Apontamentos de História 12º AnoPDF
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Apontamentos de História 12º AnoPDF
O centralismo democrático
Em 1922 foi criada a URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas). A organização do Estado
comunista da Rússia Soviética denominou-se de centralismo democrático, sistema que assentava nos
seguintes princípios:
• O poder partia da base das sociedade, os sovietes. Os sovietes eram eleitos pela população por
sufrágio universal, e a partir deles elegiam-se os poderes superiores;
• A organização do Partido Comunista seguia a mesma estrutura, as bases do partido elegiam os
organismos superiores;
• Não existia separação clara dos poderes legislativo, executivo, judicial;
• Apenas o Partido Comunista era permitido, pois considerava-se que era o único capaz de
representar o proletariado, ou seja, proibiam-se todos os outros;
• O Estado era controlado pelo Partido Comunista.
A regressão do demoliberalismo
O impacto do socialismo revolucionário; dificuldades económicas e radicalização dos
movimentos sociais; emergência de autoritarismo
Os anos que se seguiram á Primeira Guerra Mundial trouxeram á Europa profundas dificuldades
económicas e financeiras. Esta situação leva a um descontentamento generalizado que se traduzem
greves e o espírito revolucionário estende-se por todo a Europa, isto é, o desespero das populações
perante a crise leva à procura de novas soluções políticas e à adesão de projetos políticos extremistas,
quer de esquerda, quer de direita:
• Os partidos de esquerda intensificavam a sua ação, denunciando os males do capitalismo. Na
Alemanha, proclamou-se “uma república socialista”. Mesmo na França, na Grã-Bretanha e na
Itália, a onda revolucionária de esquerda se fez sentir, inspirada pela III Internacional de Moscovo
fundada em 1919 (que defendia a união do operariado a nível internacional, impondo o
socialismo no mundo).
Estes acontecimentos denunciavam as democracias liberais e a sua incapacidade em resolver os
problemas económicos e sociais. No entanto, em países como a Alemanha e a Itália, o medo ao
bolchevismo levou a que se apoiasse soluções políticas de extrema-direita, levando à adesão de regimes
autoritários e fascistas (Jamais poderia agradar o controlo operário da produção à burguesia).A
emergência dos autoritarismos, confirmava a regressão do demoliberalismo.
O Komintern e o impacto do socialismo revolucionario(x)
Radicalização social e política(x)
Emergência de autoritarismo
Os receios provocados pelas vagas revolucionárias favoreceram a ascensão de movimentos autoritários
de direita, na década de 20. Estes movimentos eram defensores do nacionalismo e da ordem, contra o
marxismo.
Em Itália, formou-se o Partido Nacional Fascista. Benito Mussolini organizou a “Marcha sobre Roma” e
tomou o poder. Os movimentos autoritários de direita alastraram por toda a Europa, desde a
Hungria a Portugal. Na Alemanha, Adolf Hitler empreendeu um golpe em Munique, que tinha como
objetivo iniciar uma revolução.
A nova sociabilidade
Na grande cidade, o individuo perde-se no meio da multidão a vida despersonaliza-se e, tal como os
produtos da indústria, surge um modelo estandardizado (saem todos á mesma hora para o trabalho;
habitam casas semelhantes; os lazeres tendem para a massificação).
O crescimento d classe media e a melhoria do nivel de vida proporcionaram uma nova cultura do ócio,
oferecendo inúmeras distrações. A anterior importancia dada ao trabalho, a pouco e pouco, é substituída
pelo prazer do consumo e ânsia de divertimento.
A convivência entre sexos, outrora contida por rígidas convenções sociais, torna-se mais livre e ousada.
O advento do automóvel alarga estes espaços de lazer e incute o gosto pela velocidade.
Este gosto pelo movimento fomenta a prática desportiva que entra nos hábitos quotidianos. O ritmo de
vida, outrora lento, acelera-se, torna-se mais frenético nos anos 20.
Embora esta nova sociabilidade se confine ás classes medias e abastadas, é ela que imprime uma marca
de modernidade ás primeiras decadas do seculo, evidenciando a rutura com os valores e as convenções
da rígida moral oitocentista.
A emancipação da mulher
A crescente presença da mulher em todos os sectores de atividade, mais notada a partir da Primeira
Guerra, proporcionava uma relativa independência económica e esteve na origem de uma
consciencialização de que o seu papel no processo económico não tinha correspondência a um estatuto
social e político dignos. No início do século XX, organizaram-se numerosas associações de sufragistas que
lutaram pelo direito de participação na vida política, etc. Contudo, só no final dos anos 20 foi reconhecido
à mulher o direito ao voto e de exercício de funções políticas. Emancipadas e libertas de todos os
preconceitos, as mulheres passam a adotar novos comportamentos sociais: frequentar festas e clubes
noturnos; praticar desporto, fumar e beber livremente, etc. A valorização do corpo e da aparência
conduziu ao aparecimento de uma nova mulher que usava o cabelo curto (à garçonette) e comas saias
mais curtas e ousadas.
A falência da 1ª República
A oposição aproveitou-se do quadro social explosivo e das fraquezas da República:
Igreja- revoltada com o anticlericalismo e ateísmo republicanos, cerrou fileiras em torno do Centro
Católico Portugues, contando com o apoio do pais profundo, agrário, conservador e católico. O
laicismo republicano, plasmado na Lei da Separação do Estado e da Igreja, cedo degenerou num violento
anticlericalismo. Tal atitude acabou por custar á república a hostilidade da Igreja e do pais conservador.
Capitalistas e grandes proprietários- sentindo-se ameaçados com o aumento dos impostos, com o
surto grevista/terroristas, e receando que o país enveredasse pela via do socialismo, converteram a sua
Confederação Patronal numa União dos Interesses Economicos, estrutura partidária que acabou a
concorrer ás urnas e a eleger deputados.
Classes Médias- Também estas, cansadas das arruaças constantes e receosas do bolchevismo
mostravam-se prontos a apoiar um governo forte e autoritário que restaurasse a ordem e a tranquilidade,
que pusesse termo á instabilidade política e que lhes devolvesse desafogo financeiro.
Tendências culturais: entre o naturalismo e as vanguardas
O primeiro modernismo(1911-1918)
Os primeiros sinais foram na Exposição Livre de Lisboa, em 1911. O primeiro modernismo ficou ligado a
um conjunto de exposições (livres, independentes e de humoristas).
Os desenhos apresentados, muitos deles caricaturas, perseguiam objetivos de sátira política, social e ate
anticlerical. Entre enquadramentos boémios e urbanos.
Várias circunstâncias levaram ao amadurecimento do modernismo portugues, entre eles, a eclosão da 1ª
Guerra.
Com a publicação da revista Orpheu, em 1915, o modernismo portugues revelou a sua faceta inovadora
e polemica: a do futurismo. Os jovens da Orpheu escandalizaram o país ao contestarem a velha ordem
literária e exaltam o homem da ação. Propunham um corte radical com o passado, denunciando o
saudosismo mórbido dos portugueses e incitando a raça latina ao orgulho, á ação e á aventura.
Esta atitude de inconformismo e de denuncia da mediocridade e provincianismo da produção literária de
então, levou a que os modernistas fossem acusados de “mistificadores da realidade e intelectuais
alucinados”. Em resposta, e atraves de um Manifesto, os modernistas usaram de uma violência feroz
associando-a a uma cultura retrograda.
