Coletânea Da Legislação de Águas Subterrâneas Do Brasil Volume 2 - Região Sul 2018
Coletânea Da Legislação de Águas Subterrâneas Do Brasil Volume 2 - Região Sul 2018
Coletânea Da Legislação de Águas Subterrâneas Do Brasil Volume 2 - Região Sul 2018
SÃO PAULO – SP
Editora Instituto Água Sustentável
Julho/2018
COLETÂNEA DA LEGISLAÇÃO DE ÁGUAS SUBTERRÂNEAS DO BRASIL
VOLUME 2: REGIÃO SUL
1ª Edição
COLETÂNEA DA LEGISLAÇÃO DE ÁGUAS SUBTERRÂNEAS DO BRASIL
VOLUME 2: REGIÃO SUL
SÃO PAULO – SP
Editora Instituto Água Sustentável
Julho/2018
Autores: Luciana Cordeiro de Souza Fernandes e Everton de Oliveira
_________________________________________
SOUZA-FERNANDES, Luciana Cordeiro de. OLIVEIRA,
Everton de. (Organizadores)
1.Legislação Ambiental.
2. Águas subterrâneas
CDD -
1
Everton de Oliveira
Geólogo pela Universidade de São Paulo (1984), Mestre em Hidrogeologia
(1992) e Ph.D. em Hidrogeologia de Contaminação - University of Waterloo,
Canadá (1997). É Sócio Fundador da HIDROPLAN - Hidrogeologia e
Planejamento Ambiental Ltda. desde 1992. Foi professor-colaborador de pós-
graduação do Instituto de Geociências e Ciências Exatas da Universidade
Estadual Paulista - Unesp de 2010 até 2017 e do Instituto de Geociências da
Universidade de São Paulo de 1998 até 2009, professor adjunto no
Departamento de Ciências da Terra da Universidade de Waterloo, Canadá de
2006 até 2013, e Secretário Executivo da Associação Brasileira de Águas
Subterrâneas (ABAS). É diretor do Instituto Água Sustentável (IAS). Editor-
gerente da Revista Águas Subterrâneas e Editor da Revista Água e Meio
Ambiente Subterrâneo. Foi professor de pós-graduação do Instituto de
Geociências da USP de 1998 até 2010 e Presidente da ABAS no biênio 2007-
2008, onde é o atual Secretário-Executivo. É Editor-chefe da Revista Águas
Subterrâneas e Editor-associado da revista Groundwater Monitoring and
Remediation. É o responsável pela tradução para o português em mutirão do
livro “Groundwater” de Freeze & Cheery e pela distribuição mundial de outras
traduções, fazendo parte do Conselho do Groundwater Project, coordenado por
John Cherry.
E-mail: [email protected]/[email protected]
2
AGRADECIMENTOS
Todo trabalho para ter êxito precisa de uma equipe e da colaboração de mãos
zamigas:
Agradecemos ao Bruno Jamelli pela arte e diagramação das capas, à Bruna
Soldera, diretora do Instituto Água Sustentável, pela diagramação, organização
e realização da divulgação deste trabalho; e as bibliotecárias da
FCA/UNICAMP Sueli Ferreira Júlio de Oliveira e Renata Eleutério da Silva, pela
elaboração da ficha catalográfica.
Ao Instituto Água Sustentável e sua editora própria por disponibilizar sua
estrutura de pessoal e serviços de internet para hospedar e distribuir este
trabalho.
À HIDROPLAN, nas pessoas dos seus sócios, por prover recursos para o
patrocínio dos trabalhos técnicos executados na diagramação e divulgação
desta Coletânea.
À FAPESP – Processo n.º 2013-10689-6, que apoiou esta pesquisa, resultando
esta Coletânea como produto final.
À Faculdade de Ciências Aplicadas (FCA) e ao Programa de Pós Graduação
em Ensino e História das Ciências da Terra (PEHCT) do Instituto de
Geociências (IG), ambos da UNICAMP que apoiaram este projeto.
À Reitoria da Unicamp que apoiou este projeto chancelando o resultado final
com as inserções da logomarca UNICAMP, do IG e da FCA neste trabalho.
Nosso muito obrigado,
3
PRÓLOGO
4
em diplomas legais específicos, bem como nas políticas estaduais de recursos
hídricos.
Assim, de forma didática, apresentamos as leis das 27 UF, em 5
volumes compreendendo as cinco regiões geográficas brasileiras, e, ao final,
pudemos perceber o quão desprotegidos estão nossos aquíferos em algumas
localidades, o quão necessário se faz integrar a gestão da água superficial à
subterrânea, e uma gestão adequada do solo para proteção dos aquíferos,
mananciais subterrâneos presentes em quase todo o território do país.
Desejamos que este material seja útil aos diversos profissionais da área,
e que esta publicização da informação de forma organizada, alcance a
finalidade da lei: oferecer proteção às águas subterrâneas do Brasil.
Luciana e Everton
5
PREFÁCIO
1 Kritik der reinen Vernunf, 1ª ed. (1781), p. 832 – apud Claus-Wilhelm CANARIS, Pensamento
sistemático e conceito de sistema na ciência do Direito, trad. port. de Antonio Menezes Cordeiro,
Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1989, p. 10.
2 Noberto BOBBIO, Teoria dell´Ordinamento Giuridico, Turim: G. Giappichelli Editore, 1960,
p. 74 e ss.
3 Fabio Siebeneichler de ANDRADE, Da codificação – crônica de um conceito, Porto Alegre:
Livraria do Advogado Editora, 1997, p. 30. “O vocábulo código especializou-se como nome
de uma nova forma jurídico-organizatória concreta destinada a criar uma equilibrada
ordem de convivência encorajada pela afirmação do pensamento racionalista” (Mário Reis
MARQUES, Codificação e paradigmas da modernidade, Coimbra: Coimbra Editora, 2003, p. 5).
6
Além disso, apesar de vivermos época em que as informações estão
mais disponíveis, e até são excessivas, causando estresse, não é incomum
que a informação da qual se precisa é aquela que não sabemos que existe ou
é a que não se encontra disponível. Há normas que parecem se esconder. Esta
situação nos faz lembrar conhecido texto de Graciliano Ramos.
Este famoso escritor exerceu –- de forma dedicada e íntegra -- o cargo
de Prefeito do Município de Palmeira dos Índios, e, com a maestria de sua
pena, cumpriu a tarefa que, a princípio, seria apenas burocrática: elaborou
famosos Relatórios:
7
consequência do direito de propriedade, não era expresso no Código Civil de
1916 que, porém, previa que eram “proibidas construções capazes de poluir,
ou inutilizar para o uso ordinário, a água de poço ou fonte alheia, a elas
preexistentes” (art. 584).
O Código de Águas de 1934, que revogou os dispositivos dedicados às
águas do Código Civil, foi mais incisivo: “O dono de qualquer terreno poderá
apropriar-se por meio de poços, galerias, etc, das águas que existam debaixo
da superfície de seu prédio (...)” (art. 96), prevendo também condicionantes,
como a para evitar que o aproveitamento de águas subterrâneas prejudique ou
diminua as águas públicas, ou inutilize o uso ordinário da água alheia, aos
moldes da mencionada previsão do Código Civil de 1916.
Com a Constituição de 1988, os recursos hídricos foram todos
estatizados, sendo do domínio da União ou dos Estados.5 Importante entender
que recurso hídrico se distingue de água. O recurso hídrico é perene,
alimentado por correntes ou fontes de água, o que não acontece com a água
que, muitas vezes, foi dele extraída. Por isso que se inserem nos conceitos de
recursos hídricos os rios, lagos e as águas subterrâneas, mas não os integra a
água que compõe o corpo de uma pessoa ou, ainda, a água de lagos ou
reservatórios “situados e cercados por um só prédio particular que não sejam
alimentados por correntes públicas”.6
Em especial, a Constituição de 1988 atribuiu ao domínio dos Estados-
membros ou do Distrito Federal as águas subterrâneas (art. 26). Evidente que
as águas subterrâneas podem integrar aquíferos que se situam até para além
das divisas de um Estado, ou mesmo das fronteiras do país, mas o legislador
constitucional foi expresso em atribuir o seu domínio aos Estados-membros ou
ao Distrito Federal. Por mais estranho que possa parecer.
5Apesar de ser entendimento pacífico entre todos os que atuam na área ambiental e de recursos
hídricos, importante dizer que a atribuição do domínio dos recursos hídricos, pela Constituição
Federal de 1988, à União ou aos Estados ainda não foi bem compreendida por uma parte da
doutrina. Veja-se o caso de Marçal JUSTEN FILHO, que defende a existência de rios municipais
no Parecer que emitiu sobre o Projeto de Lei nº 5.296, de 2005, o qual deu origem à Lei federal nº
11.445, de 5 de janeiro de 2007 – Lei Nacional de Saneamento Básico (LNSB), parecer publicado
na Revista Jurídica da Presidência da República, vol. 7, nº 72 (2005), acessível em
https://revistajuridica.presidencia.gov.br/index.php/saj/issue/view/50/showToc (acesso em
30.3.2018), o trecho em que se defende a existência dos rios municipais se encontra na página 24
do Parecer.
