Matriz Alimentacao Nutricao

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MINISTÉRIO DA SAÚDE

MATRIZ DE AÇÕES DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO


NA ATENÇÃO BÁSICA DE SAÚDE

Brasília – DF
2008
MINISTÉRIO DA SAÚDE
SECRETARIA DE ATENÇÃO À SAÚDE
DEPARTAMENTO DE ATENÇÃO BÁSICA

MATRIZ DE AÇÕES DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO


NA ATENÇÃO BÁSICA DE SAÚDE

Série A. Normas e Manuais Técnicos

Brasília – DF
2008
© 2008 Ministério da Saúde.
Todos os direitos reservados. É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte e que não seja para venda ou
qualquer fim comercial.
A responsabilidade pelos direitos autorais de textos e imagens desta obra é da área técnica.
A coleção institucional do Ministério da Saúde pode ser acessada, na íntegra, na Biblioteca Virtual do Ministério da Saúde: http://www.saude.
gov.br/bvs
O conteúdo desta e de outras obras da Editora do Ministério da Saúde pode ser acessado na página: http://www.saude.gov.br/editora

Tiragem: 1ª edição – 2008

Elaboração, distribuição e informações:


MINISTERIO DA SAÚDE
Secretaria de Atenção à Saúde
Departamento de Atenção Básica
Coordenação-Geral da Política de Alimentação e Nutrição
Esplanada dos Ministérios, bloco G
SEPN 511, bloco C, Edifício Bittar IV, 4ºandar
CEP: 70750-543 Brasília, DF
Tels: (61) 3448-8040
Fax: (61) 3448-8228
Homepage: www.saude.gov.br/nutricao

Supervisão:
Ana Beatriz Pinto de Almeida Vasconcellos (CGPAN/DAB/SAS)

Equipe de elaboração:
Maria de Fátima Cruz Correia de Carvalho (OPSAN/UnB)
Mariana Martins (OPSAN/UnB)
Marília Mendonça Leão (OPSAN/UnB)
Elisabetta Recine (OPSAN/UnB)

Colaborador especial:
Michele Lessa de Oliveira (OPAS)

Revisão:
Dillian Adelaine Cesar da Silva (CGPAN/DAB/SAS)
Dirceu Ditmar Klitzke (CGPAN/DAB/SAS)
Helen Altoé Duar (CGPAN/DAB/SAS)
Janine Giuberti Coutinho (CGPAN/DAB/SAS)
Karla Lisboa Ramos (CGPAN/DAB/SAS)
Kathleen Sousa Oliveira (CGPAN/DAB/SAS)
Maria Natacha Toral Bertolin (CGPAN/DAB/SAS)
Mariana Carvalho Pinheiro (CGPAN/DAB/SAS)
Patricia Chaves Gentil (CGPAN/DAB/SAS)

Projeto gráfico e capa:


Alexandre Soares de Brito (CGPAN/DAB/SAS)

Impresso no Brasil / Printed in Brazil

Ficha Catalográfica
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica.
Matriz de ações de alimentação e nutrição na atenção básica à saúde/Ministério da Saúde, Departamento de Atenção Básica.-Brasília:
Ministério da Saúde, 2008.

22 p. Série A. Normas e Manuais Técnicos

ISBN

1. Política de alimentação e nutrição 2. Saúde Pública. I.Título. II.Série

Catalogação na fonte – Coordenação-Geral da Política de Alimentação e Nutrição – Editora MS


SUMÁRIO

Lista de Siglas
1. Referencial Metodológico de Construção da Matriz
1.1 Propósito
1.2 Antecedentes
A equipe multiprofissional e a atuação do nutricionista no cuidado nutricional na
1.3
atenção básica à saúde
1.4 Pressupostos conceituais e organizacionais da Matriz
2. Gestão das ações de alimentação e nutrição
3. Sujeito da abordagem: indivíduo
3.1 Nível de Intervenção: diagnóstico
3.2 Nível de Intervenção: promoção da saúde
3.3 Nível de Intervenção: prevenção de doenças
3.4 Nível de Intervenção: assistência/tratamento/cuidado
4. Sujeito da abordagem: família
4.1 Nível de Intervenção: diagnóstico
4.2 Nível de Intervenção: promoção da saúde
4.3 Nível de Intervenção: prevenção de doenças
4.4 Nível de Intervenção: assistência/tratamento/cuidado
5. Sujeito da abordagem: comunidade
5.1 Nível de Intervenção: diagnóstico
5.2 Nível de Intervenção: promoção da saúde
5.3 Nível de Intervenção: prevenção de doenças
5.4 Nível de Intervenção: assistência/tratamento/cuidado
Referências
Glossário
Anexo
5

Lista de siglas

ACS: Agentes Comunitários de Saúde


DHAA: Direito Humano à Alimentação Adequada
ESF: Equipes Saúde da Família
FLV: Frutas, Legumes e Verduras
NASF: Núcleos de Apoio à Saúde da Família
PPA: Plano Plurianual
PPI: Programação Pactuada e Integrada
SAN: Segurança Alimentar e Nutricional
SIA-SUS: Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS
SIAB – Sistema de Informação da Atenção Básica
SF: Saúde da Família
SIH-SUS: Sistema de Informações Hospitalares do SUS
SIM: Sistema de Informação sobre Mortalidade
SINASC: Sistema de Informações de Nascidos Vivos
SISVAN - Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional
UBS: Unidades Básicas de Saúde
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1. REFERENCIAL METODOLÓGICO DE CONSTRUÇÃO DA MATRIZ

1.1 Propósito

A atual situação epidemiológica brasileira representada pela dupla carga de doenças é razão que
justifica a incorporação das ações de alimentação e nutrição no contexto da Atenção Primária em Saúde
em geral e, em particular, da Estratégia da Saúde da Família. As emergentes e crescentes demandas de
atenção à saúde decorrem, principalmente, dos agravos que acompanham as doenças crônicas não
transmissíveis e as deficiências nutricionais, ambos os grupos associados a uma alimentação e modos
de vidas não saudáveis. As ações de alimentação e nutrição na Atenção Primária tanto contribuirá para a
qualificação como para a garantia da integralidade da atenção à saúde prestada à população brasileira.

