Geol. Estrut. Cap.7 PPT Projeccao Estereografica

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Disciplina: Geologia Estrutural

Cursos: Engenharia de Minas


e de Processamento Mineral

TEMA VII:
PROJECÇÃO ESTEREOGRÁFICA

Docente: Geól. MSc. Gilberto Rogaciano Goba Sabonete (Eng.)


1
7. Projecção Estereográfica
7.1 Introdução
• A projecção estereográfica constitui um processo gráfico
que, através de diagramas especiais, permite a representação
de elementos estruturais, principalmente linhas e planos,
para que posteriormente possam ser determinadas suas
relações geométricas.

• A projecção estereográfica mostra a geometria e a


orientação das linhas e planos. O uso da projeção
estereográfica é preferível pela facilidade de manuseio. A
projecção estereográfica é um método rápido, fácil e eficaz
para resolver problemas geométricos em geologia estrutural.

• A projecção estereográfica permite-nos projectar linhas e


planos, determinar a orientação da linha de intersecção de
dois planos, determinar o ângulo entre duas linhas e o ângulo
entre dois planos, medir o ângulo entre uma linha e um plano.
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7.2 Redes Estereográficas
• Redes estereográficas são diagramas especiais, através das
quais se fazem as projecções estereográficas. Existem dois
tipos diferentes de rede estereográfica, que são a rede de Wulff
ou igual ângulo (a) e a rede de Schmith ou Lambert ou ainda
rede de igual área (b).
a) b)

3
7.2 Redes Estereográficas (Cont.)

• A rede estereográfica é composta por grandes e pequenos


círculos, com espaçamentos de 2o entre si, a cada 10o.

4
7.2 Redes Estereográficas (Cont.) .
• Rede de Schmidt (Lambert ou igual área) é mais usada em
Geologia estrutural e Geotecnia, é mais apropriada para a
representação de feições lineares e planares. As áreas 10°x10°
próximas dos limites da rede têm a mesma dimensão que no
centro e as curvas nesta rede são arcos elípticos (fig.a).

• Rede de Wulff (Igual ângulo) é mais usada em Mineralogia e


Cristalografia, para exercícios de relações angulares. As áreas
10°x10° próximas dos limites da rede são maiores do que no
centro e as curvas nesta rede são arcos circulares (fig.b).

b) 5
a)
7.3 Técnicas de Projecção Estereográfica
• A projecção estereográfica é um tipo de projecção azimutal.

• Azimute: é o ângulo formado entre o meridiano de origem


que contém os Pólos, e a direção considerada.

♦ É medido a partir do Norte, no sentido horário e varia de 0º a


360º.

• Rumo: é o menor ângulo formado pelo meridiano que


materializa o alinhamento Norte, Sul e a direção considerada.

♦ Varia de 0º a 90º, sendo contado do Norte ou do Sul para Este


e Oeste.

♦ Este sistema expressa o ângulo em função do quadrante em


que se encontra (NE, SE, SW, NW) cuja primeira letra indica a
origem a partir do qual se realiza a contagem e a segunda
indica a direcção do giro ou quadrante. 6
7.3.1 Conversão de Medida Azimutal para Rumo
• Quando o valor medido em Azimute for <90º (1o quadrante
ou NE). Neste caso o Rumo é igual a Azimute. Exemplo:
N030/35SE = N30E/35SE.

• Quando o valor do azimute for >90º e <180º (2o quadrante


ou SE). Nesse caso o Rumo será o valor do polo Sul – o
Azimute. Exemplo: Medida em Azimute N150/35SW. O Rumo
será: 180º - Azimute = 180º - 150º = S30E/35SW.

• Quando o valor de azimute for >180º e <270º (3o quadrante


ou SW). Neste caso o Rumo será o valor do Azimute – 180º.
Exemplo: Medida em Azimute N235/40NW. Essa medida em
Rumo será: Azimute – 180º = 235º - 180º = S55W/40NW.

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7.3.1 Conversão de Medida Azimutal para Rumo (Cont.)
• Quando o Azimute for >270º e <360º (4o quadrante ou NW).
Neste caso o Rumo será: 360º - Azimute. Exemplo: Medida em
azimute N310/40NE. Em Rumo essa medida será: 360º –
Azimute = 360º - 310º = N50W/40NE.

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7.4 Regras Básicas de Projecção Estereográfica
• Para resolver os exercícios que lhe são propostos necessita
do seguinte material: rede estereográfica de Schmidt, folha de
papel vegetal, afixador, lápis e borracha. Antes de usar a sua
rede é conveniente copia-la (tirar cópia) num cartão resistente.