6 Celso Antonio Bandeira de MELLO, Curso de Direito Administrativo, 28ª ed., S. Paulo:
8
Disso deriva que a legislação sobre as águas subterrâneas é
complexa, porque deve atender as normas gerais fixadas pela Lei federal nº
9.433, de 8 de janeiro de 1997 – Lei da Política Nacional de Recursos Hídricos
e, ainda, a disciplina específica, estabelecida por lei estadual.7
Pela importância da matéria, pode ocorrer que também na Constituição
Estadual existam dispositivos sobre as águas subterrâneas, pelo que devem
ser lidas as leis estaduais com muito cuidado, porque as normas
constitucionais estaduais sobre elas prevalecem. Afora isso, há as normas
subalternas, como as portarias, as resoluções e outras, não raro de difícil
acesso, e que não são compreendidas quando fora de seu contexto.
Conhecer a norma subalterna pode fazer toda a diferença, porque é
comum que esta norma seja a de domínio do técnico que irá apreciar o pleito
efetuado pelo cidadão ou pela empresa, sendo que, para tal técnico, muitas
vezes são desconhecidos os graves e pomposos princípios e conceitos
constitucionais ou legais que, teoricamente, seriam superiores e aos quais, em
um Estado de Direito, a Administração deve a mais estreita fidelidade. Por isso,
de nenhuma valia é a Constituição cujas normas e valores não se irradiem nas
prosaicas e fundamentais rotinas administrativas.
Foi necessário escavar profundamente, e nem sempre as profundezas
eram suficientemente iluminadas. Mas eis que brota esta coletânea de
legislação das águas subterrâneas, onde as normas sobre o tema estão
reunidas e organizadas. É um material rico, como as águas das quais fala!
7
No federalismo norte-americano uma determinada matéria ou é competência da União ou do
Estado-membro. Contudo, o sistema brasileiro é muito diferente, existindo hipóteses de
“condomínio legislativo”, em que uma matéria é disciplinada por lei federal nos aspectos de
normas gerais, que podem ser complementadas por normas suplementares editadas pelo Estado-
membro ou pelo Distrito Federal. No caso dos recursos hídricos, a Lei federal nº 9.433/97
possui dispositivos que são normas gerais, que incidem sobre todos os recursos hídricos do país,
e normas específicas, que incidem apenas sobre os recursos hídricos de domínio da União – no
caso de recursos hídricos dos Estados-membros ou Distrito Federal, serão leis editadas por eles
que irão instituir as normas específicas. É um sistema complexo, de competência legislativa
concorrente, sendo a competência da União limitada às “normas gerais”, com nítida inspiração
no texto original da Grundgesetz alemã de 1949 – sobre o tema, v. Andreas KRELL, Leis de normas
gerais, regulamentação do Poder Executivo e cooperação intergovernamental em tempos de Reforma
Federativa, Belo Horizonte: Editora Fórum, 2008.
9
___________________________________
10
SUMÁRIO
ORGANIZADORES ............................................................................................ 1
AGRADECIMENTOS .......................................................................................... 3
PRÓLOGO.......................................................................................................... 4
PREFÁCIO ......................................................................................................... 6
1. INTRODUÇÃO .......................................................................................... 12
2. PARANÁ .................................................................................................... 17
2.1. Lei Estadual n. 12.726, de 26 de novembro de 1999 ......................... 17
2.2. Decreto 9957 - 23 de janeiro de 2014 ................................................ 50
3. SANTA CATARINA.................................................................................... 68
3.1. Lei n. 9.748, de 30 de novembro de 1994. ......................................... 68
3.2. Decreto n. 4.778, de 11 de outubro de 2006. ..................................... 86
3.3. Resolução CERH n. 02, de 14 de agosto de 2014. .......................... 111
3.4. Resolução CERH n. 03, de 14 de agosto de 2014. .......................... 119
11
1. INTRODUÇÃO
8
Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm, acesso em
24/12/2017.
12
E a União cumpriu este dever constitucional, ao estabelecer a Política
Nacional de Recursos Hídricos (PNRH) – Lei federal n. 9.433, de 08 de janeiro
de 19979, a qual apresenta uma estrutura bastante didática, com
fundamentos10, objetivos11, diretrizes12 e instrumentos para gestão dos
recursos hídricos. Notadamente, os instrumentos constantes no seu artigo 5º
compõem um conjunto de ações para gestão dos recursos hídricos no território
brasileiro, são eles: os Planos de Recursos Hídricos; o enquadramento dos
corpos de água em classes, segundo os usos preponderantes da água; a
outorga dos direitos de uso de recursos hídricos; a cobrança pelo uso de
recursos hídricos; e, o Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos. E,
apesar da PNRH não fazer menção às águas subterrâneas, ocorre uma
interconexão entre águas superficiais e subterrâneas, e tais instrumentos se
aplicam tanto as águas superficiais como as subterrâneas.
Outrossim, em razão da competência constitucional suplementar,
verificamos que as 27 unidades da federação (UF) possuem uma Política
Estadual de Recursos Hídricos (PERH), e que em todas estas Políticas,
diversamente da PNRH, constam artigos voltados às águas subterrâneas ou a
aquíferos. Verificamos também que o instrumento de outorga dos direitos de
uso de recursos hídricos foi regulado em todas UF.
Entretanto, apesar do ditame constitucional previsto no Art. 26, Inciso I,
apenas 12 UF legislaram13 especificamente sobre águas subterrâneas: São
Paulo, Minas Gerais, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Distrito Federal,
Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Alagoas, Pernambuco, Maranhão e
Pará. Nas demais UF foram criadas leis, decretos, regulamentos e portarias
voltados para as águas superficiais, que juntamente com a PERH, são
utilizados nesta gestão.
Cabe anotar ainda, que há dispositivos legais de amplitude nacional
que disciplinam sobre o tema, devendo ser observados na gestão da água
subterrânea dos estados e DF, como a Resolução CONAMA 396/200814 que
dispõe sobre a classificação e diretrizes ambientais para o enquadramento das
9
Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9433.htm, acesso em 24/02/2017.
10
Dispostos no artigo 1.º da Lei 9433/1997.
11
Dispostos no artigo 2º da Lei 9433/1997.
12
Dispostas nos artigos 3º e 4º da Lei 9433/1997.
13
Em nossa ultima pesquisa eram somente 10 UF que possuíam regulamentações especificas.
14
Disponível em http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=562, acesso em 24/02/2017.
13
águas subterrâneas e dá outras providências; e a Portaria 2914, de
12/12/201115 do Ministério da Saúde, que dispõe sobre os procedimentos de
controle e de vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu
padrão de potabilidade.
Merece ser destacado a importância do legislar sobre águas
subterrâneas, uma vez que sob o território de oito estados brasileiros encontra-
se o Sistema Aquífero Guarani (SAG), são eles: Goiás, Mato Grosso, Mato
Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e
São Paulo, todos com alta densidade populacional e com grande demanda por
recursos hídricos.
O SAG é um aquífero transfronteiriço e compartilhado com a Argentina,
Paraguai e Uruguai16, motivo pelo qual, em 02/08/2010 foi firmado um Acordo
Internacional17 entre os quatro países, em San Juan, República Argentina, para
gestão compartilhada do Aquífero Guarani. Porém, ainda não efetivado, pois
pende de ratificação por parte do Paraguai. No Brasil, recentemente foi
ratificado por meio do Decreto 52/2017, publicado no Diário do Senado Federal
de 23/2/2017, que iniciou vigência em 03/05/201718.
Convém ainda ressaltar que a Região Norte possui a maior reserva
subterrânea do país, o Aquífero Alter do Chão, considerado atualmente o maior
aquífero do planeta em volume de água e que se encontra sob os estados de
Amazonas, Pará e Amapá.
15
Disponível em http://www.comitepcj.sp.gov.br/download/Portaria_MS_2914-11.pdf , acesso em 24/02/2017.
16
Projeto Sistema Aquífero Guarani – PSAG – para mais informações consulte:
http://www.ana.gov.br/bibliotecavirtual/arquivos/20100223172711_PEA_GUARANI_Port_Esp.pdf
17
Disponível em http://www.itamaraty.gov.br/sala-de-imprensa/notas-a-imprensa/acordo-sobre-o-aquifero-guarani
e/ou http://www.internationalwaterlaw.org/documents/regionaldocs/Guarani_Aquifer_Agreement-Portuguese.pdf ,
acesso em 20/02/2017.
18
Disponível em
http://legis.senado.leg.br/legislacao/ListaTextoSigen.action?norma=17688744&id=17688749&idBinario=17688753
&mime=application/rtf, acesso em 20/02/2017.
14
Figura 1: Mapa de localização do Aquífero Guarani
Fonte: Agência Nacional de Águas.
15
Após esta breve introdução, apresentaremos o arcabouço legal
existente sobre águas subterrâneas, a partir das regiões brasileiras, seguir a
região Sul.
16
2. PARANÁ
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÃO PRELIMINAR
Art. 1º. Esta lei institui a Política Estadual de Recursos Hídricos e cria o
Sistema Estadual de Gerenciamento de Recursos Hídricos, como parte
integrante dos Recursos Naturais do Estado, nos termos da Constituição
Estadual e na forma da legislação federal aplicável.
