Recurso Multa de Transito

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DOUTO SENHOR DIRETOR DO ÓGÃO DE TRÂNSITO FISCALIZADOR

DETRAN-GO
Autos de Infração nº R016281733
R016281734

LUCAS DOS SANTOS CAIXETA, brasileiro, solteiro, engenheiro civil,


inscrito no CPF nº 049.864.221-62, residente na Rua Sergismundo Melo, Quadra
30, Lote 26, Setor Aeroporto, CEP 72.801-010, Luziânia-GO, na qualidade de
proprietário do automóvel particular, FIAT SIENA, Attractiv 1.4, placa OND
4306/GO vem, perante Vossa Excelência, respeitosamente e tempestivamente,
apresentar DEFESA aos Autos de Infração em epígrafe.

SITUAÇÃO FÁTICA

O Requerente, na qualidade de Condutor, devidamente habilitado pelo


Departamento de Trânsito Estadual – DETRAN, Carteira Nacional de Habilitação –
CNH sob o nº 05716446551, sempre conduziu o veículo com total zelo e
observância às leis de trânsito.
Ocorre que, no dia 21 de agosto de 2019, o Requerente foi surpreendido
pelos Autos de Infração em epígrafe, sob o enfoque de conduzir na faixa ou via de
trânsito exclusivo, regulamentada com circulação destinada aos veículos de
transporte público, sendo tipificado no art. 184, III, do Código de Trânsito
Brasileiro. Vejamos:
Art. 184. Transitar com o veículo:
III – na faixa ou via de trânsito exclusivo, regulamentada com
circulação destinada aos veículos de transporte público ou coletivo
de passageiros, salvo casos de força maior e com autorização do
poder público competente (Incluído pela pela Lei nº 13.154, de
2015)

Em vista disso, está sendo o Requerente compelido a arcar com pena


pecuniária no valor de R$ 293,47 (duzentos e noventa e três reais e quarenta e
sete centavo) e cumulativamente, penalizado com 7 (sete) pontos - R016281733 e
293,47 (duzentos e noventa e três reais e quarenta e sete centavo) e
cumulativamente, penalizado com 7 (sete) pontos na Carteira Nacional de
Habilitação– R016281734.
NULIDADE DE MULTA DE TRÂNSITO POR SUA DUPLICIDADE
Imperioso lembrar de que os Autos de Infração em comento se configuram
como “bis in idem” que é mais conhecido como “O Princípio da vedação da dupla
punição pelo mesmo fato”.
Conforme consta dos documentos em anexo, o Requerente foi punido por
três vezes (autos nº R 016281732, R016281733 e R016281734) por transitar na
faixa/pista da direita de circulação exclusiva para veículos de transporte público
coletivo.
Constata-se, ainda, que as infrações foram registradas por radares
presentes na via, o que gerou ao Requerente a impossibilidade de promover sua
defesa adequada aos cuidados de agentes de trânsito, ocasionando, desta forma,
como já visto por Vossa Excelência duas condenações pela mesma infração, o
que se pode confirmar simplesmente pelos horários em que as infrações foram
registradas R016281732 – 24/07/2019, às 15:58 horas; R016281733 –
24/07/2019, às 15:59 horas; e R016281734 – 24/07/2019, às 16:00 horas.
Ressalta-se, por fim, que embora algumas administrações municipais
tentem, de forma forçosa, a aplicação da dupla punição sobre o mesmo fato, sob o
fundamento do art. 266 da Lei 9.503/97, tal fato não pode ser admitido, uma vez
que vai contra o que rege o ordenamento jurídico brasileiro, por força do Pacto de
São José da Costa Rica, do qual o Brasil é signatário. Senão, vejamos:
ADMINISTRATIVO. LAVRATURA DE DOIS AUTOS DE
INFRAÇÃO DE TRÂNSITO POR ESTACIONAMENTO
PROIBIDO. MESMO LOCAL E DIA. DUPLICIDADE DE
PENALIDADE PELO MESMO FATO. BIS IN IDEM.
VEDAÇÃO. Os dois autos de infração foram lavrados no
mesmo dia por fiscais distintos com diferença de cerca de 6
horas entre ambos, levando a crer que se referem ao mesmo
fato, de modo que a imposição de ambos configuraria bis in
idem, o que é vedado no ordenamento jurídico brasileiro.
Sentença mantida para anular um dos autos de infração.
(TJ-RO - RI: 00051465920128220601 RO 0005146-
59.2012.822.0601, Relator: Juiz Franklin Vieira dos Santos. Data
de Julgamento: 30/08/2013, Turma Recursal - Porto Velho Data
de Publicação: Processo publicado no Diário Oficial em
09/09/2013). – Grifo nosso.

O julgado acima colacionado traz uma decisão recente do Tribunal de


Justiça, onde reafirma a vedação da punição dupla por um único ato infracional.
Desta forma, não há como prosperar duas punições pela mesma infração.

Portanto, tendo em vista que as infrações nº R016281732, R016281733 e


R016281734 ocorreram no mesmo dia, no mesmo local e foram lavras com
segundos de diferença, visando a punição pelo mesmo artigo, por agentes
diferentes (poste radar), verifica-se que a o arquivamento dos autos nº
R016281733 e R016281734, é medida que se impõe, uma vez que o condutor já
foi penalizado com a primeira autuação R016281732.

DOS PEDIDOS

Pelo exposto, vem respeitosamente requerer:

1- O recebimento da presente DEFESA, para que seja julgada


procedente, declarando-se a insubsistência dos Autos de Infração nº
R016281733 e R016281734, sustentando todos os seus efeitos legais
e procedendo-se seus arquivamentos;

2- Requer, outrossim, a fim de impedir incidência de cobrança moratória,


bem como não seja aplicada qualquer restrição, inclusive para fins de
licenciamento e transferência, enquanto não for encerrada a instância
administrativa de julgamento de infrações e penalidades, com fulcro no
art. 284, §3º do CTB;

3- Caso o recurso não seja julgado em até trinta dias como manda o
artigo 285 do CTB, REQUER o efeito suspensivo, a fim de que não
seja descontados pontos na carteira do Requerente, enquanto o
recurso não for julgado ou qualquer outra imposição, enquanto
passível de recursos;

Por fim, pugna para que todos os argumentos sejam motivadamente


cotejados, sob pena de serem reivindicados nas próximas fases recursais, sob a
aplicação analógica do princípio de que todo argumento que não for cotejado,
deverá ser considerado como verdadeiro, o que faz com fulcro no artigo 15 e 489
do CPC.

Nestes termos, pede deferimento.

Luziânia-GO, 23/09/2019

LUCAS DOS SANTOS CAIXETA


CPF Nº 049.864.221-62

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