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LAUDO TÉCNICO

CONTRATANTE:
Josiane Ferreira Batista

IMÓVEL MOTIVO:
Rua Engenho do Sol nº551
Bairro: Engenho Nogueira
Belo Horizonte/MG

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SUMÁRIO

1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
2. INTORDUÇÃO
3. MEOTDOLOGIA
4. OBJETO
4.1 Apresentação dos fatos
5. MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS APRESENTADAS
6. SOLUÇÕES, RECUPERAÇÃO E REFORÇO
7. CONCLUSÃO
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS:

Em visita realizada dia 20/10/2021, foi constatado trincas e


rachaduras na residência em destaque.

A residência está passando por reformas e durante a retirada do


revestimento sobre a laje foi detectado fissuras rachaduras na mesma.

Foram detectadas outras manifestações patológicas que deverão ser


tratadas.

2. INTRODUÇÃO:

Imagem 01: Imagem do Google Maps.

O presente relatório tem por finalidade registrar a situação do imóvel


em destaque.

O imóvel possui características de ter sido construído em alvenaria 3

convencional (não foi possível detectar pilares e vigas, pois a análise foi
apenas visual e fizeram reforma interna recentemente). O proprietário
informou que encontrou pilar metálico na parede da sala e sinal de um na
cozinha também. A laje é pré-fabricada com lajota de cerâmica, por cima
revestida de piso cerâmico.

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3. METODOLOGIA:

• Inspeção dos • Informações dos


locais afetados e proprietários
seus arredores

VISTORIA ANAMNESE

• Análise dos dados • Vistoria


coletados, estudo • Anamnese
de normas e • Estudo dos fatos
literaturas

ESTUDO LAUDO
DOS FATOS TÉCNICO

Figura 01: Metodologia.

4. OBJETO:
4.1 Apresentação dos fatos:

O imóvel em análise possui cerca de 45 anos e passou por uma


reforma interna recentemente.

Em 2012 a houve um deslizamento de terra nos fundos da casa onde


há um talude. Foi feito uma contenção com 4 tubulões de 7 metros de
profundidade. No canto do banheiro social onde tem uma trinca, foi feito um
reforço com outro tubulão.

Em abril de 2021 iniciou uma obra no lote em frente ao do imóvel


objeto para construção do centro de saúde, onde houve compactação do
terreno. Os proprietários informaram que a casa vibrava muito no decorrer
da obra e com isso notaram algumas trincas. Com as chuvas, a casa
começou a ter infiltrações. Iniciaram a retirada do piso cerâmico que haviam
na laje, com isso perceberam as trincas na mesma.

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A reforma a ser realizada neste 2º pavimento, contará com uma
regularização na laje e um novo revestimento cerâmico, um banheiro, área
gourmet (bancada e churrasqueira), fechamento lateral (6,00 x 1,00). Como
consequência, contará como nova sobrecarga (peso) para a laje.

Atualmente, o imóvel apresenta inúmeras fissuras e rachaduras no


piso do 2º pavimento, bem como em algumas alvenarias do 1º e 2º
pavimento.

5. MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS APRESENTADAS:

As principais causas da ocorrência de trincas, fissuras e rachaduras


no imóvel são as movimentações provocadas por variações térmicas e de
umidade, a atuação de sobrecargas ou concentração de tensões, a
deformabilidade excessiva das estruturas, os recalques diferenciados das
fundações, a retração de produtos à base de aglomerantes hidráulicos e as
alterações químicas dos materiais de construção (Thomaz, Ércio - 2014).

Essas manifestações patológicas são classificadas conforme a


espessura da abertura, como apresentado na Tabela 01:

Tabela 01: Classificação de anomalias quanto à espessura das aberturas

Os solos são constituídos basicamente por partículas sólidas,


entremeadas por água, ar e não raras vezes material orgânico. Sob efeito
de cargas externas, todos os solos em maior ou menor proporção se
deformam. No caso em que estas deformações sejam diferenciadas ao
longo do plano das fundações de uma obra, tensões de grande intensidade
serão introduzidas na estrutura da mesma, podendo gerar o aparecimento
de trincas.

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Conforme itens 7.6.1 e 7.6.2 da Norma Técnica NBR 6118/2014 -
Projeto de estruturas de concreto —Procedimento:
“7.6.1 O risco e a evolução da corrosão do aço na região das fissuras
de flexão transversais à armadura principal dependem essencialmente
da qualidade e da espessura do concreto de cobrimento da armadura.
Aberturas características limites de fissuras na superfície do concreto,
dadas em 13.4.2, em componentes ou elementos de concreto armado,
são satisfatórias para as exigências de durabilidade.”

