós vamos ao cinema. (1ª pessoa, plural)

Casos especiais:
a) Sujeito coletivo: O verbo concorda com o coletivo.
A multidão gritou na arquibancada.

OBS: Se o coletivo vier especificado ou modificado por adjunto


adnominal, o verbo pode ficar no singular ou ir para o plural.
A multidão de fãs gritou.
A multidão de fãs gritaram.
Uma multidão de pessoas saiu aos gritos.
Uma multidão de pessoas saíram aos gritos.

b) Sujeito possui coletivos partitivos (metade, a maior parte,


grande parte, maioria, etc.): O verbo fica no singular
(concordância lógica) ou vai para o plural (concordância atrativa).
A maioria dos alunos foi à excursão.
A maioria dos alunos foram à excursão.

c) Sujeito é pronome de tratamento: O verbo fica sempre na 3ª


pessoa (do singular ou do plural).
Vossa Santidade esteve no Brasil.
Vossa Alteza pediu silêncio.
Vossas Altezas pediram silêncio.

d) O sujeito é o pronome relativo <que>: O verbo concorda com


o antecedente do pronome.
Fui eu que derramei o café.
Fomos nós que derramamos o café.

OBS: Com a expressão <um dos que>/<uma das que>, o verbo


deve assumir a forma plural, exceto quando a ação se refere a um
só agente.
Você é um dos que admiram os escritores de novelas.
(Dos que admiram novelas, ele é um.)
Ele é um dos jogadores que foram expulsos.
(Dos jogadores que foram expulsos, ele é um.)

Era uma das suas filhas que namorava com ele.


(Namorava com ele, uma das suas filhas.)

e) O sujeito é o pronome relativo <quem>: O verbo pode ficar


na 3ª pessoa do singular ou concordar com o antecedente do
pronome.
Fui eu quem derramou o café.
Fui eu quem derramei o café.

f) O sujeito é formado por locuções pronominais (Alguns de


nós, poucos de vós, quais de..., quantos de..., etc.): Se o primeiro
pronome estiver no singular, o verbo fica no singular. Se estiver
no plural, poderá concordar com o pronome
interrogativo/indefinido ou com o pronome pessoal (nós ou vós).
Algum de nós o receberá.

Quais de vós me punirão?


Quais de vós me punireis?
Quais de nós são capazes?
Quais de nós somos capazes?
Vários de nós propuseram sugestões inovadoras.
Vários de nós propusemos sugestões inovadoras.

OBS1: Veja que a opção por uma ou outra forma indica a inclusão
ou a exclusão do emissor. Quando alguém diz ou escreve "Alguns
de nós sabíamos de tudo e nada fizemos", esta pessoa está se
incluindo no grupo dos omissos. Isso não ocorre quando alguém
diz ou escreve "Alguns de nós sabiam de tudo e nada fizeram.",
frase que soa como uma denúncia.

g) O sujeito é formado de nomes no plural: Se o sujeito não vier


precedido de artigo, o verbo ficará no singular. Caso venha
antecipado de artigo, o verbo concordará com o artigo.
Estados Unidos é uma nação poderosa.
Os Estados Unidos são a maior potência mundial.

h) O sujeito é formado por expressões aproximativas: mais de


um, menos de dois, cerca de..., etc.: O verbo concorda com o
numeral.
Mais de um aluno não compareceu à aula.
Mais de cinco alunos não compareceram à aula.
OBS: No caso da referida expressão aparecer repetida ou
associada a um verbo que exprime reciprocidade, o verbo
necessariamente deverá permanecer no plural:
Mais de um aluno, mais de um professor contribuíram.
Mais de um formando se abraçaram na formatura.

i) O sujeito tem por núcleo a palavra gente (sentido coletivo) - o


verbo poderá ser usado no singular ou plural, se este vier afastado
do substantivo.
A gente da cidade, temendo a violência da rua, permanece em
casa.
A gente da cidade, temendo a violência da rua, permanecem em
casa.

j) Quando os núcleos do sujeito são unidos por "com": O verbo


pode ficar no singular ou no plural. No plural, os núcleos recebem
um mesmo grau de importância e a palavra <com> tem sentido
muito próximo ao de <e>. Para enfatizar o primeiro elemento,
usa-se o singular.
O governador com o secretariado traçaram os planos.
O governador com o secretariado traçou os planos.

Caso 2:
Sujeito composto.

Regra geral: O verbo vai para o plural.


João e Maria foram passear no bosque.

Casos especiais:
a) Os núcleos do sujeito são constituídos de pessoas
gramaticais diferentes: O verbo ficará no plural seguindo-se a
ordem de prioridade: 1ª, 2ª e 3ª pessoa.
Eu (1ª pessoa) e ele (3ª pessoa) nos tornaremos amigos. (O verbo
ficou na 1ª pessoa do plural porque esta tem prioridade sob a 3ª
.)
Tu (2ª pessoa) e ele (3ª pessoa) vos tornareis amigos. (O verbo
ficou na 2ª pessoa do plural porque esta tem prioridade sob a 3ª
.)

