Projeto de Pesquisa

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CENTRO UNIVERSITÁRIO ADVENTISTA DE SÃO PAULO

CAMPUS ENGENHEIRO COELHO


LETRAS

JADE CERNAUSKAS LACERDA


JULIANA SANCHES VICENTE
JULIANE DO CARMO GUSMÃO

VASTOS PORQUÊS EM PRIMEIRAS ESTÓRIAS:


A LOUCURA NAS ENTRELINHAS DE ROSA

ENGENHEIRO COELHO
2021
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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 3

1.1. Síntese da bibliografia básica 4

1.2. Problemática da Pesquisa 4

1.3. Hipótese 5

2. OBJETIVOS 5

2.1. Objetivo Geral 5

2.2. Objetivos Específicos 5

3. JUSTIFICATIVA 5

3.1. Relevância Pessoal 5

3.2. Relevância Social 5

3.3. Relação com a linha de pesquisa do curso 6

4. MÉTODOS 6

4.1. Casuística 6

4.2. Materiais 6

4.3. Métodos 6

5. CRONOGRAMA DE ATIVIDADES 6

6. CRONOGRAMA ORÇAMENTÁRIO 7

7. ASPECTOS ÉTICOS DA PESQUISA 7


3

8. REFERÊNCIAS 8

 INTRODUÇÃO

O livro “Primeiras Estórias” de João Guimarães Rosa apresenta uma


coleção de contos avulsos, porém interligados em técnica e cíclica evolução de
um conceito geral do caminho trilhado pelo homem, apresentados em vastidão
vocabular e espacial. Sob esse viés, avaliando-os sob a perspectiva de seu
jogo de linguagem, o presente artigo almeja apresentar que os vastos espaços
de Rosa sugerem variadas interpretações e significados para sua escrita,
especialmente no que diz respeito à amplitude da forma como apresenta a
loucura, implicando em profundidade literária observada para além do texto
aparente. Por meio de comparação bibliográfica entre Primeiras Estórias e a
análise de pesquisadores sobre suas entrelinhas, o presente artigo visa
identificar o louco como evidência da riqueza literária de Guimarães Rosa.
Sob esse viés, Paulo Ronái (2016) infere em sua nota introdutória que
“Os vastos espaços desertos são povoados pelos devaneios da
imaginação. Os riscos e os imprevistos da dura vida do dia a
/dia produzem resignação e fatalismo (...) A sede do
sobrenatural gera santos e suscita milagres, matiza a religião
de variantes animísticas.” (RONÁI, p. 7, 2016)
4

Nesse sentido, a construção linguística dos contos de Primeiras Estórias


é relevante para a observação de sua vastidão. De acordo com Hugo Mari, o
fictum – o que é fingido e projetado a partir da imaginação – torna-se possível a
partir da transmissão de sentimentos conhecidos na realidade. Desse modo, é
imprescindível o manejo da linguagem, pois a essa é conferido o papel de
conceber “ao fictum os mesmos padrões de realismo” que são concebidos aos
fatos. Portanto, o presente artigo analisará as nuances linguísticas de Rosa e a
forma como essas contribuem para a profundidade dos contos. (MARI, 2005)
Sobre isso, interessa observar a “loucura” presente no conto “Sorôco,
sua mãe, sua filha” como “metáfora do movimento incessante do mundo”
(OTÍN, 2009). Dessa forma, analisam-se os recursos estilísticos de Rosa que
contribuem para o conceito de vastidão do louco – levando o leitor a indagar-se
sobre as mensagens escondidas nas entrelinhas do conto. Ademais, na
narrativa “Darandina”, explicita-se novamente a brincadeira da escrita de
Guimarães Rosa por meio da estrutura ininterrupta entre parágrafos de fala e
parágrafos de narração – o autor procura apresentar o caráter não-organizado,
não-linear do louco. (SANTOS, 2011)
Portanto, a loucura em Primeiras Estórias é sustentada por artifícios
linguísticos, porém ela mesma é ferramenta para a lição guardada em
Primeiras Estórias. Sob a análise da máxima rosiana “se viemos do nada, é
claro que vamos para tudo” (ROSA, p.12, 1979), o extraordinário alcançado
quando seus personagens se perdem na loucura – ou seja, realocados às
margens daquilo que se pensa que é – é o que deve ser almejado pelo homem.
Sendo assim, o busca-se analisar o livro Primeiras Estórias, em especial os
contos destacados, apresentando ao leitor que a loucura de Rosa se constitui,
por fim, como o ato de permitir os vastos porquês para que o personagente
seja capaz de se refazer em si mesmo – e existir em suas questões.

1.1 Síntese da bibliografia básica


Como bibliografia fundamental estão o compilado de contos do livro
Primeiras Estórias, de João Guimarães Rosa, bem como a nota introdutória de
Paulo Ronái, a qual é analisada por estar presente no mesmo exemplar. Em
adição e em prol da comparação literária para a crítica apresentada, observam-
5

se os seguintes artigos: “Factum e fictum: sobre a construção de mundos


possíveis”, de Hugo Mari; “A originalidade das Primeiras Estórias e a estrutura
arquitetônica do livro”, de Maria Lucia Guimarães de Faria; “Sorôco, sua
linguagem, sua poesia”, de Blanca Cebollero Otín e “‘Darandina’ e sua
narrativa”, de Raquel de Castro dos Santos.

1.2 Problemática da Pesquisa


A observação das características da escrita de um autor – no que tange
ao jogo de linguagem e estrutura – é passível de revelação sobre aquilo que se
lê nas entrelinhas. Nesse sentido, a literatura fundamental analisada apresenta
nota introdutória que provoca o leitor para conhecimento maior do autor e da
escrita posteriormente apresentada nos contos. Desse modo, indaga-se quais
são as vastas questões escondidas na escrita de João Guimarães Rosa, por
meio das premissas levantadas por Ronái nas notas introdutórias de Primeiras
Histórias.

1.3 Hipótese
O projeto parte da suposição de que Primeiras Estórias, de Guimarães
Rosa, apresenta vastos porquês nos espaços que o autor propõe dentro de
seus contos, especialmente no que tange à amplitude da loucura e do divino
arquitetadas nas estórias – a partir da análise da Paulo Ronái nas notas
introdutórias. Visa-se, assim, verificar e pontuar a presença desses porquês.
 OBJETIVOS

1.1 Objetivo Geral


O objetivo do posterior artigo é determinar como a vastidão de
interpretações no que tange à loucura nos contos “Sorôco, sua mãe, sua
filha” e “Darandina” de Primeiras Estórias, de Rosa, é indicativo da riqueza
e profundidade literária do autor.

1.2 Objetivos Específicos


 Explicar o jogo de linguagem da obra “Primeiras Histórias” e como essa
se relaciona com características recorrentes da escrita de Rosa.
 Introduzir o conceito de vastos espaços apresentado por Ronái,
utilizando contos específicos de Primeiras Histórias como exemplo.
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 Apresentar o conceito de “vastos porquês” na insanidade.

2. JUSTIFICATIVA

2.1 Relevância Pessoal


Faz-se a relevância a partir da observação de que a riqueza da escrita
de Rosa – especialmente no que diz respeito à brincadeira com a linguagem, a
loucura e o divino, no que tange aos espaços vastos apontados por Ronái,
importa ser analisada e apreciada por meio de comparação literária.

2.2 Relevância Social


Compreendendo a literatura como direito do ser humano, a importância
da compreensão das nuances literárias está intrinsecamente relacionada com o
oferecimento de dignidade literária ao indivíduo. Portanto, o presente trabalho
se justifica socialmente no que tange à valorização do melhor entendimento
literário (nesse caso, da literatura brasileira através de Guimarães Rosa).

2.3 Relação com a linha de pesquisa do curso


O presente trabalho encontra-se na linha de pesquisa “Linguagem,
códigos e tecnologias”, do curso de Letras – português, na área específica de
crítica literária. Por meio de literatura comparada, há enfoque para análise
crítica da literatura brasileira.

3. MÉTODOS

3.1 Casuística
Esta pesquisa não contempla casuística.
3.2 Materiais
Neste trabalho serão utilizados materiais bibliográficos em prol do
conhecimento e ampliação da linha de pesquisa, sendo eles: artigos, teses,
publicações em revistas e livros.

3.3 Métodos
O seguinte trabalho observará metodologia bibliográfica. Para tanto,
entende-se sua finalidade aplicada – pois objetiva-se compreender
especificamente como a profundidade de Rosa faz-se clara através de suas
vastidões. Sob esse viés, a pesquisa descritiva de abordagem qualitativa
7

compreende o livro e as características da escrita de Rosa e expõe seus vastos


porquês, objetivando maior detalhamento do tema. Os procedimentos
escolhidos para a realização desse projeto são o bibliográfico e o de literatura
comparada, guiados através de análise dialética em prol da conversa
bibliográfica entre as próprias bibliografias, mas também entre a problemática
sugerida e o objetivo proposto, em prol de sua satisfação.

4. CRONOGRAMA DE ATIVIDADES

MES/ETAPAS Ago/ Set/ Out/2 Nov/ Dez/ Fev/ Mar/ Abr/ Mai/ Jun/
2021 021 2021 2021 2021 2021 2021 2021
2021 2021
Escolha do X
tema
Levantamento X X X
bibliográfico
Elaboração do X X
anteprojeto
Elaboração do X X X
projeto
Apresentação X X
do Projeto
Entrega Final X
do Projeto
Organização do X X
roteiro/partes
Redação do X X
trabalho
Revisão e X
redação final
Entrega do X
trabalho

5. CRONOGRAMA ORÇAMENTÁRIO
Esta pesquisa não requere cronograma orçamentário.

6. ASPECTOS ÉTICOS DA PESQUISA


Esta pesquisa não envolve estudos com seres humanos.
8

7. REFERÊNCIAS

FARIA, Maria Lucia Guimarães. A originalidade das Primeiras Estórias e a


estrutura arquitetônica do livro. Revista Garrafa, vol. 2, n. 3, maio-agosto,
2004. Disponível em:
https://revistas.ufrj.br/index.php/garrafa/article/view/20067. Acesso em: 28 set.
2021.

MARI, Hugo. Facto e fictum: sobre a construção de mundos possíveis.


Scripta, Belo Horizonte, v. 9, n. 17, p. 168-177, 1º sem. 2005. Disponível em:
http://www2.pucminas.br/imagedb/mestrado_doutorado/publicacoes/PUA_ARQ
_ARQUI20121010174256.pdf. Acesso em: 12 set. 2021.

OTÍN, Blanca Cebollero. Sorôco, sua linguagem, sua poesia. Rio de Janeiro:
Nova Fronteira, 2009. Disponível em: https://www.lai.fu-
berlin.de/disziplinen/brasilianistik/veranstaltungen/symposium_jgrosa/essaywett
bewerb/Blanca_Cebollero_Soroco__sua_linguagem__sua_poesia.pdf. Acesso
em: 02 out. 2021.
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RÓNAI, Paulo. Os vastos espaços. In: ROSA, Guimarães. Primeiras Estórias.


São Paulo: Nova Fronteira, 2016.

ROSA, Guimarães. Primeiras Estórias. São Paulo: Nova Fronteira, 2016.

SANTOS, Raquel de Castro dos. “Darandina” e sua narrativa. Revista


Garrafa 25, set – dez, 2011. Disponível em:
https://revistas.ufrj.br/index.php/garrafa/article/view/9498/7430. Acesso em: 13
out. 2021.

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