Laudo de Acessibilidade - Frilara

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LAUDO DE ACESSIBILIDADE

Junho 2017

Vistoria por Rodrigo Rodrigues Gomides

26 de junho de 2017
LAUDO DE ACESSIBILIDADE

Apresentação

O presente laudo tem por objetivo avaliar as condições físicas das instalações
sob as questões de Acessibilidade do Empreendimento FRIGORÍFICO
FRILARA LTDA., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ nº
13.862.671/0001-03, estabelecida à Avenida Rio de Janeiro, nº 13, Bairro
Areinha - VIANA/ES, CEP 29.137-030.

Empresa classificada como Edificação Privada, não sendo edifício público ou


privado destinado ao uso coletivo, visto que sua atividade econômica é
fabricação de carnes e comércio atacadista, ou seja, não atende ao público nas
instalações que serão avaliadas a seguir. Este laudo deverá acompanhar todas
as próximas intervenções e reformas no edifício, para promover as adequações
nele apontadas.

Para o levantamento foi realizada visita e medições das condições reais do


local, observando os seguintes aspectos:

1. Acessos ao interior da edificação e ao interior dos ambientes;


2. Barreiras arquitetônicas ao longo dos percursos;
3. Banheiros adaptados;
5. Comunicação e sinalização para pessoas com deficiência auditiva e visual;
6. Acessibilidade para as áreas externas;
8. Mobiliário e balcões de atendimento;
9. Equipamentos públicos no interior da edificação (telefones, bebedouros...);
10. Corrimãos e guarda-corpos;
11. Elevadores, escadas e demais locais de circulação vertical.

O Laudo foi elaborado com base na legislação específica sobre acessibilidade,


em vigor nas esferas federais, estaduais e municipais, especialmente no que
se refere ao atendimento à:

 Decreto Federal 5.296/04


 ABNT/NBR 9050/15

NOTAS:

 Para edificações tombadas ou em áreas envoltórias de edifícios


tombados as modificações sugeridas devem antes, serem aprovadas
nos respectivos órgãos responsáveis pelo tombamento;
 Para reforma e adaptação das calçadas além dos dispostos neste laudo
deve-se observar também a legislação municipal vigente referente a
este item.

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Parâmetros Antropométricos
Dimensões referenciais para deslocamentos de pessoas.

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1.0 Acesso Principal

Figura 01: Acesso ao Frigorífico Frilara


A porta está inadequada nos seguintes itens:
 Inclinação da rampa de entrada incorreta;
 Ausência de abas laterais na rampa de entrada;
 Altura muito elevada do comando do interfone;
 Rampa de acesso a calçada incorreta;
 Inclinação da rampa de entrada incorreta;
 Altura muito elevada do comando do interfone.
Itens a serem atendidos:
 Considerando o desnível de 12 cm, rampa dever á ter comprimento de
2,40 m e o interfone deverá ser instalado a uma altura entre 0,80 m e
1,20 m a partir do piso;
 Considerando o desnível de 12 cm, rampa deverá ter comprimento de
2,40 m e inclinação de 5%. Com esta inclinação (plano inclinado) não
haverá a necessidade de colocação de corrimãos. Caso a rampa tenha
inclinação máxima de 8,33% será obrigatória a instalação de corrimãos
duplos, em ambos os lados da rampa;
 O interfone deverá ser instalado a uma altura entre 0,80 m e 1,20 m a
partir do piso.

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Figura 02 – Altura para comandos e controles.

2.0 Estacionamento

Demarcação de vaga para veículos que conduzam, ou seja, conduzidos por


pessoa com deficiência.

Figura 03 – Estacionamento de Veículos no interior da Empresa.


O estacionamento está inadequado nos seguintes itens:
 Não há vaga reservada para veículos que conduzam, ou seja,
conduzidos por pessoas com deficiência;
 Não há sinalização vertical para a vaga de pessoa com deficiência;
 Não possui rota segura para travessia de pedestres.