OBS1: No segundo exemplo, também é aceita a concordância do


verbo com a terceira pessoa.
Tu e ele se tornarão amigos. (3ª pessoa do plural)

OBS2: Se o sujeito estiver posposto, permite-se também a


concordância por atração com o núcleo mais próximo do verbo.
Iremos eu e minhas amigas.
Irei eu e minhas amigas.

b) Os núcleos do sujeito estão coordenados assindeticamente


ou ligados por <e>: O verbo concordará com os dois núcleos.
A jovem e a sua amiga seguiram a pé.

OBS1: Se o sujeito estiver posposto, permite-se a concordância


por atração com o núcleo mais próximo do verbo.
Seguiria a pé a jovem e a sua amiga.

OBS2: Quando ocorre ideia de reciprocidade, no entanto, a


concordância é feita obrigatoriamente no plural.
Abraçaram-se vencedor e vencido.
Ofenderam-se o jogador e o árbitro.

c) Os núcleos do sujeito são sinônimos ou semelhantes e estão


no singular: O verbo poderá ficar no plural (concordância lógica)
ou no singular (concordância atrativa).

A angústia e ansiedade não o ajudavam a se concentrar.


A angústia e ansiedade não o ajudava a se concentrar.

d) Quando há gradação entre os núcleos: O verbo pode


concordar com todos os núcleos (lógica) ou apenas com o núcleo
mais próximo (concordância atrativa).
Uma palavra, um gesto, um olhar bastavam.
Uma palavra, um gesto, um olhar bastava.

e) Quando os sujeitos forem resumidos por: nada, tudo,


ninguém, etc.: O verbo concordará com o aposto resumidor.
Os pedidos, as súplicas, o desespero, nada o comoveu.

f) Quando o sujeito for constituído pelas expressões: um e


outro, nem um nem outro: O verbo poderá ficar no singular ou
no plural.
Um e outro já veio.
Um e outro já vieram.

g) Quando os núcleos do sujeito composto são unidos por


<ou> ou <nem>: O verbo deverá ficar no plural se a declaração
contida no predicado puder ser atribuída a todos os núcleos.
Drummond ou Bandeira representam a essência da poesia
brasileira.
Nem o professor nem o aluno acertaram a resposta.

OBS: Se os núcleos forem excludentes o verbo deve ficar no


singular. Em caso de retificação, deve concordar com o mais
próximo.
Você ou ele será escolhido.
O ladrão ou os ladrões não deixaram vestígio.

h) Quando os sujeitos estiverem ligados pelas séries correlativas


(tanto... como/ assim... como/ não só... mas também, etc.): O
que comumente ocorre é o verbo ir para o plural, embora o
singular seja aceitável se os núcleos estiverem no singular.
Tanto Erundina quanto Collor perderam as eleições municipais
em São Paulo.
Tanto Erundina quanto Collor perdeu as eleições municipais em
São Paulo.

Caso 3:
Sujeito oracional

Quando o sujeito é uma oração subordinada substantiva


subjetiva, o verbo da oração principal fica na 3ª pessoa do
singular.
Ainda falta dar os últimos retoques na pintura.
(Dica: Para saber se é o caso, substitua a oração subordinada por
ISSO: “Ainda falta ISSO”. Percebe-se facilmente que ISSO é o
sujeito do verbo faltar.)

Caso 4:
O verbo e a partícula <SE>

a) Quando é índice de indeterminação do sujeito: Quando índice


de indeterminação do sujeito, o <se> acompanha os verbos
intransitivos, transitivos indiretos e de ligação, os quais
obrigatoriamente são conjugados na terceira pessoa do singular.
Precisa-se de governantes interessados em civilizar o país.
Confia-se em teses absurdas.
Era-se mais feliz no passado.

b) Quando é partícula apassivadora: Quando pronome


apassivador, o <se> acompanha verbos transitivos diretos (e
alguns poucos indiretos) na formação da voz passiva sintética.
Nesse caso, o verbo deve concordar com o sujeito da oração.
Construiu-se um posto de saúde.
Construíram-se novos postos de saúde.
Não se pouparam esforços para despoluir o rio.
Não se poupou esforço para despoluir o rio.

Caso 5:
Verbos impessoais

São aqueles que não possuem sujeito. Uma vez que os verbos
flexionam-se para concordar com o sujeito, então estes verbos
ficam sempre na 3ª pessoa do singular.
• Haver no sentido de existir;
• Fazer indicando tempo;
• Aqueles que indicam fenômenos da natureza.
Havia sérios problemas na cidade.
Fazia quinze anos que ele havia parado de estudar.
Choveu granizos ontem.

