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O ESPAÇO GEOGRÁFICO

Paisagem, espaço, lugar, território são palavras utilizadas no cotidiano.


Mas na ciência geográfica possuem significados específicos:
• Paisagem: é conjunto de elementos naturais e humanos abarcados pelos
sentidos, podendo ser divididos em paisagem natural (elementos da natureza) e
paisagem humana ou antrópica (resultado da intervenção humana);
• Espaço geográfico: é o produto das relações e interações entre a
sociedade e natureza.
• Lugar: é a porção do espaço onde as relações cotidianas acontecem. É a
porção do espaço mais próxima do indivíduo.
• Território: é uma porção do espaço geográfico resultante do poder de
dominação de um determinado agente, por exemplo o Estado Nacional.
• Região: É a porção do espaço que apresenta características semelhantes
e diferentes do entorno.

CARTOGRAFIA

Desde os primórdios, as civilizações já produziam mapas de suas aldeias,


em paredes e com diferentes tipos de materiais, para registrar caminhos e pontos
importantes do território. Podemos citar como exemplo a cartografia de
Erastóstenes, na Grécia Antiga; o mapa-múndi de Ptolomeu; O mapa T-O de
Santo Isidoro, as Cartas Portulanas do século XV, entre outros.
Com o desenvolvimento da tecnologia, os mapas aumentaram seu grau
de precisão e hoje são elaborados com a ajuda de sensoriamento remoto, cujo
conjuntos de satélites mapeiam a área para produção cartográfica. As
informações dos satélites podem ser utilizadas tanto pelo governo quanto por
empresas privadas.
Na atualidade, os sistemas globais de posicionamento (GPS), presente
na sociedade moderna, localizam pontos com base nas informações dos
satélites.
Os mapas são elementos da comunicação dos fenômenos geográficos.
Para que a comunicação seja clara são necessários definir elementos
padronizados para sua leitura e interpretação em qualquer parte do mundo. São
eles:
• Título: comunica a principal informação do mapa;
• Escala: indica a proporção em que o mapa do traçado em relação ao
espaço real. A escala pode ser gráfica ou numérica (1:300.000). Também varia
de acordo com sua finalidade – escala pequena representa grandes espaços e
escala grande representa pequenos espaço apresentando mais detalhes sobre
o mesmo;
• Legenda: é o significado dos códigos, cores, linhas que aparecem no
mapa permitindo sua leitura;
• Coordenadas Geográficas: São linhas imaginárias (Paralelos e
Meridianos) traçados no mapa que permitem a localização em qualquer ponto
do Globo. Dentro das coordenadas geográficas o principal paralelo é a linha do
equador (0º) dividindo a terra em dois hemisférios – Norte e Sul e sua contagem
vai de 0º a 90º representando a latitude. O principal meridiano é o Greenwich
(0º) dividindo a terra em dois hemisférios Leste e Oeste e sua contagem vai de
0º a 180º representeando a longitude.
• Fuso-horário: sistema de adoção de horário único para uma área
determinada entre dois meridianos, distante entre si em 15º. O ponto de partida
é o Meridiano de Greenwich.
• Projeções Cartográficas: são formas de representação da superfície
terrestres em um plano. Existem centenas de projeções cartográficas, pois
nenhumas delas produz um mapa idêntico a realidade, pois a transposição da
esfera para o plano sempre apresenta distorções. As projeções conhecidas são:
Cilíndrica (Mercator e Peters), Cônica e Azimutal.

LITOSFERA

Através da datação do Tempo geológico podemos compreender a


formação e história do planeta Terra. Através da metodologia de desintegração
do isótopo de uranio 238 marcasse as rochas mais antigas. O processo de
desintegração do isótopo de Carbono-14 utilizado para data as rochas mais
novas.
Na escala de tempo geológico, a idade da terra é de aproximadamente
4,6 bilhões de anos, formada a partir da fusão de materiais. Os elementos mais
densos e pesados deslocaram-se para camadas mais profundas, enquanto os
materiais mais leves e menos densos ficaram próximo a superfície da Terra.
Assim, divide-se a estrutura da terra em três partes principais:
• Núcleo (interno e externo): Provavelmente constituído de ferro e outros
materiais densos e temperaturas elevadas.
• Manto: constituído principalmente por magnésio e silício. Na astenosfera
encontramos materiais plásticos e rocha fundida, responsável pelo movimento
das placas tectônicas.
• Crosta Terrestre (oceânica e continental): é a camada mais densa e
superficial da terra.

A litosfera é uma camada descontinua formada por fragmentos,


denominados de placas tectônicas, que flutuam sobre o magma, gerando
atividades geológicas como, por exemplo, vulcanismo e terremotos, que são
agentes interno (endógenos) de transformação do relevo, sendo o vento
(eólico), água da chuva (pluvial), água dos rios (fluvial), água do mar (marinha),
gelo (glacial) e até mesmo a ação humana (antrópica).
São esses agentes os responsáveis pelas diferentes formas de relevo:

• Planaltos: chamados de platôs, são áreas de altitudes variadas e


limitadas, em um de seus lados, por superfície rebaixada. Os planaltos são
originários das erosões provocadas por água ou vento. Os cumes dos planaltos
são ligeiramente nivelados.
• Planícies: são áreas geográficas caracterizada por superfície
relativamente plana (pouca ou nenhuma variação de altitude). São encontradas,
na maioria das vezes, em regiões de baixas altitudes. As planícies são formadas
por rochas sedimentares. Nestas áreas, ocorre o acúmulo de sedimentos.
• Depressões: são regiões geográficas mais baixas do que as áreas em sua
volta. Quando esta região se situa numa altitude abaixo do nível do mar, ela é
chamada de depressão absoluta. Quando são apenas mais baixas do que as
áreas ao redor, são chamadas de depressões relativas. As crateras
de vulcões desativados são consideradas depressões. É comum a formação de
lagos nas depressões.
• Montanhas: são formações geográficas originadas do choque (encontro)
entre placas tectônicas. Quando ocorre este choque na crosta terrestre, o solo
das regiões que sofrem o impacto acaba se elevando na superfície, formando
assim as montanhas. Estas são conhecidas como montanhas de dobramentos.
Grande parte deste tipo de montanhas formou-se na era geológica do Terciário.
Existem também, embora menos comum, as montanhas formadas por vulcões.

CLIMAS DA TERRA

Os climas da terra são uma combinação num determinado lugar e durante


um longo período de tempo, de uma série de elementos do clima como
temperatura, precipitação, pressão atmosférica, ventos, nebulosidade,
humidade. Os fatores que interferem na determinação de um clima são:
• Latitude – é a distância do equador ao ponto situado na superfície
terrestre. Geralmente quanto mais longe do Equador, ou seja, quanto maior a
latitude, mais baixas são as temperaturas e vice-versa. Mas devido ao
movimento de translação da Terra, temos as quatro estações do ano e assim a
incidência de raios solares modifica-se durante o ano.
• Altitude – é a distância entre o nível médio das águas do mar ao ponto
da superfície terrestre na vertical. As temperaturas diminuem em cerca de 1º C
em cada 150 m. Isto porque nas zonas mais altas, o ar é menos denso e,
portanto, não retém tanto calor.
• Posição face ao mar – O mar atua como regulador térmico, pois as
superfícies dos oceanos aquecem e arrefecem mais lentamente que as massas
continentais. Assim os lugares perto do mar não apresentam grande amplitudes
térmicas, ou seja, mudanças de temperatura.
• Temperaturas – estas indicam a quantidade de calor ou frio que faz
numa região. Depende principalmente da radiação solar que o local recebe.
• Precipitações – é a quantidade de água de chuva, neve ou granizo, que
cai num determinado lugar. A abundância ou escassez de precipitações
distingue climas úmidos, secos e áridos.
• Ventos – é uma massa de ar em movimento. Possui duas
características principais que é a velocidade e a direção. A direção do vento
mede-se com cata-ventos que indicam os pontos cardeais. São os ventos que
transportam de um lado para as outras massas de ar diferentes, que podem
deixar calor por onde passam ou frio. Quando duas massas de ar muito distintas
confluem uma com a outra pode dar-se origem a um furacão ou tufão.

TIPOS CLIMÁTICOS

• Clima equatorial – Corresponde às regiões situadas logo depois do


Equador, para norte e para o sul, cerca de 5º de latitude. Apresenta uma só
estação com altas temperaturas (27º C) e chuvas torrenciais. Grandes
oscilações térmicas diárias (10º C). A precipitação encontra-se entre os 1.500
mm aos 4.000 mm ao ano.
• Clima tropical – Corresponde às regiões tropicais dos dois hemisférios,
tem duas estações uma seca outra chuvosa. As temperaturas são elevadas (26º
C), precipitações entre os 600 mm e os 1.000 mm. São característicos deste
clima furacões, temperaturas violentas e ciclones.
• Clima desértico – Existe nas áreas subtropicais do planeta. Há uma
ausência de precipitação quase na totalidade, com amplitudes térmicas diárias
muito elevadas.
• Clima temperado – Dá-se nas latitudes médias. Possui quatro estações,
dependendo das temperaturas e precipitações.
• Clima Polar – Este clima é próprio das zonas polares dos dois
hemisférios. As temperaturas são extremas pois não passam de 10º C no mês
mais quente. As neves são quase perpétuas. O verão é muito curto sendo
sempre dia e no inverno, uma estação longa, sendo quase sempre noite.
TIPOS CLIMÁTICOS BRASILEIROS
A maior parte do território brasileiro encontra-se nas áreas de baixas
latitudes, entre o Equador e o Trópico de Capricórnio. Por essa razão,
predominam os climas tropicais quentes e úmidos.