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Itens a serem atendidos:
 Deve ser demarcada 1 vaga para veículo, na lateral esquerda da
edificação, conforme desenho abaixo. Esta vaga deverá ter a largura
mínima de 2,5 m e comprimento mínimo de 5,50 m, acrescidos de uma
faixa de embarque desembarque, com largura mínima de 1,20m;
 Deve ser demarcada rota acessível à pedestre para acesso a outras
edificações no interior da empresa;
 A vaga deverá ser sinalizada conforme Resolução CONTRAN
304/2008, com indicação abaixo:

Figura 04 – Sinalização de vaga conforme CONTRAN 304/2008.

3.0 Circulação Vertical


3.1 Escada

Figura 05 – Escada de Acesso ao Administrativo

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A escada está inadequada nos seguintes itens:
 Não possui piso tátil de alerta;
 Os degraus não possuem sinalização visual na borda do piso e do
espelho, conforme NBR9050;
 Os corrimãos estão incorretos;
 Os degraus não apresentam piso antiderrapante;
 Não há acesso ao pavimento superior para pessoas em cadeira de
rodas, por meio de elevador ou plataforma;
Inadequações no corrimão:
 Não possui prolongamento antes do início e após o término da escada;
 Não possui sinalização em Braille;
 Não possui acabamento curvado nas extremidades;
 Instalar fita antiderrapante em todos os degraus da escada, espelho e
borda do piso;
Itens a serem atendidos:
 Deve haver sinalização tátil de alerta no início e término de escadas e
rampas, em cor contrastante com a do piso, com largura entre 0,25m e
0,60m, afastada de 0,32m no máximo do ponto onde ocorre a mudança
do plano;

Figura 06 - Sinalização de Degraus – NBR9050

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 Todo degrau ou escada deve ter sinalização visual na borda do piso e
do espelho, em cor contrastante com a do acabamento, medindo entre
0,02m e 0,03m de largura. Essa sinalização pode estar restrita à
projeção dos corrimãos laterais, com no mínimo 0,20m de extensão;
 Os corrimãos devem prolongar-se pelo menos 30 cm antes do início e
após o término da rampa ou escada, sem interferir com áreas de
circulação ou prejudicar a vazão. Devem possuir 2 alturas (70 e 92 cm
do piso) e estar instalados em ambos os lados da escada;

Figura 07 - Corrimãos em escada e rampa

 As extremidades dos corrimãos devem ter acabamento recurvado, ser


fixadas ou justapostas à parede ou piso, ou ainda ter desenho contínuo,
sem protuberâncias;
 Deve haver sinalização em Braille no início e término da escada e ter
sinalização na parede lateral indicando o pavimento em que a pessoa se
encontra;

Figura 08 - Sinalização de Pavimento – Vista Lateral

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Figura 09 - Sinalização de Corrimão – Vista Superior
Observação: O empreendimento analisado é de uso particular, ou seja, não
sendo edifício público ou privado destinado ao uso coletivo. Devido a isto, não
possui a necessidade de previsão de elevador ou plataforma para garantir o
acesso de pessoas com deficiência ao pavimento superior, conforme NM
313/13. Porém visando o atendimento futuro de órgãos municipais, estaduais
e/ou federais, de pessoas com mobilidade reduzida, sugerimos a criação de
uma sala de atendimento no pavimento térreo, sendo esta sala acessível. Vale
ressaltar que a quantidade de funcionários da empresa não se enquadra na Lei
nº 8.213:
Art. 93 – a empresa com 100 ou mais funcionários está
obrigada a preencher de dois a cinco por cento dos seus
cargos com beneficiários reabilitados, ou pessoas
portadoras de deficiência, na seguinte proporção:
- até 200 funcionários ......................2%
- de 201 a 500 funcionários.............3%
- de 501 a 1000 funcionários...........4%
- de 1001 em diante funcionários...5%

4.0 Sanitário
O imóvel não possui sanitário adaptado para uso de pessoa com deficiência.

Figura 10 – Sanitário do Imóvel.

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Figura 11 e 12 – Acesso ao Sanitário
Itens a serem atendidos:
 Deve ser instalado no mínimo 1 sanitário, podendo ser unissex, para o
uso de pessoa com deficiência;
Neste caso, existem 2 opções possíveis para a adaptação do local:
Opção 1
Reformar um dos sanitários existentes, transformando – o em sanitário
acessível unissex, de maneira que tenha uma largura mínima de 1,70 e
comprimento mínimo de 1,50, com porta que permita vão mínimo livre de
passagem de 80 cm com abertura para fora e pia em seu interior;
Opção 2
Construir um novo banheiro acessível, no térreo, em outro lugar, com entrada
independente que atenda as normas de acessibilidade.