OBS: Em locução verbal nos casos acima, o verbo auxiliar herda


esta impessoalidade. Lembre-se que o verbo existir não faz parte
da regra:
Vai fazer quinze anos que ele parou de estudar.
Deve haver indícios de fraude.
Pode ter havido casos semelhantes.

Existem sérios problemas na cidade.


Devem existir problemas na cidade.

Caso 6:
Verbos dar, bater e soar

Quando usados na indicação de horas, possuem sujeito (relógio,


hora, horas, badaladas...), e com ele devem concordar.
O relógio deu duas horas.
Deu uma hora no relógio da estação.
Deram duas horas no relógio da estação.
O sino da igreja bateu cinco badaladas.
Bateram cinco badaladas no sino da igreja.
Soaram dez badaladas no relógio da escola.

Caso 7:
A locução "Haja Vista"

A locução “haja vista” admite duas construções. A expressão


fica invariável ou o verbo haver pode variar (desde que não
seguido de preposição), considerando-se o termo seguinte como
sujeito.
Haja vista as lições dadas por ele.
Haja vista aos fatos explicados por esta teoria.
Hajam vista os exemplos de sua dedicação.

OBS: “Haja visto” só existe como forma verbal quando


equivalente a “tenha visto”:
O caseiro poderá testemunhar caso ele realmente haja visto o
crime.

Caso 8:
A expressão "Em que Pese"

Na expressão “em que pese”, o verbo “pesar” permanece


invariável quando se tratar de pessoa ou concorda com o sujeito
quando se tratar de coisa.
Em que pese aos governistas, votaremos contra.
Em que pesem as suas contradições, a melhor tese ainda é a
dele.

Caso 9)
Porcentagem + substantivo

a) Porcentagem + Substantivo, sem modificador da


porcentagem: Facultativamente o verbo poderá concordar com o
número referente à porcentagem ou com o substantivo.
1% da turma estuda muito.
1% dos alunos estuda / estudam muito.
10% da turma estuda / estudam muito.
10% dos alunos estudam muito.

b) Porcentagem + Substantivo, com modificador da


porcentagem: O verbo concordará com o modificador, que pode
ser pronome demonstrativo, pronome possessivo, artigo, etc.
Os 10% da turma estudam muito.
Aquele 1% dos alunos estuda mais.

c) Mais de, menos de, cerca de, perto de, antes da porcentagem:
O verbo concordará apenas com o número referente à
porcentagem, mesmo que haja elemento modificador.
Mais de 1% dos alunos estuda muito.
Menos de 10% da turma estudam muito.

OBS: Caso o verbo apareça anteposto à expressão de


porcentagem, esse deverá concordar com o numeral:
Aprovaram a decisão da diretoria 50% dos funcionários.

Caso 10:
Concordância com o verbo ser:

a) Quando, em predicados nominais, o sujeito for representado


por um dos pronomes: tudo, nada, isto, isso, aquilo: O verbo
<ser> ou <parecer> concordarão com o predicativo.
Tudo são flores.
Aquilo parecem ilusões.

OBS: Poderá ser feita a concordância com o sujeito quando se


quer enfatizá-lo.
Aquilo é sonhos vãos.

b) O verbo ser concordará com o predicativo quando o sujeito for


os pronomes interrogativos <que> ou <quem>.
Que são gametas?
Quem foram os escolhidos?

c) Em indicações de horas, datas, tempo, distância: A


concordância será feita com a expressão numérica.
São nove horas.
É uma hora.

OBS: Em indicações de datas, são aceitas as duas concordâncias,


pois subentende-se a palavra dia.
Hoje são 24 de outubro.
Hoje é (dia) 24 de outubro.

d) Quando o sujeito ou predicativo da oração for pronome


pessoal, a concordância se dará com o pronome.
Esse cara sou eu.

OBS: Se os dois termos (sujeito e predicativo) forem pronomes, a


concordância será com o que aparece primeiro, considerando o
sujeito da oração.
Eu não sou tu.

e) Nas locuções: é pouco, é muito, é mais de, é menos de, junto a


especificações de preço, peso, quantidade, distância e etc.: O
verbo fica sempre no singular.
Cento e cinquenta é pouco.
Cem metros é muito.
f) Nas expressões do tipo: ser preciso, ser necessário, ser bom, o
verbo e o adjetivo podem ficar invariáveis (verbo na 3ª pessoa do
singular e adjetivo no masculino singular) ou concordar com o
sujeito posposto.
É necessário aqueles materiais.
São necessários aqueles materiais.

Caso 11:
O Verbo "Parecer"

Em orações desenvolvidas, o verbo parecer fica no singular.


As paredes parece que têm ouvidos.
(Parece que as paredes têm ouvidos.)