As opções totalitárias
Os fascismos, teoria e práticas
Temos como regimes totalitários o caso da Rússia Soviética, da Itália Fascista e da Alemanha Nazi.
Nas décadas de 20 e 30 do séc. XX, a vida política da Europa foi caracterizada por uma emergência de
totalitarismos (tanto de esquerda como de direita). Vários fatores contribuíram para a sua implantação:
• A crise económica e social (“Grande Depressão”);
• O ressentimento resultante da humilhação provocada pela derrota na guerra ou por uma vitória
sem recompensas;
• O receio do avanço no comunismo (no caso dos regimes de direita);
• A fragilidade das democracias liberais.
Fascismo (1922-1945)- Sistema político instaurado por Benito Mussolini. Suprime as liberdades
individuais, defende a supremacia do Estado, e é profundamente totalitário, autoritário e ditatorial, ou
seja, antidemocrático e antissocialista. O termo fascismo também pode ser aplicado a todos os regimes
autoritários de direita que se seguiram ao fascismo italiano (como o nazismo).
Nazismo (1933-1945)- Sistema político imposto na Alemanha, criado por Adolf Hitler. Tem os mesmos
princípios que o fascismo, acrescenta-se, porém, o racismo e antissemitismo que foi praticado de forma
violentíssima. Proclamou a superioridade da raça alemã, negando completamente outras etnias (daí as
perseguições aos judeus).
A violência racista
O desrespeito pelos direitos humanos atingiu os cumes do horror com a violência do seu racismo. Hitler
colocou a raça ariana (alemães e austríacos) como superior às restantes. Esta sua tese foi desenvolvida
na sua obra Mein Kampf, e obteve grande recetividade por parte dos nazis, o que levou ao maior
desrespeito pelos direitos humanos.
Obcecado pelo aperfeiçoamento da “raça ariana”, promoveu uma “seleção” de arianos (altos, louros,
olhos azuis). Para tal, deveriam ser eliminados os “imperfeitos” , para além dos judeus (deficientes, velhos,
doentes incuráveis, homossexuais), para se melhorar a raça (eugenismo).
Os judeus tornaram-se o alvo preferido da perseguição nazi (pois eram considerados culpados pela
derrota alemã na guerra e pelos problemas económicos sofridos) e sofreram na pele uma das maiores
humilhações e torturas na História.
Antissemitismo- termo que designa o ódio aos judeus.
Passaram a não poder exercer nenhuma profissão, nem frequentar lugares públicos, foram obrigados a
viver em guetos (bairros separados), e a usar uma estrela amarela para serem rapidamente identificados.
Durante os anos da Segunda Guerra Mundial, os nazis causaram a morte de cerca de 6 milhões de judeus
através da sua política de genocídio (extermínio em massa) dos judeus. Pela dimensão das crueldades
cometidas nos campos de concentração, este genocídio ficou conhecido como Holocausto.
O estalinismo
O Estalinismo é uma outra vertente do totalitarismo, que ficou conhecida após a morte de Lenine(1924).
O novo líder, Estaline, impôs a submissão violenta dos indivíduos ao Estado e ao chefe e empenhou-se na
construção de uma sociedade socialista igualitária.
O New Deal
Os EUA optam pela teoria de Keynes, que defendia que ao Estado deveria caber um papel ativo de
organizador da economia e regulador do mercado, através do New Deal (designação dada á política
implementada nos EUA, a partir de 1933, que através de reformas económicas e sociais, combateu a
depressão dos anos 30), posto em prática por Franklin Roosevelt (presidente dos EUA na altura).
As medidas implementadas pelo New Deal (33-34) foram:
FINANCEIRAS SOCIAIS OBRAS PUBLICAS AGRICULTURA INDÚSTRIA
- Reorganização - Distribuição de - Construção de - Concessão de - Fixação de
da atividade dinheiro aos mais estradas, vias empréstimos e preços para os
bancaria; pobres, instituição de férreas, escolas, de produtos
- Desvalorização reformas por hospitais indemnizações industriais.
do dólar; velhice/invalidez; (combate ao aos agricultores.
- Controlo da - Fundo de desemprego)
inflação. desemprego;
- Garantia de um
salário mínimo e de
liberdade sindical;
- Redução para 40
horas de trabalho
semanal.
O New Deal permitiu uma recuperação económica, superando a crise que afetou o mundo capitalista. O
liberalismo económico passou a aceitar o intervencionismo estatal como estratégia de sobrevivência.
Espanha 1936
Em fevereiro de 1936, triunfou em Espanha uma Frente Popular, apoiada por socialista, comunistas
anarquistas e sindicatos operários. Tinha um intenso programa de reformas sociais favoráveis aos
interesses da classe trabalhadora:
• Separação do Estado e da Igreja;
• Instituição do ensino laico;
• Legislação do divorcio;
• Consagração do direito á greve e á ocupação de terras incultas;
• Aumentos salariais;
• Reconhecimento da autonomia do País Basco e da Catalunha.
Perante medidas tão lesivas da tradição católica espanhola, da união nacional e dos interesses das forças
conservadoras, os partidos nacionalistas de direita iniciaram um levantamento militar. A Frente Nacional,
assim se chamou, pegou em armas contra a República democratica, dando início a uma das mais cruéis
guerras civis do seculo XX- a Guerra Civil Espanhola (1936-39).
A imprensa
A imprensa atingiu um extraordinário desenvolvimento, principalmente, pelo vocabulário simples,
atrativo e acessível que a imprensa passa a utilizar que atrai o publico.
O livro torna-se produto de consumo corrente. Novos géneros literários aparecem: romances cor-de-rosa
(histórias de amor com final feliz), bandas desenhadas, romances policiais.
Os jornais/revistas atingem grandes tiragens (algumas cidades chegam a vender mais de 1 milhão de
exemplares por dia). Atraiam os leitores com notícias sensacionalistas. As edições incluíam secções
desportivas, correio sentimental, cronicas, romances em folhetim e publicidade. Alem de informar, o
objetivo era entreter.
A radio
Estre as duas guerras, tornou-se o mais popular e poderoso veículo de comunicação, para isso
contribuíram os progressos na radiofusão, a melhoria da qualidade do som e os interesses dos poderes
politicos.
Acessível a todos, tornou-se um importante meio de difusão cultural: noticias, música, novelas
radiofónicas, anúncios publicitários, debates e colocava as pessoas em contacto instantâneo com o
mundo.
Esta abrangência transforma a radio num veículo privilegiado de propaganda política, que os governos
usaram largamente.
O cinema
O aparecimento do cinema sonoro abriu novas portas ao cinema: de arte, passou a indústria.
Qualquer que fosse o género, o espectador era transportado para outra dimensão, na qual, identificado
com as personagens, vivia as maiores aventura, evadia-se da propria vida e era nessa evadização que
estava a magia do cinema.
De todos os mass media, o cinema foi o que mais contribuiu para a difusão de modelos socioculturais e
estandardização de comportamento. A forma de vestir e falar das estrelas influenciou modos e atitudes.
Também se pretendeu com o cinema incutir valores. Foi assim que também se vulgarizaram os happy-
end, nos quais os protagonistas, em resultado da sua coragem e força de caracter, eram recompensados
com um final feliz, e o espectador, encorajado a uma nova ia da ao cinema.
