Lugar de Mulher É Onde Deus Quiser
Lugar de Mulher É Onde Deus Quiser
Lugar de Mulher É Onde Deus Quiser
• Proibida a reprodução por quaisquer meios, salvo em citações breve, com indicação da
fonte.
1a edição: 2019
COORDENAÇÃO EDITORIAL
Humberto Duarte de Medeiros
EDITOR
Valberth Veras
REVISÃO
Flávia Queiroz
CAPA
Samuel Furtado
DIAGRAMAÇÃO
César Oliveira | Nany Oliveira
EBOOK
Yuri Freire
SUMÁRIO
Porque dele e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória,
pois, a ele eternamente. Amém (Rm 11.36).
1. Margarete Mead
Na antropologia, destaca-se Margaret Mead, antropóloga americana
pioneira que, após suas pesquisas em sociedades primitivas como Samoa e
Papua-Nova Guiné, estabeleceu que os temperamentos que reputamos
naturais a cada sexo são meras variações do comportamento humano e que
eles podem ser moldados pela educação. Seu livro “Sexo e Temperamento
em Três Sociedades Primitivas”, de 1935, foi altamente influente e
impulsionou o movimento de liberação feminina ao destacar a existência de
comunidades onde as mulheres eram dominantes.
Nas palavras de Mead “comparando o modo como dramatizaram a
diferença de sexo, é possível perceber melhor que elementos são
construções sociais, originalmente relevantes aos fatos biológicos do gênero
de sexo.”2Segundo suas pesquisas, nenhuma das tribos tinha ideia de que
homens e mulheres eram diferentes em temperamento e de que qualquer
ideia de que os traços temperamentais de dominação, coragem,
agressividade, objetividade estavam intrinsicamente associados a um sexo ou
ao outro. Para a surpresa da própria Mead que em suas palavras
“compartilhava a crença geral da nossa sociedade de que havia um
temperamento ligado ao sexo natural, que no máximo poderia ser destorcido
ou afastado da expressão normal.”3
2. Simone de Beauvoir
Em 1949, o livro da escritora e filósofa Simone de Beauvoir “O Segundo
Sexo” questiona o determinismo biológico e o desígnio divino na questão da
feminilidade. Beauvoir é considerada a mãe do feminismo francês e, com sua
conhecida frase “não se nasce mulher, torna-se mulher”, separa o aspecto
biológico do aspecto social do sexo e descreve a feminilidade como
aprendizagem social e cultural. Beauvoir zomba da existência de um ideal ou
modelo de feminilidade.
3. Judith Butler
Em 1990, a filósofa americana Judith Butler propõe um completo fim do
binário sexo/gênero e leva a questão do “gênero” às últimas consequências
em seu livro “Problemas de Gênero: feminismo e subversão da identidade”.
Segundo ela não existe uma identidade de gênero por trás das expressões de
gênero. Não há uma essência natural do sujeito de cujo sexo decorre um
determinado gênero. Cada corpo não corresponde a um gênero, mas o que
há são corpos sexuados como base para uma variedade de gêneros que são
construídos através da performance, da prática.
O pensamento de Butler traz fim ao “peso metafísico” da identidade. Não
há um gênero original. Não há referentes para a feminilidade ou
masculinidade fora de si e, portanto, não existem normas verdadeiras e nem
falsas. Não existe nem o feminino nem o masculino. Butler critica o que ela
chama de ‘paradoxo feminista’ da necessidade de fixar a mulher em uma
categoria da qual elas mesmas pretendiam libertá-la. Sua proposta é o fim de
qualquer categoria identitária, da ideia de um sujeito uno ‘mulher’.
A teoria queer (teoria do estranho, do anormal) nasce no pós-
estruturalismo e condena o estabelecimento de qualquer estrutura ou modelo,
pois as estruturas sempre excluem aqueles que não se enquadram nela.
Propõe o fim do normal, porque o normal sempre pressupõe um anormal
(queer) e o exclui. Também nega a existência de qualquer tendência ou
inclinação natural. Assim, apregoa o fim da heterosexualidade como normal
ou natural defendendo que a heteronormatividade é uma invenção cultural e
que a heterossexualidade tem sido historicamente imposta compulsoriamente
sobre as crianças mesmo antes de nascer. Dessa forma, defende a
neutralidade de gêneros (gênero neutro) e uma educação neutra que se
expressa numa educação sexual com ênfase na pluralidade, na construção
individual e na liberdade de interações sexuais. Por mais que a teoria pregue
a liberdade e a pluralidade das expressões sexuais, acabam por atacar
frontalmente a expressão heterossexual como forma de fortalecer a
expressão homossexual (ditadura homossexual).
Chegamos então ao cenário pós-moderno de completa desconstrução e
destruição de ideias fixas de masculinidade e feminilidade. De qualquer
essência ou ideal masculino ou feminino. Podemos dizer que, agora sim, a
humanidade enfrenta a sua maior crise de identidade. As consequências da
desconstrução do gênero vão além do fim da essencialidade da
masculinidade e da feminilidade e da destruição da família tradicional. A
desconstrução do gênero coincide com a desconstrução e negação de
paradigmas, regras ou de qualquer ideia de normatividade e sua
consequência inevitável é o desenvolvimento e defesa de uma moral aberta,
caracterizada pela imposição da aceitação de qualquer tipo de conduta sem
julgamentos e pela cauterização sistemática da mente com relação às noções
de certo ou errado, moral ou imoral. Acima de tudo, é um ataque frontal a
todos os absolutos e, como consequência principal, a desconstrução e
negação de Deus.
Ao percorrer o caminho da (re/des) construção das certezas sexuais
elementares, a humanidade caminha também para a maior crise moral e de
identidade, onde as certezas mais básicas são destruídas, e todo e qualquer
paradigma, ideal ou modelo, é negado e ridicularizado.
