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Foundation FieldBus

Brasília-DF.
Elaboração

Ivan Francisco Bruno Araujo

Produção

Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração


Sumário

APRESENTAÇÃO.................................................................................................................................. 5

ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE ESTUDOS E PESQUISA..................................................................... 6

INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 8

UNIDADE I
INTRODUÇÃO ÀS REDES INDUSTRIAIS E FUNDAMENTOS DE FIELDBUS...................................................... 11

CAPÍTULO 1
CONCEITOS DE INSTRUMENTAÇÃO.......................................................................................... 11

CAPÍTULO 2
CONCEITOS, TOPOLOGIAS E CAMADAS.................................................................................. 20

CAPÍTULO 3
COMUNICAÇÕES E INSTRUMENTOS......................................................................................... 34

CAPÍTULO 4
EDDL, FDT/DTM E FDI............................................................................................................... 37

UNIDADE II
CABEAMENTOS E FONTES DE ALIMENTAÇÃO FIELDBUS.......................................................................... 50

CAPÍTULO 1
CARACTERÍSTICAS DE CABOS.................................................................................................. 50

CAPÍTULO 2
SEGMENTOS DE PROTEÇÃO E INSTALAÇÕES............................................................................ 54

CAPÍTULO 3
ARQUITETURA COM INSTALAÇÃO FISCO E REDUNDÂNCIA........................................................ 56

CAPÍTULO 4
TERMINADORES....................................................................................................................... 58

CAPÍTULO 5
CONCEITO FNICO.................................................................................................................. 62

CAPÍTULO 6
DART (DYNAMIC ARC RECOGNITION AND TERMINATION)......................................................... 66

CAPÍTULO 7
TESTES E INSTALAÇÃO DOS CABOS.......................................................................................... 69
CAPÍTULO 8
ATERRAMENTO........................................................................................................................ 72

CAPÍTULO 9
SUPRESSOR TRANSIENTE........................................................................................................... 75

CAPÍTULO 10
FONTE DE ALIMENTAÇÃO........................................................................................................ 77

CAPÍTULO 11
CERTIFICAÇÃO DA COMUNICAÇÃO FOUNDATION FIELDBUS .................................................. 82

UNIDADE III
OPERAÇÕES E MANUTENÇÕES............................................................................................................. 85

CAPÍTULO 1
CONFIGURAÇÕES E CONSIDERAÇÕES DE OPERAÇÕES E MANUTENÇÕES.............................. 89

CAPÍTULO 2
TIPO CLIENTE-SERVIDOR VCR, DISTRIBUIÇÃO E CONSIDERAÇÕES........................................... 102

CAPÍTULO 3
CONFIGURAÇÕES ANALÓGICAS.......................................................................................... 105

CAPÍTULO 4
CONCEITOS DE FIELDBUS SAFETY E WIRELESS & I/O REMOTO (WIO)......................................... 110

CAPÍTULO 5
INTEROPERABILIDADE ENTRE SISTEMAS HOST.......................................................................... 122

CAPÍTULO 6
PROBLEMAS TÍPICOS DE INSTALAÇÃO.................................................................................... 124

REFERÊNCIAS................................................................................................................................. 128
Apresentação

Caro aluno,

A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se


entendem necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade.
Caracteriza-se pela atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela
interatividade e modernidade de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da
Educação a Distância – EaD.

Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade


dos conhecimentos a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos
específicos da área e atuar de forma competente e conscienciosa, como convém
ao profissional que busca a formação continuada para vencer os desafios que a
evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo.

Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo


a facilitar sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na
profissional. Utilize-a como instrumento para seu sucesso na carreira.

Conselho Editorial

5
Organização do Caderno de
Estudos e Pesquisa

Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em


capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos
básicos, com questões para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam tornar
sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também, fontes de consulta para
aprofundar seus estudos com leituras e pesquisas complementares.

A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos
Cadernos de Estudos e Pesquisa.

Provocação

Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.

Para refletir

Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.

Sugestão de estudo complementar

Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo,


discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso.

Atenção

Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a


síntese/conclusão do assunto abordado.

6
Saiba mais

Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões


sobre o assunto abordado.

Sintetizando

Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o


entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.

Para (não) finalizar

Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem


ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado.

7
Introdução
Na indústria de controle e processos há um movimento em direção ao
aumento do uso de Fieldbuses para interconectar equipamentos de fabricação
“inteligentes”. Existem várias razões para usar o Fieldbus, alguns dos
benefícios incluem menor custo de aquisição e propriedade (cabeamento
reduzido, menos equipamentos) e acesso a mais informações disponíveis
para operações e diagnóstico. Uma ampla variedade de redes está disponível
no ambiente de automação industrial com barramentos projetados para áreas
específicas dentro do mercado de barramento de campo.

As redes industriais, atualmente, são fundamentais para o processo produtivo das


indústrias, por meio das redes industriais podemos obter dados instantâneos e
disponibilizá-los para a cadeia hierárquica, facilitando manutenções preventivas e
as tomadas de decisões em tempo real, garantindo eficiência. A automação industrial
pode ser dividida em: Sensorbus, Devicebus e Fieldbus.

»» Sensorbus: utilizado para conectar sensores (indutivo, capacitivo,


fotoelétrico, ultrassônico etc.) e atuadores trabalhando com status de
Bits, muito utilizado no “chão de fábrica”. Nesta categoria enquadram a
Rede AS Inteface (ASI), Interbus-S, dentre outras.

»» Devicebus: utilizado para tráfego em nível de bytes, predominando


trabalho com equipamentos de variáveis discretas, possui os mesmos
requisitos da Sensorbus, porém, com uma quantidade maior de
equipamentos. Alguns exemplos são as redes DeviceNet e Profibus DP.

»» Fieldbus: são redes inteligentes que podem executar funções


específicas (controle), podendo ter suas variáveis discretas,
analógicas, envio de parâmetros (diagnósticos, alarmes, periféricos
e manutenções preventivas), programas e informações de usuário,
como, por exemplo, as redes Foundation Fieldbus e Profibus PA.

8
Figura 1. Divisão das redes industriais.

Tipos de
Controle

Fieldbus
Controle de IEC/ISA SP50
Processo Foundation Fieldbus
Proflbus PA
Devicebus WORLDFIP
» DeviceNet
Sensorbus » SDS
Controle
» Profibus DP
Seriplex » LONWorks
Lógico ASI » INTERBUS
CAN Tipo de
Instrumento
Low-end Midrange High-end
bit byte block

Instr Simples Instr Complexos

Fonte: https://docplayer.com.br/73520878-Redes-industriais-sensor-bus-asi-hart-disciplina-ministrada-por-prof.html.

Objetivos
»» Apresentar o conceito básico de instrumentação.

»» Apresentar os conceitos de Foundation Fieldbus, seu surgimento e


evolução.

»» Introduzir:

›› os tipos de topologias e camadas;

›› os conceitos de comunicação;

›› conceitos de EDDL, FDT/DTM e FDI;

›› características de instalação e cabeamento;

›› aplicações Foundation Fieldbus em áreas classificadas;

›› testes e instalações dos cabos de instrumentos Foundation Fieldbus;

›› ferramentas para instalação e teste de bancada;

›› configurações analógicas para instrumentos Foundation Fieldbus;

›› o conceito sobre Wireless (WIO).

»» Demonstrar alguns problemas de instalação.

9
10
INTRODUÇÃO ÀS
REDES INDUSTRIAIS UNIDADE I
E FUNDAMENTOS DE
FIELDBUS

CAPÍTULO 1
Conceitos de instrumentação

Para iniciar os estudos sobre Foundation Fieldbus, é importante o conhecimento


dos itens que irão formar toda a automação da planta. Assim, apresentaremos
brevemente conceitos e definições de instrumentação.

A instrumentação é a área da engenharia que engloba as atividades


relacionadas à medição de grandezas físicas para monitoração ou controle
de sistemas de automação. Trata também do desenvolvimento de novos
dispositivos de medição e controle.

Ao longo do processo de industrialização que nossa sociedade presencia,


foi surgindo a necessidade da medição das mais diversas grandezas físicas.
Quanto mais competitivas se tornam as economias, mais complexos se
tornam os processos industriais. A instrumentação é uma área que está
sempre em desenvolvimento e é cada vez mais utilizada, principalmente com
a massificação de processos automatizados.

Na grande maioria dos processos automáticos, é necessária uma


realimentação do processo. A realimentação consiste na medição de
variáveis de saída do sistema controlado e na comparação dessas variáveis
com valores de referência. A diferença é informada ao controlador do
processo para que esse gere uma ação de controle adequada.

A instrumentação viabiliza o processo de realimentação. Como existem


inúmeros processos envolvendo as mais diversas grandezas físicas, foram
desenvolvidos instrumentos de medição para atender as exigências de cada
aplicação.
Fonte: https://www.ebah.com.br/content/ABAAAANY8AL/instrumentacao-cap-2-conceitos.

11
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO ÀS REDES INDUSTRIAIS E FUNDAMENTOS DE FIELDBUS

Para um processo industrial eficaz, é necessário fazer o levantamento de vários


parâmetros que os equipamentos de campo disponibilizam para um controle eficaz,
parâmetros como:

»» medidas,

»» transmissão,

»» indicação e

»» registro de controle das variáveis.

O conjunto desses parâmetros aplicados no meio industrial é determinado de


instrumentação e por sua vez faz parte do sistema de controle e automação. Os
equipamentos instalados em campos (ambiente industrial) se fazem necessários
para o levantamento das seguintes medidas:

»» nível,

»» pressão,

»» vazão,

»» temperatura,

»» massa,

»» densidade,

»» pH,

»» deslocamento e

»» velocidade angular.

Os instrumentos utilizados para efetuar as medidas citadas acima são divididos


em duas classificações: por função e por sinal transmitido.

Classificação por função


Os instrumentos em sistemas de automação são interligados para realizar um
controle ou monitoramento. Um conjunto desses instrumentos chama-se malha
e os instrumentos que compõem uma malha são classificados pela função que
executam, conforme a lista a seguir:

»» Transdutores: são os dispositivos que detectam alterações nas


variáveis físicas e fornecem uma grandeza de saída em geral elétrica.
O elemento que entra em contato direto com a variável física a ser
medida é denominado sensor.

12
INTRODUÇÃO ÀS REDES INDUSTRIAIS E FUNDAMENTOS DE FIELDBUS │ UNIDADE I

Figura 2. Exemplos de elementos sensores.

Fonte: adaptada de https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/3983384/mod_resource/content/1/SEL0432_2017_


Instrumenta%C3%A7%C3%A3o.pdf.

»» Unidade aritmética: várias grandezas disponíveis em uma área


industrial precisam passar por análises e por operações aritméticas
para, assim, ser transformadas em um sinal de saída compatível
com o processo utilizado. Nesse caso, cada instrumento com essa
particularidade é capaz de efetuar operações matemáticas para garantir
um melhor resultado durante o processo de controle.

»» Integrador: são instrumentos que efetuam a soma de alguns sinais


medidos em um espaço de tempo, disponibilizando o resultado em
forma de indicação ou registro.

»» Transmissor: instrumento que converte sinais do transdutor,


geralmente sinais elétricos de baixa potência, em outra forma de
sinal (analógico ou digital) capaz de ser enviada a distância para um
instrumento receptor, normalmente localizado longe do ponto de
medição.

Figura 3. Exemplos de transmissores integrados aos respectivos elementos primários.

Fonte: adaptada de https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/3983384/mod_resource/content/1/SEL0432_2017_


Instrumenta%C3%A7%C3%A3o.pdf.

13
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO ÀS REDES INDUSTRIAIS E FUNDAMENTOS DE FIELDBUS

» » Indicador: instrumento para indicação visual da quantidade


medida por um transmissor. Todo instrumento indicador possui
uma faixa de indicação. Em indicadores analógicos essa pode
ser denominada por faixa de escala e podem ser lineares ou não
lineares.

Figura 4. Exemplos de indicadores.

Fonte: adaptada de https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/3983384/mod_resource/content/1/SEL0432_2017_


Instrumenta%C3%A7%C3%A3o.pdf.

»» Registrador: é um instrumento capaz de registrar as variáveis do


meio de comunicação por meio de gráficos em tempo real, esses
registradores mais modernos são capazes de manter uma interação
com redes de computadores, facilitando, assim, para que as
informações fiquem disponíveis via internet, podendo ser utilizadas
para alimentar servidores a longa distância.

Figura 5. Exemplos de registradores.

Fonte: adaptada de https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/3983384/mod_resource/content/1/SEL0432_2017_


Instrumenta%C3%A7%C3%A3o.pdf.

» » Conversor: é um instrumento capaz de transformar uma


grandeza em outra, por exemplo, transforma a leitura de corrente
em pressão ou transforma a medida de pressão em tensão e
outras grandezas utilizadas na automação industrial. Essa
transformação deve ser proporcional, isto é, o valor de entrada
deve ser proporcional ao de saída.
14
INTRODUÇÃO ÀS REDES INDUSTRIAIS E FUNDAMENTOS DE FIELDBUS │ UNIDADE I

Figura 6. Exemplos de conversores.

Fonte: adaptada de https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/3983384/mod_resource/content/1/SEL0432_2017_


Instrumenta%C3%A7%C3%A3o.pdf.

»» Controlador: como o próprio nome já diz, esse instrumento faz


o controle das variáveis de processo como nível, pressão, vazão,
temperatura, massa, densidade etc. O controlador é sempre
responsável por uma única malha de controle, por exemplo, uma
malha de temperatura é composta por um medidor de temperatura,
um controlador e um aquecedor.

No início do processo de automação, os controladores eram pneumáticos, a partir


da década de 1950, com o grande crescimento das indústrias e com a grande
procura por instrumentos cada vez mais precisos e rápidos, os instrumentos
foram migrando para circuitos eletrônicos e analógicos. Por volta da década de
1980 foi a vez dos microprocessadores assumirem a liderança na produção dos
controladores.

Figura 7. Exemplos de controladores.

Fonte: adaptada de https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/3983384/mod_resource/content/1/SEL0432_2017_


Instrumenta%C3%A7%C3%A3o.pdf.

15
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO ÀS REDES INDUSTRIAIS E FUNDAMENTOS DE FIELDBUS

» » Elemento final de controle ou atuador: é muito utilizado para


controle de válvulas, podendo ser elétrico, manual ou pneumático.
Basicamente, um atuador converte energia em movimento,
podendo ser divido em: rotativos e lineares.

›› Rotativos: como o nome indica, os atuadores de válvulas rotativas


produzem o movimento rotacional necessário para operar válvulas
rotatórias, como válvulas de esfera, bujão e borboleta.

Figura 8. Exemplo de uma válvula linear.

Fonte: http://www.mundopneumatico.com.br/atuador-rotativo-pneumatico.

Figura 9. Exemplo da parte interna de uma válvula linear.

Fonte: http://www.mundopneumatico.com.br/atuador-rotativo-pneumatico.

› › Lineares: as válvulas lineares e os sistemas de controle


pneumático são projetados e fabricados para operar válvulas
de haste, como válvulas de gaveta, válvulas guilhotina, válvulas
globo e válvulas esféricas. Eles são projetados especificamente
para atender os requisitos dos clientes para uma ampla gama
de indústrias, incluindo petróleo e gás, geração de energia e
petroquímica.

16
INTRODUÇÃO ÀS REDES INDUSTRIAIS E FUNDAMENTOS DE FIELDBUS │ UNIDADE I

Figura 10. Exemplo de uma válvula linear.

Fonte: http://www.qtrco.com/l-series-linear-valve-actuators.html.

Figura 11. Exemplo da parte interna de uma válvula linear.

Fonte: http://www.qtrco.com/l-series-linear-valve-actuators.html.

A seleção do melhor tipo de atuador para qualquer aplicação depende de vários


fatores, como a necessidade de segurança contra falhas, ciclo da vida, ciclo de
trabalho, velocidade de atuação, necessidade de substituição manual e o custo.

Classificações por sinal transmitido ou suprimento

Os elementos apresentados nos tópicos abaixo são classificados conforme o tipo de


sinal transmitido:

»» Elementos pneumáticos: para esse elemento, utilizamos gás


comprimido para modulação do sinal. A variação da pressão do gás
é linearmente manipulada em uma faixa específica e padronizada
internacionalmente, para se representar a variação de uma grandeza

17
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO ÀS REDES INDUSTRIAIS E FUNDAMENTOS DE FIELDBUS

física ou sinal desde seu limite inferior até seu limite superior. O
padrão de modulação de pressão mais utilizado no setor industrial é o
de 3 a 15 psi (aprox. 0,2 a 1,0 kgf/cm2), para a faixa de 0% a 100% do
sinal em questão. Os sistemas de transmissão analógica normalmente
representam o valor de 0% da grandeza de medida com um sinal
diferente de zero por uma questão de diagnóstico ou identificação de
falhas em casos de rompimento do meio de comunicação. A grande
vantagem da utilização do ar comprimido é poder trabalhar em áreas
altamente explosivas.

›› Desvantagens:

·· Dificuldade em passar toda a tubulação de ar para cada elemento.

·· Deve haver uma unidade de tratamento do ar e devem ser


instalados filtros em vários pontos para tratamento do ar.

·· Há necessidade de compressor.

·· Possui limitação e instalação para que não haja perda de carga de


transmissão, limite em 100m.

·· Dificuldade de encontrar pontos de possíveis vazamentos.

·· Não há interface com redes de computadores.

» » Elementos hidráulicos: similar ao pneumático e com desvantagens


equivalentes, o tipo hidráulico utiliza-se da variação de pressão
exercida com óleos hidráulicos para transmissão de sinal ou potência.
As vantagens relacionadas ao uso de instrumentos hidráulicos estão
relacionadas à pressão do fluido e à capacidade de gerar grandes
forças.

›› Desvantagens:

·· Necessidade de tubulações de óleo para transmissão e suprimento.

·· Necessidade de inspeção periódica do nível de óleo bem como sua


troca.

·· Necessidade de equipamentos auxiliares, tais como reservatório,


filtros e bombas.

18
INTRODUÇÃO ÀS REDES INDUSTRIAIS E FUNDAMENTOS DE FIELDBUS │ UNIDADE I

»» Elementos elétricos analógicos: o instrumento analógico é definido


como o instrumento cuja saída é a função contínua do tempo, e eles
têm uma relação constante com a entrada. A quantidade física como
tensão, corrente, potência e energia são medidas por instrumentos
analógicos. A maior parte do instrumento analógico utiliza apontador
ou mostrador para indicar a magnitude dos valores medidos. Um fator
positivo para os elementos elétricos analógicos é a modulação 4 a 20
mA. O modelo 4 a 20 mA é muito utilizado em campo, pois possui uma
grande precisão nos valores enviados aos controladores. Para distâncias
de até 15 m também é muito utilizada a modulação da tensão contínua
entre 1 a 5V. Os elementos analógicos permitem transmissão a longa
distância sem perda, a alimentação dos instrumentos pode estar junto
com o sinal transmitido.

»» Elementos elétricos digitais: atualmente, esse é modelo que mais


vem crescendo nos últimos anos. Nesse caso, são enviados pacotes
de dados contendo as informações dos valores medidos, é usada uma
linguagem padrão ou protocolo de comunicação. No mercado, temos
vários protocolos, como Foundation Fieldbus, Profibus Dp, Profibus
PA, DeviceNet etc.

›› Algumas vantagens:

·· Podem-se utilizar distintos meios para a transmissão dos dados.

·· Em geral, esse tipo de sinal é relativamente imune a ruídos externos.

·· Permitem ampla gama de funções de configurações, diagnósticos de


falha e ajustes remotos nos instrumentos.

›› Desvantagens:

·· Existência de distintos protocolos e tecnologias no mercado, o que


dificulta a comunicação entre equipamentos de origens diferentes.

·· Caso ocorra rompimento no cabo de comunicação em um sistema


sem redundância, podem-se perder informações e/ou o controle de
malhas.

19
CAPÍTULO 2
Conceitos, topologias e camadas

Conceitos
De acordo com a história, os sistemas de Fieldbus não começaram em meados
dos anos 1980, na verdade as raízes das redes industriais são muito mais antigas
e datam do início dos anos 1970. No entanto, foi somente durante a década de
1980 que os sistemas de Fieldbus começaram a crescer. O número esmagador de
sistemas diferentes chocou em vez de atrair os clientes, e o que se seguiu foi um
feroz processo de seleção, onde nem sempre os mais aptos sobreviveram, mas
aqueles com o maior poder aquisitivo por detrás.

Consequentemente, a maioria dos sistemas recentemente desenvolvidos


desapareceu ou permaneceu restrita a pequenos nichos. No entanto, também
as grandes empresas logo perceberam que os sistemas de barramento de campo
proprietários sempre terão sucesso limitado e que o maior benefício está em
disponibilizar as especificações ao público, para que diferentes fornecedores
produzam dispositivos compatíveis, o que dá ao cliente sua liberdade de escolha.
Finalmente, foi essa abertura que abriu o caminho para o avanço dos sistemas
Fieldbus.

Desde a criação de uma especificação “aberta” até a padronização de um sistema


Fieldbus, a ideia básica é estabelecer um padrão, uma especificação muito rígida e
formal. Isso atribui uma noção de confiabilidade e estabilidade à especificação, o
que, por sua vez, assegura a confiança dos clientes e, consequentemente, também
a posição de mercado. Portanto, não é de se admirar que, após a corrida pelo
desenvolvimento do Fieldbus, tenha sido lançada uma corrida pela padronização.
Essa padronização foi muito fácil em nível nacional, e a maioria dos sistemas
Fieldbus relevantes de hoje logo se tornaram padrões nacionais. O problema
maior foi quando a padronização passou para soluções internacionais. Isso causou
fortes turbulências e abriu um campo de batalha para a política que gradualmente
deixou o terreno da discussão técnica.

Na segunda metade da década de 1980, no início dos esforços do IEC no comitê


técnico TC65C, o desenvolvimento de sistemas Fieldbus era principalmente
um empreendimento europeu, impulsionado por projetos de pesquisa
que ainda possuíam uma sólida formação acadêmica, bem como muitos

20
INTRODUÇÃO ÀS REDES INDUSTRIAIS E FUNDAMENTOS DE FIELDBUS │ UNIDADE I

desenvolvimentos próprios. Os resultados mais promissores foram o francês


FIP e o alemão PROFIBUS. Ambos foram logo padronizados no respectivo
nível nacional e finalmente propostos à IEC para padronização internacional.
Infelizmente, as abordagens dos dois sistemas eram completamente diferentes.
O PROFIBUS foi baseado em uma ideia de controle distribuído e em sua
forma original suportava uma comunicação vertical orientada a objetos de
acordo com o modelo cliente-servidor no espírito da especificação MAPMMS.
O FIP, por outro lado, foi projetado com um esquema de controle central,
mas estritamente em tempo real, e com o modelo produtor-consumidor
(produtor-distribuidor-consumidor) para comunicação horizontal.

Na década de 1990, mais precisamente em fins de 1994, surgiu com a união de


dois consórcios paralelos, ISP (InterOperable Systems Project) e o WorldFIP,
a organização Foundation. A Foundation é uma organização internacional com
cerca de 85 membros em todo o mundo. Seu objetivo é fornecer um padrão de
Fieldbus único, internacional e interoperável.

O Fieldbus é uma tecnologia que por si só não fornece uma solução. Ele permite
que os fornecedores desenvolvam produtos e soluções que ofereçam muitas
vantagens aos usuários finais, bem como muitas oportunidades para produtos
novos e inovadores. A solução do Foundation Fieldbus deve ser aberta. Com ele,
os usuários finais podem comprar produtos e sistemas de qualquer fornecedor
que esteja em conformidade com o padrão, e os fornecedores podem competir
em igualdade de condições e desenvolver produtos e soluções diferenciados. A
tecnologia Fieldbus deve ser independente do controle de um único fornecedor.

Figura 12. Logo Foundation.

Fonte: https://fieldcommgroup.org/.

21
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO ÀS REDES INDUSTRIAIS E FUNDAMENTOS DE FIELDBUS

O Foundation Fieldbus (FF) é um protocolo de comunicação bidirecional


que possibilita a conexão de múltiplos instrumentos (sensores, atuadores e
controladores) e processos de campo a estações de operação. Possuem inúmeras
funções de controle que permitem executar o monitoramento via sistema
supervisório. O FF representa cerca de 40%, em relação ao 4-20, de redução de
custo nos projetos, instalação, operação e manutenção. Com o FF, pode-se ter
informações imediatas sobre diagnóstico dos equipamentos de campo, tornando
possível a manutenção antes que acorra algum distúrbio de risco na planta. Além
de garantir a precisão do sistema de controle e consequentemente uma melhora na
eficiência da planta. Uma grande vantagem do instrumento FF é ter a capacidade
de trabalhar como mestre backup da rede, isto é, um equipamento pode ser
configurado para assumir o papel de mestre, caso ocorra algum problema com o
controlador, garantido que a rede nunca pare de funcionar.

A Foundation é uma organização independente que não visa lucro e cujo


propósito é desenvolver e manter um padrão uniforme de redes de campo
para automação de processos: o Foundation Fieldbus (FF). Os membros
incluem usuários e fabricantes dos dispositivos de campo e dos sistemas de
automação.

Existem duas redes FF, uma de baixa velocidade concebida para interligação
de instrumentos (H1 - 31,25 kbps) e outra de alta velocidade, utilizada para
integração das demais redes e para a ligação de dispositivos de alta velocidade
(HSE - 100 Mpbs).

A rede H1 possui grandes vantagens em relação ao tradicional de 4-20mA, como:

»» Redução do cabeamento, painéis, borneiras, fontes de alimentação,


conversores e espaço na sala de controle.

»» Alimentação do instrumento pelo mesmo cabo.

»» Segurança intrínseca.

»» Grande capacidade de diagnóstico dos instrumentos.

»» Capacidade de realizar funções de diagnóstico, configuração,


calibração via rede permitindo minerar dados de instrumentação
em tempo real. Essas funções irão permitir a implementação da
manutenção proativa, centrando os recursos onde eles são mais
necessários.

22
INTRODUÇÃO ÀS REDES INDUSTRIAIS E FUNDAMENTOS DE FIELDBUS │ UNIDADE I

»» Capacidade de autorreconhecimento do instrumento, permitindo fácil


instalação e download de parâmetros.

»» Redução dos custos de engenharia, instalação e manutenção.

» » Sinal de alta resolução e livre de distorções, assegurando precisão


do sinal recebido aumentando a confiabilidade do sistema de
automação.