O propósito principal desta matriz de ações de alimentação e nutrição, elaborada pelo Observatório
de Políticas de Segurança Alimentar e Nutrição da Universidade de Brasília – OPSAN/UnB, no âmbito da
pesquisa Inserção da Nutrição na Atenção Básica de Saúde, financiada pela Coordenação-Geral da Política de
Alimentação e Nutrição - CGPAN/MS, foi sistematizar e organizar as ações de alimentação e nutrição e do
cuidado nutricional para integrarem o rol de ações de saúde desenvolvidas no âmbito da atenção básica à
saúde. Com isso, objetiva-se contribuir com o aperfeiçoamento da ação governamental, especificamente
aquela sob responsabilidade e gestão da Política Nacional de Alimentação e Nutrição – PNAN (Portaria
nº 710, de 10 de junho de 1999), da Política Nacional de Atenção Básica (Portaria n.º 648, de 28 de março
de 2006) e de Promoção da Saúde (Portaria n.º 687, de 30 de março de 2006), a partir da adoção de ações
de alimentação e nutrição na atenção primária em saúde, num esforço convergente e complementar às
demais ações que já vêm sendo implementadas pelos diversos programas públicos de saúde ofertados,
em especial a Estratégia Saúde da Família.

A baixa oferta de ações primárias de alimentação e nutrição na rede de unidades básicas de saúde,
ou a sua baixa incorporação na atuação das equipes de saúde, implica em limitar o cumprimento dos
princípios da integralidade, universalidade e resolubilidade da atenção à saúde. Para superar esse desafio,
é preciso, além de fomentar a inserção das ações de alimentação e nutrição, no âmbito das estratégias de
atenção à saúde, de forma multidisciplinar, promover o apoio e a incorporação qualificada do nutricionista,
especialmente na rede básica de saúde. A criação de espaços, como os Núcleos de Apoio à Saúde da
Família (Portaria n.º 154, de 24 de janeiro de 2008) possibilita a integração do nutricionista à equipe
multidisciplinar, para atuar em parceria com os profissionais das Equipes Saúde da Família - ESF.

Espera-se que a incorporação progressiva e organizada do cuidado nutricional promova uma


abordagem transversal das questões nutricionais nas etapas do curso da vida e resulte em impacto
positivo nos indicadores de nutrição, saúde, e segurança alimentar e nutricional. A expressiva ampliação
da atuação das equipes saúde da família que atuam em 5.218 municípios (93,8%), alcançando, em agosto
de 2008, uma cobertura de cerca de 92 milhões de pessoas (48,9% da população brasileira) (Brasil, 2008a),
associada aos exemplos concretos sobre a potencialidade da Estratégia da Saúde Família na melhoria dos
indicadores de saúde, permite extrapolar tais resultados para potenciais ganhos em relação ao atual e
desafiante perfil alimentar e nutricional da população. Estudos acadêmicos em curso demonstram que a
Saúde da Família, no período de 1992 a 2002, apresentou indicadores que revelam redução expressiva da
mortalidade infantil e de outros agravos. Pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde, em parceria com a
Universidade de São Paulo e Universidade de Nova York, demonstrou ainda que a cada 10% de aumento
de cobertura populacional proporcionada pela estratégia saúde da família o índice de mortalidade infantil
cai em 4,6%. (Brasil, 2008b)
7
1.2 Antecedentes

A Política Nacional de Alimentação e Nutrição - PNAN traz em sua concepção - e explicitamente em


seu texto introdutório - que a “A alimentação e a nutrição constituem requisitos básicos para a promoção
e a proteção da saúde, possibilitando a afirmação plena do potencial de crescimento e desenvolvimento
humano, com qualidade de vida e cidadania” (Brasil, 2003, p. 11). Tais atributos estão ainda consignados
na Declaração Universal dos Direitos Humanos, promulgada em 1948, que foram reafirmados no Pacto
Internacional sobre Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (1966) e incorporados à legislação nacional
em 1992.

Por outro lado, a mesma PNAN, ao definir as atribuições setoriais e intergovernamentais na


implementação e concretização das suas ações e diretrizes estabelece, entre outras, as seguintes atribuições
para o Ministério da Saúde, gestor federal da PNAN:

• Estabelecer normas e prestar cooperação técnica aos estados e municípios, voltadas à


implementação desta Política, sistematizando, inclusive, medidas de prevenção e manejo
de problemas de nutrição em escala individual, familiar e comunitária, contando com o apoio
técnico-científico dos Centros Colaboradores em Alimentação e Nutrição;

• Criar mecanismos que vinculem a transferência de recursos às instâncias estadual e


municipal ao desenvolvimento de um modelo adequado de atenção à saúde;

• Estimular e apoiar a realização de pesquisas consideradas estratégicas no contexto desta


Política.

Já os gestores municipais, entre outras, foram incumbidos das seguintes atribuições e


responsabilidades:

• Promover o treinamento e a capacitação de recursos humanos para operacionalizar, de


forma produtiva e eficaz, o elenco de atividades específicas na área de alimentação e nutrição;

• Implantar, na rede de serviços, o atendimento da clientela portadora de agravos


nutricionais clinicamente instalados, envolvendo: a assistência alimentar, o controle de
doenças intercorrentes e a vigilância dos irmãos e contatos, garantindo a simultaneidade da
execução de ações específicas de nutrição e de ações convencionais de saúde;

• Uniformizar procedimentos relativos à avaliação de casos, à eleição de beneficiários, ao


acompanhamento e recuperação de desnutridos, bem como à prevenção e manejo de doenças
que interferem no estado nutricional;

• Identificar e atender situações individuais e coletivas de risco nutricional;

• Obter informações representativas do consumo alimentar.

Considerando essas atribuições e responsabilidades é que se propõe esta matriz de ações de


alimentação e nutrição.
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1.3 A equipe multiprofissional e a atuação do nutricionista no cuidado nutricional na atenção
básica á saúde

A ação dos profissionais de saúde na atenção primária à saúde deve orientar-se pelo compromisso
e conhecimento da realidade epidemiológica, em um determinado território, e das estratégias de ação em
saúde coletiva.

O trabalho em equipe assume destaque a partir da Reforma Sanitária, ao final dos anos 80, pautando-
se na interdependência e complementaridade das ações desenvolvidas pelos diversos agentes de saúde,
com produção articulada, e de modo cooperado e solidário. O trabalho multiprofissional pressupõe a
atividade coletiva, a cooperação solidária na elaboração e execução de ações de intervenção técnica,
resultando em um trabalho que considere os sujeitos em sua integralidade.

Estabelece-se, portanto, uma nova agenda para os gestores e profissionais de saúde, a partir
da necessidade de articulação entre equipes, diversas e heterogêneas, exigindo profissionais com
conhecimentos, habilidades e atitudes que possibilitem as mudanças necessárias na organização dos
serviços – trabalho em equipe, competências compartilhadas e humanização no atendimento.