1.
http://miriamgrossi.paginas.ufsc.br/files/2012/03/grossi_miriam_identidade_de_genero_e_sexualidade.pdf
2. MEAD, Margareth. Sexo e Temperamento. São Paulo: Perspectiva, 2003, p.22.
3. Ibid. p.26.
4. Beauvoir, Simone. O Segundo Sexo. São Paulo: Difusão Europeia do Livro.
5. http://bibliobase.sermais.pt:8008/BiblioNET/upload/PDF3/01935_identidade_genero_revisado.pdf
6. Heimbach, D. R. (2002). The Unchangeable Difference: Eternally Fixed Sexual Identity for an Age of
Plastic Sexuality. In W. Grudem (Org.), Biblical foundations for manhood and womanhood (p. 283).
Wheaton, IL: Crossway Books.
3
FORMANDO MULHERES EM DIAS DE
IDEOLOGIA DE GÊNERO
• Desprezar a maternidade
O feminismo influenciou as mulheres a verem os papéis de mãe
como impedimento, limitação. Por essa razão, as mulheres
deveriam estar autorizadas a fazer o que fosse preciso para se
eximirem da responsabilidade como mães. Isso pode ser notado nas
próprias palavras de Beauvoir que dizia que “a maternidade deve
ser voluntária, o que significa que a contracepção e o aborto são
autorizados (...) os custos da gravidez pagos pelo estado, o qual
assumiria a responsabilidade pela criança.”
• Desprezarem a domesticidade
Junto com a maternidade, a domesticidade também passou a ser
vista como empecilho para o pleno desenvolvimento feminino. Betty
Friedan, a responsável pelo início do feminismo moderno nos EUA
influenciada por Beauvoir escreveu o livro Mística Feminina, um
verdadeiro tratado pelo desprezo à domesticidade.
Segundo ela, os papéis de esposa, mãe e dona de casa eram os
responsáveis por tornarem as mulheres alienadas, frívolas, infelizes
e frustradas. Fazendo coro com Beauvoir que dizia que “nenhuma
mulher deve ser autorizada a ficar em casa e criar os filhos” e que
“donas de casa são parasitas”, Friedan dizia que “dona de casa são
sem sentido… não são pessoas”.
O resultado disso é o que chamamos hoje de “abandono do lar”
de ‘terceirização dos filhos’ – e as consequências desastrosas já
podem ser notadas. Analistas contemporâneos já reconheceram o
desastre que é o desprezo e o abandono da maternidade e
domesticidade. As consequências sociais são incalculáveis e já são
vistos nos filhos das gerações que foram influenciadas por esse tipo
de pensamento.
• Desprezarem o casamento
O movimento feminista também é conhecido como movimento de
liberação sexual. As mulheres deveriam estar livres para viver sua
sexualidade sem regras, sem rótulos e sem limites. A ideia de
castidade e fidelidade (monogamia) também não passava de uma
invenção patriarcal para dominar as mulheres.
Da mesma forma, essa falsa liberdade trouxe frutos amargos
para as mulheres – mulheres usadas, descartadas, violadas,
objetificadas - profundamente machucadas no corpo e na alma.
E como isso nos influenciou? A nós que dizemos que somos cristãs
e cremos no que as Escrituras dizem de nós?
Por mais que não confessemos em voz alta uma aversão por
estas características mais básicas da feminilidade, em maior ou
menor grau, fomos influenciadas por esses pensamentos.
A aversão pelo casamento – vemos mulheres que querem casar
cada vez mais tarde, não por vocação ou por um desejo piedoso de
agradar a Deus por meio de algum propósito, mas por desejo
egoísta, porque não querem nada que possa impedir seu pleno
desenvolvimento. Enxergam o casamento como prisão, não como
um lugar projetado por Deus para o nosso bem, para nosso prazer e
segurança. Não querem depender de ninguém e não querem
ninguém mandando na sua vida (liderando).
A versão pela maternidade – vemos o adiamento ou negação
completa da maternidade. Filhos são vistos como empecilhos para o
desenvolvimento profissional.
A versão pela domesticidade – desprezamos o cuidado com o lar
e quem se dedica a ele. O lar, cuidar dos seus, não é mais visto
como missão, mas como prisão. Como consequência, vemos o
abandono do lar cristão e também a terceirização dos filhos.
Com essa ideia na cabeça, muitas de nós mulheres perdemos a
oportunidade de desfrutar de algumas das coisas mais preciosas
que Deus amorosamente preparou como benção, como presente,
dádiva para a mulher, em busca de um valor, de uma realização que
elas não vão encontrar à parte de Deus.
E isso nos leva para a mais uma forma pela qual fomos
influenciadas e “encrencadas” pelas ideologias feministas.
3. Fomos influenciadas a achar que o nosso valor é determinado
pelo que fazemos e não pelo que somos
Se fizéssemos uma pesquisa rápida entre as mulheres mais
próximas de nós nos surpreenderíamos com a quantidade delas que
confessariam lutar com sentimentos de inferioridade, de inutilidade,
de inadequação, de frustração, de insatisfação (não se sentem
realizadas, acham que não são perfeitas o suficiente, não estão à
altura das expectativas dos outros ou das suas próprias). Esse é um
problema real e comum entre as mulheres que tem sido
potencializado pela influência do feminismo.
A explicação feminista para esse sentimento de frustração, ao
qual Betty Friedan denominou ”problema sem nome” pela
dificuldade das próprias mulheres de entenderem a sua causa –
estavam casadas, eram mães, eram boas donas de casa,
teoricamente deveriam estar felizes, mas não estavam, estava nos
papéis tradicionalmente impostos às mulheres. Ser esposa e mãe
simplesmente não é suficiente. a mulher só se torna
verdadeiramente gente, ser humano, quando deixa o lar e se realiza
profissionalmente.
Muitas mulheres compraram essa ideia e hoje fazem mais do que
podem na tentativa de provar seu valor para si mesmas e para os
outros e não foi preciso muito para que o senso comum provasse
que uma alta posição no mercado de trabalho simplesmente não é
suficiente para que a mulher se sinta realizada – mesmo com toda a
revolução, as mulheres continuam igualmente frustradas - ou mais.
O problema que Friedan chamou de “problema sem nome” é um
problema real, sério e que tem nome sim – falta de Deus. Falta da
perspectiva correta sobre o que é ser mulher, sobre seu valor e
papel no mundo.
