Protocolo Classificacao de Risco em Saude Mental
Protocolo Classificacao de Risco em Saude Mental
Protocolo Classificacao de Risco em Saude Mental
CONSULTORIA
Maria Emi Shimazaki
SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE DO ESPÍRITO SANTO
Ficha Catalográfica
Versão: 2018
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SIGLAS OU ACRÓSTICOS
FC Frequência Cardíaca
FR Frequência Respiratória
HGT Hemoglicoteste
PA Pressão Arterial
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DECLARAÇÃO DE CONFLITO DE INTERESSE
INTRODUÇÃO
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CONSULTA PÚBLICA
OBJETIVOS
Definir e desencadear a resposta mais indicada a cada caso: atendimento no tempo certo e
com recurso adequado;
Evitar o uso de tecnologias invasivas e/ou de alta complexidade sem a devida avaliação (ex.:
internação sem indicação);
PÚBLICO ALVO
Esse Protocolo se destina aos profissionais de saúde dos pontos de atenção da RAPS, aí
incluídos os serviços da Atenção Primária à Saúde (APS), os Centros de Atenção Psicossocial
(CAPS), os serviços de urgência e emergência (ex.: prontos-socorros, pronto atendimentos), os
Hospitais Gerais, bem como profissionais das Centrais de Regulação do Estado,
Superintendências Regionais de Saúde e municípios do Espírito Santo.
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de protocolo pré-estabelecido, do grau de necessidade do usuário,
proporcionando atenção centrada no nível de complexidade e não na ordem
de chegada (BRASIL, 2004).
Na avaliação de casos de saúde mental, os atendimentos devem ser singulares
(personalizados) e, além do quadro clínico apresentado, deve-se levar em conta aspectos
como o contexto familiar e vulnerabilidade social na determinação do risco/gravidade. Os
usuários devem ser atendidos em ambientes seguros e tranquilos.
Cada serviço de saúde deve buscar conhecer a rede de atenção existente em seu
território, seja em âmbito local, municipal, regional ou estadual, a fim de otimizar a garantir a
melhor orientação a cada caso e evitar a realização de encaminhamentos sem implicação.
Na avaliação em saúde mental, é preciso fazer uma anamnese apropriada, que inclua
tanto a história da saúde física quanto de condições mentais e comportamentais, seguida de
avaliação da saúde física para identificar condições concomitantes e orientar a pessoa sobre
medidas preventivas. Essas ações devem ser realizadas com o consentimento da pessoa,
sempre que possível.
a) Anamnese
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Queixa principal: sintoma razão principal que levou a pessoa a buscar atendimento;
quando, por que e como começou;
História clínica geral: problemas de saúde física e os medicamentos usados; lista dos
medicamentos atuais; alergias a medicamentos; comorbidades orgânicas associadas;
b) Exame físico
A avaliação da saúde física deve conter minimamente: pressão arterial (PA); frequência
cardíaca (FC); frequência respiratória (FR); temperatura axilar (TAX); hemoglicoteste (HGT);
informações sobre fatores de risco: sedentarismo, alimentação inadequada, tabagismo, uso
nocivo de álcool ou outras substâncias, comportamentos de risco e doenças crônicas;
existência de comorbidades (condições clínicas coexistentes com o quadro psiquiátrico
apresentado).
c) Exame psíquico
d) Hipótese diagnóstica
e) Conduta terapêutica.
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Cabe destacar que, ainda que os itens “c”, “d” e “e” sejam prerrogativas do
profissional médico, a avaliação em saúde mental dever ser feita por toda a equipe
multidisciplinar. As percepções de todos os profissionais envolvidos no cuidado devem ser
discutidas, no sentido de garantir um olhar integral à pessoa atendida.
A referida Lei também define que as internações em saúde mental somente serão
autorizadas mediante laudo médico individual circunstanciado que caracterize seus motivos. É
fundamental que esse laudo seja atual e descreva o estado de saúde em que se encontra o
sujeito para quem se solicita a vaga de internação, de modo a subsidiar a tomada de decisão
do médico regulador.
Internação compulsória: aquela determinada pela Justiça. Nesses casos, o juiz competente
levará em conta as condições de segurança do estabelecimento, quanto à salvaguarda do
paciente, dos demais internados e funcionários. Mesmo as internações compulsórias
devem ser avaliadas conforme os critérios aqui descritos e precedidas de laudo médico
circunstanciado, no sentido de garantir equidade no acesso aos serviços.
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A internação involuntária deverá, no prazo de setenta e duas horas, ser comunicada ao
Ministério Público Estadual pelo responsável técnico do estabelecimento no qual tenha
ocorrido, devendo esse mesmo procedimento ser adotado quando da respectiva alta (BRASIL,
2001).
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A realidade social e condições de saúde da população, bem como a RAPS, são
dinâmicas e passam por mudanças constantes ao longo do tempo. Por isso, esse Protocolo
deve ser reavaliado sempre que surgir tal necessidade, respeitando-se sempre os princípios do
SUS, as diretrizes da Política de Saúde Mental a integralidade da atenção à saúde.
Amarelo: Casos de gravidade moderada. Condições que podem evoluir para um problema
sério, se não forem atendidas rapidamente.
Azul: Condições não agudas, não urgentes ou problemas crônicos, sem alterações dos sinais
vitais.
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VERMELHO
Qualificadores:
Episódio depressivo grave com ou sem sintomas psicóticos associado à ideação suicida,
com planejamento ou história anterior de tentativa de suicídio;
Quadro de alcoolismo ou dependência química a outras drogas com sinais de agitação e/ou
agressividade auto e/ou heterodirigida, várias tentativas anteriores de tratamento extra-
hospitalar sem êxito, com riscopsicossocialelevado.
LARANJA
Qualificadores:
Quadro depressivo grave com ou sem sintomas psicóticos, com ideação suicida sem
planejamento, porém sem apoio sociofamiliar que possibilite tratamento extra-hospitalar;
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Quadro psicótico agudo, sem sinais de agitação psicomotora e/ou agressividade, porém
sem apoio sociofamiliar;
Determinações judiciais.
AMARELO
Qualificadores:
Quadro depressivo moderado com ou sem ideação suicida, com apoio sociofamiliar que
possibilite tratamento extra-hospitalar;
Quadro psicótico agudo, sem sinais de agitação psicomotora e/ou agressividade auto e
heterodirigida, com apoio sociofamiliar que possibilite tratamento extra-hospitalar;
Alcoolismo ou dependência química a outras drogas com sinais de abstinência leve que
consegue participar de programa de tratamento especializado ambulatorial;
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VERDE
Qualificadores:
Transtorno Afetivo Bipolar: episódio depressivo ou maníaco sem risco para si ou para
terceiros;
Insônia;
AZUL
Qualificadores:
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ANEXO
REGULAÇÃO DE LEITOS DE SAÚDE MENTAL
Paciente com transtorno mental e/ou com necessidades decorrentes ao uso de álcool e
outras drogas, com risco para si ou para terceiros
BRASIL. Lei Nº 8.069, de 13 de julho de 1990: Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá
outras providências.
_____. Lei Nº 10.216, de 06 de abril de 2001: Dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas
portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental.
_____. Ministério da Saúde. Gabinete do Ministro. Portaria Nº 1.559, de 1º de agosto de 2008: Institui a
Política Nacional de Regulação do Sistema Único de Saúde – SUS. Disponível em:
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2008/prt1559_01_08_2008.html>.
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