Resumo de Puericultura

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Resumo de puericultura:

consultas, anamnese, exame físico


e diagnósticos

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8 min• Há 218 dias

Índice
1.
Definição
2.
Frequência de consultas   
3.
Anamnese na puericultura 
4.
Exame físico na puericultura   
5.
Diagnósticos 
Índice

Definição

Puericultura é a consulta periódica de uma criança feita com o


propósito de avaliar seu crescimento e desenvolvimento de
maneira próxima. Durante essas consultas deve-se realizar
orientações educativas, ações de promoção da saúde, ações
relacionadas à prevenção de doenças e observação dos riscos e
vulnerabilidades sob a qual está submetida a respectiva criança. 

Além disso, é papel da puericultura observar fatores de risco e


vulnerabilidades que cercam as diferentes fases do processo de
crescimento e desenvolvimento da criança.

Frequência de consultas   

Nos primeiros 2 anos de vida as consultas são mais frequentes


devido ao processo de crescimento e desenvolvimento ser mais
intenso, por isso, no 1° ano de vida é recomendado um mínimo
de 7 consultas de rotina, na 1°/2°/4°/6°/9° e 12° mês. 

No 2° ano de vida, deve se ter um mínimo de 2 consultas de


rotina: no 18°e 24° mês. A partir dos 2 anos de idade as
consultas podem se tornar anuais.
Além da oportunidade de avaliar o desenvolvimento da criança,
tal organização da frequência de consultas adotada pelo
Ministério da Saúde toma como base o calendário de vacinação,
permitindo a verificação do cartão vacinal em meses oportunos :
ao nascimento, com 1, 2, 3, 4, 5, 6, 12 e 15 meses.

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Anamnese na puericultura 

A anamnese deve ser completa, com todos os itens de uma


anamnese comum, mas devendo também abordar: 

1. Antecedentes pessoais da criança com informações desde


a sua concepção, com ênfase nos antecedentes patológicos
e alimentares, questionando acerca da gestação,
nascimento e período neonatal.
2. Desenvolvimento neuropsicomotor (DNPM) onde é preciso
colher um relato da família sobre o aparecimento de
habilidades motoras, aquisição de linguagem gestual e
falada, controle esfincteriano e desenvolvimento
socioafetivo da criança com membros da família e amigos.
3. Antecedentes vacinais devendo além de registrar as
vacinas tomadas e períodos em que foram realizadas,
registrar eventos adversos (locais ou sistêmicos) caso
tenham ocorrido.
4. História de formação da família, relacionamento dos pais e
aceitação da criança neste processo.
5. Habitação é um ponto importante para a compreensão do
profissional acerca das condições de vida e saúde da
criança e sua família, de modo a conseguir compreender se
existem fatores de risco para doenças respiratórias, infecto-
parasitárias e dermatológicas.
6. Hábitos atuais da criança também devem ser questionados
à família, abarcando seus respectivos hábitos: alimentares,
intestinais, urinários, sono, higiene corporal e bucal, lazer e
atividade física. Neste ponto, é relevante também
questionar, quanto tempo a criança fica exposta a telas de
telefone, tablets, televisão, etc.

Exame físico na puericultura   

É preciso estabelecer uma relação de confiança com a criança


para poder realizar o exame físico completo, uma vez que estar
em contato com uma figura desconhecida como a do médico
muitas vezes pode causar estresse para a mesma. 

Na Puericultura nem sempre será possível realizar o exame físico


na sequência crânio-caudal com costuma-se realizar nas outras
áreas da Medicina, assim, é possível iniciar parte do exame físico
com a criança ainda no colo de um dos seus familiares.

Lembrando que a 1° consulta de toda criança deve ser ainda na


sua 1° semana de vida é importante ressaltar alguns, dentre
todos os sistemas que não devem ser esquecidos nesta consulta
com o recém-nascido, conforme tabela do ministério da saúde:
Segundo o Ministério da Saúde, as consultas seguintes à
primeira não devem obrigatoriamente contar com todos os
elementos de um exame físico completo, no entanto, até os 10
anos de idade recomenda que procedimentos específicos não
deixem de ser realizados: 

Dados antropométricos: Nesta etapa do exame físico deve-se


realizar as medidas de: peso, comprimento/altura, índice de
massa corpórea (IMC), perímetro cefálico, perímetro torácico (até
os 3 anos de idade) e circunferência abdominal.