Como diz C. S. Lewis em sua frase famosa, “se eu encontro em
mim um desejo que nenhuma experiência neste mundo pode
satisfazer, a explicação mais provável é que eu fui feito para outro
mundo”.
A verdade é que a mulher nunca encontrará plena satisfação à
parte de Deus. Não fomos criadas desta forma e o pecado
potencializou essa realidade. Precisamos desesperadamente do
Deus e não conseguiremos substituir a necessidade de Deus para
nossa realização e satisfação por qualquer outra coisa. Quando
colocamos em outras coisas ou pessoas o sentido de nossas vidas,
estes se tornam ídolos.
Não somos nós que atribuímos valor a nós mesmas! Não são os
outros que tem o poder de atribuir valor a nós. Quando pensamos
assim nos tornamos escravas das circunstâncias e da opinião dos
outros. Isso é frustração garantida.
Em primeiro lugar, o nosso valor é determinado pelo fato de
sermos feitas à imagem e semelhança de Deus. Em segundo lugar,
o nosso valor é determinado pela forma como Deus nos vê. Em
terceiro lugar, nossa satisfação e realização vem de entendermos a
vontade de Deus e nos colocar debaixo da vontade dele. Toda
mulher precisa do reconhecimento de Deus e da estima do alto!
Conclusão
Infelizmente, o feminismo tem moldado muitas das nossas ideias
sobre feminilidade.
Muitas de nós vivem confusas, exaustas, frustradas, esgotadas,
literalmente perdidas porque tem suas crenças mais fundamentais
sobre sua identidade, seu valor e seu papel influenciadas por ideias
erradas.
Fica para nós o desafio de Romanos 12.2 – não nos deixar
influenciar, moldar pelo mundo. Para isso, é necessário pôr em
prática a dinâmica do despojar/revestir: despojar-nos das ideias
erradas, reconhecendo, identificando e abandonando sua influência
e nos revestir da verdade, por meio do conhecimento profundo da
Palavra de Deus.
Os planos de Deus são sempre os melhores. Se quisermos viver
de forma plena como mulheres, precisamos voltar para aquele que
criou a mulher. Só assim podemos viver a plenitude de vida que ele
preparou para nós. Só assim podemos experimentar a boa,
agradável e perfeita vontade de Deus.
6
MULHERES EM APUROS POR FALTA DE
UMA BOA TEOLOGIA
O que é a mulher?
Salientando as limitações de qualquer definição, proponho que a
mulher é:
• A mulher é criada por Deus com uma função específica (Gn 2.18)
Existem implicações da forma como Deus criou a mulher que,
embora não estejam claras na narrativa de Gênesis, são clareadas
e explicadas pelo apóstolo Paulo no Novo Testamento, e que
apontam para funções e ordem específicas em contextos
específicos.
Por mais difícil que seja para você engolir, a mulher foi criada do
homem e para o homem (1Co 11). Ela foi criada para ser ajudadora,
auxiliadora, parceira e é colocada sob a liderança masculina –
homem é o cabeça (1Co 11).
Esse é um dos pontos mais difíceis para a mulher aceitar por
causa do mal entendimento do projeto do criador. A mulher não é
criada como apêndice, não é dispensável, mas é necessária (2.18).
Como vimos anteriormente, isso fica claro a partir do suspiro de
gratidão e reconhecimento de Adão (2.23).
A mulher não é inferior e isso fica claro por meio do princípio da
cooperação e interdependência determinado por 1Coríntios
11.11,12. A mulher tem uma missão em parceria indispensável com
o homem. Deus estabeleceu uma organização econômica,
funcional, uma parceria organizada, equipe complementar,
mutualidade. Alguém tem que liderar, e o Senhor escolheu que
fosse o homem. Essa ordem se manifesta claramente no lar e na
igreja.
A quarta e última parte da definição trata da nossa função e lugar
nesse mundo, dentro do plano de Deus e diz que a mulher foi criada
para atuar no mundo em parceria complementar indispensável com
o homem para a glória de Deus (Gn 1.28).
Em Gênesis 2.26-28 vemos que ambos, tanto o homem como a
mulher, recebem o que chamamos de “mandato cultural”. O
mandato cultural é a tarefa dada por Deus ao homem e à mulher de
cuidar e abençoar a terra, de espalhar e espelhar a imagem e a
glória de Deus. Ambos, homem e mulher, são co-regente, co-
administradores. Ambos têm a missão 2.26, 28 - “espelhar e
espalhar a glória de Deus”.
Não apenas o homem, mas a mulher também recebe o dever e a
responsabilidade cultural de usar as capacidades dadas por Deus
para agir para o bem do universo criado e da família em parceria
complementar indispensável sob o cuidado da liderança masculina
para a glória de Deus.
Resumindo tudo:
Concluindo
Os planos e a vontade de Deus para a mulher não são
mesquinhos e limitadores (muito pelo contrário). A mulher que busca
ser o que Deus planejou para ela ser e busca estar onde ele
designou que ela estivesse faz diferença no mundo, e marca a sua
geração. Ela estará sempre preparada para qualquer situação,
mesmo as mais difíceis. Não apenas porque cuida de usar bem tudo
o que o Senhor lhe deu, mas, acima de tudo, porque tem a
confiança de estar no centro da vontade de Deus, confiante em sua
vontade soberana e debaixo do seu cuidado de amor.
Que honremos a nossa natureza feminina e glorifiquemos ao
nosso Criador com tudo aquilo que ele nos deu de acordo com os
termos dele. Sem sombra de dúvidas, isso é o melhor para nós.
Efésios 4.13-14 - Deus deseja que “que todos alcancemos a
unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, e cheguemos à
maturidade, atingindo a medida da plenitude de Cristo. O propósito
é que não sejamos mais como crianças, levados de um lado para
outro pelas ondas, nem jogados para cá e para lá por todo vento de
doutrina e pela astúcia e esperteza de homens que induzem ao
erro.”
