Mirtes Ingred Tavares MARINHO
Mirtes Ingred Tavares MARINHO
Mirtes Ingred Tavares MARINHO
INTRODUÇÃO
O corpus Carmilla (1970), Luxúria de Vampiros (1971), Filhas do Drácula (1972)
analisado narra a história de Carmilla Karnstein, a rainha vampira. A trilogia Karnstein
apresenta a figura de uma vampira em busca de mulheres jovens para saciar seu desejo sexual
e de sangue. Alucarda (1977) filme produzido poucos anos depois da trilogia, retrata a história
de uma garota misteriosa, que por meio de um ritual satânico selado com sangue, sela um
pacto com seu amor por Justine. Em seguida temos um filme contemporâneo o Matadores de
Vampiras lésbicas (2009), que faz uma paródia do conto da rainha vampira, Carmilla.
Verificamos que os recursos visuais e as estratégias cinematográficas de produção das
materialidades audiovisuais nos levam a problematizar a sexualidade, possibilitando
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compreender como se constitui o sujeito mulher enquanto sujeito de sexualidade e como são
construídas, discursivamente, as práticas homoafetivas numa perspectiva sócio-histórica.
A análise partirá das noções foucaultianas e dos estudos de Perrot, tais como, a noção
do sujeito-mulher e o lugar de subjugação e também de quem subjuga, ou seja, as relações de
poder constituintes ao sujeito mulher, a partir da compreensão do mesmo enquanto sujeito de
sexualidade. Os filmes tomados enquanto seu valor de materialidades imagética traz a
emergência de uma temática gay.
A PROBLEMATIZAÇÃO DO SUJEITO
A constituição do sujeito gay estará vinculado a um discurso que está além do sujeito
desejante, incluindo e dispersando esse sujeito de sua singularidade em um conjunto de
universais, construindo assim uma identidade. Aos poucos o sujeito homossexual é
estabelecido como “identidade gay”. Não existe ser gay, ser gay é ser um sujeito gay em
condições que exigem que você seja de determinada maneira, existe tornar-se gay, bem como
tornar-se sujeito.
Segundo Foucault nada do que o homossexual é escapa a sua sexualidade “ele é preso
e subjacente a todas as suas condutas, já que ele é o princípio insidioso e infinitamente ativo
das mesmas.” (FOUCAULT, 2007, p. 52). Podemos dizer que a sociedade tem medo de ceder
espaço ao homossexual, pelo modo de vida homossexual como nos explica Foucault em uma
entrevista intitulada Da amizade como modo de vida, Foucault (1981, p. 02), ao dizer que “o
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problema não é o de descobrir em si a verdade sobre seu sexo, mas, mais importante que isso,
usar, daí em diante, de sua sexualidade para chegar a uma multiplicidade de relações.”.
A partir das considerações foucaultianas, devemos pôr fim a essa renúncia dos
prazeres e trabalhar sobre nós mesmos, inventar uma maneira de ser. Precisamos ser capazes
de sentir prazer e diluir a imagem que formulou sobre o puro encontro sexual e a fusão
amorosa das identidades. A relação não se baseia apenas na consumação sexual, as pessoas se
juntam por amizade, e não precisam necessariamente ser indivíduos de mesma idade e status
social. Ser gay é procurar expor e elaborar um modo de vida, e não ser definido por traços
psicológicos do homossexual.
a mordida é uma das materialidades que se repetem, como traço do desejo por sangue e pelo
grande apetite sexual, um grande misto de horror e sedução.
CONCLUSÃO
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
PERROT, Michele. Minha história das Mulheres. São Paulo: Contexto, 2008.
VIDEOGRAFIA: