3 - Relatorio de Ensaio de Tração - Ensaios Mecanicos

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Ministério da Educação

Universidade Federal Fluminense


Escola de Engenharia Metalúrgica de Volta Redonda
Campus Vila Santa Cecilia

ENGENHARIA MECÂNICA
ENSAIOS MECÂNICOS
PROF. RODRIGO PINTO DE SIQUEIRA

RELATÓRIO: ENSAIO DE TRAÇÃO

ARTHUR PERALTAS
JONATHAN DIEGO DA SILVA
LUCAS DA CRUZ SILVA
NICOLLAS DE SOUZA ALVES

VOLTA REDONDA
DEZEMBRO DE 2021
SUMÁRIO

1. RESUMO .............................................................................................................. 3
2. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 3
3. REVISÃO BIBLIOGRAFICA ................................................................................ 4
4. FUNDAMENTAÇÃO TEORICA ......................................................................... 14
5. MATERIAIS E MÉTODOS.................................................................................. 16
5.1. MATERIAIS ..................................................................................................... 16
5.2. MÉTODOS ...................................................................................................... 16
6. RESULTADOS E DISCUSSÃO ......................................................................... 17
7. CONCLUSÃO ..................................................................................................... 25
8. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................. 26
3

1. RESUMO
Este relatório tem como objetivo determinar quantitativamente algumas
propriedades mecânicas importantes do corpo de prova, que refletirão no
comportamento mecânico do material utilizado. Analisar essas informações
fornecidas no ensaio tem grande relevância na projeção do produto final de acordo
com as propriedades solicitadas para cada aplicação.
Essas informações são obtidas através do ensaio de tração, no qual o corpo de
prova é submetido a tração axial crescente que tende a alongá-lo até que ocorra
ruptura.
Esses ensaios são amplamente utilizados na indústria de componentes
mecânicos, para controle de especificações da entrada de matéria-prima e controle
de processos.

2. INTRODUÇÃO
Um método comum para se conhecer importantes propriedades mecânicas e
observar o comportamento mecânico dos materiais é o ensaio mecânico de tração.
Devido a facilidade de execução e reprodutibilidade dos resultados, este método é
amplamente utilizado.
O ensaio de tração consiste na aplicação de carga de tração axial em um corpo
de prova, promovendo deformação até que ocorra ruptura. Durante o ensaio, é medido
o alongamento do corpo em função da carga aplicada e através desses dados obtém-
se a curva tensão deformação, que nos possibilita analisar quantitativamente as
propriedades mecânicas do material.

Figura 1: Desenho esquemático do Ensaio de Tração


4

Dentre algumas vantagens que fazem esse método ser muito utilizado está a
extensa flexibilidade do método podendo ser aplicado em diferentes perfis de corpo
de prova e em praticamente todos os tipos de materiais, e principalmente a amplitude
de informações fornecidas referentes a caracterização do material.

3. REVISÃO BIBLIOGRAFICA
Através do ensaio de tração é possível obter uma série de informações.
Algumas são registradas diretamente durante a realização do ensaio, e outras são
necessárias análises posteriores das características do corpo de prova. De posse
dessas informações é possível realizar projetos e cálculos de estrutura embasado no
conhecimento do material.
Quando um corpo de prova é sujeito ao ensaio de tração, a máquina gera um
gráfico representando a força aplicada e as deformações ocorridas durante o ensaio.
Através do gráfico intermediário produzido pela máquina, consegue-se calcular as
grandezas que representam propriedades mecânicas do material.
A principal forma de intepretação das propriedades mecânicas é através do
gráfico tensão deformação. Este, estabelece a relação entre a tensão aplicada e as
deformações ocorridas durante o ensaio no material. Uma vez que se utiliza tensão
ao invés da força aplicada, é possível reproduzir os resultados do gráfico de um
mesmo material para diferentes solicitações.
A tensão do material é dada pela relação entre a força aplicada e a área do
material:

𝑃
𝜎=
𝑆

Onde:
𝜎 = tensão (Pa)
𝑃 =carga aplicada (N)
𝑆 =seção transversal original (m²)

A deformação convencional ou de engenharia é dada por:


5

𝑙 − 𝑙0
𝜀=
𝑙0

Onde:
𝜀 = deformação (mm/mm)
𝑙 = comprimento final do corpo de prova (mm)
𝑙0 = comprimento inicial do corpo de prova (mm)