CAPÍTULO II
19
Redação dada pela Lei 16242 de 13/10/2009
17
V - a bacia hidrográfica é a unidade territorial para implementação da Política
Estadual de Recursos Hídricos e atuação do Sistema Estadual de
Gerenciamento de Recursos Hídricos;
CAPÍTULO III
OBJETIVOS
CAPÍTULO IV
18
V - a articulação da gestão de recursos hídricos com a do uso do solo e o
controle de cheias;
Art. 5º. O Estado do Paraná articular-se-á com a União e com outros Estados
tendo em vista o gerenciamento dos recursos hídricos de interesse comum.
CAPÍTULO V
19
CAPÍTULO VI
SEÇÃO I
Art. 7º. O Estado elaborará, com base nos planejamentos efetuados nas bacias
hidrográficas, o Plano Estadual de Recursos Hídricos (PLERH/PR), que
conterá o seguinte:
§ 1º. O Plano de que trata este artigo servirá como insumo e será elaborado
em consonância com as Diretrizes Orçamentárias, o Orçamento Anual e o
Plano Plurianual de Ação Governamental.
20
§ 4º. O Plano Estadual de Recursos Hídricos – PLERH/PR deverá ser
aprovado pelo Conselho Estadual de Recursos Hídricos – CERH/PR20.
SEÇÃO II
VIII - diretrizes e critérios para cobrança pelos direitos de uso dos recursos
hídricos;
20
Redação dada pela Lei 16242 de 13/10/2009
21
X - propostas de enquadramento dos corpos de água em classes segundo
usos preponderantes21.
SEÇÃO III
III - objetivar padrões de qualidade das águas compatíveis com os usos a que
forem destinadas, subsidiando o processo de concessão de outorga de direitos
de uso dos recursos hídricos.
SEÇÃO IV
Art. 13. Estão sujeitos à outorga pelo Poder Público os seguintes direitos de
uso de recursos hídricos, independentemente da natureza, pública ou privada,
dos usuários:
21
Incluído pela Lei 16242 de 13/10/2009
22
I - derivações ou captação de parcela da água existente em um corpo de água
para consumo final, inclusive abastecimento público ou insumo de processo
produtivo;
Art. 15. A outorga de direito de uso de recursos hídricos poderá ser suspensa
pela autoridade competente do Poder Executivo, parcial ou totalmente, em
definitivo ou por prazo determinado, nas seguintes circunstâncias:
22
Redação dada pela Lei 16242 de 13/10/2009
23
II - a ausência de uso por três anos consecutivos;
§ 1º. A outorga não implica a alienação parcial das águas, que são inalienáveis,
mas simples direito de uso.
Art. 17. Toda outorga de direitos de uso de recursos hídricos far-se-á por prazo
não excedente a trinta e cinco anos, renovável.
24
SEÇÃO V
Art. 19. O direito de uso de recursos hídricos sujeito à outorga será objeto de
cobrança que visa a:
Art. 20. No cálculo do valor a ser cobrado pelo direito de uso de recursos
hídricos, excluídos os usos definidos como insignificantes e não sujeitos a
outorga, devem ser observados os seguintes fatores:
V - a época da retirada;
VI - o uso consumptivo;
25
X - o grau de impermeabilização do solo em áreas urbanas, sempre que esta
alterar significativamente o regime hidrológico e o controle de cheias;
§ 1º. Os fatores referidos neste artigo serão utilizados, para efeito de cálculo,
de forma isolada, simultânea, combinada ou cumulativa.
§ 5º. A utilização dos recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica
reger-se-á pela legislação federal pertinente.
Art. 21. O valor inerente à cobrança pelo direito de uso de recursos hídricos
classificar-se-á como receita patrimonial, nos termos do artigo 11 da Lei
Federal No. 4.320, de 17 de março de 1964, com a redação dada pelo Decreto-
Lei Nº 1.939, de 20 de maio de 1982.
26
CERH/PR, de que trata esta lei, a partir de proposta do órgão executivo gestor
do Sistema Estadual de Gerenciamento de Recursos Hídricos – SEGRH/PR23.
23
Redação dada pela Lei 16242 de 13/10/2009
27
IX - compensação financeira e royalties pela exploração de recursos hídricos
para fins de geração de energia elétrica que o Estado do Paraná24;
24
Redação dada pela Lei 16242 de 13/10/2009, vide Lei 16739 de 29/12/2010
25Incluído pela Lei 16242 de 13/10/2009, vide Lei 16739 de 29/12/2010
26
Incluído pela Lei 16242 de 13/10/2009
27
Redação dada pela Lei 16242 de 13/10/2009
28
Revogado pela Lei 16242 de 13/10/2009
29
Redação dada pela Lei 16242 de 13/10/2009
28
b) o pagamento de despesas de implantação e custeio administrativo dos
órgãos e entidades integrantes do Sistema Estadual de Gerenciamento de
Recursos Hídricos – SEGRH/PR30.
SEÇÃO VI
30
Redação dada pela Lei 16242 de 13/10/2009
31
Incluído pela Lei 17.134 de 25/04/2012.
29
compatibilizados com o Sistema Nacional de Informações sobre Recursos
Hídricos.
CAPÍTULO VII
30
Art. 27. As águas subterrâneas, em razão de sua importância estratégica,
deverão estar sujeitas a programa permanente de preservação visando a
possibilitar seu melhor aproveitamento.
Art. 29. O Poder Público instituirá, sempre que necessário, áreas de proteção
aos locais de extração de águas subterrâneas, com a finalidade de possibilitar
sua preservação, conservação ou aproveitamento racional, nos termos
definidos nesta lei.
31
CAPÍTULO VIII
CAPÍTULO IX
32
Redação dada pela Lei 16242 de 13/10/2009
32
I - tomar as providências necessárias à implementação e ao funcionamento do
Sistema Estadual de Gerenciamento de Recursos Hídricos;
CAPÍTULO X
SEÇÃO I
Dos Objetivos
33
SEÇÃO II
Da Composição do Sistema
33
Redação dada pela Lei 16242 de 13/10/2009
34
Redação dada pela Lei 16242 de 13/10/2009
35
Redação dada pela Lei 16242 de 13/10/2009
36
Redação dada pela Lei 16242 de 13/10/2009
37
Incluído pela Lei 16242 de 13/10/2009
38
Incluído pela Lei 16242 de 13/10/2009
34
IV - representantes de entidades da sociedade civil relacionadas com recursos
hídricos;
39
Incluído pela Lei 16242 de 13/10/2009
40
Redação dada pela Lei 16242 de 13/10/2009
41
Redação dada pela Lei 16242 de 13/10/2009
42
Redação dada pela Lei 16242 de 13/10/2009
43
Redação dada pela Lei 16242 de 13/10/2009
35
I - representantes das instâncias regionais das instituições públicas estaduais,
com atuação relevante nas questões de meio ambiente, recursos hídricos e
desenvolvimento sustentável;
SEÇÃO III
44
Incluído pela Lei 16242 de 13/10/2009
45
Redação dada pela Lei 16242 de 13/10/2009
36
I - estabelecer princípios e diretrizes da Política Estadual de Recursos Hídricos
a serem observados pelo Plano Estadual de Recursos Hídricos (PLERH/PR) e
Planos de Bacia Hidrográfica;
VIII - estabelecer critérios e normas gerais sobre a cobrança pelo direito de uso
de recursos hídricos;
46
Redação dada pela Lei 16242 de 13/10/2009
47
Redação dada pela Lei 16242 de 13/10/2009
37
I - fomentar a captação de recursos para financiar ações e atividades do Plano
Estadual de Recursos Hídricos – PLERH/PR, supervisionando e coordenando
a sua aplicação48;
48
Redação dada pela Lei 16242 de 13/10/2009
49
Redação dada pela Lei 16242 de 13/10/2009
50
Redação dada pela Lei 16242 de 13/10/2009
51
Redação dada pela Lei 16242 de 13/10/2009
52
Incluído pela Lei 16242 de 13/10/2009
53
Incluído pela Lei 16242 de 13/10/2009
54
Incluído pela Lei 16242 de 13/10/2009
55
Incluído pela Lei 16242 de 13/10/2009
56
Incluído pela Lei 16242 de 13/10/2009
38
V - submeter à aprovação dos Comitês de Bacia Hidrográfica propostas de
Planos de Bacia Hidrográfica e de suas respectivas atualizações57;
57
Incluído pela Lei 16242 de 13/10/2009
58
Incluído pela Lei 16242 de 13/10/2009
59
Incluído pela Lei 16242 de 13/10/2009
60
Incluído pela Lei 16242 de 13/10/2009
61
Incluído pela Lei 16242 de 13/10/2009
62
Incluído pela Lei 16242 de 13/10/2009
63
Incluído pela Lei 16242 de 13/10/2009
64
Incluído pela Lei 16242 de 13/10/2009
65
Incluído pela Lei 16242 de 13/10/2009
66
Incluído pela Lei 16242 de 13/10/2009
39
destaque para os valores arrecadados com a cobrança pelo direito de uso de
recursos hídricos67;
XXIII - zelar pelo cumprimento desta lei, de seus regulamentos e das normas
deles decorrentes75;
67
Incluído pela Lei 16242 de 13/10/2009
68
Incluído pela Lei 16242 de 13/10/2009
69
Incluído pela Lei 16242 de 13/10/2009
70
Incluído pela Lei 16242 de 13/10/2009
71
Incluído pela Lei 16242 de 13/10/2009
72
Incluído pela Lei 16242 de 13/10/2009
73
Incluído pela Lei 16242 de 13/10/2009
74
Incluído pela Lei 16242 de 13/10/2009
75
Incluído pela Lei 16242 de 13/10/2009
40
infratores, penalidades por infrações aos dispositivos desta lei, de seus
regulamentos e das normas deles decorrentes76;
V - propor critérios e normas gerais para a outorga dos direitos de uso dos
recursos hídricos;
76
Incluído pela Lei 16242 de 13/10/2009
77
Incluído pela Lei 16242 de 13/10/2009
78
Incluído pela Lei 16242 de 13/10/2009
79
Redação dada pela Lei 16242 de 13/10/2009
41
X - exercer outras ações, atividades e funções estabelecidas em lei,
regulamento ou decisão do Conselho Estadual de Recursos Hídricos
(CERH/PR), compatíveis com a gestão de recursos hídricos.