“7.6.2 Devido à sua maior sensibilidade à corrosão sob tensão, o


controle de fissuras na superfície do concreto na região das armaduras
ativas deve obedecer ao disposto em 13.4.2.”

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Tabela 02: Tabela 13.4 da NBR 6118/2014.

Foi realizado o levantamento das fissuras, trincas e rachaduras da


laje e alvenaria conforme croqui abaixo:

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OBS: A linha pontilhada representa esquematicamente a fissura/trinca.

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Como pode-se observar, temos de fissuras a brechas,
comprometendo assim a estrutura da laje, juntamente com o fato da
infiltração, podendo a laje está em processo de corrosão com sua armação
comprometida. (Fotos: 01 a 07)

Foto 01 – Vista geral do 2º pavimento.

Foto 02 – Fissura/trinca no piso e alvenaria.

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Foto 03 – Fissura/trinca no piso e alvenaria.

Foto 04 – Fissura/trinca no piso.

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Foto 05 – Fissura/trinca no piso.

Foto 06 – Fissura/trinca no piso.

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Foto 07 – Fissura/trinca no piso.

Sobre a laje temos um telhado de zinco, que possui sua estrutura


metálica fixada na laje. A mesma possui corrosão na sua base, tornando um
ponto de fragilidade e corrosão na laje. (Foto: 08 a 10)

Foto 08 – Base do pilar metálico: alta corrosão. Piso com trincas.

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Foto 09 – Base do pilar totalmente corroída. Piso com trinca.

Foto 10 – Base do pilar junto à alvenaria com muita corrosão.

Algumas “trincas” da laje já são possíveis de serem vistas na parte de


dentro da residência. Há trincas verticais na fachada, 45º graus em portas e
janelas, cantos das paredes e uma em especial na porta do banheiro social

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(lado externo), que já está passando para a parte interna do banheiro (Fotos:
11 a 28).

Foto 11 – Trincas na alvenaria, no interior do imóvel.

Foto 12 – Trincas na alvenaria, no interior do imóvel.

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Foto 13 – Trincas na laje, no interior do imóvel.

Foto 14 – Trincas na alvenaria, no interior do imóvel.

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Foto 15 – Trincas na alvenaria, no interior do imóvel.

Foto 16 – Trincas na alvenaria, no interior do imóvel.

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Foto 17 – Trincas na alvenaria, no interior do imóvel.

Foto 18 – Infiltração no teto do banheiro suíte.

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Foto 19 – Trincas na alvenaria, porta lado externo banheiro social.

Foto 20 – Trincas na alvenaria, porta lado interno banheiro social.

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Foto 21 – Infiltração na laje pré-fabricada.

Foto 22 – Infiltração na laje pré-fabricada.

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Foto 23 – Trincas na fachada lateral.

Foto 24 – Trincas na fachada lateral.

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Foto 25 – Trincas na fachada lateral.

Foto 26 – Trincas na fachada frontal.

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Foto 27 – Trincas na fachada frontal.

Foto 28 – Trincas na base da escada.

No quarto suite e sala podemos observar umidade por percolação


(Fotos: 29 a 31).

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Foto 29 – Infiltração ascendente.

Foto 30 – Infiltração ascendente.

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Foto 31 – Infiltração ascendente e trinca.

No subsolo (embaixo do banheiro social), foi verificado “trincas” no


piso e paredes. Na porta do subsolo temos uma brecha que nos parece ser
falha construtiva. (Foto: 32 a 37).

Foto 32 – Trincas no piso. Piso oco.

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Foto 33 – Detalhe da Foto 32.

Foto 34 – Trincas na alvenaria, dentro do subsolo.

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Foto 35 – Trincas na alvenaria, dentro do subsolo.

Foto 36 – Trincas na alvenaria, dentro do subsolo.

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Foto 37 – Trincas no piso, dentro do subsolo.

A lavanderia que é anexa a casa, possui trincas nos encontros da


parede com o piso e na janela de divisa com o talude (Foto: 38).

Foto 38 – Trincas na alvenaria externa.

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O quintal por sua vez tem uma inclinação em declive na entrada, onde
a água da chuva tem seu encaminhamento para uma vala de drenagem em
concreto que percorre para os fundos do lote. O piso está com várias trincas
e há brechas onde a água da chuva está sendo encaminhada para o solo.
Não foi identificado a drenagem do quintal. O muro lateral esquerdo possui
uma rachadura vertical que acompanha a parede da residência. (Fotos: 39
a 46).