As preocupações sociais na literatura e na arte
A literatura mostrou preocupações com o contexto social e político; continuou a ser complexa mas voltou-
se para o exterior e para os problemas do mundo. A arte americana voltou-se para o naturalismo e para
a descrição social da realidade.
Conservadorismo e tradição
Em relação ao conservadorismo, Salazar empenhou-se na recuperação dos valores que considerava
fundamentais, como Deus, Pátria, Família, Paz Social, Moralidade, Autoridade, que não podiam ser postos
em causa. A base da nação era a família, o homem era o trabalhador e o papel da mulher foi reduzido.
Empenhou-se também na defesa de tudo o que fosse tradicional e genuinamente português, revestindo
de importância a ruralidade e rebaixando a sociedade industrializada. Deu proteção especial à Igreja,
baseado no lema "Deus, Pátria, Família".
Nacionalismo
O carácter nacionalista destacou-se, pois louvou e comemorou os heróis e o passado glorioso da Pátria,
valorizou as produções culturais portuguesas e incutiu os valores nacionalistas através das milícias de
enquadramento das massas. Além disso, o regime salazarista utilizava as colónias em proveito dos
interesses da nação, seguindo os parâmetros definidos pelo Ato Colonial de 1930.
Corporativismo
O Estado Novo mostrou-se empenhado na unidade da nação e no fortalecimento da Nação. Defendia,
assim, que os indivíduos apenas tinham existência para o Estado se integrados em organismos ou
corporações pelas funções que desempenham e os seus interesses harmonizam-se para a execução do
bem comum.
Defesa da ruralidade
Portugal era um país maioritariamente rural, assim, pretendia-se tornar Portugal mais independente da
ajuda estrangeira, criando-se incentivos à especialização em produtos como a batata, vinho, etc. Um
grande objetivo de Salazar, era tornar a economia portuguesa isolada de possíveis crises económicas
externas. A construção de barragens levou a uma melhor irrigação dos solos.)
Obras publicas
As obras Públicas tinham como principal objetivo o combate ao desemprego e a modernização das
infraestruturas do país. A intervenção ativa do Estado fez-se sentir através da edificação de pontes,
expansão das redes telegráfica e telefónica, obras de alargamento nos portos, construção de barragens,
expansão da eletrificação, construção de edifícios públicos (hospitais, escolas, tribunais), etc. A política de
construção de obras públicas foi aproveitada (politicamente) para incutir no povo português a ideia deque
Salazar era imprescindível à modernização material do País.
Condicionamento industrial
A indústria não constitui uma prioridade ao Estado Novo. O condicionamento industrial consistia na
limitação, pelo Estado, do nº de empresas existentes e do equipamento utilizado, pois a iniciativa privada
dependia, em larga medida, da autorização do Estado. Funcionava assim, como um travão á livre-
concorrência. Mais do que o desenvolvimento industrial, procurava-se evitar a sobreprodução, a queda
dos preços, o desemprego e agitação social.)
A política colonial
Ao longo dos seus 48 anos de vigência, o Estado Novo sempre proclamou a sua vocação nacional. As
colonias desempenhavam uma dupla função: eram elemento fulcral da política de nacionalismos
economicos, e tema recorrente da propaganda nacionalista.
Foi o ato colonial de 1930 que consagrou a política colonial do regime:
• Afirmava a missão histórica civilizadora dos portugueses nos territorios ultramarinos;
• Reforçava a tutela da metropole sobre as colonias (abandonando-se as experiências de
descentralização administrativa e de abertura ao capital estrangeiro feitos na 1ª República);
• Consagrava o regime económico de exclusivo colonial: ás colonias caberia fornecer matérias-
primas á metropole e servir o mercado de escoamento dos seus bens industriais.
Quanto ás populações nativas, consideradas inferiores, permaneceram objeto de segregação, embora o
Estado Novo procurasse defendê-los da exploração esclavagista. Os assimilados foram sempre um
número reduzido.
Nos anos 30/40, a propaganda incutiu no povo a ideia de “mística imperial”, dando a ideia de que o
império era a razão da existência histórica de Portugal, ideia que o Congresso e Exposições ajudaram a
difundir.
Noutros continentes
Esta vaga autoritária faz-se sentir também noutros continentes.
Duramente atingidos ela retração do comercio internacional, a América-Latina e o Extremo-Oriente
disseminaram-se regimes autoritários, influenciados por tradições locais e/ou decalcados dos modelos
fascistas da Europa. No Brasil, na Argentina e no Chile, as democracias não resistiram á ascensão de
chefes que se apoiaram nos exércitos e no proletariado urbano, instalando ditaduras populistas.
No Extremo-Oriente, o Japão pôs termo ao processo de democratização e ocidentalização, desde
1926, exerceu um poder absoluto e apoiou o expansionismo nipónico na China.
Reações ao totalitarismo fascista
Das hesitações face ao imperialismo e á Guerra Civil de Espanha á aliança contra o Eixo nazi-
fascista
Quanto á SDN, a sua ineficácia prende-se com o facto de nunca ter colaboração dos EUA, o que acabou
por a condenar ao fracasso flagrante foi a incapacidade da instituição em pôr fim ás agressões levadas a
cabo pelas potencias totalitaristas nos anos 30.
França e Inglaterra receosas com a guerra, recusando-se a encara-la como inevitável e alimentando a ideia
de que sendo o comunismo o principal inimigo do nazismo, a guerra seria com a URSS e não com o
Ocidente. Estes foram cedendo perante Hitler, que apresentava cada reivindicação como se fosse a
última.
A atitude hesitante das democracias revelou-se em 1936 com a Guerra Civil de Espanha, quando ambos
negaram o apoio ás forças republicanas da Frente Popular confrontados com uma insurreição militar
nacionalista.
Comandados por Franco, os nacionalistas representavam os proprietários, os monárquicos e os catolicos,
para quem a guerra constituía uma espécie de cruzada contra o ateísmo, o anticlericalismo e o comunismo
da Frente Popular e contaram com o apoio de Hitler e Mussolini.
Quanto aos republicanos, contaram apenas com a ajuda da URSS. Sabendo tratar-se de uma luta de morte
entre fascismo e comunismo, a França e a Grã-Bretanha invocaram o princípio da não intervenção
estabelecida pela SDN para não entrarem no conflito, facilitando a vitoria dos nacionalistas e o
aparecimento de mais um regime totalitarista na Europa nos anos 30.
Acreditando nas promessas de Hitler, de que resolvido o problema dos Sudetas não haveria qualquer
outra questão a solicitar, e crendo as suas ambições imperialistas, as democracias ocidentais acabaram
por ceder, aceitando a integração daquela região na Alemanha.
Em 1939, a Alemanha negociou com a URSS um pacto de não agressão. Aliando-se ao inimigo bolchevista,
Hitler pensava, desta forma, ter encontrado cobertura para a expansão do seu “espaço vital”.
Quando em 1939, a Alemanha anexava a Checoslováquia as democracias ocidentais aperceberam-se até
que ponto é que tinham cedido á política astuciosa e chantagista dos ditadores. Dando-se conta, França
e Inglaterra, inventaram a sua política externa. Afirmaram a sua disposição de enfrentar pela força o
imperialismo nazi-fascista. No dia 3 de setembro declararam guerra á Alemanha, dois anos apos a invasão
da Polonia e do início do início da 2ª Guerra Mundial.