CAPÍTULO XI
SEÇÃO I
SEÇÃO II
Art. 43. Para os efeitos desta lei; são considerados habilitáveis para
participação da gestão de recursos hídricos em bacias hidrográficas do Estado
e em sub-bacias de rios de domínio da União cuja gestão a ele tenham sido
delegadas, nos termos do parágrafo único do artigo 5º desta lei:
80
Redação dada pela Lei 16242 de 13/10/2009
42
II - as associações regionais, locais ou setoriais de usuários de recursos
hídricos;
SEÇÃO III
SEÇÃO IV
81
Redação dada pela Lei 16242 de 13/10/2009
82
Redação dada pela Lei 16242 de 13/10/2009
43
SEÇÃO V
SEÇÃO VI
SEÇÃO VII
44
CAPÍTULO XII
INFRAÇÕES E PENALIDADES
83
Redação dada pela Lei 16242 de 13/10/2009
45
II - multa, simples e/ou diária, proporcional à gravidade da infração, do dano
hídrico, da localização e porte do empreendimento, cujo valor oscilará entre 20
(vinte) e 20.000 (vinte mil) vezes o valor nominal da Unidade Padrão Fiscal do
Paraná (UPF/PR), ou outro índice que venha a substituí-lo, instituído pelo
Poder Executivo Estadual84;
§ 2º. No caso dos incisos III e IV, independentemente da pena de multa, serão
cobrados do infrator as despesas em que incorrer a Administração para tornar
efetivas as medidas previstas nos citados incisos, na forma dos artigos 36, 53,
56 e 58 do Código de Águas, sem prejuízo de responder pela indenização dos
danos a que der causa.
b) os antecedentes do infrator;
c) a gravidade da infração86.
84
Redação dada pela Lei 16242 de 13/10/2009
85
Redação dada pela Lei 16242 de 13/10/2009
86
Redação dada pela Lei 16242 de 13/10/2009
46
§ 6º. Da aplicação das sanções previstas neste Capítulo caberá recurso à
autoridade administrativa competente, nos termos do Regulamento.
CAPÍTULO XIII
§ 1º. Os pequenos produtores rurais, que possuam até seis módulos fiscais,
ficarão isentos da cobrança pelo direito de uso de água87.
87
Redação dada pela Lei 16242 de 13/10/2009
88
Dispositivo promulgado pela Assembleia Legislativa e publicado em 23/12/2009 pela Lei 16242 de
27/11/2009
47
como couber, o regime de concessões, permissões e autorizações previsto nas
leis federais respectivas, sem prejuízo da legislação estadual aplicável.
CAPÍTULO XIV
DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 60. O Poder Executivo regulamentará esta lei no prazo de 180 (cento e
oitenta) dias, contados da data de sua publicação.
48
Art. 61. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as
disposições em contrário89.
Jaime Lerner
Governador do Estado
89
Disponível em: http://www.legislacao.pr.gov.br/legislacao/listarAtosAno.do?action=exibir&codA
to=5849&codItemAto=40340
49
2.2. Decreto 9957 - 23 de janeiro de 2014
DECRETA:
I - Disposições Gerais
50
II - Das Competências das Instituições Integrantes do SEGRH/ PR, relativas ao
Regime de Outorga de Direitos de Uso de Recursos Hídricos.
51
III - lançamento em corpo de água, de esgotos e demais resíduos líquidos ou
gasosos, tratados ou não, com o fim de sua diluição, transporte ou disposição
final;
52
§ 1º Os parâmetros quantitativos para a qualificação, como insignificantes,
serão estabelecidos pelo Poder Público Outorgante, com base em proposições
dos Comitês de Bacia Hidrográfica.
53
§ 2º Será permitida a incorporação das outorgas prévia e de direito de uso em
um único processo administrativo, caso o requerimento de outorga de direitos
de uso for protocolado dentro do prazo de vigência da outorga prévia.
54
Art. 13 A outorga de direitos de uso de recursos hídricos deverá ser requerida
junto ao Poder Público Outorgante, antes do início da operação do
empreendimento.
55
Parágrafo único: ficam dispensados da apresentação da Certidão da Prefeitura
os empreendimentos localizados ou atividades desenvolvidas
comprovadamente em áreas rurais.
I - requerimento de outorga;
56
IV - comprovação do recolhimento dos emolumentos para cada requerimento
de outorga prévia ou outorga de direito de uso de recursos hídricos, de acordo
com os procedimentos e valores fixados pelo Poder Público Outorgante.
Art. 19. O Poder Público Outorgante analisando, entre outros aspectos, o tipo,
o porte e a localização dos usos objeto do requerimento de outorga, poderá
reavaliar a conveniência e o propósito dos elementos referidos nos artigos 14 e
57
15 deste regulamento, o que poderá resultar em tratamento singular do
requerimento, redefinindo-se os documentos, projetos e estudos necessários à
abertura e às demais fases do processo administrativo.
58
§ 4º Os prazos estipulados no caput deste artigo poderão ser ampliados, desde
que com a concordância expressa do requerente.
59
I - a fundamentação jurídica da competência do Poder Público Outorgante para
praticar o ato administrativo;
V - prazo de vigência;
VI - requisitos e condicionantes.
60
trechos, onde a relação entre a demanda e a disponibilidade hídrica, e m
termos quantitativos ou qualitativos, indique criticidade pelos critérios
específicos, caberá ao Poder Público Outorgante, quando necessário, definir
metas progressivas, intermediárias e final, para cada parâmetro adotado,
definindo limites progressivos, visando atender o enquadramento estabelecido
para o respectivo corpo receptor.
VII - cumprir os prazos fixados pelo Poder Público Outorgante para o início e a
conclusão das obras e serviços, e os demais prazos estipulados em
regulamentos e disposições legais;
61
VIII - recompor, por ocasião do encerramento de obras, serviços e
intervenções, as condições anteriores das áreas afetadas, de acordo com os
critérios e prazos a serem estabelecidos pelo Poder Público Outorgante,
arcando inteiramente com as despesas decorrentes;
62
automaticamente prorrogada até que ocorra o deferimento ou indeferimento do
pedido.
V - não pagamento dos valores fixados para cobrança pelo uso de recursos
hídricos segundo prazos e critérios estabelecidos pelo Comitê de Bacia
Hidrográfica correspondente.
63
§ 2º A suspensão da outorga de direitos de uso de recursos hídricos, na
ocorrência dos eventos previstos neste artigo, poderá ser solicitada ao Poder
Público Outorgante, pelos Comitês de Bacia Hidrográfica.
I - outorgas prévias;
64
Art. 35 O Poder Público Outorgante efetuará o monitoramento, qualitativo e
quantitativo, para o acompanhamento e a avaliação dos usos de recursos
hídricos, superficiais e subterrâneos, de domínio do Estado do Paraná ou de
domínio da União cuja gestão a este tenha sido delegada.
65
e) obrigações dos usuários de recursos hídricos;
66
XII - normas e procedimentos para a instituição do regime de racionamento de
recursos hídricos;
Governador do Estado
90
Disponível em: http://www.legislacao.pr.gov.br/legislacao/listarAtosAno.do?action=exibir&codAt
o=113097&codItemAto=719410#719410
91
http://www.aguasparana.pr.gov.br/arquivos/File/manual_outorgas.pdf
67
3. SANTA CATARINA
CAPÍTULO I
SEÇÃO I
Dos Princípios
I - Princípios Fundamentais:
c) a água deve ser reconhecida como um bem público de valor econômico, cuja
utilização deve ser cobrada, com a finalidade de gerar recursos para financiar a
realização das intervenções necessárias à utilização e à proteção dos recursos
hídricos:
68
e) sendo os recursos hídricos bens de múltiplo e competitivo, a outorga de
direitos de seu uso é considerada instrumento essencial para o seu
gerenciamento e deve atender aos seguintes requisitos:
II - Princípios de Aproveitamento:
69
b) a vinculação aos critérios e normas estabelecidos pelo Sistema Estadual de
Gerenciamento de Recursos Hídricos;
SEÇÃO II
Dos Objetivos
III - garantir que a água, elemento natural primordial a todas as formas de vida,
possa ser controlada e utilizada, em padrões de qualidade e quantidade
satisfatórios, por seus usuários atuais e pelas gerações futuras, em todo o
território do Estado de Santa Catarina.
