CONCLUSÃO Eia

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AVALIAÇÃO DE IMPACTOS

Considerando a caracterização do empreendimento e o Diagnóstico Ambiental


da área de influência, iniciou-se a avaliação dos impactos ambientais gerados pela
instalação do mesmo, sendo identificados os impactos sobre os meios físico, biótico e
socioeconômico para as diferentes fases do empreendimento, planejamento,
implantação e operação, de acordo com a Resolução CONAMA no 001/86.

A identificação desses impactos ambientais é apresentada por meio de planilhas na


forma de avaliação qualitativa, permitindo constatar que as interferências esperadas são
conhecidas, não devendo ocorrer sinergias e situações imprevistas de interação entre
elas, decorrentes de associações.

Para se identificar as ações do empreendimento, foi feita avaliação do mesmo em suas


diversas etapas: planejamento, implantação, desativação das obras e operação. Em cada
uma dessas etapas poderá haver modificações no meio ambiente, que devem ser
registradas e avaliadas.

Os impactos potenciais foram divididos nas fases de planejamento, implantação


desativação das obras e operação do empreendimento, sendo os principais listados na
tabela a seguir:
Tabela 7/1. Check list de ações impactantes para fase de planejamento, implantação do
empreendimento, desativação das obras e operação.

Para a identificação dos impactos, foram considerados os fatores ambientais estudados


no diagnóstico ambiental, abaixo relacionados:

Ar

MEIO FÍSICO
Solo

Água

Flora terrestre

MEIO BIÓTICO Fauna terrestre

Fauna aquática
População

Uso e ocupação do solo

MEIO SÓCIO-
Qualidade de vida

ECONÔMICO
Atividades econômicas

Político–institucional

Tabela 7/1. Check list de ações impactantes para fase de planejamento, implantação do
empreendimento, desativação das obras e operação.

O cotejo das ações do empreendimento, com os fatores ambientais listados foi realizado
por diferentes técnicos, de acordo com sua especialidade, identificando-se os processos
decorrentes e os impactos potenciais e avaliando-se as características das alterações
potenciais.

Se a identificação dos impactos foi efetuada a partir do relacionamento das atividades


geradoras de impactos com os aspectos ambientais afetados pelo empreendimento, a
avaliação considerou, de forma sistemática, as diversas interferências encontradas,
estabelecendo-se uma caracterização para os impactos significativos.

A metodologia da avaliação de impacto pressupõe escalas temporais e espaciais das


áreas de influência. Neste estudo, empregaram-se como escala temporal as fases
previstas para o empreendimento: planejamento, implantação, desativação das obras e
operação. A avaliação foi consolidada através de discussão da equipe técnica
multidisciplinar.

Para a análise de impactos, optou-se pela realização da avaliação de todos os impactos,


independentemente de sua classificação como primário, secundário e terciário, visando
o aprofundamento da análise de todos eles.

Procedeu-se, assim, à avaliação dos impactos para todas as fases do empreendimento,


qualificando-os em função de suas especificidades e indicando a sua magnitude
(mensuração qualitativa) e grau de relevância. De acordo com tais critérios, eles são
caracterizados com os seguintes atributos:

Quanto à natureza: positivo (P), quando do impacto resulta uma melhoria da qualidade
ambiental pré-existente, ou negativo (N), quando o impacto compromete essa qualidade;
Em relação à forma de incidência: indica se o impacto atinge de forma direta (D) ou
indireta (I);

No que diz respeito à área de abrangência: pode ser local (L), quando ocorre no
próprio sítio do empreendimento, regional (R), quando se propaga para fora desse sítio
ou estratégica (E), quando se interliga com estratégias de desenvolvimento local e/ou
regional;

Quanto à possibilidade de ocorrência: se o impacto constitui um evento certo (C), ou


possível (P);

Quanto ao prazo de ocorrência: imediato/curto prazo (CP); médio prazo (MP) e longo
prazo (LP);

Com respeito à temporalidade: temporário (T), quando ocorre em um período


determinado, permanente (P), quando não cessa de se manifestar, ou cíclico (C), quando
ocorre de forma intermitente;

No que envolve a reversibilidade: reversível (R), quando o aspecto ambiental


impactado tende a retornar às condições originais, e irreversível (I), quando o aspecto
não retorna às condições originais;

Quanto à magnitude: realizada geralmente em termos qualitativos, sendo classificada


como pequena (P), média (M) ou grande (G);

Em relação à relevância: é estabelecida como baixa (B), média (M) ou alta (A),
considerando-se sua magnitude, mitigabilidade e importância dos fatores ambientais
atingidos;

Em relação às possibilidades mitigação: impacto mitigável (M), parcialmente mitigável


(PM) e não mitigável (NM);
Grau de resolução das medidas propostas para reduzir ou potencializar um dado
impacto: baixo (B), médio (M) ou alto (A).

A avaliação de cada impacto foi realizada de acordo com o que mostra a tabela
apresentada a seguir, a qual explicita os atributos que foram caracterizados no decorrer
da análise.

Nessa metodologia, as medidas mitigadoras, no caso dos impactos negativos, ou


potencializadoras dos impactos positivos já são previstas e relacionadas no Quadro de
Avaliação, sendo avaliado seu grau de resolução (alto, médio ou baixo). A partir da
mensuração do impacto e resolução da medida proposta será possível definir o grau de
relevância do impacto, levando-se em conta a situação ambiental anterior à
implementação do empreendimento.

No caso de impactos positivos (benéficos), devem ser adotadas medidas que visem
aproveitar ao máximo os benefícios; são as chamadas medidas potencializadoras.

Tabela do Roteiro básico para a avaliação de impactos ambientais potenciais e


respectivas medidas mitigadoras.
Impacto ambiental potencial

Alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente e da


situação sócio-econômica.

Fator potencialmente gerador de impacto

Qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta
ou indiretamente, afetem a saúde, segurança, bem-estar das populações, as atividades
sociais e econômicas, a biota, as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente, e a
qualidade dos recursos naturais.

Fundamentação técnica

Análise dos impactos, com a fundamentação técnico-científica para a sua avaliação.

Caracterização do impacto

A caracterização dos impactos ambientais é realizada de acordo com a legislação


ambiental vigente e indicada de acordo com as seguintes especificidades e
atributos:
Natureza: - positivo ou negativo
Forma de incidência: - direto ou indireto
Área de abrangência: - local, regional ou estratégica
Possibilidade de ocorrência: - certo ou possível
Prazo de ocorrência: - imediato, curto, médio ou longo
Prazo
Temporalidade/duração: - temporário, cíclico ou
Permanente
Reversibilidade: - reversível, parcialmente
reversível ou irreversível
Magnitude: - pequena, média ou grande
Relevância: - alta, média ou baixa
Possibilidades mitigadoras para impactos - mitigável, parcialmente mitigável
negativos: ou não mitigável
Possibilidade de potencialização para - alta, média ou baixa
impactos positivos:
Grau de resolução das medidas: - baixo, médio ou alto

Área de influência

Limite de ocorrência ou extensão dos impactos ambientais – ADA, AID ou AII

Medidas mitigadoras ou potencializadoras

Ações que visem a redução ou minimização dos impactos negativos ou


potencialização dos impactos positivos.

Responsabilidade pela implementação das medidas

Indica o responsável pela aplicação das medidas.

Prognóstico após a implementação das medidas

Análise do impacto após a implantação das medidas.


7.1 Ações Potencialmente Causadores de Impactos

A seguir, são apresentadas as ações potenciais previamente identificadas


que poderão causar os impactos ambientais nas fases de implantação e de
operação da expansão Sanrimar.

Fase de Implantação

• atividades de terraplenagem contemplando obras de


escavação e terraplenagem;

• atividades de arruamento e pavimentação e produção de


asfalto;

• obras de construção civil e produção de concreto;

• Movimentação e operações com veículos pesados, como


britadeiras, compressores e montagem de equipamentos;

• Movimentação de veículos de transportes;

• Recebimento, armazenamento e consumo de óleo


combustível pelas máquinas e veículos;

• Captação de água do Igarapé Bate Estaca e posterior


tratamento e distribuição de água tratada para fins potáveis,
sanitários e preparação de terreno e concreto;

• Coleta e disposição de esgotos sanitários;

• Coleta, acondicionamento, armazenamento e disposição de


resíduos sólidos de obras;

• Coleta, acondicionamento, armazenamento e disposição de


resíduos sólidos gerados pela infraestrutura;

• Geração de empregos temporários diretos e indiretos;

• Interferência na infraestrutura urbana;


• Aumento na arrecadação tributária; e

• Dinamização da economia local.

