Or 110 Política Monetária Do Banco de Moçambique
Or 110 Política Monetária Do Banco de Moçambique
Or 110 Política Monetária Do Banco de Moçambique
Nº 110
Abril DE 2021
João Mosca
www.omrmz.org
O documento de trabalho (Working Paper) OBSERVADOR RURAL (OMR) é uma publicação do
Observatório do Meio Rural. É uma publicação não periódica de distribuição institucional e
individual. Também pode aceder-se ao OBSERVADOR RURAL no site do OMR (www.omrmz.org).
Os conteúdos são da exclusiva responsabilidade dos autores, não vinculando, para qualquer efeito
o Observatório do Meio Rural nem os seus parceiros ou patrocinadores.
2
RESUMO
O texto pretende analisar alguns dos aspectos essenciais da gestão da política monetária
(creditícia e de taxas de juro, oferta monetária e reservas obrigatórias dos bancos comerciais junto
do banco central – base monetária -, cambial e reservas internacionais). O estudo cobre o período
2000-2021 com ênfase para a crise a partir de 2016. Tendo em conta o período analisado, tem
importância as funções da gestão monetária relacionadas com ciclos curtos da economia (com
coincidência em ciclos políticos) e a coordenação com a política fiscal, focalizando-se nos efeitos
sobre a economia real (crescimento económico, dívida pública, importações e exportações,
crédito, pobreza, entre outras).
Em síntese, o Banco de Moçambique tem tido uma política monetária conservadora (excessiva
para alguns analistas), cautelosa (reserva monetária e reservas internacionais elevadas), supondo
a defesa da solvabilidade e robustez do sistema financeiro nacional. A gestão da política
monetária visa, em primeiro lugar, assegurar os equilíbrios nominais da economia e tem sido, em
alguns períodos, penalizadora da economia real (crescimento económico, rendimento per capita
médio, exportações e importações, competitividade da economia) e não tem contribuído para a
transformação estrutural da economia e maior equidade social. O Banco Central e os bancos
comerciais têm financiado a galopante dívida pública interna em prejuízo das empresas e das
famílias.
Tem actualidade a recente forte depreciação e apreciação do metical que reflecte a gestão rígida
e conservadora do Banco Central, que tem por objectivo principal assegurar a inflação baixa,
independentemente dos efeitos na economia real. Além dos referidos no texto, a volatilidade
cambial recente provoca/acrescenta interrogações no empresariado, riscos da economia,
distorções no mercado de divisas e nos mercados de bens e serviços, incoerências com a política
orçamental/fiscal.
Finalmente, como explicar esta política monetária rígida e aparentemente contraditória na gestão
dos seus instrumentos, ou mesmo incompetente e nefasta para a economia? Três hipóteses ou
uma combinação das duas: a primeira, a obsessão dogmática, teórica e metodológica, do primado
da estabilidade para despois crescer com sacrifício dos cidadãos, utilizando instrumentos directos
de gestão (taxas de juro e de câmbios); e/ou, a segunda, uma super cautela pelos riscos da
economia (conflitos, COVID-19, imagem do país e consequências nas relações políticas,
económicas e comerciais externas). Finalmente, uma terceira hipótese não revelada (o “gato
escondido”): as reservas externas e internas são elevadas para conseguir cobrir prováveis custos
resultantes das dívidas ocultas (ou outras não conhecidas/ou ainda “ocultas”), custos da guerra
em Cabo Delgado e o adiamento de receitas dos recursos gás e de outros recursos naturais sine
dia. Ou será também incompetência do Banco de moçambique? Why not?
3
POLÍTICA MONETÁRIA DO BANCO DE MOÇAMBIQUE:
QUAL É O GATO ESCONDIDO?
1. INTRODUÇÃO
A gestão monetária dos bancos centrais é, em teoria, independente dos governos, funcionando
também como checks and balances relativamente à política fiscal. A independência nunca é
absoluta, existindo, porém, níveis/graus em realidades diferentes. Em Moçambique, o Governador
é nomeado pelo Presidente da República (com prévia negociação com o FMI) e assiste às reuniões
do Conselho de ministros.
O presente texto pretende analisar alguns dos aspectos essenciais da gestão da política monetária
(creditícia e de taxas de juro, oferta monetária e reservas obrigatórias dos bancos comerciais junto
do banco central – base monetária -, cambial e reservas internacionais) praticada pelo Banco de
Moçambique e algumas relações com a economia real e verificar se e como a política monetária
(isto é, o Banco de Moçambique) tem desempenhado algumas das funções acima referidas. Tendo
em conta o período analisado, tem importância as funções da gestão monetária relacionadas com
ciclos curtos da economia (com coincidência em ciclos políticos), obedecendo-se, em
coordenação com a política fiscal, ao princípio de ser expansiva nas fases de recessão e restritiva
nos períodos de recuperação/expansão económica.