SEÇÃO III
Das Diretrizes
III - proteção e conservação das águas contra ações que possam comprometer
o seu uso atual e futuro:
70
V - prevenção da erosão dos solos urbanos e rurais, com vistas à proteção
contra a poluição física e o assoreamento dos cursos d'água;
71
XVII - cobrança pela utilização dos recursos hídricos, segundo peculiaridades
de cada bacia hidrográfica, em favor do Fundo Estadual de Recursos Hídricos;
CAPÍTULO II
SEÇÃO ÚNICA
CAPÍTULO III
SEÇÃO I
Das Infrações
Art. 6º Constitui infração administrativa, para efeito desta Lei, qualquer ação ou
omissão que importe na inobservância dos seus preceitos, bem como das
demais normas dela decorrentes, sujeitando os infratores, pessoa física ou
jurídica, às sanções penais e a obrigação de reparar os danos causados.
72
I – utilizar recursos hídricos para qualquer finalidade, com ou sem derivação
sem a respectiva outorga do direito de uso;
SEÇÃO II
Das Penalidades
Art. 8º Sem prejuízo das demais sanções definidas pela legislação federal,
estadual ou municipal as pessoas físicas ou jurídicas que transgredirem as
normas da presente Lei, ficam sujeitas as seguintes sanções, isolada ou
cumulativamente:
73
IV - embargo definitivo, com revogação ou cassação da outorga se for o caso,
para a administração pública repor incontinenti, no seu antigo estado, os
recursos hídricos, leitos e margens, ou tamponar os poços de extração de água
subterrânea, nos termos dos artigos 58 e 59 do Código de Águas;
III - de 500 (quinhentas) a 1000 (mil) vezes o mesmo valor, nas infrações
gravíssimas.
74
I - ser primário;
I - ser reincidente;
75
SEÇÃO III
Art. 11. Será cobrado o uso dos recursos hídricos superficiais ou subterrâneos,
segundo as peculiaridades das bacias hidrográficas, na forma a ser
estabelecida pelo Conselho Estadual de Recursos Hídricos - CERH,
obedecidos os seguintes critérios:
SEÇÃO IV
76
II - previsão de formas de retorno dos investimentos públicos ou justificada
circunstanciadamente a destinação de recursos a fundo perdido;
CAPÍTULO IV
SEÇÃO I
77
Art. 15. O Plano Estadual de Recursos Hídricos será elaborado com base nas
propostas dos Planos de Bacias Hidrográficas encaminhados pelos Comitês de
Gerenciamento de Bacia Hidrográfica, e levará em conta, ainda:
SEÇÃO II
78
a) planos de utilização prioritária e propostas de enquadramento dos corpos
d'água em classe de uso preponderante;
SEÇÃO III
79
Parágrafo único: entende-se como usuários da água indivíduos, grupos,
entidades públicas e privadas e coletividades que, em nome próprio ou no de
terceiros, utilizam os recursos hídricos para:
b) receptor de resíduos;
Art. 22. Na composição dos grupos a que se refere o artigo anterior, deverá ser
observada a distribuição de 40% (quarenta por cento) de votos para
representantes do grupo definido no inciso I, 40% (quarenta por cento) no
inciso II e 20% (vinte por cento) para os representantes definidos no inciso III.
Art. 23. Os Comitês serão presididos por um de seus membros eleito por seus
pares, para um mandato de 2 (dois) anos, permitida a recondução.
80
VI - realizar o rateio dos custos de obras de interesse comum a serem
executados na bacia hidrográfica;
XII - solicitar apoio técnico, quando necessário, aos órgãos que compõem o
Sistema Estadual de Gerenciamento de Recursos Hídricos.
SEÇÃO IV
Dos Diversos Tipos de Participação
Art. 29. O Estado poderá delegar aos municípios, que se organizarem técnica e
administrativamente, o gerenciamento de recursos hídricos de interesse
exclusivamente local, compreendendo, entre outros, os de bacias hidrográficas
que se situem exclusivamente no território do Município e os aqüíferos
subterrâneos situados em áreas urbanizadas.
81
CAPÍTULO V
SEÇÃO I
SEÇÃO II
82
IV - parte da compensação financeira que o Estado receber pela exploração de
petróleo, gás natural e recursos minerais em seu território, para aplicação
exclusive em levantamentos, estudos e programas de interesse para o
gerenciamento dos recursos hídricos subterrâneos;
Parágrafo único: serão despendidos até 10% (dez por cento) dos recursos do
FEHIDRO com despesas de custeio e pessoal, destinando-se o restante,
obrigatoriamente, para a efetiva elaboração de projetos e execução de obras e
serviços do Plano Estadual de Recursos Hídricos.
SEÇÃO III
83
ao desenvolvimento, conservação, uso racional, controle e proteção dos
recursos hídricos superficiais e subterrâneos;
I - os valores resultantes das tarifas pelo uso dos recursos hídricos serão
aplicados, prioritariamente, na bacia hidrográfica em que forem arrecadados,
somente deduzidas às taxas devidas ao agente financeiro e despesas de
custeio;
84
CAPÍTULO VI
Art. 37. A implantação da cobrança pelo uso da água será gradativa, atendido o
que segue:
Art. 39. Para atendimento das atribuições previstas no Art. 4º, Seção única, do
Capítulo II da presente Lei, o Governo do Estado deverá proporcionar à
Fundação de Meio Ambiente-FATMA, condições técnicas e financeiras
suficientes para o desenvolvimento das atividades vinculadas a gestão dos
recursos hídricos no Estado de Santa Catarina.
Governador do Estado
92
Disponível em: http://leis.alesc.sc.gov.br/html/1994/9748_1994_lei.html
85
3.2. Decreto n. 4.778, de 11 de outubro de 2006.
DECRETA:
CAPÍTULO I
86
Parágrafo único: a outorga não implica alienação total ou parcial das águas,
que são inalienáveis, mas o simples direito de seu uso.
87
temporária, do regime, da quantidade ou da qualidade da água, superficial ou
subterrânea, ou ainda, que modifiquem o leito e margens dos corpos de água.
Art. 8º. Independem de outorga pelo Poder Público, depois de aprovados pelos
Comitês de Bacias Hidrográficas, conforme definido em regulamento:
CAPÍTULO II
I - a disponibilidade hídrica;
88
II - a prioridade ao abastecimento da população, a dessedentação de animais e
à vazão ecológica;
I - o interesse público;
89
e, no caso de diluição, no próprio corpo hídrico e ou nos corpos hídricos
situados a jusante, considerada a respectiva capacidade de autodepuração
para cada tipo de poluente.
Art. 13. A disponibilidade hídrica a que se refere o art. 9º, inciso I, será
definida, para a seção de corpo hídrico ou sub-bacia, pelo estudo estatístico
das informações hidrológicas disponíveis, ou por estudos de regionalização ou
por cálculos de balanço hídrico, e, ainda, por estudos de qualidade de água,
considerados os seguintes elementos:
90
devidamente registradas no cadastro de usuários de água do Órgão
Outorgante;
Art. 16. Deve ser rejeitado o pedido de outorga do qual possa resultar volume
total outorgado superior ao outorgável, no corpo hídrico para o qual tenha sido
feito o pedido, observadas as disposições do art. 54, deste Decreto.
91
II - regimes de funcionamento, considerando-se a operação dos dispositivos
implantados em termos do número de horas diárias, do número de dias por
mês e do regime de variação anual;
III - parcelas dos volumes captados, derivados ou extraídos que não retornam
diretamente aos corpos hídricos superficiais após a sua utilização, por serem
incorporados ao processo de produção ou por se propagarem no meio
ambiente por infiltração ou evaporação.
Art. 20. Para os outros usos e ações e execução de obras ou serviços que
demandem a utilização de recursos hídricos ou que interfiram nos corpos de
água, estes serão outorgados de acordo com critérios decorrentes da avaliação
das informações provenientes dos projetos técnicos e de acordo com a
natureza, características e peculiaridades das realizações pretendidas.
Art. 21. O Órgão Outorgante poderá emitir outorga preventiva de uso dos
recursos hídricos do domínio do Estado, com a finalidade precípua de declarar
a reserva de disponibilidade hídrica.
92
se ao máximo de 3 (três) anos, findo o qual será considerado o disposto nos
incisos I e II do art. 24, deste Decreto.
Art. 22. O outorgado poderá disponibilizar ao Órgão Outorgante, por prazo igual
ou superior a 1 (um) ano, vazão parcial ou total de seu direito de uso de
recursos hídricos, devendo o poder outorgante emitir ato administrativo
estabelecendo as novas condições de outorga.