Possui uma codificação Manchester codificada, produzindo um sinal com valor


médio nulo. A modulação é feita com a variação de corrente de 10mA a 31.25
Kbit/s com carga equivalente de 50Ω, resultando em uma tensão modulada de
0.75 Vpp a 1 Vpp, sobreposto a uma tensão do barramento de 9 a 32VDC.

Figura 13. Codificação Manchester.

Tempo de 1
bit

Clock

Dados

Codificação em
Manchester

Fonte: adaptada de http://www.ece.ufrgs.br/~fetter/ele00012/fieldbus.pdf.

As Redes HSE e H1 possuem basicamente as mesmas características de


comunicação e sincronismo, o que difere é o determinismo. O HSE é baseado
na Ethernet, IP e TCP/UDP possuindo quatro tipos básicos:

»» Host Device (HD);

»» Link Device (LD);

»» Gateway Device (GD);

»» Ethernet Device (ED).


23
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO ÀS REDES INDUSTRIAIS E FUNDAMENTOS DE FIELDBUS

Seguem algumas características que diferem as duas redes:

Quadro 1. Característica H1 e HSE.

Taxa de Comunicação 31.25 Kbits/s 10 Mbit/s ou 100 Mbit/s


Distância (segmento) 1.900 m 100 m
Dois fios Sim Não
Multidrop Sim Não (UTP)
Bus-power Sim Não
Intrinsicamente segura Sim Não
Redundância Não Sim
Determinística Sim Sim (Com Switches)
Fonte: próprio autor.

A Ethernet de alta velocidade (HSE) foi projetada para incorporar a rede


Fieldbus H1, suportando tanto protocolo de controle de transmissão (TCP)
quanto protocolo da camada de transporte – User Datagram Protocol (UDP). O
HSE suporta redundância e possui o Data Link Layer. Todos os instrumentos
Ethernet são construídos na mesma plataforma, portanto, eles podem coexistir
na mesma rede com diferentes protocolos da camada de aplicação. Uma vez
que os padrões de Ethernet e Internet Protocol (IP) possuem esquemas de
endereçamento chamados MAC, é possível misturar instrumentos da Profibus e
da Fieldbus no mesmo meio físico. Embora seja possível compartilhar a camada
física com diferentes protocolos, não é aconselhável, mas se for realmente
necessário, devem-se utilizar switches IP V6 para minimizar o impacto de grandes
quantidades de dados e para monitorar pacotes em relação à sua prioridade, a
fim de que as informações de controle sempre tenham alta prioridade.

Na hora de preparar as especificações HSE, a Foundation preparou uma lista de


requisitos ou classes:

»» quatro tipos de instrumentos - Classe 41;

»» quatro tipos de Linking Device – Classe 42;

»» um I/O Gateway Device – Classe 44 e 45;

»» dois níveis de redundância – Classe 46 e 47 e Classes 48 e 49.

Um instrumento Gateway I/O classe 43 permite serviços de Mensagens


Fieldbus (FMS) que são suportados pela Classe 42C. Um Host Classe 44 é um
host HSE de algum tipo, por exemplo, ele pode ser uma estação de operação
que suporta escrever dados nos Blocos de Função, tais como AI, AO, PID
etc. Pode ser um gerador de relatório ou um receptor de dados vindo da
rede. A Ethernet pode ser de maneira determinística, o que significa que a
24
INTRODUÇÃO ÀS REDES INDUSTRIAIS E FUNDAMENTOS DE FIELDBUS │ UNIDADE I

mensagem será entregue dentro de uma fração de tempo específica, passando


a mensagem pelo menor número de nós possíveis.

O FMS fornece os serviços para comunicação padronizada. Os tipos de


dados comunicados pelo Fieldbus são atribuídos a determinados serviços de
comunicação. Para uma atribuição uniforme e clara, são usadas as descrições
de objetos. As descrições de objetos contêm definições de todos os formatos
de mensagem de transmissão. Para cada tipo de objeto existem serviços de
comunicação especiais e pré-definidos.

Em sistemas de automação tradicionais, a quantidade de informação


disponível para o usuário não vai além das variáveis de controle. Na
Fundação Fieldbus, a quantidade é muito maior devido, principalmente,
às facilidades da comunicação digital. Além disso, o Fieldbus tem sua
resolução aumentada e nenhuma distorção (conversão A/D ou D/A), que
dá maior confiabilidade ao controle.

Tudo isso se acrescenta ao fato que o controle é seguro nos dispositivos


de campo, resultando num melhor desempenho do loop e menor
degradação. O Fieldbus permite múltiplas variáveis de cada dispositivo a
ser traduzido no sistema de controle de arquivos, análise de tendência,
estudos de processos de otimização e geração de relatório. A resolução
alta e a característica de ser livre de distorções da comunicação digital
possibilitam uma capacidade de controle aperfeiçoada que pode
aumentar os rendimentos do produto.

Figura14. Variáveis múltiplas, ambas direções.


Rede de trabalho do Rede de trabalho do
sistema de controle sistema de controle

Controlador

I/O
Do subsistema FIELDBUS

4-20 mA Tradicional
Múltiplas variáveis

Uma variável
Amplas direções
Fonte: adaptada de http://smar.com/PDFs/catalogues/FBTUTCP.pdf.

25
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO ÀS REDES INDUSTRIAIS E FUNDAMENTOS DE FIELDBUS

Topologia
O Foundation Fieldbus apresenta várias topologias de comunicação, dentre as mais
comuns temos: estrela ou árvore, barramento, ponto a ponto e mista.

»» Estrela ou árvore: a topologia em árvore também conhecida como


“pé de galinha” ou “estrela”, concentra várias caixas de junção ligadas
em série. Esse tipo de ligação é bem simples e fácil para manutenção,
uma vez que o cabo tronco está conectado nas caixas de junção, os
defeitos não atrapalham a comunicação, pois, em grande parte, elas
possuem proteção de curto e sobre corrente e em alguns casos o
terminador se faz presente.

Figura 15. Topologia tipo árvore.


TRONCO

REDE H1

INSTRUMENTOS DE CAMPO (SPUR)

Fonte: próprio autor.

»» Barramento: nesse tipo de topologia, os instrumentos são


conectados ao cabo tronco (barramento), onde a comunicação chega
ao instrumento sem ajuda de qualquer outro dispositivo. Utiliza-
se um barramento único, onde equipamentos ou barramentos
secundários (spurs) são conectados diretamente a ele. Podem-se ter
ainda vários equipamentos diferentes (spur).

Figura 16. Topologia tipo barramento.

IHM CLP

FIELBUS FOUNDATION

BARRAMENTO TERMINADOR

SPURS

Fonte: próprio autor.

26
INTRODUÇÃO ÀS REDES INDUSTRIAIS E FUNDAMENTOS DE FIELDBUS │ UNIDADE I

»» Ponto a ponto: nessa topologia, os elementos são ligados em série


e utilizam conectores que permitem a desconexão de um instrumento
sem que a rede seja interrompida.

Figura 17. Topologia tipo ponto a ponto.

FieldBus

Terminador Rede H1

Fonte: próprio autor.

»» Mista: é uma mistura das três topologias mais usadas, conectadas


entre si. Porém, o comprimento máximo do segmento incluindo o
spurs deve ser observado.

Camadas

A especificação Foundation Fieldbus é baseada em um modelo de comunicação


em camadas ISO/OSI, consistindo de três elementos (nível físico, camada de
comunicação e camada de aplicação). O nível físico é equivalente à camada física
OSI. Sua principal particularidade é o fato de que a alimentação dos dispositivos
pode usar o mesmo cabo em que trafegam os dados.

A camada de comunicação é composta por três subcamadas:

»» a subcamada inferior de enlace de dados, responsável pelo acesso ao


meio físico e controle de erro;

»» a subcamada intermediária de acesso a serviços da rede – Fieldbus


Access Sublayer (FAS);

»» a subcamada superior de montagem de mensagens – Fieldbus


Message Specification (FMS).

27
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO ÀS REDES INDUSTRIAIS E FUNDAMENTOS DE FIELDBUS

A camada de aplicação do usuário garante a interoperabilidade entre os


dispositivos, sendo padronizada e completamente especificada. O protocolo não
usa os níveis OSI 3, 4, 5 e 6. Cada nível no sistema de comunicação é responsável
por uma parte da mensagem que é transmitida no barramento.

Figura 18. Estrutura de camadas do Foundation Fieldbus.


MODELO OSI MODELO FIELDBUS

APLICAÇÃO APLICAÇÃO
DO USUARIO DO USUARIO

NÍVEL DE APLICAÇÃO ESPECIFICAÇÃO DE


7 MENSAGEM FIELDBUS

SUBNIVEL DE ACESSO
NÍVEL DE INTRODUÇÃO
6 FIELDBUS “Pilha de
NÍVEL DE SEÇÃO comunicação”
5
NÍVEL DE TRANSPORTE
4
NÍVEL DE REDE DE
3
TRABALHO

NÍVEL DE LINK DE
2 NÍVEL DE LINK DE DADOS
DADOS

NÍVEL FÍSICO NÍVEL FÍSICO NÍVEL FÍSICO


1

Fonte: adaptada de http://www.smar.com/newsletter/marketing/index150.html.

A camada de aplicação fornece uma interface para o software do instrumento,


essa camada define como ler, escrever ou iniciar uma tarefa em um nó
remoto. A principal tarefa dessa camada é definir a sintaxe das mensagens. Os
principais componentes da Camada de Aplicação são a Subcamada de Acesso
Fieldbus (FAS) e a Especificação de Mensagem Fieldbus (FMS). A FAS usa as
características listadas e não listadas da Camada de Enlace para fornecer um
serviço para a Especificação de Mensagem Fieldbus (FMS). Os tipos de serviços
da FAS são descritos pelas Relações de Comunicação Virtual (VCR). O VCR
é como as características de discagem rápida da memória do seu telefone.
Devem-se discar muitos dígitos para efetuar uma ligação internacional – código
internacional de acesso, código do país, código da cidade, código da operadora
e o número do telefone. Essas informações só precisam ser digitadas uma vez
e, então, um “número de discagem rápida” é formado. Após o setup, apenas o
número de discagem rápida precisa ser digitado para que a discagem ocorra.

28
INTRODUÇÃO ÀS REDES INDUSTRIAIS E FUNDAMENTOS DE FIELDBUS │ UNIDADE I

Em uma operação similar, após a configuração, apenas o número VCR é


necessário para comunicar-se com outro instrumento Fieldbus. Assim como
existem diferentes tipos de ligações telefônicas, existem diferentes tipos de
VCRS. Os serviços da Especificação de Mensagem Fieldbus (FMS) permitem
aplicações em que os usuários podem enviar mensagens um para o outro
através do Fieldbus, usando um conjunto padrão de formatos de mensagens.
A FMS descreve os serviços de comunicação, os formatos de mensagens e o
comportamento dos protocolos necessários para elaborar as mensagens e
enviar para a aplicação do usuário. Os dados que são comunicados através do
Fieldbus são descritos por uma “descrição de objetos”. As descrições de objetos
são reunidas em uma estrutura chamada dicionário de objetos (OD).

A descrição dos objetos é identificada pelo seu index (índice) dentro do OD. O
índice é chamado de cabeçalho do dicionário de objetos, fornece uma descrição
do próprio dicionário e define o primeiro índice para as descrições de objetos da
Aplicação de Usuários. As descrições de objetos da Aplicação de Usuários podem
começar em qualquer índice acima de 255.

O índice 255 e os inferiores definem tipos padrão de dados, tais como bitstring
booleano, integral e flutuante, bem como estruturas de dados que são usados para
construir todas as outras descrições de objetos. Um instrumento virtual de campo
(VFD) é usado para ver remotamente dados de instrumentos locais descritos no
dicionário de objetos. Um instrumento típico terá pelo menos três VFDS:

»» VFD de rede,

»» VFD de gerenciamento de sistemas,

»» VFD de aplicação do usuário.

O Gerenciamento de Redes faz parte da Aplicação da Rede e do Gerenciamento


do Sistema, ele também fornece a configuração de pilha de comunicação. O
Instrumento Virtual de Campo (VFD) usado para Gerenciamento de Redes
também é usado para Gerenciamento do Sistema, e dá acesso ao Banco de Dados
do Gerenciamento de Redes (NMIB) e ao Banco de Dados do Gerenciamento do
Sistema (SMIB). Os dados do NMIB incluem Relacionamentos de Comunicação
Virtual (VCR), variáveis dinâmicas, estatísticas e as listas do Link Active
Scheduler (LAS) se o instrumento for um Link Máster. Os dados SMIB incluem
o tag do device e informações sobre o endereço, bem como listas de execução
dos Blocos de Função.

29
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO ÀS REDES INDUSTRIAIS E FUNDAMENTOS DE FIELDBUS

A Camada do Usuário define a maneira de acessar informações nos


instrumentos Fieldbus de modo que tais informações possam ser distribuídas
para outros instrumentos ou nós na rede Fieldbus. Esse é um atributo
fundamental para aplicações de controle de processos. A arquitetura de um
instrumento Fieldbus é baseada em blocos, tais como Bloco de Função, o qual,
como o próprio nome o diz, é uma função baseada em um objeto, projetada
para executar as funções de controle, que são responsáveis por executar as
tarefas como aquisição de dados, feedback e controle da malha em cascata,
cálculos e atuação.

O Bloco de Função permite que o usuário possa fazer as configurações,


manutenção e customizar as aplicações. É um conceito genérico da
funcionalidade de instrumentos e sistemas de controle no campo, tais como
entradas e saídas analógicas, bem como o controle de PID (Proporcional
Integral Derivativo). Cada Bloco de Função contém um algoritmo, um banco
de dados e um nome definido pelo usuário, geralmente o nome da malha
ou a tag, uma vez que a tag do Bloco de Função deve ser única na planta do
usuário. Os parâmetros do Bloco de Função são encaminhados ao Fieldbus
através do seu TAG PARAMETER-NAME

Um instrumento inclui uma quantidade definida de Blocos de Função, sendo que


um bloco deve ser instanciado ou definido. A Camada do Usuário define a maneira
de acessar informações nos instrumentos Fieldbus de modo que tais informações
possam ser distribuídas para outros instrumentos ou nós na rede Fieldbus.

Um Bloco de Função é um modelo genérico de medição e controle, e pode ser


divido em três classes:

»» Bloco Padrão;

»» Bloco Adicional;

»» Bloco Estendido.

Os Blocos de Função MAI (Entrada Analógica Múltipla), MAO (Saída Analógica


Múltipla), MDI (Entrada Discreta Múltipla), MDO (Saída Discreta Múltipla) e
FFB (Bloco de Função Totalmente Flexível) foram desenvolvidos como parte do
processo da Ethernet de Alta Velocidade (HSE). A “série M” do bloco é capaz de
transferir um grupo de oito sinais da variável de processo (PV) como uma única
mensagem na Rede Fieldbus e, uma vez que a HSE é totalmente compatível com
o H1, uma grande quantidade de instrumentos H1 estão tirando vantagem do

30
INTRODUÇÃO ÀS REDES INDUSTRIAIS E FUNDAMENTOS DE FIELDBUS │ UNIDADE I

bloco MAI. O Bloco de Função Totalmente Flexível (FFB), podendo ser totalmente
programado pelo usuário final, usando qualquer das linguagens de programação
da Norma IEC 61131-1.

Assim como todos os Blocos de Função Fieldbus baseados em objetos, o FFB


realiza as funções reais que são executadas dentro dele. As especificações
Fieldbus definem uma gama de parâmetros que devem ser comuns a todos os
Blocos de Função, a fim de assegurar a interoperabilidade e a comunicação
entre os vários blocos, os instrumentos e o Host. Uma vez que cada componente
da especificação Fieldbus é tratado como um objeto, é possível que cada
fabricante escreva o seu próprio código para ser executado, pois os resultados
são apresentados no formato pré-definido.

O FFB pode ser configurado pelo usuário final com qualquer uma das linguagens
do IEC 61131-1 para toda e qualquer função requerida. Portanto, um instrumento
que dê suporte ao FFB pode ser configurado ou programado para uma grande
quantidade de funções, de conversor de protocolos dentre outros que execute
operações de cálculos de controle de multivariáveis complexos, tais como redes
neurais artificiais ou lógicas fuzzy.

A especificação do FFB contém muitos blocos de funções úteis, contudo, o


bloco específico que foi desenvolvido para ajudar o Fieldbus na indústria de
manufatura, onde o controle discreto predomina, é um bloco controlador do
instrumento (DC), o qual controla qualquer instrumento físico de dois ou três
estados. O controlador de instrumento aceita um set point e faz com que o
instrumento vá até ele. É permitido certo tempo para a transição, mas serão
gerados alarmes se o instrumento físico falhar na sua tarefa de alcançar o estado
desejado ou perder o estado depois que a transição for concluída. O bloco DC
tem entradas para controle do set point por lógica externa ou por comandos
de um host, bem como por funções lógicas permissivas, de intertravamento
e de desligamento. Um operador pode bypassar um switch de proteção após
obter a confirmação visual do estado do instrumento físico. O parâmetro DC_
STATE mostra um de 14 estados que descrevem as condições atuais de controle,
enquanto o parâmetro FAIL fornece razões específicas para falhas.

Infelizmente, as interfaces de programação do FFB ainda não são totalmente


interoperáveis. Isso significa que um FFB do fabricante “A” deve ser programado
e configurado pelo host e pelas ferramentas de software do fabricante “A’, e
vice-versa. Porém, uma vez que o FFB tenha sido preparado e compilado através
dos serviços DD, ele pode ser executado por qualquer sistema que dê suporte ao
tipo de bloco do FFB.

31
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO ÀS REDES INDUSTRIAIS E FUNDAMENTOS DE FIELDBUS

»» Bloco de recursos: um bloco de recursos mostra o que está no


VFD para fornecer o nome do fabricante, o nome do instrumento, o
Device Description (DD) e outras informações. O bloco de recursos
controla o hardware do instrumento como um todo e os blocos de
função no VFD, incluindo o status do hardware.

» » Bloco transdutor: o bloco transdutor depende do seu hardware


e princípios de medição. Por exemplo, um transmissor de pressão
e um medidor de vazão magnética usam diferentes princípios de
medição, porém, fornecem os mesmos valores de medição analógica.
A parte em comum é modelada como um Bloco AI (Entrada
Analógica). A diferença é modelada como blocos transdutores, os
quais fornecem as informações conforme o princípio de medição.
Um bloco transdutor é ligado a um bloco de função por meio do
parâmetro “CANAL” do bloco de função.

Figura 19. Blocos de função.

BLOCOS DE APLICAÇÃO DO USUÁRIO

Bloco
s

Bloco de Bloco de
recurso função

Bloco
transdutor

Pilha de comunicação

Nível físico

Fonte: próprio autor.

Além de converter o sinal físico (capacitância, frequência etc.) ou saída (pressão,


corrente), os blocos transdutores estão se tornando cada vez mais importantes,
pois eles também são utilizados para capturar e armazenar todos os diagnósticos

32
INTRODUÇÃO ÀS REDES INDUSTRIAIS E FUNDAMENTOS DE FIELDBUS │ UNIDADE I

e dados relacionados à manutenção de um instrumento. O bloco posicionador


avançado é um requisito para o teste de partial stroke, o qual é necessário para
aplicações Fieldbus em segurança.

A demanda dos usuários finais está gerando a necessidade de uso dos blocos
transdutores padrão, uma vez que, sem uma interface, o levantamento dos dados
de manutenção contidos em cada instrumento fica com um grau de dificuldade
elevado, o ideal é a utilização de softwares modernos e sistemas de gerenciamento
de ativos. As especificações dos transdutores são definidas geralmente pelos
desenvolvedores dos instrumentos, eles conseguem estabelecer o escopo básico
das funções. Um instrumento pode até ter funções adicionais, mas ele deve conter
as funções que constam na especificação para ser interoperável.

A Foundation Fieldbus criou vários blocos de função padrões para controle


básico. Esses blocos são listados abaixo:

»» Entrada analógica – Al;

»» Saída analógica – AO;

»» Bias – B;

»» Seletor de Controle – CS;

»» Entrada discreta – DI;

»» Saída discreta – FAZ;

»» Carregador manual – ML;

»» Proporcional derivativo – PD;

»» Proporcional integrativo e derivativo – PID;

»» Relação – RA.

33
CAPÍTULO 3
Comunicações e instrumentos

Cada dispositivo Fieldbus possui um identificador exclusivo de endereço com


hardware de 32 bits, composto de um código de fabricante de seis bytes, um
código de dispositivo de quatro bytes e um número de série. A Foundation
Fieldbus atribui os códigos do fabricante, enquanto o fabricante atribui o código
do tipo de dispositivo e o número de série sequencial.

Um configurador manual possui um endereço temporário. Um agendador de


link ativo (Link Active Scheduler - LAS) possui endereço de 0x04 ou a série dos
endereços mais baixos. Se um instrumento possui um endereço no gap V(NUM),
ele jamais será capaz de alocar-se à rede. Os parâmetros V(FUN) V(NUM) são
acessíveis através do gerenciamento de rede. Um instrumento Foundation é
classificado em BASIC, Link Master (LM) e Ponte. Um instrumento LM pode ser
LAS, enquanto os instrumentos da classe BASIC não possuem esta funcionalidade,
os instrumentos da classe Ponte podem ser LAS e podem conectar redes.

Os instrumentos de classe LM e Ponte podem fazer o papel de LAS na rede


quando esse vier a falhar ou não estarem presente. Logo, é necessário ter sempre
em rede um instrumento LM ou Ponte em link. Um instrumento LM secundário
ou de backup observa a atividade do LAS e pode assumir suas atividades,
tornando-se primário ou Master LAS se o LAS vier a falhar. O LAS possui várias
funções, como já podemos observar. Além das mencionadas acima, temos:

»» Gerenciar parte planejada das comunicações de transferência de


dados sincronizados entre blocos de função.

»» Controlar a transferência periódica de dados de um Publisher (saída


de um Bloco de Funções – Produtor) para um Subscribers (entrada
de um Bloco de Funções – Consumidor).

»» Manter as comunicações da Rede.

Um Instrumento Fieldbus possui pelo menos dois VFDs (Instrumento Virtual


de Campo), sendo que, um deles faz a parte de gerenciamento, onde a rede e
as aplicações de gerenciamento residem. Também é utilizado para configurar
parâmetro de rede, incluindo os VCRs e para gerenciar instrumentos em um
sistema Fieldbus. O outro é o VFD do bloco de função, sendo mais de dois na
maioria dos instrumentos.

34
INTRODUÇÃO ÀS REDES INDUSTRIAIS E FUNDAMENTOS DE FIELDBUS │ UNIDADE I

O bloco de função deve obter os parâmetros de entrada antes que o algoritmo


possa ser executado, para que assim possam ser publicados os parâmetros de
saída. Portando, a execução do algoritmo e a comunicação Publisher-Subscriber
deve ser orquestrada quando os blocos de função forem distribuídos entre os
instrumentos.

Os instrumentos de campo podem enviar e receber vários parâmetros que ajudam


ao controle e monitoramento. Para exemplificar, segue abaixo uma lista com
alguns parâmetros:

Quadro 2. Exemplo de parâmetros de um instrumento.

Nome do parâmetro Descrição


SENSOR ABERTO Ele identifica que o sensor OPEN está ativo ou não.
SENSOR FECHADO Ele identifica que o sensor CLOSE está ativo ou não.
Contagem do ciclo da Válvula Identifica a contagem real da saída (válvula). Quantos ciclos (On + Off) a válvula operou.
TIMEOUT ABERTO Ele identifica o tempo de abertura da válvula. A unidade numérica é milissegundos.
Identifica o tipo de alarme passado do nó. Os alarmes são: CIRCUITO CURTO NAS SAÍDAS,
SENSOR COM PROBLEMA (AMBOS OU DESACTIVADOS), O CONTADOR ESTÁ ACIMA DA FAIXA, A
ALARMS_STATUS
INTELIGÊNCIA ALARME ABERTA, A INTELIGÊNCIA ALARME FECHADA, A TEMPERATURA ESTÁ FORA
DO INTERVALO E FECHADO/FALHA ABERTA (SE FECHAR, NÃO FECHADO, SE ABRIR, NÃO ABRIR).
FECHAR TIMEOUT Ele identifica o tempo de fechamento da válvula. A unidade numérica é milissegundos.
SENSE SERIAL NUMBER LEITURA Identifica (lê) o número de série de produção do produto.
Configura o número máximo de ciclos da válvula. Quantos ciclos (On + Off) o usuário deseja que a
VALOR DO CICLO MÁXIMO
válvula opere.
CICLO DE CONTADOR ENABLE Ele habilita ou desabilita a válvula do contador.
REINICIALIZAÇÃO DE CICLO DE Ele redefine o número do contador da válvula.
CONTADOR
Configura os números de ciclos iniciais do tempo de leitura do monitor ABERTO e FECHADO. Os valores
CICLOS POR CONTA
são: 4, 8, 16 ou 32 ciclos iniciais. Cada vez será a média aritmética das contagens iniciais.
Configura a tolerância de inteligência para os tempos ABERTO e FECHADO. Os valores são: 30%, 60%
VALOR DE INTELIGÊNCIA ou 90%. Quando configurado, os dois tempos são configurados para o valor acima. Neste caso, os
tempos serão adicionados de acordo à tolerância configurada.
Ele habilita ou desabilita a válvula do ciclo de inteligência. É necessário HABILITAR a contagem do
ATIVAR O CICLO DE INTELIGÊNCIA
tempo ABERTO e FECHADO.
REINICIAR O CICLO DE INTELIGÊNCIA Redefine o tempo da válvula do ciclo de inteligência. Os horários OPEN e CLOSE são redefinidos.
ENTRADAS AUXILIARES HABILITADO Ele habilita ou desabilita as duas entradas auxiliares ao mesmo tempo.
Entrada Auxiliar 1 Identifica que a entrada AUXILIAR 1 está ativa ou não.
Entrada Auxiliar 2 Identifica que a entrada AUXILIAR 2 está ativa ou não.
Mostra o número de ciclos das entradas auxiliares. Contador de ciclos (AUX1 + AUX2 + AUX1) que as
Contador Auxiliar de ciclos da Válvula
entradas operam.
AUX_COUNTER_VALUE_RESET Reinicia o ciclo da válvula de ciclo auxiliar.
Temperatura interna Ele identifica (lê) a temperatura interna da placa PCI do monitor. A unidade numérica é o grau Celsius.
Ativa a temperatura interna Ele ativa ou desativa a medida interna de temperatura da placa PCI.
Máxima temperatura interna Configura o nível de alta temperatura. Os valores permitidos são: 40 até 65 graus Celsius.
Mínima temperatura interna Configura o nível de baixa temperatura. Os valores permitidos são: de -10 a 5 graus Celsius.
Identificador VALOR DO ACTUADOR Configura o número de identificação do atuador.
MODELO VÁLVULA ATUADORA Configura o código do modelo do atuador.
NÚMERO DE SÉRIE DO ATUADOR Configura o número de série de produção do atuador.