As informações do peso, altura, IMC e perímetro cefálico devem


ser transpostas para as curvas disponíveis na Caderneta de
Saúde da Criança e as informações devem ser compartilhadas
com os pais.
Exemplo dos percentis para PesoxAltura em meninas.
Fonte:Ministério da Saúde 2013

Rastreamento para displasia evolutiva do quadril: Duas


manobras devem ser realizadas logo nas primeiras consultas até
os 2 meses, testando um membro de cada vez a partir das
manobras de Barlow (provocativa do deslocamento) e Ortolani
(sua redução).
Manobra de
Barlow é um teste provocativo realizado com quadris e joelhos do
recém-nascido fletidos. Seguram-se as pernas gentilmente, com
a coxa em adução (A), e o examinador aplica uma força no
sentido posterior. A manobra é positiva (B) se o quadril é
deslocável (luxável) (Fonte: PORTO, 2014).
A manobra
de Ortolani é o reverso de Barlow. O examinador segura as coxas
do recém-nascido e gentilmente realiza a abdução do quadril
enquanto move anteriormente o trocanter com os dois dedos (A).
A manobra é positiva (B) quando a cabeça do fêmur luxada
retorna ao acetábulo com um “clunk” palpável quando o quadril é
abduzido (Fonte: PORTO, 2014).

Ausculta cardíaca: Assim como em todo atendimento médico, a


ausculta da frequência cardíaca (FC) deve ser realizada na
Puericultura. Logo, é importante saber as faixas de FC, bem
como a FC média em cada etapa da infância, podendo em caso
de discrepâncias pensar em possibilidades diagnósticas:
Frequência
cardíaca (FC) por faixa etária na infância (Fonte: PORTO, 2014).

Aferição da pressão arterial:  Segundo o Ministério da Saúde,


recomenda-se que a pressão arterial (PA) seja aferida em
crianças uma primeira medida aos 3 anos de idade e segunda
medida aos 6 anos, no entanto, outras referências não fazem
menção a idades específicas para a medida.
Recorte de Tabela com valores de pressão arterial para meninas
com idade e percentil de estatura (Fonte: TRATADO DE
PEDIATRIA, 2010).

Rastreamento para criptorquidia: Se aos 6 meses não houver


testículos palpáveis, a criança deve ser encaminhada à cirurgia
pediátrica. Se forem retráteis, deve ser monitorado a cada 6-12
meses entre os 4-10 anos de idade, pois pode ocorrer da criança
crescer mais rápido do que o cordão espermático e haver saída
dos testículos da bolsa escrotal.

Diagnósticos 

 Ao final de toda consulta de Puericultura devem ser elaborados


no mínimo 6 diagnósticos (havendo outros diagnósticos estes
devem ser elencados após). Podemos usar o mnemônico
“CEVADA” para memorizar estes diagnósticos:
Fonte: SanarFlix

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 Doença falciforme: Cuidados com crianças e adolescentes
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 Rotina na residência de Pediatria

Referências:

1. Tratado de pediatria: Sociedade Brasileira de Pediatria. –


2.ed. – Barueri, SP: Manole, 2010. 
2. Tratado de medicina de família e comunidade: princípios,
formação e prática [recurso eletrônico] / Organizadores:
Gustavo Gusso, José Mauro Ceratti Lopes, Lêda Chaves
Dias– 2. ed. – Porto Alegre: Artmed, 2019. 2 vol.
3. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Atenção à Saúde.
Departamento de Atenção Básica. Saúde da criança:
crescimento e desenvolvimento. Brasília: Ministério da
Saúde, 2012. 272 p.: il. – (Cadernos de Atenção Básica, no
33).
4. PORTO, CC. Semiologia Médica. 7a Ed. Rio de Janeiro.
Guanabara Koogan, 2014.
5. SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA. Departamento
de Pediatria Ambulatorial. Manual Prático de Atendimento
em Consultório e Ambulatório de Pediatria. 2006.
6. SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA. Departamento
Científico de Adolescência. Manual de Orientação. Consulta
do adolescente: abordagem clínica, orientações éticas e
legais como instrumentos ao pediatra. No 10, Janeiro de
2019.
7. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Atenção à Saúde.
Departamento de Atenção Básica. Orientações para a
coleta e análise de dados antropométricos em serviços de
saúde: Norma Técnica do Sistema de Vigilância Alimentar e
Nutricional – SISVAN Brasília, 2011.
8. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Vigilância em
Saúde. Departamento de Vigilância das Doenças
Transmissíveis. Protocolo de vigilância e resposta à
ocorrência de microcefalia e/ou alterações do sistema
nervoso central (SNC). Ministério da Saúde, Secretaria
9. de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância das
Doenças Transmissíveis. – Brasília: Ministério da Saúde,
2015.
10. BLANK, D. A puericultura hoje: um enfoque apoiado
em evidências. Jornal de Pediatria – Vol.79, Supl.1, 2003.
11. TOURINHO, AB; REIS, LBSM. Peso ao nascer: uma
abordagem nutricional. Com. CiênciasSaúde, 2013. 22(4):
19-30.
12. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Caderneta de Saúde da Criança.
Brasília- DF, 2013.

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