• Equatorial - O clima equatorial é encontrado em regiões localizadas nas


proximidades da linha do Equador. Apresenta temperaturas elevadas e grande
quantidade de chuvas durante a maior parte do ano.
• Tropical - O clima tropical é encontrado na região central do Brasil, com
maior predominância na Região Centro-Oeste. Esse clima apresenta duas
estações bem definidas: inverno com temperaturas amenas e seco,
e verão quente e chuvoso.
• Tropical Semiárido – O clima tropical semiárido é típico das Região
Nordeste do Brasil, compreende uma área com chuvas e outra onde as chuvas
são raras e ocorrem as temperaturas mais altas do país
• Tropical de Altitude - O clima tropical de altitude predomina nas áreas
serranas da Região Sudeste. Por causa da altitude mais elevada, apresentam
as temperaturas mais baixas de todo o domínio tropical, com média inferior a 18
ºC.
• Tropical Litorâneo - O clima tropical litorâneo predomina em grande parte
do litoral do país, se estende desde o Rio Grande do Norte até o estado do Rio
de Janeiro. Influenciado pela atuação da massa de ar Tropical Atlântica, o clima
nessa região é quente e chuvoso.
• Subtropical - O clima subtropical ocorre na Região Sul do país, abaixo
do Trópico de Capricórnio, e daí seu nome Subtropical. O clima subtropical
apresenta duas estações do ano bem demarcadas: verão quente e inverno
rigoroso, quando podem ocorrer geadas ou neve
Durante a história da Terra, o clima tem oscilado entre os extremos
quentes e frios em comparação com os dias atuais. Para explicar as mudanças
climáticas, devemos levar em conta a relação entre os gases de efeito estufa, a
vegetação e o clima.
Nos últimos 15 anos, podemos destacar as seguintes variedades
climáticas: aquecimento global, as alterações repentinas das estações do ano
em todo o Planeta – temperatura e ocorrência de chuvas e ainda o aumento
de vendavais, ciclones e enchentes.

BIOMAS DO BRASIL E DO MUNDO


Os biomas são ecossistemas com vegetação característica e um tipo de
clima predominante. Mundialmente, são considerados os biomas:

• Tundra – Situa-se nas regiões próximas ao Polo Ártico, norte do


Canadá, da Europa e da Ásia. Apresenta temperaturas baixas durante todo o
ano. O inverno é bastante severo e o verão é frio. A fauna é composta por renas,
caribu e boi almiscarado. Os animais são protegidos por uma densa pelagem. A
vegetação apresenta musgos e líquens.
• Taiga - Também chamado de floresta de coníferas devido a
predominância de pinheiros e abetos. Situa-se no hemisfério norte, ao sul da
tundra ártica, em região de clima frio. Porém, possui uma estação quente mais
longa e amena, comparada ao bioma tundra. A fauna apresenta alces, ursos,
lobos, raposas, visons, martas e esquilos.
• Floresta Temperada - Localiza-se em determinadas regiões da Europa
e América do Norte. Ocorre em ambiente de clima temperado e com as quatro
estações bem definidas. As plantas são chamadas de decíduas ou
caducifólias, pois perdem as folhas ao fim do outono e readquirem na
primavera. Essa situação é uma adaptação ao inverno. Com a perda das folhas,
as plantas reduzem sua atividade metabólica. As plantas mais características
são os carvalhos e faias. A fauna é composta por javalis, veados, raposas,
esquilos, pássaros e insetos.
• Floresta Tropical - Localiza-se em regiões de clima quente e com
elevado índice pluviométrico. Ocorre no norte da América do Sul, América
Central, África, Ásia e Austrália. As florestas tropicais são ambientes ricos em
biodiversidade. A vegetação é densa e forma estratos, conforme a cobertura das
copas das árvores, o que origina diferentes microclimas. A vegetação também
apresenta epífitas, cipós e líquens. A fauna é composta por macacos, preguiças,
onças, tucanos, araras, jacarés, sapos e uma variedade de espécies de insetos.
A maior floresta tropical do mundo é a Floresta Amazônica.
• Savanas - Localiza-se na África, Ásia, Austrália e nas Américas. Os
ambientes são caracterizados por campos com arbustos espaçados e
gramíneas. Na savana africana são encontrados herbívoros de grande porte,
como elefantes, zebras e girafas. Além de carnívoros, como os leões, leopardos
e guepardos. No Brasil, um exemplo de savana é o Cerrado.
• Pradarias e Estepes - Localizam-se em determinadas regiões da
América do Sul, América do Norte, Europa e na Ásia, em locais que apresentam
períodos de secas. São ambientes com predomínio de gramíneas. Os animais
desse ambiente são os roedores, coiotes, raposas e insetos. No Brasil é
representado pelos Pampas.
• Deserto - Os desertos ocorrem em ambientes de pouca umidade. As
maiores regiões desérticas do mundo situam-se na África (deserto do Saara) e
na Ásia (deserto de Gobi). A vegetação é composta por gramíneas e pequenos
arbustos. Nos desertos podemos encontrar animais roedores, serpentes,
lagartos e insetos. Os animais e plantas apresentam adaptações à falta de água.

DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS BRASILEIROS

Os domínios morfoclimáticos representam a combinação de um conjunto


de elementos da natureza – relevo, clima, vegetação – que se inter-relacionam
e interagem, formando uma unidade paisagística.
No Brasil, o geógrafo Aziz Ab’Saber foi o responsável por fazer essa
classificação, determinando seis domínios morfoclimáticos. Entre os seis
domínios morfoclimáticos existem as faixas de transições. Nessas faixas são
encontradas características de dois ou mais domínios morfoclimáticos.
• Domínio Equatorial Amazônico: situado na região Norte do Brasil, é
formado, em sua maior parte, por terras baixas, predominando o processo de
sedimentação, com um clima e floresta equatorial.
• Domínio dos Cerrados: localizado na porção central do território
brasileiro, há um predomínio de chapadões, com a vegetação predominante do
Cerrado.
• Domínio dos Mares de Morros: situa-se na zona costeira atlântica
brasileira, onde predomina o relevo de mares de morros e alguns chapadões
florestados, como também a quase extinta Mata Atlântica.
• Domínio das Caatingas: localiza-se no nordeste brasileiro, no
conhecido polígono das secas, caracterizado por depressões Inter planálticas
semiáridas.
• Domínio das Araucárias: encontra-se no Sul do país, com predomínio
de planaltos e formação de araucárias.
• Domínio das Pradarias: também conhecido como domínio das coxilhas
(relevo com suaves ondulações), situa-se no extremo Sul do Brasil, no estado
do Rio Grande do Sul, com predominância da formação dos pampas e das
pradarias.