Quando seguido de infinitivo, admite duas concordâncias:


a) O verbo parecer varia e não se flexiona o infinitivo.
Alguns colegas pareciam chorar naquele momento.

b) O verbo parecer não varia e o infinitivo sofre flexão.


Alguns colegas parecia chorarem naquele momento.

OBS: A primeira construção é considerada corrente, enquanto a


segunda, literária.

Caso 12:
Concordância com o infinitivo

O infinitivo é a forma nominal do verbo e pode apresentar-se


flexionado e não flexionado. O estudo do infinitivo na Língua
Portuguesa é bastante complexo, já que, em alguns casos, ele
deve ser flexionado, em outros, ele pode ser flexionado, e em
outros ainda ele não se flexiona.

Exemplo de como flexionar o infinitivo do verbo cantar:


Era para eu cantar
Era para tu cantares
Era para ele cantar
Era para nós cantarmos
Era para vós cantardes
Era para eles cantarem

a) Não se flexiona o infinitivo:


I) Não se flexiona o infinitivo se o sujeito for representado por
pronome pessoal oblíquo átono (me, te, se, o, a, lhe, nos, vos, se,
os, as, lhes).
Esperei-as chegar.

II) Quando o infinitivo não se referir a sujeito algum


Navegar é preciso, viver não é preciso.
Querer é poder.
Fumar prejudica a saúde.
É proibido colar cartazes neste muro.
É preciso lutar contra as drogas.
Vale a pena ter fé e esperança sempre.

III) Infinitivo com valor de imperativo (ordem, pedido, conselho,


apelo):
Soldados, recuar!
IV) Como verbo principal de locução verbal:
Os alunos podem sair mais cedo hoje. (O verbo sair é o principal
da locução "podem sair").
Eles não podem fazer isso! (O verbo fazer é o principal da locução
"podem fazer").

OBS: Quando o verbo auxiliar estiver afastado ou oculto, a flexão


do infinitivo do verbo principal da locução é facultativa:
Não devemos, depois de tudo, duvidar e reclamar dela.
Não devemos, depois de tudo, duvidarmos e reclamarmos dela.

V) Quando fizer rerência a gerúndio:


As peças estavam estragadas, devendo ser substituídas.
Começaram as inscrições, podendo os candidatos dirigir-se à
sala

b) Flexiona-se obrigatoriamente o infinitivo:


I) Quando o sujeito for diferente de pronome átono, estiver
evidente e determinante de verbo não acusativo:
Não é necessário vocês chegarem mais cedo.

II) Quando se quiser indeterminar o sujeito (utilizando a terceira


pessoa do plural);
Faço isso para (eu) não me achar inútil.
Faço isso para não me acharem inútil.

III) Quando o infinitivo é o sujeito:


O morrerem pela pátria é sina de alguns soldados.
IV) Quando o sujeito do verbo no infinitivo for diferente do sujeito
do verbo da outra oração.
Meninos, vejo estarem atrasados mais uma vez. (O sujeito “
vocês” do infinitivo “estar”é diferente do sujeito “eu” do
verbo “ver” na outra oração.)

Falei a eles sobre a vontade de deixarmos o time. (O sujeito “nós


” do infinitivo “deixar” é diferente do sujeito “eu” do verbo
“ver” na outra oração.)

V) Quando o verbo for de ligação ou estiver na voz passiva:


Elas tiveram que suar muito para se tornarem campeãs.
O porta-voz disse que as medidas a serem tomadas contra o
terror serão rigorosas.

VI) Quando apresentar reciprocidade ou reflexibilidade de ação.


Fizemos os adversários se cumprimentarem com gentileza.
Deixem os namorados beijarem-se como quiserem.

c) Flexão opcional: Quando possível, a escolha do infinitivo


flexionado é feita sempre que se quer enfatizar o agente (sujeito)
da ação expressa pelo verbo.
I) Se o sujeito do verbo no infinitivo for o mesmo do verbo da
outra oração, a flexão do infinitivo não é necessária. Não é,
porém, proibida. (Alguns gramáticos consideram que não deve
haver flexão).
Os escoteiros chamaram os chefes para apresentar o relatório.
Os escoteiros chamaram os chefes para apresentarem o relatório.
(O sujeito de ambos os verbos “chamar” e “apresentar” é o
mesmo: os escoteiros.)

(tu) Lerás o texto antes de (tu) responder.


(tu) Lerás o texto antes de (tu) responderes.

Para estudar, estaremos sempre dispostos.


Para estudarmos, estaremos sempre dispostos.

II) Não sendo claro o sujeito, pode-se flexionar o infinitivo quando


for preciso evitar ambiguidade:
Está na hora de começarmos o trabalho. (nós)
Está na hora de começar o trabalho. (Quem? eu, você, ele, nós?)