A conexão entre as ações dos diversos profissionais de saúde que atuam na atenção básica requer
não apenas a articulação formal, mas resulta do empreendimento ativo desta articulação no processo de
formação profissional e do próprio sujeito nessa direção, envolvendo-se efetivamente com o trabalho que
se pretende executar.

O trabalho multiprofissional pode contribuir para a efetividade das ações de nutrição, a partir da
construção compartilhada de conhecimentos. No que se refere à atuação do nutricionista, nesse âmbito
da atenção à saúde, suas responsabilidades têm por objetivo central contribuir com o planejamento
e a organização das ações de cuidado nutricional local, visando qualificar os serviços e melhorar a sua
resolubilidade, atuando de forma efetiva sobre os determinantes dos agravos e problemas alimentares e
nutricionais que acometem a população daquele território.

A atuação do nutricionista em grande parte dos municípios brasileiros, precisa ser fortalecida para
que a potencialidade do conhecimento da Nutrição e das intervenções neste campo possam, de forma
efetiva, contribuir para a melhoria da qualidade de vida e de saúde da população. Para isso, é necessária a
sua atuação junto a indivíduos, famílias e comunidade, além de sua contribuição na formação em serviço
de profissionais e na articulação de estratégias junto aos equipamentos sociais de seu território, em prol da
promoção da alimentação saudável, do Direito Humano à Alimentação Adequada - DHAA e da Segurança
Alimentar e Nutricional – SAN.

A matriz elenca ações prioritárias e algumas delas dizem respeito ao conhecimento técnico
específico da formação do nutricionista, quais sejam, as relações entre o homem e o alimento. Muitas delas
são relacionadas ao cuidado nutricional direcionado aos indivíduos, e tiveram como base as determinações
legais para a atuação profissional e os princípios que regem o SUS.

Outras são atribuições a serem compartilhadas entre os membros da equipe, podendo o nutricionista
assumir o papel de profissional-referência para o desenvolvimento das ações, tendo a responsabilidade de
orientar a abordagem mais adequada, estabelecer protocolos de atenção em nutrição, de referência e
contra-referência, desde que sejam preservadas as suas atribuições privativas.

Há ainda um outro grupo de atribuições, especialmente aquelas relacionadas à promoção da saúde


e a prevenção de doenças, que são de responsabilidade do conjunto de profissionais de saúde. Inúmeros
protocolos e condutas já estabelecidas na rede SUS dão suporte para esse tipo de ação. Neste caso, a
matriz procura abranger ações de nutrição que venham a integrar o rol das ações já desenvolvidas pelas
equipes de saúde.
9
1.4 Pressupostos conceituais e organizacionais da Matriz

Na construção da matriz se considerou, previamente, alguns elementos e conceitos estratégicos e


de cunho organizacional. Esses pressupostos são:

• Sujeitos das ações: o indivíduo, a família e a comunidade.

• Níveis de intervenção: gestão das ações de alimentação e nutrição e cuidado nutricional


propriamente dito. O cuidado nutricional engloba ações de diagnóstico, promoção da saúde,
prevenção de doenças, tratamento/cuidado/assistência.

• Caráter das ações: universais (aplicáveis a quaisquer fases do curso da vida) e específicas (aplicáveis
a determinada(s) fase(s) do curso da vida).

1.4.1. Sujeitos das ações ou da abordagem da atenção

Entende-se que o indivíduo, a família e a comunidade são três distintos sujeitos da abordagem
do cuidado nutricional. Logo, a família e a comunidade não são entendidas aqui como meros lócus
(locais) onde os profissionais executam suas ações, muito embora a atenção à saúde possa ser prestada
em diferentes locais de abordagem: nas próprias unidades de saúde, no núcleo familiar ou no domicílio e
nos equipamentos comunitários (escolas, creches, centros de acolhimento de idosos etc).

Se indivíduos, famílias e comunidades são os sujeitos da atenção, eles devem ser vistos como
“sujeito coletivo” ou “corpo social” que têm características próprias e fatores que lhes afetam o estado
nutricional e a saúde de forma mais ou menos específica. Ou seja, famílias e comunidades não devem ser
vistas como mero ajuntamento de indivíduos. Embora agreguem pessoas, esses grupamentos sociais têm
características, dinâmicas e formas de organização diferentes, como também o são as suas necessidades
e os resultados e impactos de fatores diversos que possam lhes afetar. Um mesmo fato/determinante
pode afetar esses três sujeitos – por exemplo, a condição socioeconômica - mas as explicações causais, os
determinantes e as implicações para cada um deles são específicos e determinam resultados diferentes de
acordo com a direção do “olhar profissional” ou da atenção: se sobre pessoas, famílias ou comunidades. E
isso deve ser levando em conta quando se estabelece o cuidado nutricional.

As famílias devem ser vistas como uma unidade na atenção nutricional, mas que apresentam
especificidades e diferenças entre uma e outra. Elas vivem em locais e em condições diferentes, são afetadas
por fatores culturais, sociais, econômicos educacionais de forma diferente e têm diferentes conformações
(unipessoais, nucleares ou ampliadas; consanguíneas ou não, heterogâmicas ou homogâmicas, uniparentais
com homens chefes ou mulheres chefes, famílias com chefia compartilhada, etc). Além disso, na família
podem conviver indivíduos de diferentes fases do curso da vida.

Da mesma forma, uma comunidade não deve ser olhada com um simples somatório de pessoas ou
de famílias. Cada uma delas é um “sujeito coletivo” e tem suas especificidades, dinâmicas, modos e formas
de se organizar, pois que é composta por indivíduos de diferentes fases do curso da vida, por núcleos
familiares ou outras formas variadas de organização social.

Contudo, famílias e comunidades também podem ser lócus da abordagem do sujeito “indivíduo”:
ações para indivíduos, quando pertinente, podem ser desenvolvidas nesses dois diferentes ambientes de
atenção. Por exemplo, as visitas domiciliares realizadas pelas equipes saúde da família idealmente devem
abordar a família como um “sujeito coletivo” e dirigir ações e intervenções pertinentes a esse sujeito da
abordagem. Mas por ocasião dessas visitas, é possível que essa mesma equipe tenha que realizar ações de
caráter individual para atender, no ambiente domiciliar, um ou outro integrante da família que necessite
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de intervenção individual. Ações de promoção da alimentação saudável, por exemplo, são ações que
têm a família como foco. Mas, se ao visitar dada residência, a equipe verificar a presença de um idoso
com dificuldade motora ou incapacidade física ou psíquica que afetem a sua alimentação, ela abordará o
próprio idoso, ou seus cuidadores/familiares, com orientações específicas e individualizadas para solução
ou minimização dos problemas detectados.