HIDROGRAFIA DO BRASIL E DO MUNDO

A água está em constante circulação na Terra. Esse ciclo da água se


inicia quando a água de oceanos, mares, lagos e rios evapora na atmosfera e
retoma, posteriormente, na forma de precipitações (a chuva é a principal delas).
Uma parte da água é utilizada pelos seres vivos, outra se infiltra no subsolo e se
transforma em água subterrânea e outra flui por córregos e rios em direção a
lagos, mares e oceanos. Durante esse ciclo, a água pode passar pelos estados
líquido, gasoso e sólido, quando se transforma em gelo.
Sendo assim, sabe-se que os mares e os oceanos (água salgada)
cobrem cerca de 71 % da superfície terrestre. Seu volume corresponde a mais
de 97% da água do planeta, e o das águas “doces” (rios e lagos), a menos de
3% do total.
O total da água presente na Terra pode ser dividido em dois grandes
conjuntos: As águas oceânicas (mares e oceanos), representam 97,41% do total
e as águas continentais (geleiras, aquíferos, rios, lagos) representam 2,59% do
total de água do planeta.
Os oceanos (Pacífico, Atlântico, Indico, Glacial Antártico e Glacial
Ártico) são grandes extensões de água que rodeiam e separam os continentes.
Os mares são partes menores dos oceanos e que se destacam em suas costas
pelas baixas profundidades, formas e relevo.
A água marinha também está em constante movimento, impulsionada
pelas correntes marítimas, marés e ondas. As correntes marítimas são grandes
fluxos de água, similares aos rios, que circulam pelos oceanos. Como suas
temperaturas variam, elas podem ser de águas quentes ou de águas frias. As
correntes marítimas exercem forte influência sobre o clima das regiões que são
banhadas por elas.
A temperatura da água varia nos oceanos: é mais elevada na zona
tropical e diminui quando se avança para as zonas polares, passando pelas
zonas temperadas. Além disso, a temperatura cai com o aumento da
profundidade.
Já as marés correspondem às oscilações (altos e baixos) diárias no
nível do mar, provocadas pela ação gravitacional da Lua e do Sol sobre as
águas. As tábuas de maré, importantes na navegação e na pesca, registram
essas oscilações.
As ondas são produzidas pelos ventos. Quando se observa da beira-
mar essas ondulações, tem-se a sensação de que as ondas avançam. Na
realidade, elas não se deslocam, mas sobem e descem em movimentos
circulares e se deformam quando batem no fundo do mar. Grandes quantidades
de vários tipos de sais estão dissolvidas nos oceanos e é isso que toma suas
águas salgadas. Porém, a salinidade não é igual nos vários mares e oceanos.
Mares fechados e quentes como o Mediterrâneo apresentam maior salinidade
porque o calor aumenta a evaporação, ao contrário do que ocorre em mares
abertos e frios.
Os oceanos e os mares desempenham um papel muito importante na
Tema, pois a vida no planeta teve início neles e abrigam grandes quantidades
de espécies animais e, sem dúvida, exercem papel fundamental na dinâmica
climática do mundo. Além disso, são fontes de recursos (alimento, matéria-prima,
energia, turismo, comunicação) para a sociedade.
O rio é um fluxo contínuo e natural de água. Forma-se pelo acúmulo da
água das chuvas e do degelo das neves das montanhas, ou pelo afloramento,
na superfície, da água subterrânea, desembocam em um lago ou no mar ou os
afluentes são rios secundários que desembocam em outro rio (principal).
A partir de uma nascente surge uma corrente de água que forma o seu
curso. Esse curso é limitado, portanto, pela sua cabeceira e pela sua foz. Ele é
dividido em três segmentos: alto curso, médio curso e baixo curso.
O Brasil possui o maior conjunto de bacias hidrográficas do mundo,
facilitado rios de regime pluvial e permanentes. A maioria dos rios brasileiros
possuem drenagem, exorreica, ou seja, desaguam no mar, com foz em
estuário. A exceção é o rio Amazonas que possui um regime plúvio-nival e
estuário em delta.
Nosso potencial hidrelétrico é um dos maiores do mundo, pois nossos
rios atravessam boa parte relevos planálticos. Mas alguns rios do país
apresentam excelente potencial para navegação, como o Amazonas, Paraguai,
Araguaia e trechos do rio São Francisco.
Os rios do sertão nordestino apresentam a peculiaridade por serem
intermitentes, ou seja, secam em épocas de estiagens.
Ao conjunto de rios, sendo um principal e seus afluentes, chamamos de
Bacias Hidrográficas. As bacias hidrográficas brasileiras são:
• Bacia Amazônica - É a maior bacia hidrográfica do mundo com um
volume de água muito superior às outras bacias hidrográficas do planeta.
Economicamente é utilizado para a navegação e pouco utilizado para geração
de energia elétrica.
A construção de usinas hidrelétricas na Bacia Amazônica (Belo Monte, Jirau e
Santo Antônio) tem provocado muitas polêmicas em virtude do grande impacto
socioambiental gerado por esses megaprojetos.
• Bacia Platina - É a segunda maior bacia hidrográfica do mundo e
formada por três rios principais: o Uruguai, Paraguai e o Paraná. O seu potencial
hidrelétrico é o maior do país e nela está localizada a maior usina hidrelétrica do
mundo, a Itaipu, construída no rio Paraná.
• Bacia do São Francisco - Considerado o maior rio totalmente brasileiro,
apresenta elevado potencial hidrelétrico e trechos navegáveis. É conhecido por
rio da unidade nacional e pela polêmica obra da transposição do rio São
Francisco.
A transposição do Rio São Francisco tornou-se polêmica pois, tem custo
elevado, alto impacto ambiental, não atende a população mais necessitada e há
alternativas mais eficazes e mais baratas.
• Bacia Tocantins-Araguaia - Sobre o rio principal, o Tocantins, foi
construída a maior usina hidrelétrica totalmente brasileira, a Tucuruí, e o rio
Araguaia forma a maior ilha fluvial do mundo, a Ilha do Bananal.
ENERGIA
A energia é responsável pela produção de trabalho, portanto, qualquer
coisa que esteja trabalhando possui energia. A energia pode ser classificada
como mecânica (movimento), térmica (calor), elétrica (potencial elétrico),
química (reações químicas), nuclear (desintegração do núcleo).
Hoje em dia, seria impossível pensar num mundo sem o uso da energia
elétrica. Dessa maneira, com o passar dos anos, o ser humano foi aprimorando
as teorias bem como a metodologia para expandir o uso e acesso de energia no
mundo, visto que o uso de aparelhos eletrônicos tem aumentado
consideravelmente como as máquinas, os celulares, computadores,
aquecedores, ventiladores.
Assim, hoje em dia, muitos recursos renováveis e não renováveis são
utilizados a fim de produzir energia, como é o caso das usinas (hidrelétricas,
nucleares, termoelétricas) que adquirem o produto bruto na natureza e o
transforma em energia para suprir muitas das necessidades humanas.
As fontes renováveis se regeneram na natureza e, por isso, causam menos
problemas ambientais e não se esgotam:

• Energia Hidráulica: obtida pela força da água dos rios.


• Energia Solar: obtida pela energia do sol.
• Energia Eólica: obtida pela força dos ventos.
• Energia Geotérmica: obtida pelo calor do interior da terra.
• Biomassa: obtida de matérias orgânicas, como o etanol.
• Energia Gravitacional: obtida pela força das ondas dos oceanos.
• Energia do Hidrogênio: obtido do hidrogênio.

Por sua vez, as fontes não renováveis de energia causam mais


problemas ambientais se não consumida de maneira racional, o que pode
implicar em desequilíbrios no ecossistema na medida em que seus recursos se
esgotam:

• Combustíveis fósseis: petróleo, carvão mineral, xisto e gás natural.


• Energia Nuclear: obtido a partir de elementos como o urânio e tório.
A matriz energética é um conjunto de fontes de energia ofertado no país
para captar, distribuir e utilizar energia nos setores comerciais, industriais e
residenciais. A matriz representa a quantidade de energia disponível em um país.
A maior parte dos países ainda prioriza em suas matrizes energéticas
fontes de energia não renováveis, como os combustíveis fósseis.
A matriz energética brasileira, ao contrário, possui sua base na
produção hidrelétrica. São mais de mil usinas hidrelétricas no país, o que
responde por cerca de metade da produção e consumo brasileiros. Além das
hidrelétricas, o Governo brasileiro incentiva, desde a década de 1970, a
produção e utilização do etanol (combustível obtido principalmente da cana-de-
açúcar), que também é uma fonte de energia renovável muito utilizada no país.
Na atualidade, o etanol representa 15% do total de combustíveis consumidos em
motores a combustão.
Em todo o mundo, tem-se discutido a respeito da necessidade
de substituição da matriz energética baseada em combustíveis fósseis e
fontes de energia não renováveis. A questão ambiental é prioritária nesse
debate, contudo, a dependência do petróleo como fonte de energia também é
uma das causas dessa preocupação.

PROBLEMAS AMBIENTAIS

Devido ao ritmo consumista e industrial, cada dia mais são utilizados


recursos naturais e consequentemente aumenta os problemas ambientais que
afetam a fauna, flora, solo, águas, ar.
Esses problemas são a poluição do ar por gases poluentes gerados,
principalmente, pela queima de combustíveis fósseis (carvão mineral, gasolina e
diesel) e indústrias; Poluição de rios, lagos, mares e oceanos provocada por
despejos de esgotos e lixo, acidentes ambientais (vazamento de petróleo).
Poluição do solo provocada por contaminação (agrotóxicos, fertilizantes e
produtos químicos) e descarte incorreto de lixo; as queimadas em matas e
florestas como forma de ampliar áreas para pasto ou agricultura; Toda essa
poluição aumenta o Aquecimento Global e a diminuição da camada de ozônio,
provocada pela emissão de determinados gases (CFC, por exemplo) no meio
ambiente
Uma grande preocupação é o intenso desmatamento com o corte ilegal
de árvores para comercialização de madeira. O esgotamento do solo (perda da
fertilidade para a agricultura), provocado pelo uso incorreto também é motivo de
preocupação.
Podemos citar ainda a biopirataria que causa a diminuição e extinção de
espécies animais, provocados pela caça predatória e destruição de
ecossistemas; a falta de água para o consumo humano, causado pelo uso
irracional (desperdício), contaminação e poluição dos recursos hídricos;

CONFERÊNCIAS AMBIENTAIS

Com o avanço do conhecimento científico e das técnicas de estudo


sobre o meio natural, ampliaram-se os alardes a respeito dos impactos gerados
pelas atividades humanas sobre o meio natural. Ocorreu o “despertar da
consciência ecológica”, cujos países tentam promover formas alternativas de
desenvolvimento que integrassem a preservação da natureza e dos recursos
naturais. Surgiram, assim, as principais conferências sobre o meio ambiente:

• Conferência de Estocolmo - Sob a organização da ONU no ano de


1972, na cidade sueca que deu nome ao evento, um total de representantes de
113 países e 250 organizações ambientais reuniu-se para debater as principais
questões e temas polêmicos referentes ao meio ambiente. A Conferência das
Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano – teve como principal
resultado uma declaração final oficial na qual designava a premissa de que as
gerações futuras e a população mundial teriam o direito incontornável de viverem
em um ambiente com saúde e sem degradações.