A mundialização do conflito
A 2ª Guerra Mundial foi o conflito que atingiu todos os continente, mobilizando homens e recursos e
sacrificando as populações civis, vítimas de bombardeamentos, massacres e deportações.
De 1939 a 1942, as forças do Eixo estendem o seu domínio. No Pacifico, o Japão controla vastas regiões,
depois de ter destruído parte da frota americana, em Pearl Harbor, em dezembro de 1941.
Nos paises ocupados, as forças do Eixo pilha riquezas, discriminam, torturam, massacram e enunciam
milhoes de judeus e ciganos para campos de concentração.
A partir do verão de 1942, depois da batalha de Midway, os americanos recuperam o controlo do Pacifico.
Os britânicos derrotam os alemães no Norte de África. Os soviéticos põem fim ao cerco de Estalinegrado,
em fevereiro de 1943. Os aliados desembarcam em Itália.
Os dois últimos anos da guerra são o sol poente das potências do Eixo. O desembarque na Normandia,
em junho de 1944 e o avanço soviético para o Ocidente libertam a Europa e aniquilam a Alemanha, que
capitula se condições a 8 de maio de 1945. Na Asia, o lançamento de duas bombas atómicas por parte
dos EUA, forçam o Japão á rendição.
Portugal e o Mundo da 2ª Guerra Mundial ao incio da decada de 80- opções internas
e contexto internacional
Nascimento e afirmação de um novo quadro geopolítico
A reconstrução do pós guerra
A definição de áreas de influência
Ainda decorria a 2ª Guerra Mundial, e já os “Aliados” (EUA, URSS, Inglaterra), confiantes na vitória,
procuravam estratégias para estabelecer uma nova ordem internacional, e definir os termos da paz que
se avizinhava, através da realização de conferências, onde se chegaram a alguns pontos
Orgãos de funcionamento
A formação de uma nova organização mais atuante que a SDN, mas com o mesmo espírito pacifista e
democrático, foi acordada na Conferência de Teerão de 1943 e oficialmente estabelecida em 25 de junho
de 1945, na Conferência de São Francisco, através do documento designado por Carta das Nações Unidas.
Eram seus propósitos:
• Manter a paz
• Desenvolver relações de amizade
• Promover a cooperação internacional
• Ser local de debate e entendimento entre todas as nações, no sentido de defender os direitos
humanos e dos povos.
Todas as ações desenvolvidas pela organização foram motivadas pelo mesmo objetivo: o da defesa dos
Direitos Humanos. Foi por isso aprovada a Declaração Universal dos Direitos Humanos em 1948,
que se distingue da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão pelo facto de procurar definir
princípios de cooperação entre as nações do mundo além de direitos e liberdades fundamentais.
O papel da cooperação económica e o carácter profundamente humanitário e social da ONU é patente
nos orgãos que dela fazem parte e que espelham as preocupações humanistas da organização:
• A Assembleia Geral
• Conselho de Segurança
• Secretariado Geral
• Conselho Económico e Social
• Tribunal Internacional de Justiça
• Conselho de Tutela (extinto em 1994).
Além destes órgãos outros organismos, comissões, e agências de vocação mais especializada, foram
criados:
• Forças Armadas (capacetes azuis)
• Comissão de Energia Atómica
• Unicef
• UNHCR
• BM
• FMI
• Unesco
• OMS
A ação da ONU não tem tido a eficácia desejada na prevenção de conflitos regionais apesar de uma
intervenção crescente em cada vez maior número de situações de guerra. Desde a 2ª Guerra
diversos conflitos em zonas designadas de 3º Mundo não foram resolvidas com a celeridade desejável,
situação que se deve ainda em grande parte ao desacordo frequente entre as grandes potências com
assento e direito de veto no Conselho de Segurança: EUA, Rússia, China, Inglaterra e França.
A descolonização asiatica
Ainda antes da Segunda Guerra Mundial, ex-colônias britânicas, como Egito e Iraque, conquistaram suas
independências, em 1922 e 1932, respetivamente.
Na década de 1940, outros territórios como a Transjordânia, Palestina e Líbano também se libertaram da
dominação colonial. Com isso, percebemos que a luta pela independência do domínio colonial esteve
presente na disputa política em diferentes momentos do século XX.
Contudo, mesmo após a Segunda Guerra, o grande território colonial inglês, a Índia, permanecia sob
condição de dominação. Nesse país, os movimentos contra a colonização já atuavam desde o século XIX,
mas ainda sem obter sucesso.
A Guerra Fria
“Guerra Fria” é a expressão que se atribui ao clima de tensão político-ideológico que no final da Segunda
Guerra Mundial se instalou entre as duas superpotências (EUA e URSS), e que se estende até ao final da
década de 80. No entanto, nunca houve um conflito direto, caracterizando-se apenas pela corrida aos
armamentos, ameaças e movimentos de espionagem, conflitos locais, etc. Era uma “guerra de nervos”,
sustentada pelo antagonismo de duas conceções diferentes de organização política (EUA-
Liberalismo/Capitalismo; URSS- Socialismo/Comunismo).
Assim, no tempo da Guerra Fria, assistiu-se á consolidação de um mundo bipolar. De um lado, um bloco
liderado pelos EUA, politicamente adepto da democracia liberal, pluripartidária e economicamente
defensor do modelo capitalista (assente na livre iniciativa e na livre concorrência). Do outro lado, o bloco
liderado pela URSS, defensora do regime socialista, cujo modelo económico assentava nos princípios da
coletivização e planificação estatal da economia.
O mundo capitalista
A política de alianças dos Estados Unidos
O acentuar das tensões políticas conduziu á formação de alianças militares que simbolizaram o
antagonismo militar, ou seja, os EUA e a URSS procuraram estender a sua influência ao maior número
possível de países. Criou-se a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) , liderado pelos EUA
(sendo o objetivo principal a segurança coletiva, isto é, ter a capacidade de resposta perante a um ataque
armado) e, em resposta, foi constituído o Pacto de Varsóvia, liderado pela URSS, para a defesa militar do
seu bloco.
A afirmação do Estado-Providência
A Grande Depressão já tinha demonstrado a importância de um Estado económica e socialmente
interventivo. O Estado torna-se, por esta via, o principal agente económico do país, o que lhe permite
exercer a sua função reguladora da economia. O país pioneiro do Welfware State, isto é, o Estado do bem-
estar (Estado Providência) , foi o Reino Unido, onde cada cidadão tem asseguradas as suas necessidades
básicas. Ao Estado caberá a tarefa de corrigir as desigualdades, daí o seu intervencionismo.
As medidas principais do EP foram a nacionalização da economia e o garantir de reformas que abrangesse
situações como maternidade, velhice, doenças. Este conjunto de medidas visa um duplo objetivo:
por um lado, reduz a miséria e o mal-estar social; por outro, assegura uma certa
estabilidade á economia. O Estado-Providência foi um facto da prosperidade económica.
A prosperidade economica
Nos anos 50 assistiu-se a um grande crescimento económico dos países ocidentais tendo o capitalismo
possibilitado um acréscimo de bem estar a largas camadas de população de uma forma nunca antes vista.