Este trabalho não faz um enquadramento nem uma revisão teórica do tema. A utilização de
metodologias econométricas poderá ser objecto de um trabalho posterior, o que atribuirá maior
consistência às análises.
1
A Lei Orgânica do Banco de Moçambique define como objectivo primário da política monetária a preservação do valor
da moeda nacional, que se infere numa inflação baixa e estável. Na prossecução do seu objectivo, a Lei estabelece também
que o Banco de Moçambique deve contribuir para os esforços do Governo visando a promoção do crescimento
económico. Embora refiram as variáveis-objectivo principais, não há referência aos instrumentos e outras funções de um
Banco Central, conforme referido no parágrafo
Além da introdução, o texto tem mais quatro secções. Na segunda, definem-se os
conceitos/variáveis utlizadas. A secção três apresenta os gráficos e respectivos breves
comentários. Na secção quatro faz-se uma muito breve análise da política monetária depois da
crise da dívida e em particular com o aprofundamento dessa crise devido à COVID-19. A última
secção é um resumo.
2. CONCEITOS
2
• Taxa de juro MIMO: é a taxa média de juro medida pelo volume das operações
efectuadas no Mercado Monetário Interbancário para o prazo de vencimento de um dia
útil (prazo overnight), nomeadamente (1) as operações à taxa de juro de política; (2) as
operações entre bancos e (3) as operações de permutas de liquidez. O Indexante Único é
calculado mensalmente pelo BM. Esta taxa uniformiza a base de cálculo do indexante
único que, por sua vez, serve para o cálculo da prime rate do sistema financeiro e para a
fixação das taxas de juro variáveis a serem acordadas pelas instituições de crédito e
sociedades financeiras no âmbito da contratação de operações de crédito.
As taxas de juro e de câmbio apresentadas nos gráficos referem-se às médias anuais (excepto
quando mencionada outra opção).
O gráfico 1 revela um crescimento rápido da base monetária. Paralelamente, a taxa de juros tem
uma tendência decrescente ao longo do período, o que parece coerente, embora o ritmo de
aumento da base monetária seja muito superior (veja os ângulos das linhas de tendência). Isto
significa que os factores que influenciam a taxa de juros são principalmente outros que não a
quantidade de moeda (ceteris paribus-mantendo os outros factores constantes) disponível a curto
prazo na economia.
2
Pode-se confirmar esta afirmação no seguinte link: https://www.bancomoc.mz//fm_pgLink.aspx?id=222, Estatísticas do
Crédito, Por Finalidade - Janeiro de 2021
3
Gráfico 1 Instrumentos de gestão da política monetária (Base monetária, reservas bancárias e
taxa de juro)
Percentagem
24
1,000,000 21 20 19
20
500,000 20
50,9 vezes 2001
10
0
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
2017
2018
2019
2020
-500,000 0
Base monetária MZN Reservas bancárias
Taxa de juro Linear (Base monetária MZN)
Linear (Reservas bancárias) Linear (Taxa de juro)
Nota: Escala da esquerda para as reservas bancárias e base monetária e escala da direita para a
taxa de juros.
Fonte: Banco de Moçambique.
O gráfico 2, revela uma evolução quase paralela entre as importações e exportações, com um
menor crescimento das receitas das exportações. As importações crescem mais rapidamente,
agravando o défice e a capacidade de pagamento das importações pelas exportações.
As taxas de câmbio e as importações, ao longo dos 20 anos, possuem uma tendência no mesmo
sentido (subida, isto é, crescimento das duas varáveis), embora as importações cresçam a ritmos
mais elevados (veja inclinação das duas linhas de tendência). A curto prazo, na maioria dos
subperíodos entre 2001 e 2020, as duas varáveis oscilam em sentido contrário, isto é a uma subida
as taxas de câmbio correspondem a descidas das importações e vice-versa, o que confirma a
teoria. De salientar que as taxas médias anuais de câmbio não reflectem os picos das flutuações
cambiais, o que pode ter efeitos sobre as importações e os momentos das respectivas operações
de pagamento. Igualmente, as variações de curto prazo (mensais) da taxa de câmbio têm
influência sobre a inflação, bem como permitem medir os níveis de elasticidade da inflação, face
às variações da taxa de câmbio (veja gráficos 3 e 4).
As reservas internacionais evoluem no mesmo sentido (aumento), tendo como objectivo garantir
a capacidade de pagamento de Moçambique das transacções comerciais extraordinárias assim
como para acudir a compromissos e a gastos em divisas causados por situações anómalas (crises
económicas, conflitos, dívidas ocultas, quebras dos preços de produtos exportados e de entrada
de capitais por investimentos suspensos, e outras). No entanto, muitos economistas argumentam
ser uma reserva cautelar muito elevada, sendo das maiores do mundo. Esta opção pode significar
uma elevada cautela/receio sobre os riscos da economia moçambicana atrás referidos.