• Eco-92 - Realizada no Rio de Janeiro em 1992 e, por isso, também


chamada de Rio-92, a Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente e
o Desenvolvimento, ou, ainda, Cúpula da Terra, foi considerada um dos
principais marcos da questão ambiental em termos de políticas internacionais ao
longo da história. O encontro teve como resultado a assinatura de cinco
importantes acordos ambientais: a Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento; a Agenda 21; os Princípios para a Administração
Sustentável das Florestas; a Convenção da Biodiversidade; e a Convenção
do Clima.

• Rio + 10 - A Cúpula Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentável–


ocorreu na cidade de Johanesburgo, na África do Sul, em 2002, e contou com a
presença de representantes de 189 países. Os principais pontos dessa cúpula
foram a afirmação da questão do desenvolvimento sustentável com base no
uso e conservação dos recursos naturais renováveis e a reafirmação dos
Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), proclamados dois anos antes
pela ONU.

• Rio + 20 - Novamente com realização na cidade do Rio de Janeiro,


dessa vez no ano de 2012, a Rio+20 – ou Conferência da ONU sobre o
Desenvolvimento Sustentável – reuniu um total de 193 representantes de
países. O resultado foi a avaliação das políticas ambientais então adotadas e a
produção de um documento final intitulado O futuro que queremos, onde foi
reafirmada uma série de compromissos. No entanto, as críticas apareceram,
sendo essas principalmente direcionadas à falta de clareza, objetividade e ao
não estabelecimento de metas concretas para que os países reduzam a emissão
de poluentes e preservem ou reconstituam suas áreas naturais.

INDÚSTRIA

A atividade industrial pode ser definida como conjunto de atividades que


transformam a matéria-prima em produtos por meio do trabalho e do capital e de
investimento em tecnologia.
Com a automação da produção, as sociedades ampliaram
exponencialmente a capacidade de transformar os recursos em produtos,
alterando de maneira significativa a relação do ser humano com o consumo.

DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL
Historicamente, o desenvolvimento industrial passou por diferentes
estágios:

1º Estágio: atividade artesanal – prevaleceu desde a Antiguidade clássica até


meados do século XVII, mas ainda se desenvolve até hoje. A principal
caraterística é a produção individualizada feita pelo artesão que desenvolve
todas as etapas de produção.

2º Estágio – indústria manufatureira – surgiu nos séculos XVII - XVIII,


apresentando como características a divisão do trabalho e o uso de ferramentas
e maquinas simples. Neste período surge a figura do dono do meio de produção
(patrão) e do trabalhador assalariado (empregado).

3º Estágio – indústria maquinofatureira – No século XVIII, na Inglaterra, com


o uso dissiminado da máquina a vapor, da máquina de fiar, do tear hidráulico e
do tear mecânico no setor têxtil, que utilizavam o carvão mineral para produzir
energia e fazer as maquinas funcionarem, inaugurando a 1ª Revolução
Industrial.
A Inglaterra foi pioneira na Revolução Industrial e permaneceu como
potência até o século XIX, devido sua supremacia náutica e comercial que
gerava capital para investimento na indústria e assegurava controle dos
mercados fornecedores de matéria-prima.
Em meados do século XIX, a Revolução Industrial espalhou-se para o
EUA, Japão e demais países da Europa Ocidental (2ª Revolução Industrial).
Nesta fase, a produção intensificou e diversificou-se devido ao desenvolvimento
das novas fontes de energia (elétrica e petróleo) e do descobrimento de mais
matéria-prima. Neste período desenvolveu-se o modelo de organização
denominado de Taylorismo, caracterizado pela racionalização, controle e
aumento da produtividade do trabalho, e pelo Fordismo, marcado pela produção
em série através da linha de montagem e pela especialização da mão-de-obra.
Esse modelo aumentou a produtividade e foi o início do desenvolvimento da
sociedade consumista.
A partir da década de 1970, iniciou-se a 3ª Revolução Industrial,
denominada de Revolução Técnica – Científica – Informacional, que se
caracterizou pela presença de novas descobertas cientificas apoiada em
pesquisas para o desenvolvimento de tecnologias de ponta, como por exemplo,
o celular, computador, internet, fibra óptica, nanotecnologia, entre outros.
Também marca a transferência de unidades fabris para diferentes partes do
planeta (transnacionais), geralmente países emergentes como o Brasil, em
busca de melhores condições de produção, custos baixos e mais oferta de
mercado consumidor e matéria-prima.
Na 3ª Revolução Industrial, o modelo de organização produtivo foi o
Toyotismo, cujas equipes de trabalho participavam de todo o processo
produtivo, apresentando maior flexibilidade quanto as funções desempenhadas
pela mão-de-obra. Também se aplicou o Just in time que seria a produção a
partir da demanda, reduzindo estoques e terceirizando o serviço, favorecendo
a desconcentração industrial.

FATORES LOCACIONAIS
As primeiras indústrias foram instaladas em locais que simplificassem e
otimizassem as condições de produção, geralmente próximo a matéria-prima
(ferro), as fontes de energia (carvão), grandes mercados consumidores ou vias
de escoamento (rios).
Com a expansão do sistema capitalista industrial e financeiro, muitos
países emergentes começaram a oferecer vantagens ficais e espaciais para
atrair investimentos e unidades fabris de grandes empresas. Tais vantagens são:
• Doação de terreno;
• Isenção de impostos e de tarifas;
• Ausência de fiscalização sanitária-ambiental e trabalhistas;
• Mão-de-obra barata;
• Disponibilidade de matéria-prima;
• Expressivo mercado consumidor;
• Desenvolvimento de infraestrutura nas áreas de telecomunicação,
transporte e energia;
• Presença de universidade;

Muitos países emergentes, como Brasil, México, argentina, África do Sul,


Turquia e Índia, receberam investimentos direto das empresas Transnacionais
por apresentarem condições que atendiam aos interesses dessas empresas.
Contudo, muitas indústrias quando perdem seus incentivos ou não tem o
retorno almejado, mudam suas fábricas para outros países que possam oferecer
mais vantagens. Essa estratégia, denominada Desconcentração, tornam os
países referem de suas exigências.

TIPOS DE INDUSTRIAS
As indústrias podem ser classificadas de inúmeras maneiras, levando-se
em conta diferentes critérios, tais como a tecnologia empregada (indústria de
ponta e dinâmica e tradicional) ou o foco da produção (bens de produção, bens
intermediários e bens de consumo).
• Indústrias de ponta trabalham com alta tecnologia e mão-de-obra
qualificada, também denominada de indústria dinâmica.
• Indústria tradicional utilizam pouca tecnologia e a mão-de-obra não
possui muita qualificação e, portanto, em geral, possuem remunerações baixas.
• Indústria de Bens de Produção ou de Base ou Pesada são aquelas
que transforma e processam matéria-prima para outras indústrias ou ainda
produzem maquinário pesado. São exemplos de indústrias de base as
siderúrgicas, metalúrgicas, petroquímica.
• Indústria de Bens Intermediários fornecem máquinas, equipamentos e
peças para as indústrias de bens de consumo, como as indústrias mecânicas,
naval e de autopeças.
• Industrias de bens de consumo transformam a matéria-prima em bens
e mercadorias voltadas para o consumidor final. Podem ser classificadas ainda
como duráveis (automóveis e eletrônicos), semiduráveis (vestimenta, calçados
e acessórios) não duráveis (alimentos e bebidas).

ESTRATÉGIAS DE CONTROLE DE MERCADO


As empresas transnacionais usam como mecanismo de controle do
mercado financeiro a fusão de empresas, criando monopólios e centralizando
o capital. Podemos citar como exemplos:

• Holdings: são associações de diversas empresas sob o controle daquela


que possui a maior parte das ações.
• Truste: é a união de diversas empresas cujo objetivo é controlar as fontes
de matéria-prima, a produção e distribuição para o mercado consumidor.
• Cartel: acordo comercial entre empresas que conservam cada uma sua
autonomia, porém dividem o mercado consumidor entre si, determinando o preço
único para seus produtos.
• Dumping: empresas que vendem seus produtos a preços inferiores aos
custos para eliminar os concorrentes e conquistar maiores fatias do mercado,
estabelecendo uma “Guerra Comercial”.