35
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO ÀS REDES INDUSTRIAIS E FUNDAMENTOS DE FIELDBUS

Nome do parâmetro Descrição


Identificação do valor da válvula Configura o número de identificação da válvula
Modelo da válvula Configura o código do modelo da válvula.
VALVE_SERIAL_NUMBER
NÚMERO DE SÉRIE DA VÁLVULA
Ele configura o número serial de produção da válvula.
VALVE_TYPE
Configura o tipo de válvula. Os tipos possíveis são: ATUALIZAÇÃO ÚNICA, 5 VIAS E 2 POSIÇÕES/
ATUAÇÃO ÚNICA, 5 VIAS E 3 POSIÇÕES/ATUAÇÃO ÚNICA, 4 VIAS E 2 POSIÇÕES/ATUAÇÃO ÚNICA,
Tipo de Válvula 4 VIAS E 3 POSIÇÕES/ATUAÇÃO ÚNICA, 3 VIAS E 2 POSIÇÕES / ATUALIZAÇÃO SIMPLES, 2 VIAS E
1 POSIÇÕES/DUPLO ATUAR, 5 VIAS E 2 POSIÇÕES/DUPLO ATUAR, 5 VIAS E 3 POSIÇÕES/DUPLO
ATUAR, 4 VIAS E 2 POSIÇÕES/DUPLO ATUAR, 4 VIAS E 3 POSIÇÕES/DUPLO ATO, 3 VIAS E 2
POSIÇÕES/AÇÃO DUPLA, 2 WAY E 1 POSIÇÕES.
CONTAGEM DE DADOS INICIAIS Configura os dados de contagem inicial do produto
ÚLTIMA DATA DE MANUTENÇÃO
SINGLE/DOUBLE_OUT Configura os últimos dados de contagem de manutenção do produto.
Endereço da Solenoide Configura a tag (número ou texto) do solenoide.
Modelo da Solenoide Configura o número do modelo do solenoide.
AUX1_TAG Configura a tag (número ou texto) do SENSOR AUX1.
AUX1 _MODEL Configura o número do modelo do SENSOR AUX1.
AUX2 _TAG Configura a tag (número ou texto) do SENSOR AUX2.
AUX2_MODEL Configura o número do modelo do SENSOR AUX2.
Fonte: https://www.sense.com.br/arquivos/produtos/arq0/EA3000870A.pdf.

Os instrumentos que forem projetados para áreas altamente explosivas devem


passar por um processo de certificação.

Os produtos que são projetados para uso em atmosferas potencialmente


explosivas, necessitam de uma certificação compulsória conforme a Portaria
do INMETRO no 83, de 3 de abril de 2006. Essa certificação garante que o
equipamento projetado conforme normas específicas, não irá ocasionar uma
explosão no local onde será instalado. O processo de certificação é feito por
meio de análise do projeto e ensaios especiais em amostras de produção. Além
disso, é feita uma auditoria anual que garanta que os processos de produção
estão adequados aos requisitos das normas. Além da certificação de produtos
para atmosferas explosivas, certificados por organismos internacionais como
UL-Underwriters Laboratories Inc.

36
CAPÍTULO 4
EDDL, FDT/DTM e FDI

Cases EDDL
A EDDL (Electronic Device Description Language), também chamada de DD
(Description Device), é a tecnologia utilizada para descrever equipamentos
Hart (Highway-Addressable Remote transducer), Profibus PA e Foundation
Fieldbus. Foi determinada pelo IEC como padrão internacional para descrição
de dispositivos conforme IEC 61804-2 (Function Block Application and EDDL
e CENELEC 50391 – Network Oriented Application Harmonization Electronic
Device Description Language), porém, continha pouco suporte para gráficos.
Assim, a interface e o grau de integração entre os dispositivos de campo e os
hosts não eram apenas limitados, mas o nível de integração e informação que
poderia ser apresentado a um usuário variava com cada instalação, dependendo
do host a ser usado.

A HART Communications Foundation, a Profibus Internacional e a Foundation


Fieldbus também perceberam que os usuários precisavam melhorar a interface
com seus dispositivos e, como resultado, desenvolveram, por meio de uma
atividade conjunta, várias funções de suporte gráfico ao EDDL, mantendo
100% de compatibilidade retroativa com as especificações originais preparadas
no início dos anos 1990. As principais novas capacidades do EDDL incluem o
seguinte:

»» Permite que as imagens sejam apresentadas com informações de


instalação e manutenção.

»» Usam gráficos e menus para apresentar e inserir dados de forma


mais consistente.

»» Usa gráfico X-Y para plotar uma variável em relação à outra, como
uma forma de onda de radar.

» » Fornece matemática básica para uma equação de primeira ordem


da forma y = mx + b.

»» Oferece histórico de informações ao longo do tempo.

37
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO ÀS REDES INDUSTRIAIS E FUNDAMENTOS DE FIELDBUS

Os arquivos DD são escritos em formato de texto para que os sistemas de


controle, configuradores, handheld ou outras ferramentas de software possam
se comunicar com cada instrumento de forma uniforme, permitindo descrever
a estrutura e o layout de menus que o usuário verá quando estiver comunicando
com o equipamento. É importante destacar que a DD não é uma tecnologia
aberta. Os arquivos textos de DD são traduzidos e fornecidos como arquivo
binário padrão pelo fabricante do equipamento e permitem que os menus,
métodos e parâmetros sejam apresentados como ele desejar.

A estrutura geral da DDL se faz por meio de um grupo de objetos. Cada objeto
possui uma função importante na organização, troca e apresentação de dados
para o usuário, podendo ser resumida em:

»» dados (parâmetros);

»» comunicação (comandos);

»» interface gráfica (menus);

»» operação (métodos).

Para o desenvolvimento de um arquivo DDL, é preciso entender algumas


normas que são essenciais para o estudo e implementação de uma linguagem de
dispositivo. Nesse documento, serão exemplificadas apenas algumas das etapas
necessárias para a sua criação:

» » Importando bibliotecas: a DD permite entrar em conteúdos


de outros arquivos através das linhas de comando include. Para
simplificar, o desenvolvimento de DD busca uma padronização
entre os desenvolvedores, a HART Foundation fornece algumas
DD’s com informações descritas na norma HART, podendo ser
acessadas por meio da instrução IMPORT (usado para importar
dados de DD’s padrões ou de revisões anteriores). Cada arquivo
importado precisa ser identificado através de uma linha de
comando, informando seu nome, revisão de equipamento e a
revisão da DDL. Caso precise importar todo conteúdo do arquivo,
é necessário colocar na linha de código a instrução EVERTHING.
Se for necessário importar apenas alguns itens, basta informar
quais são. Os itens importados podem ser redefinidos na nova DD.
Para isso, em cada item que pretende redefinir, se usa dentro da
estrutura REDEFINITIONS a palavra REDEFINE.

38
INTRODUÇÃO ÀS REDES INDUSTRIAIS E FUNDAMENTOS DE FIELDBUS │ UNIDADE I

»» Criando variáveis (Variable): a variável é o principal mecanismo


para modelar os dados do instrumento, podendo ser qualquer
informação contida nele. O objeto VARIABLE descreve uma grande
escala de propriedades, permitindo que o dado seja completamente
descrito. Toda variável deve possuir um nome e esse pode ser
referenciado em qualquer parte da DDL. Abaixo estão descritos os
10 atributos que a variável pode suportar, sendo obrigatório apenas
o TYPE.

›› LEABEL: especifica o texto que os aplicativos host devem exibir


quando a variável for referenciada.

›› HELP: especifica detalhes sobre a variável quando solicitado pelo


usuário.

›› CLASS: é utilizada para modelar o comportamento da variável.

›› VALIDITY: alguns equipamentos podem operar em diferentes


modos. Por exemplo, um transmissor de temperatura pode ser usado
para medição de temperatura ou como controlador de sinal, mas não
ao mesmo tempo. Desse modo, algumas funções do transmissor não
estarão disponíveis quando estiver operando em modo controlador.
O atributo VALIDITY verifica o modo apropriado, disponibilizando
ou não a variável para o usuário.

›› HANDLING: especifica a operação que o host deve executar. As opções


são READ e WRITE. READ indica que a variável deve ser lida pelo
equipamento e WRITE indica que o valor deve ser escrito. A maioria
dos equipamentos possui READ & WRITE como padrão.

›› CONSTANT_UNIT: se a variável tem um código de unidade que


não precisa ser alterado, pode ser especificado por esse atributo.
(Exemplo: corrente é sempre em amperes).

›› DEFAULT_VALUE: permite à DDL mudar valores por meio do host


quando o equipamento não estiver fisicamente conectado (operando
em modo off-line).

›› TYPE: esse é um item obrigatório, pois informa ao host qual será o


formato do dado e quantidade de bytes. Os tipos de dados da variável
para DDL são Integer, Unsigned Integer, Float, Double, Enumerated,
Index, ASCII, Password, Date e Time_Value. Alguns tipos de dados
(integer, unsigned_integer, float e double) possuem informações
adicionais e opcionais referente à formação, escala e limites.

39
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO ÀS REDES INDUSTRIAIS E FUNDAMENTOS DE FIELDBUS

›› Pre/Post actions: uma ação deve ser executada antes ou depois de


ler/escrever ou editar o valor de uma variável no equipamento.
Os métodos não possuem preferência, sendo executados na ordem
que foram definidos.

›› REFRESH_ACTIONS: os métodos definidos nesse atributo são


executados antes de exibir ou atualizar a variável na tela.

»» Criando comando (Command): o comando é um pacote de


dados utilizado para estabelecer a troca de informações entre o host
e o equipamento FF. Cada comando precisa ter um nome e pode ser
referenciado em outras partes da DD.

» » Criando Método (Method): a finalidade de um método


geralmente se encaixa em três categorias: interação do usuário,
que inclui receber os valores e obter sua confirmação antes de
continuar a execução do método; cálculos, entrando toda parte de
operação matemática de ordem mais elevada ou comparação de
valores; interação com o equipamento, que é o envio de comandos
e a interpretação de response_codes e status.

»» Criando menu: o menu são as opções apresentadas ao usuário,


permitindo que execute configurações e operações no equipamento de
forma prática. Normalmente, a DDL apresenta um menu principal e
divide as variáveis e métodos em vários submenus. Esse atributo deve
possuir um nome e pode ser chamado em qualquer setor da DD. Faz
parte da sua estrutura também:

›› LABEL: item obrigatório que tem como propósito informar seu


título quando o menu é referenciado.

›› HELP: informa em forma de texto o que deve ser mostrado caso seja
solicitado ajuda pelo host.

›› VALIDITY: analisa a condição do menu, tendo como resultado a sua


apresentação ou ocultação para o mesmo usuário.

›› STYLE: especifica condições que devem ser respeitadas pelo host


no momento em que a tela é exibida. É possível ter alguns tipos de
STYLE, como DIALOG (mostrados em modo dialog box e todos os
sub-menus devem ter essa característica), WINDOW (itens mostrado
em janelas fixas), PAGE, GROUP (aparece como um Group-Box) ou

40
INTRODUÇÃO ÀS REDES INDUSTRIAIS E FUNDAMENTOS DE FIELDBUS │ UNIDADE I

MENU (exibido como menu pull-up ou pull-down, mais conhecido


como cascata).

›› READ_ONLY: a variável não pode ser modificada, apenas lida.

›› NO_LABEL: o valor da variável deve ser exibido, ocultando seu Label.

›› NO_UNIT: o valor da variável deve ser exibido sem unidade de


engenharia.

A DDL, depois de finalizada e com a garantia de seu funcionamento, é enviada


para a associação Foundation, onde é realizada a conversão do arquivo binário
e disponibilizado para a biblioteca de todos os equipamentos host credenciados
pela associação. Caso não seja encontrado na biblioteca a DDL correspondente,
o host deverá avisar ao usuário e dar a opção de utilizar uma DDL genérica que
contém todos os comandos associados com os comandos universais. A DDL
genérica possibilita o acesso de algumas variáveis de processo, calibração básica,
configuração da escala de trabalho, status de processo e dados de identificação.

A HART Foundation disponibiliza uma ferramenta computacional chamada DD-


Edit (Figura 20), software para padronizar e facilitar a criação de uma DDL.
Além de esse aplicativo computacional permitir ao desenvolvedor escrever, testar
e analisar erros nos métodos (por meio de Breakpoints), ele permite, também,
simular o equipamento de campo caso não esteja conectado (modo off-line), com
o objetivo de testar a DDL.

Figura 20. Tela Inicial DD-Edit.

Fonte: próprio autor.

41
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO ÀS REDES INDUSTRIAIS E FUNDAMENTOS DE FIELDBUS

Para criar uma nova DD, selecione Projeto NEW, que irá abrir a tela para seleção
do tipo de arquivo, selecione DDL, escolha o nome (normalmente é utilizada à
descrição do produto, aqui chamamos de TESTE) e o local onde será salvo o
projeto.

Figura 21. Criando nova DD.

Fonte: próprio autor.

A próxima tela será para importar o arquivo conforme mencionado acima:

Figura 22. Importando arquivo DD.

Fonte: próprio autor.

42
INTRODUÇÃO ÀS REDES INDUSTRIAIS E FUNDAMENTOS DE FIELDBUS │ UNIDADE I

Figura 23. Exemplo de arquivo DD.

Fonte: próprio autor.

FDT/DTM
FDT (Field Device Tools) foi criado vários anos antes da EDDL, para que o
usuário não precisasse manter as diferentes definições de atributos para cada
dispositivo de campo em uso. O FDT permite que o fornecedor do dispositivo de
campo ofereça um único DTM (Device Type Manager) independente do Fieldbus
a ser usado para um projeto, enquanto o dispositivo host usa um servidor FDT
Framework que se comunica com os DTMs dos dispositivos de campo.

A maioria dos fornecedores de controle de processo adotaram a FDT,


especialmente aqueles que também suportam o Profibus PA. O FDT/DTM
foi desenvolvido com objetivos semelhantes ao DDL, mas direcionado para a
simplificação do software de engenharia usado para configurar sistemas com
dispositivos de campo inteligentes operando em várias redes diferentes. O
FDT é uma especificação que permite que qualquer dispositivo, seja ele um
instrumento ou um equipamento de rede intermediário, possa ser acessado por
um host independente do protocolo utilizado. O que se deseja é acessar toda a
informação disponível nos dispositivos de campo, sejam eles em tecnologia FF,
Profibus ou Hart para fins de configuração, engenharia, operação, monitoração,
calibração, manutenção e diagnóstico.

DTMs podem ser encarados como fazendo parte dos dispositivos. Eles são
criados pelo fornecedor do equipamento encapsulando todas as estruturas de
dados e procedimentos necessários para a interação host-dispositivo. DTMs
proporcionam todos os diálogos em um formato user-friendly para a interação
com o operador. Esse conceito foi inicialmente criado pela ABB e abraçado pela

43
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO ÀS REDES INDUSTRIAIS E FUNDAMENTOS DE FIELDBUS

Organização Profibus, que é quem oferece hoje a padronização para o mercado.


O padrão FDT utiliza XML e cada interface do componente apresenta uma certa
funcionalidade, como, por exemplo, configuração ou visualização de valores
medidos.

O DTM de um equipamento pode ir evoluindo durante todo o tempo da sua via útil.
Se novas funcionalidades são adicionadas, novas interfaces são definidas. Tanto
os instrumentos como os equipamentos de comunicação intermediários possuem
DTMs. Todos os equipamentos pertencentes a uma arquitetura necessitam de
uma DTM para serem visualizados.

Para auxiliar os desenvolvedores e usuários de instrumentos FF, algumas


empresas desenvolveram ferramentas baseadas em FDT/DTM que podem
ser usadas para informação, configuração, monitoração e visualização de
diagnósticos. Nesse documento, iremos estudar o software FieldMate da
Yokogawa. O software de aplicação FieldMate é uma componente-chave que
sintetiza o conceito de excelência de ativos (AE) da Yokogawa junto com o Plant
Resource Manager (PRM). O FieldMate está disponível nas versões básicas, que
permitem a configuração e ajuste de parâmetros, bem como a verificação de
status de um dispositivo de campo conectando diretamente um PC instalado no
FieldMate a um dispositivo Foundation™ Fieldbus H1. A versão avançada, por
outro lado, tem uma função de gerenciamento de dispositivos de campo além da
funcionalidade da versão básica. Além disso, o uso de DTMs de comunicação e
gateway, descritos mais adiante, permite que a versão avançada lide com outros
protocolos de comunicação, além do HART e do FF H1, e manipule dispositivos
de campo de um tipo diferente da conexão direta.

Figura 24. Tela inicial.

Fonte: próprio autor.

44
INTRODUÇÃO ÀS REDES INDUSTRIAIS E FUNDAMENTOS DE FIELDBUS │ UNIDADE I

»» Configuração: o FieldMate foi projetado assumindo que ele será


instalado em um notebook (My PC) usado diariamente pelo pessoal
de manutenção. O FieldMate é fornecido com um conjunto completo
das versões mais recentes fornecidas pela HART Communication
Foundation ou Foundation Fieldbus, incluindo as de outros dispositivos
de fornecedores. Eles também podem ser integrados posteriormente.
Possui função de gerenciamento de dispositivos de campo, essa função
armazena informações relacionadas à manutenção de dispositivos
de campo, como um banco de dados, e é uma função que facilita a
manutenção do dispositivo de campo. Função de comunicação de
campo é para os dispositivos HART e FF H1, o hardware dedicado
pode ser conectado diretamente a um dispositivo para estabelecer
comunicações.

Um arquivo EDD é um dicionário de dados que define os parâmetros do


dispositivo de campo e o método para acessar os parâmetros. Há um longo
histórico de arquivos EDD, e eles estão disponíveis para quase todos os
dispositivos Foundation Fieldbus H1 e HART. Além disso, há uma vantagem
para o fornecedor do host, pois todos os dispositivos de campo podem ser
manipulados de maneira semelhante, usando a mesma IHM. O gerenciador de
parâmetros oferece funções como gerenciamento de valores de parâmetros de
dispositivos de campo, exportação, edição e importação de um arquivo CSV,
comparação de parâmetros entre o dispositivo real e valores armazenados no
banco de dados/arquivo e download diferencial, usando a IHM padronizada
independente do modelo. O FieldMate permite o reconhecimento instantâneo
do dispositivo na conexão e na configuração mais rápida do dispositivo. Para
definir uma função usada com mais frequência para a tela superior e aumentar
a produtividade do trabalho com facilidade de operação.

Além da ferramenta citada acima, podemos utilizar a USB Fieldbus Interface da


empresa Emerson, que é uma interface para comunicação Foundation Fieldbus,
é simples de ser utilizada, basta conectar ao PC ou laptop via USB, possui as
seguintes vantagens:

»» use-se no campo ou no banco;

»» conecta-se ao AMS Device Manager para diagnósticos preditivos


avançados;

»» fornece energia de loop;

45
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO ÀS REDES INDUSTRIAIS E FUNDAMENTOS DE FIELDBUS

»» fácil instalação - drivers incluídos;

»» inclui comunicação DTM para uso com aplicações de quadros FDT.

A interface Fieldbus USB fornece o link de comunicação para os dispositivos FF


para comissionamento, calibração e solução de problemas. Quando usado com
um computador laptop, a Interface de Fieldbus USB pode ser levada para o campo
e usada como um “visitante” em um segmento de Fieldbus sem interromper a
operação adequada do segmento.

Figura 25. Interface Fieldbus USB.

Fonte: https://assets.tequipment.net/assets/1/7/Emerson-USB-Fieldbus-Interface-01.jpg.

Quando combinada com o AMS Device Manager, a interface Fieldbus USB


fornece uma poderosa ferramenta de configuração e solução de problemas, bem
como documentação do trabalho na trilha de auditoria do AMS Device Manager.
A interface Fieldbus USB oferece a flexibilidade e a capacidade de acessar
importantes diagnósticos preditivos de seus dispositivos Foundation Fieldbus no
campo ou na oficina de manutenção.

A interface Fieldbus USB pode ser usada em um segmento energizado ou


para alimentar o segmento. O software do utilitário é padronizado para o
modo NO POWER e pergunta se a energia deve ser fornecida pela interface.
Isso ajuda a impedir que você aplique energia acidentalmente a uma rede
Fieldbus já energizada. Ao usar em situações sem energia, como na bancada,
a interface de Fieldbus USB pode fornecer até 85 mA de potência para o
segmento Fieldbus. Você pode conectar a interface diretamente ao dispositivo
de campo sem se preocupar com fontes de alimentação, condicionadores de

46
INTRODUÇÃO ÀS REDES INDUSTRIAIS E FUNDAMENTOS DE FIELDBUS │ UNIDADE I

energia, terminadores etc. Um indicador LED indica se a energia está sendo


fornecida externamente ou através da interface Fieldbus USB.

Figura 26. Exemplo de conexão com 1 instrumento e com PLC.

Fonte: https://assets.tequipment.net/assets/1/7/Emerson-USB-Fieldbus-Interface-01.jpg.

O software de interface Fieldbus USB pode ser usado para comissionar dispositivos
FF, incluindo a atribuição de tags de dispositivos. Você também pode alterar uma
classe de dispositivo do Basic para o Link Master. Os dispositivos Fieldbus são
facilmente comissionados, descomissionados e atribuídos a tags de dispositivos
usando uma solução simples. O DTM de comunicação da interface permite a
configuração de dispositivos usando aplicativos de frame FDT de terceiros e uma
biblioteca dos DTMs de dispositivos da empresa. DTMs de dispositivos adicionais
de outros fornecedores estão disponíveis on-line. Se for necessário um recurso de
gerenciamento de ativos mais abrangente, a interface se conectará perfeitamente
ao AMS Suite da empresa.

Figura 27. Exemplo de conexão com 1 instrumento e com PLC.

Fonte: https://www.automationworld.com/article/technologies/networking-connectivity/foundation-fieldbus/emerson-usb-
fieldbus-interface-has.

47
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO ÀS REDES INDUSTRIAIS E FUNDAMENTOS DE FIELDBUS

FDI

Por meio da integração de dispositivos, as funções e informações dos


dispositivos podem ser disponibilizadas em um nível mais alto. Ambos,
dispositivos simples e complexos, precisam de integração. A integração
eficiente e economicamente viável de dispositivos requer tecnologia
padronizada e multiprotocolo para que as informações sobre o dispositivo
possam ser disponibilizadas em diferentes fabricantes. No passado, o
desenvolvimento de tal tecnologia uniforme foi inibido por muitos interesses
diferentes de organizações e fabricantes de automação, significando que
diferentes soluções técnicas foram criadas. As soluções atuais – EDDL
(Electronic Device Description Language) em vários formatos e FDT (Field
Device Technology) – têm seus pontos fortes e fracos, mas também se
sobrepõem em grande medida e, portanto, levam a despesas adicionais
para usuários, fabricantes e padronização.

Com o FDI, foi desenvolvida uma tecnologia que combina as vantagens do FDT
com as do EDDL em uma única solução escalável. O FDI leva em conta as várias
tarefas durante todo o ciclo de vida, tanto para dispositivos simples quanto
para os mais complexos, incluindo configuração, comissionamento, diagnóstico
e calibração. Líderes mundiais em sistemas de controle e fabricantes de
dispositivos, como ABB, Emerson, Endress + Hauser, Honeywell, Invensys,
Siemens e Yokogawa, juntamente com as principais associações FDT Group,
Foundation Fieldbus, HART Communication Foundation, OPC Foundation,
PROFIBUS e PROFINET estão apoiando e impulsionando o desenvolvimento
da tecnologia FDI juntos.

Um host FDI pode ser um software de gerenciamento de dispositivos como


parte do controle de processos ou do sistema de gerenciamento de ativos, uma
ferramenta de configuração de dispositivos em um laptop ou um comunicador de
campo portátil. O conceito baseia-se no modelo de arquitetura cliente-servidor,
um servidor fornece serviços que são acessados por vários clientes (geralmente
distribuídos). A arquitetura do FDI é baseada no modelo de informação usado
na Arquitetura Unificada do OPC (OPC UA), que oferece vantagens como
independência de plataforma. O servidor FDI importa pacotes de dispositivos em
seu catálogo interno de dispositivos, facilitando o gerenciamento das versões dos
pacotes, pois eles são gerenciados centralmente no FDI Server.

Outro conceito de FDT usado no FDI é a comunicação com integração


aberta de gateways e a integração de drivers de comunicação por meio

48
INTRODUÇÃO ÀS REDES INDUSTRIAIS E FUNDAMENTOS DE FIELDBUS │ UNIDADE I

de servidores de comunicação. No FDI, cada dispositivo é mapeado por


meio de um pacote FDI e integrado a um host FDI, o que se aplica aos
dispositivos de comunicação. Todas as operações e serviços necessários
para a comunicação são descritos e fornecidos em um formato padronizado
como parte de um pacote de comunicação FDI via código EDDL. O servidor
FDI cuida da execução e gerenciamento de todas as tarefas. Dispositivos
que são usados para acesso a redes requerem acesso a recursos de hardware.
Isso é implementado pelo FDI Communication Server.

49
CABEAMENTOS E FONTES
DE ALIMENTAÇÃO UNIDADE II
FIELDBUS

CAPÍTULO 1
Características de cabos

Para rede FF é utilizado um par de cabos trançados (IEC61158-2), contendo uma


malha de aterramento (Shield) envolvendo-os para que possa haver uma diminuição
nos níveis de ruído. Visando haver um melhor desempenho da rede Foundation, foi
criado um cabo específico com as seguintes características:

Quadro 3.
TIPO A B
Tamanho do cabo 18 AWG (0,82mm) 22 AWG (0,82mm)
Cobertura do Shield 90% 90%
Atenuação a 39 khz 3db/km 5db/km
Impedância característica a 31,25khz 100Ω±20% 100Ω±30%
Capacitância nominal 78nF/km 78nF/km
Resistência 44Ω/km 112Ω/km
Atraso de propagação máxima entre 0,25fr e 1,25fr 1,7µs/km 1,7µs/km
Fonte: próprio autor.

A norma IEC não determina qual o cabo a ser utilizado, o cabo tipo A é recomendado
a fim de garantir melhores condições de comunicação e distância. Além do cabo
mencionado acima, podemos utilizar outros tipos de cabos, desde que sejam
respeitados alguns parâmetros, conforme descrito na tabela abaixo.