4
Sobre o volume das reservas obrigatórias em meticais e em moeda externa dos bancos comerciais
junto do Banco Central, Tibana (2021: 11) 3 afirma: “Se, por exemplo, alguém vai depositar 100
meticais no banco comercial, este terá que ir depositar 34,50 meticais no Banco Central (tratando-
se de depósito em moeda estrangeira) ou 11,50 (tratando-se de depósito em moeda nacional), o
que é extremamente duro para a economia. Este instrumento foi usado de uma maneira bruta a
partir de 2015, como forma de rapidamente se ganhar um certo controlo da situação monetária
do país na sequência da crise financeira e económica despoletada pelas dívidas ocultas”.
Actualmente, no caso de Moçambique, as reservas internacionais correspondem a cerca de 7
meses de importações, praticamente o dobro do que é geralmente praticado.
Numa outra perspectiva, as reservas obrigatórias externas podem encontrar justificação nas
condições impostas pela Lei Cambial que limita o crédito em moeda externa e no facto de os
bancos manterem os depósitos em moeda externa nos bancos correspondentes (sedes nos países
dos “bancos-mãe”) fora do país. Porém, poderiam existir outras formas de regulação.
Percentagem
Milhões de USD
61
6000
55.9 73.8 45.1 75.3 60
53.9
45.4
4000 30.8 40
2000 20
0 0
2013
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2014
2015
2016
2017
2018
2019
2020
Nota: Escala da esquerda para a taxa de câmbio de média anual e escala da direita para as
outras três variáveis.
Fonte: Banco de Moçambique.
3
Apresentação de Roberto J. Tibana no Webinar sobre política monetária e publicada no Observador Rural Nº 107, Março
de 2021, com o título: Por uma política monetária ajustada à economia real em contexto de crise. Humildade é sabedoria.
Observatório Rural. Maputo.
4
Numa economia de mercado a taxa de câmbio não constitui um instrumento, pois não é definida administrativamente,
mas resulta de um índice que reflecte a balança de pagamentos e outras variáveis. Porém, existem formas indirectas de
intervenção no mercado cambial (como, por exemplo, a injecção ou retirada de divisas do mercado) que influenciam, à
posterior, a taxa de câmbio.
5
2001-2020, uma relação directa e positiva (variações com o mesmo sinal) entre as taxas de câmbio
e a da inflação, e que esta última tem reacções fortes e rápidas às variações das taxas de câmbio.
No entanto destaca-se que após as dividas ocultas, existe um comportamento atípico, isto é, a
inflação nem sempre acompanhou a depreciação do metical.
Apresentam-se dois gráficos 3 e 4 (câmbio do USD e do Rand - ZAR), pois ambos têm importância
para a importação de bens diferentes: no primeiro caso, para combustíveis, equipamentos e
produtos alimentares básicos (arroz e trigo), e o rand, para a importação de outros bens
alimentares.
Gráfico 3 Evolução da taxa de câmbio (USD)e da inflação
30%
75.00
25%
65.00
20%
55.00
45.00 15%
35.00 10%
25.00 5%
15.00 0%
30%
5.40
25%
4.90
20%
4.40
3.90 15%
3.40 10%
2.90 5%
2.40 0%
6
No gráfico 5, verifica-se que as taxas de juro acompanham a inflação, mas com importantes
diferenças, alcançando, em alguns anos, entre 10% e 15%. Não é perceptível, graficamente, uma
relação inequívoca entre taxas de juro e crescimento económico, mas existe alguma relação
positiva entre taxas de juro e inflação5. Observa-se que os momentos de variações mais
significativas do crescimento foram influenciados por factores externos: grandes investimentos
(Mozal nos primeiros anos; carvão nos finais da primeira década; e a dívida ocultas depois de
2016).
12
9
40 9 10
7
Percentagem
36 21 6 8
29 28
7
20 15 6
24 20
14 1… 19 21
4 3 4
13 7
7
4
0 2 2
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
2017
2018
2019
2020
Taxa de juro Inflação
Taxa de crescimento do PIB Linear (Taxa de juro)
Linear (Inflação) Linear (Taxa de crescimento do PIB)
Fontes: INE para a inflação e taxa de crescimento do PIB; Banco de Moçambique para a taxa de
juro de mercado.
5
Segundo Fisher, uma taxa nominal mais alta que a de equilíbrio torna a taxa de juros real temporariamente maior, o que
desestimula a atividade econômica e, consequentemente, desacelera a inflação. Uma taxa nominal mais baixa que a de
equilíbrio torna a taxa de juros real temporariamente menor, gerando maior dinamismo na economia, que se reflete no
aumento de preços. Estes, são os conhecidos efeitos d Fisher. Pode-se constatar que no caso de estudo, este efeito não
está presente na maior parte do período.