O presidente liberou os seus ministros para subirem no palanque.


(para os ministros subirem)
O presidente liberou os seus ministros para subir no palanque.
(para o presidente subir)

III) Caso de Sujeito Acusativo: Quando um verbo no infinitivo ou


no gerúndio tiver a ação dependente de verbo causativo (mandar,
fazer, deixar, etc.) ou quando tiver a ação recebida por verbo
sensitivo (ver, ouvir, sentir, etc.), seu sujeito será denominado de
sujeito acusativo. Ter a ação dependente de outro verbo significa
que a ação só ocorre porque outra ocorreu anteriormente.
Constatado o sujeito acusativo, se for representado por pronome
oblíquo átono (me, te, se, o, as, nos...) a concordância é na 3º
pessoa do singular, obrigatoriamente; caso contrário, sendo ele
um substantivo plural, a concordância é opcional.
Mandei os garotos sair.
Mandei os garotos saírem. (flexão opcional)

Verbo causativo: mandar;


Verbo dependente: sair;
Sujeito acusativo: substantivo “garotos”;

Mandei-os sair de lá. (não flexiona)

Verbo causativo: mandar;


Verbo dependente: sair;
Sujeito acusativo: pronome oblíquo “os”;

Sentimos (ou vimos, ou ouvimos) os colegas vacilar nos debates.


Sentimos (ou vimos, ou ouvimos) os colegas vacilarem nos
debates.

Verbo sensitivo: Sentir (ou ver, ou ouvir);


Verbo dependente: vacilar;
Sujeito acusativo: substantivo “colegas”;

d) Preposição + Infinitivo:
I) Será não flexionado quando ocorrer locução verbal onde a
ligação com o verbo auxiliar ocorrer por meio de preposição:
Acabamos de fazer os exercícios.

II) Será não flexionado quando houver a


combinação ADJETIVO +PREPOSIÇÃO + INFINITIVO:
São casos difíceis de solucionar.

III) Não se flexiona o infinitivo precedido de preposição com valor


de gerúndio.
(Nós) Passamos horas a comentar o filme. (comentando)

IV) Não se flexiona o infinitivo com preposição que apareça


depois de um verbo na voz passiva:
Os jornalistas foram forçados a sair da sala.
As pessoas eram obrigadas a esperar em fila.

V) Depois da combinação ao, o infinitivo varia obrigatoriamente:


Ao entrarmos, encontramos o João.
Ao derreterem-se, as amostras do gelo deixaram sedimentos.

VI) A variação será obrigatória se o verbo for pronominal ou se


exprimir reciprocidade ou reflexibilidade de ação:
Gastamos duas horas para nos dirigirmos para lá.
Eles relutaram muito para se cumprimentarem.
Foram ao cabeleireiro a fim de se pentearem.

VII) Nos demais casos é opcional flexionar ou não.


O rapaz ajudava as garotas a superar suas dificuldades em
Matemática.
O rapaz ajudava as garotas a superarem suas dificuldades em
Matemática.
Para chegar aqui, gastamos duas horas.
Para chegarmos aqui, gastamos duas horas.

REGÊNCIA NOMINAL
Regência Nominal é o nome da relação entre um substantivo, adjetivo
ou advérbio transitivo e seu respectivo complemento nominal. Essa
relação é intermediada por uma preposição.
No estudo da regência nominal, deve-se levar em conta que muitos
nomes seguem exatamente o mesmo regime dos verbos
correspondentes.

Conhecer o regime de um verbo significa, nesses casos, conhecer o


regime dos nomes cognatos.

- alheio a, de - liberal com


- ambicioso de - apto a, para
- análogo a - grato a
- bacharel em - indeciso em
- capacidade de, para - natural de
- contemporâneo a, de - nocivo a
- contíguo a - paralelo a
- curioso a, de - propício a
- falto de - sensível a
- incompatível com - próximo a, de
- inepto para - satisfeito com, de, em, por
- misericordioso com, para com - suspeito de
- preferível a - longe de
- propenso a, para - perto de
- hábil em

Exemplos:

Está alheio a tudo.


Está apto ao trabalho.
Gente ávida por dominar.
Contemporâneo da Revolução Francesa.
É coisa curiosa de ver.
Homem inepto para a matemática.
Era propenso ao magistério.

A Regência Nominal é um dos elementos da Gramática Normativa que às


vezes torna-se motivo de dúvidas para muitas pessoas.

Isso decorre da dificuldade que encontramos ao empregar corretamente


a preposição, pois existem alguns nomes que requerem dois tipos de
preposição, como, por exemplo, o adjetivo curioso.
O mesmo permite duas colocações diferentes, como podemos observar:

Marcos era curioso de descobertas científicas.


A menina está curiosa por saber notícias de sua família.