Fase de Operação

• Captação de água do Igarapé Bate Estaca e posterior


tratamento e distribuição de água tratada para fins
industriais, potáveis, sanitários e etc;

• Coleta, tratamento e disposição dos efluentes líquidos


tratados no Igarapé Bate Estaca;

• Vazamentos e derramamentos de licor preto diluído e


concentrado da fábrica de celulose;

• Coleta, tratamento e dispersão de emissões atmosféricas;

• Coleta, acondicionamento, armazenamento e disposição de


resíduos sólidos industriais nos aterros;

• Operação da fábrica com emissão de ruídos;

• Recebimento, armazenamento e manuseio de produtos


químicos;

• Fabricação, armazenamento e manuseio de produtos


químicos;

• Recebimento, armazenamento e manuseio de produtos


combustíveis;

• Alteração na qualidade de vida da população;

• Geração de empregos temporários diretos e indiretos;

• Interferência na infraestrutura urbana;


• Aumento na arrecadanção tributária;e

• Dinamização da economia local.

7.2 Síntese da Avaliação de Impactos

A Avaliação de Impactos apresenta de forma detalhada os impactos


previstos para as fases de planejamento, implantação, desativação das
obras e operação da ampliação fábrica.

7.3 Proposição de Medidas Mitigadoras e Compensatórias

7.3.1 Medidas Compensatórias e Mitigadoras

Com base na avaliação dos impactos ambientais, são recomendadas


medidas que venham a minimizá-los, eliminá-los, compensá-los, no caso
de impactos negativos e, no caso de impactos positivos, maximizá-los,
sempre com medidas que deverão ser implantadas através de projetos
ambientais.

Seguem as medidas mitigatórias propostas:

Fase de planejamento
- efetuar divulgação do projeto, informando dados de capacidade, tecnologia a ser
empregada, sistemas de controle ambiental, número de empregos, informações sobre os
impactos do empreendimento, entre outras, através do Programa de Comunicação
Social existente.

Fase de implantação

- estocar em local adequado, a camada orgânica superior do solo, para reutilização


posterior (por exemplo, em projeto paisagístico);
- Manejar o solo com cautela, e com especial atenção na construção e conservação de
estradas;

- Adotar medidas para minimizar o carreamento de material sólido para os cursos


d’água;

- Minimizar o tempo de exposição das áreas sem cobertura vegetal na fase de obras;

- Implantar um Programa de Gestão de Canteiro de Obras, incluindo o monitoramento


de Resíduos Sólidos a serem gerados durante as obras;

- Adotar as medidas mitigadoras e de recuperação previstas no PRAD;

- Implantar sistema de proteção de solo e das águas pluviais nas áreas de


armazenamento e manuseio de combustíveis, lubrificantes, óleos e graxas;

- Tratar o esgoto sanitário gerado na fase de implantação na estação de tratamento de


efluentes existente, enviando diretamente ao tanque de aeração;

- Continuar o Programa de Monitoramento de Efluentes;

- Umectar as vias de circulação e do pátio de obras durante a execução dos serviços;

- Realizar manutenção de regulagem dos motores de máquinas, caminhões e veículos;

- Obedecer à legislação vigente relativa ruído;

- Continuar o Programa de monitoramento de ruído;

- Utilizar EPI, como protetor auricular, ou qualquer outra medida de acordo com o
PPRA;

- implantar controle de máquinas e equipamentos próprios e de terceiros com baixo


nível de ruído;

- enclausurar acusticamente equipamentos com alto nível de pressão sonora;

- Instalar silenciadores, atenuadores e absorvedores de energia sonora sempre que


necessário;
- Instalar de placas sinalizadoras de velocidade nas principais vias de acesso à área de
ampliação da fábrica;

- Continuar as campanhas educativas para proteção dos animais.

- Empregar tecnologias que minimizem os impactos ocasionados pelas obras nas


margens e no fundo do rio Paraná na implantação da captação de água e do emissário;

- Monitorar as obras da nova captação e emissário;

- Continuar com o monitoramento dos efluentes lançados na fase de implantação;

- Dar continuidade ao monitoramento de comunidades aquáticas.

- Promover campanha de divulgação para contratação de mão-de-obra para a fase de


implantação, devendo dar prioridade para a população local;

- Manter campanha de prevenção de acidentes de trânsito e direção defensiva;

- Implementar alojamentos provisórios e suficientes para todo o período de obra;

- Continuar com o Programa de Monitoramento de Resíduos Ambulatoriais;

- Implementar mecanismos de transporte de trabalhadores entre os municípios


envolvidos e localização do empreendimento;

- Solicitar às empresas prestadoras de serviços que vão atuar na construção do


empreendimento, as certidões negativas de débitos municipais, estaduais e federal;

- Verificar junto às empresas prestadoras de serviço, o pagamento dos impostos


pertinentes;

- Garantir que terceiros recolham tributos preferencialmente em Porto Velho;

- A Sarimar deverá potencializar a compra de serviço e bens na implantação do


empreendimento, preferencialmente em Porto Velho;

- Estimular em conjunto com o poder público o estabelecimento de programas de apoio


a micro e pequenos empresários da região do empreendimento;
- Articular com órgãos públicos a fiscalização das atividades econômicas informais na
região do empreendimento;

- Promover o emprego da mão-de-obra local;

Fase de desativação das obras

- Apoiar algumas empresas prestadoras de serviço na continuidade aos seus trabalhos


durante a fase de operação da fábrica;

- Incentivar o retorno da mão de obra utilizada na construção para seus municípios de


origem.

Fase de operação

- continuar o Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS);


- Treinar funcionários para correta destinação dos resíduos gerados;

- Implantar sistemas de contenção e impermeabilização das áreas no entorno dos


tanques;

- Implantar plano de manutenção e vistorias nos tanques;

- Capacitar os profissionais envolvidos nas atividades de manuseio, estocagem e


transporte de produtos perigosos;

- Implantar recomendações do Estudo de Análise de Risco;

- Implantar uma nova estação de tratamento de efluentes similar ao existente que está
fundamentada na melhor tecnologia prática disponível (moderna e segura) do tipo de
lodos ativados;

- Operar adequadamente a nova estação de tratamento de forma que o lançamento dos


efluentes líquidos tratados esteja de acordo com a legislação vigente;

- Realizar Programa de Monitoramento de Efluentes também na nova ETE;


- Realizar inspeção periódica no sistema do emissário e seus difusores;

- Continuar o Monitoramento da Qualidade da Água Superficial do Igarapé Bate Estaca

- Instalar chaminé com altura definida na modelagem de dispersão atmosférica;

- Implantar equipamentos de controle de emissões de alta eficiência, tais como


precipitadores eletrostáticos;

- Realizar Programa de Monitoramento das Emissões Atmosféricas também na nova


chaminé;

- Obedecer à legislação vigente relativo a ruído e continuar o Monitoramento de ruído;

- Utilizar EPIs, como protetor auricular, ou qualquer outra medida de acordo com o
PPRA (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais);

- Implantar controle de máquinas e equipamentos próprios e de terceiros com baixo


nível de ruído;

- Adquirir máquinas e equipamentos próprios e de terceiros visando baixo nível de


ruído;

- Enclausurar acusticamente equipamentos próprios e de terceiros visando baixo nível


ruído;

- Instalação de silenciadores, atenuadores e absorvedores de energia sonora sempre que


necessário;

- Instalar placas sinalizadoras nas principais vias de acesso à área da fábrica;

- Informar e conscientizar os condutores de veículos quanto à direção defensiva;


implantar uma nova estação de tratamento de efluentes similar ao
existente que está fundamentada na melhor tecnologia prática disponível
(moderna e segura) do tipo de lodos ativados;

Operar adequadamente a nova estação de tratamento de forma que o


lançamento dos efluentes líquidos tratados estejam de acordo com a
legislação vigente;

Continuar o Monitoramento da Comunidade Aquática do Igarapé;


Promover campanha de divulgação para contratação de mão-de-obra
para a fase de operação da fábrica, devendo dar prioridade para a
população local;

Articular com órgãos e instituições de ensino profissionalizante para


celebração de acordos e/ou convênios visando capacitação profissional da
população local.