CAPÍTULO III
DA VIGÊNCIA
Art. 24. A vigência dos atos de outorga de direito de uso de recursos hídricos
será por prazo não superior a 35 (trinta e cinco) anos, contados da data de
publicação do respectivo ato administrativo, segundo critérios técnicos
estabelecidos em ato próprio do Órgão Outorgante, respeitados os seguintes
limites de início de contagem de prazo:
93
§ 3º Os prazos a que se referem os incisos I e II deste, poderão ser ampliados
quando o porte e a importância social e econômica do empreendimento o
justificar, ouvido o Conselho Estadual de Recursos Hídricos.
CAPÍTULO IV
DA RENOVAÇÃO DA OUTORGA
94
CAPÍTULO V
DO REQUERIMENTO DA OUTORGA
Art. 26. A outorga de direitos de uso de recursos hídricos deverá ser requerida
junto ao Órgão Outorgante e instruída no mínimo dos seguintes documentos e
informações:
I - requerimento de outorga;
95
c) a vazão consultiva.
a) a origem do lançamento;
Art. 28. O Órgão Outorgante dará publicidade aos pedidos de outorga de direito
de uso de recursos hídricos de domínio do Estado, bem como aos atos
administrativos que dele resultarem, por meio de publicação no Diário Oficial do
Estado de Santa Catarina.
96
uso do solo, prestação de serviços públicos, usos de bens públicos e outras
interferências com recursos hídricos.
Art. 30. O Órgão Outorgante analisando, entre outros aspectos, o tipo, o porte e
a localização dos usos ou realizações objeto do requerimento de outorga,
poderá solicitar informações complementares redefinindo-se os documentos,
projetos e estudos necessários à abertura e às demais fases do processo de
análise do pedido de outorga.
97
Art. 33. Nos atos de outorga preventiva, deverá constar a manifestação do
Órgão Outorgante com relação aos seguintes aspectos:
Art. 34. Deverão constar no ato de outorga de direito de uso dos recursos
hídricos:
I - identificação do outorgado;
98
VIII - obrigatoriedade de recolhimento dos valores da cobrança pelo uso de
recursos hídricos, quando exigível;
99
Art. 35. Os pedidos de outorga poderão ser indeferidos no caso de não
cumprimento das exigências técnicas ou legais ou do interesse público,
mediante decisão devidamente fundamentada, devendo ser publicada na forma
de extrato no Diário Oficial do Estado.
CAPÍTULO VI
100
IX - delimitar, regularizar juridicamente e conservar faixas de servidão de
passagem previstas nos estudos e projetos de engenharia relativos aos usos
da água, de acordo com os critérios estabelecidos pelo Órgão Outorgante no
ato administrativo de outorga e em outros atos administrativos;
CAPÍTULO VII
101
VIII - os elementos para a determinação das disponibilidades hídricas,
conforme especificados no art. 15, deste Decreto.
CAPÍTULO VIII
102
III - medições hidrométricas, coleta de amostras e análises de qualidade de
água;
CAPÍTULO IX
Art. 42. A outorga de direitos de uso de recursos hídricos poderá ser suspensa
pelo Órgão Outorgante, de forma parcial ou total, por prazo determinado ou
indeterminado, sem qualquer direito de indenização do usuário, nas seguintes
circunstâncias:
103
III - necessidade de água para atender a situações de calamidade, inclusive as
decorrentes de condições climáticas adversas;
Art. 43. A outorga de direitos de uso de recursos hídricos poderá ser declarada
extinta, pelo Órgão Outorgante, sem qualquer direito de indenização ao
usuário, nas seguintes circunstâncias:
104
condições originais, quando da definição do(s) legítimo(s) herdeiro(s), sendo
emitido novo ato administrativo em nome deste(s).
CAPÍTULO X
105
c) participação, nas decisões sobre o regime de controle especial, dos Comitês
de Bacia Hidrográfica.
CAPÍTULO XI
Art. 45. Constitui infração administrativa, para efeito deste Decreto, qualquer
ação ou omissão que importe na inobservância dos seus preceitos, bem como
das demais normas dela decorrentes, sujeitando os infratores, pessoa física ou
jurídica, às sanções do presente diploma legal, sem prejuízo da aplicação de
outras penalidades previstas na legislação.
Art. 47. Sem prejuízo das demais sanções definidas pela legislação federal,
estadual ou municipal as pessoas físicas ou jurídicas que transgredirem as
normas do presente regulamento, ficam sujeitas as seguintes sanções, isolada
ou cumulativamente:
106
I - advertência por escrito, na qual serão estabelecidos prazos para correção
das irregularidades;
a) de R$ 1.000,00 (um mil reais) a R$ 2.000,00 (dois mil reais), nas infrações
leves;
107
b) de R$ 2.001,00 (dois mil e um reais) a R$ 5.000,00 (cinco mil reais), nas
infrações graves;
I - ser primário;
I - ser reincidente;
108
§ 2º Não serão conhecidos recursos sem o prévio recolhimento do valor
pecuniário da multa imposta em favor do Fundo Estadual de Recursos Hídricos
- FEHIDRO.
CAPÍTULO XII
Art. 50. Permanecem válidos os atos de outorga de direitos de uso das águas
de domínio do Estado de Santa Catarina, expedidos anteriormente à
publicação deste Decreto, observados seus prazos de vigência e demais
condições estabelecidas.
109
Art. 53. Os usuários de recursos hídricos já detentores de outorga, deverão
observar a mesma forma e os mesmos prazos do previsto no art. 51, anterior,
para apresentar, pela primeira vez, a declaração de confirmação dos dados da
outorga de direitos de uso de que trata o inciso X, do art. 36 deste Decreto.
Parágrafo único: quando a outorga for emitida sem que haja um plano de bacia
hidrográfica, os outorgados ficam obrigados a adaptar suas atividades e obras
ao plano superveniente.
Art. 55. As taxas, multas e emolumentos previstos neste Decreto devem ser
recolhidos à conta do Fundo Estadual de Recursos Hídricos – FEHIDRO.
93
Disponível em: http://server03.pge.sc.gov.br/LegislacaoEstadual/2006/004778-005-0-2006-002.htm
110
3.3. Resolução CERH n. 02, de 14 de agosto de 2014.
CAPÍTULO I
DAS DEFINIÇÕES
Art. 1º. Para os efeitos desta resolução são adotadas as seguintes definições:
111
I - Águas subterrâneas: recurso hídrico situado abaixo da superfície da Terra,
podendo sua ocorrência ser natural ou artificial, de forma suscetível à
explotação pelo homem.
112
XIV- Recarga natural de aquíferos: infiltração de água que ocorre naturalmente
nos aquíferos.
CAPÍTULO II
113
Art. 6º. O órgão gestor de recursos hídricos, com a participação dos Comitês
de Bacias, pode restringir a captação e o uso das águas subterrâneas, no
interesse:
CAPÍTULO III
DA ÁREA DE RECARGA
114
I – proibir novas captações até que o aquífero se recupere, ou seja, superado o
fato que determinou a carência de água;
CAPÍTULO IV
CAPÍTULO V
II – cujas perfurações foram realizadas para fim que não seja a extração de
água;
115
§ 2º. Cabe ao outorgado ou responsável pela desativação temporária ou
definitiva de qualquer poço, a imediata comunicação ao órgão gestor de
recursos hídricos.
Art. 11. Os poços jorrantes devem ser dotados de dispositivos que impeçam o
desperdício da água ou eventuais desequilíbrios ambientais.
CAPÍTULO VI
DO CADASTRAMENTO E DA OUTORGA
116
estabelecidos, tais como, Planos Diretores Municipais, Planos de Saneamento
Básico, Plano Estadual de Resíduos Sólidos, levando-se em consideração os
fatores econômicos, ambientais e sociais.
Art. 18. Nas outorgas para a captação de água subterrânea deverão ser
estabelecidas condicionantes no sentido de proibir mudanças físicas, químicas
ou microbiológicas que possam prejudicar as condições naturais dos aquíferos,
ou do solo, assim como de garantir os direitos de terceiros.
CAPÍTULO VI
117
III – deixar de colocar dispositivo de controle em poços jorrantes;
CAPÍTULO VII
DISPOSIÇÕES FINAIS
118
Parágrafo único: a descarga de poluente, tais como águas ou refugos
industriais, que possam degradar a qualidade da água subterrânea, e o
descumprimento das demais determinações desta lei e regulamentos
decorrentes, sujeitará o infrator às penalidades previstas no Decreto Estadual
nº 4.778 de 11 de outubro de 2006, sem prejuízo das demais sanções penais
cabíveis.