Antes de aprofundarmos mais nossos conhecimentos sobre o referido


assunto, é essencial que entendamos a amplitude da
palavra “Nominal”, ou seja, o termo refere-se a nomes e esses estão
relacionados a Substantivos, Adjetivos ou Advérbios.

Desta forma, concluímos que a regência nominal se dá quando o


termo Regente é um nome. Observe:

A população está imune ao vírus da febre amarela.

Logo, temos:
Temo regente - imune (adjetivo)
Termo regido - vírus

Vejamos agora uma relação dos mesmos:

Adaptado
Preposição - a; ao

Adaptamos facilmente à nova vida.


João adaptou-se ao novo trabalho.

Acostumado
Preposição - a; com

Eu não me acostumo a certas inconveniências em momentos


inesperados.
Eles não estavam acostumados com as novas regras ortográficas.

Alienado
Preposição - de

Todos estavam alienados do descontentamento de Pedro.

Aflito
Preposição - com, por

A garota pareceu aflita com o resultado do concurso.


Ela parecia aflita por receber esta notícia.
Atento
Preposição - a; em

Devemos ficar atentos a tudo que acontece na sociedade.


Ela estava atenta no prato que sua mãe preparava.

Ávido
Preposição - de; por

Sou ávida de esperanças.


Os funcionários estavam ávidos por boas notícias.

Avesso
Preposição - a

Ricardo mostrou-se avesso a qualquer problema que pudesse


ocorrer.

Devoto
Preposição - a; de

Os fiéis são devotos de Santo Antônio.


Vovó era devota a vários santos.

Passível
Preposição - de

Todos os seres humanos são passíveis de falhas.

Imbuído
Preposição - de; em

João e Mariana estavam imbuídos de boas intenções.


Ministrava palestras imbuído nas regras do colégio.

Residente
Preposição - em

Aquele rapaz elegante é residente em São Paulo.


Toda essa população é residente no Bairro Floresta.

REGÊNCIA VERBAL
A regência de um verbo é determinada pela relação do mesmo com seu
complemento.
Logo, o verbo é o termo regente e o complemento é o termo regido.
Observe:
Exemplos: Joana assistiu um paciente no hospital onde trabalha.
Joana assistiu ao jogo da seleção brasileira.
Observe que na primeira oração o verbo assistir é transitivo direto, ou
seja, exige complemento (objeto direto) e tem significado aproximado
de “prestar assistência”.

Já na segunda oração o verbo “assistir” é transitivo indireto, ou seja,


exige complemento, porém precedido de preposição e significa “ver”.

Reger é determinar a flexão de um termo, que neste caso é o


complemento, já que o verbo é o termo regente.

Há uma dependência sintática entre regente (verbo) e termo regido


(complemento), uma vez que o último completa o sentido do primeiro.
Veja:

Joana comprou uma bolsa para Jussara.


O verbo “comprou” é transitivo direto e pede um complemento: Joana
comprou o que? Uma bolsa (termo regido), para quem? Para Jussara
(objeto indireto: precedido da preposição “para”).

Os pronomes pessoais oblíquos o, a, os, as e suas variações la, lo, los,


las, no, na, nos, nas são objetos diretos. Já os pronomes lhe, lhes são
objetos indiretos.

Exemplos: Joana disse que iria comprá-la. (Joana disse que iria
comprar. Comprar o que? La (algo, um objeto, o qual pode ser uma
bolsa, uma blusa, etc.)

Joana lhe explicou por que não era para comprar. (Joana explicou.
Explicou o que? O motivo pelo qual não era para comprar. Explicou para
quem? Lhe (para você: objeto indireto precedido de preposição).

MODO VERBAL
Você sabe o que são modos verbais?
Os modos verbais estão relacionados ao estudo dos verbos, classe de
palavras variável que admite flexão de número (singular e plural), pessoa
(primeira, segunda e terceira), tempo (presente, pretérito e futuro), voz
(ativa, passiva e reflexiva) e modo (indicativo, subjuntivo e imperativo).
Os modos verbais estão relacionados com as atitudes de quem fala ou
escreve, exprimindo a posição do falante diante de uma posição verbal.
Graças aos modos verbais o enunciador pode explicitar intenções e juízos
de valores.
Observe as definições dos modos verbais indicativo, subjuntivo e
imperativo, assim como suas situações de uso:

Modo indicativo: É empregado quando a atitude do enunciador revela ser


aquele fato sobre o qual se escreve ou fala algo real, verdadeiro:
Trabalho no escritório da empresa.
A mãe fazia lindos vestidos para complementar a renda familiar.
O trem partiu da estação às três horas da tarde de domingo.
O modo indicativo possui os seguintes tempos verbais:

→ Presente;

→ Pretérito perfeito;

→ Pretérito imperfeito;

→ Pretérito mais-que-perfeito;

→ Futuro do presente;

→ Futuro do pretérito.