De 1945 a 1973 houve grandes acréscimos da produção mundial para isso contribuindo em grande parte
sectores essenciais como os da energia e da produção automóvel. Nesse período não se assistiram a
períodos de crise económica e certos países como o Japão, Alemanha e França tiveram elevadíssimas
taxas de crescimento, devidas a fatores como:
• aceleração do progresso tecnológico;
• recurso ao petróleo como matéria prima energética por excelência;
• aumento da concentração industrial e do número e dimensão das empresas multinacionais;
• aumento da população ativa;
• modernização da agricultura;
• crescimento do sector terciário.
A sociedade de consumo
O desenvolvimento tecnológico e melhoramento do estilo de vida com o aumento dos salários traduziu-
se num aumento do consumo.
Surgiram novos equipamentos domésticos, mais diversificados e de substituição rápida, alimentados pela
grande publicidade e exigências da moda.
As famílias passaram a gastar o seu dinheiro cada vez mais em objetos não essenciais em vez de o poupar
e as novas gerações trouxeram novos hábitos de consumo.
O fácil acesso ao crédito permitia o aumento do rendimento disponível o que se traduzia num aumento
do poder de compra.
O mundo comunista
O expansionismo soviético
Após a 2ª Guerra, a URSS foi responsável pela implantação de regimes comunistas, inspirados no modelo
soviético, por todo o mundo, ou seja, estendeu a sua influência à Europa, Ásia e África.
Os países europeus que aderiram ao modelo soviético foram a Bulgária, Albânia, Roménia e Polónia. Estes
novos países socialistas receberam a designação de democracias populares (designação atribuída aos
regimes em que o Partido Comunista, afirmando representar os interesses dos trabalhadores, se impõem
como Partido Único, controlando as instituições do Estado).
Como resposta à OTAN, a URSS cria o Pacto de Varsóvia, com objetivos idênticos: a assistência mútua
entre os países membros.
Os países asiáticos que sofreram influência soviética foram a Mongólia, China e Coreia. O ponto fulcrada
expansão comunista na América Latina foi Cuba, onde um punhado de revolucionários sob o comando de
Fidel Castro e do Che Guevara derrubaram o governo apoiado pelos EUA.
Da CECA á CEE(x)
Um terceiro mundo
Entre 1946 e 1976, 70 novos países nascem, todos eles partilhando o mesmo passado colonial e o mesmo
atraso económico. No seu conjunto formavam o 3º Mundo, expressão com reminiscências na de 3º
Estado. Á semelhança daquela mole humana da Revolução Francesa, também o 3º Mundo incluía as
regiões mais populosas e pobres do mundo.
Nascido do movimento de descolonização, o º Mundo, não obstante a independencia política, manteve a
dependência economica relativamente aos países ricos, que continuaram a explorar as riquezas e as
matérias-primas do mundo subdesenvolvido através das suas companhias.
Esta exploração dos recursos dos países mais débeis em benefício dos mais ricos, perpetuou o atraso
daqueles e acabou por configurar uma situação de neocolonialismo desde logo denunciada pelos paises
recém-libertados.
A política de não alinhamento
Querendo se afirmar internacionalmente, os países agora denominados de Terceiro Mundo (países que
se queriam ver neutrais face ao domínio dos EUA e da URSS) realizaram a conferência de Bandung na
Indonésia em 1955.
Os principais atores, o Egipto (com Nasser), a Índia (com Nehru) e a Indonésia (com Sukarno) que
pressionaram a constituição de um movimento alternativo levantaram a ideia do anticolonialismo e do
anti neocolonialismo (pretendiam a perda da influência dos países que intervinham nas antigas colónias,
que faziam com que estas se tornassem dependentes economicamente desses países.
Eram já devastadas pela guerra e do baixo nível de preparação), promovendo os direitos humanos nos
países novos. Já a Conferência de Belgrado em 1961, instituiu oficialmente a instituição política do
Movimento dos Não Alinhados.
Os fatores da crise
1973- Os países árabes da OPEP, que até então tinham mantido baixo o preço do crude, fazem dele uma
arma política contra o Ocidente, como retaliação á política de auxílio americano a Israel aquando da
guerra do Yon Kippur.
A OPEP decide quadruplicar o preço do barril de petróleo e reduzir em 25% a sua produção. Esta retração
de rendimentos assumiu a forma de boicote.
1979- a crise política no Irão e o posterior envolvimento deste pais num conflito com o Iraque conduziu a
uma nova subida do preço do crude.
Estes 2 choques petrolíferos, que em poucos anos multiplicaram por 12 o preço do ouro negro, tiveram
como consequência um acentuado aumento dos custos de produção dos bens industriais e uma inevitável
escala da inflação.
Do aumento do custo das importações de crude, resultou um desequilíbrio imediato das balanças de
pagamentos dos países ocidentais.
A crise relativa
A crise dos anos 70 teve efeitos duradouros e marcou uma viragem em todo o mundo:
• O desemprego tornou-se um problema crónico dos países de todo o mundo dado o elevado
preço do petróleo que desde então condiciona toda a produção industrial e todo o comércio
mundial obrigando em períodos de maiores dificuldades ao despedimento ou encerramento das
empresas;
• O sector secundário sofreu grandes transformações decorrentes da sua reconversão e
modernização e do aparecimento de novas tecnologias que aceleram a produção e as trocas e
permitem reduzir o número de funcionários das empresas com a utilização de robots e
programas informáticos;
• o Sector terciário e o comércio desenvolveram-se embora a um ritmo menos rápido do que antes
de 1970 (cerca de 5%);
• A dimensão dos aparelhos de Estado conheceu grande desenvolvimento que foi resultante da
multiplicação de serviços estatais e da generalização do Welfare State, assente no pressuposto
da igualdade de direitos também no acesso a bens e serviços essenciais como a educação, a
saúde e a justiça.
Portugal: do autoritarismo á democracia
Imobilismo político e crescimento económico do pós-guerra a 1974
Imobilismo político e crescimento económico do pós-guerra a 1974
Politicamente, após a Segunda Guerra Mundial, Portugal manteve a mesma feição autoritária ,ignorando
a onda democrática que inundava a Europa. No que se refere à economia, viveu-se um período
conturbado na medida em que o atraso do país era evidente, não acompanhando o crescimento
económico do resto da Europa, marcado pela estagnação do mundo rural e pela emigração. Por outro
lado, também ocorreu um considerável surto industrial e urbano, e as colónias tornaram-se alvo das
preocupações. A economia manteve estruturas que impossibilitaram o crescimento económico.
A emigração
Enquanto que nas décadas de 30 e 40 a emigração foi bastante reduzida, a década de 60 tornou-se no
período de emigração mais intenso da nossa história, pelos seguintes motivos:- a política industrial
provocou o esquecimento do mundo rural, logo, sair da aldeia era uma forma de fugir à miséria;
• Os países europeus que necessitavam de mão-de-obra, pagavam com salários superiores;
• A partir de 61, a emigração foi, para muitos jovens, a única maneira de não participar na guerra
entre Portugal e as colónias africanas. Por essa razão, a maior parte da emigração fez-se
clandestinamente. O Estado procurou salvaguardar os interesses dos nossos emigrantes,
celebrando acordos com os principais países de acolhimento. O País passou, por esta via, a
receber um montante muito considerável de divisas: as remessas dos emigrantes. Tal facto, que
muito contribuiu para o equilíbrio da nossa balança de pagamentos e para o aumento do
consumo interno, induziu o Governo a despenalizar a emigração clandestina e a suprimir alguns
entraves.