Lúcia G. V. Dellagnelo
94
Disponível em: http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:6HzmWp_Roh0J:www.aguas
.sc.gov.br/jsmallfib_top/DHRI/Legislacao/resolucao_2014-02-uso_agua_subterranea.doc+&cd=1&hl=pt-
BR&ct=clnk&gl=br
119
Considerando a Resolução n° 16/2001 do Conselho Nacional de
Recursos Hídricos, que estabelece a normatização para a outorga de direito de
uso de recursos hídricos;
Considerando a Resolução nº 92/2008 do Conselho Nacional de
Recursos Hídricos, que estabelece critérios e procedimentos gerais para
proteção e conservação das águas subterrâneas no território brasileiro;
Considerando a Resolução nº 396/2008 do Conselho Nacional de
Meio Ambiente, que dispõe sobre a classificação e diretrizes ambientais para o
enquadramento das águas subterrâneas;
Considerando o Art. 3º, Inciso I, da Lei Estadual nº 6.739, de 16 de
dezembro de 1985, que dispõe que o Conselho Estadual de Recursos Hídricos
é o órgão encarregado de estabelecer as diretrizes da política de recursos
hídricos com vistas ao planejamento das atividades de aproveitamento e
controle dos recursos hídricos no território do Estado de Santa Catarina;
Considerando a Lei Estadual n° 9.748, de 30 de novembro de 1994,
que estabelece em seu art. 4° a outorga de direito de uso dos recursos hídricos
como um dos instrumentos de gestão dos recursos hídricos;
Considerando o Decreto Estadual n° 4.778 de 11 de outubro de 2006,
que regulamenta a outorga de direito de uso de recursos hídricos, de domínio
do Estado;
Considerando a Resolução CERH n° 02/2014 que dispõe sobre o uso
das águas subterrâneas no Estado de Santa Catarina, resolve:
120
VII – Projeto de construção do poço, conforme a norma NBR 12.244;
Lúcia G. V. Dellagnelo
121
ANEXO I
N.º PARÂMETRO
1 Alcalinidade Total – CaCO3 (mg/l)
2 Bicarbonatos – HCO3 (mg/l)
3 Cálcio – Ca (mg/l)
5 Carbonatos – CO3 (mg/l)
6 Cloretos – Cl (mg/l)
7 Condutividade (mS/cm) à 25ºC
8 Cor (uH)
9 Dióxido de Carbono livre – CO2 (mg/l)
10 Dureza total – CaCO3 (mg/l)
11 Ferro total – Fe (mg/l)
12 Fluoretos – F (mg/l)
13 Fosfatos – PO4 (mg/l)
14 Hidróxidos – OH (mg/l)
15 Magnésio – Mg (mg/l)
16 Manganês – Mn (mg/L)
17 Nitratos – N-NO3 (mg/L)
18 Nitritos – N-NO2 (mg/l)
19 Odor
20 pH
21 Potássio – K (mg/l)
22 Sílica dissolvida – SiO2 (mg/l)
23 Sódio – Na (mg/l)
24 Sólidos dissolvidos totais (mg/l)
25 Sólidos totais à 103ºC (mg/l)
26 Sulfatos – SO4 (mg/l)
27 Turbidez (UT)
28 Balanço iônico (S cátions e S ânions)
29 DBO (mg/l)
30 DQO
31 Coliformes Termotolerantes- E. coli
32 Coliformes Totais
122
ANEXO II
PLANO DE TRABALHO
Outorga96
95
Disponível em: http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:3EjWVZxp5oYJ:www.agua
s.sc.gov.br/jsmallfib_top/DHRI/Legislacao/resolucao_2014-03-outorga_subterranea.doc+&cd=1&hl=pt-
BR&ct=clnk&gl=br
96
Formulário de outorga disponível em: http://www.aguas.sc.gov.br/base-
documental/documentos?dir=JSROOT/Diretoria+de+Recursos+Hidricos/Outorga/Formularios
123
Constituição Federal, regulando o compartilhamento entre os diversos
usuários.
Emissão da Outorga
124
Extração de água de depósito natural subterrâneo para consumo final,
inclusive para o abastecimento público, ou insumo de processo;
Requerimento de Outorga
125
Gerência de Outorga e Controle dos Recursos Hídricos
Apresentação
126
Coordenar, controlar, supervisionar ou executar planos, programas e
projetos de desenvolvimento de recursos hídricos, superficiais e subterrâneos,
a serem implantados no Estado;
Fiscalização
127
Multa;
Embargo provisório;
Embargo definitivo;
Competências da CTORH:
97
Disponível em: http://www.aguas.sc.gov.br/instrumentos/instrumentos-outorga-principal
128
Outras que vierem a ser delegadas pelo plenário do CERH.
Composição da CTORH
Sistema de Informação
Em elaboração.
Custos
Emolumentos
129
TABELA DE EMOLUMENTOS ANÁLISE E EXPEDIÇÃO
Categorias Processos
Tipo de Destinação de Uso Total R$
Administrativos
Irrigação
Outorga Preventiva
Pequeno (<=20 ha) 636,00
Mineração 852,00
Alteração da Outorga
Geração Energia 924,00
Aquicultura 708,00
Autorização de Uso do
- 50,00
Insignificante
Em elaboração.
130
4. RIO GRANDE DO SUL
CAPÍTULO I
SEÇÃO I
131
Art. 3º - A Política Estadual de Recursos Hídricos reger-se-á pelos seguintes
princípios:
SEÇÃO 2
Das Diretrizes
132
IV - integração do gerenciamento dos recursos hídricos e do gerenciamento
ambiental através da realização de Estudos de Impacto Ambiental e
respectivos Relatórios de Impacto
CAPÍTULO II
Parágrafo único - Para os efeitos desta Lei, integrará ainda o Sistema o órgão
ambiental do Estado.
SEÇÃO I
Dos Objetivos
133
II - a proposição, execução e atualização do Plano Estadual;
SEÇÃO II
98
Redação dada pela Lei n° 11.560/00
99
Redação dada pela Lei n° 11.685/01
100
Renumerado pela Lei n° 11.685/01
101
Incluído pela Lei n° 11.685/01
134
II - opinar sobre qualquer proposta de alteração da Política Estadual de
Recursos Hídricos;
SEÇÃO III
102
Redação dada pela Lei n° 11.560/00
135
aprovar os relatórios anuais sobre a situação dos recursos hídricos do Rio
Grande do Sul103;
SEÇÃO IV
103
Redação dada pela Lei n° 11.560/00
136
I - representantes dos usuários da água, cujo peso de representação deve
refletir, tanto quanto possível, sua importância econômica na região e o seu
impacto sobre os corpos de água;
b) receptor de resíduos;
Art. 14 - Na composição dos grupos a que se refere o artigo anterior deverá ser
observada a distribuição de 40% de votos para representantes do grupo
definido no inciso I, 40% de votos para representantes do grupo definido no
inciso II e 20% para os representantes do grupo definido no inciso III.
137
I - encaminhar ao Departamento de Recursos Hídricos a proposta relativa à
bacia hidrográfica, contemplando, inclusive, objetivos de qualidade, para ser
incluída no anteprojeto de lei do Plano Estadual de Recursos Hídricos;
SEÇÃO V
138
II - subsidiar os Comitês com estudos técnicos, econômicos e financeiros
necessários à fixação dos valores de cobrança pelo uso da água e rateio de
custos de obras de interesse comum da bacia hidrográfica;
CAPÍTULO III
SEÇÃO I
Art. 22 - O Plano Estadual de Recursos Hídricos, a ser instituído por lei, com
horizonte de planejamento não inferior a 12 anos e atualizações periódicas,
provadas até o final do segundo ano de mandato do Governador do Estado,
terá abrangência estadual, com detalhamento por bacia hidrográfica.
139
II - a ênfase nos aspectos quantitativos, de forma compatível com os objetivos
de qualidade de água, estabelecidos a partir das propostas dos Comitês de
Gerenciamento de Bacia Hidrográfica;
IX - o limite mínimo para a fixação dos valores a serem cobrados pelo uso da
água.
Art. 24 - O Plano Estadual de Recursos Hídricos será elaborado com base nas
propostas encaminhadas pelos Comitês de Gerenciamento de Bacia
Hidrográfica, e levará em conta, ainda:
140
prévio de viabilidade do licenciamento ambiental global, sem prejuízo do
licenciamento nos termos da legislação vigente.
SEÇÃO II
141
CAPÍTULO IV
SEÇÃO I
SEÇÃO II
142
II - até 8% (oito por cento) dos recursos arrecadados em cada bacia poderão
ser destinados ao custeio dos respectivos Comitê e Agência de Região
Hidrográfica;
III - até 2% (dois por cento) dos recursos arrecadados em cada bacia
poderão ser destinados ao custeio das atividades de monitoramento e
fiscalização do órgão ambiental do Estado desenvolvidas na respectiva bacia.
c) o consumo efetivo;
143
SEÇÃO III
CAPÍTULO V
144
V - descumprir determinações normativas ou atos emanados das autoridades
competentes visando à aplicação desta Lei e de seu regulamento;
145
Art. 37 - Da imposição de multa caberá recurso ao Secretário do Meio
Ambiente e, em última instância, ao Conselho de Recursos Hídricos104.
CAPÍTULO VI
Art. 38 - Para fins de gestão dos recursos hídricos o Estado do Rio Grande do
Sul fica dividido nas seguintes regiões hidrográficas:
Parágrafo único - A subdivisão das regiões de que trata este artigo em Bacias
Hidrográficas será estabelecida por decreto do Governador.
104
Redação dada pela Lei n° 11.560/00
146
II - implantação de um sistema de informações hidrometeorológicas e de
cadastro dos usuários de água;
III - atendimento, no mínimo, do disposto nos incisos III a VI do artigo 23, sem
prejuízo do cumprimento integral dos demais dispositivos pertinentes ao Plano
Estadual de Recursos Hídricos, desde que seja viável no prazo a que se refere
o "caput" deste artigo.