7
QUANDO O MACHISMO VEM DE
DENTRO (DOS CRISTÃOS)
13. Por machismo, não me refiro ao pacote completo de significado atribuído ao termo pelo
feminismo, mas me refiro a atitudes masculinas que exageram suas prerrogativas e
diminuem a mulher.
8
POR QUE NÃO DEVO TUDO AO
FEMINISMO?
14. É fato que muitos direitos sociais e políticos práticos foram conquistados através do
tempo, mas isso não me torna devedora. Na história vemos Deus usando mãos ímpias
para fazer a sua vontade. Isso não significa que sejamos necessariamente seus
devedores. Sem mencionar o fato de que nem todas as mulheres fortes e ativas que se
empenharam em conquistar esses direitos se identificavam com o movimento.
9
MAIS QUE CULTURA DO ESTUPRO, É
“CULTURA” DO PECADO
15. Este texto não se propõe a ser uma análise do discurso midiático e de suas intenções
sociais e políticas. Este texto aproveita o burburinho em torno do mote “bela, recatada e do
lar” para promover uma reflexão a cerca da visão, do valor e do significado dessas virtudes
nos dias de hoje e à luz das Escrituras.
12
DIA INTERNACIONAL DA MULHER
REPENSE O SEU PAPEL NA SOCIEDADE
Paixonite aguda
A paixonite surge muito frequentemente pela primeira vez na
adolescência e vem em sua forma mais forte, intensa e com o maior
número de sintomas e efeitos colaterais – é o que eu chamo de
paixonite aguda. O fato é que, infelizmente, as meninas
experimentam a sua primeira crise cada vez mais cedo. Não fosse a
paixonite aguda (própria da juventude), esperaríamos mais – não
nos precipitaríamos e nem tomaríamos tanta decisão errada.
Desiludiríamos-nos menos – passaríamos por menos experiências
desnecessárias e, consequentemente, menos decepções. Teríamos
menos corações quebrados – fruto de relacionamentos precipitados.
Teríamos menos marcas – que teremos que levar pra vida toda.
Paixonite crônica
Muitas de nós não conseguem se curar da paixonite aguda da
juventude e acabam por levá-la pra vida toda. Não, paixonite não é
coisa de adolescente e nem apenas de quem ainda não se casou.
Muitas mulheres ainda sofrem da paixonite em sua forma latente, a
chamada paixonite crônica. Não fosse a paixonite crônica (aquela
que vai além da juventude), seríamos menos infelizes – comparando
o nosso relacionamento real com o relacionamento “ideal” dos
nossos sonhos. Aproveitaríamos mais – com nossas histórias reais
e nossos maridos reais. Brigaríamos menos – exigiríamos menos.
Teríamos menos relacionamentos quebrados - menos traições,
adultérios, infidelidades.
Os estragos da paixonite
O amor é lindo, o romance é bom. Mas a paixonite consegue
deixar tudo tão intenso e desproporcional que o que deveria ser
leve, gostoso e saudável acaba se tornando doloroso e deixando
marcas permanentes.
O pensamento fixo em romances e paixões nos causam
problemas sem fim. Apressa as coisas, queima etapas. Nos faz
entrar e sair de relacionamentos desnecessariamente. Desgasta
nossa mente e fere o nosso coração. Drena as forças, a criatividade
e o potencial que poderiam ser investidos em outras áreas. Tira a
capacidade e a alegria de viver o hoje, que se torna obscurecido
pelas sombras de um futuro ideal que nunca chega.
A paixonite rouba de nós a serenidade e a clareza de ideias.
Rouba-nos o bom senso e a perspectiva do plano maior. A vida não
é só romance, e não viemos ao mundo para viver um conto de
fadas.
Além disso, a paixonite também pode indicar que algo está
errado no altar do nosso coração.
Romance e idolatria
De maneira geral, o romance, assim como qualquer outra coisa
nessa vida, pode se tornar um ídolo do coração. Um ídolo é
qualquer coisa que colocamos acima e no lugar de Deus.
Quando concebemos o romance, ou a ideia de viver um grande
amor, ou o desejo de encontrar o “par perfeito” como supremo alvo
de nossas vidas, como condição para nossa alegria, como o alvo de
nossa existência e realização muito provavelmente ele já se
transformou em ídolo.
Uma boa maneira de avaliar se algo se tornou um ídolo no seu
coração é determinar objetivamente o quanto você estaria disposta
a fazer para consegui-lo. Muitas mulheres estão dispostas a
qualquer coisa para “viver o amor” ou “encontrar sua metade”, até
mesmo pecar, quebrar seus compromissos ou deixar Deus de lado.
Para as jovens solteiras isso pode significar se jogar naquele
relacionamento com um cara descrente por medo de ficar sozinha.
Pode significar ir contra as opiniões e conselhos dos pais. Pode
significar se entregar fisicamente e não guardar a sua pureza.
E não se engane. A paixonite não é prerrogativa das jovens
solteiras. Nós casadas não estamos imunes aos riscos da paixonite
em sua versão crônica. Mesmo casadas, a ideia fixa em romance
pode no fazer pecar. O desejo constante por “romance dos sonhos”
pode nos fazer cair no pecado do descontentamento com o
relacionamento que temos e no pecado da amargura – que são
portas para outros problemas conjugais bem sérios. Isso pode
significar trair o seu marido e entrar de cabeça em um
relacionamento extraconjugal que lhe “prometa” o coração
acelerado e as borboletas no estômago que há tempos não se
sentem no seu casamento.
Romance é bom? Bom demais! Palavra de uma romântica
incorrigível. Mas o desejo de viver um “romance na vida real” não
nos dá o direito de chutar o balde, passar por cima de tudo e de
todos, de nossos princípios, valores, compromissos, de nossa
palavra, de nosso Deus - palavra de quem sempre sofreu de
paixonite e foi agraciada por Deus com o homem menos romântico
da face da terra.
Não é fácil estar solteira e esperar pacientemente o amor chegar,
assim como não é fácil desejar um pouco mais de romance no
relacionamento conjugal e não o ter. Encaro minha experiência
como o ato gracioso de Deus de me ensinar a não desejar nada
mais intensamente do que a ele mesmo, de ensinar-me a buscar ser
completa, feliz e satisfeita nele e não naquilo que sempre imaginei
ser o alvo maior de minha realização – o romance.