Quadro 4.
PARÂMETRO CONDIÇÕES TIPO A TIPO B TIPO C TIPO D
Impedância característica, Zo, OHM. fr (31.25kHz) 100±20 100±30 ** **
Resistência DC máxima, Ω/km. Por Condutor 22 56 132 20
Atenuação máxima, dB/km 1.25fr(39kHz) 3.0 5.0 8.0 8.0
Área da seção transversal 0.8 0.32 0.13 1.25
#18AWG #18AWG #18AWG #18AWG
Capacitância máxima não balanceada (pF) 30m 2 2 ** **
Comprimento máximo, m 1900 1200 400 200
Capacitância (pF/m) 150 150 150
Atenuação (dB/km) 3 5 5
Obs.: Os cabos do Tipo C e D, apesar de listados acima, não são
recomendados.
Fonte: próprio autor.

50
CABEAMENTOS E FONTES DE ALIMENTAÇÃO FIELDBUS │ UNIDADE II

Embora a tabela acima mostre o comprimento do cabo, é recomendada a utilização


do fator de segurança para evitar possíveis problemas de comunicação. A FF
lançou a especificação FF-844, que é um descritivo de utilização dos cabos nos
seus diversos tipos. Algumas características devem ser respeitadas:

»» os cabos certificados pela FF devem ser na cor azul (para instalação


onde a instalação é intrinsecamente segura), contendo fitas de
poliéster metalizado com um mínimo de 90% de cobertura;

»» proteção ultravioleta para a capa externa;

»» o diâmetro externo deve ser respeitado para evitar problemas de


instalação, uma vez que a maioria dos prensa cabo utilizado nos
instrumentos possuem padrão de diâmetro.

Além de especificar os padrões e os diâmetros dos cabos, é de suma importância


manter os padrões os conectores M12 e 7/8’’- 16UN-2ª Thd. Para validação
de uma rede, devem-se somar todas as metragens existentes dentro da planta,
incluindo o cabo tronco as derivações e o spur.

Exemplo de cabo FF:

»» FIELDBUS 100Ω BLINDAGEM ELETROSTÁTICA TOTAL EM FITA


DE ALUMÍNIO INVERTIDA

»» Condutor: cobre eletrolítico, estanhado, encordoamento classe 2,


conforme NBR NM 280.

»» Isolação dos Condutores: Poliolefina sólida (105°C).

»» Classe de tensão: 300V.

»» Identificação dos condutores: azul e laranja.

»» Passo de torção: 50mm.

»» Separador total: fita não higroscópica em poliéster.

»» Blindagem eletrostática total: fita de alumínio + poliéster, invertida,


com condutor dreno 0,50mm² de cobre estanhado em contato
elétrico com a fita de alumínio.

51
UNIDADE II │ CABEAMENTOS E FONTES DE ALIMENTAÇÃO FIELDBUS

»» Cobertura: policloreto de vinila, tipo PVC ST2 (105° C) com


acabamento cilíndrico na cor laranja ou azul claro para segurança
intrínseca, com proteção UV.

Figura 28. Modelo de cabo FF.

Fonte: http://conduferes.com.br/produto/fieldbus-100/.

O comprimento máximo de um segmento H1 quando utiliza cabos de tipos


diferentes fica limitado, de acordo com a seguinte fórmula:

Onde:

LA é o comprimento do cabo A, LB é o comprimento do cabo B, LC é o


comprimento do cabo C, LD é o comprimento do cabo D, LA Max é o
comprimento máximo permitido com o cabo A (1900 m), LB max é o
comprimento máximo permitido com o cabo B (1200 m), LC max é o
comprimento máximo permitido com o cabo C (400 m), LD max é o
comprimento máximo permitido com o cabo D(200 m).

Com relação aos braços (spurs), é necessário estar atento aos seus
comprimentos. A quantidade de equipamentos (considerando os
repetidores quando houver) deve estar de acordo com o quadro 5. Em
áreas classificadas o spur máximo é de 30 m.

52
CABEAMENTOS E FONTES DE ALIMENTAÇÃO FIELDBUS │ UNIDADE II

Quadro 5. Spur x número de equipamentos H1.

Total de Comprimento do Comprimento do Comprimento do Comprimento do Comprimento do


equipamentos H1 Spur (m) com 1 spur (m) com 2 spur (m) com 4 spur (m) com 4 spur (m) com 5
por segmento equipamento equipamentos equipamentos equipamentos equipamentos
1 – 12 120 90 60 30 12 x 120 = 1440
13 – 14 90 60 30 1 14 x 90 = 1260
15 – 18 60 30 1 1 18 x 60 = 1080
19 – 24 30 1 1 1 24 x 30 = 720
25 – 32 1 1 1 1 1 x 32 = 32
Fonte: http://www.smar.com/PDFs/Manuals/GERAL-FFMP.pdf.

Obs.: O limite de capacitância do cabo deve ser considerado desde que o efeito
no sinal de um spur seja menor que 300 m e se assemelhe a um capacitor. Na
ausência de dados do fabricante do cabo, um valor de 0.15 nF/m pode ser usado
para cabos Fieldbus.

Ct =(Ls*Cs)+Cd

Onde:

Ct é a Capacitância total em “nF”,

LS é o Comprimento do spur em “m”,

Cs é a Capacitância do fio por segmento em “nF” e

Cd é a Capacitância do equipamento Foundation Fieldbus.

A atenuação associada a esta capacitância é 0.035 dB/nF. Sendo assim,


a atenuação total vale: A=Ct *Ls *0.035 dB / nF 〈14 Db. Sendo que 14 dB é
o que permitirá o mínimo de sinal necessário para haver condições de
detectado com integridade. Existem algumas regras que devem ser seguidas
em termos do cabeamento e separação entre outros cabos, quer sejam de
sinais ou de potência. Deve-se, preferencialmente, utilizar bandejamentos ou
calhas metálicas. Nunca se deve passar o cabo Fieldbus H1 ao lado de linhas
de alta potência, pois a indução é uma fonte de ruído e pode afetar o sinal
de comunicação. Além disso, o sinal Fieldbus deve ser isolado de fontes de
ruídos, como cabos de força, motores e inversores de frequência. Recomenda-
se colocá-los em guias e calhas separadas. O ideal é utilizar caneletas de
alumínio, onde se tem a blindagem eletromagnética externa e interna. As
correntes de Foucault são praticamente imunes, devido à boa condutibilidade
elétrica do alumínio. Convém lembrar que o cruzamento entre os cabos deve
ser feito em ângulo de 90º.

53
CAPÍTULO 2
Segmentos de proteção e instalações

Considerando que o cabeamento de uma rede é formado de alimentação e


comunicação em um único par de fios, devemos prevenir para que em casos de
defeito nos instrumentos não acarrete uma queda de comunicação em toda a
rede. Curto-circuito é um problema comum em qualquer instalação Fieldbus.
Os técnicos de manutenção podem forçar os cabos, a corrosão pode enfraquecer
as conexões e a vibração das bombas e os motores podem afrouxar os cabos e
conectores.

Os projetistas de segmentos devem se preocupar com o que poderia acontecer a


um segmento Fieldbus inteiro se qualquer instrumento entrar em curto-circuito
ou até mesmo se desconectar. É altamente recomendável que os segmentos
incorporem alguma forma de proteção contra curto-circuito de estímulo, que
pode ser ativa ou passiva. A proteção passiva é muito simples e geralmente
fornecida por fusíveis em cada derivação, que se rompem quando acontecer uma
falha (curto-circuito). Isso é barato e muito confiável, mas requer intervenção
manual, pois alguém precisa substituir o fusível queimado.

Os acopladores de dispositivos geralmente fornecem proteção ativa de explosão


em duas formas básicas: “limitação de corrente” e “retrocesso”. Os tipos de
limitação e retrocesso de corrente são redefinidos automaticamente após a
remoção da falha e normalmente incorporam LEDs para indicar o status de
ativação.

A técnica de limitação de corrente limita a quantidade de energia que o


curto-circuito pode obter entre 40 e 60mA (dependente do fornecedor), mas
também mantém essa falha no segmento continuamente. Embora esse design
proteja o segmento do curto inicial, o consumo de corrente adicional do curto pode
privar outros instrumentos do segmento de energia, sobrecarregar a alimentação
do segmento e possivelmente causar falhas catastróficas no segmento. Se os
projetos de limitação de corrente forem usados, assegure-se de que a fonte de
alimentação do seu segmento possa suportar as cargas adicionais.

Como exemplo de proteção, temos um modulo de 8 derivações (FF-FDG-


8P) da empresa Sense Eletrônica Ltda. Esse módulo possui uma proteção de
corrente de 40mA, se um modulo entrar em curto-circuito, é isolado da rede,
impossibilitando que a comunicação da rede “caia” por completo, além de

54
CABEAMENTOS E FONTES DE ALIMENTAÇÃO FIELDBUS │ UNIDADE II

possuir terminação integrada e led de sinalização por canal. A figura 29 mostra


como é a disposição das derivações.

Figura 29. Exemplo de rede com barreiras de proteção.

Fonte: https://www.sense.com.br/arquivos/produtos/arq0/Protetor%20e%20Segmento%20PA%20e%20FF.pdf.

Os protetores de segmento são derivadores que incorporam uma proteção


eletrônica contra curto-circuito para cada segmento de rede e suas
derivações. Todas as versões são fornecidas com prensa, cabos e conectores
duplo plug-in para a entrada/saída da rede e conectores plug-in para as
derivações (spurs).

»» Identificação visual de terminador ativo.

»» Identificação visual do spur em curto rápido de detecção da falha.

»» Perda apenas do equipamento em curto.

»» A rede se mantém mesmo com múltiplos curtos.

55
CAPÍTULO 3
Arquitetura com instalação FISCO e
redundância

O termo FISCO (Conceito Intrinsecamente Seguro FieldBus) vem para controlar


a energia do barramento e para evitar uma explosão, levando-se em conta a
variação das características do cabo (R’, L’, C’) e terminadores, atendendo
categorias e grupos de gases com uma simples avaliação da instalação.

Foi baseado em tentativas reais de campo e experimentos feitos pelo


PTB (Physikalisch-Technische Bundesanstalt). Uma vez que esse padrão
IEC60079-15 é baseado em experimentação, todas as instalações devem
operar dentro dos limites nos quais foram experimentados.

As principais vantagens do FISCO, são:

»» maior corrente de barramento, permitindo mais dispositivos de campo


por segmento;

»» eliminação de cálculos de parâmetros de cabo;

»» simplificação da documentação de segurança – apenas uma lista de


dispositivos;

»» adição de novos dispositivos sem revisar o caso de segurança.

Fontes de alimentação, terminadores, cabos e instrumentos para uso em sistemas


FISCO devem cumprir alguns requisitos, como tensão entre 14 a 17,5 VDC, deve
estar de acordo com a IEC 60079-11, porém não excedendo a corrente de 380 mA,
o comprimento do cabo de um sistema é limitado em 1.000 metros no caso de gases
do grupo IIC A e B e 1.900 metros no caso dos grupos IIB C e D (determinado pela
norma FF-831). O máximo de comprimento de cabo para um spur é de 60 metros,
podendo ser até 120 metros, respeitando os cálculos estipulados pela IEC 60079-
27 em todo o segmento. Além desses mencionados, devem ser verificados os itens
do quadro abaixo.

56
CABEAMENTOS E FONTES DE ALIMENTAÇÃO FIELDBUS │ UNIDADE II

Quadro 6. Parâmetro FISCO.

EEx ia IIC (Grupos A-D) EEx ib IIB (Grupos C, D)


CABLE
Loop resistance R‘ 15 - 150 Ω/km
Loop inductance L‘ 0.4 - 1 mH/km
C’ = C’conductor/conductor + 0.5 C’conductor/screen if the bus circuit is potential-free (balanced)
C’ = C’conductor/conductor + 0.5 C’conductor/screen if the bus circuit is potential-free (balanced)
FIELD DEVICE
Ui 17.5 V min.
Ii 380 mA min.
Pi 5.32 W min.
Classification EEx ia IIC or Ex ib IIC (Groups A-D), T4
Maximum number of field devices 32
Internal capacitance 5 nF max.
Internal inductance 10 µH max.
TERMINATOR 90 – 102 Ω 0.8µF - 1.2µF (limited by FF specification)
Fonte: http://www.providercontrols.com.br/catalogos/system-engineering-guideline-ff.pdf.

Quando os componentes individuais tiverem sido projetados e certificados


de acordo com esses requisitos e contiverem a marcação FISCO, poderão ser
montados sem a aprovação adicional. O critério para tal interconexão é que a
tensão (Ui), a corrente (Ii) e a potência (Pi) que o aparelho intrinsecamente
seguro pode receber e ainda permanecer intrinsecamente seguro, considerando
falhas, devem ser iguais ou maiores que a tensão (Uo ), a corrente (Io) e a potência
(Po) que pode ser fornecida pelo aparelho associado (fonte de alimentação). Além
disso, a capacitância residual máxima desprotegida (Ci) e a indutância (Li) de
cada aparelho (exceto os terminadores) conectado ao barramento de campo deve
ser menor ou igual a 5nF e 10µH, respectivamente.

57
CAPÍTULO 4
Terminadores

Cada segmento FF deve ter dois terminadores instalados nos extremos do cabo
tronco (rede principal) para evitar reflexões. Quando um sinal trafega por um
cabo e encontra uma descontinuidade, como um circuito aberto ou curto, produz
uma reflexão. A parte do sinal que ecoa da descontinuidade e viaja na direção
oposta gera uma forma de ruído que distorce o sinal. A solução para essa reflexão
são os terminadores.

O terminador consiste em um circuito em série formado por um capacitor de 1µF


e um resistor de 100Ω.

Figura 30. Terminador.

Fonte: próprio autor.

Alguns instrumentos de campo podem ter terminadores incorporados. Esses


terminadores podem ser permanentemente instalados, ligados ou desligados
usando uma chave On/Off, ou com apenas um jumper. Os usuários não devem
fabricar seus próprios terminadores, de acordo com esse diagrama, uma vez que a
maioria das plantas FF está instalada em áreas altamente explosivas.

A falta de terminador pode aumentar o sinal em 70% e o excesso, isto


é, um terminador a mais, pode atenuar o sinal em 30%, abaixo segue o
detalhamento dos sinais de comunicação, mostrando a ausência e o excesso
dos terminadores.

Segue um modelo de terminador da empresa Smar. O BT302 é um


terminador de barramento Fieldbus projetado especificamente para
aplicações em plantas industriais. Ele foi desenvolvido de acordo
com os requisitos da norma ISA-S50.02-1992 (IEC 61158-2) e pode
ser utilizado tanto em áreas seguras quanto classificadas, segundo as

58
CABEAMENTOS E FONTES DE ALIMENTAÇÃO FIELDBUS │ UNIDADE II

especificações das normas de segurança intrínseca. A sua concepção,


apesar de simples, é bastante eficaz. Consiste em um circuito RC em
série, com componentes de alta precisão e de baixas variações em
temperatura. O circuito está acondicionado em um invólucro de fácil
instalação e totalmente vedado, portanto, protegido contra umidade
e outros fatores ambientais. O dispositivo BT302 pode ser instalado
tanto em painel, quanto em interiores de caixas de distribuição.

Figura 31. Modelo de terminador.

Fonte: http://www.smar.com/brasil/produto/bt302-terminador-de-barramento-foundation-fieldbustm-profibus-pa.

Figura 32. Formas de ondas típicas do H1 de acordo com a terminação.

500 mV
400mV

750 mV a 1000mV

- 500 mV
- 400mV
Sem BT ativo
Com mais de 02 BT ativo
BT OK
Fonte: www.smar.com/PDFs/Manuals/GERAL-FFMP.pdf.

59
UNIDADE II │ CABEAMENTOS E FONTES DE ALIMENTAÇÃO FIELDBUS

Figura 33. Forma de onda sem terminador BT ativo.

Fonte: adaptada de www.smar.com/PDFs/Manuals/GERAL-FFMP.pdf.

Figura 34. Forma de onda com mais de 02 BT ativo.

Fonte: adaptada de www.smar.com/PDFs/Manuals/GERAL-FFMP.pdf.

Figura 35. Forma de onda BT correto.

Fonte: adaptada de www.smar.com/PDFs/Manuals/GERAL-FFMP.pdf.

60
CABEAMENTOS E FONTES DE ALIMENTAÇÃO FIELDBUS │ UNIDADE II

Figura 36. Posição dos terminadores nas topologias árvore ou estrela e barramento.

Instale 2 terminadores Árvore


nas pontas do tronco

Terminador
Tronco

Fonte com impedância


ativa e terminador Derivações

Terminador Barramento
Terminador
Tronco

Fonte: adaptada de www.smar.com/PDFs/Manuals/GERAL-FFMP.pdf.

61
CAPÍTULO 5
Conceito FNICO

Embora concebidos para circuitos Fieldbus intrinsecamente seguros, os


princípios do FISCO podem ser aplicados com benefícios iguais aos circuitos de
barramento em áreas da Zona 2 e Divisão 2, onde o risco de explosão é esperado
somente em circunstâncias anormais. O tipo de proteção “n” para a Zona 2 e
a proteção não inflamável para a Divisão 2 são técnicas bem estabelecidas, e
é para isso que o FNICO (Fieldbus Non-incendive Concept) – o Conceito Não
Incendiável da Fieldbus – tem sido aplicado.

A FNICO, portanto, traz os benefícios da FISCO para a da Zona 2 e Divisão 2, e


explora os requisitos em termos de fatores de segurança, tensão e corrente. O
conjunto de regras resultantes tem a mesma facilidade do FISCO, com ainda mais
energia disponível para o tronco do Fieldbus. Os principais benefícios do FISCO
que são transferidos automaticamente para o FNICO são os seguintes:

»» avaliação de segurança simples;

»» a documentação de segurança é reduzida a uma lista de dispositivos;

»» novos dispositivos podem ser adicionados sem reavaliar o caso de


segurança;

»» eliminação dos cálculos dos parâmetros do cabo, desde que o cabo


cumpra com um requisito mínimo de resistência, capacitância e
indutância por unidade de comprimento.

O FNICO também tem os seguintes benefícios adicionais quando comparado com


o FISCO:

»» Níveis mais altos de corrente disponível para a fiação de campo,


permitindo que mais dispositivos de campo sejam conectados ao
tronco da área de risco.

»» Uma escolha mais ampla de aprovações de dispositivos de campo.


Os dispositivos podem ter qualquer uma das seguintes aprovações:
ExnL, não incendiável, IS (entidade) ou IS (FISCO).

»» Regras para estabelecer compatibilidade de segurança entre os


dispositivos de campo e a fonte de alimentação Fieldbus.

62
CABEAMENTOS E FONTES DE ALIMENTAÇÃO FIELDBUS │ UNIDADE II

Os requisitos para os sistemas FNICO estão agora contidos na IEC 60079-27, que
foi publicada como um padrão completo em abril de 2005.

O padrão inclui FISCO e FNICO, com base em uma decisão do comitê técnico
para manter os dois conceitos de Fieldbus em um documento e substituir a
especificação técnica FISCO anterior.

Outra grande vantagem da abordagem de não incendiável é que a classificação


de temperatura é determinada em operação normal. Ao considerar dispositivos
de campo não inflamáveis, a classificação de temperatura é determinada pelo
consumo de energia do dispositivo e é independente da energia disponível
da fonte. Da mesma forma, a corrente relevante é a corrente consumida pelo
dispositivo e não a corrente de alimentação disponível.

Como os Fieldbuses devem ser capazes de adicionar ou desconectar


instrumentos sem perder dados ou cortar energia, certificá-los em uma área
perigosa precisa permitir alguma atividade na fiação elétrica. Embora o
termo “não incendiável” seja comumente aplicado a técnicas gerais de fiação
para a Divisão 2, usá-lo na FNICO significa especificamente “limitado pela
energia” da mesma forma que para segurança intrínseca. Isso é diferente dos
circuitos “não arqueados” da Divisão 2, que não permitem centelhamento
ou faíscas. Circuitos com energia limitada podem ser trabalhados ao vivo,
enquanto estiverem sob energia e na presença de uma atmosfera inflamável.
Isso se justifica porque a operação normal inclui abertura, curto-circuito
e aterramento da fiação de campo. Não incendiário, difere da segurança
intrínseca no fator de segurança aplicado e consideração de falhas.
Consequentemente, os circuitos de Fieldbus FNICO podem ser abertos, em
curto ou aterrados sem risco de ignição e sem a necessidade de monitoramento
de gás. Além disso, essa mesma regra se aplica ao tronco e às derivações, de
modo que não é necessário aplicar procedimentos de manutenção diferente e
potencialmente confusos a diferentes partes do circuito de campo.

Os principais componentes da camada física de uma instalação típica da FNICO são:

»» fonte de alimentação;

»» cabos;

»» terminação;

»» instrumentos Fieldbus.

63
UNIDADE II │ CABEAMENTOS E FONTES DE ALIMENTAÇÃO FIELDBUS

Em casos simples, a fonte de alimentação FNICO está localizada na interface


entre as áreas seguras e perigosas. As conexões ao sistema de controle do host
são feitas em seus terminais de “área segura” e as do tronco de campo ocorrem
em seus terminais de “área perigosa”. Ele combina as funções necessárias para
comunicações confiáveis ​​do Fieldbus, que são definidas pelos padrões apropriados
do Foundation Fieldbus, com as de uma interface limitada por energia. Isso é
semelhante à construção de uma barreira IS na saída de uma fonte de alimentação
Fieldbus, embora, nesse caso, a barreira atenda somente aos requisitos da
Divisão 2. Tensão, corrente e potência disponível na saída da fonte e o número de
instrumentos de campo que podem suportar, são determinados pelo Gas Group
para o qual foi projetado.

Uma fonte de alimentação típica da FNICO incorpora uma função de repetidora,


conexões para entrada de alimentação de 24 V CC e um terminador comutável.
Se instalado em um gabinete adequado, ele pode ser localizado em uma área
classificada da Divisão 2, o que adiciona flexibilidade e permite topologias mais
complexas.

Da mesma forma, os cabos do sistema FNICO são definidos pelos requisitos


operacionais normais da Foundation Fieldbus H1 e pelas considerações de
armazenamento de energia necessárias para a segurança. No entanto, nenhum
dos dois impõe uma carga onerosa. Operacionalmente, cabos aceitáveis para
instalações em área segura podem ser usados. Esses podem incluir tipos especiais
para Fieldbus e, com algumas limitações de comprimento, cabos existentes de
instalações analógicas.

As restrições de segurança para os cabos FNICO são as mesmas que as para


a FISCO e são atendidas pela maioria dos tipos de cabos convencionais.
Enquanto isso, o crescimento do Fieldbus levou à introdução de hubs de
fiação especialmente projetados. Esses são geralmente módulos com conexões
pré-determinadas de troncos e ramais, possivelmente embutidos em uma
caixa de junção montável em campo. Isso economiza tempo de instalação
e evita a complexidade de montar uma unidade equivalente a partir de
terminais montados em trilho DIN. Em um sistema FNICO, os requisitos são
simples, o hub de fiação e seu gabinete devem ser adequados para a Divisão
2 e apropriados para seu ambiente instalado. Isso não é difícil porque os
componentes de fiação aprovados estão disponíveis para instalação em uma
caixa de junção de escolha do usuário. Notavelmente, gabinetes à prova de
explosão não são necessários na Divisão 2.

64
CABEAMENTOS E FONTES DE ALIMENTAÇÃO FIELDBUS │ UNIDADE II

Por fim, a FNICO se beneficia de regulamentações para áreas de perigo


anormal ou não frequente, usando instrumentos Fieldbus certificados pela IS.
Basicamente, os instrumentos de SI podem ser usados em um sistema FNICO.
A caixa de segurança é feita facilmente porque um instrumento IS é projetado
para ser seguro na Zona 1 ou 0 e, portanto, excede quaisquer requisitos de
construção para a Divisão 2. Ela possui valores máximos de tensão de entrada,
corrente e potência que não devem ser excedidos. A fonte de alimentação FNICO
tem valores equivalentes atribuídos à sua saída. Os sistemas FNICO podem,
portanto, ser montados usando dispositivos certificados pela IS, e dispositivos
com a aprovação “Entity” e FISCO podem ser usados.

65
CAPÍTULO 6
DART (Dynamic Arc Recognition and
Termination)

A tecnologia DART permite a segurança intrínseca de um circuito elétrico com


uma maior potência durante a operação normal. No caso de uma condição
indesejada e potencialmente ameaçadora, como a abertura ou fechamento do
circuito elétrico, a tecnologia DART coloca o circuito em um estado seguro
antes que os níveis críticos sejam atingidos. Uma faísca causada pela abertura
ou fechamento de um circuito elétrico tem uma mudança de corrente e tensão
muito característica e facilmente detectável. Essa alteração é detectada pela
tecnologia DART e o circuito é desligado em apenas alguns microssegundos (µs).
Assim, mesmo em níveis de potência mais elevados, as faíscas nunca se tornam
incendiárias. Em circuito com longos comprimentos de cabo, o DART tem que
levar em conta o tempo requerido para a mudança na corrente causada por uma
falha, quanto mais longo for o cabo, mais curto será o tempo disponível para a
detecção da falha. A energia liberada é determinada pela potência convertida
no ponto da falta integrada ao longo do tempo até a desconexão efetiva. Os
seguintes parâmetros físicos são os responsáveis por isso:

»» a potência, determinada pela tensão de alimentação e pela corrente de


carga;

»» o tempo, compreendendo o atraso de propagação do sinal no cabo e o


tempo de reação da fonte de alimentação;

»» a energia armazenada no cabo de conexão;

»» o comportamento da carga.

A tecnologia DART utilizada em uma rede Foundation Fieldbus é também


conhecida no mercado como barreira de campo, várias empresas comercializam
equipamentos com está tecnologia, empresas como: Sense eletrônica Ltda, Pepperl
Fuchs, Nova Smar etc. Aqui, iremos apresentar a barreira de campo da empresa
Sense Eletrônica Ltda, modelo FF/PA-FDG-4B-P12-P12-Ex. Como o próprio nome
já diz, é uma barreira comum para a rede Foundation Fieldbus e para a Rede
Profibus PA.

66
CABEAMENTOS E FONTES DE ALIMENTAÇÃO FIELDBUS │ UNIDADE II

Figura 37. Protetor de segmento.

Fonte: adaptada de https://www.sense.com.br/site/buscar?q=ff%2Fpa.

O processo de instalação é simples, a figura 37 mostra uma caixa com presa cabo
na lateral (entradas e saídas dos cabos), onde os dois superiores são utilizados
para a entrada e saída do cabo tronco (cabo principal). Para conectá-lo à rede,
iremos “romper” o cabo tronco (Figura 38) e conectar as duas extremidades em
um conector duplo (Figura 39), isso se faz necessário para que possamos conectar
algumas barreiras em todo o seguimento sem que haja interrupção na comunicação
em caso de uma possível manutenção.

