Calor Sensível e Latente
Calor Sensível e Latente
Calor Sensível e Latente
Frente: Física IV
EAD – ITA/IME
Professor(a): Ken Aikawa
AULAS 07 e 08
Capacidade calorífica/térmica
Introdução
Quando um sistema recebe certo calor (Q) e varia sua
Uma experiência comum no nosso dia a dia é esfriar um temperatura de ∆T (pode não variar como veremos mais adiante).
cafezinho assoprando-o. Como esse resfriamento ocorre? Para Definimos a capacidade térmica média (C) desse sistema como:
entendermos melhor esses processos, devemos entender o que é
energia interna, calor e temperatura (essa grandeza você já conhece). Q
C=
∆T
Energia térmica
Essa propriedade nos diz quanto de calor um sistema precisa
Temos a consciência de que toda a matéria é formada de receber (ou ceder) para variar uma unidade de temperatura. A unidade
átomos. Então, toda a matéria (copo, água, café, colher) é formada no SI é J/K.
por pequenas partículas. Sabemos que o grau de agitação térmica
dessas partículas influencia diretamente na temperatura da mesma.
Chamamos essa energia de agitação das partículas de energia térmica.
Calor específico:
Chamaremos energia interna de um corpo a soma das Podemos também relacionar a grandeza que mede a
energias de agitação térmica (média) de todas as partículas que capacidade térmica por massa. Tal grandeza é conhecida como calor
constituem o seu sistema de estudo. Assim, isso nos faz perceber que específico.
energia interna é uma propriedade extensiva da matéria. Quanto mais C
partículas, mais energia térmica. Como a energia térmica depende c=
m
diretamente da temperatura, quanto maior for a temperatura, maior
será a energia térmica também.
A unidade no SI é J/(kg · K)
Calor
A capacidade térmica de um sistema de várias porções de
Quando colocamos dois objetos em contato à temperaturas massas com seus respectivos calores específicos (m1, c1), (m2, c2),
diferentes, estes tendem a entrar em equilíbrio térmico. Acontece que (m3, c3), ..., (mn, cn) é dada por:
o corpo que possui maior temperatura cede energia térmica para o
n
corpo que possui menor temperatura. Não pense que ele vai ceder
energia térmica até os dois possuírem a mesma quantidade de energia.
C = m1c1 + m2c2 + ... + mncn = ∑ mci i
i =1
Devido à perda de energia térmica do corpo de maior temperatura,
a temperatura diminuirá assim como a temperatura do corpo de menor Iremos sempre trabalhar com os valores constantes (a não ser
temperatura aumentará, concluindo que a temperatura de equilíbrio que o problema relate algo contrário).
térmica será um valor intermediário. O gráfico abaixo mostra o calor específico da água em função da
O processo de troca energética citado é conhecido como calor. temperatura. O valor de c varia menos do que 1% entre 0 °C e 100°C.
Em suma: “Calor corresponde ao processo de troca energética c (J/kg · K)
devido uma diferença de temperatura”.
4220
Alguns textos preferem denominar a energia térmica em
trânsito como calor. Usaremos os dois pensamentos de acordo com 4210
a conveniência. 4200
A unidade para o calor, por se tratar de uma energia, 4190
corresponde ao Joule (J). No entanto, é muito comum o uso de outro
4180
tipo de unidade: a caloria. Uma caloria (cal) é a quantidade de calor
que 1 grama de água pura deve receber, sob pressão normal, para 4170
que sua temperatura varie de 14,5 °C para 15,5 °C
1 cal = 4,186 J 0 20 40 60 80 100 T (ºC)
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Módulo de Estudo
Onde Q corresponde a energia necessária para alterar em ∆θ 01. (IME) Dois corpos iguais deslizam na mesma direção e em sentidos
a temperatura a massa m de uma substância. opostos em um movimento retilíneo uniforme, ambos na mesma
velocidade em módulo e à mesma temperatura. Em seguida, os
Calor latente corpos colidem. A colisão é perfeitamente inelástica, toda energia
liberada no choque sendo utilizada para aumentar a temperatura
Quando a matéria muda de estado, a energia trocada não é dos corpos em 2 K. Diante do exposto, o módulo da velocidade
utilizada para alterar a temperatura e sim para reorganizar o arranjo inicial do corpo, em m/s, é
físico e assim mudar o estado. Neste caso, utilizamos a denominação L
calor latente para essa energia térmica. Dado: Calor específico dos corpos: c = 2
kg ⋅ K
Empiricamente, podemos inferir que a quantidade de calor A) 2 B) 2
utilizada na transição de fase é proporcional a massa m da substância. C) 2 2 D) 4
Dessa forma: E) 6
Q = mtransformadaL
02. Um recipiente com paredes adiabáticas contém 1600 g de vapor
de água a 100 °C a pressão de 1 atm. Um cano feito de material
Onde Q corresponde ao calor total para uma massa m mudar
diatérmico atravessa tal dispositivo. É estabelecido no duto um
de fase e a constante de proporcionalidade L é denominada de calor
fluxo de 4 litros de água, a qual leva 20 minutos para atravessá-lo
latente, característico da substância em análise, o qual se refere a
e que entra a 20 °C e sai a 80 °C . Determine quanto tempo todo
mudança de estado em questão (fusão, ebulição etc). Vejamos o
o vapor de água leva para condensar.