E sabe de uma coisa? Quanto mais a gente concentra nossa
força e nosso desejo no romance, e coloca nisso nosso grande
sonho, razão de viver, mais Deus tem o prazer de torná-lo mais e
mais difícil, mais e mais distante. Não por puro sadismo ou por
requintes de crueldade, mas porque ele não divide a glória dele com
ninguém. Porque nos ama e deseja que amadureçamos e
passemos do estágio “paixões adolescentes” para o estágio
“contentamento e plena satisfação em Deus”. E sabe o que mais?
Dá-nos o que tanto queremos não é sinônimo de nos dar o melhor.
Dá o que queremos não é garantia de felicidade e realização. Achar
que um grande amor é tudo o que precisamos na vida é uma grande
ilusão. Nada tem o poder de realizar-nos, a não ser Deus.
A Sensualidade e a Manipulação
Lendo Eclesiastes 7.26 me deparei com uma advertência aos
homens contra esse tal poder feminino: Achei coisa mais amarga do
que a morte: a mulher cujo coração são redes e laços e cujas mãos
são grilhões; quem for bom diante de Deus fugirá dela, mas o
pecador virá a ser seu prisioneiro. Salomão compara o poder de
sedução da mulher como algo mais amargo que a própria morte,
capaz de prender um homem e escravizá-lo.
A mulher que se utiliza da sua beleza, sensualidade e
sexualidade para conseguir o que quer é chamada de manipuladora.
Manipular nada mais é que influenciar inadequadamente alguém a
fim de conseguir algo. A sensualidade usada como poder é
manipulação. É usar seus atributos sexuais a fim de atuar no desejo
sexual do outro com o intuito de conseguir algo em troca: seja
atenção, prazer, favor ou mesmo algo material.
Martha Peace19 descreve manipulação pecaminosa como “usar
palavras antibíblicas e/ou semblantes para intimidar ou persuadir
uma pessoa a deixar você fazer o que quer”. A sensualidade como
poder visa despertar desejo sexual do outro como meio para atingir
um alvo. O fato é que muitas mulheres usam sua sensualidade
como sua mais importante ferramenta de poder. Muitas adornam
com sensualidade suas roupas, maquiagens, cabelos, andar, falar,
comportamento e atitude com a finalidade de influenciar, convencer
e chamar a atenção através do desejo sexual (conscientemente ou
não).
Até mesmo no casamento a sensualidade pode ser usada de
forma pecaminosa, manipuladora, como ferramenta de poder. Usar
a sua sensualidade para convencer seu marido a fazer algo que ele
não quer ou usar o sexo como moeda de troca ou ferramenta de
tortura é completamente condenado pelas Escrituras. (Isso é
assunto para outro momento).
E o que a Bíblia fala sobre sensualidade utilizada como ferramenta
de poder?
A Bíblia utiliza o termo lascívia para se referir à sensualidade
pecaminosa, ao erotismo. A lascívia é incluída na descrição das
obras da carne em Gálatas 5.19: Ora, as obras da carne são
manifestas, as quais são: a prostituição, a impureza, a lascívia.
Ela também é citada em Colossenses 3.5 como fazendo parte de
da natureza humana terrena: Fazei, pois, morrer a vossa natureza
terrena: prostituição, impureza, paixão lasciva, desejo maligno e a
avareza, que é idolatria.
A Bíblia também nos diz categoricamente que agir de forma a
atrair para si o olhar ou desejo sexual de um homem que não seja
seu marido é atrair para si e para o outro pecado e juízo: Eu, porém,
vos digo, que qualquer que olhar para uma mulher com intenção
impura, em seu coração, já cometeu adultério com ela” (Mt 5.28).
Usar a sensualidade por meio de roupas, atitudes ou
comportamento fora do casamento, seja para conseguir favor,
atenção ou preferência, influenciar ou convencer é inadequado e
fora de propósito. É impuro, é desonrar o seu corpo, é ofender e
defraudar o próximo. É pecaminoso, é carnal, e pode chegar a ser
considerado prostituição.
Podemos relembrar rapidamente alguns exemplos na Bíblia de
mulheres que abusaram do seu poder da sensualidade. Dentre elas
temos a mulher de faraó (Gênesis), Dalila (Juízes) a moça da janela
(Provérbios). Em todos os casos o apelo sexual feminino foi usado a
fim de convencer homens a fazerem o que era desejado. Em todos
esses casos, explicitamente, a finalidade era imprópria e o fim não
foi nada bom.
Trocando em miúdos, o poder da sensualidade tão valorizado e
buscado até mesmo por mulheres cristãs nada mais é que um uso
errado (entenda-se pecaminoso) da sexualidade projetada por Deus
a fim de manipular e influenciar de maneira inadequada outras
pessoas (entenda-se homens) a fim de conseguir algum tipo de
favor. E o fim pode não ser nada bom...
Um caminho melhor
Se uma mulher deseja desenvolver o poder de conquistar,
influenciar ou atrair existe um caminho muito melhor. Devemos
“lutar” com as armas certas. Em lugar de procurar as armas
femininas relacionadas ao apelo sensual/sexual devemos buscar
armas espirituais a fim de atrair e influenciar positivamente as
pessoas ao nosso redor. Temor a Deus, espírito manso e humilde,
sabedoria, decência e modéstia são todas as armas das quais as
mulheres precisam. O nosso sábio conselho e nossas orações
intercessórias é que devem influenciar as pessoas. O brilho de
Cristo em nossas vidas é o que deve fazer os homens olharem em
nossa direção.
A mulher que teme ao Senhor não precisa se utilizar de
artimanhas sexuais para manipular os homens, antes, o Espírito
Santo que nela habita a conduzirá a agir como uma motivadora
convicta de que quem transforma as situações e as pessoas de
forma verdadeira e honesta é somente o próprio Deus.