105
Disponível em: http://www.al.rs.gov.br/legiscomp/arquivo.asp?Rotulo=Lei%20n%BA%20
10350&idNorma=248&tipo=pdf
147
O GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL, no uso de suas
atribuições, e em conformidade com o disposto no artigo 82, inciso V, da
Constituição do Estado,
DECRETA:
CAPÍTULO I
SEÇÃO I
Disposições Preliminares
148
SEÇÃO II
CAPÍTULO II
SEÇÃO I
149
Art. 12 - Enquanto não estiver estabelecido o plano de uma determinada Bacia
Hidrográfica, a definição de hierarquia de usos deverá ser feita com a
participação dos usuários envolvidos, sob coordenação dos comitês de Bacia
Hidrográfica e, na falta destes, pelo DRH e pela FEPAM, tendo como princípios
à preservação do interesse público e a manutenção dos recursos hídricos
subterrâneos.
SEÇÃO II
Dos Empreendimentos
SEÇÃO III
150
SEÇÃO IV
SEÇÃO V
Da Outorga
151
Art. 19 - A outorga será condicionada aos objetivos do Plano Estadual de
Recursos Hídricos e aos Planos da Bacia, considerando-se as prioridades de
uso e os fatores econômicos e sociais.
SEÇÃO VI
152
Art. 21 - As captações subterrâneas farão parte do Cadastro Geral dos
Usuários de Água do Estado.
CAPÍTULO III
SEÇÃO I
153
SEÇÃO II
154
I - Áreas de Proteção Máxima;
Parágrafo único - Nas áreas referidas no caput deste artigo, os poços serão
dotados de vedação sanitária, instalada de acordo com as normas técnicas da
ABNT de construção de poços para captação de águas subterrâneas.
155
CAPÍTULO IV
SEÇÃO I
Da Fiscalização
Art. 35 - O uso das águas subterrâneas do Estado do Rio Grande do Sul será
fiscalizado pelo DRH e pela FEPAM, que poderão articular-se com outras
instituições.
156
SEÇÃO II
Das Sanções
CAPÍTULO V
DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 40 - A recarga artificial dos aquíferos poderá ser adotada, quando possível,
devendo ser previamente aprovada pelo DRH e pela FEPAM.
106
Disponível em:
http://www.al.rs.gov.br/legis/M010/M0100099.ASP?Hid_Tipo=TEXTO&Hid_TodasNormas=277&hTexto=&
Hid_IDNorma=277
157
4.3. Decreto n. 37.033, de 21 de novembro de 1996.
DECRETA:
Parágrafo único - O uso das águas poderá ser outorgado mediante concessão,
nos casos de utilidade pública, conforme previsto no artigo 43 do Decreto nº
24.643, de 10 de julho de 1994.
Art. 2º - Para fins deste Regulamento, entende-se como uso da água qualquer
utilização, serviço ou obra em recurso hídrico, independentemente de haver ou
não retirada de água, barramento ou lançamento de efluentes, que altere seu
regime ou suas condições qualitativas ou quantitativas.
158
Parágrafo 2º - A água objeto de outorga de uso para um fim não poderá ser
aplicada a fim diverso, salvo nova outorga, na forma estabelecida neste
Regulamento.
159
acompanhado de estudos, projetos e outras informações que permitam a
instrução do respectivo processo conforme normas e procedimentos
estabelecidos pelo Sistema de Consulta Permanente, previsto no artigo 22,
parágrafo 1º, deste Regulamento.
Parágrafo único - As licenças de uso ficam sem efeito se, durante dois anos
consecutivos, o titular deixar de fazer o uso outorgado das águas.
Parágrafo único - As concessões ficam sem efeito se, durante três anos
consecutivos, o concessionário deixar de fazer a uso outorgado das águas.
Art. 14 - Caso cesse o uso outorgado da água, fica o usuário obrigado a dar
conhecimento ao DRH, sob pena de revogação da outorga.
160
Art. 15 - Havendo necessidade de adaptação ou alteração das condições de
uso previamente estabelecidas, em razão de obras públicas, os encargos
decorrentes serão de responsabilidade dos outorgados, aos quais será
assegurado prazo para as providências, após notificação.
Art. 17 - Os atuais usuários, que não disponham da outorga de que trata este
Regulamento, deverão obtê-la na forma por ele estabelecida.
161
critérios definidos pelo DRH e pela FEPAM.
162
Art. 23 - Os atuais usuários terão prazo para requerimento da outorga do
direito de uso da água a ser definido pelo Sistema Permanente de Consulta.
DECRETA:
Art. 1 - Ficam introduzidas alterações no Decreto nº 42.047 de 26 de dezembro
de 2002, que regulamenta as disposições da Lei nº 10.350, de 30 de dezembro
de 1994, com alterações, relativas ao gerenciamento e à conservação das
águas subterrâneas e dos aquíferos no Estado do Rio Grande do Sul conforme
segue:
107
Disponível em:
http://www.al.rs.gov.br/legis/M010/M0100099.ASP?Hid_Tipo=TEXTO&Hid_TodasNormas=9942&hTexto=
&Hid_IDNorma=9942
163
Art.30. Nas áreas de proteção de poços e outras captações subterrâneas,
deverá ser instituído um Perímetro Imediato de Proteção Sanitária de laje de
concreto com dimensão mínima de 1 m² (um metro quadrado) e espessura de
10cm (dez centímetros) concêntrica ao tubo de revestimento e com
declividade para as bordas, o qual deverá ser cercado e protegido por uma
área mínima de 4 m² (quatro metros quadrados), devendo seu interior estar
resguardado do acesso de pessoas não autorizadas e/ou da infiltração de
poluentes.
Parágrafo único: nas áreas referidas no “caput” deste artigo, os poços deverão
ser dotados de vedação sanitária instalada de acordo com as normas técnicas
da Associação Brasileira de Normas técnicas - ABNT, referentes à construção
de poços para captação de águas subterrâneas.
164
Art. 37-A. As empresas perfuradoras de poços somente poderão iniciar a
perfuração de um poço com a devida Autorização Prévia, emitida pelo DRH,
tornando-se as empresas e os responsáveis técnicos corresponsáveis por
eventuais atos de infração.
§ 1º Os atos de infração referidos no “caput” deste artigo, bem como as
respectivas punições, estão previstos nos incisos II, V e VII do art. 49 e no art.
50 da Lei Federal nº 9.433, de 8 de janeiro de 1997, que institui a Política
Nacional de Recursos Hídricos, cria o Sistema Nacional de
Gerenciamento de Recursos Hídricos, regulamenta o inciso XIX do art.
21 da Constituição Federal, e altera o art. 1º da Lei nº 8.001, de 13 de março
de 1990, que modificou a Lei nº 7.990, de 28 de dezembro de 1989, bem como
nos incisos II, III e V do art. 35 e 36 da
108
Disponível em: http://www.al.rs.gov.br/legis/M010/M0100099.ASP?Hid_Tipo=TEXTO&Hid_Todas
Normas=61587&hTexto=&Hid_IDNorma=61587
165
4.6. Decreto n. 42.047, de 26 de dezembro de 2002.
DECRETA:
CAPÍTULO I
SEÇÃO I
Disposições Preliminares
166
SEÇÃO II
CAPÍTULO II
SEÇÃO I
167
Art. 11 - Ocorrendo variações na disponibilidade ou na qualidade de água,
independentemente da causa, o DRH e a FEPAM poderão modificar as
condições fixadas no ato de outorga.
SEÇÃO II
Dos Empreendimentos
SEÇÃO III
168
SEÇÃO IV
SEÇÃO V
Da Outorga
169
Art. 19 - A outorga será condicionada aos objetivos do Plano Estadual de
Recursos Hídricos e aos Planos da Bacia, considerando-se as prioridades de
uso e os fatores econômicos e sociais.
SEÇÃO VI
170
Art. 21 - As captações subterrâneas farão parte do Cadastro Geral dos
Usuários de Água do Estado.
CAPÍTULO III
SEÇÃO I
171
SEÇÃO II
172
Art. 28 - As áreas de proteção dos aquíferos serão estabelecidas a partir de
estudos hidrogeológicos e ambientais, sendo classificadas em:
Parágrafo único - Nas áreas referidas no caput deste artigo, os poços serão
dotados de vedação sanitária, instalada de acordo com as normas técnicas da
ABNT de construção de poços para captação de águas subterrâneas.
173
CAPÍTULO IV
SEÇÃO I
Da Fiscalização
Art. 35 - O uso das águas subterrâneas do Estado do Rio Grande do Sul será
fiscalizado pelo DRH e pela FEPAM, que poderão articular-se com outras
instituições.
174
SEÇÃO II
Das Sanções
CAPÍTULO V
DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 40 - A recarga artificial dos aquíferos poderá ser adotada, quando possível,
devendo ser previamente aprovada pelo DRH e pela FEPAM.
109
Disponível em: http://www.al.rs.gov.br/legis/M010/M0100099.ASP?Hid_Tipo=
TEXTO&Hid_TodasNormas=277&hTexto=&Hid_IDNorma=277
110
Disponível em: http://www.sema.rs.gov.br/outorga-diout
175