O restante dos prensa-cabos são as derivações, onde iremos conectar nossos


instrumentos (spurs). Para cada ponto, podemos conectar um instrumento com
carga máxima de 40mA (Figura 40), esse ponto possui um sistema DART que irá
proteger o segmento de falhas causadas pelo instrumento. Isto é, se um instrumento
entrar em curto-circuito, o sistema reduzirá a potência e não permitirá que haja
centelhas e protegerá o cabo tronco para que o segmento não perca a comunicação.

Figura 38. Conexão do cabo tronco.

Fonte: adaptada de https://www.sense.com.br/site/buscar?q=ff%2Fpa.

67
UNIDADE II │ CABEAMENTOS E FONTES DE ALIMENTAÇÃO FIELDBUS

Figura 39. Conexão do cabo tronco.

Fonte: adaptada de https://www.sense.com.br/site/buscar?q=ff%2Fpa.

Figura 40. Exemplo de conexão FF com barreira.

FONTE + PLC

Barreiras de
campo

Cabo TRONCO

(SPURS)
Fonte: adaptada de https://www.sense.com.br/site/buscar?q=ff%2Fpa.

Grande parte das barreiras de campo possuem internamente terminações


que podem ser ligadas conforme necessidade e seguindo as regras conforme
mencionado no capítulo 4 – terminadores.

68
CAPÍTULO 7
Testes e instalação dos cabos

É sugerida a utilização de terminais de desconexões (marshaling) em toda a


rede Foundation Fieldbus durante o processo de instalação, esses pontos irão
permitir a verificação de cada segmento, podendo garantir que o aterramento,
a isolação e a alimentação estarão corretas para serem comissionadas. Para
verificação de um cabeamento de rede, será necessário medir e analisar algumas
características fundamentais para uma boa comunicação, tais como resistência,
capacitância e tensão.

Conforme a Norma IEC60.227, alguns limites de isolação dos cabos devem ser
respeitados. Para cabos que podem operar com tensão de 300V, devem ser testados
com tensão de 1000VAC por 1 minuto (essa tensão deve ser aplicada entre os
dois condutores e também entre um condutor e o shield – blindagem), para cabo
que operar com tensão de 500V dever ser aplicado uma tensão de 1500VAC por
5 minutos. Para os testes de isolação, é utilizado o equipamento Megohmetro
(Megger).

Obs.: Antes de verificar as medições, certifique-se quer essas estejam concluídas


e que as derivações estejam conectadas, é importante que nenhum dispositivo
de campo (instrumento) esteja conectado à rede (isso irá alterar os valores de
resistência e capacitância).

Valor de resistência:

»» “+” (positivo) para “-“ (negativo) a resistência deve estar > 50KΩ;

»» “+” (positivo) para “shield” (drain) a resistência deve estar > 20MΩ;

»» “-” (negativo) para “shield” (drain) a resistência deve estar > 20MΩ;

»» “+” (positivo) para “aterramento” a resistência deve estar > 20MΩ;

»» “-” (negativo) para “aterramento” a resistência deve estar > 20MΩ;

»» “shield” (drain) para “aterramento” a resistência deve estar > 20MΩ.

Valor de capacitância:

»» “+” (positivo) para “-” (negativo) a capacitância deve estar de 0.80 to


1.20 µF;

»» “+” (positivo) para “shield” (drain) a capacitância deve ser < 300 nF;

69
UNIDADE II │ CABEAMENTOS E FONTES DE ALIMENTAÇÃO FIELDBUS

»» “-” (negativo) para “shield” (drain) a capacitância deve ser < 300 nF;

»» “+” (positivo) para “aterramento” a capacitância deve ser < 300 nF;

»» “-” (negativo) para “aterramento” a capacitância deve ser < 300 nF;

»» shield” (drain) para “aterramento” a capacitância deve ser < 300 nF.

É importante preencher o Formulário de checkout da rede Fieldbus, segue


modelo:

Formulário de checkout
Company/Location _______________Unit/Description______________________________
Controller No ____________________Fieldbus Card No ________Port No ______________
Step 1: Resistance measurement at the H1 network/segment conductors coming in
from the Field
(+) to (-) signal Expected = > 50 K ohm (increasing) Actual =___________________________
(+) to shield Expected = open circuit >20 MW Actual =_______________________________
(-) to shield Expected = open circuit > 20 MW Actual =_______________________________
(+) to ground bar Expected = open circuit > 20 MW Actual =___________________________
(-) to ground bar Expected = open circuit > 20 MW Actual =____________________________
Shield to ground Expected = open circuit > 20 MW Actual =____________________________
Bar
Step 2: Capacitance measurement at the H1 network/segment conductors coming in
from the field
(+) to (-) signal Expected = 1 µF( +/- 20%) Actual =_________________________________
(+) to shield Expected = < 300 nF Actual =______________________________________
(-) to shield Expected = < 300 nF Actual =_______________________________________
(+) to ground bar Expected = < 300 nF Actual =___________________________________
(-) to ground bar Expected = < 300 nF Actual =____________________________________
Shield to ground Expected = < 300 nF Actual =____________________________________
bar
Step 3: DC voltage measurement at Fieldbus power supply/conditioner
(+) to (-) signal Expected = 18.6 -19.4 VDC Actual =________________________________
(+) to (-) signal Expected = 25 to 28 VDC Actual =__________________________________
Technician________________________________Pass ___________ Fail____________
Date_________________________________________________________________
Fonte: http://www.providercontrols.com.br/catalogos/system-engineering-guideline-ff.pdf.

A prática de boa instalação sugere que separemos os tipos de cabos elétricos por
uma razão de segurança, pois um instalador pode acidentalmente vir a manusear
em um cabo de alta tensão esperando ser de baixa tensão e também pode ajudar a
minimizar os efeitos de EMC (acoplamento eletromagnético) entre os condutores.

70
CABEAMENTOS E FONTES DE ALIMENTAÇÃO FIELDBUS │ UNIDADE II

A IEC 61000-5-2:1997 compatibilidade eletromagnética: Diretriz sobre instalação


e Diminuição de Ruídos define diferentes tipos de classes para diferentes tipos de
cabos baseada nos níveis de energia.

Tipos de classes:

»» Classe1: a classe 1 é dividida em Classe 1A e 1B onde 1A estão os cabos


que carregam sinais analógicos (transdutores de saída em milivolts e
alimentadores de Antenas receptoras de rádio) e para 1B estão os cabos
de comunicação para alta velocidade, tais como Ethernet.

»» Classe 2: para cabos onde trafegam sinais levemente sensíveis,


como comunicações digitais analógicas comuns (4-20mA, 0-10Ve
sinais abaixo de 1MHz, RS422, RS485) e entradas e saídas digitais.

»» Classe 3: para cabos onde trafegam sinais de leve interferência,


tais como distribuição AC de baixa voltagem (< 1KV) ou energia DC
(energia de telecomunicações de 48V).

» » Classe 4: para cabos onde trafegam sinais de forte interferência,


incluindo todas as entradas e saídas de energia para drives de
motores e conversores de energia. Além de se aplicar aos cabos
associados a soldadores elétricos, equipamentos de RF, motores
AC/DC, e equipamentos similares que apresentam ruído.

»» Classe 5 e 6: são reservadas para cabos de média e alta voltagem.

Obs.: Devemos trabalhar com distância de no mínimo 30 mm entre os cabos de


diferentes classes. Se houver cabos de inversores de frequência ou outra fonte de
potencial muito ruidosa, a distância deve ser o dobro da especificada acima.

71
CAPÍTULO 8
Aterramento

Neste capítulo, trataremos a respeito de aterramento, blindagem e os possíveis


danos que eles podem causar em uma instalação. Esses itens são fundamentais
para que se tenha um bom nível de comunicação, é comum encontrar plantas
com instrumentos que, de tempos em tempos, perdem a comunicação, o que
chamamos de intermitência da planta, em muitos casos, entorno de 50% dessa
intermitência é causada pela falta de aterramento ou blindagem conectada em
pontos inadequados.

A instalação inadequada do aterramento pode propiciar a entrada de ruídos na


comunicação, atrapalhando a integridade dos dados. O ruído é um sinal elétrico
indesejado que altera o sinal de verdadeiro, podendo ser fonte geradora de um sinal
na rede FF muito além do suportado pelos instrumentos, causando, assim, danos
irreversíveis ao instrumento. O ruído pode ser gerado por motores, inversores de
frequência, motores de alta potência, soldas elétricas e fornos de indução. Como
fonte de ruído, além dos citados acima, podemos ter:

»» a EMI (interferência eletromagnética);

»» a RFI (interferência de radiofrequência);

»» caminhos de fugas nos terminais de entradas dos equipamentos;

»» arcos;

»» 60Hz;

»» etc.

O ruído pode ser modo-comum ou modo-diferencial.

Figura 41. Modo-Comum e Modo-Diferencial.


MODO-DIFERENCIAL MODO-COMUM

circuito circuito
fonte
de
Fonte Fonte ruído

VN
fonte
VN
de
ruído

GND GND GND

Fonte: adaptada de https://micro.rohm.com/en/techweb/knowledge/emc/s-emc/01-s-emc/6899.

72
CABEAMENTOS E FONTES DE ALIMENTAÇÃO FIELDBUS │ UNIDADE II

»» Modo-Comum: é o caso mais comum nas plantas, é o ruído que está


no mesmo sentido da fonte de alimentação, conforme mostra a figura
acima, e sempre está relacionado ao GND.

»» Modo-Diferencial: são sinais que circulam em direção oposta ao


GND. Entra no sinal como uma tensão diferencial e não pode ser
distinguido pelo transdutor, onde a interferência acontece entre as
linhas de sinal.

O aterramento é o ponto onde se cria um caminho de baixa resistência para a


circulação de corrente que está entre o circuito elétrico e o terra. A função do
aterramento é a proteção para o modo-comum e para tensões altas (evite LOOP
de terra, pois é potencialmente perigoso).

O aterramento é um ponto crítico para todo projeto de instrumentação e


controle. Para a rede FF, o shield deve ser conectado a dois pontos, na CPU
(Entrada da Rede) e no final da Rede. É fundamental que toda a malha esteja
conectada entre si, em muitos casos as caixas de junção possuem um conector
de 3 vias onde “entramos e saímos” com o cabo tronco, é importante verificar
que a conexão nesses pontos estejam bem-feitas. Uma simples falha na conexão
(aperto inadequado dos conectores) pode causar perda de comunicação e
indução de ruído entre os segmentos.

Quando houver alguma diferença de potencial entre os pontos de aterramento,


permitindo a ocorrência de uma corrente de LOOP, é recomendado que o
ponto de aterramento seja único. Nesse caso, o aterramento do instrumento é
conectado ao aterramento da planta em um único lugar, na fonte de alimentação
ou na barreira de segurança intrínseca. É recomendado que o shield do cabo FF
seja aterrado junto ao gabinete do sistema de controle. Em um instrumento
de campo, a blindagem do cabo não deve ser conectada ao aterramento do
instrumento ou ao chassi.

Devemos lembrar que o cabo e a sua distribuição são fatores a serem


considerados em favor da minimização de ruídos. É recomendado o uso da
blindagem, que age basicamente como uma gaiola de Faraday e tem sua
eficiência maximizada contra ruídos em modo-comum quando é aterrada
na fonte de sinal. Além disso, garante a maior proteção à EMI. O maior
problema causado pela EMI são as situações esporádicas e que degradam
aos poucos os equipamentos e seus componentes. Os mais diversos
problemas podem ser gerados pela EMI. Por exemplo, em equipamentos

73
UNIDADE II │ CABEAMENTOS E FONTES DE ALIMENTAÇÃO FIELDBUS

eletrônicos, podemos ter falhas na comunicação entre dispositivos de


uma rede de equipamentos e/ou computadores, alarmes gerados sem
explicação, atuação em relés que não seguem uma lógica e sem haver
comando para isto, queima de componentes e circuitos eletrônicos etc. É
muito comum a presença de ruídos na alimentação pelo mau aterramento
e blindagem, ou mesmo erro de projeto.

Quanto ao aterramento, a dica é agrupar circuitos e equipamentos com


características semelhantes de ruído em distribuição em série e unir esses
pontos em uma referência paralela. Um erro comum é o uso do terra de
proteção como terra de sinal. Lembre-se que este terra é muito ruidoso
e pode apresentar alta impedância. É interessante o uso de malhas de
aterramento, pois apresentam baixa impedância. Condutores comuns com
altas frequências apresentam a desvantagem de terem alta impedância.
Devem-se evitar os loops de correntes. O sistema de aterramento deve
ser visto como um circuito que favorece o fluxo de corrente sob a menor
indutância possível.

Deve-se evitar splice, que é qualquer parte da rede que tenha comprimento
descontínuo de um meio condutor especificado, por exemplo, remoção de
blindagem, troca do diâmetro do fio, conexão a terminais nus etc. Em redes com
comprimento total maior do que 400 m, a somatória de todos os comprimentos
de todos os splices não deve ultrapassar 2% do comprimento total e, ainda, em
comprimentos menores do que 400 m, não deve exceder 8 m.

Fonte: http://www.smar.com/brasil/noticias/conteudo/aterramento-blindagem-ruidos-e-dicas-
de-instalacao.

De acordo com a IEC61158-2, aterrar significa estar permanentemente


conectado ao terra por meio de uma impedância suficientemente baixa
e com capacidade de condução suficiente para prevenir qualquer tensão
que possa resultar em danos de equipamentos ou pessoas. Linhas de
tensão com 0V devem ser conectadas ao terra e serem galvanicamente
isoladas do barramento Fieldbus. Deve-se assegurar a continuidade da
blindagem do cabo em mais de 90% do comprimento total.

74
CAPÍTULO 9
Supressor transiente

Sempre que se tem uma distância efetiva maior que 100 m na horizontal ou
10 m na posição vertical entre dois pontos aterrados, recomenda-se o uso de
protetores transitórios, nos pontos inicial e final da distância. Na horizontal, seu
uso é recomendado entre 50 e 100 m. O protetor de transiente deve ser instalado
imediatamente após o PSI, antes de cada dispositivo e, também, na caixa de junção.
Em áreas classificadas, recomenda-se o uso de protetores certificados.

Figura 42. Modelo de instalação de supressor de transiente.

Host

Comprimento

do Tronco > 50m

Fonte de
Alimentação

P = Protetor de Transporte
Fonte: adaptada de http://www.smar.com/brasil/artigo-tecnico/profibus-dicas-de-aterramento-blindagem-ruidos-interferencias-
reflexoes-repetidores-e-muito-mais.

Um circuito supressor de transiente é um circuito que pode proteger componentes


eletrônicos de transientes, que são picos de tensão, podendo ser ocasionados por uma
variedade de fatores, como raios, arcos de chave e arco do motor. Os transientes podem
ser muito prejudiciais e perigosos para um circuito, pois podem eliminar componentes
eletrônicos sensíveis. Muitos tipos de componentes eletrônicos serão completamente
destruídos se expostos a picos de tensão, porque eles são muito sensíveis a eles.

75
UNIDADE II │ CABEAMENTOS E FONTES DE ALIMENTAÇÃO FIELDBUS

Portanto, devemos suprimir tensões transientes e desviá-las para o terra e para


longe da eletrônica. Esse circuito TVS suprime transientes sempre que eles
ocorrem em um circuito e, em seguida, desvia o excesso de energia para o terra, de
modo que os componentes eletrônicos sensíveis do circuito não sejam danificados
ou destruídos por eles.

E construir um circuito de TVS é simples. Apenas alguns componentes


eletrônicos são necessários para isso. Para construir um circuito TVS, apenas
colocamos o supressor de tensão transiente em paralelo à carga ou circuito
que queremos proteger. Sempre que a tensão de entrada atingir certo limite,
o supressor de TVS entrará em vigor e desviará o excesso de energia acima
desse ponto limite para o terra e para longe de todos os componentes.

76
CAPÍTULO 10
Fonte de alimentação

Em termos de requisitos de energia nos segmentos, FF e PA são idênticos:

»» tensão mínima de operação do dispositivo de 9V;

»» tensão de barramento máxima de 32V.

A alimentação requerida pelos dispositivos no barramento é normalmente


fornecida por uma fonte de alimentação de barramento de campo ou
“condicionador de energia”, que evita que o sinal de comunicação de alta
frequência seja curto-circuitado pelos reguladores de tensão. Os condicionadores
de potência típicos disponibilizam 350 a 500mA no barramento e geralmente
incorporam isolamento para evitar interferência cruzada de segmento a
segmento.

Figura 43. Modelo de fonte disponível no mercado.

Fonte: https://www.sense.com.br/siter/familias/366.

As fontes de alimentação podem falhar, por isso, geralmente é uma aconselhável


especificar fontes de alimentação redundantes (uma unidade pode continuar
fornecendo energia quando a outra falhar), podendo ser “trocada a quente” (uma
nova pode ser substituída sem desligar o segmento), e possui algum tipo de alarme
que notifica a manutenção ou as operações quando ocorre um defeito.

A escolha da fonte de alimentação deve ser de acordo com as especificações


determinadas na execução do projeto, envolvendo comprimento do cabo, quantidade
de carga instalada (instrumentos), dentre outros fatores. Para auxiliar, seguem
algumas informações:
77
UNIDADE II │ CABEAMENTOS E FONTES DE ALIMENTAÇÃO FIELDBUS

»» Classificação da área: é o método de proteção que irá determinar a


corrente máxima e a tensão disponível, conseguintemente, a quantidade
de instrumentos a serem instalados.

»» Layout: o número de instrumentos em um único segmento determina


os requisitos da corrente máxima para o segmento. Conforme o espaço
disponível e o tipo de fonte de alimentação, pode trabalhar com
redundância. A escolha por “troca a quente” (troca de instrumento com a
rede energizada) pode influenciar nas escolhas de equipamentos.

»» Número de instrumentos por segmento: o número de


instrumentos, assim como o número de segmentos, determina o tipo
de cartão H1 a ser instalado.

»» Plot Plan: determina o comprimento máximo do segmento, de acordo


a queda de tensão de alimentação quando a rede estiver carregada
(vários instrumentos instalados).

»» Controle de malha fechada: para implementações de controle de


campo, será necessário ter os instrumentos de entrada e saída no mesmo
segmento. Isso pode resultar em um spur (instrumento) ou um tronco
em localizações diferentes do planejado.

»» Criticidade da malha: algumas fábricas desenvolvem regras e


diretrizes baseadas no princípio do gerenciamento de risco para
limitar o número de um determinado tipo de instrumentos em um
único segmento.

Como regra geral, quando vamos especificar um instrumento para a rede


FF devemos usar o valor de corrente de 20 mA, a maioria das instalações não
utiliza mais que 12 instrumentos em um segmento para evitar que haja perda de
medições (não é limitação física). A corrente de carga em uma rede pode chagar a
240 mA, mais um valor de 10 mA para adicionar um equipamento de diagnóstico
e aproximadamente 50 mA de aumento de carga na atuação de proteção contra
curto-circuito. O ideal de demanda para a corrente de um segmento FF é de 300
mA (12 instrumentos x 20mA + 60 mA de proteção e diagnóstico).

Outro cálculo importante para a definição de uma fonte de alimentação é a queda


de tensão em todo o cabo. Para o cálculo, devemos considerar o mínimo de tensão
exigida por instrumento, que é de 9V. Como exemplo, vamos utilizar o cabo do

78
CABEAMENTOS E FONTES DE ALIMENTAÇÃO FIELDBUS │ UNIDADE II

Tipo A que possui uma resistência nominal de 50 Ohms/km, considerando o pior


caso, 1.900 metros, teremos o seguinte cálculo:

Utilizando a lei de Ohm V=IR (V= tensão // R = Resistência // I= Corrente).

Para cálculo iremos utilizar a resistência geral do sistema de 100 ohm.

∆V = 300mA x 100 ohm

∆V = 3V

É importante especificar a fonte de alimentação sempre com um valor um pouco


acima do calculado, devido às variações que podem ocorrer no meio físico. O próprio
cabo pode sofrer alterações de resistência devido ao ambiente de trabalho passar
por elevações de temperatura durante o processo, isso acarretará uma queda de
tensão ainda maior, podendo assim ter perdas de comunicação dos instrumentos.

Devemos considerar que em muitas redes são utilizadas barreiras Fieldbus. Essas,
por sua vez, possuem transformadores e vários componentes que transformam a
alta energia do cabo tronco em baixa energia para alimentar os instrumentos que
estão em áreas intrinsecamente seguras. Essas barreiras possuem o consumo em
torno de 250 mA, suportando no máximo 4 instrumentos. Considerando nossa
rede de 12 instrumentos, o tamanho máximo do condicionamento de energia não
deve exceder os 750 mA.

Noções básicas sobre o significado de “segurança intrínseca”

Figura 44. Área classificada.

Fonte: adaptada de https://br.omega.com/artigos-tecnicos/nocoes-basicas-sobre-o-significado-de-seguranca-intrinseca.html.

79
UNIDADE II │ CABEAMENTOS E FONTES DE ALIMENTAÇÃO FIELDBUS

O fogo é um perigo em muitos setores. Às vezes, o risco é evidente, como quando


gases inflamáveis, como hidrogênio e gás propano, estão sendo produzidos ou
manipulados, mas em outras situações é menos óbvio. Em particular a poeira,
que muitas vezes pode ser altamente combustível.

O fogo precisa de combustível, oxigênio e uma fonte de ignição. Poeiras,


vapores e gases inflamáveis fornecem o combustível, o oxigênio está presente
na maioria dos ambientes e a ignição pode vir de uma faísca ou superfície
quente. Qualquer fogo é perigoso, mas em casos mais extremos, a combustão
é tão rápida que chega a causar explosão. A OSHA tem muitos relatos de
incêndios e explosões devastadores em uma ampla gama de setores.

A prevenção de incêndios e explosões é prioridade máxima, já que nenhuma


empresa ou organização pretende ser responsável por causar mortes. Além
disso, as sanções financeiras diretas por tais eventos – multas punitivas e
aumento nos prêmios de seguro – podem inviabilizar uma operação antes
bem-sucedida.

Engenheiros que precisam instalar equipamentos em áreas onde o fogo é


um risco, têm duas opções: empregar técnicas à prova de explosão ou adotar
uma abordagem de projeto com “segurança intrínseca” (ambas não são
mutuamente exclusivas). O White Paper da OMEGA Engineering responde à
pergunta: “O que é a Segurança Intrínseca?” As seções individuais abordam:

»» noções básicas sobre Segurança Intrínseca (SI);

»» escolha do transdutor de pressão ou elemento de carga correto para


um ambiente com SI;

»» considerações sobre instalação e gestão de risco;

»» P&R gerais.

Fonte: https://br.omega.com/artigos-tecnicos/nocoes-basicas-sobre-o-significado-de-seguranca-
intrinseca.html.

A fonte de alimentação normalmente possui saída de 24Vdc, podendo operar


em modo redundante e deve possuir sinalização de falhas e proteções contra
surtos, transientes e curtos-circuitos. Como exemplo de fonte, podemos
citar a DF52 da Smar, que é uma fonte de alimentação D de segurança não
intrínseca, com uma entrada AC universal (90 a 264 Vac, 47 a 63 Hz ou 127 a
135 Vdc) e uma saída de 24Vdc isolada, com proteção contra sobrecorrente e
curto-circuito, além de indicação de falha.

80
CABEAMENTOS E FONTES DE ALIMENTAÇÃO FIELDBUS │ UNIDADE II

Figura 45. Modelo de fonte H1.

Fonte: http://www.smar.com/brasil/produto/df52-60-fonte-de-alimentacao-h1-fieldbus-foundation-profibus-pa.

81
CAPÍTULO 11
Certificação da comunicação
Foundation Fieldbus

Uma vez que todos os instrumentos estão conectados e a comunicação entre


eles e o Host foi estabelecida, precisamos agora confirmar a integridade do sinal
Foundation Fieldbus, podemos executar essa importante tarefa por meio das
ferramentas de diagnóstico já apresentadas anteriormente. Além de realizarmos a
verificação da integridade do sinal, devemos gravar e arquivar essas informações
para acompanhamento futuro da instalação. Essa atividade deve ser feita
periodicamente (em um prazo pelo menos anual) ou na ocorrência de algum
problema de comunicação entre o Host e algum instrumento de um determinado
segmento.

Além das informações sobre a frequência do sinal Fieldbus como nível de


tensão do sinal, desbalanceamento, tempo de subida e descida e ruído, devemos
dar atenção especial para a forma de onda, pois essas ferramentas geralmente
possuem a função de osciloscópio. Caso a ferramenta em uso não tenha essa
função, podemos utilizar um osciloscópio de boa qualidade. A captura e
análise da forma de onda indica a qualidade do sinal e pode indicar o início
de ocorrência de um problema de comunicação que irá acontecer se o sinal
continua a se degradar. Os arquivos em papel ou digital são parte integrante
da certificação de cada segmento e fazem parte do serviço que antes da partida
da Planta nos dará uma certeza que os segmentos estão com uma comunicação
estável e confiável.

É aconselhável que após a partida da planta e a estabilização da operação,


seja feita uma segunda certificação dos segmentos, pois somente com a planta
operando é que poderemos verificar o comportamento no mundo real da
comunicação. Essa verificação deve ser então comparada com a verificação
que foi feita antes da partida, para então analisar as possíveis degradações
da qualidade do sinal e procurar os pontos que estão causando a perda de
qualidade do sinal.

Na figura 46, podemos observar uma forma de onda Foundation Fieldbus de


boa qualidade, embora tenhamos um pouco de ruído nos picos da onda, o que é
perfeitamente aceitável, pois é praticamente impossível obtermos uma forma de
onda ideal quando a planta está operando.

82
CABEAMENTOS E FONTES DE ALIMENTAÇÃO FIELDBUS │ UNIDADE II

Figura 46. Sinal Foundation.

Fonte: próprio autor.

Na figura 47, podemos observar que temos uma variação na base da frequência da
forma de onda e uma variação da amplitude do sinal, também notamos que o sinal
está desbalanceado. As causas mais comuns dessas ocorrências podem ser: ruído de
alta frequência ou problemas na qualidade do aterramento.

Figura 47. Sinal desbalanceado.

Fonte: próprio autor.

A forma de onda da figura 48 apresenta variações que podem ter sido causadas
por distúrbios na corrente de alimentação de carga elétrica, como motores
alimentados por inversores de frequência, podendo ser também introduzidos
na comunicação da frequência Fieldbus via sistema de aterramento não
confiável.