Figura 2: Corpo de Prova

A primeira porção do gráfico tensão-deformação, até o ponto A, apresenta a


região de comportamento elástico. Este comportamento é caracterizado pelo fato de
a deformação do corpo sob a ação de uma força ser reversível. Ou seja, um material
sujeito a uma força tende a se deformar e retornar as dimensões originais quando a
aplicação dessa força cessar

Figura 3: Diagrama de Tensão Deformação


6

Na fase elástica os materiais obedecem a lei de Hooke, as deformações são


diretamente proporcionais as tensões aplicadas.
𝜎 = 𝐸. 𝜀
Onde:
𝐸 = Módulo de Elasticidade ou Módulo de Young (Pa);
𝜀 = Deformação do Material (mm/mm);
𝜎 =Tensão (Pa);

O modulo de elasticidade é uma grandeza que indica a rigidez do material e


depende fundamentalmente das forças de ligação Inter-atômicas. Portanto, o modulo
de elasticidade representa uma medida da força das ligações existentes entre os
átomos, íons ou moléculas, sendo então inversamente a proporcional a temperatura.
Este é proporcional a inclinação da reta na porção elástica do gráfico tensão x
deformação.

Figura 4: Diagrama de Tensão x Deformação para Aço e Alumínio

Contudo, a Lei de Hooke se aplica somente até certo ponto, o limite de


proporcionalidade. A partir desse momento, a relação entre tensão e alongamento do
material deixa de ser proporcional. As tensões características da região elástica são:
σa – limite de elasticidade: máxima tensão que o material pode suportar sem
apresentar deformação permanente após a retirada da carga;
7

σp – limite de proporcionalidade: máxima acima da qual o material não mais


obedece à Lei de Hooke.
Na prática pode se adotar σp= σa
Após a região elástica do gráfico tensão deformação, o material passa para a
fase plástica. Entretanto, antes do comportamento plástico, o material transita pela na
região que é conhecida como escoamento. Essa região é caracterizada por
apresentar uma deformação permanente no material do corpo de prova, sem que
ocorra qualquer incremento da força aplicada. O que ocorre, é um aumento da
velocidade de deformação. Pode ser nítido como no exemplo abaixo ou imperceptível.

Figura 5: Diagrama Tensão Deformação – Encruamento

A principal tensão definida na região de escoamento é σe – limite de


escoamento: máxima tensão atingida na região de escoamento.
Para os casos que a região de escoamento é imperceptível, convencionou-se
adotar uma deformação padrão que corresponda ao limite de escoamento. O
procedimento segundo a norma ASTM Standard E9-69 é o seguinte:
• Obter uma curva tensão x deformação por meio do ensaio de tração.
• Construir uma curva paralela a região elástica partindo da deformação de 0,2%
ou 0,002
• Definir σe na interseção das retas.
8

Figura 6: Procedimento para determinação do limite de escoamento

Após a região de escoamento, o comportamento do material é ditado pela


região de encruamento. Nessa região, o material torna-se mais duro devido a quebra
dos grãos do material quando deformado a frio. A deformação previa nessa região,
gera a necessidade de aplicação de uma carga ainda maior para deformar o corpo de
prova.

Figura 7: Diagrama de Tensão x Deformação - Região de Encruamento

Uma série de características do material pode ser definida nessa região de


encruamento:
9

σu – limite de resistência a tração: tensão correspondente a maior carga


atingida durante o ensaio.
σu – limite de ruptura: ultima tensão suportada pelo corpo de prova antes de se
rompe.
Δl – alongamento do material: diferença entre o comprimento final e
comprimento inicial do corpo de prova
𝛥𝑙 = 𝑙𝑓 − 𝑙0
Alongamento específico ou deformação do corpo de prova é dado por:
𝑙𝑓 − 𝑙0
𝛿=
𝑙0
Após atingir o limite de resistência, tem início a fase de ruptura, caracterizada
por uma rápida redução da seção transversal do corpo de prova (fenômeno de
estricção).
O limite de ruptura é menor do que o limite de escoamento pois ocorre uma
diminuição da área do corpo de prova após atingir a carga máxima (limite de
resistência a tração).
A redução da área do corpo de prova após a ruptura é chamada de estricção.
Determina o grau de ductilidade do material. Ou seja, quanto maior o grau de
estricção, mais dúctil é o material. O cálculo da estricção pode ser dado por:

𝑙0 − 𝑙𝑓
𝛿=
𝑙0

Nos dias atuais, produtos dos mais diferentes lugares do mundo são
importados e exportados. Assim, torna-se necessário que testes e ensaios dos
materiais possam ser repetidos e reproduzidos com as mesmas condições
independente do país de origem. Para isso, usufrui-se de normas e padronizações.
Para ensaios mecânicos, as normas técnicas mais utilizadas são as que tratam
da especificação dos materiais e do método de ensaio. O método de ensaio irá garantir
que o ensaio foi realizado dentro dos padrões aceitáveis e assim possa validar o
mesmo.
10

Existem diferentes normas e associações que estabelecem os procedimentos


a serem adotados:
• Brasil: ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas
• EUA:
▪ ASTM: American Society for Testing Materials
▪ ASME: The American Society of Mechanical Engineers
▪ SAE: Society of Automotive Engineers
• Alemanha: DIN - Deutsches Institut für Normung
• Inglaterra: BSI - British Standard Institution
• Norma Internacional: ISO - International Organization For
Standardization
O corpo de prova adotado para o ensaio pode variar em função da norma
adotada e do maquinário utilizado para o ensaio de tração. O tipo mais comum de
corpo de prova é o de seção circular ou retangular.

Figura 8: Exemplo de corpo de prova seção circular

• Parte Útil: região onde são feitas as medidas das propriedades do


material;
• Cabeça: região de fixação do corpo de prova na máquina. Deve possuir
seção circular maior que a parte útil, para favorecer a fratura na parte útil
do corpo de prova;

Raio de concordância: evita que a ruptura se de fora da parte útil do material.

Tanto as formas quanto as dimensões dos corpos de provas, dependem do tipo


de fixação do corpo de prova para com o maquinário.
11

O tipo de fixação pode se por cunha, por rosca ou por flange:

Figura 9: Tipos de Fixação

Assim como para os demais parâmetros do ensaio de tração, o corpo de prova


também possui normas de padronização. A padronização internacional estabelece
que o corpo de prova deve possuir 10 mm de diâmetro e 50 mm de comprimento
inicial. Quando não for possível a utilização de tais dimensões, é recomendado que
utilizar dimensões proporcionais a essas.
A norma brasileira especifica apenas que o acabamento superficial da peça
deve ser de boa qualidade e não deve apresentar trincas. Assim, as dimensões e
tolerâncias de usinagem seguem as normas internacionais.
Preparação do Corpo de Prova:
• O primeiro passo consiste em identificar o material do corpo de prova,
visto que esse pode ser obtido da matéria primou ou do produto
acabado;
• Medir o diâmetro da parte útil do corpo de prova em dois pontos e retirar
a média;
• Sinalizar no corpo de provas segmentos espaçados de 5 mm.

Os modelos de Máquina Universal de Ensaio podem ser classificados quando


ao mecanismo de geração de carga (Eletromecânica ou Hidráulica), quanto ao tipo de
ensaio (estático ou dinâmico), quanto a sua estrutura (coluna única ou coluna dupla)
e quanto a acomodação (Portátil, Bancada ou Autoportante).
12

Os dados obtidos no ensaio de tração e tratados posteriormente estão


diretamente relacionados com a escolha do material, o processo de fabricação do
produto e processo de tratamentos superficiais.
Definir a recuperação elástica do material pode ser crucial para definir o modo
de fabricação da peça. Por exemplo, em uma estampagem de peças, não é desejável
que a recuperação elástica do material depois de deformado plasticamente seja
considerável. Para analisarmos a recuperação elástica é necessário definir o
alongamento elástico, através do uso de um extensômetro no maquinário.