7
Gráfico 6 Exportações, importações, taxa de cobertura e taxa de abertura
10,000 91 100
90
81 78
8,000 75 75 80
74
Percentagem
63 75
Milhões de USD
56 61
6,000 54 60
47 49
4,000 31 40
2,000 20
0 0
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
2017
2018
2019
2020
Exportações Importações
Taxa de cobertura Taxa de abertura
160,000 150,679 35
84 vezes 2001
29 28 30
110,000
Milhões de MZN
25
Percentagem
60,000 21 19 20
20 15
1,794
10,000 10
5
-40,000 0
2007
2020
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
2017
2018
2019
Nota: Escala da esquerda para Base monetária, reservas bancárias e escala da direita para taxa
de juros.
fonte: Banco de Moçambique.
6
O financiamento da dívida pública e das reservas obrigatórias, retiram moeda do mercado (para financiamento das
empresas e das famílias), aumentando a taxa de juros, apenas acessível a algumas actividade de elevada lucratividade e.
8
O gráfico 8 revela que existe um forte aumento do crédito em termos nominais à economia,
sobretudo a partir de 2009/2010 e que decresce depois de 2016, período em que a base
monetária aumentou, tal como as reservas obrigatórias em meticais e a dívida pública interna
financiada sobretudo pelo Banco de Moçambique e pela banca comercial. Em termos reais a
preços de 2001, o crédito total à economia aumentou cerca de 5,5 vezes. Em termos nominais, o
crédito total à economia cresceu 20,8 vezes, enquanto o crédito à agricultura aumentou em 4,2
vezes. Esta evolução, retirou recursos para o crédito à economia e famílias. Destaca-se no gráfico,
o rápido decrescimento do crédito à agricultura (base do desenvolvimento económico e social),
enquanto proporção do crédito total à economia.
3,500,000 20
3,000,000 18 20,8 vezes 2001
2,500,000 15
Percentagem
2,000,000 11
Meticais
9
10
1,096,030 5,5 vezes 2001
1,500,000
745,294
1,000,000 5
498,342
500,000 134,818
4 2001
4,2 vezes
3
0 0
2019
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
2017
2018
2020
Crédito à Agricultura Crédito total
Cédito total (2001=100) Crédito agrário/crédito total
9
Gráfico 9 Dívida pública
1,000,000 92 83 100
85
800,000 80 80
Milhões de USD
Percentagem
600,000 58 60
604,494 682,429
31 38 34
400,000 40 40
170,800
122,464 216,907 106,9…
200,000 101,055 82,017 87,924 20
29,799 69,233
1,684 7,592 11,524
0 0
2018
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
2017
2019
2020
Dívida pública Dívida pública externa
Dívida pública interna Dívida pública/PIB
Nota: Escala da esquerda para os três tipos de dívida pública (interna, externa e total) e escala da
direita para a percentagem da dívida pública total sobre o PIB.
Fonte: Banco de Moçambique para dívida pública externa em dólares e MEF para dívida pública
em meticais.
400
20000
Meticais
2017
2001
2002
2003
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
2018
2019
2020
PIB per capita USD a preços de 2001 PIB per capita USD
10
Nota: a linha negra representa o PIB per capita em MZN, a preços de 2001, o que não está
explicito no gráfico. A linha preta representa o PIB nominal.
Fonte: INE para o PIB em meticais e Banco de Moçambique para PIB em dólares.
No quadro acima, pode-se observar uma depreciação gradual nos primeiros dez anos e uma forte
depreciação na segunda década e, em particular, após 2016, em consequência da crise das dívidas
ocultas. É fácil concluir que a gestão da taxa de câmbio é fundamental para a economia, as
empresas e os cidadãos. Embora os contextos económicos e externos não tenham sido favoráveis,
parece evidente que os principais efeitos coincidem, no tempo, com as crises provocadas
principalmente em consequência de factores internos (dívidas ocultas e conflitos).
A pandemia aprofundou a crise da economia devido às dívidas ocultas que, por sua vez, foi um
agravamento da tradicional crise do país, podendo ter períodos de expansão de alguns
indicadores económicos.
O volume s crédito disponibilizado com a etiqueta de Covid.19 foram, essencialmente, por via de
um banco estatal (Banco Único) com recursos muito limitados para as necessidades mais
prementes. A entrega de dinheiro às famílias com graves dificuldades foi insignificante e
terminada em poucos dias.
Estas opções foram em sentido contrário às praticadas na maioria dos países que mais sofreram
com a pandemia que, em resumo foram as seguintes principais: (1) disponibilização de créditos e
7
“A linha de financiamento de 500 milhões de dólares criada com o objectivo de assegurar maiores disponibilidades de
divisas do mercado e responder às necessidades de importação (…) de produtores essenciais, para mitigação e combate
aos efeitos negativos do Covid-19, não está a surtir os efeitos desejados”, Presidente do Pelouro para a Política Fiscal da
CTA, em,
https://www.rfi.fr/pt/mo%C3%A7ambique/20200424-mo%C3%A7ambique-empresas-em-dificuldades-por-causa-da-
pandemia-de-covid-19.