Promover mecanismos para contratação de mão de obra local;

Capacitar profissionais da mão-de-obra em convênio com instituições de


ensino profissionalizantes;

Dar preferência às empresas, prestadores de serviços e comércio da


região;

Articular com órgãos públicos para fiscalização das atividades


econômicas informais;

Verificar o cumprimento das obrigações tributárias das empresas


prestadoras de serviço;

Realizar manutenção de regulagem dos motores de máquinas, caminhões


e veículos utilizados pelo empreendimento;

Implementar mecanismos de divulgação, por parte da empresa, quanto


às reais condições das ofertas de vagas de emprego na implantação do
empreendimento e das respectivas especializações requeridas;

Continuar o Programa de Gerenciamento de Resíduos Ambulatoriais;

Implementar mecanismos de transporte de trabalhadores entre os


municípios envolvidos e localização do empreendimento.

Uma das medidas de monitoramento será a ecotoxicologia.

Ecotoxicidade é um termo atualmente muito em voga, dada a necessidade de


se conhecer os efeitos que produtos químicos lançados no meio ambiente podem ter
sobre indivíduos, sobre populações e comunidades de organismos, além de se conhecer
como o homem pode ser afetado. Nos últimos anos, em especial no pós-Revolução
Industrial, uma imensa gama de substâncias químicas foram produzidas de forma
intencional ou como sub-produto de atividades produtivas. Algumas dessas substâncias
são essencialmente artificiais, outras, apesar de terem ocorrência natural, tiveram sua
concentração aumentada no meio ambiente.

Muitos metais, hormônios, derivados do petróleo, dioxinas e furanos são exemplos de


substâncias de ocorrência natural, mas que são motivo de preocupação dada a alta
concentração que são encontradas em alguns locais e dada a capacidade de provocar
danos aos seres vivos. Metais não são degradáveis, e podem se acumular no tecido de
organismos vivos causando disfunções de metabólicas e até mesmo má-formações em
fetos humanos. Hormônios podem causar desregulações endócrinas com consequências
no crescimento, no desenvolvimento e na reproduçãos. Alguns HPAs (Hidrocarmonetos
Policíclicos Aromáticos), encontrados em combustíveis fósseis como carvão e petróleo,
se acumulam nas gorduras de animais, e são carcinogênicos, ou seja, provocam
câncer.Dioxinas e furanos são produzidos na queima de carvão e também de florestas;
são bastante tóxicas e comprovadamente carcinogênicas.

Ecotoxicologia pode ser entendida com a junção de ecologia e toxicidade. Ecologia é o


estudo da interação dos seres vivos entre si e com o meio ambiente em que vivem;
toxicologia é uma ciência que procura entender os tipos de efeitos causados por
substâncias químicas, bioquímicas e os processos biológicos responsáveis por tais
efeitos, levando em conta a sensibilidade de diferentes tipos de organismos à exposição
de substâncias químicas e as relativas toxicidade de diferentes substâncias. O objetivo
da ecotoxicologia seria então entender e prever efeitos de substâncias químicas em seres
vivos e comunidades naturais (CHAPMAN, 2002).

Já há alguns anos, a ecotoxicologia tem sido usada também como parâmetro legal de
regulamentação de qualidade de água, de efluentes e de sedimento. A Resolução
Conama no 344/04 instituiu testes ecotoxicológicos para casos de disposição de
sedimento a ser dragado quando a concentração algumas substâncias podem oferecer
risco. Já a Resolução Conama no 357/05 instituiu o uso de testes ecotoxicológicos tanto
como parâmetro de qualidade das águas como de efluentes. Além dessas legislações em
nível federal, diversos estados possuem suas legislações próprias que regulamentarizam
e dão diretrizes para o uso desses testes, como os Estados do Rio Grande do Sul, Santa
Catarina, Paraná, Rio de Janeiro, São Paulo, dentro outros.

TESTES DE TOXICIDADE:

A ecotoxicologia pressupões o uso de testes de toxicidade com organismos, também


chamados bioensaios. Bioensaios são testes feitos em laboratório que determinam o
grau ou o efeito biológico de uma substância desconhecida ou de uma substância-teste
(como drogas, hormônio, químicos, etc); o teste é feito através de comparação
experimental do efeito da substância testada com efeitos causados por uma substância
conhecida, em uma cultura de células vivas ou em um organismo-teste (USEPA).

Os bioensaios diferem principalmente quanto ao tempo de exposição do organismo-teste


ao agente ou substância a ser testado. Portanto, os bioensaios podem ser agudos ou
crônicos. Teste de toxicidade aguda são estudos experimentais feitos com organismos-
teste que determinam se um efeito adverso observado ocorre em um curto período de
tempo (em geral até 14 dias) após administração de uma única dose da substância
testada ou após múltiplas dosagens administradas em até 24 horas. Já nos testes de
toxicidade crônica, os organismos-teste são observados durante uma grande parte do seu
tempo de vida, quando acontece a exposição ao agente-teste; os efeitos crônicos
persistem por um longo período de tempo, e podem ser evidentes imediatamente após a
exposição ou não (DUFFUS, 1993).

Através dos bioensaios pode-se chegar a diversas conclusões, por exemplo:

Concentração na qual a substância provoca efeito adverso observado em 50% dos


indivíduos observados (EC50)

A substância é capaz de provocar câncer (carcinogenia)

A substância é capaz de provocar danos ao feto (teratogenia)

A substância é capaz de desregular a atividade endócrina (desruptor endócrino)

A substância é capaz de deformar alguma estrutura do tecido (ex. calcificações) ou da


célula (ex. deformações no retículo endosplasmático, lisossomo, etc).

A substância tem tendência a se acumular em tecido específico (ex. adiposo, nervoso)


ou órgão (ex. fígado, rim).

EXEMPLOS DE BIOENSAIOS:

Bioensaio com peixe paulistinha (Danio rerio)

Dentre os organismos-teste mais amplamente utilizado está o peixe popularmente


conhecido como paulistinha (Danio rerio), em inglês zebrafish. Esse peixe atinge de 3 a
5 cm quando adulto, é de origem indiana e possui um ciclo de vida rápido, que se
completa em 3 meses. Em laboratório é de fácil manutenção e produz grande quantidade
de ovos translúcidos, portanto de fácil observação sob lupa.

A fêmea carrega os óvulos não fertilizados no abdômen e os deposita no fundo logo


após o amanhecer. O macho então libera os espermas que fertilizam os óvulos, dando
início ao desenvolvimento embrionário.

MANUTENÇÃO DOS PEIXES:

Peixes adultos podem ser mantidos em aquários de 160L, com 30 indivíduos, dos quais
metade devem ser machos e metade fêmeas (Figura 1A). A tabela abaixo resume
algumas condições a serem mantidas:
Quando se deseja a produção dos ovos, os peixes são estimulados na tarde do dia
anterior, com a colocação de plantas artificiais. É necessária a colocação de uma
bandeja no fundo do aquário coberta por uma tela com malha tamanho suficiente para
deixar passar os ovos, mas não os peixes. Esse cuidado é necessário, pois o paulistinha
pode comer os próprio ovos (Figura 1B). As fêmeas depositam os ovos logo ao raiar do
dia, ou com a luz se acendendo. Os machos liberam os espermas na água, e os ovos são
fecundados, permanecendo no fundo.

O TESTE:

Os ovos são então recolhido em uma bandeja e levados para o laboratório. O


experimento começa com a separação dos ovos fecundados dos não fecundados. Os
ovos não fecundados permanecem com aparência de zigoto pós-fecundação (Figura
2A); já nos ovos fecundados é possível observar mais de uma célula no pólo animal
(Figura 2C).
Os ovos são colocados em diferentes concentrações da substância a ser testada. Além
disso, são feitos dois controles: o controle negativo (onde se espera que não seja
observado efeito adverso) e o controle negativo (onde se espera que aconteça efeito
adverso). Os controles são muito importantes, garantem a qualidade do teste. Se for
observado efeito adverso no controle negativo, significa que ou há algum problema com
o organismo-teste ou com o material utilizado (ex. contaminação dos frascos utilizados);
por outro lado, se não é observado efeito adverso no controle positivo, significa que
existe o organismo-teste desenvolveu resistência, portanto, não é mais um bom
parâmetro.