Figura 10: Extensômetro posicionado na máquina

Ainda é possível calcular o alongamento manualmente. Após a realização do


ensaio e ruptura do corpo de prova segue-se as seguintes etapas:
• Define-se o risco (marcação realizada previamente no CP) mais próximo
da ruptura;
13

• Conte o número de divisões para um lado e para o outro do CP


• Medir a distância entre os dois extremos dessa contagem;

Figura 11: Exemplo de Medição

A determinação do limite elástico permite inferir em qual ponto a deformação


do material deixa de ser elástica e torna-se permanente. Projeto mecânicos são
dimensionados para nunca alcançar essa tensão respectiva. Para determinar o limite
elástico, o cientista Johnson, em 1989, elaborou a seguinte estratégia para
determinação do limite elástico aparente (tensão na qual a deformação possui uma
velocidade 50% maior que a deformação na origem):
• Trace uma reta perpendicular aos eixos das tensões, fora da região da
curva tensão x deformação (F – D)
• Prolongue a reta na zona elástica, a partir do ponto O, até que ela corte
a reta DF no ponto E.
• Remarque o ponto D de modo que a medida do segmento FD seja igual
a uma vez e meia o segmento FE,
• Trace a reta OD
• Trace a reta MN paralela a OD, tangenciando a curva tensão x
deformação.

O limite elástico, é o valor da tensão respectivo ao ponto A.


14

Figura 12: Definição do Limite Elástico Aparente

A alternativa para o limite elástico é o limite de escoamento, já apresentado


anteriormente.

4. FUNDAMENTAÇÃO TEORICA
O ensaio de tração consiste em aplicar uma força à um corpo de prova, numa
velocidade constante, até a ruptura. O corpo de prova é composto por cabeças e parte
útil. As cabeças são as partes mais extremas, utilizadas para fixar o corpo à máquina.
De forma a não interferir com os resultados, a cabeça do corpo de prova possui
dimensões maiores que o corpo, e uma região de transição arredondada, para não
haver concentradores de discordâncias.
𝐹
σ=
𝐴
Os valores utilizados para calcular a tensão e deformação que o corpo sofre
são coletados direto da máquina, o que reduz os erros de medição no processo. Esses
valores são da carga exercida pela máquina e do alongamento sofrido pela peça,
assim como a velocidade na qual o corpo será deformado.

ε = 𝑙 − 𝑙0
15

Os resultados extraídos da máquina ao longo do ensaio de tração são


transformados em valores de tensão e deformação, e então são plotados em um
gráfico chamado tensão x deformação.

Figura 13: Gráfico didático de tensão x deformação

A análise do diagrama de tensão x deformação nos permite destacar pontos


importantes no estudo do material analisado. Esses pontos e fases podem ser
analisados para prever as propriedades do material durante sua utilização.
Conforme o gráfico, podemos observar:
• Regime elástico: é a região na qual a área útil do corpo de prova ainda
não apresenta escoamento plástico, e caso se cesse a aplicação de
carga no corpo de prova, ele se recuperará de volta ao ponto inicial, sem
haver deformações em sua geometria.
• Tensão de escoamento: é o ponto onde a deformação plástica se inicia,
e a partir daí haverá escoamento de material e encruamento em sua
estrutura. Esse ponto marca a transição do regime plástico para o regime
elástico.
• Tensão máxima de tração (T): esse ponto marca o momento no qual o
encruamento e o escoamento de material alternam seu equilíbrio,
causando um enfraquecimento na capacidade do material de resistir à
16

carga aplicada até aquele instante, causando uma redução na


resistência mecânica da sessão do material, agora reduzida graças ao
escoamento.
• Ponto de fratura (k): esse é o momento no qual a tensão à qual o material
está submetido já o escoou o suficiente para tornar sua sessão mínima
pequena o bastante para possibilitar um rompimento do corpo. Em
materiais extremamente dúcteis, essa sessão pode chegar à se tornar
um ponto.
• Região de fluência: entre os regimes elástico e plástico, pode-se
observar uma região na qual o material se deforma constantemente sob
a mesma tensão. Essa zona é caracterizada pela propagação de
discordâncias no interior do material, de forma que ocorre deformação,
porém ainda não há encruamento suficiente para que o material
necessite de uma tensão maior para se deformar.

5. MATERIAIS E MÉTODOS

5.1. MATERIAIS

• Maquinário para execução do ensaio de tração (máquina universal);


• Corpo de prova cilíndrico metálico de aço inoxidável 304 com diâmetro
de 12,7 mm;

5.2. MÉTODOS
O ensaio de tração é usualmente realizado em uma máquina universal, que
consegue exercer a força no corpo de prova através de um sistema hidráulico, que
permite uma velocidade de movimento precisa. As máquinas mais recentes permitem
exportar os valores de tensão e alongamento direto para o computador, com o auxílio
de um extensômetro.
Para a realização do ensaio, foram realizadas as seguintes etapas:

I. Primeiramente, o corpo de prova teve sua superfície polida e preparada


para o ensaio;
II. O corpo de prova é, então, fixado na máquina pelas cabeças;
17

III. Inicia-se a aplicação de carga no corpo de prova, iniciando o


alongamento;
IV. Conforme ocorre o alongamento, o equipamento registra a carga
aplicada, a partir da célula de carga, e o alongamento, a partir do
extensômetro.
V. De posse dos dados de medição, são feitas as análises.

6. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Neste tópico serão analisados os resultados obtidos do ensaio para o material
determinado.
Segue os dados das forças aplicadas, do comprimento final do corpo de prova
feito de aço inoxidável 304 e do seu alongamento:

Registro Carga (KN) Comprimento útil (mm) Alongamento


1 0 50,8 0,00
2 4,89 50,81 0,01
3 9,78 50,82 0,02
4 14,67 50,83 0,03
5 19,56 50,84 0,04
7 24,45 50,85 0,05
8 27,62 50,86 0,06
9 29,39 50,87 0,07
10 32,68 50,9 0,10
11 33,95 50,93 0,13
12 34,58 50,95 0,15
13 35,22 50,98 0,18
14 35,72 51 0,20
15 40,54 51,82 1,02
16 48,39 53,34 2,54
17 59,03 55,88 5,08
18 65,87 58,42 7,62
19 69,42 60,96 10,16
20 69,67 61,47 10,67
21 68,15 63,5 12,70
22* 60,81 66,04 15,24
18

Com essa tabela foi possível realizar um gráfico tensão por alongamento,
facilitando a visualização do comportamento do corpo de prova mediante a uma força
de tração. Segue o gráfico abaixo:

FORÇA X ALONGAMENTO
80
70
60
Carga (KN)

50
40
30
20
10
0
0,00 2,00 4,00 6,00 8,00 10,00 12,00 14,00 16,00 18,00
Alongamento (mm)

Em seguida foi feito o estudo carga na forma de tensão de engenharia por


deformação percentual, nos dando resultados que não dependem mais da geometria
da peça. Para tanto, a força e deformação percentual foram feitas a partir das fórmulas
a seguir:

𝐷0 2
𝐴0 = 𝜋
4

𝐹
𝜎𝑒 =
𝐴0

𝐿𝑓 − 𝐿0
𝜀𝑒 =
𝐿0

Onde:

𝐷0 – Diâmetro do corpo de prova


𝐴0 – Área do corpo de prova
𝜎𝑒 – Tensão de engenharia
𝜀𝑒 – Deformação de engenharia
19

𝐿𝑓 – Comprimento final
𝐿0 – Comprimento inicial

Registro Tensão (MPa) Deformação (%)


1 0,00 0,00
2 38,60 0,020
3 77,20 0,04
4 115,81 0,06
5 154,41 0,08
7 193,01 0,10
8 218,04 0,12
9 232,01 0,14
10 257,98 0,20
11 268,00 0,26
12 272,98 0,30
13 278,03 0,35
14 281,98 0,39
15 320,03 2,01
16 382,00 5,00
17 465,99 10,00
18 519,98 15,00
19 548,01 20,00
20 549,98 21,00
21 537,98 25,00
22* 480,04 30,00

TABELA TENSÃO X DEFORMAÇÃO (engenharia)


600,00

500,00

400,00
Tensão (MPa)

300,00

200,00

100,00

0,00
0,00 5,00 10,00 15,00 20,00 25,00 30,00 35,00
Deformação (%)
20

Como é possível ver pelo gráfico, o material apresenta três fases distintas, a
primeira é a região elástica, a segunda a região de encruamento uniforme e a terceira
a de encruamento não-uniforme.
Finalmente, em seguida foi feito o estudo da tensão por deformação verdadeira,
que utiliza a área instantânea para calcular os valores da tensão real.