19. Martha Peace. Mulheres em Apuros. São José dos Campos: Fiel, 2010, p.56.
25
UMA MULHER ENCANTADA
REFLEXÃO EM PROVÉRBIOS 11.16
Como eu amo a tua lei! Medito nela o dia inteiro (Sl 119.97).
2. Memorização
Guardar a Palavra no coração é uma prática preciosa. Nutrir a
mente, a memória, com a Palavra de Deus é alimentar a si mesma
para momentos difíceis. Quando memorizamos versículos bíblicos
eles estarão sempre conosco quando precisarmos, brilhando em
nossa mente e nos trazendo conforto, consolo, ânimo, etc.
Meu filho, obedeça às minhas palavras e no íntimo guarde os
meus mandamentos. Obedeça aos meus mandamentos, e
você terá vida; guarde os meus ensinos como a pupila dos
seus olhos. Amarre-os aos dedos; escreva-os na tábua do seu
coração (Pv 7.1-3).
3. Oração
Orar é conversar com o seu Deus. A oração, entretanto, não deve
ser entendida apenas como um meio de pedir o que você deseja.
Jesus nos ensina verdades importantes sobre a oração:
4. Desabafo
Pode parecer estranho, mas dentro de nossas práticas
devocionais existe espaço para o desabafo e ele é muito importante.
Desabafar é lançar a nossas ansiedades, frustrações, medos diante
do nosso Senhor. Quando temos problemas, dificuldades, desafios,
antes de correr para falar com qualquer pessoa, devemos
desenvolver o hábito de levar tudo em primeiro lugar para o nosso
Pai celestial. Colocar diante de Deus aquilo que nos perturba, nos
deprime, nos chateia nos ajuda a acalmar o nosso coração e evita
grandes problemas. Devemos derramar o nosso coração
diariamente diante do nosso Deus.
Os salmistas nos dão preciosos exemplos de desabafos diante
do Senhor. Um deles pode ser visto no Salmo 102. Podemos abrir o
nosso coração para Deus, coração esse que Ele já conhece. Ele
sabe ouvir e sempre pode nos ajudar. Quando desabafamos
aliviamos nossas cargas e temos paz com o nosso Deus
5. Confissão
Todas nós pecamos e pecamos diariamente. Por essa razão
devemos ter o hábito de confessar nossos pecados a Deus
regularmente.
Podemos orar até mesmo por aqueles pecados que nos são
ocultos.
6. Autoexame
É necessário desenvolver o hábito de olhar para dentro. Somos
chamadas pela Palavra a examinarmos a nós mesmas. Devemos
examinar a nossa fé, o nosso caráter, a nossa consciência, nossas
obras.
7. Dependência
Viver na dependência de Deus é mais do que dizer que confia na
soberania dele. A nossa dependência se manifesta em atitudes
diárias em que reconhecemos essa soberania e por isso
entregamos a Deus todos os planos, desejos e as metas.
Quando reconhecer a nossa incapacidade sem Deus
aprendemos a colocar cada projeto diante dele.
Desenvolver um jornal ou diário onde você pode registrar e
apresentar seus planos a Deus é o primeiro passo para viver em
dependência e ter alguma chance de seu plano ser bem-sucedido
(se esta for a vontade do Pai)
Katherine Zell
Outra Katarina se destaca no sentido de ser uma inspiração pela
forma como amava as Escrituras e refletia sobre ela. Katherine Zell,
também esposa de um reformador, demonstra o seu ávido interesse
pelas questões espirituais, mesmo antes de Lutero divulgar as suas
famosas teses. Em suas próprias palavras, diz que:23
20. Apesar disso, é interessante notar como, mesmo nos períodos mais escuros da
história, encontramos exemplos de mulheres notáveis que deixaram sua marca por amor à
Palavra e pelo zelo que tinham por ela – prometo que guardo essa para uma próxima
oportunidade.
21. Aqui é preciso uma nota de cautela. Apesar de admitir muito mal entendido e equívoco
com relação à participação e ao papel da mulher nas coisas do Reino, é preciso cuidado
para não assumir uma postura por demais pessimista e parcial, citando frases de impacto
de alguns pais da igreja, desconsiderando o contexto total em que aqueles homens
viveram e em que aquelas palavras foram ditas. Uma palavra pode descrever bem a
posição dos pais da igreja com relação às mulheres: ambiguidade. Não é simples entender
como muitos deles viam as mulheres e até que ponto reconheciam seu papel no Reino.
22. Tucker, Ruth. Dauthers of the Church. Grand Rapids: Baker, 1987, p.181.
23. Ibid. p. 182.
24. Ibid. p. 183.
30
DUAS MULHERES NOTÁVEIS
LIÇÕES SOBRE POSTURA, POSSIBILIDADE,
PRIORIDADE E PROFUNDIDADE
“Louvado seja Deus que não me fez gentio, louvado seja Deus
que não me fez mulher; louvado seja Deus que não me fez um
homem ignorante”.26
25. Tucker, Ruth. Dauthers of the Church. Grand Rapids: Baker, 1987, p.60.
26. Ibid. p. 61.
27. Muito frequentemente, a Bíblia é acusada de machismo, de discurso patriarcal. Tanto o
AT, com suas leis e narrativas muitas vezes mal compreendidas, quanto o NT com os
ensinamentos de Paulo – o terror dos movimentos de emancipação feminina - são tidos
como opressores e misóginos. Para os que pensam assim, a figura de Cristo aparece,
então, como um sopro de esperança para a mulher, com uma postura de quebra de
paradigmas, com uma atitude inovadora e revolucionária. Com relação a isso, é importante
levar em consideração pelo menos duas coisas para não cairmos em erro e não perdermos
a unidade do ensino das Escrituras. 1. Toda atitude errada para com as mulheres no meio
do povo de Deus estava enraizada na compreensão errada dos desígnios divinos para
homem e mulher, e no pecado que manchou as relações entre homem e mulher, e não no
plano perfeito do Criador. Essa tradição não vem do Antigo Testamento – a Bíblia é
unânime na valorização e dignificação da mulher. 2. Cristo não vem revogar a lei, negar o
AT ou algo do tipo. Cristo vem para cumprir a lei. Cristo vem para explicar, elucidar e
consertar muito da aplicação errada (por ignorância ou por pecado) dos princípios eternos
e imutáveis estabelecidos por Deus Pai no princípio de todas as coisas. Cristo não nega a
forma organizada que o Pai estabeleceu para homens e mulheres. Cristo não traz ou
estabelece um lugar novo para a mulher. Ele simplesmente mostra através de seu próprio
exemplo o que Deus sempre intencionou. Ele lança luz sobre a atitude errada e
pecaminosa de muitos com. Ele não traz um ensino novo, mas corrige a interpretação
errada.