Com o intuito de garantir a reprodutibilidade dos testes (ou seja, que o mesmo teste
possa ser repetido sob condições semelhantes), os ovos são encubados em estufa, sob
temperatura constante de 26 oC. Além disso, é usada água reconstituída, ou água
artificial, para produzir o controle negativo e para se fazer as diluições. Essa água é feita
misturando-se diversos sais necessários ao desenvolvimento do embrião a água
destilada, ou seja, livre de impurezas.

Os ovos são observados após 24 e 48 horas, contando a partir da fertilização.

O teste é pensado de modo que haja um padrão naquilo que é observado. Algumas
observações são consideradas sinais de morte do embrião, outras observações são
apenas anotadas, e podem auxiliar posteriormente para se caracterizar os efeitos
provocados pela substância-teste. A Tabela 2 apresenta os endpoints (ou seja, aquilo que
deve ser observado) após 24 e 28 horas de desenvolvimento embrionário, e a Figura 3
apresenta fotos do desenvolvimento normal de um embrião de paulistinha após 24 e 48
horas de desenvolvimento.
Também é possível dar continuidade ao teste e observar os embriões após 72
e 114 horas. Para mais detalhes dos endpoints ver Hollert et al. (2003).
TRABALHO DOS DADOS E RESULTADOS:
Em geral, o objetivo de um bioensaido é a geração de uma curva dose-
resposta, onde se tem no eixo x a dose (ou conceontração da substância) e no
eixo y a resposta (ou endpoint). Essa curva possui uma forma usual, como
mostra a Figura 4A a seguir.

A concentração da substância geralmente é dada em logaritmos, pois as


concentrações testadas são geralmente preparadas em escala logarítmica (1:1,
1:2, 1:4, etc).

Curvas dose-resposta padrões são definidas por 4 parâmetros: a linha de base


da resposta, o máximo da resposta, a inclinação e a concentração da
substância-teste que provoca resposta no meio do caminho entre o máximo e a
linha de base, ou EC50 (Figura 4B). No caso do teste com paulistinha, é
possível calcular EC50 (Effect Concentration 50%), ou seja, a concentração na
qual é o efeito é observado em 50% dos indivíduos testados. Isso porque se
estabelece a linha de base como 0% de mortalidade e o máximo de resposta
como 100% de mortalidade.
De forma prática, as observações são transformadas em mortalidade e, para
cada concentração testada, é calculada a porcentagem de mortalidade. A
concentração é transformada em logaritmo, e são plotadas dose e resposta em
um gráfico. A partir daí, os dados são comparados com uma curva-padrão de
dose-resposta, sendo possível calcular a concentração da substância-teste que
provoca 50% de mortalidade, ou seja, o EC50.
A partir deste ponto, o EC50 é comparado com EC50 de outros trabalhos
desenvolvidos de forma semelhante, sendo possível ter uma ideia se é alto ou
baixo, ou se é equivalente a outra substância conhecida.

Em relação à chaminé e ventilação industrial:


A atmosfera é uma massa de gases onde permanentemente ocorrem reações
químicas. Ela absorve uma variedade de sólidos, gases e líquidos provenientes
de fontes naturais e industriais, que podem se dispersar, reagir entre si ou com
outras substâncias já presentes na atmosfera.

As fontes de emissão de poluentes podem ser as mais variadas possíveis.


Neste, trataremos sobre as FONTES INDUSTRIAIS de poluição atmosférica.

A quantidade e qualidade dos poluentes emitidos por este tipo de fonte


dependem de vários fatores relacionados à fabricação. As matérias-primas e
combustíveis envolvidos no processo, a eficiência do processo, o produto
fabricado e o grau de medidas de controle de emissões influem diretamente no
tipo e concentração do poluente expelido.

A tabela abaixo lista alguns dos principais poluentes atmosféricos provenientes


de fontes industriais:
Padrões de qualidade do ar
O padrão de qualidade do ar define legalmente as concentrações máximas de
um componente gasoso presente na atmosfera de modo a garantir a proteção
da saúde e do bem estar das pessoas. Os padrões de qualidade do ar são
baseados em estudos científicos dos efeitos produzidos por poluentes
específicos e são estabelecidos em níveis que possam propiciar uma margem
de segurança adequada.

Através da Portaria Normativa nº 348 de 14/03/90 e da Resolução CONAMA nº


003 de 28/06/90 o IBAMA estabelece os padrões nacionais de qualidade do ar.
No Brasil são estabelecidos dois tipos de padrões de qualidade do ar: os
primários e os secundários.

Os Padrões Primários de Qualidade do Ar são as concentrações de poluentes


que se ultrapassadas poderão afetar a saúde da população. Podem ser
entendidos como níveis máximos toleráveis de concentração de poluentes
atmosféricos, constituindo-se em meta de curto e médio prazo.

São Padrões Secundários de Qualidade do Ar as concentrações de poluentes


atmosféricos abaixo das quais se prevê o mínimo efeito adverso sobre o bem
estar da população, assim como o mínimo dano à fauna, flora, materiais e ao
meio ambiente em geral. Podem ser entendidos como níveis desejados de
concentração de poluentes, constituindo-se em meta de longo prazo.

São poluentes padronizados no Brasil:


Partículas totais em suspensão;
Fumaça;
Dióxido de enxofre (SO2);
Partículas inaláveis;
Monóxido de carbono (CO);
Ozônio (O3);
Dióxido de nitrogênio.

A CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA/1988 estabelece o direito da população de


viver em um ambiente ecologicamente equilibrado, caracteriza como crime toda
ação lesiva ao meio ambiente, determina a exigência de que todas as unidades
da Federação tenham reserva biológica ou parque nacional e todas as
indústrias potencialmente poluidoras apresentem estudos sobre os danos que
podem causar ao meio ambiente. Ainda se faz necessário elaborar leis que
regulamentem os dispositivos constitucionais.

A Resolução CONAMA nº 005/89 institui o PRONAR – Programa Nacional de


Controle da Qualidade do Ar.
A Resolução CONAMA nº 18/86 estabelece o PROCONVE – Programa de
Controle do Ar por Veículos Automotores.
A Resolução CONAMA nº 008/90 estabelece o limite máximo de emissão de
poluentes do ar (padrões de emissão) em fontes fixas de poluição.

Medidas de controle da poluição atmosférica


Fases do processo de poluição do ar

Métodos de controle da poluição do ar:

1. MEDIDAS INDIRETAS:

Impedir a geração do poluente:

Substituição de matérias-primas e reagentes: eliminação da adição de chumbo


tetraetila na gasolina, uso de resina sintética ao invés de borracha na
fabricação de escovas de pintura, etc.
Mudança de processos ou operação: utilização de operações contínuas
automáticas, uso de sistemas completamente fechados, condensação e
reutilização de vapores (indústria petrolífera), processos úmidos ao invés de
secos, etc.
Diminuição da quantidade de poluentes gerados:
Operar com os equipamentos dentro da capacidade nominal;
Boa operação e manutenção de equipamentos produtivos;
Adequado armazenamento de materiais pulverulentos;
Mudança de processos, equipamentos e operações
Mudança de combustíveis;
Diluição através de chaminés elevadas: os fatores a serem considerados neste
caso são relacionados com o processo, a fonte geradora de poluentes e às
condições meteorológicas.

Adequada construção (layout) e manutenção dos edifícios industriais:


Armazenamento de produtos;
Adequada disposição de resíduos sólidos e líquidos;
Planejamento territorial: localização seletiva fonte/receptor.

2. MEDIDAS DIRETAS:
Concentração dos poluentes na fonte para tratamento efetivo antes do
lançamento na atmosfera;
Retenção do poluente após geração através de equipamentos de controle de
poluição do ar (ECP).