O surto industrial
A política autárcica do Estado Novo nunca logrou atingir os seus objetivos. Antes e durante a 2ª Guerra
Mundial, o país continuou dependente dos fornecimentos estrangeiros (matérias-primas, energia,
adubos, alimentos). Mas foi so quando os abastecimentos começaram a falhar que o país passou por
situações dramáticas de penúria e carestia.
Foram estas dificuldades que vieram reforçar a ideia de que era no crescimento industrial na via
industrializadora, que deveria assentar todo o desenvolvimento económico nacional. Ideia que foi
ganhando consistência á medida que o setor agricola se revelou incapaz de responder ás necessidades do
pais.
Assim, em 1945, a Lei de Fomento e Reorganização Industrial estabelece as linhas a seguir o objetivo a
alcançar: a substituição das importações.
Portugal continuava a seguir um modelo económico autárcico, que o colocava á margem da economia
mundial.
Em 1948, o Governo assinou o pacto fundador da Organização para a Cooperação Economica Europeia, 1ª fase:
integrando-se dessa forma nas estruturas de cooperação prevista no Plano Marshall. Embora pouco nacionalismo
benefício tenha tirado da ajuda americana, a participação na OECE veio chamar a atenção do regime para e autarcia
a necessidade de planeamento económico, conduzindo á elaboração dos primeiros planos de fomento.
O I Plano (53-58) reiterava a nossa vocação de aís agricola, embora reconhecesse a importância da
indústria para a melhoria do nivel de vida. Previa um conjunto de investimentos públicos em vários
setores, com prioridade para as infraestruturas (eletricidade, transportes, comunicações).
Em 59, com o II Plano de Fomento (59-64), elege-se a indústria transformadora de base como setor a
privilegiar (siderurgia, refinação de petróleo, química, celulose), A política industrializadora é assumida
sem ambiguidades, coincidindo com o arranque da política de fomento nas colonias.
Nesta decada, contudo, a política economica salazarista vai continuar nacionalista e autárcica,
submetendo a indústria a rigorosas regras de condicionamento industrial herdadas dos anos 30.
Os anos 60 trazem mudanças significativas á economia portuguesa. No decurso do II Plano, Portugal 2ª fase: inversão
integra-se na economia europeia e mundial ao ser cofundador da EFTA, em 1960. Também em 1960 o da polítipo
país adere ao BIRD e ao FMI e em 62 assina o protocolo do GATT. autarcica
A adesão a estas organizações marca a inversão do política autarcica do Estado Novo e o fim do ciclo
conservador e ruralista. O plano intercalar de 65-67 já salienta a importancia da concorrência externa
bem como a necessidade de rever o condicionamento industrial, considerado desajustado ás novas
realidades.
Em 1968, a nomeação de Marcelo Caetano para presidente do Conselho e o III Plano de Fomento (68-73) 3ª fase:
marcam uma orientação completamente nova. economia de
Num quadro de internacionalização da economia portuguesa, a tónica é agora colocada na livre mercado
concorrência e nas leis do mercado, na indústria como setor preponderante da economia nacional, no
crescimento do terciário, na concentração empresarial, na política de exportações e na abertura do pais
á captação de investimento estrangeiro. Apela-se ao dinamismo dos empresários nacionais, definindo-se
uma política incentivadora da formação de grandes grupos económicos.
A urbanização
O surto industrial traduziu-se no crescimento do sector terciário e na progressiva urbanização do país. Dá-
se o crescimento das cidades e a concentração populacional. Em Lisboa e Porto, as maiores cidades
portuguesas, propagam-se subúrbios. No entanto, esta expansão urbana não foi acompanhada da
construção das infraestruturas necessárias, aumentando as construções clandestinas, proliferam os
bairros de lata, degradam-se as condições de vida (incremento da criminalidade, da prostituição…).
Mesmo assim, o crescimento urbano teve também efeitos positivos, contribuindo para a expansão do
sector dos serviços e para um maior acesso ao ensino e aos meios de comunicação.
A questão colonial
Tornou-se difícil para o Governo Português manter a sua política colonial. Depois da segunda guerra
mundial, e com a aprovação da Carta das Nações Unidas, o Estado Novo viu-se obrigado a rever a sua
política colonial e a procurar soluções para o futuro do nosso império.
Soluções preconizadas
Em termos ideológicos, a “mística do império” é substituída pela ideia da “singularidade da colonização
portuguesa”. Os portugueses tinham mostrado uma grande capacidade de adaptação à vida nas colónias
onde não havia racismo e as raças se misturavam e as culturas se espalhavam. Esta teoria era conhecida
como luso-tropicalismo.
No campo jurídico, a partir de 1951, desaparece o conceito de colónia, que é substituído pelo de província
ultramarina e desaparece o conceito de Império Português, substituído por Ultramar Português. A
presença portuguesa em África não sofreu praticamente contestação até ao início da guerra colonial.
Exceção feita ao Partido Comunista Português que no seu congresso de 1957 (ilegal),reconheceu o direito
à independência dos povos colonizados.
Entretanto, em 1961, no seguimento da eclosão das primeiras revoltas em Angola, começam a notar-se
algumas divergências nas posições a tomar sobre a questão do Ultramar. Confrontam-se, então, 2 teses
divergentes: a integracionista e a federalista. A 1ª defendia a política até aí seguida, lutando por um
Ultramar plenamente integrado no Estado português; a 2ª considerava não ser possível, face à
pressão internacional e aos custos de uma guerra em África, persistir na mesma via. Defendia a
progressiva autonomia das colónias e a constituição de uma federação de Estados que garantisse os
interesses portugueses. Os defensores da tese federalista chegaram a propor ao Presidente a destituição
de Salazar. Destituídos acabaram por ser eles, saindo reforçada a tese de Salazar, que ordenou que o
Exército Português avançasse para a Angola, dando início a uma guerra que se prolongou até à queda do
regime, em 1974.
A luta armada
O negar da possibilidade de autonomia das colónias africanas, fez extremar as posições dos movimentos
de libertação que, nos anos 50 e 60, se foram formando na África portuguesa. Em Angola, em
1955,surge a UPA (União das Populações de Angola) que, 7 anos mais tarde, se transforma na FNLA
(Frente de Libertação de Angola); o MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola) forma-se em
1956; e a UNITA (União para a Independência Total de Angola) surge em 1966. A guerra inicia-se em
Angola a 1961. Em Moçambique, a luta é dirigida pela FRELIMO (Frente de Libertação de
Moçambique) fundada em 1962. A guerra estende-se a Moçambique em 1964.
Na Guiné, distingue-se o PAIGC (Partido para a Independência da Guiné e Cabo Verde) em 1956
e a guerra alastrou-se à Guiné em 1963.
Portugal viu-se envolvido em duras frentes de batalha que, à custa de elevadíssimos custos materiais e
humanos, chegou a surpreender a comunidade internacional.
O isolamento internacional
A carta das nações unidas estabeleceu que todas as nações tinham o direito á sua auto determinação.
Contudo, Portugal recusou-se a aceitar esta ideia dizendo que as províncias ultramarinas faziam parte de
Portugal. Tal postura conduziu, inevitavelmente, ao desprestígio do nosso país, que foi excluído de vários
organismos das Nações Unidas e alvo de sanções económicas por parte de diversas nações africanas. A
recusa de todas as ofertas e planos (como a ajuda americana por exemplo), remeteu Portugal para um
isolamento, evidenciado na expressão de Salazar, “orgulhosamente sós”.