Modo subjuntivo: É empregado quando a atitude do enunciador revela


conteúdos emocionais que expressam ideias de dúvida ou incerteza:
Se tudo der certo, viajaremos na sexta-feira à tarde.
Talvez eu vá na festa da escola.
O modo subjuntivo possui os seguintes tempos verbais:

→ Presente;

→ Pretérito imperfeito;

→ Futuro.

Modo imperativo: É empregado quando a atitude do enunciador exprime


ideia de ordem ou pedido:
Faça o favor de se comportar na escola!
Fique quieto!
O modo imperativo, diferentemente do que acontece com os outros
modos verbais, é indeterminado em relação ao tempo. Por se tratar de
uma ordem ou pedido, infere-se que a ação ocorrerá no futuro. Não possui
a 1ª pessoa do singular e nem a 3ª pessoa, a representação é feita pelo
pronome você. Possui duas formas distintas:
→ Imperativo afirmativo;

Não diga nada aos meus pais!


→ Imperativo negativo.

Chegue cedo em casa.


Sintetizando: No modo indicativo, a definição dos tempos verbais pode ser
facilmente notada. No modo subjuntivo, há uma situação intermediária, mas ainda
com tempos verbais expressos. No modo imperativo, a noção de tempo verbal é
suprimida, havendo apenas as formas afirmativa e negativa.

TEMPO VERBAL

Tempos Verbais
Tempos verbais são as variações do verbo que indicam em qual
momento o fato expresso por ele está ocorrendo. De forma básica, temos
os seguintes tempos verbais: passado, presente e futuro.

Além disso, os tempos verbais podem ser divididos


em simples e compostos.

Tempo Passado
É conhecido como tempo pretérito. Os verbos que pertencem a esta
conjugação indicam um fato que ocorreu anteriormente ao momento em
que se fala. Temos, dentro do pretérito, os seguintes tipos:

Pretérito Perfeito
Essa forma traz fatos que foram concluídos antes do momento em que
se fala.

Eles andaram muito naquele dia.

Pretérito Imperfeito
Essa forma traz fatos que não foram concluídos no momento em que
outro fato ocorreu e também traz fatos passados que ocorreram de forma
contínua.

• Eu trabalhava naquela empresa quando aquele vizinho faleceu. (fato não


concluído)
• Quando ficava sem dinheiro, emprestava dos amigos, mas
sempre devolvia. (fato contínuo)

Pretérito Mais-que-perfeito
Essa forma traz um fato concluído que ocorreu antes de outro fato que
também já foi concluído.

Quando chegamos lá, a loja já fechara.


Geralmente substituímos esta conjugação por outra composta:

Quando chegamos lá, a loja já tinha fechado.

Tempo Presente
É usado para indicar um fato que está ocorrendo no momento da fala.

Hoje vou dormir mais cedo.


Às vezes, a indicação de ação no presente pode vir com duas formas
verbais:

Estou guardando meus materiais. (estou = tempo presente do


indicativo; guardando = gerúndio)

Tempo Futuro
É usado para indicar coisas que vão ou que podem ocorrer após o
momento da fala. Temos os seguintes tipos:

Futuro do Presente
Traz fatos que ocorrem logo depois do momento da fala.

Hoje a tarde haverá uma reunião importante na empresa.


Esta forma também pode aparecer na forma composta. Neste caso, ele
vem para expressar um fato futuro em relação ao momento em que se
fala, mas que é considerado passado em relação a outro fato futuro.

Quando ele chegar, já teremos terminado todo o trabalho. (chegar =


futuro; teremos terminado = fato passado em relação ao futuro)

Futuro do Pretérito
Vem para indicar um fato futuro em relação a um fato que ocorreu no
passado.

Você nos garantiu que os documentos viriam hoje. (garantiu = fato passado)
Pode aparecer na forma composta também, mas no caso, esta forma
expressará um fato que só será possível se outro tiver ocorrido.

Ele teria vencido, se lutasse com mais convicção. (teria vencido = fato
futuro possível; lutasse = condição passada para que o futuro ocorra)

Tempos Verbais Simples


Dentro desta divisão, temos: tempos primitivos e tempos derivados.

Tempos Primitivos
São aqueles que possuem a forma mais simples de tempo verbal.

Tempos Derivados
São todas as outras possibilidades de tempos verbais formadas a partir
das formas primitivas.

Na tabela abaixo, podemos ver os tempos primitivos e seus respectivos


derivados:

Tempos primitivos Tempos derivados

Presente do indicativo Presente do subjuntivo

Pretérito imperfeito do indicativo

Imperativo (afirmativo ou negativo)

Pretérito perfeito do indicativo (passado) Pretérito mais-que-perfeito

Futuro do subjuntivo

Pretérito imperfeito do subjuntivo

Infinitivo impessoal Futuro do presente do indicativo

Futuro do pretérito do indicativo

Infinitivo pessoal
Tempos Verbais
Compostos
São tempos verbais formados pelos verbos
auxiliares ter ou haver mais o particípio do
verbo principal.