exemplo a seguir:
Dados:
É necessário usar 3,34 × 10 5 J de calor para converter
Calor latente de liquefação: Lv = 540 cal/g
1 kg de gelo a 0 °C em 1 kg de água líquida a 0 °C mantendo-se
Calor específico da água: c = 1 cal/g/°C
constante a pressão atmosférica. O calor necessário por unidade de
massa denomina-se calor de fusão (algumas vezes chamado de calor
latente de fusão), representado por Lf. Agora, observe que para a
20 °c 80 °c
água submetida a uma pressão atmosférica normal, o calor de fusão
é dado por:
Lf = 3,34 × 105 J/kg = 79,6 cal/g
sublimação Consideração:
– o coeficiente de dilatação volumétrica do explosivo no estado
São verificadas três leis que regem o processo de mudança de estado. sólido é muito menor que o coeficiente de dilatação volumétrica
São elas: do material do copo.
• Durante a mudança de estado, a temperatura da substância
permanece constante, desde o início do processo até o seu final, A) a temperatura de fusão do explosivo.
desde que a pressão seja constante durante todo o processo. B) o calor total fornecido ao explosivo.
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Módulo de Estudo
04. Vaso de Dewar (garrafa térmica) tem paredes praticamente 07. (IME)
adiabáticas; de qualquer maneira, observa-se que as perdas
(pequenas) de energia podem ser eliminadas dos cálculos,
bastando para tanto conduzir duas experiências em que essas
perdas sejam as mesmas. Neste processo, o meio externo fornece
ao líquido uma energia Q por meio de um resistor mergulhado no
líquido. Q é medido pelo produto da potência elétrica P fornecida
e do intervalo de tempo Δt durante o qual o resistor está ligado
à fonte: Q = P · Δt.
1ª experiência: O vaso contém m 1 = 0,2 kg de água
(c1 = 4,2 kJ/kg · K). A potência fornecida é P1 =15 W e o resistor
permanece ligado durante 9min20s. Observa-se um aumento de
temperatura ∆θ = 10 °C.
2ª experiência: Substitui-se a água pelo líquido cujo calor específico
se quer medir. Toma-se a precaução de verter um volume de líquido
igual ao volume da água na 1ª experiência, sendo necessário
Na figura, o frasco de vidro não condutor térmico e elétrico contém
m2 = 0,15 kg de líquido.
0,20 kg de um líquido isolante elétrico que está inicialmente a
A potência fornecida é ajustada de modo que o mesmo aumento 20 °C. Nesse líquido está mergulhado um resistor R1 de 8 Ω.
de temperatura se produza durante o mesmo intervalo de tempo. A chave K está inicialmente na vertical e o capacitor C, de 16 µF,
Para tanto P2 = 9 W. está descarregado. Ao colocar a chave no Ponto A verifica-se que a
energia do capacitor é de 0,08 J. Em seguida, comutando a chave
TERMÔMETRO
para o Ponto B e ali permanecendo durante 5 s, a temperatura do
líquido subirá para 26 °C. Admita que todo o calor gerado pelo
resistor R1 seja absorvido pelo líquido e que o calor gerado nos
resistores R2 e R3 não atinja o frasco. Nessas condições, é correto
afirmar que o calor específico do líquido, em cal · g–1 ºC–1, é
Dado: 1 cal = 4,2 J
A) 0,4 B) 0,6
R
C) 0,8 D) 0,9
E) 1,0
006.656 – 133000/18
3 F B O N L I NE .C O M . B R
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Módulo de Estudo
10. (Fuvest) A energia necessária para fundir um grama de gelo a 14. (Fuvest-SP) O calor específico de um sólido, a pressão constante,
0 °C é 80 vezes maior que a energia necessária para elevar de varia linearmente com a temperatura, de acordo com o gráfico:
1,0 °C a temperatura de um grama de água. Coloca-se um bloco
de gelo a 0 °C dentro de um recipiente termicamente isolante Qual a quantidade de calor, em calorias, necessária para aquecer
fornecendo-se, a seguir, calor a uma taxa constante. Transcorrido 1 g desse sólido de 10 °C a 20 °C?