Adicionalmente, definir ações que tenham como sujeitos da abordagem a família e a comunidade
permite consonância com o olhar e a estratégia de cuidado pretendidas com a construção de um novo
modelo de atenção à saúde, tendo seu foco principal na atenção básica de saúde e na Estratégia Saúde da
Família. São esses dois âmbitos de atuação - família e comunidade – que, na concepção lógica da matriz,
têm potencial para permitir intervenções que possam qualificar a atenção à saúde, dando-lhe maior
resolubilidade e promovendo a integralidade da atenção, atendendo aos princípios do SUS, da atenção
básica e da Estratégia Saúde da Família.

A intervenção nutricional sobre esses “sujeitos coletivos” – de uma forma coordenada e integradas às
demais ações de saúde – indubitavelmente terá maior impacto sobre a melhoria do perfil epidemiológico
da população brasileira. Hoje, no Brasil, as principais causas de mortalidade e morbidade estão associadas
à alimentação inadequada e à inatividade física, conforme referido anteriormente.

Ressalta-se que o cuidado individual, contudo, não é menos importante para o alcance desses
princípios - e nem foi aqui esquecido, até porque esta abordagem da atenção nutricional é bem estabelecida
e consagrada na prática diária dos nutricionistas - e mesmo na lei que rege a sua atuação e em sua formação
acadêmica -, exigindo apenas um esforço em sua sistematização e utilização na rede básica de saúde.

1.4.2. Níveis de Intervenção

a. Gestão das ações de alimentação e nutrição

Durante o processo de construção e revisão da matriz ficou evidente a necessidade de se explicitar


as ações de alimentação e nutrição no âmbito da atividade de gestão municipal, de tal forma a evidenciar
a necessidade de institucionalizar e fortalecer a gestão dessas ações – e consequentemente as co-
responsabilidades do gestor municipal para com a implementação da PNAN, e com a garantia da SAN e
do DHAA.

A gestão ou ação administrativa pressupõe o desenvolvimento de um processo que envolve


as funções planejamento, organização, direção e controle. Resumidamente, pode-se entender esses
elementos como:

• Planejamento: envolve a decisão sobre os objetivos, a definição de estratégias e planos para


alcançá-los, bem como a programação de atividades;

• Organização: significa realizar as ações para organizar os órgãos e cargos, definir atribuição de
autoridade, de responsabilidade, identificar e organizar os recursos e atividades para atingir os
objetivos;

• Direção: envolve ações de comunicação, liderança e motivação do pessoal, preenchimento de


cargos e demais passos e atividades que tenham em vista a direção, o encaminhamento para os
objetivos.

• Controle: envolve a definição de padrões para medir desempenho, corrigir desvios ou discrepâncias
e garantir que o planejamento seja realizado. (Brasil, 2007)
11
É esse elenco de ações que conduzirão à execução de ações e ao cuidado nutricional de forma
alinhada, planejada e articulada nos diferentes níveis de atenção à saúde e entre as unidades de saúde e
suas equipes, que conformam a rede de serviços e ações que concretizam a atenção primária à saúde da
população. Em síntese, as ações de gestão envolvem o estabelecimento de diretrizes para a coordenação
e a gestão municipal das ações de alimentação e nutrição, bem como o planejamento e organização das
ações de atenção e cuidado nutricional em consonância com aquelas diretrizes e com as demais normas
emanadas pelos gestores nacional, estadual e municipal do SUS.

Essa necessidade traduz-se em função da ainda incipiente gestão e organização das ações de
alimentação e nutrição em muitos municípios brasileiros. Pensando-se na qualificação da atenção, faz-se
necessário que, no âmbito da política de alimentação e nutrição, a gestão também seja qualificada para se
conformar às responsabilidades da esfera municipal de gestão do SUS.

Nesse nível de intervenção, pelas suas próprias características, não há grupamento de ações
segundo o curso da vida, sujeitos da abordagem ou caráter das ações porque tais ações antecedem o
cuidado nutricional a ser desenvolvido na rede de saúde. São essas ações – e sua organização – que ditarão
as normas, procedimentos e condutas em relação ao cuidado nutricional implantado na rede.

b. Diagnóstico

Embora as ações de diagnóstico, nesta matriz, estejam propostas como meios para definir e selecionar as
intervenções mais adequadas para o alcance de um determinado objetivo de saúde ou nutrição, optou-
se por trabalhar o diagnóstico como um nível de intervenção específico e, portanto, transcendendo-o
para além de sua função especifica de “diagnosticar”. Por essa razão, a matriz define que o diagnóstico
nutricional vai além dos parâmetros tradicionalmente mensurados pelo sistema de saúde: indicadores
antropométricos, clínicos e bioquímicos. O diagnóstico nutricional, especialmente, quando se considera
como sujeitos da atenção as famílias e as comunidades, requer outros tipos de informação, passíveis de
serem coletadas também no âmbito do sistema de saúde e mesmo fora dele.

Diagnóstico nutricional é aqui entendido como as ações e atividades que visam à identificação e à
avaliação do estado nutricional do usuário do SUS, elaborado com base em dados clínicos, bioquímicos,
antropométricos e dietéticos conjugado, ainda, a dados sociais, econômicos e culturais, obtidos quando
da avaliação nutricional e durante o acompanhamento dos três sujeitos da atenção nutricional: indivíduo,
família e comunidade (Conselho Federal de Nutricionistas, 2005, com adaptações).

c. Promoção da saúde

Entende-se que a promoção da saúde é a intervenção (ou o conjunto delas) que teria como
horizonte ou meta ideal a eliminação permanente - ou pelo menos duradoura - de uma doença ou distúrbio
nutricional. Esse nível de intervenção e as ações que o conformam, buscam atingir as causas mais básicas
das doenças - e não apenas evitar que elas se manifestem nos indivíduos ou coletividades (famílias e
comunidades). Optou-se por essa conceituação explicativa, adotada por Lefèvre & Lefèvre para orientar a
identificação das ações de promoção da saúde (Lefèvre e Lefèvre, 2007).