11
condições de pagamentos de impostos e juros à banca; (2) apoio social às famílias afectadas pelo
desemprego e perdas de rendimento.
As medidas do Banco de Moçambique foram de pró ciclo em situação de crise, isto é, foram
favoráveis ao agravamento da crise e contrárias à recuperação económica. O Banco Central reagiu
tardiamente (tradicional rigidez das medidas), à depreciação do Metical e só a partir de
Fevereiro/Março de 2021 (1 ano depois do 1º caso de COVID-19) é que começou a injectar divisas
no mercado, fazendo baixar significativamente a taxa de câmbio.
8
Impactos da COVID-19 sobre os Agentes Económicos Informais na Cidade de Maputo. Flash 08, Covid-19, Junho 2020.
9
Mussagy e Mosca (2020). Micro-simulações dos impactos da COVID-19 na pobreza e desigualdade em Moçambique.
Observador rural Nº 96, OMR, Maputo. https://omrmz.org/omrweb/publicacoes/or-96/.
10
“O sector empresarial de Moçambique relatou uma perda de US$ 453 milhões na primeira metade do ano de 2020,
devido à pandemia da COVID-19, anunciou nesta quinta-feira a Confederação de Associações Empresariais de
Moçambique (CTA).
…. disse que se a pandemia evoluir, as perdas podem chegar a US$ 951 milhões até ao final do ano, o que será equivalente
a 7% do PIB do país.
… no volume de negócios, o relatório indica que o nível de atividades empresariais caiu 65% no primeiro semestre de
2020" …
… O sector de hotelaria e turismo está entre os mais atingidos pela pandemia, registando uma redução de 75% das
atividades …
… O relatório também revelou que as empresas foram forçadas a reduzir seus custos de produção, incluindo empregos
em 30 mil contratos suspensos até junho, e que se a pandemia continuar, o número de empregos perdidos até dezembro
pode ser de 63 mil, equivalente a 11% da população empregada do país.
….. uma perda de US$ 453 milhões …que se a pandemia evoluir, as perdas podem chegar a US$ 951 milhões até ao final
do ano, o que será equivalente a 7% do PIB do país.
…. no volume de negócios, o relatório indica que o nível de atividades empresariais caiu 65% no primeiro semestre de
2020".,
Em Setor empresarial de Moçambique perde US$ 453 milhões no primeiro semestre devido à COVID-19.
http://portuguese.xinhuanet.com/2020-08/14/c_139289881.htm, 4 de Agosto de 2020.
12
5. CONCLUSÃO
13
• A actual política monetária: (1) sustenta um Estado muito pesado (aproximadamente 30%
do PIB e uma elevada percentagem dos gastos com o pessoal – entre 10% e 12% do PIB,
uma das mais altas do mundo; (2) financia uma dívida pública, uma política
excessivamente expansiva entre 2010 e 2016 e faz cobertura (conscientemente ou não) à
corrupção; (3) permite altos lucros aos bancos comerciais, apesar das elevadas reservas
obrigatórias exigidas aos banco comerciais, mas que são beneficiados pelas diferenças
entre a inflação e as taxas de juro de depósito e de financiamento, pelo financiamento da
dívida pública, pelos spreads praticados e pelo negócio de divisas (diferenças de taxas de
câmbio de compra e venda de moeda externa).
• A política monetária tem-se revelado, em determinados períodos durante a série
estudada, de pró-cíclica, o que contraria algumas correntes do pensamento económico e
de política monetária. O objectivo principal, e possivelmente único, é o controlo da
inflação, utilizando-se para o efeito os instrumentos da taxa de juros e da taxa de câmbio.
• A gestão da política monetária tem-se revelado: (1) rígida (as medidas de ajustamento
são tardias em relação aos sinais da economia); (2) sem consideração pelas distorções e
imperfeições dos mercados financeiros (mercado informal, desenvolvimento e fraca
organização financeira das pequenas empresas que representam mais de 90% do tecido
produtivo, desadaptação entre as condições de elegibilidade para aceder às linhas de
crédito e bancarização da economia, etc.; (3) privilegia os equilíbrios macroeconómicos
nominais com penalização da economia real.
Em síntese, o Banco de Moçambique tem tido uma política monetária conservadora (excessiva
para alguns analistas), cautelosa (reserva monetária e reservas internacionais elevadas), supondo
a defesa da solvabilidade e robustez do sistema financeiro nacional. A gestão da política
monetária visa, em primeiro lugar, assegurar os equilíbrios nominais da economia e tem sido, em
alguns períodos, penalizadora da economia real (crescimento económico, rendimento per capita
médio, exportações e importações, competitividade da economia) e não tem contribuído para a
transformação estrutural da economia e maior equidade social. O Banco Central e os bancos
comerciais têm financiado a galopante dívida pública interna em prejuízo das empresas e das
famílias.