83
UNIDADE II │ CABEAMENTOS E FONTES DE ALIMENTAÇÃO FIELDBUS

Figura 48. Sinal com variação de corrente elevada.

Fonte: próprio autor.

A forma de onda FF, abaixo, se mostra completamente distorcida. Nesse


caso foi devido à influência de carga indutiva e seus respectivos campos
eletromagnéticos, induzindo certa quantidade de ruído no tronco. O
terminador no final do cabo não havia sido instalado, portanto, devemos
sempre lembrar que o efeito antena somente é minimizado se instalarmos
corretamente o terminador no final de cada segmento. Esse mesmo efeito
pode acontecer quando se instalam derivações com uma distância que não
seja recomendada pela Norma IEC61158.

Figura 49. Sinal com influência de carga resistiva.

Fonte: próprio autor.

84
OPERAÇÕES E UNIDADE III
MANUTENÇÕES

A tecnologia Fieldbus introduz uma grande mudança na maneira tradicional


de se operar uma planta. A completa utilização da tecnologia FF, associada
com a mudança dos conceitos de operação, pode resultar em economias de até
50% nos custos de manutenção. A tecnologia de comunicação digital fornece
um potencial de trabalho, muitas vezes, com a magnitude de informações
disponibilizadas em um sistema com a tecnologia de 4-20 mA. A chave dessa
característica é a transmissão da informação de status cada vez que um
instrumento da rede envia uma informação.

O uso da informação de status pode ajudar o operador a ter certeza de que


uma medição está correta. Em adição, o técnico de manutenção agora pode
acompanhar o desempenho de um instrumento e até mesmo saber se ele necessita
de manutenção antes que aconteça uma quebra e consegue saber se o instrumento
precisa de uma calibração. A informação de status devidamente tratada por um
software de gerenciamento de ativos pode melhorar a condição operacional e
de manutenção da planta. De maneira similar, o engenheiro de aplicação pode
incluir nos algoritmos de controle e na configuração das estratégias de controle a
condição de status e com isso, quando um instrumento falhar, o controle pode ir
imediatamente para o instrumento redundante sem que o processo sofra alguma
perturbação. Como o Fieldbus possuí vários níveis de alarmes de falha, também
é possível configurar o sistema de controle para responder de maneira diferente,
dependendo da situação do status de uma determinada medição que está sendo
transmitida por um instrumento.

Obviamente, se o status está “Ruim” (BAD) ou fora de serviço (OOS - Out Of


Service), isto significa uma falha, e o sinal não deve ser utilizado para uma
ação de controle. Entretanto, se o sinal não for usado para o status “Incerto” do
instrumento UNCERTAIN significa que a condição de falha ou de sinal “Bom”
não está identificada e o sistema de controle deve ser configurado para tratar essa
informação como ela veio ou então os operadores devem ser alertados para uma
tomada de decisão, pois o sistema de controle pode não levar o processo para uma
situação estável.

85
UNIDADE III │ OPERAÇÕES E MANUTENÇÕES

Para o sucesso da implementação de um sistema de controle com tecnologia


Fieldbus, é necessário enviar somente informação para as operações que possam
melhorar a confiabilidade e a produtividade da planta. Se uma estratégia não é
seguida, corremos o risco de sobrecarregar o operador com informações que não
são necessárias para sua função e teremos o efeito inverso, isto é, a planta acabará
tendo uma diminuição de desempenho, pois o bombardeio de informações não
relevantes pode distrair o operador, tirando atenção da sua função.

Em geral, as pessoas do departamento de manutenção de uma planta são os


maiores beneficiados com a introdução da tecnologia FF, não somente pela
tecnologia, mas com as melhorias de condições de trabalho pela maior facilidade
de se descobrir as causas das falhas que afetam o controle de processo. Os
técnicos precisarão aprender a usar as ferramentas de diagnóstico que são
baseadas em software. As duas mudanças mais significativas em um sistema de
controle FF em comparação com o sistema analógico, são:

»» Os instrumentos FF precisam estar conectados a uma rede energizada


para estarem na situação “LIVE” e assim é possível realizar as atividades
de configuração, novas calibrações etc.

»» Os instrumentos FF são parte integrante de um sistema de controle,


entretanto, quaisquer mudanças de configuração nos instrumentos
se propagam pelo sistema de controle (SDCD). Portanto, devem ser
estabelecidos normas e procedimentos operacionais e de manutenção,
inclusive com graus de hierarquia para cada nível de pessoa técnica
ou até mesmo no nível de engenharia, pois esses precisam receber
treinamento adequado para o desempenho de uma função com esta
tecnologia. Deve-se ter também um controle de quem está fazendo tal
modificação e quem está habilitado para dar está permissão.

Além do software de configuração integrado aos SDCD, existem equipamentos


portáteis utilizados para acessar os equipamentos diretamente em campo, possuem
interfaces gráficas que permitem acessar os parâmetros e outras configurações
básicas. A figura 50 é um exemplo de comunicador da empresa Emerson, o
comunicador de campo 475 foi projetado para trabalhar com uma grande variedade
de dispositivos FF independente do fabricante. A interoperabilidade do dispositivo
é obtida por meio da tecnologia EDDL. Os testes básicos são executados em todas
as descrições de dispositivos.

Cada fabricante dos instrumentos deve apresentar um certificado de que testaram


cuidadosamente os seus dispositivos com o comunicador de campo 475. Se a

86
OPERAÇÕES E MANUTENÇÕES │ UNIDADE III

certificação não for recebida, uma mensagem de advertência é exibida quando


você tenta se comunicar com um dispositivo não testado. O comunicador de
campo 475 satisfaz os requisitos de segurança intrínseca e pode ser usado na Zona
0, Zona 1 ou Zona 2, para os locais de Grupo IIC, e Classe I, Divisões 1 e 2, Grupos
A, B, C e D.

O comunicador de campo 475 é configurado para ser sempre o último nó a se


converter no LAS. Os dispositivos que podem se converter no LAS são chamados
dispositivos de link mestre. Todos os outros dispositivos são chamados de
dispositivos básicos. Com o comunicador 475 você pode definir um dispositivo
como um dispositivo de link mestre ou básico.

O comunicador é muito utilizado para efetuar as configurações dos equipamentos


de campo na bancada. É de praxe que todo instrumento novo no ato da instalação
deve passar por testes antes de ir para campo, para isso, o técnico responsável e
habilitado deve antes efetuar os testes básicos e algumas configurações.

O comunicador de campo 475 consome aproximadamente 12 mA do


segmento do Fieldbus. Certifique-se de que a fonte de alimentação ou barreira
no segmento do Fieldbus tem capacidade de fornecer esta corrente adicional.
Se um segmento de Fieldbus tiver um consumo próximo da capacidade do
segmento da fonte de alimentação, conectar o comunicador de campo 475
pode causar a perda de comunicação.

Fonte: https://www.emerson.com/documents/automation/manuals-guides-manual-do-
usu%C3%A1rio-ams-pt-39942.pdf.

Figura 50. Comunicador de campo 475.

Fonte: https://www.emerson.com/documents/automation/manuals-guides-manual-do-usu%C3%A1rio-ams-pt-39942.pdf.

87
UNIDADE III │ OPERAÇÕES E MANUTENÇÕES

Figura 51. Modo de instalação do comunicador de campo 475.

T T
E Bloco E
R de R Condicionador Fonte de
M Conexão M de energia alimentação
I I Fieldbus 24VDC
N N
A A
D D
O O
R R

Fonte: adaptada de https://www.emerson.com/documents/automation/manuals-guides-manual-do-usu%C3%A1rio-ams-


pt-39942.pdf.

Devido à tecnologia Fieldbus ser baseada na comunicação por varrições de frequência,


os técnicos de manutenção precisam ser treinados para realizar uma análise sucinta
das características e do comportamento de sinais, para assim poder ter sucesso na
busca pela solução de problemas. O tradicional multímetro agora tem sua utilidade
somente nas medições de tensão DC na entrada e saída dos acopladores e das caixas de
junção. Para uma verificação completa, será necessário um capacímetro e um megger
(megometro).

Segue abaixo uma lista com os parâmetros de medições que compõem o cuidado
com as condições que os cabos apresentam depois de serem instalados, essas
medições devem ser feitas na etapa de comissionamento elétrico e eletrônico.
Realizando essas etapas e inspecionando e a correta instalação de aterramento,
evitaremos problemas futuro:

»» Tensão: a tensão de alimentação em um instrumento Fieldbus deve


seguir a norma de no mínimo 9 Volts, recomendamos que tenhamos
uma determinada folga e, assim, o valor mínimo passa para 11 Volts.

»» LAS: o nível de sinal da frequência deve ser de no mínimo de 150 mV.

»» Ruído Médio (Av): o nível de ruído do segmento nas faixas de


frequência baixa (50 Hz - 4 KHz), na frequência do Fieldbus (9 - 40
KHz) e na alta frequência (90 - 350 KHz) deve ser menor que 75 mV.

88
OPERAÇÕES E MANUTENÇÕES │ UNIDADE III

»» Ruído de Pico (PK): essa é a medição do ruído d pico a pico.

»» Curto-Circuito: procurar por possíveis pontos de que podem afetar a


integridade da rede.

»» Retransmissões: analisar e acompanhar se temos um aumento do


número de retransmissões dos pacotes de informação, o aumento, se
acontecer, é uma indicação que as condições de funcionamento da
rede estão piorando e poderão provocar a perda de comunicação ou
ainda pior, a comunicação intermitente.

»» Jitter: o desvio do ponto ideal de “cruzamento de zero” deve estar dentro


de um intervalo máximo de 16 a 21 microssegundos.

Seguindo as medidas acima e garantindo que a planta estará sempre dentro do


especificado, pode-se obter uma redução em termos de manutenção em torno
de 25% a 50%.

89
CAPÍTULO 1
Configurações e considerações de
operações e manutenções

A narrativa do controle e o(s) ativo(s) de risco do projeto vão determinar como cada
segmento e instrumento deverão operar sobre condições normais de operação e falha.
Com o FF, é possível especificar diferentes estratégias de falha. Por exemplo:

»» Perda de comunicação:

›› Com o Host: continuar operações com controle no campo, falha


aberta, falha fechada ou falha, mantendo a última posição, o que
significa que o instrumento de saída vai permanecer na mesma
posição aberto/fechado quando a comunicação falhar.

›› Com o segmento: falha aberta, falha fechada ou falha mantendo a


última posição.

»» Perda de energia: falha aberta, falha fechada ou falha mantendo a


última posição.

»» Mal sinal AI: falha aberta, falha fechada ou falha mantendo a última
posição.

»» Falha em cascata: apenas controle PID, falha aberta, falha fechada


ou falha mantendo a última posição.

»» Perda do ar de instrumentação: falha aberta, falha fechada ou


falha mantendo a última posição.

Se a energia ainda estiver disponível na rede, o chaveamento automático da rede


de automação de processo não deverá interromper outras operações do sistema.
O FF é projetado para que o chaveamento automático da rede de automação
de processo para o instrumento LAS de backup no segmento individual não
interrompa outros instrumentos do segmento, tais como o PID de backup ou o
LAS de backup. Cenários em que a malha iria para a sua posição de falha poderiam
ser um segmento quebrado, um segmento H1 em curto, suprimento de energia H1
que falhou ou um filtro-isolador H1 que falhou.

90
OPERAÇÕES E MANUTENÇÕES │ UNIDADE III

Um sistema pode ser configurado para blocos da classe de controle para usar a
opção de status USE UNCERTAIN, como GOOD, logo, eles vão tratar UNCERTAIN
tanto como GOOD quanto como BAD. O valor default é tratar UNCERTAIN como
BAD. A variável de processo do parâmetro de tempo do filtro (PVF TIME) é usada
para ajustar a constante do tempo (63% do valor) em segundos. Se o tempo for
ajustado para zero segundos, o damping será desabilitado.

Um instrumento no modo Out Of Service fará com quea malha se mova para
este estado, mesmo se os outros componentes da rede permanecerem no
modo automático. O Fieldbus tem 15 níveis de alarme (Figura 7), assim como,
dependendo do tipo do instrumento, tipicamente, 1.000 vezes mais informações
do que um sistema de controle distribuído convencional ou um sistema de
controle analógico. A configuração não deve apenas designar ações para cada
um desses 15 níveis de alarme, ela deve também rotear os vários sinais até o
correto instrumento ou sistema de saída.

Quando os instrumentos ou as comunicações falham, as malhas de controle


associadas devem parar imediatamente. O FF tem uma função “Estado de Falha”
para monitorar o status de cada malha. Quando o Estado de Falha é ativado, o
bloco de saída vai para o modo de override. Porém, para que a função Estado
de Falha funcione, ela deve ser habilitada pelo uso da opção “Estado de Falha
suportado” no parâmetro Feature Selection (FEATURE SEL) no Resource Block.
A função Estado de Falha pode ser ativada de quatro maneiras:

1. Iniciar o Estado de Falha na entrada do set-point da cascata.

2. Entrada do set-point do controle em cascata via comunicação


watchdog timer.

3. Power on (energização).

4. Forçada pelo Resource Block.

Tal como com os instrumentos, a IHM (Interface Homem-Máquina) de um


sistema FF não será significativamente diferente daquilo que os operadores de
processo veem normalmente. A principal melhoria da FF é o fato de que os
status de sinal e de malha podem ser comunicados a eles em tempo real. Como
resultado, os operadores terão mais confiança no sistema de controle, pois eles
sempre saberão o quão confiável será todo e qualquer sinal.

91
UNIDADE III │ OPERAÇÕES E MANUTENÇÕES

Quadro 7. Tipos de alarmes FF.

Tipo de alarme Níveis de alerta FF

0 Sem identificação

1 Sem notificação

2 Fixo-Baixo

3 Aconselhador

4 Aconselhador

5 Aconselhador

6 Aconselhador

7 Aconselhador

8 Crítico

9 Crítico

10 Crítico

11 Crítico

12 Crítico

13 Crítico

14 Crítico

15 Crítico

Fonte: próprio autor.

Tal como com qualquer rede, quanto mais informações transmitidas em


um certo espaço de tempo, mais rápido a rede e todos os seus componentes
deverão operar para acompanhar o fluxo dessas informações. Uma vez
que o Fieldbus H1 é restrito a uma taxa de 31.25 Kbps, a única maneira
de transmitir informações adicionais é aumentando o tempo do ciclo. Um
link pode carregar cerca de 30 mensagens sequenciais por segundo, isso
significa que a rede poderia ter “3” instrumentos, cada um enviando 10
mensagens por segundo ou instrumentos conectados por repetidores, cada

92
OPERAÇÕES E MANUTENÇÕES │ UNIDADE III

um enviando uma mensagem a cada 4 segundos. Uma boa prática para a


estimativa inicial da largura de banda é considerar que o bloco de função
precise de 50 m para sua execução. Sendo assim, poderemos calcular
utilizando a fórmula abaixo:

tLOAD = (NP+NC) x 50ms

Onde:

tLOAD é o tempo de executar todos os blocos;

NP é o número de Publisher;

NC é o número de comunicação com IHM.

Com base na experiência dos muitos projetos no mundo inteiro e no fato de


que uma porção significativa das comunicações em uma rede H1 se apoia em
outras que não as comunicações Publisher-Subscriber usadas para controle
de malha fechada, o tempo mínimo acíclico deve ser de 70 a 80% para um
segmento recém-comissionado. Alguns fornecedores do sistema Host têm
isso codificado dentro dos seus sistemas como um mínimo default de 60%, o
qual não pode ser diminuído. Por exemplo, assume que um ciclo LAS macro
de 150 ms para transmissão de dados sequenciados, com 70% dos 500 ms
disponíveis para comunicações acíclicas, o tempo disponível para uso futuro,
nesse caso, seria de 350 ms. O tempo do tráfego cíclico pode ser determinado
pela somatória dos tempos individuais de execução do Bloco de Função mais
o tempo de publicação na rede.

O autoteste e a capacidade de comunicação dos microprocessadores


dos dispositivos de Fieldbus ajudam a reduzir o tempo de manutenção e
melhoram a segurança da planta.

Na detecção de condições anormais ou na necessidade de manutenção


preventiva, o pessoal de manutenção e o de operação da planta podem
ser notificados. Isso permite iniciar uma ação corretiva de maneira rápida
e segura.

93
UNIDADE III │ OPERAÇÕES E MANUTENÇÕES

Figura 52. Visão ampliada do processo.


Rede de trabalho do
Rede de trabalho do
sistema de controle
sistema de controle

Controlador

I/O
Do subsistema
FIELDBUS

4-20 mA Tradicional
Uma Variável Múltiplas Variáveis
Uma Direção Amplas as Direções

Fonte: adaptada de http://smar.com/PDFs/catalogues/FBTUTCP.pdf.

Para a configuração de uma rede FF ou qualquer outra, é fundamental que saibamos


calcular os níveis do meio físico, sendo assim, iremos exemplificar o cálculo para a
queda de tensão em uma planta, considerando o pior caso para uma instalação. Vamos
considerar que temos 12 instrumentos instalados sendo 2 malhas de válvulas e 10
transmissores e que todos estão instalados no final do cabo, assim, teremos a maior
queda de tensão. Para o cálculo, utilizaremos a fórmula abaixo:

VD = VP – [∑ ID + IHH + (ISC – IDmin) + IC + IH] X (R X (LT + LSPURL))

Onde:

VD é o nível de tensão no instrumento;

VP é o nível de tensão na saída do acoplador;

ID é o consumo de corrente que estamos assumindo para cada instrumento;

IHH é o consumo de corrente do configurador de mão;

ISC é a corrente de proteção ao curto-circuito;

IDmin é o consumo de corrente no instrumento no menor nível de tensão do projeto;

94
OPERAÇÕES E MANUTENÇÕES │ UNIDADE III

IC é o consumo de corrente da caixa de derivação de campo;

IH é o consumo de corrente Host;

R é a resistência do cabo;

L é o comprimento do cabo em metros;

Ltmax é o comprimento máximo do tronco e dos spurs;

Lspurl é o maior comprimento do maior spur.

O comprimento total considerando o tipo de cabo, nesse caso “A”, é de 1.900 metros,
sendo que esse comprimento deve ser distribuído entre o cabo tronco e os spurs,
vamos considerar que cada spurs possui 100 metros de cabos:

Ltmax = 1900 – (12x100) = 460 metros

Com isso iremos calcular a tensão nos instrumentos:

Vd = 24 - ({[(10x20)+(2x24)]+10+(58-20)+4,5+20}/1000)x{44x[(460+120)/1000]}

Vd = 24 - [(248+10+38+4,5+20)/1000]x(44x0.58)

Vd = 24 - (0,3205 x 25,52)

Vd = 24 - 8,18

Vd = 15,82 Volts

O nível de tensão mínimo, de acordo com o calculado, é eficaz e garante que a nossa
planta irá trabalhar com segurança.

Após conhecer algumas das ferramentas para configurar um instrumento de


campo, passaremos a apresentar como configurar um instrumento. Como
exemplo, será utilizado o software da SMAR (System 302 – Studio 302) e
um instrumento já citado acima, o Monitor de Válvula FF-SV-2EH-2ST-Ex
da empresa SENSE ELETRÔNICA Ltda. Segue abaixo as configurações que
devemos efetuar para alocar um instrumento:

»» com o instrumento energizado, verifique na sua placa o Device-ID;

»» abra o programa de configuração;

»» carregue o drive (Device Description) via programa de configuração;

95
UNIDADE III │ OPERAÇÕES E MANUTENÇÕES

»» abra o bloco de recursos;

»» verifique se todos os parâmetros que podem ser alterados estão


desabilitados, essa verificação pode ser feita no WRITE_LOCK (proteção
para não se escrever ativada – LOCKED e proteção para não se escrever
desativada – NOT LOCKED);

»» entre com o nome desejado no bloco de parâmetro RESOURCE;

»» assinale o modo de operação no parâmetro de operação MODE_B|LK


para AUTO;

»» entre com o nome desejado do bloco de parâmetro: TRANSDUCER;

»» abra o bloco TRANDUCER;

»» assinale o bloco de operação no MODE_BLOCK para OOS, que significa


fora de serviço;

»» configure todos os parâmetros necessários para o instrumento realizar


e informar medições.

Obs.: Mudanças de parâmetros do instrumento devem ser feitas somente depois de


entrar com um código válido de acesso no parâmetro de Access Code.

»» assinale o modo de operação no parâmetro MODE_BLK para Auto;

»» entre com o nome desejado no bloco de entrada analógica através do


parâmetro: ANALOGIC_INPUT;

»» abra o bloco de entrada analógica;

»» assinale o modo de operação de parâmetro MODE_BLK através do


parâmetro TARGET para OOS (Out Of service);

»» usando o parâmetro CHANNEL, selecione a variável de processo que será


usada como entrada para o algoritmo do bloco de função;

»» no parâmetro XD_SCALE, selecione a unidade desejada da medição e


intervalo de trabalho para a variável em questão;

»» no parâmetro L_TYPE, selecione o tipo de linearização para o valor de


entrada direto, indireto e raiz quadrada;

96
OPERAÇÕES E MANUTENÇÕES │ UNIDADE III

»» use os seguintes parâmetros para definir os limites de valores para


alarme e mensagem de alarme:

›› HI_HI_LIM – valor limite para o alarme alto/alto;

›› HI_LIM – valor limite de alta;

›› LO_LIM – valor limite de baixa;

›› LO_LO_LIM – valor limite para o alarme baixa/baixa.

»» em adição aos valores reais dos limites, precisamos também


especificar a ação que deve ser tomada quando o valor é excedido,
isso deve ser feito via as prioridades de alarme (parâmetros HI_HI_
LIM, HI_PRI, LO_PRI, LO_LO_PRI);

»» o modo de operação do bloco de entrada analógica (AI) deve estar em


“AUTO” para que, assim, o instrumento fique integrado ao sistema de
controle;

»» depois o sistema de controle via a função de LAS faz o download dos


parâmetros para o instrumento de campo;

»» assinale o modo de operação por meio do parâmetro MODE_BLK


para “AUTO”, entretanto, só será possível se duas condições forem
observadas:

›› os blocos de função estão corretamente conectados um com o outro;

›› o Resource Block está assinalado no modo de operação Auto.

Algumas poucas telas abaixo servirão para ilustrar e familiarizar o usuário com o
software:

»» 1o passo: depois de instalado e devidamente licenciado (na aquisição


do software é necessário que venha a chave de liberação – Hard Key),
o operador deve abrir o software Studio 302. Na primeira vez que abrir
o software, não será necessário colocar senha e login, mas é bom criar a
senha e login para proteger o trabalho, após criar a senha e login feche o
software e o abra novamente, a primeira tela vai solicitar o login e senha
do usuário (Figura 53). Com o login feito, aparecerá uma tela com os
menus para execução das tarefas (Figura 54).

97
UNIDADE III │ OPERAÇÕES E MANUTENÇÕES

Figura 53. Exemplo de configuração Studio 302.

Fonte: próprio autor.

Figura 54. Exemplo de configuração Studio 302.

Fonte: próprio autor.

»» 2o passo: selecione Project File e crie um novo projeto, selecionando


“NEW”, especifique a pasta onde irá salvar e dê um nome ao projeto.

Figura 55. Exemplo de configuração Studio 302.

Fonte: próprio autor.

98
OPERAÇÕES E MANUTENÇÕES │ UNIDADE III

Figura 56. Exemplo de configuração Studio 302.

Fonte: próprio autor.

»» 3o passo: uma nova janela aparecerá. Dentro dela, veja dois ícones,
o primeiro para Área 1 (Planta Lógica) e o segundo para Fieldbus
Networks (Planta Física). Na janela principal, chamada Proj_00, click
com o botão direito do mouse no ícone Fieldbus Networks Click em
seguida click na opção New Fieldbus.

Figura 57. Exemplo de configuração Studio 302.

Fonte: próprio autor.

Figura 58. Exemplo de configuração Studio 302.

Fonte: próprio autor.

99
UNIDADE III │ OPERAÇÕES E MANUTENÇÕES

»» 4o passo: acrescente a tag na caixa de diálogo abaixo. Nesse momento


pode ser escolhido nome específico para a planta ou simplesmente
selecione ok e será definido o nome default:

Figura 59. Exemplo de configuração Studio 302.

Fonte: próprio autor.

»» 5o passo: na janela “Proj_00”, selecione “Canal_00”, click usando o botão


direito do mouse e selecione a opção “Expand”. Depois, adicione a placa
DFI 302 Smar. Na janela “Canal_00”, click no ícone “Canal_00” usando
o botão direito do mouse. Selecione o item “New Brigde”, aparecerá uma
nova caixa de diálogo de Brigde. Na caixa “Manufacturer”, aperte a seta
para baixo e escolha “Smar”. No caixa “Device Type”, aperte a seta para
baixo e escolha o device “DFI”. No “Device Tag”, escreva “DFI_1” ou
alguma outra tag. Em seguida, click “Ok”. Observe a figura 60 e 61.

Figura 60. Exemplo de configuração Studio 302.

Fonte: próprio autor.

Figura 61. Exemplo de configuração Studio 302.

Fonte: próprio autor.

100
OPERAÇÕES E MANUTENÇÕES │ UNIDADE III

Figura 62. Exemplo de configuração Studio 302.

Fonte: próprio autor.

Em “Manufacturer”, selecione a opção Smar, depois selecione o tipo de


Device, na opção “Device Tag”, escreva DFI_1, selecione “Ok”.

Figura 63. Exemplo de configuração Studio 302.

Fonte: próprio autor.

»» 6o passo: após configurar a Brigde, é hora de adicionar o instrumento.


Com o botão direito do mouse selecione “New Device”, uma nova tela
irá se abrir e devemos selecionar em “Manufacture”, a empresa onde
nosso instrumento está disponível, em seguida, em “Device Type”,
selecionamos o instrumento desejado. No campo “Device Tag”, coloque
o nome do instrumento ou nome que desejar.

Figura 64. Exemplo de configuração Studio 302.

Fonte: próprio autor.

101
UNIDADE III │ OPERAÇÕES E MANUTENÇÕES

Figura 65. Exemplo de configuração Studio 302.

Fonte: próprio autor.

