Fichamento 3 - Contribuições Do Pensamento Decolonial
Fichamento 3 - Contribuições Do Pensamento Decolonial
Fichamento 3 - Contribuições Do Pensamento Decolonial
CURSO DE PSICOLOGIA
Texto:
Oliveira, Érika Soares O Pensamento de Fronteira de Carolina Maria de Jesus.
Psicologia: Ciência e Profissão [online]. 2020, v. 40 [Acessado 11 Setembro 2021] ,
e212106. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/1982-3703003212106>. Epub
27 Nov 2020. ISSN 1982-3703. https://doi.org/10.1590/1982-3703003212106..
Síntese
Esta tese tem o objetivo de explorar como o conhecimento e explicações
eurocêntricas tendem a orientar nossas produções acadêmicas, pois ao derivar da ideia
de colonialidade epistemológica e intitular aqueles que teriam o direito de produzir
teorias, acarretam uma produção de não existências. Fundamentado no pensamento de
fronteira da compreensão decolonial da escritora Maria de Jesus o texto visa abordar e
refletir a realidade referente a ferida aberta pela diferença colonial.
Principais ideias e argumentos
O texto o qual se origina das discussões e referência a vida e a
obra da escritora Maria de Jesus, sob a ótica do estudo de seu território existencial, com
a pretensão de propiciar estruturas para pensar o conhecimento elaborado pela
psicologia social.
A escritora Carolina, na década de 1960, publicou um diário, o qual
continha uma narrativa que não atendia a padronização linguística, visto que ela
frequentou apenas dois anos de escola. Nesse diário retratava a o cotidiano na favela e
as dificuldades de viver naquele lugar, esses diários eram escritos em cadernos que ela
achava em lixos e assim, ficou conhecida não somente por esses escritos, mas por outras
obras como poesias, romances, peças de teatro, provérbios e letra de música.
Carolina conhecida por sua criatividade em algumas vezes foi
desencorajada a produzir seus escritos literários o que a motivou a publicá-los por conta
própria, apesar de não ter tido sucesso. Em sua biografia consta que antes de conhecer o
jornalista Audálio Dantas e mostrar suas obras ela já era conhecida nas rádios e
redações de jornais. Na cidade de São Paula ela tinha acesso as redações de jornais e
rádios. Ela pode ser qualificada como alguém, que produzia sua escrita e ordenava o
mundo em palavras em uma vocação.
Conforme Oliveira (2020), apresenta o como relevância a
problematização do modo como o conhecimento é produzido enquanto prática social e
cultural abarcado de significados e submersa em campo provocado por disputas, relação
entre ciência, psicologia e política e a forma como nossas escolhas, criação de nossos
planos de curso, bibliografia, temas explorados em salas de aula, pesquisas e forma de
intervenção. Os quais determinam e constituem “regimes de representação” e assim
incumbidos por formar os estudantes se identificarem com determinadas narrativas e
refletir a realidade social em realidades distintas.
A autora explora a citação de Pelúcio, o qual que os ambientes
frequentemente homogeneidade, fica difícil perceber como diferente ou pensar sobre a
diferença. Diante disso apresenta-se a questão do quanto a raça nos organiza subjetiva e
socialmente. Em um lugar como o Brasil, não se questiona quem é branco ou o que é ser
branco, o que colabora para a forca homogeneizadora da identidade normal, a qual é
simétrico a invisibilidade (OLIVEIRA,2020).
De acordo com Oliveira (2020), o tema referente às discussões teóricas,
como debates pós-coloniais e decoloniais, o quais interpelam a forma da tradição
cientifica moderna, que conceitua o único modelo de explicação ao mundo, priva
experiencia que não trabalham conforme sua logica eurocêntrica. Esta logica a qual é
responsável pela construção de uma inexistência de diferentes sujeitos sociais.
...“O texto que escrevo tem a ver, assim, com o exercício de “desempalidecer”
epistemes, compreendendo, desse modo, a centralidade dos discursos brancos na
conformação da realidade social, do universo acadêmico, e o quanto estes criam os
“outros”, tornando-os insuficientes, primitivos, simplórios, atrasados, como nos ensina
Frantz Fanon (2008). Nas palavras desse autor a respeito dos olhares/discursos
brancos: “Tendo ajustado o microscópio, eles realizam objetivamente cortes na minha
realidade” pg 3.
...“Não é possível que pensemos em uma justiça global sem, conjuntamente,
pensarmos em justiças cognitivas. Justiças cognitivas têm a ver com a possibilidade de
que determinados saberes costumeiramente alocados como irrelevantes sejam
compreendidos como formas de interpretação do mundo tão potentes quanto aquelas
ditadas pelo ‘rigoroso conhecimento científico’. Pg 4