Finalmente, como explicar esta política monetária rígida e aparentemente contraditória na gestão
dos seus instrumentos, ou mesmo incompetente e nefasta para a economia? Duas hipóteses ou
uma combinação das duas: a primeira, a obsessão dogmática, teórica e metodológica, do primado
da estabilidade para despois crescer com sacrifício dos cidadãos, utilizando instrumentos directos
de gestão (taxas de juro e de câmbios); e/ou, a segunda, uma super cautela pelos riscos da
economia (conflitos, COVID-19, imagem do país e consequências nas relações políticas,
económicas e comerciais externas).
Termina-se com uma terceira hipótese não revelada (o “gato escondido”): as reservas externas e
internas são elevadas para conseguir cobrir prováveis custos resultantes das dívidas ocultas (ou
outras não conhecidas/ou ainda “ocultas”), custos da guerra em Cabo Delgado e o adiamento de
receitas dos recursos gás e de outros recursos naturais sine dia.
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Por gentileza e respeito, não se colocam as hipóteses da incompetência ou da falta de soberania
perante o Fundo Monetário Internacional.
Sugere-se que este trabalho seja aprofundado com outras secções de teoria e de métodos
quantitativos, para testar algumas hipóteses acerca das relações e da importância da economia
monetária sobre a economia real, como por exemplo, crescimento económico, exportações e
importações, investimento público e privado, consumo entre outras.
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LISTA DOS TÍTULOS PUBLICADOS PELO OMR DA SÉRIE OBSERVADOR RURAL
Nº Título Autor(es) Ano
Caracterização e organização social dos machababos a Partir de discursos de Mulheres
109 João Feijó Abril de 2021
raptadas
108 Moçambique e a Importação do Carapau: Um desafio sem Alterbativas (?!) Nelson Capaina Março de 2021
Fáusio Mussá, Roberto
Por Uma polĺtica Monetária Ajustada à Economia Real em Contexto de Crise:
107 Tibana, Inocência Mussipe Março de 2021
Humanidade e Sabedoria
Coordenador: João Mosca
João Mosca, Yasser Arafat
106 Comércio Externo e crescimento económico em Moçambique Março de 2021
Dadá e Yulla Marques
105 Macroeconomia das pescas em Moçambique Nelson Capaina Fevereiro de 2021
104 Influência de factores institucionais no desempenho do sector agrário em Moçambique João Carrilho e Rui Ribeiro Fevereiro de 2021
Yulla Marques e Jonas
103 Evolução de preços e bens alimentares em 2020 Fevereiro de 2021
Mbiza
João Mosca e Jerry
102 Contributo para o planeamento e Desenvilvimento de Cabo Delgafo Fevereiro de 2021
Maquenzi
João Feijó, António Souto e
101 Desenvolvimento socioeconómico de Cabo Delgado num contexto de conflito Fevereiro de 2021
Jerry Maquenzi
100 Caracterização do sector das pescas em Moçambique Nelson Capaina Janeiro de 2021
99 Dificuldades de Realização de Pesquisa em Moçambique João Feijó Setembro de 2020
98 Análise de conjuntura económica2º trimestre de 2020 João Mosca Setembro de 2020
97 Género e desenvolvimento: Factores para o empoderamento da mulher rural Aleia Rachide Agy Agosto de 2020
Micro-simulações dos impactos da COVID-19 na pobreza e desigualdade em Ibraimo Hassane Mussagy
96 Julho de 2020
Moçambique e João Mosca
95 Contributo para um debate necessário da política fiscal em Moçambique João Mosca e Rabia Aiuba Junho de 2020
94 Economia de Moçambique: Análise de conjuntura pré COVID-19 João Mosca e Rabia Aiuba Junho de 2020
Assimetrias no acesso ao Estado:
93 João Feijó Junho de 2020
Um terreno fértil de penetração do jihadismo islâmico
Implementação das medidas de prevenção do COVID-19: João Feijó e Ibraimo
92 Junho de 2020
Uma avaliação intercalar nas cidades de Maputo, Beira e Nampula Hassane Mussagy
Secundarização da agricultura e persistência da pobreza rural: Reprodução de cidadanias
91 João Feijó Maio de 2020
desiguais
Transição florestal: Estudo socioeconómico do desmatamento
90 Mélica Chandamela Abril de 2020
em Nhamatanda
Produção bovina em Moçambique: Desafios e perspectivas
89 Nelson Capaina Março de 2020
– O caso da província de Maputo
Avaliação dos impactos dos investimentos nas plantações florestais da Portucel-Moçambique na Almeida Sitoe e
88 Março de 2020
província da Zambézia Sá Nogueira Lisboa
Terra e crises climáticas: percepções de populações deslocadas pelo ciclone IDAI no distrito
87 Uacitissa Mandamule Fevereiro de 2020
de Nhamatanda
“senhor, passar para onde?”