3. EQUIPAMENTOS DE CONTROLE DE POLUIÇÃO DO AR (ECP)


Classificação
Os equipamentos de controle são classificados primeiramente em função do
estado físico do poluente a ser considerado. Em seguida a classificação
envolve diversos parâmetros como mecanismo de controle, uso ou não de
água ou outro líquido, etc.

Equipamentos de controle de material particulado:


Coletores secos;
Coletores mecânicos inerciais e gravitacionais;
Coletores mecânicos centrífugos (ciclones);
Precipitadores dinâmicos secos;
Filtro de tecido (filtro-manga), precipitador eletrostático seco.

Coletores úmidos:
Torre de spray (pulverizadores);
Lavador ciclônico;
Lavador venturi;
Lavadores de leito móvel.

Equipamentos de controle para gases e vapores:


Adsorventes;
Absorventes;
Incineração de gás com chama direta;
Incineradores de gás catalíticos;
Tratamento biológico.

Ventilação industrial
Ventilação pode ser definida como a movimentação intencional de ar de forma
planejada a fim de atingir um determinado objetivo. Essa movimentação pode
ser feita por meios naturais ou mecânicos.
O ar sempre se movimenta da zona de maior pressão para a zona de menor
pressão, portanto um projeto correto de diferenciais de pressão no sistema é
de fundamental importância para o seu funcionamento. Projetar um sistema de
ventilação industrial consiste basicamente em três problemas:
Determinação da vazão de ar necessária e o esquema da distribuição do ar no
recinto a ser ventilado.
Projeto e cálculo das redes e dutos
Seleção de ventiladores ou de qualquer outro sistema de movimentação de ar
(convecção natural)
Os sistemas de ventilação se classificam como: ventilação geral (natural ou
mecânica), que é aquela que ventila o ambiente como um todo, chamada
Ventilação Geral Diluidora (VGD) e Ventilação Local Exaustora (VLE) que retira
as substâncias emitidas diretamente do local de geração, conduzindo-os para a
atmosfera externa.

Ventilação Geral Diluidora:

Este método de ventilação consiste simplesmente em passar uma corrente de


ar externo não contaminado através do recinto a ser purificado, eliminando
(reduzindo a concentração) de substâncias indesejáveis. O uso de ventilação
geral diluidora é sempre mais econômico no caso de várias fontes
contaminantes em baixas concentraçõe. No caso de ser produzido no ambiente
um contaminante indesejável, mesmo a concentrações mínimas, o fator
econômico deixa de ser o mais importante.

A ventilação geral diluidora pode ser usada tanto para ambientes normais como
para ambientes industriais. No caso de ambientes industriais é usada para
remover contaminantes, calor ou ambos.

A simples renovação de ar no ambiente não significa que este se tornará


salubre, sendo necessário que o ar seja distribuído de forma que a taxa de
contaminante seja a mesma em todos os pontos.

A ventilação geral diluidora não é recomendada para substâncias altamente


tóxicas (TLV ≤ 100 ppm).

Limites de tolerância (TLV – Threshold Limit Value):

O TLV refere-se às condições limites de qualidade do ar em ambientes de


trabalho e representa os valores sobre os quais acredita-se que a quase
totalidade dos trabalhadores possa ser repetidamente exposta sem efeito
adverso à saúde. Por causa da grande variação de suscetibilidade individual,
uma pequena porcentagem destes trabalhadores pode experimentar
descomforto com algumas substâncias em concentrações iguais ou abaixo do
valor limite. O TLV refere-se à concentração média, em tempo, para um dia
normal de trabalho (8 horas) ou uma semana (40 horas).
Os TLVs são definidos anualmente pela ACGIH (American Conference of
Governamental Industrial Hygienists) através de experiências. Estes valores
devem ser utilizados apenas como referência.

Ventilação Local Exaustora:

A ventilação local exaustora capta os poluentes diretamente na fonte evitando


a dispersão dos mesmos no ambiente de trabalho. Este tipo de ventilação é
mais adequado à proteção da saúde do trabalhador.

Um sistema de ventilação local exaustora é composto de:

Captores: pontos de entrada dos poluentes mais gás carreador (em geral o ar)
no sistema.
Dutos: têm a função de transportar os poluentes. Podem ser divididos em
tramos, duto principal e chaminé.
Filtro: equipamento destinado à limpeza do ar exaurido antes de seu
lançamento na atmosfera. Inclui tudo que é necessário para o seu
funcionamento, como por exemplo, trocadores de calor e pré-filtragem (pré-
coletor). A presença do filtro no sistema dependerá das normas locais de
controle de poluição.
Conjunto ventilador-motor: fornece a energia necessária para movimentar o
fluido e vencer todas as perdas de carga do sistema.
Chaminé: é a parte final do sistema cuja finalidade é o lançamento do gás
transportador mais a emissão residual na atmosfera.

A altura da chaminé, expressa em metros, é a distância entre o seu topo e o


solo, medida na vertical, sendo determinada em função do nível de emissões
dos poluentes atmosféricos, dos obstáculos próximos, dos parâmetros
climatológicos e das condições de descarga dos efluentes gasosos, de acordo
com a metodologia de cálculo fixada no anexo I da Portaria n.º 263/2005, de 17
de Março.

A altura da chaminé nunca poderá ser inferior a 10 metros, salvo nas situações
previstas nos n.º 2 a 6 do artigo 31º do Decreto-Lei n.º 78/2004, de 3 de Abril, e
a diferença de cotas, entre o topo da chaminé e a mais elevada das cumeeiras
dos telhados do edifício onde se encontra implantada não poderá ser inferior a
3 metros.

Normas relativas à construção de chaminés

A chaminé deve apresentar secção circular;


Não é permitida a colocação de “chapéus” ou de outros dispositivos similares
no topo de qualquer chaminé associada a processos de combustão;
Podem ser colocados dispositivos no topo de chaminés associada a processos
que não sejam de combustão, desde que os mesmos não diminuam a
dispersão vertical ascendentes dos gases;
A chaminé deve ser dotada de tomas de amostragem para captação de
emissões e de plataformas fixas. As secções da chaminé onde se procede às
amostragens e às respectivas plataformas, devem satisfazer os requisitos
estabelecidos na Norma Portuguesa em vigor (NP2167:2007).

Quanto à Biorremediação e Fitorremediação:


Um dos graves problemas resultantes da industrialização é a contaminação de
solos e corpos hídricos com elementos e compostos químicos perigosos. Essa
contaminação pode ocorrer por disposição e derrame proposital ou acidental de
resíduos provenientes de atividades agrícolas, industriais, domésticas ou por
deposição atmosférica, que modificam as características naturais do solo,
produzindo impactos e limitando seus usos.
Segundo Huang et al. (2005), técnicas de remediação podem promover a
descontaminação, ainda que parcial, de uma área (técnicas de tratamento) ou
isolar o material contaminado de forma a evitar a dispersão dos poluentes
(técnicas de confinamento). Enquanto técnicas in situ tratam o solo e, ou, a
água subterrânea sem remoção destes, técnicas ex situ necessitam da
remoção para que o tratamento ocorra. A abordagem in situ apresenta a
vantagem de eliminar custos de remoção e reduzir riscos de impactos
ambientais (Nascimento & Xing, 2006). A principal desvantagem dos processos
in situ decorre da manipulação limitada do meio contaminado, ao passo que a
abordagem ex situ permite maior controle dos processos, aumentando a
eficácia (USEPA, 2001). As técnicas de remediação podem ainda ser
classificadas como primordialmente físicas, químicas ou biológicas. A escolha
final da técnica ou conjunto de técnicas de remediação para uma área depende
da razão custo-benefício e, portanto: (a) do uso previsto para a área após a
remediação; (b) da natureza da contaminação (tipo de contaminante); e (c) de
características relacionadas aos riscos, como proximidade de grupos
populacionais e de mananciais, migração potencial dos vapores, hidrogeologia,
uso de água subterrânea e localização de poços (USEPA, 2001).