ECONOMIA E INDUSTRIALIZAÇÃO BRASILEIRA

A indústria brasileira fincou suas bases no Sudeste, no final do século XIX,


após a proclamação da república. A economia cafeeira, a abolição da
escravatura e a imigração em massa transformaram o panorama social e
econômico do país.
A primeira fase da industrialização brasileira ocorreu em 1890 – 1930,
quando a exportação de café era a principal atividade no Brasil e fornecia as
bases para o surgimento de fábricas de tecidos, vestuário, calcados e alimentos
nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro.
A partir de 1930, na Era Vargas, a industrialização brasileira cresceu,
embora a economia nacional ainda sustentasse o setor agroexportador. A
industrialização na Era Vargas será marcada pelo desenvolvimento das
indústrias estatais de base.
Na década de 1950, com o Plano de Metas do governo de Juscelino
Kubitschek, começa a ocorrer o aumento dos investimentos estrangeiros no
país, aplicados a ramos mais modernos com o objetivo de substituir as
importações e desenvolver as indústrias de bens de consumo.
Até meados da década de 1970, o governo militar desenvolveu uma política de
crescimento econômico sustentada por um acentuado endividamento externo,
com a construção de grandes obras e com ampla participação do capital
estrangeiro na economia mundial.
Desde a década de 1980, com a 3ª Revolução Industrial, o modelo brasileiro
de substituição das importações estagnou quando os investimentos externos
escassearam em virtude das barreiras comerciais. Dessa crise, originou-se um
novo modelo econômico, condicionado a mundialização e liberalização da
economia: política de privatizações, empresas globais presentes em países
como Brasil para buscar melhores condições de lucratividade. Portanto, as
industrializações internacionalizadas alargaram o mercado interno,
estimulando a produção nacional e atraindo investimentos externos para o setor
industrial, especialmente de bens de consumo.
Dentro desse contexto histórico, alguns complexos e centros industriais
se formaram, especialmente na região Sul e Sudeste (Região Concentrada,
segundo Milton Santos), com destaque para São Paulo. Contudo, essas
regiões concentradas enfrentam hoje a desindustrialização, cujas fabricas
migraram para áreas interioranas, próximas a capital, e a grandes metrópoles
focam mais no setor de comércio e serviços. Podemos citar como exemplo, o
ABCD paulista cujas muitas fabricas fecharam e em contrapartida Campinas
(tecnopolo) que viveu um intenso crescimento urbano e industrial.

INFRAESTRUTURA ENERGÉTICA BRASILEIRA

É possível estabelecer uma relação direta entre o consumo de energia e


o nível de desenvolvimento de uma país. No Brasil, a evolução da oferta de
energia ocorreu concomitantemente ao surgimento e crescimento do parque
industrial e da urbanização, marcando a década de 1970.
A energia hidrelétrica é potencialmente muito utilizada no país, devido
volume de águas pluviais decorrentes dos climas equatoriais e tropicais, bem
como da morfologia do relevo com grandes declives acidentados. O Brasil,
portanto, é um dos maiores produtores e consumidores de energia hidrelétrica
do mundo. A Bacia do Paraná, concentra cerca de 70% do potencial hidrelétrico
nacional, sendo a principal fornecedora de energia elétrica para as regiões
Sudeste e sul. A hidrelétrica com maior potencial energético é a Usina
Binacional e Itaipu, seguida pela Usina do Tucuruí (Pará).
A problemática hoje (2013 – 2015) são os baixos níveis dos reservatórios
das hidrelétricas que podem prejudicar o abastecimento de energia, já que a
demanda energética está aumentando. Para sanar esse problema,
temporariamente optou-se pelo uso das termoelétricas em tempo integral,
encarecendo o custo da energia elétrica para os brasileiros.
As termelétricas, no Brasil, utilizam óleo diesel como combustível
(Amazônia) ou carvão mineral. A grande questão que encarece o custo das
termoelétricas é a importação da maior parte do carvão utilizado, uma vez que
as reservas carboníferas brasileiras se localizam, apenas, na Região Sul,
especialmente no Paraná. A expansão da termelétrica está sendo realizada
desde a década de 1990, principalmente pela ampliação do uso do gás natural
e a construção do gasoduto Brasil – Bolívia.
Também conta-se com as Termonucleares, instaladas no país em 1969
(Angra I), após a compra de uma empresa estadunidense pelo governo Federal.
Em 1975, o Brasil assinou um acordo com a Alemanha prevendo a construção
de oito reatores nucleares até 1990 (Angra II) e outros 58 até o ano 2000 (Angra
III), porém este último o acordo não foi completado.
Já o petróleo brasileiro é explorado próximo as áreas litorâneas, por
exemplo na bacia de Campos (RJ), bacias do Espirito Santo e de Santos. Desde
a década de 1970, após o choque do petróleo, o Brasil ampliou a pesquisa e a
extração do produto. Com a descoberta do pré-sal, em 2007, o Brasil passou a
ocupar o 14º lugar entre os países com as maiores reservas de petróleo do
mundo.
Com o choque do petróleo, em 1975, o governo brasileiro desenvolveu
o PROÁLCOOL (Programa Nacional do Álcool) para substituir aos poucos o uso
da gasolina pelo álcool em carros de passeio. Com o desenvolvimento dos
veículos bicombustíveis ou flexíveis, a demanda por etanol vem crescendo
consideravelmente. Atualmente, cerca de 90% dos automóveis são fex-fuel. O
Brasil é o segundo maior produtor de etanol do mundo, atrás apenas dos Estado
Unidos.
O Biodiesel é um combustível biodegradável derivado de óleos vegetais
e gorduras animais. No Brasil, o óleo de soja é a principal matéria-prima para a
produção de biodiesel.
No Brasil, existe um grande potencial para ampliar a produção de
biocombustíveis, já que o país dispõe de espaços agropecuários subutilizados.
A energia eólica é a energia provida da ação dos ventos, renovável e
limpa. O uso dessa energia no Brasil vem sendo ampliada devido as boas
condições de vento, especialmente no Nordeste, onde eles têm velocidade
compatível a geração de energia e são estáveis. O país detém a décima maior
capacidade de geração eólica do mundo e o quarto país a ampliar essa
modalidade (2004), ficando atrás da China, Alemanha e Estados Unidos.
E, pelo fato do Brasil estar com a maior parte do seu território na zona
tropical apresentando climas equatoriais e tropicais, permite que não haja grande
variação de temperatura durante o ano, possibilitando o aproveitamento da
energia solar tanto para o aquecimento de fluídos e ambientes como para
geração de energia através de sistemas fotovoltaicos.

INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES NO BRASIL

A evolução dos meios de transportes nas últimas décadas provocou a


modernização das malhas ferroviárias e rodoviárias em âmbito mundial. Os
meios de transportes, ficaram mais seguros, velozes e aumentaram a
capacidade de transporte. Até mesmo criaram-se terminais intermodais,
articulando os vários meios de transporte para acelerar e tornar mais eficaz as
operações de transbordo. Porém, no Brasil há ainda necessidade de maior
investimento e modernização de seus modais, possibilitando maior integração
nacional, permitindo um fluxo mais eficaz das pessoas e mercadorias.
A principal peculiaridade do sistema de transporte brasileiro é o
predomínio das rodovias, responsáveis por 60% do trafego de carga, enquanto
as ferrovias representam apenas 21%. Tal quadro é consequência de uma série
de decisões políticas tomadas entre 1950 e 1960 para o desenvolvimento das
industrias automobilistas transnacionais. Assim, a consolidação da malha
rodoviária priorizou as regiões de maior concentração industrial-urbana, ou seja,
na região Centro-Sul.
A desvantagem do sistema rodoviário é a pequena capacidade de
transporte de carga comparado com outros moldais, além do roubo de cargas,
da poluição gerada, o alto custo com pedágios e combustível e as péssimas
condições da estrada que encarecem o produto final transportado.
O sistema ferroviário é muito utilizado no transporte de cargas em países
de grande extensão territorial, como a Rússia e os Estados Unidos, pois, possui
uma capacidade de transporte de carga maior, eficiência energética, pouco
poluente, maior segurança, custos e manutenção do sistema são baixos. Na
década de 1990, as ferrovias foram privatizadas e hoje a maioria é administrada
por empresas concessionárias.
O transporte hidroviário possui um papel menor do que o sistema
rodoviário e ferroviário, apesar do país apresentar uma extensa rede fluvial e
custo baixo. O fator de dificuldade é o relevo planáltico de alguns trechos,
obrigando a construção de eclusas para o aproveitamento do rio para navegar,
como em Barra Bonita, no rio Tietê; e a geração de energia nas áreas de
cachoeiras e quedas d’água. Os trechos economicamente viáveis mais
relevantes para o transporte hidroviário encontram-se na região Sudeste e Sul.
O sistema portuário vem sendo impulsionado pelos avanços
tecnológicos, tanto pelo aumento do tamanho e velocidade dos navios, quanto
pela invenção de contêiner. O sistema portuário brasileiro é formado por 40
portos públicos organizados sob a administração de companhias estatais e
empresas privadas. Das exportações brasileiras, 95% são feitas com transporte
marítimo. O porto de Santos apresenta o maior volume de carga e é responsável
por 60% do embarque e desembarque de mercadorias internacionais no país,
justamente por estar localizado ao maior centro industrial, comercial, consumidor
do país e das principais vias de escoamento. O governo brasileiro, necessita
investir e proporcionar maior infraestrutura para o desenvolvimento do sistema
portuário.
A ampliação do transporte aéreo está atrelada a melhora das condições
de vida da população, pois sua relevância está no transporte de pessoas, uma
vez que o comércio através desse modal é pequeno. Tal crescimento está
lotando os aeroportos por todo país, demonstrando a necessidade de
investimentos nesse sistema de transporte.