Foto 39 – Canaleta de drenagem da água pluvial.

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Foto 40 – Detalhe do muro da canaleta com trincas.

Foto 41 – Tubo de drenagem da água para a canaleta.

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Foto 42 – Lote vizinho (esquerdo) com queda de árvore.

Foto 42 – Trincas no piso/muro (esquerdo).

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Foto 43 – Trincas no piso/muro (esquerdo).

Foto 44 – Trincas muro (esquerdo).

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Foto 45 – Detalhe da Foto 44.

Foto 46 – Trincas no piso/muro (esquerdo).

O muro de arrimo parte superior não encontra com trincas, a parte


inferior vista de cima parece estar integra também, porém não foi localizado
drenagem no mesmo. (Fotos: 47)

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Foto 47 – Muro de arrimo visto da lavanderia.

6. SOLUÇÕES, RECUPERAÇÃO E REFORÇO:

Conforme dados coletados, a laje precisa de um reforço estrutural,


pois com as manifestações patológicas encontradas está comprometida.
Com a reforma a ser feita, o terraço passará a ser uma área gourmet, que
contará com um banheiro social, com esse aumento em sua carga, é
indicado um reforço estrutural feito por um especialista (engenheiro
calculista).

A estrutura metálica que sustenta o telhado deverá ser reforçada ou


trocada, pois sua base está comprometida. Pilares e parafusos metálicos
devem conter proteção anticorrosiva, para não comprometer sua integridade
ao longo do tempo.

As trincas nas paredes deverão ter um acompanhamento de sua


evolução no prazo de 30 dias para saber se elas estão ativas (continuam
evoluindo). Somente desta forma conseguiremos um tratamento efetivo.

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Para fazer a análise da estabilidade das fissuras e trincas, é necessário a
instalação de selos de gesso ou lâminas de vidro. A utilização de lâminas
finas de gesso além de ser uma técnica simples de monitoramento de
fissuras é de fácil instalação. Devido o gesso possuir baixa resistência e ser
um material frágil, qualquer movimentação da fissura monitorada causará
ruptura do selo. Porém, está técnica não pode ser aplicada ao ar livre devido
à grande reatividade do gesso com a água. Para a utilização em ambientes
externos, o mais indicado é a lâmina de vidro fixadas com adesivos. Após a
verificação se fissura/trinca for ativa ou não será dado a forma de
recuperação da mesma. A Figura 02 exemplifica a utilização destes dois
métodos:

Figura 02: – Formas de instrumentação para controle da abertura de fissuras

Em relação à infiltração interna, deverá ser feita a impermeabilização


do contrapiso e rodapé do 2º pavimento conforme a Norma Técnica NBR
9575 - Impermeabilização – Seleção e projeto.

A canaleta de drenagem que fica na parte da frente da casa deve ser


refeita e impermeabilizada, conforme a Norma Técnica NBR 9575 -
Impermeabilização – Seleção e projeto. A água da chuva do lote deverá ser

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canalizada através de tubos e direcionada até caixas coletoras de água, que
posteriormente será direcionada à rede de água pluvial.

O piso do quintal deverá ser refeito, pois as fissuras e rachaduras no


solo, são pontos que a água entra e compromete a estabilidade do solo onde
poderá ocorrer recalques devido a movimentação do solo. O piso deverá ser
em concreto armado com malha de aço a ser definido em projeto por
profissional habilitado. Seguir Norma Técnica NBR 7583- Execução de
pavimento de concreto simples.

7. CONLUSÃO:

Tendo em vista os dados apresentados, foi concluído que a laje se


encontra em estado de corrosão, e devido a fatores externos suas trincas
tiveram o processo de abertura acelerado.

Orienta-se que o piso do quintal e a drenagem sejam refeitos


conforme orientado no decorrer deste documento.

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
▪ THOMAZ, Ercio. Trincas em edifícios: causas, prevenção e
recuperação. São Paulo, PINI, 1989.FILHO, L. C. P da Silva;
▪ HELENE, P. Análise de Estruturas de Concreto com Problemas de
Resistência e Fissuração. Rio Grande do Sul: IBRACON, 2011.
▪ NBR 6118/2014 - Projeto de estruturas de concreto —Procedimento
▪ NBR 9575 - Impermeabilização – Seleção e projeto.
▪ NBR 7583- Execução de pavimento de concreto simples.

Belo Horizonte 27 de outubro de 2021.

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ART do laudo técnico: MG212.313DMG

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