Uma das primeiras abordagens utilizadas em grande escala para conter a


contaminação de aquíferos foi o sistema de bombeamento e tratamento ex situ
(pump and treat), também conhecido como "contenção hidráulica e
tratamento". Com o tempo, ficou evidente que o pump and treat não era
suficiente para a reabilitação dos sítios de forma rápida e a custos aceitáveis
(Nobre & Nobre, 2003). Verificou-se que a eficiência poderia ser incrementada
utilizando-se o ar como meio de extração no lugar da água, o que levou ao
desenvolvimento de técnicas de extração do gás de solo (soil vapor extraction -
SVE) e aeração de solo in situ (air sparging). Além da redução dos custos R.
operacionais, observou-se que esse procedimento propiciava remediação mais
rápida, com níveis de concentração final mais adequados aos critérios legais
(Nobre & Nobre, 2003). Os resultados satisfatórios mobilizaram a indústria de
remediação, sobretudo em países de clima temperado, a investir em novas
técnicas menos impactantes, de custo mais baixo e que promovessem a
aceleração da degradação dos contaminantes. Aos poucos, técnicas ex situ
foram sendo substituídas ou complementadas por técnicas in situ, como a
destruição de massa in situ e as barreiras reativas permeáveis (BRPs),
incluindo os sistemas funnel-and-gate utilizados com frequência nos países
industrializados (Nobre & Nobre, 2003). A atenuação natural (monitoramento in
situ dos processos naturais), principalmente pelo seu baixo custo e baixa
intervenção, ganhou grande aceitação, particularmente para compostos
biodegradáveis.

A biorremediação é a aplicação de processos biológicos in situ ou ex situ para


remover compostos químicos perigosos do meio ambiente (Gianfreda & Rao,
2004). Segundo uma definição mais atual, biorremediação é a utilização de
organismos vivos ou seus derivativos (ex.: enzimas) para degradar compostos
poluentes (van Dillewijn et al., 2009). As variantes técnicas incluem
biorremediação in situ, biopilhas estáticas, reatores (ex situ) e várias inovações
biotecnológicas (van Dillewijn et al., 2009). A outra técnica in situ que faz uso
de organismos vivos é a fitorremediação, que utiliza plantas e comunidades
microbianas associadas à rizosfera para degradar, isolar ou imobilizar
poluentes no solo e nas águas subterrâneas - técnica atraente pelo baixo
custo, natureza não destrutiva e estética agradável (Marques, 2005).
Os microrganismos são responsáveis por numerosas transformações orgânicas
e inorgânicas, ciclos geoquímicos de energia e de nutrientes. Estes
microrganismos são responsáveis por 80-90% do metabolismo no solo e estão
associados ao equilíbrio e manutenção da fertilidade.

A biodegradação é fundamental no comportamento e destino dos pesticidas no


solo. A degradação acelerada, após repetidas aplicações de uma molécula
estruturalmente relacionada, no solo ou em água, tem sido freqüentemente
relatada. Para que este fenômeno ocorra é necessário uma população
microbiana capaz de utilizar o pesticida como fonte de carbono e energia. Os
microrganismos exibem duas estratégias ecológicas para metabolismo de
pesticidas: a mineralização e o cometabolismo, isto é, o processo no qual o
microrganismo enquanto se desenvolve em um composto tem a capacidade de
transformar outro composto sem derivar um benefício direto deste
metabolismo. Na mineralização, o substrato absorvido é degradado até C, água
e sais inorgânicos. No cometabolismo, o microrganismo pode transformar o
pesticida, sem retirar energia para o seu desenvolvimento. As reações
oxidativas são as mais importantes no metabolismo microbiano de pesticidas,
estando envolvidas enzimas do grupo das oxigenases.

Técnicas para a descontaminação dessas áreas são de alto custo e


normalmente apresentam problemas associados, como por exemplo: a
incineração de resíduos produzem gases tóxicos (dioxinas). O uso de técnicas
de biorremediação, através de microrganismos ou a fitorremediação que utiliza
espécies de plantas seriam as melhores estratégias. Certas espécies de
plantas são particularmente úteis para a remediação de solos com baixo nível
de contaminação ou solos no qual o contaminante apresenta baixa solubilidade
em água e partição lenta na solução do solo.
Muito embora haja diversos trabalhos sobre degradação com microrganismos
heterotróficos, isto é microrganismos encontrados em diferentes sistemas, os
estudos envolvendo cianobactérias e microalgas em ecossistemas aquáticos
são escassos. As cianobactérias combinam metabolismo aeróbico em suas
células vegetativas com metabolismo anaeróbico nas suas células
diferenciadas; os heterocistos são amplamente distribuídos em ecossistemas,
incluindo aqueles poluídos. Cianobactérias podem degradar tanto
hidrocarbonetos aromáticos de ocorrência natural, como xenobióticos e
servirem, portanto, para descontaminação in situ de lagos, campos alagados,
solos, ambientes marinhos e rios. Sob condições de crescimento
fotoautotrófico, a cianobactéria marinha Agmenellum quadruplicatum
metaboliza fenantreno e duas cianobactérias filamentosas, Arabaena sp. e
Nostoc ellipsosporum apresentam uma capacidade natural de degradar
lindane, um pesticida alifático altamente clorado. Estudos de degradação do
herbicida propanil em lagos demonstraram que uma população de bactérias
isolada de um lago pristino na Georgia, Estados Unidos, foi capaz de degradar
altas concentrações de propanil.

A fitorremediação tem por base a fisiologia vegetal, a bioquímica do solo e a


química dos contaminantes, promovendo a reabilitação da estrutura e da
ecologia do solo (Merkl et al., 2006), aumentando a quantidade de C orgânico,
a porosidade e a infiltração da água no solo e reduzindo a erosão. As plantas
também mantêm a estrutura do solo, garantindo trocas gasosas e o
desenvolvimento dos microrganismos, inclusive os biorremediadores. O Brasil
apresenta grande potencial de uso tanto para biorremediação quanto para
fitorremediação na recuperação de áreas contaminadas, devido à grande
biodiversidade e ao clima, que favorecem os processos biológicos no
tratamento da poluição. Paradoxalmente, a experiência acumulada até o
presente origina-se principalmente de países de clima temperado. Essa
situação dificulta o amplo entendimento acerca da eficácia e do potencial de
aplicação dessas técnicas por parte das empresas de remediação e de
agências ambientais no Brasil.
A fitorremediação tem sido aplicada na remoção de poluentes orgânicos e
inorgânicos, como: metais tóxicos (Hall, 2002; Wong, 2003; Morikawa & Erkin,
2003; Kautsky & Greger, 2003), solventes clorados (Kulakow & Pidlisnyuk,
2010), (Santos & Rodella, 2007; Kadian et al., 2008; Carmo et al., 2008);
hidrocarbonetos de petróleo (Siciliano et al., 2003; Kaimi, 2006; Aguiar et al.,
2007) bifenilas policloradas (van Aken et al., 2010); TNT (Rylott & Bruce, 2009)
e radionuclídeos (Cerne et al., 2010). No Brasil, as pesquisas sobre
fitorremediação têm focalizado principalmente em solos contaminados por
metais (Melo et al., 2006; Almeida et al., 2007; Romeiro et al., 2007; Alves et
al., 2008; Wolff et al., 2009) e por herbicidas (Pires et al., 2003, 2005; Santos et
al., 2004; Procópio et al., 2005, 2007, 2008; Belo et al., 2007; Carmo et al.,
2008). Tendo em vista que nem todas as espécies vegetais desenvolvem-se
em ambientes contaminados, o primeiro passo é a identificação das espécies
que, além de apropriadas às condições locais, sejam tolerantes ao
contaminante. Essa varredura (screening) pode ser feita por meio da avaliação
da taxa de germinação e da produção de biomassa na presença de
concentrações crescentes do contaminante no solo, e, para isso, protocolos
experimentais têm sido propostos (Marques et al., 2006, 2010; Rosa, 2006). A
tolerância da planta à presença do contaminante é resultante de diversos
mecanismos complexos, nem todos completamente elucidados. Estudos
mencionam micorrizas como uma das estratégias extracelulares para reduzir a
toxidez de metais em plantas e, mais recentemente, para remoção de
compostos orgânicos (Joner & Levval, 2009). Rotas metabólicas e enzimas
envolvidas na homeostase de metais em plantas foram identificadas, sendo a
enzima fitoquelatina sintetase uma das descobertas mais proeminentes
(Kraemer, 2003). Proteínas de choque térmico (HSPs) são conhecidas por se
expressarem em resposta a uma variedade de condições de estresse, incluindo
presença de metais tóxicos. Em discussões acerca dos mecanismos de
tolerância envolvendo uma membrana plasmática mais resistente ou
mecanismos de reparo, as HSPs teriam importante função (Coutinho &
Barbosa, 2007).
O passo seguinte é avaliar a capacidade da planta tolerante em promover a
descontaminação do solo (Marques, 2005). A eficiência do processo é medida
pela redução do contaminante no solo a concentrações abaixo dos valores de
referência e tempo requerido (Hernández-Vaencia & Mager, 2003). Diversas
espécies têm sido identificadas como promissoras para fitorremediação (Merkl
et al., 2004, 2006; Hynes et al., 2004; Huang et al., 2005; Parrish et al., 2006;
White Jr. et al., 2006; Aguiar et al., 2007). As plantas atuam direta ou
indiretamente na remediação ambiental por meio de diferentes mecanismos
básicos (McCutcheon & Schonoor, 2003), que conferem capacidade de: (a)
"sequestro" e acúmulo de contaminantes inorgânicos tóxicos (ex.: metais) nos
tecidos vegetais, particularmente em vacúolos, seguido de colheita e
disposição final ou extração dos metais (o termo "biomineração" é usado
quando níveis comerciais de fitoacumulação são alcançados); (b) absorção e,
às vezes, precipitação de contaminantes encontrados em águas poluídas
(rizofiltração); (c) redução da biodisponibilidade por meio da estabilização
(fitoestabilização); (d) degradação de contaminantes orgânicos, com
transformação dependente das enzimas nos tecidos vegetais ou na superfície
das raízes (fitodegradação); (e) volatilização de contaminantes extraídos do
solo e do lençol freático (fitovolatilização); e (f) estabelecimento de condições
favoráveis à atividade microbiana da rizosfera no solo, promovendo a
biodegradação dos contaminantes pelos microrganismos (rizodegradação).