REDE DE INFORMAÇÕES
Com o avanço do meio técnico – científico – informacional e a expansão
mundial do capitalismo financeiro, a rede de telecomunicações ganha grande
importância, uma vez que possibilita a integração nacional e a interligação
mundial.
No Brasil, as redes informacionais mostram-se assimétricas na
distribuição do território nacional, cujos estados mais industrializados e
urbanizados possuem os principais eixos de difusão e comunicação do país.
A partir da década de 1990, houve a privatização e o crescimento do setor
de telefonia e, também, o desenvolvimento da internet, a partir da disseminação
e venda de computadores e notebooks. Em 2013, o índice de domicílios
conectados à internet era de aproximadamente 43%.

ESPAÇO AGRÁRIO NO BRASIL E NO MUNDO

O desenvolvimento de técnicas agrícolas, aliados a sedentarização da


população e o aumento da produção de alimentos, alterou significativamente a
forma como os seres humanos se organizavam. A evolução da atividade
agropastoril modificou a paisagem das áreas rurais, influenciou o crescimento
demográfico e tornou-se uma atividade econômica imprescindível para a
produção de alimentos e para a produção de insumos.
Nos países mais industrializados e de crescente urbanização, a
agricultura sofreu o impacto da presença de maquinários e tecnologias e o
aumento cada vez maior da dependência entre campo e cidade.

MODELOS AGRÍCOLAS

Os modelos agropecuários se distinguem pelo grau de capitalização, ou


seja, pela acumulação de equipamentos e instalações vinculados a produção
agropecuária e pelo índice de produtividade. São eles:
• Agropecuária extensiva: praticada em pequenas ou grandes extensões
de terra, com baixo investimento, muita mão-de-obra, nenhuma especialização
e baixa produtividade. Em geral, está vinculada a latifundiários ou pequenas
propriedades familiares.

• Agropecuária intensiva: pode ser praticada em grandes ou pequenas


propriedades, com pouca mão-de-obra e fortes investimentos em mecanização
e tecnologias. Apresenta elevado grau de produtividade e, muitas vezes, destina-
se à exportação.

• Agricultura Familiar: realizada por pessoas que mantem laços de


parentesco, trabalham na terra e são donos dos meios de produção – mesmo
que em algumas situações não sejam proprietárias das terras. Podem ser
divididas em agricultura de subsistência com sistema itinerante ou de roça ou
agricultura consolidada baseada na produção de orgânicos.

• Agricultura de jardinagem: modelo asiático que agrega técnicas


tradicionais de irrigação, adubação organiza, terraceamento, sistema de rotação
de cultura e utilização de mão-de-obra familiar. Muito característico na rizicultura.

• Plantation: originário na expansão colonial europeia e perdura até os dias


de hoje. O plantation geralmente trabalha com monocultura voltado para
exportação.

• Agronegócio: é um enorme complexo de atividades econômicos


(tanto de indústria quanto do setor de serviços) desenvolvidas a partir da
produção no campo. A agropecuária gera uma rede de estabelecimento que
utilizam matéria-prima animais ou vegetais e as transformam em produtos de
maior valor agregado.

Desde meados do século XIX, a construção de ferrovias transcontinentais


e a melhoria do transporte fluvial favoreceram a agropecuária estadunidense
pela facilidade em atingir diferentes mercados. Assim, a agricultura dos Estados
Unidos encontra-se integrada ao mercado urbano-industrial, e em geral,
apresentam-se em propriedades altamente capitalizadas. Também é
característico dos Estados Unidos a especialização das áreas de cultivo em
cinturões agrícolas (Belts), sendo destaque os de milho, trigo e laticínios.
Na União Europeia verificamos diferentes níveis de modernização, mas
em geral, são produções familiares. Os custos da terra são altos, o que acaba
encarecendo a produção agropecuária da UE. Associado ao custo da terra,
temos a fragmentação e ocupação territorial da Europa e os subsídios agrícolas
que tornam os custos elevados. Por isso, desde 1962, mais da metade do
orçamento europeu é destinado a PAC (Política Agrícola Comum) que tem
como objetivo a unificação do mercado agrícola europeia, colocando um preço
único para cada tipo de produto e incentivando a compra dos produtores dentro
do próprio bloco. Seus incentivos e subsídios permitiram que a UE se tornasse
exportado agropecuário.
Os países em desenvolvimento têm uma menor produtividade comparado
com os países desenvolvidos, que dispõem de tecnologias mais sofisticadas e
subsídios. O mercado mundial foi transformado, assim, em um mercado de
oligopólios.
A agropecuária brasileira ocorreu desde os primórdios da colonização,
através da cultura da cana-de-açúcar. O desenvolvimento do plantation com a
monocultura da cana-de-açúcar foram os pilares históricos de uma
concentração de terras e da luta de terras.
O Brasil, desde 2010, é o terceiro maior produtor e exportador agrícola do
mundo, atrás somente das duas grandes potências agrícolas mundiais: os
Estados Unidos e a União Europeia. O Brasil cresceu devido a mecanização do
campo, vivenciada no país a partir da segunda metade do século XX, e
a expansão da fronteira agrícola para o interior do território ao longo do mesmo
período.
Dos principais produtos agropecuários do Brasil, cabe destaque para
a cana-de-açúcar, o café e a laranja, a soja, o fumo e a carne bovina e
o milho.

LUTA POR TERRA

O Brasil é um país de contrastes e uma das maiores incoerências de


nossa sociedade está no tripé trabalho - terra - alimentação. Isso porque, ao
mesmo tempo em que existe, em nosso país terras devolutas que não são
utilizadas para fins agropastoris, é grande o número de trabalhadores desejosos
de contarem com seu próprio pedaço de chão. Paralelamente a isso, existem
milhões de subalimentados por todo o território nacional.
Existe uma desigual distribuição da terra em nosso país, ou seja, há um
enorme número de pequenos proprietários de um lado e, de outro, um número
reduzido de donos de grandes propriedades rurais.
Essa concentração de terra vem aumentando, especialmente na região
da Amazônia e Cerrado, com a Fronteira Agrícola.
A Reforma Agrária é um conjunto de propostas, medidas e alterações
nas leis que visa promover a distribuição de terras no país, destinando
propriedades rurais a quem não possui e também garantir condições de
sustentação por parte dos pequenos e médios produtores rurais para evitar
novos problemas com a concentração de terras.
O principal movimento social que luta para a implantação da reforma
agrária no Brasil é o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra).
O órgão do governo federal responsável pela discussão, elaboração e
implementação da reforma agrária no país é o Instituto Nacional de
Colonização e Reforma Agrária (Incra), criado no ano de 1970, que procura
estabelecer uma política para a aplicação dessa reforma, mediar conflitos no
meio rural e intermediar negociações referentes à ocupação ou invasão de terras
no meio agrário.
Caso seja concretizada, a reforma agrária contribuiria para a redução da
miséria, do desemprego do campo, da migração campo-cidade e das
desigualdades sociais.

DINÂMICA POPULACIONAL
Dinâmica populacional é o estudo da variação na quantidade dos
indivíduos de determinada população, podendo ser classificada segundo sua
religião, nacionalidade, local de moradia (urbana e rural), atividade econômica
(ativa ou inativa), e os seus respectivos comportamentos são objeto dos
denominados "indicadores sociais.
No passado, a dinâmica populacional foi muito associada às ideias como
de Thomas Malthus relacionados à problemática, que procuravam alertar sobre
o crescimento desordenado da população e a inevitável escassez de alimentos
e recursos que tal crescimento traria. Com a Revolução Industrial os estudos de
Malthus caíram por terra. Hoje, a discussão está focada na "implosão
populacional", pois em vários pontos do planeta assistimos a quedas de taxas
de fecundidade, especialmente na Europa ocidental e Japão.
A população mundial tem apresentado crescimento a cada ano,
apresentando atualmente cerca de 6,9 bilhões de habitantes. No entanto, o ritmo
de crescimento populacional vem sofrendo redução. Essa nova dinâmica ocorre
devido aos avanços tecnológicos na medicina, educação e saneamento básico.
O continente asiático abriga mais da metade da população mundial (China
e Índia são os países mais populosos do mundo). A população europeia, que já
representou mais de 21% da população total da Terra, responde, atualmente,
por 10,9%. A África, por sua vez, possui a maior taxa de crescimento
populacional: 2,3% ao ano, atualmente, abriga 14,9% da população global, e,
conforme estimativas da ONU, 21,3% dos habitantes da Terra estarão residindo
no continente africano até 2050.
Portanto, as análises demográficas indicam que o crescimento
populacional é maior nos países pobres, enquanto que nos países
desenvolvidos, apresentam baixas médias de crescimento no número da
população.
No Brasil, a melhora geral na qualidade de vida da população,
contribuindo para seu aumento, resultante das melhorias médico-sanitárias e
também dos movimentos migratórios ocorridos nos anos 60 e 70 da população
rural em direção às cidades.
Há também uma diminuição na taxa de fecundidade dos brasileiros, muito
devido à participação efetiva da mulher no mercado de trabalho. Tal situação
refletiu na mudança da pirâmide etária brasileira, onde se reduz
consideravelmente o número de jovens, aumentando por outro lado o número de
idosos, o que acarretará um problema em relação à previdência brasileira.

ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO (IDH)

O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é uma avaliação


elaborada em 1990, pelos economistas Amartya Sen e Mahbub ul Haq, para
mensurar o desenvolvimento da humanidade a partir de informações sobre a
qualidade de vida e da economia de um território, rompendo com a função
determinista da análise econômica, baseada apenas em índices como o Produto
Interno Bruto (PIB), consumo, industrialização e renda familiar.
O IDH passou a ser o principal componente do Relatório para o
Desenvolvimento Humano (RDH), produzido pela ONU (Organização das
Nações Unidas). Este informe integra o Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento (PNUD) e auxilia as agências das Nações Unidas a
elaborarem planos de ajuda humanitária distinguindo os países pelo seu grau de
desenvolvimento socioeconômico.
Contudo, o IDH exclui as análises de dados ecológicos e de
sustentabilidade. Além disso, aponta-se que o IDH é falho porque mede a
quantidade e a qualidade de alguns setores como a educação.
O cálculo do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) utiliza três fatores:

• Educação: a taxa de alfabetização e o tempo de escolaridade.


• Saúde: Longevidade
• Economia: PIB per capita e taxa de desemprego

O IDH consiste numa escala de 0,000 até 1,0 e quanto mais próximo do
nº 1, mais desenvolvida é a nação. Por outro lado, quanto mais perto do 0, mais
subdesenvolvido é o país.
O Brasil, em 2014, possuía o índice de 0,744, colocando o País na
colocação 79º dentre os 187 países incluídos na pesquisa. Esse número é
considerado de médio desenvolvimento humano, pois demonstra avanços
socioeconômicos.

FLUXO MIGRATÓRIO NO BRASIL E NO MUNDO

O fluxo populacional foi intensificado a partir do desenvolvimento do


sistema de transporte e das telecomunicações, que ofereceram maior
mobilidade às pessoas em todo mundo. Segundo a ONU (Organização das
Nações Unidas), aproximadamente 175 milhões de pessoas vivem fora do país
de origem.
Os fenômenos migratórios são, basicamente, deslocamentos
populacionais. Esses fluxos populacionais entre países são denominados de
migrações internacionais, essas podem ocorrer por atração (as pessoas
vivem em países nos quais não há boas condições de vida e de trabalho, são
atraídas rumo a países desenvolvidos) ou por repulsão (migrações onde o
indivíduo deixa seu país devido a problemas políticos, perseguições, guerras,
entre outros).
Os brasileiros por vários motivos saem do país, o movimento de saída do
país é chamado de emigração, o de entrada de estrangeiro é denominado de
imigração.
O fluxo de refugiados ocorre quando os indivíduos sofrem perseguições
de ordem política, religiosa ou étnica, sendo hoje estimado 2,5 milhões de
refugiados, decorrentes de inúmeros motivos, tais como a diminuição de ajudas
financeiras e humanitárias e principalmente pela expansão do fundamentalismo
Islâmico.
Por fim, existe um fluxo que é o turístico, que são motivados pela busca
de lazer, cultura e religião, esse processo motiva a comercialização de viagens
em grande escala a custos mais reduzidos (pacotes de viagens), mas esse tipo
de fluxo é privilégio de uma restrita parcela da população mundial.
Movimentos migratórios no Brasil

MOVIMENTO MIGRATÓRIO NO BRASIL


Ao longo da história do Brasil, vários movimentos migratórios foram
importantes e eles continuam ocorrendo constantemente, seja em âmbito
internacional ou interno.
Após o século XVI, o território do Brasil, passa a receber imigrantes
portugueses (em toda faixa litorânea do Sudeste ao Norte) e espanhóis (ao Sul
e Oeste) no sentido de explorar e colonizar o continente. Além destes, há uma
migração francesa, no sentido de disputar territórios com as nações ibéricas
(Portugal e Espanha) no Sudeste brasileiro e no Norte (Amapá). Ainda, no
período colonial há migração holandesa no Nordeste, disputando a região com
os portugueses.
Em todo período de colonização, por parte dos europeus, do território
brasileiro, são realizadas as “migrações forçadas”, de negros oriundos de
várias partes do continente africano e de indígenas do interior do continente sul-
americano como mão de obra escrava, no âmbito do desenvolvimento colonial.
Após a independência, o Brasil passou por um intenso processo de
imigração entre os anos de 1850 até 1934, quando o Estado brasileiro
incentivava a vinda de imigrantes ao Brasil para trabalharem nas lavouras
cafeeiras. Com o fim da escravidão de africanos, gerou uma necessidade maior
de mão-de-obra nas lavouras brasileiras, atraindo muitos imigrantes europeus,
que também estavam fugindo da Primeira Guerra Mundial (1914-1918) e não
haviam empregos suficientes para toda população. Mesmo com a reestruturação
após a guerra, começava também um processo de industrialização e
urbanização, o que expulsou do campo muitas pessoas, que vieram para o Brasil
para continuar trabalhando no campo.
Também temos as migrações inter-regionais, intensificadas após 1934,
quando a indústria paulista já possuía prestígio e se tornava um atrativo para
pessoas de outras regiões do Brasil, principalmente nordestinos, que buscavam
melhores condições de vida nos grandes centros.
Destacam-se no Brasil as migrações rural-urbano, também chamadas de
êxodo rural, as quais aceleraram-se após a década de 1950, com a crescente
modernização do campo, industrialização e urbanização brasileira e também
devido a concentração fundiária.
Na década de 1950 vem se destacando no Brasil as migrações
pendulares, as quais são caracterizadas como o movimento diário de pessoas
nos grandes centros urbanos, ou seja, é o movimento dos trabalhadores ou
estudantes para que possam trabalhar ou estudar em outros municípios. Esse
tipo de migração é mais comum de municípios menores, com menos
infraestrutura e serviços, para municípios maiores, onde a oferta de serviços e
as oportunidades de trabalho são maiores.
Sobressa ainda as migrações de retorno, as quais ocorrem quando os
indivíduos voltam para seus locais de origem, seja pela saudade dos familiares
ou por não adaptação no novo local de moradia, ou ainda, pela melhoria das
condições no local em que habitavam anteriormente.
O Brasil Atrelado possui vários fatores de atração de imigrantes.
Exemplos disso são melhores condições de vida, ofertas de emprego, segurança
contra conflitos internos, guerras civis e governos ditatoriais, especialmente
comparado com os vizinhos latinos americanos. Portanto, o Brasil é hoje um
país que recebe uma significativa parcela de imigrantes, mas também são
importantes os índices de emigração no caso brasileiro, embora não mais tão
expressivos como nas décadas de 1980 e 1990. Os Estados Unidos eram o
principal alvo dos brasileiros, onde haviam empregos que exigiam baixa
qualificação e nos quais os estadunidenses já não tinham mais interesse. Hoje
verifica-se fenômeno parecido no Brasil, especialmente com o uso de mão de
obra estrangeira nos frigoríficos. Canadá, Japão e Paraguai também foram
países para os quais muitos brasileiros migraram.