Esse conceito rompe com um paradigma ainda muito vigente na concepção e abordagem da
atenção à saúde, uma vez que desloca o objeto e o enfoque da atenção do doente em direção à doença.
Ou seja, a promoção da saúde difere da prevenção, não se caracterizando como um subconjunto desta
- que na proposição clássica de Clarck & Leavell envolveria ações desenvolvidas em nível mais básico,
abrangente e inespecífico da prevenção de doenças (Leavell e Clarck, 1976).
12
d. Prevenção de doenças e distúrbios nutricionais

Prevenção é aqui entendida como toda medida que, tomada antes do surgimento ou agravamento
de uma dada condição mórbida (ou conjunto delas) visando afastar a doença do doente ou vice-versa,
para que tal doença não se manifeste - ou manifeste-se de forma menos grave nos indivíduos ou na
coletividade (Lefèvre e Lefèvre, 2007).

e. Assistência, Tratamento ou Cuidado

Assistência à saúde, de uma forma ampla, trata do conjunto de ações concretizadas pelo SUS,
em todas as suas esferas de gestão, para o atendimento das demandas pessoais, individuais e coletivas. A
assistência à saúde pode ser prestada no âmbito ambulatorial e hospitalar, bem como em outros espaços,
especialmente no domiciliar.(Brasil, 2004)

Por se tratar aqui da atenção básica de saúde, as ações constantes da matriz referem-se à assistência
ambulatorial que trata de um conjunto de procedimentos terapêuticos de baixa complexidade, possíveis
de realização em ambulatórios e postos de saúde, envolvendo o tratamento e a reabilitação dos problemas
relacionados ou associados à alimentação e nutrição. (Brasil, 2004)

A denominação assistência/tratamento/cuidado foi adotada para os sujeitos da ação ou da


atenção “indivíduo” e “família”. Já para o sujeito “comunidade” adotou-se apenas a denominação
assistência/cuidado, uma vez que se avaliou que o “tratamento” não se aplica ao coletivo.

1.4.3. Caráter das ações

As ações que integram a atenção nutricional nos diferentes níveis de intervenção são agrupadas
em dois blocos: ações universais e ações específicas.

São universais aquelas ações de saúde e de cuidado nutricional que se aplicam a todas as fases do
curso da vida, ou seja, sua realização é pertinente e oportuna a todas as fases do curso da vida e portanto
a toda a população.

As ações específicas são aquelas aplicáveis à determinada fase do curso da vida. São ações inerentes
ou adaptadas às especificidades de uma determinada fase do curso da vida.

Por exemplo, a avaliação do consumo alimentar é uma ação de caráter universal porque é aplicada
- e é importante elemento de investigação - em todas (ou quaisquer) fases do curso da vida. Já a avaliação
do aleitamento materno, mesmo sendo parte da avaliação do consumo alimentar somente se aplica
às crianças menores de 24 meses e, mais particularmente, às crianças menores de seis meses de idade.
Também pode se aplicar às nutrizes, no tocante às técnicas de amamentação. Assim, essa ação tem caráter
específico para determinadas fases da vida.

Um ponto a ser ressaltado aqui trata da relação existente entre esses dois grupos – ações específicas
e universais. Um grupo não é mais relevante que o outro na atenção à saúde. Na verdade, considerando
os princípios norteadores da integralidade e resolubilidade e o princípio da humanização do cuidado
nutricional, esses dois grupos de ação são complementares, devendo ser adotados concomitantemente
na atenção nutricional prestada aos usuários do SUS.

Além disso, destaca-se que as ações específicas são pertinentes apenas ao primeiro sujeito de
abordagem – os indivíduos. Famílias e comunidades apresentam somente ações de caráter universal. Isso
se justifica em função de alguns entendimentos:
13
• O indivíduo vive em família e em uma comunidade e, portanto, é por elas influenciado. Eles
também apresentam especificidades e são diferentes entre si, sendo que um dos elementos
dessa diversidade é a fase do curso da vida em que se encontram no momento em que
têm acesso às ações de saúde ou são abordados pelos profissionais de saúde. Logo, o curso
da vida é o elemento orientador da construção da proposta de cuidado nutricional porque
os indivíduos diferenciam-se em função dessas diversas fases da vida.

• Já a família e a comunidade, muito embora apresentem especificidades e diferenças entre


si, estas não se justificam em função de uma fase do curso da vida. Ou seja, famílias e
comunidades são compostas por pessoas de diferentes fases do curso da vida, mas esta
característica não é um elemento que explique a sua conformação específica, porque esses
sujeitos não se organizam em função das fases do curso da vida.

• Vale lembrar, no entanto, conforme se explicitou no item “sujeitos da ação ou da atenção”,


que famílias e comunidade (nesta, mais especificamente, no âmbito dos equipamentos
sociais locais), podem ser concomitantemente lócus da atenção individual, pois nelas,
podem ser desenvolvidas ações de caráter específico para os indivíduos. Por exemplo, a
tomada de peso e altura de crianças pode tanto ser realizada nas unidades de saúde, quanto
por ocasião das visitas domiciliares ou de intervenções da equipe de saúde nas escolas e
creches da comunidade.

Adicionalmente, é importante frisar que, para o sujeito da abordagem “indivíduo”, nenhuma


ação específica de promoção foi elencada na matriz. No processo de construção da matriz, percebeu-
se que seria mais pertinente que todas as ações cabíveis à promoção da saúde específicas às diferentes
fases do curso da vida fossem devidamente incorporadas nas ações de caráter universal. Portanto, não
houve qualquer prejuízo ao adotar-se a promoção da saúde das pessoas como ações de caráter universal
- perfeitamente justificável ao se recorrer novamente aos conceitos de promoção da saúde e ações de
caráter universal versus as específicas aqui adotados.

1.4.4. Abordagem do curso da vida

Dentre os pressupostos que foram previamente consensuados para a construção da matriz está
a abordagem do curso da vida. Este pressuposto também foi utilizado para dar organicidade à matriz
de ações de alimentação e nutrição, mas, além disso, ela está intrinsecamente ligada aos conceitos aqui
criados - e que são também pressupostos da construção da matriz: sujeitos das ações e caráter das ações.

Nessa abordagem, entende-se que qualquer repercussão (positiva ou negativa) na saúde


e na nutrição em uma das fases do curso da vida repercutirá, em maior ou menor grau, sobre as fases
subseqüentes. Se é verdade que no curso da vida há fases mais vulneráveis às repercussões relacionadas
à alimentação e nutrição (vida intra-uterina e primeira infância, por exemplo), há que se considerar que
todas as fases devem ser objeto de atenção das políticas públicas porque apresentam seus próprios graus
de vulnerabilidade. Daí a necessidade de que ações, políticas e programas públicos sejam planejados e
executados segundo os conceitos que permeiam essa abordagem. A integralidade da atenção à saúde e a
universalidade – dois dos princípios doutrinários do SUS, por exemplo, podem ser consideradas estratégias
concebidas nessa linha de raciocínio.