102
CAPÍTULO 2
Tipo cliente-servidor VCR, distribuição e
considerações

Agora é hora de configurar o sistema de modo que todas as partes trabalhem


juntas, discutindo a configuração e o sequenciamento, ou quem “fala” diretamente
com quem. Quando uma mensagem é transferida, ela desce através de um canal
chamado Virtual Communication Relation ship (VCR) para um Physical Device
(PD) antes de chegar ao cabo. Quando ela chega ao seu destino, ela sobe através
do VCR até a aplicação. Os pacotes de informações sobre o controle de processos
são removidos quando uma mensagem passa pelos VCRS para permitir que as
camadas executem sua função específica. Então, o VCR cria um mapa virtual na
memória dos instrumentos e as suas localizações associadas na memória. Esse
mapeamento possibilita “conectar” os VCRS pelo nome do parâmetro, em vez
de fazer isso via endereço de registro de memória, que será diferente para cada
fabricante de instrumentos. Assim como um dicionário fornece as definições, o
arquivo da DD é usado para criar o mapa entre o registro ou índice da memória
do instrumento e o nome do parâmetro ao definir onde esses vários apontadores
devem ser “conectados”. Antes de começar a configuração, alguns arquivos serão
requeridos:

»» arquivos de comissionamento dos instrumentos;

»» arquivo de configuração da rede.

O arquivo de capabilities (capacidade) é um arquivo comum em formato de texto


que pode ser lido e interpretado por um Host, logo, ele pode criar os arquivos
internos e os links do banco de dados que ele requer para usar os arquivos Device
Description. O site da Foundation Fieldbus mantém a mais recente versão de
todos esses arquivos para cada instrumento certificado. É importante gerenciar
as revisões desses documentos, pois eles nem sempre são compatíveis com as
diferentes revisões, especialmente se o host e o instrumento de campo estiverem
em diferentes níveis de revisão.

Existem diferentes tipos de VCRs: Cliente-Servidor, Report Distribution e


Publisher-Subscriber.

»» Cliente-Servidor: é usado para comunicação em fila, sem


sequenciamento, iniciado pelo usuário e com comunicação

103
UNIDADE III │ OPERAÇÕES E MANUTENÇÕES

uma-para-um entre os instrumentos. O VCD é usado para requisições


iniciais pelo operador, tais como mudança de setpoit, acesso e
mudança dos parâmetros de ajuste, reconhecimento do alarme, upload
e download.

»» Report Distribution: é utilizado para comunicação em fila,


sem sequenciamento, iniciado pelo usuário e comunicação de
“um-para-vários”.

»» Publisher-Subscriber: o VCR tipo Publisher-Subscriber (editor/


assinante) é usado para comunicações armazenadas “um para vários”.
Isso significa que apenas a última será mantida dentro da rede e
novos dados sobrescrevem completamente os dados anteriores. O
VCR tipo Publisher-Subscriber é usado pelos instrumentos de campo
para publicação cíclica e sequenciado da entrada e da saída do Bloco
de Função da Aplicação do Usuário, tais como variáveis de processos
(PV) e saídas primárias (OUT) do Fieldbus.

Cada instrumento requer um número mínimo de VCRS para comunicar-se


com os outros e com um Host, seguem algumas diretrizes mínimas para serem
usadas na hora de selecionar os instrumentos:

»» um cliente-servidor para cada base de informações de gerenciamento


(MIB);

»» um cliente-servidor para o host primário;

»» um cliente-servidor para o host secundário ou para a ferramenta de


manutenção;

»» um report distribution para alertas;

»» um report distribution para trends.

Qualquer parâmetro de entrada pode ser “conectado” a outro parâmetro, apenas


no mesmo instrumento. Do contrário, ele vai requer o uso de um VCR e um
canal E/S associado na rede. O arquivo DD do instrumento e o VCR são o que
possibilitam “conectar” parâmetros entre instrumentos sem a necessidade de
mapear os endereços de memória manualmente.

Dependendo do tipo de atuador que está sendo usado, a ação da válvula pode
ser ajustada tanto nos blocos PID (Proportional Integral Derivation) quanto nos
blocos AO (Analog Output). Então, há um risco de inconsistência e confusão, se

104
OPERAÇÕES E MANUTENÇÕES │ UNIDADE III

100% às vezes significa “aberto” e outras vezes significa “fechado”. Portanto, é


melhor ser consistente e programar uma estratégia de controle.

O Fieldbus tem vários níveis de alarmes, o que permite que o intertravamento seja
acrescido ao processo. Por exemplo, para o intertravamento de desligamento,
devem ser tomadas ações tanto quanto às qualidades de dados BAD (Ruim)
quanto às UNCERTAIN (incerto). A perda de comunicação é sempre indicada com
o status BAD, o que causa a parada da malha. O resultado é que para melhorar a
segurança do sistema, o status deve não apenas ser mostrado ao operador como
também deve ser incluído como parte da lógica de intertravamento do sistema.
O Fieldbus interno e os diagnósticos dos instrumentos são bem melhores
em identificar erros do que em identificar a lógica da discrepância externa.
Para alta disponibilidade, o que frequentemente contradiz alta segurança, a
malha deve ser configurada para desligar apenas quando o status for BAD, um
status UNCERTAIN só vai alertar o operador e, se for necessário, o pessoal de
manutenção.

Os sistemas devem ser configurados para irem ao estado de falha suavemente


via o LAS (Link Active Scheduler) de backup se o controle ou as comunicações
forem perdidos com o LAS primário, o que é frequente no sistema de controle
Host. Onde o transmissor e a válvula de controle em uma malha não podem ser
convenientemente conectados no mesmo segmento, o controle deve residir no
controlador do Host. Uma vez que as comunicações de rede devem passar através
do controle do Host. Isso costuma ser feito para minimizar as demandas dos
instrumentos de campo. Para malhas em cascatas, a medição primaria deve ser
feita em um cartão H1 separado da medição secundaria, pois fazer isso reduz o
potencial de falha no modo comum por afetar o controle da malha. Os instrumentos
FF fornecem suporte para a função TREND e alertamos blocos a reduzirem o
tráfego do segmento ao transmitir múltiplos sinais como um único bloco. Um
segmento escolhido ou uma falha do suprimento de energia do segmento devem
enviar válvulas para a sua posição de falha, independentemente de o instrumento
hospedar o algoritmo PID.

105
CAPÍTULO 3
Configurações analógicas

Com todos os avanços tecnológicos, a maioria dos equipamentos de campo


faz uso de sistemas de controle. Por esse motivo, são considerados de suma
importância para o ambiente industrial. Uma grande variedade de controles
industriais utiliza sistemas automáticos para regulação de variáveis, como:
controle temperatura, umidade, vazão, níveis, velocidade, posição e processos
com o auxílio de sensores de imagem. Cerca de 90 a 95% das aplicações de
controle utilizam o Proporcional-Integral-Derivativo (PID).

No início do processo de automação, os controles eram feitos por sistemas


totalmente mecânicos. Com o passar dos anos, passaram a ser analógicos e
com a eletrônica ganhando cada vez mais o seu espaço e confiança, começaram
a alterar os sistemas para digitais, que são totalmente efetuados por circuitos
microcontrolados. O controle PDI permite que seja implantado em diversos tipos
de plantas. Devido à garantia de desempenho, o erro se torna quase nulo quando
o instrumento se encontra em regime estacionário, além de possuir um tempo de
resposta muito pequeno.

Para a rede Foundation Fieldbus, os blocos de funções executam funções de controle


de processo, como funções de entrada analógica (AI) e saída analógica (AO), bem
como função proporcional-integral-derivativa (PID). Os blocos de função padrão
fornecem uma estrutura comum para definir entradas, saídas, parâmetros de
controle, eventos, alarmes e modos do bloco de funções e combiná-los em um
processo que pode ser implementado em um único dispositivo ou através da rede
FF. Isso simplifica a identificação de características comuns aos blocos de funções.
O Foundation Fieldbus estabeleceu os blocos funcionais definindo um pequeno
conjunto de parâmetros usados em todos os blocos de funções chamados parâmetros
universais. O Foundation também definiu um conjunto padrão de classes de blocos
de funções, como entrada, saída, controle e blocos de cálculo. Cada uma dessas
classes também possui um pequeno conjunto de parâmetros estabelecidos para
ela. Eles também publicaram definições para blocos transdutores comumente
usados com blocos de função padrão. Exemplos incluem temperatura, pressão,
nível e blocos de transdutor de fluxo. As especificações e definições da Foundation
permitem que os fornecedores adicionem seus próprios parâmetros, importando
e subclassificando as classes especificadas. Essa abordagem permite estender as
definições de bloco de funções à medida que novos requisitos são descobertos e à
medida que a tecnologia avança.

106
OPERAÇÕES E MANUTENÇÕES │ UNIDADE III

O bloco da função de entrada analógica (AI) processa as medições do dispositivo de


campo e as disponibiliza para outros blocos de funções. O valor de saída do bloco
AI está em unidades de engenharia e contém um status indicando a qualidade da
medição. O dispositivo de medição pode ter várias medições ou valores derivados
disponíveis em canais diferentes. Use o número do canal para definir a variável
dos processos do bloco AI. O bloco AI suporta alarmes, escalonamento de sinais,
filtragem de sinais, cálculo de status de sinais, controle de modos e simulação.
No modo automático, o parâmetro de saída do bloco (OUT) reflete o valor e o
status da variável de processo (PV). No modo Manual, OUT pode ser definido
manualmente. O modo Manual é refletido no status da saída. Uma saída discreta
(OUT_D) é ​​fornecida para indicar se uma condição de alarme selecionada está
ativa. A detecção de alarme é baseada no valor OUT e nos limites de alarme
especificados pelo usuário. O quadro 8 ilustra os componentes internos do bloco
da função AI, os parâmetros do bloco AI e suas unidades de medida, descrições e
números de índice.

Quadro 8. Componentes e parâmetros dos blocos AI.

Índice
Parâmetro Unidade Descrição
numérico
ACK_OPTION 23 – Usado para definir reconhecimento automático de alarmes.
A quantidade que o valor de alarme deve retornar dentro do limite antes que a condição de
ALARM_HYS 24 %
alarme ativo associada seja limpa.
Usado para selecionar as condições de alarme do processo que farão com que o parâmetro
ALARM_SEL 38 –
OUT_D seja definido.
O alarme de resumo é usado para todos os alarmes de processo no bloco. A causa do alerta
é inserida no campo subcódigo. O primeiro alerta para se tornar ativo definirá o status Ativo no
ALARM_SUM 22 – parâmetro Status. Assim que o status “Não” reportado é limpo pela tarefa de relatório de alerta,
outro alerta de bloco pode ser relatado sem limpar o status Ativo, se o subcódigo tiver sido
alterado.
O número de identificação da unidade da planta. Essa informação pode ser usada no host para
ALERT_KEY 04 –
classificação de alarmes etc.
O alarme de bloco é usado para toda a configuração, hardware, falha de conexão ou problemas
do sistema no bloco. A causa do alerta é inserida no campo subcódigo. O primeiro alerta para
BLOCK_ALM 21 – se tornar ativo definirá o status Ativo no parâmetro Status. Assim que o status “Não” reportado
é limpo pela tarefa de relatório de alerta, outro alerta de bloco pode ser relatado sem limpar o
status Ativo, se o subcódigo tiver sido alterado.
Esse parâmetro reflete o status de erro associado aos componentes de hardware ou software
BLOCK_ERR 06 –
associados a um bloco. É uma string de bits, de modo que vários erros podem ser mostrados.
O valor CHANNEL é usado para selecionar o valor de medição. Consulte o manual do dispositivo
CHANNEL 15 – apropriado para obter informações sobre os canais específicos disponíveis em cada dispositivo.
Você deve configurar o parâmetro CHANNEL antes de poder configurar o parâmetro XD_SCALE.
FIELD_VAL 19 % O valor e status do bloco transdutor ou da entrada simulada quando a simulação está ativada.
Opções para controlar o acesso de computadores host e painéis de controle locais aos
GRANT_DENY 12 –
parâmetros operacionais, de ajuste e de alarme do bloco. Não usado pelo dispositivo.
Os dados do alarme HI, que incluem um valor do alarme, um registro de data e hora da
HI_ALM 34 –
ocorrência e o estado do alarme.
Os dados do alarme HI HI, que incluem um valor do alarme, um registro de data e hora da
HI_HI_ALM 33 –
ocorrência e o estado do alarme.

107
UNIDADE III │ OPERAÇÕES E MANUTENÇÕES

Índice
Parâmetro Unidade Descrição
numérico
EU of
HI_HI_LIM 26 A configuração para o limite de alarme usado para detectar a condição de alarme HI HI.
PV_SCALE
HI_HI_PRI 25 None A prioridade do alarme HI H.
EU of
HI_LIM 28 A configuração para o limite de alarme usado para detectar a condição de alarme HI.
PV_SCALE
HI_PRI 27 – The priority of the HI alarm.
Permite a seleção de opções de entrada/saída usadas para alterar o PV. Corte baixo habilitado é
IO_OPTS 13 –
a única opção selecionável.
Tipo de linearização. Determina se o valor do campo é usado diretamente (Direto), é convertido
L_TYPE 16 –
linearmente (Indireto) ou é convertido com a raiz quadrada (Raiz Quadrada Indireta).
Os dados do alarme LO, que incluem um valor do alarme, um registro de data e hora da
LO_ALM 35 –
ocorrência e o estado do alarme.
EU of
LO_LIM 30 A configuração para o limite de alarme usado para detectar a condição de alarme LO.
PV_SCALE
Os dados do alarme LO LO, que incluem um valor do alarme, um registro de data e hora da
LO_LO_ALM 36 –
ocorrência e o estado do alarme.
EU of
LO_LO_LIM 32 A configuração do limite de alarme usado para detectar a condição de alarme LO LO.
PV_SCALE
LO_LO_PRI 31 – A prioridade do alarme LO LO.
LO_PRI 29 – A prioridade do alarme LO.
LOW_CUT 17 % Se o valor percentual da entrada do transdutor falhar abaixo disso, PV = 0.
Os modos real, alvo, permitido e normal do bloco.
MODE_BLK 05 – Alvo: O modo para “ir para”. Real: O modo em que “o bloco está em”. Permitido: modos
permitidos que o alvo pode assumir. Normal: modo mais comum para o alvo.
EU of OUT_
OUT 08 O valor de saída e status do bloco.
SCALE
OUT_D 37 – Saída discreta para indicar uma condição de alarme selecionada.
Os valores de escala alto e baixo, código de unidades de engenharia e número de dígitos à
OUT_SCALE 11 –
direita do ponto decimal associado a OUT.
EU of
PV 07 A variável de processo usada na execução do bloco.
XD_SCALE
A constante de tempo do filtro fotovoltaico de primeira ordem. É o tempo necessário para uma
PV_FTIME 18 Segundos
alteração de 63% no valor IN.
Um grupo de dados que contém o valor e o status do transdutor atual, o valor e o status do
SIMULATE 09 –
transdutor simulado e o bit de ativação/desativação.
O campo de estratégia pode ser usado para identificar o agrupamento de blocos. Esses dados
STRATEGY 03 –
não são verificados ou processados pelo bloco.
O nível de revisão dos dados estáticos associados ao bloco de funções. O valor de revisão será
ST_REV 01 –
incrementado toda vez que um valor de parâmetro estático no bloco for alterado.
TAG_DESC 02 – A descrição do usuário da aplicação pretendida do bloco.
UPDATE_EVT 20 – Esse alerta é gerado por qualquer alteração nos dados estáticos.
% da faixa O erro absoluto médio entre o PV e seu valor médio anterior durante esse tempo de avaliação
VAR_INDEX 39
de saída definido por VAR_SCAN.
VAR_SCAN 40 Segundos O tempo durante o qual o VAR_INDEX é avaliado.
Os valores de escala alto e baixo, código de unidades de engenharia e número de dígitos à
direita do ponto decimal associado ao valor de entrada do canal.
XD_SCALE 10 – O código das unidades XD_SCALE deve corresponder ao código de unidades do canal de
medição no bloco transdutor. Se as unidades não corresponderem, o bloco não fará a transição
para MAN ou AUTO
Fonte: adaptado de https://www.emerson.com/documents/automation/manual-foundation-fieldbus-blocks-rosemount-
en-76248.pdf.

108
OPERAÇÕES E MANUTENÇÕES │ UNIDADE III

Para definir a saída para o bloco AO, você deve primeiro definir o modo para definir
a maneira em que o bloco determina seu ponto de ajuste. No modo Manual, o
valor do atributo de saída (OUT) deve ser definido manualmente pelo usuário e é
independente do ponto de ajuste. No modo Automático, a opção OUT é definida
automaticamente com base no valor especificado pelo set-point (SP) em unidades
de engenharia e no atributo de opções de E/S (IO_OPTS). Além disso, você pode
limitar o valor de SP e a taxa na qual uma alteração no SP é passada para OUT. No
modo Cascata, a conexão de entrada em cascata (CAS_IN) é usada para atualizar o
SP. A saída de cálculo de retorno (BKCAL_OUT) é conectada à entrada de cálculo
de retorno (BKCAL_IN) do bloco upstream que fornece CAS_IN. O atributo OUT ou
um valor de leitura analógico, como a posição da válvula, é mostrado pelo atributo de
valor do processo (PV) em unidades de engenharia. Para suportar o teste, você pode
ativar a simulação, que permite definir manualmente o feedback do canal. Não há
detecção de alarme no bloco da função AO. Para selecionar a maneira de processar
o SP e o valor de saída do canal, configure as opções de limite de setpoint, as opções
de rastreamento e os cálculos de conversão e status.

Para selecionar o valor de SP, use o atributo MODE. No modo automático (Auto), o
SP local, é inserido manualmente. No modo Cascade (Cas), o SP vem de outro bloco
através da entrada CAS_IN. No modo RemoteCascade (RCas), o SP é proveniente
do host que grava em RCAS_IN. O intervalo e as unidades do SP são definidos
pelo atributo PV_SCALE. No modo Manual (Man), o SP rastreia automaticamente
o valor PV quando você seleciona a opção SP-PV Track in Man I/O. O valor de
SP é definido como igual ao valor de PV quando o bloco está no modo manual e é
ativado (True) como padrão. Você pode desativar essa opção apenas no modo Man
ou O/S. O valor de SP é limitado ao intervalo definido pelo atributo de limite alto
de set-point (SP_HI_LIM) e pelo atributo de limite baixo de set-point (SP_LO_
LIM). No modo Auto, a taxa na qual uma alteração no SP é passada para OUT é
limitada pelos valores do atributo de limite de taxa ascendente do set-point (SP_
RATE_UP) e o atributo de limite de taxa descendente do set-point (SP_RATE_
DN). Um limite de zero impede a limitação de taxa, mesmo no modo Auto.

O SP de trabalho (SP_WRK) é o valor do SP após a limitação. Você pode optar por


reverter o intervalo de conversão, o que reverterá o intervalo de PV_SCALE para
calcular o atributo OUT, selecionando a opção Aumentar para Fechar I/O. Isso
irá inverter o valor OUT em relação ao set-point baseado no PV_SCALE e no XD_
SCALE. No modo Auto, o valor do SP convertido é armazenado no atributo OUT.
No modo Man, o atributo OUT é definido manualmente e é usado para definir a
saída analógica definida pelo parâmetro CHANNEL. Você pode acessar a posição do
atuador associada ao canal de saída através do parâmetro READBACK (em unidades

109
UNIDADE III │ OPERAÇÕES E MANUTENÇÕES

OUT) e no atributo PV (em unidades de engenharia). Se o atuador não suportar


feedback de posição, os valores PV e READBACK são baseados no atributo OUT. O
SP de trabalho (SP_WRK) é o valor normalmente usado para o atributo BKCAL_
OUT. No entanto, para os casos em que o sinal READBACK reflete diretamente
(linearmente) o canal OUT, você pode optar por permitir que o PV seja usado para
BKCAL_OUT, selecionando a opção Usar PV para BKCAL_OUT I/O.

110
CAPÍTULO 4
Conceitos de Fieldbus Safety e Wireless
& I/O remoto (WIO)

Fieldbus Safety
É uma tendência futura em sistemas críticos de segurança, ou apenas sistemas
de segurança (sistemas que podem ser perigosos para o homem, ambiente ou
equipamento na presença de falhas), para usar Fieldbuses. Os sistemas de segurança
tradicionais foram baseados em sensores e atuadores relativamente simples
conectados à porta de controladores. Vários novos desafios são apresentados aos
fabricantes de sistemas de segurança relacionados à comunicação segura entre os
dispositivos de campo e o controlador do sistema. Embora os sistemas baseados em
software ofereçam alta flexibilidade, sua principal desvantagem é a complexidade
envolvida.

Alguns processos e sistemas envolvem riscos. O risco é uma combinação da


frequência ou probabilidade de um acidente e a gravidade das consequências.
Sistemas que envolvem altos riscos obviamente têm a capacidade de causar danos
pessoais, ao meio ambiente e a equipamentos de alto valor agregado às indústrias.
Esses sistemas são denominados perigosos. Geralmente, é necessário instalar um
sistema redundante que reduz o risco vinculado a um nível aceitável em ambientes
ou aplicativos perigosos. Tais “sistemas de redução de risco” se enquadram em
uma categoria de sistemas críticos de segurança, ou apenas sistemas de segurança.
Exemplos desses sistemas podem ser encontrados na aviação, em usinas nucleares,
nas indústrias de petróleo e gás e em dispositivos médicos.

O padrão ANSI/ISA-S84 (Application of Safety Instrumented Systems for the


Process Industry) define um sistema de segurança para aplicações na indústria
como sendo um sistema composto de sensores, solucionadores lógicos e elementos
de controle final, além do sistema de desligamento de emergência e sistema
de desligamento de segurança, todos com o objetivo de levar o processo a um
estado seguro. Os sistemas de segurança existem porque os sistemas de controle
convencionais não podem depender de aplicações de proteção de segurança.
Os sistemas de segurança são críticos no sentido de que são absolutamente
necessários para manter um determinado nível de segurança. Se eles falharem, é
muito provável que ocorram situações críticas e perigosas. O ANSI/ISA S91 é um
padrão que inclui:

111
UNIDADE III │ OPERAÇÕES E MANUTENÇÕES

»» uma definição de segurança crítica;

»» um controle cuja falha em operar corretamente resultará diretamente


em uma liberação catastrófica de produto químico tóxico, reativo,
inflamável ou explosivo;

»» um sistema de segurança obviamente tem influência direta na


segurança de seus usuários e do ambiente ao redor, e a falha desse
sistema causará riscos inerentes.

É importante entender a diferença fundamental entre controle de processo


e controle de segurança em ambientes industriais. Um sistema de controle de
processo está ativo e executa cálculos contínuos na entrada de sensores e envia
comandos e saídas para os atuadores. Os sistemas de segurança são mais passivos
e colocam exigências rigorosas sobre o nível de diagnóstico e desempenho. Os
sistemas de segurança executam ações predefinidas, como um procedimento de
desligamento que coloca o sistema em um estado seguro, em vez de permitir que o
processo continue e, possivelmente, leve a uma situação perigosa. Se um sistema
tem um estado seguro quando erros são detectados, o sistema é dito à prova de
falhas. Embora um sistema de segurança pareça ocioso em condições operacionais
normais, ele monitora constantemente as variáveis selecionadas no sistema.

Além disso, um sistema de segurança deve ser capaz de se automonitorar e detectar


falhas em sua própria operação. A capacidade de autodetectar falhas é importante
para os sistemas de segurança e é definida como a integridade do sistema. Existe
um número de padrões nacionais e internacionais que definem diferentes níveis
de segurança, chamados de níveis de integridade de segurança (SIL). Os níveis de
integridade são indicações de “quão seguro” é um sistema. Os níveis de integridade
de segurança expressam a probabilidade de um erro passar sem ser detectado pelo
sistema de segurança. Quando ocorre um erro em um sistema de segurança, ele
não precisa necessariamente representar uma ameaça à integridade do sistema,
desde que o erro seja detectado e sinalizado, e algum tipo de ação seja tomada
para lidar com a situação. Se um erro não é detectado e passa despercebido pelo
sistema, podem ocorrer situações realmente perigosas com graves consequências.
Se isso acontecer, o sistema de segurança não cumpriu sua tarefa. É aqui que o SIL
entra em cena e fornece uma estimativa para a probabilidade de uma falha passar
despercebida.

O Fieldbus Safety utiliza como referência “Black Channel” (Canal negro), isso
significa que o protocolo Fieldbus agrega um grande número de proteções e outras
características para assegurar o tempo das transmissões entre os instrumentos.

112
OPERAÇÕES E MANUTENÇÕES │ UNIDADE III

Uma das outras vantagens do uso do modelo do Black Channel é que o nível físico
para as redes de segurança irá ter o mesmo protocolo Fieldbus para aplicações
gerais e, se desejado, uma única rede poderá conter instrumentos de Fieldbus
para uso geral. O quadro 9 relata os erros em potencial que não são detectados no
Fieldbus de uso geral.

Quadro 9. Erros Foundation Fieldbus.

Defesa

Distância aplicada a endereços de nó ou identificadores de


Aplicar arquitetura acionada por tempo
Thereat
Identificador de origem e destino

Procedimento de identificação

Habilitar tráfego de segurança


Código de segurança (CRC)

Priorização das mensagens


Controle de associação
Retorno de mensagem

Técnicas criptográficas

Transmissão Atômica
Número sequencial

Tempo de inibição
Tempo esgotado

Redundância
Time stamp

mensagem
Repetição x x x x x x
Eliminação x x x x x
Inserção x x x x x x x
Sequência
x x x x
Incorreta
Corrupção x x x x
Atraso x x x x x
Early x x
Jitter
x x x x
Excessivo
Mascarado x x x x x x
Inconsistência x x
Fonte: próprio autor.

O Protocolo Foundation SIF utiliza vários métodos para controlar os problemas de


transmissões e seus efeitos, como, por exemplo:

»» informação duplicada e CRCs;

»» comparação de dados e outros itens relacionados com CRCs;

»» conexão chave com os índices de objeto para identificar instrumentos


relacionados com segurança;

113
UNIDADE III │ OPERAÇÕES E MANUTENÇÕES

»» um contador de sequência que verifica a sequência correta da


mensagem, permitindo aos blocos de função implementar um cantador
para indicar timeout (gasto de tempo grande) na transferência de
dados, e detectar atrasos no atendimento das filas;

»» uma monitorização de sincronismo de tempo para detectar falhas do


tempo de sincronização do canal negro.

A ideia geral por trás da “camada de segurança baseada em blocos de funções seguras”
é baseada na ideia de uma biblioteca de “blocos de funções seguras” que incorpora
alguns meios para se comunicar com segurança e de forma mais confiável. A biblioteca
deve conter blocos semelhantes a blocos de função padronizados. A diferença entre
os blocos de função regulares e blocos seguros, é que os blocos da “biblioteca segura”
são personalizados e obtêm uma sobrecarga que torna a comunicação entre esses
blocos mais confiável. Do ponto de vista do controle de processo, os blocos de função
segura têm a mesma funcionalidade (ou seja, o mesmo algoritmo de controle) que
os blocos de função padrão. A diferença entre os blocos padrão e seguro está nos
esforços extras que foram feitos para tornar a comunicação entre os blocos de função
segura e confiável. A construção de uma biblioteca de funções seguras envolverá
praticamente a utilização de blocos existentes e regulares e os modificará com as
adições necessárias para torná-las mais seguras, receberão informações redundantes
que são usadas para melhorar a confiabilidade, fortalecendo sua capacidade de
detectar falhas de comunicação.