ESPAÇO URBANO

Definimos cidade como sendo a concentração de um grande número de


pessoas em uma determinada porção do espaço geográfico, onde nela se
estabelecem relações sociais, econômicas e de prestação de serviços.
As cidades mais antigas teriam surgido a cerca de seis mil anos, ao logo
dos vales dos rios Tigres e Eufrates, Nilo e Indo. Nessa época, as cidades já
possuíam certa importância política, econômica e social, porém, só será a partir
do século XVIII que simultaneamente ao processo de industrialização que a
urbanização terá início.
O processo de urbanização ocorrerá com o aumento da população urbana
em relação à população rural. Por volta de 1800, apenas 3% da população
encontrava-se na área urbana. Mas a partir da 1ª Revolução Industrial o
deslocamento da população do campo para as cidades em busca de emprego
aumentou. Funcionavam como fatores de repulsão da área rural: baixos salários
agrícolas, concentração fundiária e mecanização do campo.
Atualmente, mais da metade da população mundial vive em cidades e o
modo de vida urbano-industrial foi o principal responsável pelo deslocamento de
grande parcela da população das áreas rurais. Nos países da América do Norte
e Europa, a urbanização atingiu níveis elevadíssimos.
O processo de urbanização dos países desenvolvidos e subdesenvolvidos
apresenta diferenças significativas: Nos países desenvolvidos, o processo de
industrialização passou por diferentes etapas (1ª, 2ª e 3ª Revoluções Industriais),
e foi evoluindo gradativamente. Consequentemente, o processo de urbanização
acompanhou esse ritmo de desenvolvimento, fazendo com que milhares de
pessoas fossem migrando para as cidades ao longo de todo esse processo, de
forma lenta e gradativa, contribuindo para a criação de infraestruturas
urbanas. Já nos países subdesenvolvidos, a urbanização também
acompanhou o ritmo da industrialização, porém como esse processo ocorreu em
um curto espaço de tempo, foi possível perceber que a urbanização ocorreu de
maneira rápida e desordenada.
As favelas são uma característica marcante desses espaços, onde se
observa a reduzida oferta de água encanada, rede de esgoto e pavimentação de
vias. Outros problemas encontrados nas cidades dos países subdesenvolvidos
são: os elevados índices de desemprego; aumento da violência urbana e da
economia informal.
O processo de urbanização no Brasil iniciou-se a partir do final do século
XIX, com o início gradativo da industrialização no país. Na segunda metade do
século XX serviu de incremento graças ao intenso êxodo rural ocasionado pela
mecanização das atividades produtivas no meio rural, o que gerou um maior
desemprego no campo e a grande leva de migrantes em direção às principais
cidades do Brasil. Mas foi a partir de 1960 que a população passou a ser
predominantemente urbana, ou seja, a maior parte dos habitantes concentrava-
se nas cidades. Atualmente, mais de 80% dos habitantes do Brasil residem em
cidades, sendo a maioria desses em grandes centros urbanos e capitais, tais
como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre e outras.
A urbanização brasileira contou com um intensivo processo
de metropolização — a concentração das populações nas grandes metrópoles.
Esse foi um dos motivos responsáveis pela desigualdade tanto em
tamanho das cidades e número de habitantes quanto em níveis de avanço
econômico e ofertas de infraestrutura no espaço urbano brasileiro. A região
Sudeste, dessa forma, abrange a maior parte dos habitantes e possui as
maiores taxas de urbanização, com destaque para os estados de São Paulo e
Rio de Janeiro, que contam com mais de 90% de seus habitantes vivendo em
cidades.
Essa densidade populacional mais elevada na região Sudeste deve-se às
heranças econômicas e estruturais herdadas dos ciclos produtivos anteriores,
sobretudo do auge do período cafeeiro da história da economia brasileira. Por
esse motivo, é nessa região que se encontram as duas únicas cidades globais
do país, São Paulo e Rio de Janeiro, que, juntas, formam uma megalópole,
ponto de intensa aglomeração urbana com níveis internacionais de alcance
produtivo.
Atrás das duas cidades globais estão as metrópoles regionais
responsáveis por estabelecer articulações intensivas com praticamente todo o
território nacional. São elas: Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Fortaleza,
Brasília e outras. Enquanto isso, há também as metrópoles regionais, com
destaque para Campinas, Goiânia, Manaus, Florianópolis, entre outras.
Atualmente, observa-se um gradativo processo de descentralização,
com o crescimento das metrópoles de médio porte e a desmetropolização —
quando as cidades médias passam a receber uma maior carga de investimentos,
indústrias, empregos e habitantes. No entanto, é errado pensar que as grandes
metrópoles do país perderam a importância, pelo contrário, suas estruturas
seguem modernizando-se e, de cidades industriais, elas lentamente vão se
tornando centros burocráticos, concentrando a maior parte das sedes das
grandes empresas nacionais e internacional.

GLOBALIZAÇÃO

O processo de Globalização iniciou-se com as Grandes Navegações do


século XVI, com o processo de aproximação entre as diversas sociedades e
nações existentes por todo o mundo, seja no âmbito econômico, social, cultural
ou político. No entanto, apenas com a Revolução Industrial (século XVIII) é que
a globalização começa a se desenvolver e a ganhar corpo.
A globalização permitiu uma maior conexão entre pontos distintos do
planeta, fazendo com que compartilhassem de características em comum. Desta
forma, nasce a ideia de Aldeia Global, ou seja, um mundo globalizado onde tudo
está interligado.
O principal destaque dado pela globalização está na integração de
mercado existente entre os países, aumentando a interação entre si,
aproximando mercadorias e pessoas.
A quebra de fronteiras gerou uma expansão capitalista onde foi possível
realizar transações financeiras e expandir os negócios - até então restritos ao
mercado interno - para mercados distantes e emergentes.
Com o desenvolvimento tecnológico, as distâncias foram "encurtadas",
pois, o tempo de locomoção foi acelerado ao longo dos anos, fazendo com
que seja mais fácil percorrer longas distâncias ao redor do mundo.
A Globalização econômica intensificou-se com os blocos
econômicos - países que se juntam para fomentar relações comerciais, como
por exemplo, o Mercosul e a União Europeia. Dentro desta dinâmica também
ocorreu a expansão das empresas e criação das multinacionais, cujas
empresas presentes em determinado país passam a atuar em outras nações,
gerando empregos e possibilidade de trocas comerciais entre as regiões.
A Globalização cultural proporcionou a troca de costumes, culturas e
tradições típicas. Estas, por sua vez, passam pelo processo de aculturação, ou
seja, quando vários elementos culturais são misturados, criando uma espécie de
"mutação das culturas".
A Globalização da informação ocorreu com o desenvolvimento das
tecnologias de informação, com destaque para o advento da internet, foi o
principal responsável pelo surgimento do conceito deste tipo de globalização.
Com as redes sociais online (como o Twitter, por exemplo), as pessoas que têm
acesso à internet podem receber e enviar informações instantaneamente para
todas as partes do mundo.
A perversidade da Globalização é vista na exploração do trabalho, da
matéria-prima, a desigualdade social e consequentemente a violência, consumo
excessivo e degradação ambiental.
Um dos princípios da globalização contemporânea é o consumo. Para
que sejam produzidos produtos que correspondam ao número de consumidores
existentes atualmente, a quantidade de matéria-prima extraída é enorme. A
maioria das empresas não faz este processo de extração com responsabilidade
ambiental, gerando consequências como as alterações climáticas, catástrofes
ambientais e demais eventos que prejudicam a vida do ser humano e dos demais
seres vivos.
Assim como a maioria dos países capitalistas, o Brasil também se
mantém no mercado internacional, participando na compra e venda de produtos
e serviços entre as outras nações. Para facilitar esse comércio, o Brasil pertence
a um bloco econômico (o Mercosul), garantindo a sua participação, em parceria
com outras nações, na formulação de estratégias econômicas que visem o
crescimento dos países-membros.
Em 1990, com a introdução do Plano Collor (Neoliberal), o Brasil passa
a adotar uma série de medidas que acelera a sua consolidação no mundo
globalizado. O crescimento da indústria, a privatização de estatais
(Neoliberalismo) e o surgimento de empresas transnacionais são alguns dos
fatores importantes que ajudaram a fortalecer o país neste novo cenário.

CONFLITOS E TENSÕES MUNDIAIS


Se o século XX foi marcado pelas Grandes Guerras Mundiais. O século
XXI é marcado por inúmeras tensões regionais baseadas em conflitos culturais
e diferenças de civilizações. Esse receio diante da possibilidade de novos
conflitos tem início com a simbólica data de 11 de setembro de 2001, com o
atentado terrorista de Osama Bin ladenàs torres gêmeas do World Trade
Center. Dessa forma, o primeiro ano do terceiro milênio começou com uma
grande catástrofe, em que o medo trouxe instabilidade na defesa da paz mundial.
Essa instabilidade entre as nações é exemplificada, por exemplo, na
política nuclear do Irã, que descumprindo medidas de segurança investe pesado
na produção de armas nucleares, com a justificativa de que essa produção será
exclusivamente utilizada para fins pacíficos. Todavia, existe uma insegurança
entre vários países, principalmente do Ocidente, de que essa narrativa iraniana
seja coberta de interesses para uma suposta guerra nuclear.
Nessa era da insegurança, destaca-se recentemente o atentado à capital
da Noruega, Oslo, realizado por um empresário nacionalista que motivado
por ideologias xenofóbicas (anti-islâmico) causou a morte de pelo menos 76
pessoas.
Outras tensões vêm acontecendo na atualidade, como os conflitos entre
os países árabes que representam historicamente as divergências políticas e
religiosas. A divisão do mundo islâmico em duas perspectivas – sunitas e
xiitas – pode ser entendida como uma dessas divergências que contribui para o
distanciamento entre governo e população. Um exemplo dessas diferenças de
cunho religioso são as manifestações na Síria contra o governo de Bashar al-
Assad, que, sendo ele um membro xiita, realiza perseguições contra os
muçulmanos sunitas.
Conflitos civis no Norte da África também ganharam força nos últimos
anos. O resultado dessa herança colonial é caótico para a população civil que,
através de reivindicações, tenta suprimir a ausência de liberdade e democracia,
como a resistência civil na Líbia, que derrubou o ditador Muammar Gaddafi, no
poder desde 1969.

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