Detalhes do Banheiro Acessível


 As portas devem ter condições de serem abertas com um único
movimento e suas maçanetas devem ser do tipo alavanca, instaladas a
uma altura entre 0,90m e 1,10m. Quando localizadas em rotas
acessíveis recomenda-se que as portas tenham na sua parte inferior,
inclusive no batente, revestimento resistente a impactos provocados por
bengalas, muletas e cadeiras de rodas, até a altura de 0,40m a partir do
piso;

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 Em sanitários acessíveis isolados é necessária a instalação de
dispositivo de sinalização de emergência ao lado da bacia e do boxe do
chuveiro, a uma altura de 40 cm do piso acabado, para acionamento em
caso de queda;
 Junto à bacia sanitária, na lateral e no fundo, devem ser colocadas
barras horizontais para apoio e transferência, com comprimento mínimo
de 0,80m, a 0,75m de altura do piso acabado (medidos do eixo de
fixação). A distância entre o eixo da bacia e a face da barra lateral ao
vaso deve ser de 0,40m, estando esta posicionada a uma distância
mínima de 0,50m da borda frontal da bacia. A barra da parede e
estender-se no mínimo 0,30m além do eixo da bacia, em direção à
parede lateral;
 As papeleiras embutidas ou que avancem até 10cm em relação à
parede devem estar localizadas a uma altura de 50cm a 60cm do piso
acabado e a distância máxima de 15cm da borda frontal da bacia. No
caso de papeleiras que por suas dimensões não atendam ao
anteriormente descrito, devem estar alinhadas com a borda frontal da
bacia e o acesso ao papel deve estar entre 1,00m e 1,20m do piso
acabado.

Figura 13 – Medidas mínimas de um sanitário acessível.

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5.0 Portas

Figura 14 – Porta do Administrativo


As portas estão inadequadas nos seguintes itens:
 Maçanetas do tipo bola;
 Portas sem condições de serem abertas com um único movimento.
Itens a serem atendidos:
 As portas devem ter condições de serem abertas com um único
movimento, e suas maçanetas devem ser do tipo alavanca, instaladas a
uma altura entre 0,80 m e 1,10 m. Recomenda-se que as portas tenham,
na sua parte inferior, no lado oposto ao lado da abertura da porta,
revestimento resistente a impactos provocados por bengalas, muletas e
cadeiras de rodas, até a altura de 0,40 m a partir do piso;
 O mecanismo de acionamento das portas deve requerer força humana
direta igual ou inferior a 36 N;
 As portas, quando abertas devem ter um vão livre, de no mínimo 0,80 m
de largura e 2,10 m de altura. Em portas de duas ou mais folhas, pelo
menos uma delas deve ter o vão de 0,80 m.

Figura 15 – Dimensionamento das Portas.

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6.0 Calçadas
A acessibilidade nas vias públicas deve ser pensada para todos os cidadãos,
usuários do sistema. Deve-se atentar para o componente mais vulnerável, em
aspectos de segurança: o pedestre. Nesse sentido, vale ressaltar a definição
de via pública, segundo o Código de Trânsito Brasileiro – CTB: “superfície por
onde transitam veículos, pessoas e animais, compreendendo a pista, a
calçada, o acostamento, ilha e canteiro central”. Devendo, portanto, a via
pública oferecer condições de segurança e conforto a todos os seus usuários,
inclusive aos que têm deficiência ou mobilidade reduzida, com atenção
especial ao pedestre. Porém, faz-se necessário que este trânsito seja realizado
através de rotas acessíveis, independentemente de possuírem ou não algum
tipo de restrição de modalidade.
As rotas acessíveis são trajetos contínuos, com piso, inclinação e dimensões
adequadas, de fácil identificação e livres de qualquer tipo de obstáculos (NBR
9050).