A Primavera Marcelista
Reformismo político não sustentado
Em 1968, Salazar foi substituído Marcello Caetano, no cargo de presidente do Conselho de Ministros, que
fez reformas mais liberais para a democratização do regime. Nos primeiros meses o novo governo até deu
sinais de abertura, período este conhecido por“Primavera Marcelista” (alargou o sufrágio feminino por
ex.). Contudo, o oscilar entre indícios de renovação e seguir as linhas do salazarismo, resultou no fracasso
da tentativa reformista. A PIDE mudou o seu nome para DGS e diminuiu, ao início, a virulência das suas
perseguições. No entanto, face ao movimento estudantil e operário, prendeu, sem hesitações, os
opositores ao regime; A Censura passou a chamar-se Exame Prévio; se este, inicialmente, tolerou algumas
críticas ao regime, cedo se verificou que atuava nos mesmos moldes da Censura;
A oposição não tinha liberdade de concorrer às eleições e a política Marcelista era criticada como sendo
incapaz de evoluir para um sistema mais democrático. Tudo isto levou á revolução de 25 de Abril de1974.
Operação “Fim-Regime”
A operação militar teve início com a transmissão, pela rádio, das canções-senha, que permitia às unidades
militares saírem dos quartéis para cumprirem as missões que lhes estavam destinadas. A resistência
terminou cerca das 18h, quando Marcello Caetano se rendeu pacificamente ao general Spínola.
Entretanto, já o golpe militar era aclamado nas ruas pela população portuguesa, cansada da guerra e da
ditadura, transformando os acontecimentos de Lisboa numa explosão social por todo o país, uma
autêntica revolução nacional que, pelo seu carácter pacífico, ficou conhecido como a“Revolução dos
Cravos”. A PIDE foi a última a render-se na manhã seguinte.
A caminho da democracia
O desmantelamento das estruturas do Estado Novo
O ato revolucionário permitiu que se desse início ao processo de desmantelamento do Estado Novo. No
próprio dia da revolução, Portugal viu-se sob a autoridade de uma Junta de Salvação Nacional , que tomou
de imediato medidas:
O presidente da República e o presidente do Conselho foram destituídos, bem como todos os
governadores civis e outros quadros administrativos; A PIDE-DGS, a Legião Portuguesa e as
Organizações da Juventude foram extintas, bem como a Censura (Exame Prévio) e a Ação
Nacional Popular; Os presos políticos foram perdoados e libertados e as personalidades no exílio
puderam regressar a Portugal; Iniciou-se o processo da independência das colónias e organização
de eleições para formara assembleia constituinte que iria aprovar a nova constituição da
República. A Junta de Salvação Nacional nomeou para Presidente da República o António de
Spínola, que escolheu Adelino para chefiar o governo provisório.
O fim da URSS
Nesta altura, a dinâmica política desencadeada pela perestroika tornara-se já incontrolável, conduzindo,
também, ao fim da própria URSS. Gorbatchev nunca pretendia o fim do comunismo ou do socialismo,
tenta parar o processo pela força, fazendo com que o apoio da população se concentre em Boris Ieltsin,
que é eleito presidente da República da Rússia, em junho de 91 (que toma a medida extrema de proibiras
atividades do partido comunista).
No Outono de ’91, a maioria das repúblicas da União declara a sua independência. Em 21 de Dezembro,
nasce oficialmente a CEI– Comunidade de Estados Independentes, à qual aderem 12 das 15 repúblicas
que integravam a União Soviética.
Estava consumado, assim, o fim do bloco soviético e da URSS.
O dinamismo cientifico-tecnológico
São os que mais investem na investigação científica, desenvolveram os tecnopolos (parques tecnológicos,
empresas ligadas à tecnologia). O sector terciário ocupa um enorme peso na economia americana (cerca
de 75 %).
A hegemonia político-militar
No início dos anos 90, o fim da guerra-fria trouxe ao mundo a esperança de uma época nova. Dessa
esperança se fez eco o presidente dos EUA, George Bush (pai), ao defender a criação de uma “nova ordem
mundial”.
É invocando esta ordem nova, que se pretende criar, que as Nações Unidas aprovam uma operação militar
multinacional com o fim de repor a soberania do Kuwait, invadido, pelo vizinho Iraque. A libertação do
Kuwait (conhecida como guerra do Golfo) iniciou-se em janeiro de 1991 e exibiu, perante o mundo a
superioridade militar dos Estados Unidos. Este primeiro conflito pós guerra-fria inaugurou oficialmente a
época da hegemonia mundial americana.
O poderio americano afirmou-se inequivocamente, apoiado pelo gigantismo económico e pelo
investimento maciço no complexo industrial militar. É a única superpotência da última década, em virtude
do papel preponderante e ativo que tem desempenhado na geopolítica do globo.
Assim, os EUA multiplicaram a imposição de sanções económicas, reforçaram o papel da NATO e
assumiram um papel militar ativo que serviu de suporte à polémica invasão do Iraque, que, em 2003,
derrubou o regime de Sadam Hussein.
A União Europeia
Desde a sua criação, em 1957, que a União Europeia (naquela altura, CEE) tem vindo a consolidar-se quer
pela integração de novos estados-membros, quer pelo aprofundamento do seu projeto económico e
político. Assim, integraram-na:
− Nos anos 70– Inglaterra, Irlanda e Dinamarca (1973)–Europa dos 9;
− Nos anos 80–Grécia (1981), Portugal e Espanha (1986)–Europa dos 12;
− Nos anos 90– Áustria, Suécia, Finlândia (1995)–Europa dos 15.
Recentemente entraram os Países Bálticos: Chipre, República Checa, Eslovénia, Eslováquia, Hungria,
Polónia, Letónia, Lituânia, Malta (Europa dos 25).
O alargamento geográfico
Em 1981, a Grécia torna-se membro efetivo da comunidade; a adesão dos dois países ibéricos formaliza-
se em 1985, com efeitos a partir do ano seguinte. A entrada destes três novos membros colocou à CEE o
seu primeiro grande desafio, já que se trava de um grupo de países bastante atrasados relativamente aos
restantes membros. Em 1992, o Conselho Europeu de Lisboa recebeu, com agrado, as candidaturas da
Áustria, Finlândia, Suécia e Noruega, países cuja solidez económica contribuiria para o reforço da
comunidade. A Europa passa a funcionar a 15. Entretanto, os desejos de adesão dos países de Leste eram
olhados com apreensão, limitando-se a comunidade, no início, a implementar planos de ajuda às
economias em transição.
Em 1 de Maio de 2004, a Europa enfrentou o desafio imenso, impensável, de unir o Leste e o Oeste, o
Norte e o Sul. Em 2007 entram a Roménia e Bulgária.
Da concorrência á cooperação
Quando a crise afetou a economia mundial na década de 70, o Japão e os “quatro dragões” iniciaram um
processo de cooperação económica com os membros da ASEAN (Associação das Nações do Sudoeste
Asiático), que agrupava a Tailândia, Indonésia, Filipinas e Malásia. O desenvolvimento destes países
resultou das necessidades de matérias-primas, recursos energéticos e bens alimentares, de que eram
importantes produtores, por parte do Japão e dos “quatro dragões” que, em troca, exportavam bens
manufaturados e tecnologia. Este intercâmbio deu origem a uma nova etapa de crescimento, mais
integrado, do polo económico da Ásia Pacífico.