86 Uacitissa Mandamule Fevereiro de 2020
Estrutura fundiária e mapeamento de conflitos de terra no distrito de Nhamatanda
85 Evolução dos preços dos bens essenciais de consumo em 2019 Rabia Aiuba e Jonas Mbiza Fevereiro de 2020
Refiloe Joala, Máriam
Abbas, Lázaro dos Santos,
Repensar a segurança alimentar e nutricional: Alterações no sistema agro-alimentar e
84 Natacha Bruna, Carlos Janeiro de 2020
o direito à alimentação em Moçambique
Serra,
e Natacha Ribeiro
83 Pobreza no meio rural: Situação de famílias monoparentais chefiadas por mulheres Aleia Rachide Agy Janeiro de 2020
Ascensão e queda do PROSAVANA: Da cooperação triangular à cooperação bilateral
82 contra-resistência / The rise and fall of PROSAVANA: From triangular cooperation to Sayaka Funada-Classen Dezembro de 2020
bilateral cooperation in counter-resistance
Investimento público na agricultura: O caso dos centros de prestação de serviços agrários; Yasser Arafat Dadá, Yara
81 Novembro de 2019
complexo de silos da bolsa de mercadorias de Moçambique e dos regadios Nova e Cerina Mussá
80 Agricultura: Assim, não é possível reduzir a pobreza em Moçambique João Mosca e Yara Nova Outubro de 2019
Corredores de desenvolvimento: Reestruturação produtiva ou continuidade histórica. O caso
79 Rabia Aiuba Setembro de 2019
do corredor da Beira, Moçambique
Condições socioeconómicas das mulheres associadas na província de Nampula:
78 Aleia Rachide Agy Agosto de 2019
Estudos de caso nos distritos de Malema, Ribaué e Monapo
Pobreza e desigualdades em zonas de penetração de grandes projectos: Estudo de caso em
77 Jerry Maquenzi Agosto de 2019
Namanhumbir - Cabo Delgado
Jerry Maquenzi e João
76 Pobreza, desigualdades e conflitos no norte de Cabo Delgado Julho de 2019
Feijó
75 A maldição dos recursos naturais: Mineração artesanal e conflitualidade em Namanhumbir Jerry Maquenzi e João Feijó Junho de 2019
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N˚ Autor(es) Ano
Título
Agricultura em números: Análise do orçamento do estado, investimento, crédito e Yara Nova, Yasser Arafat
74 Maio de 2019
balança comercial Dadá e Cerina Mussá
Titulação e subaproveitamento da terra em Moçambique:
73 Nelson Capaina Abril de 2019
Algumas causas e implicações
Uacitissa Mandamule e
72 Os mercados de terras rurais no corredor da Beira: tipos, dinâmicas e conflitos. Março de 2019
Tomás Manhicane
71 Evolução dos preços dos bens alimentares 2018 Yara Nova Fevereiro de 2019
A economia política do Corredor da Beira: Consolidação de um enclave ao serviço do
70 Thomas Selemane Janeiro de 2019
Hinterland
69 Indicadores de Moçambique, da África subsaariana e do mundo Rabia Aiuba e Yara Nova Dezembro de 2018
Yasser Arafat Dadá e Yara
67 Pólos de crescimento e os efeitos sobre a pequena produção: O caso de nacala-porto Outubro de 2018
Nova
66 Os Sistemas Agro-Alimentares no Mundo e em Moçambique Rabia Aiuba Setembro de 2018
Agro-negócio e campesinato. Continuidade e descontinuidade de Longa Duração.
65 João Mosca Agosto de 2018
O Caso de Moçambique.