28. Borland, James A. Woman in The Life and Teachings of Jesus. In: Grudem, Wayne,
Piper, John. Recovering Biblical Manhood & Womanhood. Crossway: Wheaton, 2006,
p.118.
29. Bock, Darrell. A Theology of Luke and Acts. Grand Rapids: Zondervan, 2012, p.347.
31
VOCÊ NÃO SABE DO QUE SUA BOCA É
CAPAZ!
Você não sabe do que sua boca é capaz. A Palavra de Deus nos
diz que as palavras que proferimos têm poder. Não se trata de
nenhum poder místico ou sobrenatural. Não se trata de palavras
mágicas, de mantras, de “pragas rogadas” ou algo do gênero.
A verdade ensinada pelas Escrituras é bem mais natural e bem
mais óbvia – as nossas palavras têm efeitos e consequências. O
que falamos produz efeitos na vida daqueles que nos ouvem.
Daremos conta das palavras que proferimos e pagaremos o preço
pelas consequências das mesmas.
O que falamos e a maneira como falamos pode levar à vida ou à
morte.
Deus levou e guiou o seu povo pelo caminho mais longo porque
Ele sabia que o caminho mais curto não seria o melhor para eles.
Deus sabe mais. Deus sabe tudo. E nós? Somos míopes,
limitados em nossas visões e perspectivas. Achamos que nossos
planos são os melhores. Nos a pegamos a planos frustrados como
se naquilo estivesse nossa alegria e realização. Deixamos de
desfrutar o que Deus nos dá hoje presos por frustrações de planos
que achamos serem os melhores para nós, mas que poderiam ser o
nosso fim.
Temos dificuldade em nos contentar e nos regozijar com os
planos de Deus para nossa vida porque, no fundo, não acreditamos
e nem confiamos que Deus sabe o que é melhor para nós.
Continuamos achando que os nossos planos seriam melhores.
Como somos limitados e, ao mesmo tempo, tão presunçosos! No
lugar de Deus certamente faríamos diferente.
Não podemos perder de vista que, em nossa humanidade, somos
limitados de várias formas. Somos limitados no conhecimento de
nós mesmos. Somos limitados no conhecimento da realidade que
nos cerca. Acima de tudo, somos completamente limitados com
relação ao nosso futuro (Tg 4.13-15) e no conhecimento dos planos
de Deus pra nós (Je 29.11). Como diz o ditado, não enxergamos
nada além de um palmo a frente do nosso nariz!
Vocês nem sabem o que lhes acontecerá amanhã! Que é a
sua vida? Vocês são como a neblina que aparece por um
pouco de tempo e depois se dissipa (Tg 4.14).
5. É bom lembrar também que não sou eu que tenho poder para
mudar as pessoas, as atitudes, as circunstâncias. Meu papel é fazer
o que Deus manda - a parte da vingança, da disciplina, da
avaliação, da transformação pertence a Deus. Muitas vezes temos
que fazer o bem, receber o ultraje e direcionar esse ultraje para a
conta do Senhor, que é quem tem direito de tratar dele da maneira
correta. ENTREGUE nas mãos de Deus e siga fazendo o bem!
Eu não sei pelo que você já passou na sua vida. Você pode ter
uma história de grandes sofrimentos, traumas, abusos. Mas desafio
você a olhar para as suas experiências não com melancolia,
vitimismo ou amargura, mas com alegria, reconhecendo-as como
oportunidades de crescer, de estar mais perto de Deus e de ajudar
outros.
Não sei o que você pode estar enfrentando agora, mas é certo
que você tem auxílio eficaz. Posso garantir-lhe ainda que, apesar da
provação não ser motivo de alegria no momento, tudo redundará em
glória.
Conheço mulheres que parecem não fazer outra coisa a não ser
gastar suas horas, seus dias e anos, existência chafurdando a
internet a busca de coisas para comprar (tempo precioso que
poderia ser bem melhor investido). Compradoras profissionais. E se
não compram (por falta de dinheiro), não deixam de encher
carrinhos imaginários em grandes sites como forma de
autogratificação imaginária ou como forma de garantir
psicologicamente que um dia todas aquelas coisas serão suas.
Vale frisar que o problema não está nas coisas, mas em como as
encaramos. O Senhor abençoa com bens materiais aqueles a quem
lhe apraz e dá a estes o prazer de desfrutar de riquezas segundo a
Sua vontade. O problema surge quando nossos olhos são
enfeitiçados e levados cativos ao que é passageiro. Quando
permanecemos hipnotizados, consumidos pelo desejo de ter,
incapazes de enxergar qualquer coisa além do que o que se pode
adquirir. A tragédia se realiza quando somos completamente
neutralizados pelo consumo.
A triste realidade do consumismo é que ele consome quem o
possui. Sim, você nunca estará satisfeita. Você sempre irá querer
mais. E tudo nunca será o bastante.
Assim como qualquer coisa, o consumo pode se transformar em
um ídolo do nosso coração. Assim como qualquer ídolo, o
consumismo toma do lugar de Deus, nos escraviza e rouba nossa
alegria de viver. O nosso foco deixa de estar em Cristo e passa a
estar na transitoriedade natural das coisas materiais. Nosso alvo
deixa de ser viver a vida à luz da eternidade, deixa de ser realizar a
vontade do Pai e passa a ser o desfrute temporário do agora.
Fugir do consumismo não é apenas uma questão de evitar ir ao
shopping ou de deixar o cartão de crédito na gaveta do criado mudo.