A matriz tenta dar visibilidade à importância do cuidado nutricional ao longo do curso da vida,
considerando-o um processo contínuo e ininterrupto. Significa assumir que o estado nutricional e de
saúde em uma fase da vida pode ter repercussões positivas ou negativas sobre as fases subseqüentes do
curso da vida.
14
Nessa lógica, as ações representantes dos diferentes níveis de intervenção são desagregadas de
acordo com oito grupos de indivíduos, ou as fases do curso da vida aqui adotadas:

• Gestantes;
• Crianças de 0-6 meses;
• Crianças de 7-24 meses;
• Crianças de 25-60 meses (5 anos completos);
• Crianças com mais de 5 até 9 anos;
• Adolescentes (10 a 19 anos);
• Adultos (20 a 59 anos);
• Idosos (60 ou mais anos).
2. GESTÃO DAS AÇÕES DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO

Gestão das Ações de Alimentação e Nutrição no âmbito municipal (gerência ou coordenação de A&N)

1. Organização das ações de alimentação e nutrição no âmbito do sistema municipal de saúde tendo em conta a estrutura da rede de serviços (recursos
humanos, equipamentos, estabelecimentos de saúde)
1.1. Adequação dos equipamentos dos serviços de saúde para diagnóstico precoce e tratamento oportuno dos agravos nutricionais que ocorrem na
população;
1.2. Definição e monitoramento de indicadores de desempenho organizacional na área de nutrição.

2. Participação na elaboração do Plano Plurianual (PPA), do Plano Municipal Saúde, do Termo de Gestão e da Programação Pactuada e Integrada (PPI), em
época oportuna, visando a incorporação das ações de alimentação e nutrição;
2.1 Dimensionamento dos recursos necessários, integrando planejamento e orçamento, para a geração dos resultados previstos no Plano Plurianual,
no Plano Municipal de Saúde, no Termo de Gestão e na PPI;
2.2 Negociação e definição, junto com a Secretaria Estadual de Saúde, dos indicadores de alimentação e nutrição municipais para o Pacto pela Saúde;
2.3 Utilização do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional - SISVAN e outros sistemas de informação em saúde, como SIAB, SINASC, SIH, SAI-SUS e
SIM, inquéritos populacionais e chamadas nutricionais para definição das metas e ações de alimentação e nutrição.

3. Coordenação da elaboração da Política Municipal de Alimentação e Nutrição com base no perfil alimentar e nutricional da população e em consonância
com as políticas nacional e estadual de saúde e de nutrição.

4. Elaboração da programação anual de saúde, definindo as ações, metas, objetivos, indicadores e recursos financeiros que serão aplicados nas ações de
cuidado nutricional na atenção básica de saúde.

5. Monitoramento, avaliação e divulgação dos resultados previstos no Plano de Saúde relativos à alimentação e nutrição.
5.1. Elaboração dos relatórios anuais das ações de alimentação e nutrição na atenção básica, avaliando resultados e sugerindo qualificações e os ajustes
necessários para o próximo exercício;
5.2. Avaliação do alcance das metas e indicadores de alimentação e nutrição previstos.

6. Pactuação das ações de alimentação e nutrição no conselho municipal de saúde e no âmbito da Comissão Intergestores Bipartite.

7. Dimensionamento da estrutura de recursos humanos para atender as metas de alimentação e nutrição estabelecidas nos Planos Plurianual e Municipal
de Saúde.
7.1. Definição das atribuições dos profissionais envolvidos com as atividades de alimentação e nutrição;
7.2. Redesenho das estruturas e dos processos de trabalho quando necessário.

15
8. Estabelecimento de parâmetros e procedimentos técnicos que orientem uniformemente e integrem as atividades de planejamento local, gestão, execução,
avaliação e monitoramento das ações de alimentação e nutrição, no âmbito das regionais/distritos de saúde, unidades básicas de saúde, núcleos de apoio à
Saúde da Família e equipes de Saúde da Família.

9. Fortalecimento dos meios de interlocução, participação e atendimento ao cidadão, que o informe a respeito de seus interesses e direitos.
9.1. Facilitação do acesso da população às ações de alimentação e nutrição, divulgando os mecanismos e critérios de acesso;
9.2. Garantia de publicidade e transparência das informações relativas às ações de alimentação e nutrição;
9.3. Promoção da gestão integrada e da participação dos usuários nos Conselhos e Conferências Locais e/ou Municipais de Saúde.

10. Assessoria da participação da Secretaria Municipal de Saúde nos conselhos de saúde, de segurança alimentar e nutricional e outros de áreas afins para
contribuir na elaboração, acompanhamento e fiscalização de projetos e programas voltados à população em vulnerabilidade alimentar e nutricional.

11. Coordenação da elaboração, revisão, adaptação e padronização de procedimentos, processos e protocolos de atenção e cuidado relativos à área de
alimentação e nutrição, em consonância com as normas e diretrizes locais.

12. Definição e Implantação de fluxos e mecanismos de referência e contra-referência para o cuidado nutricional (ACS, ESF, NASF, UBS, centros de especialidade,
hospital, equipes de internação domiciliar, etc.).
12.1. Estabelecimento de critérios de prioridade de atendimento e acompanhamento de casos e famílias de em situação de vulnerabilidade na infra-
estrutura de serviços de saúde.

13. Planejamento e organização da capacitação das equipes da SF e das UBS para aplicação das rotinas de atenção nutricional e atendimento às doenças
relacionadas à Alimentação e Nutrição, de acordo com protocolos de atenção básica, e com os processos de referência e contra-referência do atendimento,
estabelecidos pela Secretaria Municipal de Saúde.

14. Identificação de estrutura comunitária (pública e privada) de apoio às famílias ou segmentos populacionais em situação de vulnerabilidade tais como
centro de convivências de idosos, associações de portadores de patologias, grupos de terceira idade, creches etc.

15. Criação de mecanismos para melhor acolhimento dos usuários e para humanização cuidado nutricional.

16. Fortalecimento do papel do setor saúde no sistema de segurança alimentar e nutricional do município principalmente em relação à vigilância alimentar
e nutricional, à promoção da alimentação saudável e à vigilância sanitária dos alimentos.

17. Identificação, seleção e utilização de um elenco mínimo de indicadores de segurança alimentar e nutricional local, em articulação com o CONSEA
municipal ou instância congênere, quando houver (ex.: monitoramento da sazonalidade de emprego e renda, abastecimento e preços dos alimentos,

16
produção, consumo e práticas alimentares predominantes).