Registro Tensão real (MPa) Deformação real


1 0,00 0,00E+00
2 38,61 1,97E-04
3 77,23 3,94E-04
4 115,87 5,90E-04
5 154,53 7,87E-04
7 193,20 9,84E-04
8 218,29 1,18E-03
9 232,33 1,38E-03
10 258,49 1,97E-03
11 268,69 2,56E-03
12 273,78 2,95E-03
13 279,02 3,54E-03
14 283,09 3,93E-03
15 326,45 1,99E-02
16 401,10 4,88E-02
17 512,59 9,53E-02
18 597,98 1,40E-01
19 657,61 1,82E-01
20 665,50 1,91E-01
21 672,48 2,23E-01
22* 624,05 2,62E-01

Esses valores foram obtidos pelas fórmulas a seguir:

𝜎𝑟 = 𝜎𝑒 (1 + 𝜀𝑒 )

𝜀𝑟 = ln (1 + 𝜀𝑒 )

Onde:

𝜎𝑟 – Tensão real
21

𝜀𝑟 – Deformação real

TABELA TENSÃO X DEFORMAÇÃO (real)


800,00

700,00

600,00
Tensão real (MPa)

500,00

400,00

300,00

200,00

100,00

0,00
0,00E+00 5,00E-02 1,00E-01 1,50E-01 2,00E-01 2,50E-01 3,00E-01

Realizado os gráficos, é possível retirar informações intrínsecas do aço


inoxidável 304, como o seu módulo de elasticidade (E), limite de escoamento (LE),
limite de resistência a tração (LRT), alongamento percentual na fratura, coeficiente de
resistência (k) e seu coeficiente de encruamento (n).

Módulo de elasticidade:
O valor dessa propriedade foi encontrado a partir da inclinação da reta existente
na região elástica do gráfico de tensão x deformação de engenharia, sendo igual ao
arc tangente do ângulo, ou pelo coeficiente angular da reta.
22

Determinando o módulo de elasticidade


250,00

200,00

150,00

100,00

50,00

0,00
0,00 0,02 0,04 0,06 0,08 0,10 0,12
-50,00

Limite de escoamento:
Valor aproximado da tensão necessária para iniciar o regime plástico de certo
material, normalmente representado por 𝜎 𝑒 . Ele é obtido de forma prática traçando
uma reta paralela à reta de regime elástico começando em 0,2% no eixo x para um
valor de y igual a 0 (esse valor de inicial de x é estipulado para aços e ligas metálicas
não ferrosas mais duras). O valor que obtemos foi de 261,11Mpa (valor obtido no
gráfico de deformação de engenharia.

Determinação do limite de escoamento


450,00
400,00
350,00
300,00
Tensão (MPa)

𝜎 𝑒 = 274,54
250,00
200,00
150,00
100,00
50,00
0,00
0,00% 0,10% 0,20% 0,30% 0,40% 0,50%
Deformação

Limite de ruptura:
O limite de ruptura é visto também de forma prática pelo gráfico, ele será o
ponto de maior valor de tensão da linha do gráfico de deformação de engenharia. Esse
23

ponto indica que o corpo de prova está começando a gerar um empescoçamento em


um ponto de sua parte útil, causando uma distorção no gráfico.

LTR = 549.98

TENSÃO X DEFORMAÇÃO (engenharia)


600,00

500,00

400,00
Tensão (MPa)

300,00

200,00

100,00

0,00
0,00 5,00 10,00 15,00 20,00 25,00 30,00 35,00
Deformação (%)

Alongamento percentual na fratura:


Máximo valor de deformação que o material resiste antes de ocorrer a fratura,
ele é visto como maior ponto em x da linha do gráfico de deformação de engenharia.
O valor dele no gráfico é de 30%.

TENSÃO X DEFORMAÇÃO (engenharia)


600,00

500,00

400,00
Tensão (MPa)

300,00

200,00

100,00

0,00
0,00 5,00 10,00 15,00 20,00 25,00 30,00 35,00
Deformação (%)
24

Coeficientes de resistência e de encruamento:

Antes de encontrarmos os valores dessas propriedades, é preciso evidenciar


que esses coeficientes só descrevem o comportamento do material para o regime de
encruamento uniforme, que começa no valor de limite de escoamento e termina no
valor do limite de ruptura, por isso só foram usados dados dentro dessa região. Para
obter ambos, foi necessário primeiro transformar a equação de Hollomon (1), em uma
equação linear, aplicando log em ambos os lados da equação.