Eu tenho caminhado muito ultimamente.


Vemos acima o auxiliar tenho e o
particípio caminhado, do verbo caminhar.

Assim como nos tempo simples, os


compostos também possuem várias formas,
de acordo com a lista abaixo:

Pretérito perfeito composto do indicativo


Pretérito perfeito composto do subjuntivo
Pretérito mais-que-perfeito composto do
indicativo
Pretérito mais-que-perfeito composto do
subjuntivo
Futuro do presente composto do indicativo
Futuro do pretérito composto do indicativo
Futuro composto do subjuntivo
Infinitivo pessoal composto

Na tabela a seguir, podemos ver no verbo


andar um exemplo de conjugação em cada
um dos tempos verbais:
1
: Nos tempos compostos, o verbo ter pode
ser substituído por haver.
2
: Nesta forma, não temos a primeira pessoa.
3
: Para a forma negativa, coloca-se
o não antes do verbo (não andes tu, etc).
4
: Encontrado como infinitivo pessoal pretérito
composto.

Conjugação verbo andar1

Presente do indicativo (Eu) ando, (tu) andas, (ele) anda, (nós) andamos,
(vós) andais, (eles) andam
Presente do subjuntivo (Que eu) ande, (que tu) andes, (que ele) ande,
(que nós) andemos, (que vós) andeis, (que eles)
andem

Pretérito imperfeito do indicativo (Eu) andava, (tu) andavas, (ele) andava, (nós)
andávamos, (vós) andáveis, (eles) andavam

Imperativo (afirmativo ou negativo)2 Anda, ande, andemos, andai, andem 3

Pretérito perfeito do indicativo simples (passado) (Eu) andei, (tu) andaste, (ele) andou, (nós)
andamos, (vós) andastes, (eles) andaram

Pretérito mais-que-perfeito simples (Eu) andara, (tu) andaras, (ele) andara, (nós)
andáramos, (vós) andáreis, (eles) andaram

Futuro do subjuntivo simples (Quando eu) andar, (quando tu) andares,


(quando ele) andar, (quando nós) andarmos,
(quando vós) andardes, (quando eles) andarem

Pretérito imperfeito do subjuntivo (Se eu) andasse, (se tu) andasses, (se ele)
andasse, (se nós) andássemos, (se vós)
andásseis, (se eles) andassem

Futuro do presente do indicativo simples (Eu) andarei, (tu) andarás, (ele) andará, (nós)
andaremos, (vós) andareis, (eles) andarão

Futuro do pretérito do indicativo simples (Eu) andaria, (tu) andarias, (ele) andaria, (nós)
andaríamos, (vós) andaríeis, (eles) andariam

Infinitivo pessoal (Eu) andar, (tu) andares, (ele) andar, (nós)


andarmos, (vós) andardes, (eles) andarem

Pretérito perfeito do indicativo composto (Eu) tenho andado, (tu) tens andado, (ele) tem
andado, (nós) temos andado, (vós) tendes
andado, (eles) têm andado

Pretérito perfeito do subjuntivo composto (Que eu) tenha andado, (que tu) tenhas andado,
(que ele) tenha andado, (que nós) tenhamos
andado, (que vós) tenhais andado, (que eles)
tenham andado

Pretérito mais-que-perfeito do indicativo composto (Eu) tinha andado, (tu) tinhas andado, (ele)
tinha andado, (nós) tínhamos andado, (vós)
tínheis andado, (eles) tinham andado

Pretérito mais-que-perfeito do subjuntivo composto (Se eu) tivesse andado, (se tu) tivesses andado,
(se ele) tivesse andado, (se nós) tivéssemos
andado, (se vós) tivésseis andado, (se eles)
tivessem andado
Futuro do presente do indicativo composto (Eu) terei andado, (tu) terás andado, (ele) terá
andado, (nós) teremos andado, (vós) tereis
andado, (eles) terão andado

Futuro do pretérito do indicativo composto (Eu) teria andado, (tu) terias andado, (ele) teria
andado, (nós) teríamos andado, (vós) teríeis
andado, (eles) teriam andado

Futuro composto do subjuntivo (Quando eu) tiver andado, (quando tu) tiveres
andado, (quando ele) tiver andado, (quando nós)
tivermos andado, (quando vós) tiverdes andado,
(quando eles) tiverem andado

Infinitivo pessoal composto4 (Eu) ter andado, (tu) teres andado, (ele) ter
andado, (nós) termos andado, (vós) terdes
andado, (eles) terem andado

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