É uma questão de mudança de mentalidade e de transformação do
coração.
Quer você seja uma pessoa que consome porque tem dinheiro,
quer seja uma pessoa que deseja consumir e para isso se endivida
ou, ainda, alguém que simplesmente vive em preocupações e
ansiedades por conta do que gostaria de ter e não tem, é necessário
examinar o coração e praticar o princípio do despojar/revestir.
Tudo foi criado por meio dEle e para Ele (Cl 1.16,17).
Ela olha para além dos seus desejos, das coisas, pessoas e
circunstâncias. Ela olha para Cristo, que é o seu alvo (Fp
3.14).
POR QUÊ?
Tudo foi criado por meio dEle e para Ele. Ele é antes de todas
as coisas. Nele, tudo subsiste (Cl 1.16,17).
Pare de olhar tanto para o que o outro tem. Deixe o seu próximo
ser feliz com aquilo que Deus tem lhe dado. Não gaste suas forças
criticando ou julgando, isso é entre ele e Deus. No lugar disso, gaste
seu tempo agradecendo a Deus e traga à mente estas duas
verdades:
- “Deus já tem me dado mais do que eu mereço”.
- “Deus já tem me dado tudo o que eu realmente preciso”.
39
O QUE HÁ NO FUNDO DO MEU POÇO
Quem tem a Cristo não tem uma vida livre de problemas, mas
pode enxergar em seus problemas uma grande oportunidade para
crescer em vida.
Podemos nos gloriar nas dificuldades porque Deus usará os
nossos problemas para moldar o nosso caráter. Não só isso,
mas também nos gloriamos nas tribulações, porque sabemos que a
tribulação produz perseverança; a perseverança, um caráter
aprovado; e o caráter aprovado, esperança. E a esperança não nos
decepciona, porque Deus derramou seu amor em nossos corações,
por meio do Espírito Santo que ele nos concedeu (Rm 5.3-5).
Podemos nos alegrar nas dificuldades porque Deus usará os
nossos problemas para nos fazer mais maduras e íntegras.
Meus irmãos, considerem motivo de grande alegria o fato de
passarem por diversas provações, pois vocês sabem que a prova da
sua fé produz perseverança. E a perseverança deve ter ação
completa, a fim de que vocês sejam maduros e íntegros, sem lhes
faltar coisa alguma (Tg 1.2-4).
Podemos confiar em Deus porque Ele usa os nossos
problemas para provar e refinar a nossa fé. Mas ele conhece o
caminho por onde ando; se me puser à prova, aparecerei como o
ouro (Jó 23.10).
Podemos nos alegrar ainda mais porque Deus usa os nossos
problemas para aperfeiçoar a nossa força. Mas ele me disse:
Minha graça é suficiente para você, pois o meu poder se aperfeiçoa
na fraqueza. Portanto, eu me gloriarei ainda mais alegremente em
minhas fraquezas, para que o poder de Cristo repouse em mim (2Co
12.9).
Deus não nos promete uma vida livre de problemas, mas nos
promete uma perspectiva completamente nova em relação a eles.
Uma vez com Cristo, nossos problemas não são apenas motivos de
tristeza e desesperança, mas podem ser motivos de alegria e
grande glória. Quem tem a Cristo não tem uma vida livre de
problemas, mas pode enxergar em seus problemas uma grande
oportunidade para crescer na vida. Amém?
5. TODA mulher deve saber que Deus leva a sério suas palavras.
Mas eu lhes digo que, no dia do juízo, os homens haverão de
dar conta de toda palavra inútil que tiverem falado (Mt 12.36).
10. TODA mulher deve saber que deve pensar antes de falar.
O coração do sábio ensina a sua boca, e os seus lábios
promovem a instrução (Pv 16.23).
47
MULHERES QUE FALAM DEMAIS
BONS MOTIVOS PRA COMEÇAR A DOMAR A LÍNGUA
(PARTE 1)
Ninguém, a não ser o próprio Jesus foi perfeito em seu falar. Isso
não deve nos desanimar nem nos fazer desistir da luta e nem muito
menos servir de desculpa e nos eximir de nossa responsabilidade.
Nosso modelo, nossa referência e nosso alvo é sempre Cristo, e
Ele espera que sejamos seus imitadores. Assim como a santificação
e a maturidade, a capacidade de controlar as palavras é um
processo de uma vida toda, enquanto somos conformados com
Cristo dia-a-dia, até o dia em que seremos transformados e libertos
de toda natureza pecaminosa.
Quem guarda a sua boca guarda a sua vida, mas quem fala
demais acaba se arruinando (Pv 13.3).
Mas, pela graça de Deus, sou o que sou, e sua graça para
comigo não foi em vão; antes, trabalhei mais do que todos
eles; contudo, não eu, mas a graça de Deus comigo” (1Co
15.10).
Algumas de vocês, assim como eu, podem, vez por outra, passar
pelas conhecidas “crises de identidade”. É aquele sentimento de
inadequação, tristeza ou insatisfação pelo que fomos, somos ou nos
tornamos. Muitas vezes não queremos aceitar o nosso passado,
outras vezes temos uma visão equivocada de nós mesmas e
simplesmente não aceitamos ou reconhecemos quem realmente
somos.
A partir de alguns ensinamentos do apóstolo Paulo podemos
refletir na tentativa de ajustar o nosso foco colocando tudo o que
somos, nossa história e nossas experiências na perspectiva correta
da soberania de Deus em nossas vidas.
Traumas com o passado? - (1Coríntios 15.9). Não devemos fugir
do passado, mas colocá-lo em seu devido lugar. Os pecados
arrependidos e confessados já foram perdoados. As provações nos
fortalecem e nos dão condições de ajudar outros que passam por
situações semelhantes. Lembrar quem fomos e o que fizemos nos
tornará humildes e reconhecedoras da graça de Deus em nossas
vidas. Nossas experiências nos ensinam sobre nós mesmas e
principalmente sobre Deus. Nossa história pode servir de meio para
alcançar outras pessoas.
...sua nora, que a ama e que lhe é melhor do que sete filhos!
(Rt 4.15).