18. Articulação dos serviços de saúde com instituições e entidades locais, escolas e ONGs para desenvolvimento de ações de alimentação e nutrição e de
segurança alimentar e nutricional.

19. Organização em conjunto com outros setores, governamentais e não-governamentais, das prioridades e dos fluxos de encaminhamento das pessoas em
situação de vulnerabilidade nutricional para atendimento em programas de assistência alimentar e proteção social ou de transferência de renda.
19.1. Organização da rede de apoio comunitário para fortalecer as ações e estratégias de segurança alimentar e nutricional na comunidade e/ou para
segmentos populacionais específicos.

20. Participação e apoio à implantação, à implementação e ao fortalecimento da Vigilância Epidemiológica, da Vigilância Sanitária e da Vigilância Alimentar
e Nutricional no município.

21. Coordenação e supervisão da implantação e da implementação do SISVAN e colaboração com o SIAB.

22. Elaboração do elenco de indicadores prioritário para o diagnóstico alimentar e nutricional municipal, com apoio dos NASF e das equipes de Saúde da
Família, respeitando os parâmetros estabelecidos pelos gestores nacional e estadual de alimentação e nutrição, quando existirem.

23. Avaliação do resultado das ações de alimentação e nutrição sobre a população assistida, no âmbito do município, por meio da análise do alcance das
metas e indicadores de alimentação e nutrição previstos, aprimorando as ações quando necessário.

24. Promoção, participação e divulgação de estudos e pesquisas na sua área de abrangência, promovendo o intercâmbio técnico-científico.

25. Articulação com as estratégias de educação permanente em saúde visando à integração dos nutricionistas da rede básica de saúde.

26. Planejamento e execução de programas de treinamento, aperfeiçoamento e educação continuada para profissionais de saúde, bem como estágios para
alunos de nutrição, quando aplicável.

27. Participação em fóruns de governo e de controle social, promovendo articulações e parcerias intersetoriais e interinstitucionais.

28. Fomento à integração e/ou articulação entre programas e processos de trabalho nas diversas áreas e políticas existentes no município com vistas à
implementação da Política de Alimentação e Nutrição.
28.1. Promoção da integração entre políticas e da cooperação técnica entre os respectivos órgãos governamentais, com divulgação dos conhecimentos
e informações gerados;
28.2.Apoio ao planejamento, à implantação, à implementação e ao acompanhamento das ações de Segurança Alimentar e Nutricional.

17
3. SUJEITO DA ABORDAGEM: INDIDÍVUO

3.1 NÍVEL DE INTERVENÇÃO: DIAGNÓSTICO (1)

SUJEITO DA ABORDAGEM: INDIVÍDUO (2)


Ações UNIVERSAIS

Adolescentes Adultos Idosos


Gestantes 0-6 meses 7-24 meses 25-60 meses > 5-9 anos
(10-19 anos) (20-59 anos) (≥ 60 anos)

1. Diagnóstico nutricional, avaliação e monitoramento do estado nutricional, com base nos dados dietéticos, clínicos, bioquímicos e antropométricos
(verificação do peso e da altura), de acordo com a fase do curso da vida;
2. Identificação dos portadores de patologias e deficiências associadas à nutrição, incluindo desnutrição infantil, má-nutrição por micronutrientes e
baixo peso, para o atendimento nutricional específico;
3. Identificação dos portadores de doenças crônicas não transmissíveis (diabetes, hipertensão arterial, obesidade, entre outras) para o cuidado nutricional
específico;
4. Identificação dos distúrbios associados à alimentação (anorexia, bulimia, compulsão alimentar e outros transtornos alimentares);
5. Identificação de fatores de risco para o estado nutricional em quaisquer fases do curso da vida;
6. Identificação das condições gerais de saúde e de problemas de saúde bucal, encaminhando ao atendimento profissional específico, quando
necessário;
7. Identificação da possível existência de doenças infecciosas e parasitárias;
8. Avaliação e monitoramento do consumo alimentar.

• Diagnóstico Nutricional – identificação e avaliação do estado nutricional do usuário do SUS, elaborado com base em dados clínicos, bioquímicos, antropométricos
e dietéticos, obtidos quando da avaliação nutricional e durante o acompanhamento individualizado; (Fonte do conceito: Resolução do. 380/2005 – CFN , com
adaptações).
• OBS: os indicadores e pontos de corte adotados para o diagnóstico dos indivíduos em qualquer fase do curso da vida deverão ser compatibilizados com os adotados
pelo Ministério da Saúde.

18
Ações
ESPECÍFICAS (para Gestantes 0-6 meses 7-24 meses 25-60 meses
cada fase da vida)

1. Diagnóstico e 1. Avaliação do crescimento 1. Avaliação do crescimento 1. Avaliação do crescimento


monitoramento do estado e desenvolvimento da e desenvolvimento da e desenvolvimento da
nutricional das gestantes → criança para detecção criança para detecção criança para detecção
Cartão da Gestante; precoce de problemas precoce de problemas precoce de problemas
relacionados ao seu relacionados à curva de relacionados à curva de
2. Diagnóstico e
monitoramento do estado crescimento→ Caderneta crescimento → Caderneta crescimento → Caderneta
de Saúde da Criança; de Saúde da Criança; de Saúde da Criança;
nutricional das gestantes
adolescentes; 2. Avaliação da prática de 2. Avaliação da prática de 2. Avaliação do consumo
3. Avaliação do prognóstico da aleitamento materno; aleitamento materno; alimentar da criança;
gestação em adolescentes, 3. Avaliação do consumo 3. Avaliação do consumo 3. Identificação dos sinais de
utilizando no diagnóstico alimentar da criança a alimentar da criança; deficiências nutricionais
a comparação das idades partir do 6º mês de vida específicas (anemia,
cronológica e ginecológica; (introdução dos alimentos 4. Identificação de hipovitaminose A e outras);
complementares); deficiências nutricionais
4. Identificação das gestantes
específicas (anemia e 4. Identificação precoce
vivendo com HIV/AIDS ou 4. Verificação e registro do
hipovitaminose A e outras); dos sinais clínicos e
com outras patologias que peso ao nascimento;
antropométricos de
possam interferir em seu 5. Identificação precoce
5. Identificação dos sinais de desnutrição;
estado nutricional e nas dos sinais clínicos e
deficiências nutricionais
condutas de orientação antropométricos de
específicas (anemia e
alimentar pré e pós-parto; desnutrição;
hipovitaminose A, dentre
5. Diagnóstico e outras);
monitoramento do consumo
6. Identificação de
alimentar, das condutas
sinais clínicos e
e práticas alimentares
antropométricos de
da mulher na gestação e
desnutrição;
durante todo o período da
amamentação;