Exsudatos liberados pelas plantas através das raízes, incluindo íons (ex.: H+),
ácidos inorgânicos, oxigênio, água, compostos de carbono de baixo peso
molecular (aminoácidos, ácidos orgânicos, açúcares, compostos fenólicos e
metabólitos secundários) e de alto peso molecular (mucilagem, proteínas),
medeiam interações, como associações simbióticas com micorriza, rizóbio e
rizobactérias promotores do crescimento vegetal (plant growth promoting
rhizosphera-PGPR) (Bais et al., 2006; Badri & Vivanco, 2009). Recentemente,
rizobactérias que colonizam as raízes e promovem o crescimento vegetal por
meio do aumento da absorção de nutrientes pela planta e da maior resistência
a doenças têm sido associadas à biorremediação de solos (Huang et al., 2005;
Zhuang et al., 2007). Espécies como Azospirillum lipoferum e Azospirillum
brasiliense (Muratova et al., 2005), Enterobacter cloacae (Huang et al., 2005) e
diferentes espécies de Pseudomonas (Narasimhan et al., 2003; Gentry et al.,
2004; Braud et al., 2009) têm sido investigadas quanto à capacidade
biorremediadora.

A despeito das diversas vantagens, a fitorremediação como opção para


restaurar áreas contaminadas é limitada por alguns fatores de natureza técnica
ainda não resolvidos, como (van Aken et al., 2010): (a) a ação tóxica dos
contaminantes sobre várias espécies de plantas, quando em concentrações
altas; (b) o processo de descontaminação relativamente lento e incompleto:
como um corolário do metabolismo autotrófico, plantas geralmente não
possuem as rotas bioquímicas necessárias para alcançar total mineralização
de poluentes recalcitrantes, como HPAs e PCBs; (c) a dependência do tipo de
solo, das condições edafoclimáticas e do ciclo de vida da espécie vegetal, que
pode ser longo; (e) a biomassa que acumula metabólitos tóxicos deve receber
tratamento/disposição final adequado, ou haverá riscos de liberação para o
solo, a cadeia alimentar ou volatilização para a atmosfera; (f) o uso de plantas
transgênicas na fitorremediação introduz um risco adicional de transferência
horizontal de genes para espécies próximas selvagens ou cultivadas; e (g) a
ação geralmente limitada à profundidade da zona das raízes (Glass, 2000).
Estudos toxicológicos simples, do tipo dose-resposta, são geralmente usados
como base rudimentar para avaliação de riscos. Dependendo da extensão e da
qualidade dos dados disponíveis para avaliação de risco e do potencial de
toxidez, fatores de segurança de 10 a 106 são aplicados (USEPA, 1989).
Quando esses valores orientadores são desfavoráveis aos tratamentos com
base em sistemas vivos, uma opção é solicitar uma avaliação de risco da área
específica para selecionar, de acordo com o nível de contaminação, a
abordagem adequada. Quando as concentrações máximas admissíveis de
contaminantes em áreas remediadas são definidas com base nos padrões do
Best Demonstrated Available Technologies (BDAT) (Kaltsikes, 2000), a
fitorremediação fica em desvantagem em relação às técnicas convencionais,
pois, em comparação com estas, não alcança remoção próxima de 100 % em
curto espaço de tempo. Entretanto, a adoção de uma estratégia mais realista
com base em avaliação de riscos humanos e ecológicos e uso futuro da terra
favorece a utilização da fitorremediação e de outros biotratamentos,
particularmente quando a alternativa é nada fazer por inviabilidade econômica
das demais técnicas. A avaliação de riscos da União Europeia (CEC, 2000)
baseia-se em: (a) identificação dos agentes que podem provocar efeitos
adversos e, portanto, apresentar riscos; (b) determinação quantitativa da
severidade dos possíveis efeitos adversos; (c) estimativa da probabilidade da
exposição ao contaminante do ambiente e da população; (d) caracterização
das incertezas inerentes à abordagem de precaução e ao fato de se optar por
um cenário mais conservador; e (e) comunicação sobre os riscos aos
intervenientes. Nos países da União Europeia, a fitorremediação é, em muitos
casos, escolhida com base na aplicação do princípio da precaução. Esse
princípio altera a fitorremediação de forma positiva, já que esta é uma das
poucas opções que não provoca dano adicional e restaura ecologicamente a
área.

Programas de Controle e Monitoramento

Para expansão deste empreendimento, visto que os impactos possuem a


mesma relevância dos atuais, é proposta a continuação dos programas de
monitoramento já realizados:

1) Programa de monitoramento das águas superficiais e das


comunidades aquáticas
2) Programa de monitoramento das Estações de Tratamento de
Efluentes
3) Programa de monitoramento das águas subterrâneas
4) Programa de monitoramento da emissão atmosférica e qualidade do ar
5) Programa de monitoramento dos níveis de ruído
6) Programa de Educação Ambiental
7) Programa de monitoramento de fauna
8) Programa
interessadas de comunicação e relacionamento com partes
e comunicação
9) Programa de monitoramento das ações de transporte de
equipamentos
10) Programa de adequação da infra-estrutura urbana
11) Programa de saúde pública

É também proposta a implantação de novo programa: Gestão de Canteiro de Obras


durante a fase de implantação da expansão da unidade industrial

Conclusões
A capacidade da expansão da fábrica da Sanrimar será de 200 000 litros por ano de
aditivos.

Para analisar a viabilidade ambiental deste empreendimento, foi desenvolvido um


Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA). Esse
estudo fez uma abordagem sistêmica do empreendimento, suas características
principais, o cenário dos meios físico, biótico e socioeconômico. Posteriormente, em
capítulo denominado Análise dos Impactos Ambientais, aponta os possíveis impactos
socioambientais decorrentes da interação entre a futura operação da unidade industrial e
os elementos físicos, bióticos e antrópicos constatados no diagnóstico ambiental.

Para o diagnóstico ambiental foram realizados estudos específicos dos meios físico,
biótico e antrópico, definindo-se as atuais sensibilidades e vulnerabilidades ambientais.

Para o meio físico foram contemplados aspectos tais como: clima e condições
meteorológicas, geologia, geomorfologia e pedologia, recursos hídricos, qualidade do ar
e níveis de ruído. Dentre os estudos realizados, destacam-se as simulações para
dispersão de efluentes líquidos no igarapé Bate Estaca , estudo de análise de riscos e
dispersão de emissões atmosféricas.