Recomendações:
 Nas áreas de circulação de pedestres, recomenda-se a utilização de
materiais que propiciam superfície contínua, regular, antiderrapante,
resistente e durável. Exemplos: placa pré-moldada de concreto, ladrilho
hidráulico, concreto moldado in loco, cimento desempenado;
 Desaconselha-se o uso de materiais lisos, como cerâmica vitrificada, e
nem tão ásperos, como a pedra tosca, por exemplo, visto que podem
causar problemas na passagem de cadeira de rodas ou de dificultar o
uso da bengala;
 A faixa livre deve possuir largura de 1,50 m, sendo admissível a largura
mínima de 1,20 m. Deve ser mais retilínea possível e deve estar livre de
qualquer obstáculo, seja ele permanente (árvores ou postes de
iluminação pública, por exemplo) ou temporário (mesas e cadeiras de
bar, por exemplo);
 A implantação das faixas de pedestres deve ser feita sempre que houver
demanda de travessia, devendo estas ser aplicadas diretamente nas
pistas de rolamento, no mesmo alinhamento da calcada. Normalmente,

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é implantada em esquinas com semáforos e próximo a equipamentos
com grande fluxo de pedestres, como escolas, centros comerciais etc.

Figura 16 – Rampas de Acesso.

Figura 17 – Calçada e Portão de Garagem

Figura 18 – Barreiras físicas na calçada, postes.

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Figura 19 – Rampa de acesso a calçada.
Itens a serem atendidos:
 Faixa de pedestre conforme Código Trânsito Brasileiro – CTB, aos
acessos ao imóvel;
 Rampas acessíveis conforme NBR 9050, com inclinação máxima de
8,33%;
 Delimitação com piso podotátil as barreiras físicas encontradas no
entorno do empreendimento.

Considerações Finais
A despeito das dificuldades de acesso aos espaços públicos ou de uso
coletivo, enfrentadas pelas pessoas com deficiência física e com mobilidade
reduzida, percebe-se que a sociedade organizada vem se mobilizando com o
intuito de diminuir as diferenças afetas da acessibilidade.
Apesar da NBR 9050 estabelecer que: “acessos de uso restrito, tais como
carga e descarga, acesso a equipamento de medição, guarda e coleta de lixo e
outras [...] não necessitam obrigatoriamente atender às condições de
acessibilidade desta Norma”. O Frigorífico Frilara, empresa de uso privado, no
intuito de estar acessível, no que tange os limites viáveis da edificação, se
compromete a atender os itens apontados neste laudo.
Diante disso, a adequação dos espaços da cidade se torna permanente, uma
vez que as estatísticas apontam percentual significativo de pessoas com
deficiência.

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Bibliografia

A Convenção sobre Direitos das Pessoas com Deficiência Comentada


/Coordenação de Ana Paula Crosara Resende e Flavia Maria de Paiva Vital _
Brasília: Secretaria Especial dos Direitos Humanos. Coordenadoria Nacional
para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, 2008.
ANVISA. RDC Nº 283, DE 26 DE SETEMBRO DE 2005. Resolução da
Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária trata da
definição de critérios mínimos para o funcionamento, avaliação, monitoramento
das Instituições de Longa Permanência para Idosos; qualificação da prestação
de serviços públicos e privados das Instituições de Longa Permanência para
Idosos.
ASSOCIACAO BRASILEIRA DE NORMAS TECNICAS. NBR 13994 –
Elevadores de passageiros – elevadores de transporte de pessoa portadora de
deficiência. Rio de Janeiro: ABNT, 2000.
ASSOCIACAO BRASILEIRA DE NORMAS TECNICAS. NBR 9050 –
Acessibilidade de Pessoas Portadoras de Deficiências a Edificações, Espaço,
Mobiliário e Equipamento Urbano. Rio de Janeiro: ABNT, 2004.
CONTRAN (2005). Conselho Nacional de Transito. Sinalização horizontal.
Manual Brasileiro de Sinalização de Trânsito. VOLUME I. Sinalização
Vertical de Regulamentação / Contran-Denatran.
ESPIRITO SANTO. Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e
Agronomia do Espírito Santo. Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Presidência da Republica – SEDH. Cidade Cidadã. Espírito Santo, 2007.
LEI Nº 8.213, 1991. Dispõe sobre Planos de Benefícios da Previdência Social.
1991 (estabelece porcentuais de funcionários com deficiências a serem
contratados por empresas com mais de 100 funcionários).

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Anexos.

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