1. Pega-se uma rede de Projecção de Schmidt (Lambert) e por


cima coloca-se um papel transparente e depois insere-se o
afixador no centro do diagrama, de cima para baixo de modo
que estejam fixos (a rede e o papel vegetal).

2. Com o papel vegetal devidamente fixado, traça-se o limite da


circunferência com lápis e coloca-se os pontos cardeais, Norte
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(N); Este (E), Sul (S) e Oeste (W) no papel vegetal.
7.4 Regras Básicas de Projecção Estereográfica (Cont.)

3. Para cada plano ou linha que se pretenda projectar, começa-


se por marcar a sua direcção em redor da circunferência e faz-
se uma marca no papel vegetal.

4. Roda-se o papel vegetal, por forma a que a direcção do plano


ou linha a marcar coincida com o eixo N-S, dependendo do
quadrante em que se encontra o ponto.

a) Se as medidas tiverem direcções NW (4o Q) e SE (2o Q): gira-


se o papel transparente no sentido horário.
♦ Se as medidas tiverem direcções NE (1o Q) e SW (3o Q): gira-
se papel transparente no sentido anti-horário.

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7.4 Regras Básicas de Projecção Estereográfica (Cont.)
b) Se for na porção Superior (NW e NE) deve-se colocar a
marca correspondente sobre o Norte da rede. Se for na porção
Inferior (SE e SW) deve-se colocar sobre o Sul da rede.

W E

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S
7.5 Projecção de um Plano e do seu Polo
• Registre em projecção estereográfica o plano de estratificação, cuja
atitude é N320/40SW (fig.a).
1. Prepare a rede com o papel vegetal. Faça uma pequena marca
sobre o Norte e escreve N, e repita para os restantes pontos cardeais.

2. Para localizar o plano com direcção N320, conte 320o no sentido


horário a partir do Norte e faça uma pequena marca sobre o círculo
primitivo naquele ponto (fig.a).
a)

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3. Como nenhum círculo máximo da rede passa através deste
ponto marcado, é necessário girar o papel vegetal no sentido
horário até que a marca da direcção coincida com o Norte da
rede (fig.b).

b)

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4. Para localizar o círculo máximo que representa este plano
com inclinação de 40SW, conte 40o a partir do círculo primitivo
do lado esquerdo que está espaçado de 10o em 10o, ao longo do
diâmetro E-W e trace o arco de grande círculo (fig.c), que
corresponderá a inclinação deste plano.
5. Para projectar o polo deste plano, conte 90o, a partir deste
grande círculo traçado e coloque o ponto PP (fig.c), que
corresponderá o polo deste plano.
c)

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6. Para visualizar a representação real do plano N320/40SW e
do seu polo, volta o papel vegetal para a posição original,
girando no sentido anti-horário, até o norte do papel vegetal
coincidir com o da rede estereográfica (fig.d).

d)

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7.6 Projecção de uma Linha
• Registar em projecção estereográfica a lineação de um veio
mineralizado cuja atitude é N140/30.
1. Prepare a rede com o papel vegetal. Faça uma pequena marca
sobre o Norte e escreve N, e repita para os restantes pontos cardeais.
Para localizar a linha com direcção N140, conte 140o no sentido
horário partindo do Norte e faça uma pequena marca sobre o círculo
primitivo naquele ponto (fig.a).

a)

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2. Depois gire o papel transparente no sentido horário, de
modo que a marca de 140º coincida com o Sul da rede (fig.b).

b)

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3. Agora usando os círculos menores que estão espaçados de
100 em 10o, partindo do polo Sul da rede, conte 300 em direcção
ao centro, ao longo do diâmetro N-S e registre o ponto Lx
(fig.c), que corresponderá a inclinação desta linha. Note que
para marcar o mergulho desta linha usamos o diâmetro N-S.

c)

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4. Depois, volta o papel transparente para a posição inicial,
onde o Norte do papel transparente é ao Norte da rede. E então
se tem a posição da lineação de um veio mineralizado (fig.d).

d)

• Salientar a projecção de uma linha é um ponto. 19


7.7 Determinação do ângulo entre um plano e uma linha
• O ângulo entre uma linha e um plano é o ângulo medido entre
a linha e a sua projecção ortográfica no plano.

• Este ângulo deve ser medido ao longo do círculo máximo num


segundo plano que contém a linha e o polo do 1o plano.

1. Considere a charneira de uma dobra (C), com atitude N260/30;


(que representa uma linha), exposta numa diaclase, com atitude
N150/60E (que representa um plano ).

2. Usando os conhecimentos do item 7.6 (Projecção de uma Linha),


projecte a charneira (C), com atitude N260/30 (fig.b).