Os estudos do meio biótico abrangeram a fauna e flora presentes nas áreas de influência
do projeto, tendo sido identificados poucos elementos de destaque no meio ambiente
local. Em termos de cobertura vegetal, esta se encontra afetada pelas atividades
antrópicas.

Quanto aos estudos socioeconômicos foram caracterizadas a dinâmica demográfica, os


aspectos econômicos, a estrutura urbana e saneamento básico nas cidades e
comunidades sob influência do empreendimento, assim como foi feita uma avaliação do
potencial arqueológico do local, de modo a constituir-se uma imagem mais ampla do
contexto em que se insere o empreendimento.

Na avaliação dos impactos, tendo por base a caracterização do empreendimento e o


diagnóstico ambiental, a consultoria responsável pelo estudo constatou que:

- Na fase de planejamento foram constatados 2 impactos positivos no meio antrópico;


- Na fase de implantação foram constados no meio físico 5 impactos negativos, no meio
biótico 2 impactos negativos e no meio antrópico 5 impactos, sendo 3 positivos, 1
negativo e 1 tanto positivo como negativo;

- Na fase de desativação das obras foi constatado 1 impacto negativo no meio antrópico;

- Na fase de operação foram constatados 5 impactos negativos no meio físico, 2


impactos negativos no meio biótico, e 6 impactos no meio antrópico, sendo 1 negativo,
4 positivos e 1 tanto positivo como negativo.

Como se pode observar, a maior parte dos impactos negativos identificados


concentrasse no meio físico e na etapa de implantação para os quais foram propostas
medidas mitigadoras.

Em contrapartida, todos os impactos positivos das etapas de implantação e operação


aparecem no meio socioeconômico e estão ligadas, fundamentalmente, ao aumento de
empregos diretos e indiretos, aumento da arrecadação de tributos e aumento de oferta de
infraestrutura na etapa de implantação e a dinamização da economia local e difusa, na
etapa de operação.

Para mitigar os impactos negativos foram propostos programas de mitigação de


impactos nas três fases previstas para o empreendimento (planejamento, instalação,
desativação das obras e operação), que apresentarão graus de resolução variáveis.

A necessidade de mão-de-obra para ampliar a unidade da Sanrimar será importante fator


de geração de empregos diretos e indiretos. Durante o período da implantação, cerca de
1200 empregados estarão trabalhando na construção do empreendimento,
caracterizando um significativo impacto socioeconômico na região.

Uma obra do porte da Sarimar em Porto Velho implica também grande impacto no
meio antrópico, tendo em vista os processos de contratação e desmobilização de mão-
de-obra após a conclusão das obras.

Durante o período da construção, ocorrerá aumento na arrecadação de tributos


estaduais e municipais e potencialização do setor terciário, na área de influência direta
do empreendimento. São impactos positivos, à exceção da desmobilização de mão-de-
obra, os quais poderão ser minimizados em decorrência da adoção das medidas
recomendadas.

Para a fase de operação da indústria, os impactos negativos identificados (ambientais,


sociais e econômicos) são, em sua maioria, de pequena magnitude e mitigáveis,
destacando-se, entre eles, o impacto sobre a qualidade do ar. A dinâmica da atmosfera,
no local proposto para implantação da indústria, apresenta condições favoráveis à
dispersão das emissões atmosféricas não só da linha 1 existente como da linha 2 futura,
o que foi comprovado a partir de estudos específicos das condições atmosféricas locais
que evidenciaram que a topografia local favorece a dispersão.
De acordo com o estudo de dispersão atmosférica, os valores encontrados
apresentaram-se abaixo dos padrões secundários estabelecidos pelo CONAMA e
daqueles recomendados pela Organização Mundial da Saúde – OMS.

Em relação aos impactos decorrentes do consumo de água, os estudos efetuados


confirmam a disponibilidade hídrica do Igarapé Bate Estaca , sendo a Bacia
Hidrográfica do Jamari apresenta uma vazão média de 6.490 m ³/s e vazão mínima (Q
7,10) de 2.891 m3/s. O consumo da água da ampliação da indústria está estimado em
10 m3/h, sendo que 90% retorna ao Igarapé Bate Estaca, portanto um consumo
insignificante.

Em relação aos impactos sobre a qualidade hídrica, o emissário subaquático será um


ponto importante para o descarte dos efluentes líquidos, sendo que o estudo de dispersão
hídrica mostrou que não haverá alteração da qualidade das águas no Igarapé , sendo a
zona de mistura, para os parâmetros de cor e carga orgânica (DBO), será de no máximo
alguns metros do local de descarte, não afetando as atividades de pesca, nem a
qualidade do Igarapé Bate Estaca.

Em relação aos impactos socioeconômicos, os benefícios são vários, podendo-se


relacionar aqui a possibilidade de geração de empregos durante a construção e operação
do empreendimento, aumento da arrecadação de tributos municipais e estaduais, com
reflexos positivos para o desenvolvimento dos setores secundários e terciários da região,
notadamente em Porto Velho e nos demais municípios na área de influência do projeto.

Os benefícios do desenvolvimento da região serão sentidos pelo setor terciário


refletindo-se diretamente na diversificação e sofisticação da economia urbana e na
maior alavancagem do setor de prestação de serviços (bens imobiliários, saúde,
educação, transporte, telecomunicações, dentre outros), já que Porto Velho vem
desenvolvendo uma boa evolução destes serviços nos últimos anos.

O setor público registrará aumento de arrecadação de tributos, nas esferas municipal


(ISSQN) e estadual (ICMS) os quais reverterão em melhorias de infraestrutura urbana e
na implantação de equipamentos sociais.

O conjunto dos aspectos estudados na avaliação de impactos ambientais aponta a


existência de condições favoráveis para a ampliação da planta industrial de, nesta região
o que foi comprovado tanto para implantação quanto para a operação do
empreendimento.

De acordo com as análises efetuadas no decorrer deste Estudo de Impacto Ambiental, o


empreendimento apresenta-se adequado quanto aos aspectos da qualidade do meio
ambiente. Os aspectos identificados como de maior vulnerabilidade são passíveis de
mitigação, necessitando para tanto, que as medidas de controle ambiental sejam
previstas no projeto executivo e corretamente implementadas.

Com base no estudo apresentado, não foi identificado nenhum impacto que, na opinião
da equipe que elaborou este EIA, questione a viabilidade ambiental do empreendimento,
em condições normais de operação, considerando a implantação das medidas
mitigadoras propostas. Os impactos positivos permanecem durante todo o período de
operação do empreendimento

Conclusão Sobre a Viabilidade Jurídico Ambiental do Empreendimento

Por fim, cabe fazer algumas considerações acerca da análise jurídica apresentada para
este Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental.

Considerando que se encontram cumpridos os princípios do Direito da


Sustentabilidade, os que regem os textos legais do ordenamento jurídico nacional;

Considerando o cumprimento das normas do licenciamento ambiental; tanto em âmbito


federal como os aspectos formais e materiais da legislação estadual e de uso e ocupação
do solo em Porto Velho;

Considerando que a atividade encontra arrimo na legislação ambiental que trata da


proteção ambiental;

Considerando que o Diagnóstico e Avaliação de Impacto Ambiental identificaram a


vocação da região para recepcionar a ampliação de capacidade produtiva do
empreendimento da Sanrimar;

Considerando, ainda, o adequado ordenamento territorial que ora se executa neste


EIA/RIMA, ao planejar como ferramenta de gestão ambiental o crescimento do
empreendimento quanto à expansão e ampliação;

Considerando as concretas e efetivas medidas mitigadoras apontadas pela equipe


técnica, após denso e sólido esforço amostral de campo, bem como os Programas de
Monitoramento já implementados e os novos a serem implementados;

Considerando que há um equilíbrio entre as forças econômicas da atividade empresarial


repercutindo positivamente no espectro de conservação da biodiversidade e, sobretudo,
no âmbito socioeconômico da região permitindo a sadia qualidade de vida e respeito à
dignidade da pessoa humana,

Conclui-se que a expansão do empreendimento industrial é jurídica e ambientalmente


viável, a partir das sólidas proposições, recomendações e definições da equipe técnica
responsável por este Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental –
EIA/RIMA

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