O crescimento teve, no entanto, custos ecológicos e sociais muito altos: a Ásia tornou-se a região mais
poluída do Mundo e a sua mão-de-obra permaneceu, maioritariamente, pobre e explorada.
A questão de Timor
Timor foi dos poucos casos na Ásia onde se instaurou uma democracia através de um processo de
autodeterminação.
Em 1974, a “Revolução dos Cravos” agitou também Timor Leste, que se preparou para encarar o futuro
sem Portugal. Na ilha, onde não tinham ainda surgido movimentos de libertação, nasceram três partidos
políticos: A UDT (União Democrática Timorense), que defendia a união com Portugal num quadro
de autonomia; A APODETI (Associação Popular Democrática Timorense), favorável à integração do
território da Indonésia; E a FRETILIN (Frente Revolucionária de Timor Leste Independente), comum
programa independentista, ligado aos ideais de esquerda). Esta última, em 1975, declara,
unilateralmente, a independência do território, mas em novembro, o governo indonésio ordena a sua
invasão por tropas suas.
Timor resiste, e a sua resistência continuou ativa nos anos 80, encabeçada por Xanana Gusmão (líder da
FRETLIN). Em 1991, a consciência da comunidade internacional foi despertada, através do visionamento
de imagens de um massacre a civis timorenses. No fim da década, a Indonésia aceita finalmente que o
povo timorense decida o seu destino através de um referendo, que fica marcado para agosto de 1999. O
referendo, supervisionado por uma missão das Nações Unidas, a UNAMET, deu uma inequívoca vitória à
independência, mas desencadeou uma escalada de terror por parte das milícias pró-indonésias. Uma
onda de indignação e de solidariedade percorreu então o Mundo e conduziu ao envio de uma força de
paz multinacional, patrocinada pelas Nações Unidas. A 20 de Maio de 2002 nasce oficialmente a
República Democrática de Timor Leste.
Dificuldades:
• baixo custo de mão de obra provoca grandes desigualdades e dificulta a formação de um
mercado interno.
• grandes desigualdades entre o interior rural e o litoral desenvolvido
• incentivos à indústria de bens de consumo corrente.
• abertura ao comércio externo e abandono das políticas de autarcia.
• abertura política e cultural tem sido muito lenta e frequentemente desrespeitadora dos direitos
humanos causando querelas diplomáticas frequentes.
A América Latina
Descolagem contida e endividamento externo
O século vinte e o atual assistiram a uma sucessão infindável de problemas políticos e de crises
conjunturais na América Central e do Sul. Tais crises têm sido marcadas por aspetos socioeconómicos
quase sempre invariáveis:
• sucessão frequente de ditaduras militares em alguns dos maiores países da América Latina.
• repressão policial feroz.
• elevado endividamento externo.
• grande dependência dos capitais e mercados externos.
A questão israelo-palestiniana
A questão palestiniana embora com antecedentes tornou-se mais ativa após a independência do estado
de Israel que na opinião dos árabes da Palestina não teve em conta os interesses dos povos árabes.
Em 1967, Israel ocupou os territórios árabes através de uma guerra agressiva que durou apenas 6 dias,
com o apoio dos E.U.A. e de países ocidentais. A guerra motivou longas querelas políticas e o
fortalecimento da oposição e da resistência antissionista levando os árabes a reforçar o papel da Al-Fatah
como movimento de oposição armada ao estado judaico.
Várias guerras israelo-palestinianas levaram a crises económicas de graves repercussões em todo o
mundo nos anos setenta e oitenta o que tornou indispensável a negociação de acordos que permitissem
ultrapassar os diferendos entre Israel e o povo palestiniano
Nos finais dos anos oitenta a 1ª Intifada levou a acordos urgentes que evitassem mais violência contra os
palestinianos e permitiram a criação do embrião de estado palestiniano na zona de Gaza e na margem
ocidental do rio Jordão, acordos de Oslo de 1993 e 1995.
A Autoridade Palestiniana passou desde então a controlar os territórios habitados maioritariamente por
árabes embora com alguma intervenção dos judeus e alguns períodos de violência.
Em 2000 a 2ª Intifada levou Ariel Sharon a construir um muro de separação entre Israel e os territórios
palestinianos a fim de evitar os ataques de bombistas suicidas.
A partir de 2005 o movimento palestiniano tem sofrido cisões após a morte de Arafat crescendo a
desunião entre partidários do Hamas - fundamentalista islâmico e a Fatah.
A critica á globalização
O crescimento económico proporcionado pelo neoliberalismo e pela globalização podem ser apontadas
críticas e dirigidos louvores.
Os defensores argumentam que a globalização:
• permitiu resolver a gravíssima crise inflacionista dos anos 70;
• possibilitou a uma enorme franja da população mundial, condenada á pobreza, obter emprego
e aceder a uma profusão de bens e serviços antes inacessíveis.
Os críticos condenam:
• o fosso crescente entre paises ricos e paises pobres, frisando que mesmo nas sociedades
desenvolvidas acentuam-se as desigualdades, a pobreza e a exclusão;
• criticam a ineficácia do combate ao desemprego;
• chamam a atenção para o facto de a globalização ser somente uma sobreposição dos interesses
dos capitalistas aos interesses das populações;
• apontam ainda o facto de a globalização ter trazidos a desregulação das economias nacionais, e
de a uniformização não ter em conta as especificidades regionais, contribuindo para a crise do
Estado-Nação.
Portugal e os PALOP
Ao longo dos anos 80 verificou-se um processo de aproximação progressiva aos países de língua oficial
portuguesa. A partir de 1982, as relações com Angola tornaram-se mais favoráveis com o
desenvolvimento de políticas de cooperação económica.
Angola tornou-se o mais importante parceiro de Portugal nos PALOP, absorvendo mais de 60% das
exportações para aqueles países.
Com os restantes países, sofrendo de muitas dificuldades e crises políticas frequentes, as relações têm
sido marcadas por alguns avanços embora condicionados pelo fraco ritmo de crescimento.
Têm-se desenvolvido acordos de cooperação multilaterais sob a orientação de diversas entidades e
particularmente IPAD (Instituto Português do Apoio ao Desenvolvimento).
Portugal e o Brasil
As relações com o Brasil têm-se aprofundado, devido em grande parte à posição privilegiada de Portugal
na Europa.
Desde os anos 90 as relações bilaterais tiveram grande incremento, surgindo da parte do Brasil
importações relevantes no sector dos recursos e produtos primários, e encontrando-se no Brasil boas
oportunidades de investimento nos campos da metalomecânica, têxtil, energias alternativas, construção
civil, turismo, telecomunicações.
Ao mesmo tempo a imigração de muitos brasileiros tem permitido estreitar as relações e a cooperação.
A área ibero-americana
Além de Espanha, país com o qual as trocas comerciais e intercâmbios culturais e políticos têm sido
frequentes, também outros países de língua espanhola na América têm merecido a atenção de
empresários e políticos enquadrados pela Comunidade Ibero-Americana (CIA).
Alguns países como Venezuela, Argentina e Chile têm merecido a atenção de empresários e políticos pelas
oportunidades de cooperação que se abrem.