3. Depois no mesmo papel vegetal, usando os conhecimentos do item


7.5 (Projecção de um Plano e do seu Polo ), projecte a diaclase, com
atitude N150/60E e o seu polo P (como mostra a fi.c).

4. Rode o papel vegetal de forma a alinhar no mesmo círculo máximo


a charneira C e o polo P e trace o respectivo círculo máximo, unindo-
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os (charneira C e o polo P).
5. O plano assim obtido intersecta o círculo máximo que representa a
diaclase no ponto X. Meça o ângulo entre as linhas C e X ao longo
deste círculo máximo (fig.d).

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7.8 Determinação do ângulo entre duas linhas
1. Considere que a atitude 16°; N42°E, representa a linha 1 e a atitude
80°; S16°E, a linha 2. O ângulo entre duas linhas é medido no plano
que as contém. Projecte as linhas na rede estereográfica (Fig. a).

2. Determine o plano definido pelas linhas rodando o papel vegetal


até que os dois pontos que representam as linhas fiquem sobre o
mesmo círculo máximo (Fig. b).

3. O ângulo entre as duas linhas é medido ao longo deste círculo


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máximo contando os círculos menores, que o intersectam (Fig.c).
7.9 Determinação da atitude dum plano que contém duas linhas
1. Considere que a atitude da linha 1 é N214/40, e a da linha 2 é
N128/50 e que as duas linhas estejam contidas no mesmo plano.
Assim sendo, projecte-as no mesmo papel vegetal e rode-as por
forma a alinhar os dois pontos no mesmo círculo máximo.

2. Trace o círculo máximo e faça da leitura a inclinação do plano no


eixo E-W (Neste caso conte partindo de Este até ao plano projectado).
3. Para a direcção do plano volte ao estado inicial, onde N da 23rede
coincide com o N do papel vegetal e faça a leitura na extremidade.
7.10 Determinação da inclinação Aparente a partir da Verdadeira
1. Considere um dique (D) com a atitude N25°E; 65°SE. O dique está
exposto numa parede vertical (P) de uma pedreira com direcção de
N10°W.

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• Qual a inclinação aparente do dique na parede da pedreira?
2. Trace o plano (círculo máximo) que representa o dique
(Fig.b).

3. Marque com um traço, sobre a primitiva, a direcção N10°W.


O diâmetro da rede que passa por este traço representa a
parede vertical da pedreira (Fig.c).

4. Rode o papel vegetal para que o traço que indica a direcção


N10°W coincida com o diâmetro N-S (Fig.d).

5. Depois leia o ângulo a partir da primitiva (polo Sul da rede)


até ao ponto de intersecção dos dois planos.
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7.11 Determinação da atitude de intersecção de dois planos
1. Considere dois planos com as seguintes atitudes: N102; 60S
(estratificação) e N197; 41E (clivagem de fluxo). Projecte os dois
planos desenhando os respectivos círculos máximos (Fig. 1).

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2. Lembre-se que a intersecção de dois planos é uma linha (Fig. 1).
3. Rode o papel vegetal de forma a trazer a lineação ao diâmetro E-W
(Fig. 2).

4. Meça o mergulho a partir da primitiva, partindo de Este em


direcção ao centro da rede até a intersecção dos dois planos, que
corresponde a inclinação da linha de intersecção e marque com um
traço (Fig. 3).

5. Este traço indica a direcção da linha de intersecção dos dois planos.

6. Rode o papel vegetal para a posição inicial, onde o Norte do papel


transparente coincide com o Norte da rede estereográfica (Fig. 4).

7. Para obter o valor da direcção da linha de intersecção dos dois


planos, conte a partir do Norte até onde o traço que corta a primitiva.

8. Assim sendo a lineação de intersecção mergulha 38SE segundo a


direcção N163.

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7.12 Determinação do ângulo entre dois planos
• O ângulo entre os dois planos é determinado medindo o ângulo
entre os polos.

1. Considere uma dobra cujos flancos têm as seguintes atitudes:


N304/50SW (flanco A) e N218/26NW (flanco B).

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2. Projecte os dois flancos, com os seus respectivos polos (Fig.
1 e 2) respectivamente.

3. Rode o papel vegetal até que os polos fiquem alinhados no


mesmo círculo máximo (Fig. 3).

4. Traçe o respectivo círculo máximo a partir da união dos dois


polos (fig. 3).

5. O plano assim traçado é perpendicular à linha de intersecção


entre os dois planos.

6. E o ângulo entre os dois planos, é medido ao longo deste


círculo máximo, sendo obtido através da contagem o ângulo
entre esses mesmos polos que é de 56o (fig. 3).

7. Depois volte o papel vegetal de modo que o norte do papel


coincida com o norte da rede (fig. 4).
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