Para ilustrar o conceito dos blocos de função de segurança e a principal diferença


entre os blocos de função padrão e os blocos de segurança, consideremos
primeiramente uma parte do cenário de controle do processo comum com dois
blocos de função FF regulares: FB1 e FB2.

O FB1 e o FB2 estão localizados em dois dispositivos físicos separados e são


configurados para se comunicar através do barramento da seguinte maneira:

O parâmetro OUT do FB1 está ligado ao parâmetro IN do FB2. O FB1 está


constantemente amostrando dados do ambiente de processo que são publicados
ciclicamente pelo FB1 quando o LAS emite uma mensagem “Compel Data”. O
FB2 consome os dados produzidos pelo FB1 e escuta mensagens no barramento
publicadas pelo FB1. A transmissão de dados entre FB1 e FB2 é programada,
assim, a ligação entre os dois blocos de funções é baseada em um VCR de
editor/assinante, portanto, os dados estão fluindo em apenas uma direção, de
FB1 para FB2. O Publisher é informado pelo LAS para publicar os dados em seus
parâmetros de saída no barramento. O Publicador não se importa com os blocos
de funções que possam estar interessados nos dados que acabam de publicar.
Os Assinantes são o destino dos dados publicados, e eles são configurados para
escutar no link de mensagens. Em um cenário usando blocos de função regulares,

114
OPERAÇÕES E MANUTENÇÕES │ UNIDADE III

o Publicador não tem qualquer chance de saber se todos os destinos receberam


corretamente os dados que assinaram.

Wireless & I/O remote (WIO)


O mercado industrial, visando o avanço tecnológico, tem cada vez mais exigido
das empresas desenvolvedoras de equipamentos de campo produtos que possam
oferecer uma maior capacidade de tráfego de informação, que provenha de
mensagens para diagnósticos, que permitam configurações remotas e a certeza de
que tenha uma grande otimização das instalações físicas. Para conseguir atender a
todas as demandas que o mercado industrial procura, há a necessidade da criação
de novos sistemas de comunicação que possam suprir todas as necessidades. Com
isso, o meio que está sendo muito utilizado é o sistema Wireless (rede sem fio) que
é muito comum em meio a sistemas de computadores residenciais e empresariais.
Com o passar dos anos, após uma grande aprovação e a padronização do sistema
de redes sem fio na parte superior da pirâmide industrial, está acontecendo a
migração do sistema wireless para a parte inferior da pirâmide (o chamado chão de
fábrica). Os grandes fabricantes de instrumentos de campo já possuem monitores
de controlados de válvulas em sistemas wireless. Com a tecnologia wireless
haverá uma grande economia nas instalações, uma vez que os cabos custam muito
dinheiro e são difíceis de gerenciar a instalação de novos dispositivos ou novos
grupos de dispositivos na planta. Outra grande melhoria advinda da instalação
do dispositivo de campo é que ele pode ser configurado remotamente, sem a
necessidade de qualquer cabeamento.

Figura 66. Modelo de estrutura para rede com fio.

Fonte: próprio autor.

115
UNIDADE III │ OPERAÇÕES E MANUTENÇÕES

Figura 67. Modelo de estrutura para rede sem fio.

Fonte: adaptada de https://www.automacaoindustrial.info/o-protocolo-wirelesshart-parte-2/.

Com a tecnologia wireless será muito rápido e eficiente acessar qualquer


dispositivo ou estação dentro da indústria remotamente para fazer manutenção
na configuração ou instalar qualquer nova atualização de software em seu
sistema. A velocidade das tecnologias sem fio é muito rápida se for comparada
com a velocidade atual do padrão Fieldbus, por exemplo, a velocidade do
IEEE802.11n é superior a 100 Mbps, enquanto a velocidade do padrão Fieldbus
é 31,25 Kbps.

A principal barreira que a rede wireless encontra é que a comunidade industrial


está relutante em implantar as tecnologias nas plantas industriais porque ainda
não está bem testada e prefere trabalhar nos fios antigos em vez de ambientes
industriais sem fio de alta velocidade. Mas, a necessidade das tecnologias no
campo industrial e a revolução nos negócios e na indústria hoje em dia obriga
a comunidade industrial a reconsiderar sua posição. Por isso, espera-se que as
tecnologias sem fio sejam amplamente implantadas no ambiente industrial.

Para nos aprofundarmos um pouco na rede wireless, é importante estudar os


padrões existentes no mercado. A implantação da tecnologia no ambiente de
Fieldbus industrial precisa ser economicamente razoável, uma vez que os atuais
padrões wireless disponíveis no mercado já são amplamente utilizados pela
indústria, pelas pessoas e pelas empresas. Aqui, analisaremos os recursos mais
importantes em três principais padrões para a implantação da tecnologia wireless
nas redes de Fieldbus industriais:

116
OPERAÇÕES E MANUTENÇÕES │ UNIDADE III

1o - Wi-Fi IEEE 802.11

O padrão oferece uma solução de rede que garante mobilidade, flexibilidade e


baixo custo de implantação. Isso o torna um candidato muito competitivo para a
implantação nas redes de Fieldbus industriais. Além disso, o IEEE 802.11 tem uma
operação sem licença e oferece velocidades muito altas que podem alcançar centenas
de Mbps no padrão IEEE 802.11/n. Ele também pode ser facilmente instalado e
implantado em qualquer ambiente e estão amplamente disponíveis no mercado.
Evoluções IEEE 802.11 de 1997 até agora atravessam quatro gerações principais:

»» A primeira geração, desde 1997, é a WLAN/1G. Ela fornece a principal


conectividade entre os terminais do PC e outros dispositivos da LAN.
Suporta pontos de acesso baseados em bridge, bem como roaming e
coexistência com outras redes como WLAN e Ethernet LAN.

»» A segunda geração, desde 1998, é a WLAN/2G. É considerado mais


efetivo e de velocidade relativamente maior que a geração anterior.

»» A terceira geração surge em 2000 como rede WLAN /3G. Ela oferece
altas taxas de transferência, além de minimizar os tamanhos das
antenas e melhorar a sensibilidade dos receptores. Esta geração está em
conformidade com o padrão IEEE 802.11 a/g.

»» A quarta geração foi o WLAN/4G. Ela está em conformidade com o


padrão IEEE 802.11n, que oferece taxa de transferência muito alta de
até centenas de Mbps, bem como longas distâncias com altas taxas de
dados. Ele também usa tecnologias robustas adicionais, como múltipla
entrada de múltiplas saídas [MIMO].

O IEEE 802.11 oferece duas funções de coordenação para organizar o tráfego na


rede. Primeiro, a Função de Coordenação Distribuída (DCF) na qual as estações
usam o protocolo CSMA-CA para competir pelo canal. Quando o canal é detectado
livre, a estação pode enviar dados, se não, a estação deve esperar até que o período
de transmissão atual termine. Depois disso, um temporizador de desligamento será
ativado nas estações e a primeira estação que encerra o temporizador e encontra o
canal livre pode enviar seus dados antes. O DCF foi melhorado no IEEE 802.11e,
introduzindo o Enhanced DCF (EDCF), que funciona na atribuição de uma janela de
transferência de acordo com a prioridade do pacote. A segunda função é a Função de
Coordenação de Pontos (PCF), que fornece serviços de tempo limitado, dividindo o
tempo em Período Livre de Contenção (CFP) e Período de Contenção (CP). No CP,
o acesso é regulado de acordo com o DCF, enquanto, durante o período CFP, um

117
UNIDADE III │ OPERAÇÕES E MANUTENÇÕES

esquema de pesquisa é usado para ver se alguma estação deseja enviar dados no
canal.

Essa função PCF é aprimorada no IEEE 802.11e para a Função de Coordenação


Híbrida (HCF), que depende da periodicidade do tempo mais do que do esquema
de pesquisa. Por outro lado, o padrão IEEE 802.11 ainda apresenta muitos desafios
e limitações. Primeiro, ele tem taxas de dados menores quando comparado às
conexões de rede LAN com fio. Em segundo lugar, falta de qualidade de serviço.
Em terceiro lugar, alcance limitado, especialmente com a existência de obstáculos
metálicos. Por último, mas não menos importante, ataques de segurança. Mas,
apesar de todas essas questões e limitações, há pesquisas em andamento em todos
esses problemas e todas elas são abordadas e uma melhoria vital foi alcançada
para superar esses problemas.

2o - Bluetooth IEEE 802.15.1

A tecnologia Bluetooth foi originalmente projetada pela Ericsson como uma


tecnologia sem fio para situações de curto alcance que precisam de tecnologia sem
fio. Opera na banda não licenciada de 2,4 GHz. Redes Bluetooth são divididas em
piconets, cada um deles contém um mestre que organiza o tráfego na rede e até sete
escravos ativos. Qualquer dispositivo pode fazer parte do máximo de 4 piconets. As
comunicações exigiam duas coisas principais:

»» a descoberta da vizinhança (procura por dispositivos ao redor);

»» circuito preestabelecido, que é a responsabilidade principal.

Figura 68. Tipos de Piconets.


Scatternet
Piconet Piconet Mestre

Simples Multi-slaveMestre / Escravos


Mestre

Mestre

Escravo Escravos
Escravos
Fonte: adaptada de https://www.gta.ufrj.br/grad/06_1/bluetooth/topologia.htm.

O mestre manipula as comunicações entre qualquer um dos dispositivos piconet por


meio do esquema de pesquisa. O escravo pode fazer parte de múltiplos piconets e

118
OPERAÇÕES E MANUTENÇÕES │ UNIDADE III

enviará os dados nos intervalos de tempo pares, enquanto o mestre enviará os dados
nos intervalos de tempo ímpares. Colisões entre piconetes diferentes podem ser
tratadas usando a técnica de salto de frequência (FH). Nessa técnica, os dados serão
enviados em diferentes frequências de salto para evitar colisões que possam ocorrer.
Bluetooth tem três classes principais:

»» Classe 1: opera dentro de um intervalo de 40-100m potência de 100 mW.

»» Classe 2: opera dentro de uma faixa de potência de 15 a 30m 2,5 mW.

»» Classe 3: opera dentro do alcance de energia de 5-10m 1 mW. A maioria


dos dispositivos Bluetooth é de classe 2 ou 3.

O Bluetooth suporta apenas velocidades baixas de até 3 Mbps. O Bluetooth possui


dois tipos de links lógicos:

»» link sem conexão assíncrona (ACL) e

»» link SCO (Synchronous Connection Oriented, Orientação de conexão


síncrona).

Os links ACL oferecem comunicação confiável devido à técnica de solicitação


automática de repetição (ARQ). Inicia a retransmissão do pacote se o pacote estiver
corrompido (CRC falhou). Os links SCO oferecem transferência de dados em tempo
real usando intervalos de tempo periódicos, mas a retransmissão não está disponível.
A retransmissão é introduzida no SCO estendido (ESCO), que é mais flexível e
suporta diferentes taxas de transmissão. O código de acesso é de 72 bits, que é usado
na sincronização e identificação na rede Bluetooth.

3o - ZigBee IEEE 802.15.4

O ZigBee é uma especificação baseada no padrão IEEE 802.15.4 para redes de área
sem fio (WPANs). A ZigBee opera nas bandas de rádio ISM, e define uma rede mesh
de uso geral, barata e auto-organizável para controle industrial, sensor embarcado,
coleta de dados médicos, aviso de fumaça e intrusão, automação predial e automação
residencial etc. Há três tipos diferentes de dispositivos ZigBee em uma rede ZigBee:

»» Coordenador (Mestre): apenas um coordenador existe em cada rede


ZigBee. Sua função é armazenar informações sobre a rede e determinar
o melhor caminho de transmissão entre dois pontos da rede.

119
UNIDADE III │ OPERAÇÕES E MANUTENÇÕES

»» Dispositivo de função completa (Roteador, Repetidor): os


roteadores atuam como um repetidor intermediário que transmite
dados de outros dispositivos.

»» Dispositivo de Função Reduzida (Dispositivo Final): esse


dispositivo contém uma quantidade mínima de funcionalidade
para permitir que ele converse com seu nó pai (o coordenador ou
um roteador). Não pode transmitir dados diretamente de outros
dispositivos.

Existem topologias definidas no IEEE 802.15.4 (Figura 68): standard, Star,


Cluster Tree e Mesh .O ZigBee usa uma configuração básica mestre-escravo, que
é adequada para as redes de malha dinâmica de muitos dispositivos usados com
pouca frequência que conversam por meio de pequenos pacotes de dados. Até
“256 nós” são permitidos.

Figura 69. Diferentes tipos de ZigBee.

MESH CLUSTER TREEE

STAR

PAN Coordinator
Full Function Device
Reduced Function Device
Fonte: adaptada de https://www.lri.com.br/what-is-zigbee-how-it-works/.

A figura abaixo mostra um cenário proposto para interconexão entre FF


e ZigBee o gateway é o dispositivo responsável pelo acoplamento entre
as redes FF e ZigBee, já que os protocolos usados nas camadas de enlace
são diferentes. O gateway realiza a conversão de endereço e formato dos
quadros entre a rede Foundation Fieldbus H1 e a célula de dispositivos sem
fio. Nesse caso, a rede de dispositivos ZigBee substitui instrumentos H1
que seriam conectados a um hub no barramento.

120
OPERAÇÕES E MANUTENÇÕES │ UNIDADE III

Figura 70. Modelo FF com ZigBee.


Foundation

Foundation Fieldbus HSE

Fieldbus H1 Dispositivo de
interconexão

Gateway

ZigBee

Fonte: adaptada de http://docplayer.com.br/4985886-Avaliacao-da-utilizacao-de-tecnologia-de-comunicacao-sem-fio-em-


redes-profibus-e-foundation-fieldbus.html.

Um segmento H1 permite endereçar até 240 dispositivos. Além disso, existe


um campo reservado para o endereço do segmento. Dessa forma, um
dispositivo é identificado por um endereço de segmento e um endereço de
nó. Na rede híbrida proposta, a célula ZigBee é identificada por um endereço
de segmento na rede H1, e cada estação sem fio tem um endereço de nó
correspondente no barramento H1.

Todas as mensagens endereçadas a uma estação na célula ZigBee são


capturadas pelo gateway que mantém uma tabela de associação entre
os endereços H1 e os endereços ZigBee. O gateway é responsável por
encaminhar a mensagem ao nó sem fio correspondente. O endereço de
segmento é interpretado pelas estações ZigBee como um identificador de
PAN, e seu uso auxilia o gateway na identificação do destino das mensagens
recebidas em ambos os lados.

A comunicação em uma rede H1 pode ocorrer de forma agendada ou não


agendada. Assim, os nós na célula ZigBee podem ser requisitados de ambas
as formas, a depender da aplicação em uso. Devido às propriedades do meio
de transmissão sem fio, é interessante que o gateway represente as estações
sem fio na rede Foundation Fieldbus, exercendo uma função de proxy. O
objetivo é não prejudicar o desempenho da rede de campo.

Se uma das estações ZigBee estiver na lista de comunicação agendada, o


gateway intercepta a mensagem CD (compel data) e realiza a publicação
das informações contidas em seu cache referentes à estação ZigBee
correspondente.

121
UNIDADE III │ OPERAÇÕES E MANUTENÇÕES

Se uma estação sem fio estiver contida na “live list”, mais uma vez o gateway
será o intermediador, recebendo o PT (pass token) e transmitindo os dados
referentes à estação ZigBee apropriada. As informações dos dispositivos sem
fio, armazenadas no cache do gateway, são atualizadas usando o modo de
operação com sinalização em uma estrutura de superquadra com porção
ativa e inativa. As razões são as mesmas apresentadas na seção anterior:
possibilidade de tratar dados periódicos e aperiódicos, e maior sincronização
na rede ZigBee. A diferença entre os tamanhos dos pacotes que circulam
nas duas redes é um aspecto importante. A carga útil em uma rede H1
tem comprimento máximo de 251 bytes. Enquanto na rede ZigBee não
pode ultrapassar 102 bytes. A possibilidade de fragmentação no gateway é
descartada, pois exige maior capacidade de processamento e consumo de
energia nas estações sem fio. Resta, então, limitar o comprimento da carga
útil na rede H1 durante a configuração do sistema.

Fonte: adaptada de http://docplayer.com.br/4985886-Avaliacao-da-utilizacao-de-tecnologia-de-


comunicacao-sem-fio-em-redes-profibus-e-foundation-fieldbus.html.

122
CAPÍTULO 5
Interoperabilidade entre sistemas Host

Não é necessário para um Host ter blocos de função, e de fato o mais largamente
utilizado como Host geral, o produto da National Instruments na sua função de
configurador Fieldbus não tem bloco de função incorporado. Um sistema Host
com uma interface H1, precisa ter o seu communication stack registrado na
Foundation Fieldbus e a interface deve ser conforme o nível físico do protocolo. É
bom lembrar que os Hosts que incluem uma interface HSE precisam ter registrado
na Fieldbus o seu communication stack. Um perfil típico de um Host define quais
são as mínimas características que um Host precisa ter implementado para cada
classe de Host, todos estes detalhes estão na FE-859. No presente momento, a
Foundation Fieldbus define as seguintes classes de Hosts:

»» Classe 61 – Host integrado: é o primário no controle do processo,


o Host dessa classe gerencia a comunicação e as configurações das
aplicações de todos os instrumentos em uma rede. Essa é a classe
de Host a que os SDCD (sistemas digitais de controle distribuído)
pertencem.

»» Classe 62 – Host visitante: é temporário e não é o principal Host


do processo, tem acesso limitado à parametrização de um instrumento.
É representado por um computador de mão (hand held) muito usado
pelos técnicos de manutenção para a comunicação com os instrumentos.

»» Classe 63 – Host de bancada: é um Host fora do processo usado


para configuração de um instrumento não instalado na rede.

»» Classe 71 – Host Integrado de Segurança: é um Host primário de


processo para aplicações e funções em sistemas de segurança-SIS.

Os operadores têm acesso aos Hosts integrados por meio das estações de
operação, enquanto os técnicos de manutenção realizam suas funções
via Host, mas através das estações de manutenção e de seus sistemas de
gerenciamento de ativos. O registro dos Host na Foundation Fieldbus teve
início em 2009, com o perfil (profile) “A”, e no começo de 2010 todos os
sistemas Hosts já precisavam ter seu registro baseados também no perfil “B”.
As seguintes características dos Hosts que eram opcionais no perfil “A” agora
são mandatórias no perfil “B”.

123
UNIDADE III │ OPERAÇÕES E MANUTENÇÕES

»» Instanciação de blocos: essa função permite a completa utilização


dos instrumentos Fieldbus de campo, suportando a descarga de
blocos de função para permitir o uso completo da inteligência dos
instrumentos.

»» Múltiplos níveis de capacidade: para instrumentos onde alguns


blocos ou características são opcionais ou licenciadas, esse padrão
ou nível de capacidade pode ser escrito na placa do TAG durante a
configuração do sistema para prevenir que blocos não suportados sejam
utilizados na estratégia de controle. A intenção é prevenir surpresas
durante o comissionamento e tornar as trocas de equipamentos mais
fáceis.

»» Blocos de função melhorados: suportam o uso de blocos avançados


definidos pelos fabricantes.

»» Blocos de função customizados: completa utilização de blocos não


padronizados da maneira que foram definidos pelos arquivos DDs.

»» Configuração do controle do sequenciamento dos blocos de


função: permite aos desenvolvedores construir estratégias de controle
no campo.

»» Acesso no nível do instrumento DD V5.1: suporte para o EDDL


com possibilidade de tornar mais fácil o cruzamento de informações
entre blocos de função Fieldbus, devido à habilitação de um tela com
todos os diagnósticos na mesma página, todos os ajustes em uma única
página, tendo a habilidade de arquivar dados, sem depender de que
instrumento a informação está residente.

O Profile “B” também incorpora os requerimentos de suporte da norma de


diagnósticos Namur NE 107 (http://www.namur.de), que teve a adição de uma
quarta categoria de status, que é a verificação de função (Function Check)
normalmente usada para indicar qual instrumento está em manutenção. O
requerimento de uma certificação pela Foundation Fieldbus (Check Mark)
para os sistemas (Hots) ajudará a diminuir as preocupações sobre o assunto
interoperabilidade entre Host/instrumentos, que tem gerado problemas nos
projetos até então.

124
CAPÍTULO 6
Problemas típicos de instalação

Neste capítulo iremos demonstrar algumas formas de instalações que


são causadoras de problemas, alguns nas instalações durante a fase de
comissionamento. Por esse motivo é que antes de realizarmos os testes e
a certificação da instalação, devemos fazer uma completa inspeção e, caso
necessário, fazer as respectivas correções antes de iniciarmos os serviços da
certificação. A figura 70 mostra uma instalação correta de um instrumento.
O conector foi corretamente especificado e tivemos a trava metal/metal entre
o conector e a rosca da caixa do instrumento antes de alcançarmos o final da
rosca.

Figura 71. Instalação correta.

Fonte: http://www.totalautomacao.com.br/controle-e-instrumentacao/.

A figura 71 ilustra a instalação correta de várias caixas de conexão nas quais os


troncos e os spurs estão instalados em área segura. Como pode ser visto, cada caixa
tem o seu cabo de aterramento corretamente instalado e o seu encaminhamento
está totalmente isolado dos cabos do sinal FF, tanto do tronco quanto dos spurs.
Os dois exemplos citados até o momento são de instalações corretas.

Figura 72. Instalação correta com caixas de conexão.

Fonte: https://www.turck.us/en/517.php.

125
UNIDADE III │ OPERAÇÕES E MANUTENÇÕES

A figura 72 mostra a montagem de um transmissor que está com sua


montagem quase correta a não ser pela falta do cabo de aterramento que
não foi instalado. Se observamos, está quase tudo perfeito, o cabo FF está
montado com prensa cabo e seu encaminhamento está de baixo para cima que
é muito favorável para evitar a presença de água de chuva ou até mesmo no
momento da limpeza.

Figura 73. Montagem incorreta, falta conexão com aterramento.

Fonte: http://supplytechsp.com.br/area-de-atuacao/solucoes-em-instrumentacao-industrial/.

A figura 73 mostra que a quantidade de cabos que estão passando pelo conduíte
é uma quantia muito acima do permitido pela norma. A NBR IEC60079-14
edição de 20/02/2009 na sua secção 9.4 estabelece que um conduíte não pode
conter sua ocupação maior que 40% de toda a área disponível. A foto mostra
claramente que essa norma não foi respeitada. De acordo com a norma citada
acima, também se recomenda que os cabos e seus acessórios sejam instalados
em locais que previnam a exposição a agentes químicos que possam causar uma
baixa isolação e o correto funcionamento da planta.

Figura 74. Montagem incorreta, excesso de cabos no conduíte.

Fonte: http://instalacoeseletricasiii.blogspot.com.

126
OPERAÇÕES E MANUTENÇÕES │ UNIDADE III

A norma estabelece que para áreas com segurança intrínseca seja utilizado
somente cabo da cor azul. Em algumas plantas, é de costume passar cabos
diferentes em uma mesma tubulação, esse procedimento pode gerar um risco à
planta, pois pode acontecer um curto-circuito entre esses cabos e passaremos
a ter um nível de tensão elevado, podendo não ser suportado pelas instalações
de segurança intrínseca e, consequentemente, podemos ter até uma explosão na
instalação se no momento do curto-circuito tivermos a presença de um material
combustível no local.

Na figura 74, temos uma instalação de uma rede e no final de cada cabo temos
uma parte dos cabos enrolados. Essa prática se dá para instalações de projetos de
instalação 4-20 mA, mas para casos de projetos onde a frequência é extremamente
importante para a comunicação, esse procedimento pode causar falhas na
comunicação devido ao efeito de “filtro” que pode ser gerado (o cabo possui
indutâncias que variam quando enrolamos e criamos uma “bobina” no cabo),
portanto, é aconselhável que não se deixe formar voltas de 360 graus.

Figura 75. Cabos enrolados.

Fonte: https://www.baldota.co/products/smar/jm400-junction-box-for-fieldbus-foundation-fieldbus-profibus-hart-and-
conventional-instrumentation-4-20ma/.

A figura 75 mostra a entrada de água e outros resíduos nos instrumentos, esse


é um exemplo bem comum em instalações na qual não foram observados todos
os requisitos básicos. A entrada de água pode causar oxidações nas conexões,
atrapalhando a comunicação entre o Host e o instrumento. O maior problema,
nesse caso, começa por ter perdas momentâneas da comunicação que com o passar
do tempo vão ficando ainda pior, tal consequência é difícil de corrigir devido à
dificuldade em encontrar onde está o instrumento com defeito.

127
UNIDADE III │ OPERAÇÕES E MANUTENÇÕES

Figura 76. Presença de água no instrumento.

Fonte: https://www.celuloseonline.com.br/artigo-tecnico-manutencao-em-medidores-de-vazao/.

128
Referências

https://www.emerson.com/documents/automation/article-fieldbus-wars-continue-
eddl-vs-fdt-dtm-deltav-en-56514.pdf.

http://alvarestech.com/temp/simprebal/Relatorios_Tecnicos-Publicacoes-
Dissertacoes/docs/cursos/Aula28-MANUAL_TREINA_200-SMAR.pdf.

https://www.smar.com/PDFs/manual/DFI302MP.PDF.

https://www.dca.ufrn.br/~affonso/FTP/DCA447/ethernet/hse.pdf.

https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/1815226/mod_resource/content/0/
SEL0432_2016_Instrumenta%C3%A7%C3%A3o.pdf.

https://www.mt.com/mt_ext_files/Editorial/News/0/System_Integration_Ma
y04_0x00001008409b94a2400029b3_files/System_Integration_for_Process_
Automation_pt_Sept03.pdf.

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-17592009000100003 .

https://www.yokogawa.com/solutions/products-platforms/field-instruments/device-
smart-communicators-2/mobile-field-device-management-fieldmate/.

https://www.lri.com.br/what-is-zigbee-how-it-works/.

https://www.gta.ufrj.br/grad/06_1/bluetooth/topologia.htm.

https://www.sense.com.br/arquivos/produtos/arq0/Protetor%20e%20
Segmento%20PA%20e%20FF.pdf.

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