𝜎𝑟 = 𝑘𝜀𝑒 𝑛 (1)

𝐿𝑜𝑔(𝜎𝑟 ) = log(𝑘) + 𝑛𝑙𝑜𝑔(𝜀𝑒 ) (2)

Obtida a equação (2), ela foi aplicada para todos os pontos da região de
encruamento uniforme da tabela de tensão e deformação real, e em seguida foi
traçada a reta que mais se aproxima de todos os pontos dessa região, obtendo assim
também, a sua equação (3).

Regime plástico uniforme linearizado


2,85

y = 0,2084x + 2,9381 2,8


2,75
2,7
2,65
2,6
2,55
2,5
2,45
2,4
2,35
-3 -2,5 -2 -1,5 -1 -0,5 0

𝑦 = 0,2084𝑥 + 2,9381 (3)

Por fim foram obtidos pelas igualdades a=log(k)= 2,9381 e b= 0,2084=n os


valores de k e n.
25

𝐿𝑜𝑔(𝜎𝑟 ) = log(𝑘) + 𝑛𝑙𝑜𝑔(𝜀𝑒 )


𝑘 = 10𝑏
𝑛=𝑎

Onde:
a – Coeficiente angular da reta
b – Coeficiente linear da reta

Tabela contendo propriedades do aço inoxidável 304

Propriedades Valores

Módulo de elasticidade 196,1 Gpa

Limite de escoamento 274,54 Mpa

Limite de resistência a tração 549,98 MPa

Alongamento percentual na fratura 30%

Coeficiente de resistência 867,16 MPa

Coeficiente de encruamento 0,20

7. CONCLUSÃO
Com a realização desta prática pôde-se conhecer e aplicar os procedimentos
dos ensaios de tração e entender a diferenciação das sessões elásticas e plásticas
da deformação de um corpo de prova, assim como os efeitos que levam aos
resultados obtidos.
Assim, permitiu conhecer detalhes do ensaio, as formas de aplicação, e os
resultados obtidos, assim como as preparações necessárias para que se obtenham
resultados precisos.
Na situação qual o ensaio se propôs, foi possível observar que o limite de
resistência de um material como o aço inoxidável 304 permite que ele seja aplicado
amplamente em elementos estruturais, uma vez que seu módulo de Young satisfaz
26

os requisitos para essas aplicações. O módulo de Young sendo fruto do estudo


realizado, foi possível verificar que tal material necessita de tensões altas para que
seja deformado plasticamente, sendo assim classificado como dúctil.
Quanto aos dados obtidos, para a situação analisada, os resultados
quantitativos foram satisfatórios com a literatura estudada e com os perfis de gráficos
demonstrados. Vale ressaltar que todos os pontos de validação devem ser
concretizados para validarmos o experimento. Assim podemos garantir qualidade e
replicabilidade dos ensaios existentes.
Os valores obtidos nos estudos podem variar devido a qualidade da superfície
do material, a lubrificação utilizada na máquina e o estado de manutenção na qual a
máquina se encontra.

8. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

[1] Estudo do corpo de prova. Disponível em:


<https://www.cimm.com.br/portal/material_didatico/6543-corpos-de-prova-para-o-
ensaio-de-tracao>. Acesso em 28 de novembro. de 2021
[2] Ensaios dos Materiais – 2º Ed – A. Garcia
[3] Revisão sobre tipos de fixação para ensaio de tração. Disponível em:
<http://www.smm.eesc.usp.br/smm/images/material-
didatico/smm342/AULA%20%205-%20Ensaio%20de%20Tracao.pdf>. Acesso em:
28 de novembro. de 2021.
[4] Revisão sobre diferentes tipos de maquinários existentes no mercado.
Disponível em:<https://biopdi.com.br/artigos/maquina-universal-de-ensaio/>. Acesso
em: 28 de novembro. de 2021.
[5]Telecurso 2000 profissionalizante - Mecânica – Ensaios de materiais, Ensaio
de tração, propriedades mecânicas. Editora Globo.
[6]Telecurso 2000 profissionalizante – Mecânica – Ensaios de materiais,
Ensaio de tração, procedimentos normalizados. Editora Globo.
[7]Telecurso 2000 profissionalizante – Mecânica – Ensaios de materiais,
Ensaio de tração, análise dos resultados. Editora Globo.
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[8] USP,Cassius Ruckert,Ensaios mecânicos dos materiais. Disponível em:


<https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/217019/mod_resource/content/1/Ensaio%2
0de%20Tra%C3%A7%C3%A3o.pdf>

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