Cerina Mussá e Yasser
64 Determinantes da Indústria Têxtil e de vestuário em Moçambique (1960-2014) Julho de 2018
Dadá
63 Participação das mulheres em projectos de investimento agrário no Distrito de Monapo Aleia Rachide Agy Junho de 2018
62 Chokwé: efeitos locais de políticas Instáveis, erráticas e contraditórias Márriam Abbas Maio de 2018
61 Pobreza, diferenciação social e (des) alianças políticas no meio rural João Feijó Abril de 2018
60 Evolução dos Preços de Bens alimentares e Serviços 2017 Yara Nova Março de 2018
Estruturas de Mercado e sua influência na formação dos preços dos produtos agrícolas ao
59 Yara Pedro Nova Fevereiro de 2018
longo das suas cadeias de valor
Avaliação dos impactos dos investimentos das plantações florestais da Portucel-
Almeida Sitoe e Sá
58 Moçambique nas tecnologias agrícolas das populações locais nos distritos de Ile e Novembro de 2017
Nogueira Lisboa
Namarrói, Província da Zambézia
Desenvolvimento Rural em Moçambique: Discursos e Realidades – Um estudo de caso
57 Nelson Capaina Outubro de 2017
do distrito de Pebane, Província da Zambézia
A Economia política do corredor de Nacala: Consolidação do padrão de economia
56 Thomas Selemane Setembro de 2017
extrovertida em Moçambique
55 Segurança Alimentar Auto-suficiecia alimentar: Mito ou verdade? Máriam Abbas Agosto de 2017
Soraya Fenita e Máriam
54 A inflação e a produção agrícola em Moçambique Julho de 2017
Abbas
53 Plantações florestais e a instrumentalização do estado em Moçambique Natacha Bruna Junho de 2017
Género e relações de poder na região sul de Moçambique – uma análise sobre a localidade
50 Aleia Rachide Agy Abril de 2017
de Mucotuene na província de Gaza
Motivações migratórias rural-urbanas e perspectivas de regresso ao campo – uma análise do João Feijó e Aleia Rachide
43 Agosto de 2016
desenvolvimento rural em moçambique a partir de Maputo Agy e Momade Ibraimo
João Mosca e Máriam
42 Políticas públicas e desigualdades socias e territoriais em Moçambique Julho de 2016
Abbas
41 Metodologia de estudo dos impactos dos megaprojectos João Mosca e Natacha Bruna Junho de 2016
40 Cadeias de valor e ambiente de negócios na agricultura em Moçambique Mota Lopes Maio de 2016
Zambézia: Rica e Empobrecida
39 João Mosca e Yara Nova Abril de 2016
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Nº Ano
Título Autor(es)
António Júnior, Momade
38 Exploração artesanal de ouro em Manica Março de 2016
Ibraimo e João Mosca
37 Tipologia dos conflitos sobre ocupação da terra em Moçambique Uacitissa Mandamule Fevereiro de 2016
33 A influência do estado de saúde da população na produção agrícola em Moçambique Luís Artur e Arsénio Jorge Outubro de 2015
32 Discursos à volta do regime de propriedade da terra em Moçambique Uacitissa Mandamule Setembro de 2015
31 Prosavana: discursos, práticas e realidades João Mosca e Natacha Bruna Agosto de 2015
Do modo de vida camponês à pluriactividade impacto do assalariamento urbano na
30 João Feijó e Aleia Rachide Julho de 2015
economia familiar rural
29 Educação e produção agrícola em Moçambique: o caso do milho Natacha Bruna Junho de 2015
22 Lei de Terras: Entre a Lei e as Práticas na defesa de Direitos sobre a terra Eduardo Chiziane Novembro de 2014
16 Mercantilização do gado bovino no distrito de Chicualacuala António Manuel Júnior Maio de 2014
18
Nº
Título Autor(es) Ano
19
Como publicar:
• Os autores deverão endereçar as propostas de textos para publicação em formato digital
para o e-mail do OMR ([email protected]) que responderá com um e-mail de aviso de
recepção da proposta.
• Não existe por parte do Observatório do Meio Rural qualquer responsabilidade em
publicar os trabalhos recebidos.
• Após o envio, os autores proponentes receberão informação por e-mail, num prazo de 90
dias, sobre a aceitação do trabalho para publicação.
• O autor tem o direito a 10 exemplares do número do OBSERVADOR RURAL que contiver
o artigo por ele escrito.
Regras de publicação:
• Apresentação da proposta de um tema que se enquadre no objecto de trabalho do OMR.
• Aprovação pelo Conselho Técnico.
• Submissão a uma revisão redactorial num prazo de sessenta dias, a partir da entrega da
proposta de artigo pelo autor.
• Informação aos autores por parte do OMR acerca da decisão da publicação, por e-mail,
com solicitação de aviso de recepção, num prazo de 90 dias após a apresentação da
proposta.
• Caso exista um parecer negativo de um ou mais revisores, o autor tem a oportunidade de
voltar uma vez mais a propor a edição do texto, desde que introduzidas as alterações e
observações sugeridas pelo(s) revisore(s).
• Uma segunda proposta do mesmo texto para edição procede-se nos mesmos moldes e
prazos.
• Um segundo parecer negativo tem carácter definitivo.
• O proponente do texto para publicação não tem acesso aos nomes dos revisores e estes
receberão os textos para revisão sem indicação dos nomes dos autores.
• A responsabilidade de publicação é da Direcção do Observatório do Meio Rural sob
proposta do Conselho Técnico, independentemente dos pareceres dos revisores.
• O texto não pode ter mais que 40 páginas em letra 11, espaço simples entre linhas, e 3 cm
em todas as margens da página (cima, baixo lado e esquerdo e direito).
• A formatação do texto para publicação é da responsabilidade do OMR.
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O OMR é uma Associação da sociedade
civil que tem por objectivo geral
contribuir para o desenvolvimento
agrário e rural numa perspectiva
integrada e interdisciplinar, através de
investigação, estudos e debates acerca
das políticas e outras temáticas agrárias
e de desenvolvimento rural.
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