certo intervalo de tempo, observa-se o término da fusão completa
do bloco de gelo. Após um novo intervalo de tempo, igual à c (cal/g ºC)
metade do anterior, a temperatura da água, em °C, será:
0,6
A) 20 B) 40
C) 50 D) 80
E) 100
0,5
11. Um jovem apaixonado entrou em uma joalheria e escolheu um
0 10 20 t (C)
anel para presentear sua namorada. O joalheiro garantiu que no
anel, de 10 gramas, 90% eram ouro e 10% eram cobre. Para ter
certeza, o estudante levou o anel até o laboratório de Física da 15. Uma esfera A é colocada sobre uma mesa perfeitamente lisa. Uma
sua escola e realizou um experimento de calorimetria, a fim de outra Esfera B (igual a esfera A) é pendurada por um fio isolante
determinar a massa real de ouro. O anel foi aquecido em uma e inextensível. Uma igual quantidade de calor é absorvida pelas
estufa até atingir a temperatura de 522 °C e, em seguida, foi esferas. Podemos afirmar que:
colocado no interior de um calorímetro com água. O sistema
calorímetro-água tem capacidade térmica equivalente à de
100 gramas de água e está à temperatura de 20 °C. A temperatura A
final de equilíbrio térmico foi de 22 °C. B
Sabe-se que:
I. O calor específico da água vale 1,00 cal/g °C; o do ouro,
0,030 cal/g °C; e o do cobre, 0,090 cal/g °C; A) A temperatura final da esfera A é a mesma da temperatura
II. O calor específico de uma liga metálica é igual à média final da esfera B.
ponderada dos calores específicos dos metais integrantes da B) A temperatura final da esfera A é maior que a temperatura
liga, sendo as respectivas massas os pesos da média. final da esfera B.
C) A temperatura final da esfera A é menor que a temperatura
Dessa forma, o estudante determinou que a massa real de ouro final da esfera B.
no anel era, aproximadamente, igual a:
D) A temperatura final da esfera B independe da altura que o seu
A 5,0 gramas. B) 7,5 gramas.
C) 8,3 gramas. D) 9,0 gramas. centro está do solo, mesmo sabendo que a gravidade diminui
E) 9,8 gramas. com a altura.
E) NDA.
12. (ITA) Considere uma esfera maciça de raio r, massa m, coeficiente
de dilatação volumétrica a, feita de um material com calor Gabarito
específico a volume constante cV. A esfera, sujeita à pressão
atmosférica p, repousa sobre uma superfície horizontal isolante 01 02 03 04 05
térmica e está inicialmente a uma temperatura T alta o suficiente
C 72 min * * B
para garantir que a sua energia interna não se altera em processos
isotérmicos. Determine a temperatura final da esfera após receber 06 07 08 09 10
uma quantidade de calor Q, sem perdas para o ambiente. Dê sua
E C T = 250 ºC * B
resposta em função de g e dos outros parâmetros explicitados.
11 12 13 14 15
13. (OBF modificada) Duas esferas puntiformes de massa m estão C * * 5,5 cal C
presas por hastes leves e rígidas de comprimento l a um eixo
de rotação vertical no interior de um cilindro fixo de raio R. As * 03.
hastes são articuladas de modo que as esferas se distanciam do A) Tf = 350 K
eixo enquanto giram. A partir de certa velocidade angular(ω) as B) Q = 3,2 · 105 J
esferas podem tocar as paredes do cilindro. Considerando que
o atrito cinético entre as esferas e a parede é µ, qual a seria a J
mgelo 04. c = 3, 36
taxa de derretimento de gelo (calor Latente L), inicialmente Kg ⋅ °C
∆t
09.
a 0 ºC. se toda a energia dissipada pelo atrito pudesse ser utilizada
A) Qa ≈ 4,4 · 105 J
com essa finalidade
B) Qb ≈ 1,1 · 105 J
C) Libera
D) Q = 3,3 · 105 J
3Q
12. Tf = τ +
3mc v + 4 P π r 3 α + mgrα
2 pm ω senα( ω 2 senα − g tgα )
13. Taxa =
L
SUPERVISOR/DIRETOR: DAWISON – AUTOR: KEN AIKAWA
DIG.: RENAN – REV.: KARLLA
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