1
6. Detecção de dificuldades 7. Identificação das crianças 6. Identificação das crianças 5. Identificação das crianças
e distúrbios alimentares filhas de mulheres filhas de mulheres vivendo filhas de mulheres vivendo
que interferem no estado vivendo com HIV/AIDS com HIV/AIDS ou com com HIV/AIDS ou com
nutricional na gestante; ou com outras patologias outras patologias que outras patologias que
que possam interferir em possam interferir em seu possam interferir em seu
7. Detecção de dificuldades seu estado nutricional estado nutricional e nas estado nutricional e nas
existentes para futura e nas condutas de condutas de orientação condutas de orientação
adesão ao aleitamento. orientação alimentar; alimentar; alimentar;
8. Identificação dos sinais de 8. Detecção precoce dos 7. Identificação dos fatores 6. Identificação dos fatores
deficiências nutricionais fatores associados ao que possam interferir na que possam interferir na
específicas, principalmente desmame precoce alimentação da criança alimentação da criança
a anemia. (retorno ao trabalho, (trabalho e estado de saúde (trabalho e estado de saúde
estado de saúde da mãe, da mãe, aspectos culturais, da mãe, aspectos culturais,
aspectos culturais, apoio socioeconômicos, apoio socioeconômicos, apoio
da família e do parceiro da família e do parceiro da família e do parceiro
conjugal); conjugal); conjugal);
9. Identificação e 8. Identificação das práticas 7. Identificação e
acompanhamento das adotadas na alimentação acompanhamento da
condutas adotadas da criança. evolução das práticas
para a introdução adotadas na alimentação
da alimentação da criança.
complementar e de sua
evolução.

2
Ações ESPECÍFICAS
(para cada fase da Adolescentes Adultos Idosos
> 5-9 anos
vida) (10-19 anos) (20-59 anos) (≥ 60 anos)

1. Avaliação do consumo 1. Avaliação e controle do 1. Avaliação e controle do 1. Avaliação e controle do


alimentar da criança; crescimento associados aos estado nutricional; estado nutricional do idoso;
sinais de pubescência;
2. Controle e avaliação do 2. Detecção de fatores de risco 2. Identificação das limitações
crescimento da criança; 2. Identificação precoce do para doenças crônicas não cognitivas, de locomoção
sobrepeso/obesidade; transmissíveis; e de autonomia do idoso
3. Identificação precoce do que interfiram na sua
sobrepeso/obesidade; 3. Identificação precoce do 3. Detecção do baixo peso, alimentação;
baixo peso e da desnutrição; desnutrição, sobrepeso,
4. Identificação precoce do obesidade e outras doenças 3. Identificação de
baixo peso e da desnutrição; 4. Detecção precoce dos crônicas não transmissíveis; dificuldades para se
transtornos alimentares alimentar;
5. Identificação dos sinais de (anorexia nervosa, bulimia 4. Identificação de deficiências
deficiências nutricionais nervosa, compulsão de micronutrientes; 4. Detecção precoce da
específicas (anemia, alimentar e outros); perda de peso recente e da
hipovitaminose A e outras); 5. Identificação de adultos desnutrição;
5. Identificação dos vivendo com HIV/AIDS ou
6. Identificação dos escolares adolescentes vivendo com com outras patologias que 5. Detecção de fatores de risco
vivendo com HIV/AIDS ou HIV/AIDS ou com outras possam interferir em seu para doenças crônicas não
com outras patologias que patologias que possam estado nutricional e nas transmissíveis;
possam interferir em seu interferir em seu estado condutas de orientação
estado nutricional e nas nutricional e nas condutas alimentar; 6. Detecção do sobrepeso,
condutas de orientação de orientação alimentar; obesidade e outras doenças
alimentar; 6. Identificação das condutas crônicas não transmissíveis;
6. Diagnóstico das condutas e práticas adotadas na
7. Diagnóstico das condutas e práticas adotadas alimentação do adulto no 7. Identificação das
e práticas adotadas na na alimentação do domicílio, no trabalho e em deficiências de
alimentação do escolar no adolescente, no domicílio, outras situações de convívio micronutrientes;
domicílio, na escola e em na escola e em outras social.
outras situações de convívio 8. Identificação das possíveis
situações de convívio social. interações entre drogas/
social.
medicamentos e nutrientes.

3
3.2. NÍVEL DE INTERVENÇÃO: PROMOÇÃO DA SAÚDE

SUJEITO DA ABORDAGEM: INDIVÍDUO


(Lócus de atenção: UBS, domicílios ou instituições/entidades/equipamentos sociais, públicos e privados, disponíveis na comunidade)

Ações UNIVERSAIS

Adolescentes Adultos Idosos


Gestantes 0-6 meses 7-24 meses 25-60 meses > 5-9 anos
(10-19 anos) (20-59 anos) (≥ 60 anos)

1. Promoção e realização de educação alimentar e nutricional com ênfase na Promoção da Alimentação Saudável;
2. Orientação para a alimentação saudável em todas as fases do curso da vida;
3. Orientação da alimentar, com ênfase em práticas alimentares saudáveis e no consumo de alimentos regionais, com abordagem adequada à realidade
local e às distintas fases do curso da vida;
4. Ações educativas de promoção da alimentação saudável considerando os fatores da vida moderna que influenciam os modos de vida: alimentação fora
de casa, falta de tempo, limitações físicas etc;
5. Promoção da adoção de modos de vida saudáveis;
6. Promoção da manutenção do estado nutricional adequado em todas as fases do curso da vida;
7. Promoção do peso saudável;
8. Orientações para valorização e apoio ao aleitamento materno;
9. Desenvolvimento de ações para fortalecimento do vínculo de cada indivíduo para com sua família, no âmbito de sua relação com o estado nutricional.

4
3.3 NÍVEL DE INTERVENÇÃO: PREVENÇÃO DE DOENÇAS

SUJEITO DA ABORDAGEM: INDIVÍDUO


(Lócus de atenção: UBS, domicílios ou instituições/entidades/equipamentos sociais, públicos e privados, disponíveis na comunidade)

Ações UNIVERSAIS

Adolescentes Adultos Idosos


Gestantes 0-6 meses 7-24 meses 25-60 meses > 5-9 anos
(10-19 anos) (20-59 anos) (≥ 60 anos)

1. Acompanhamento da alimentação dos indivíduos em todas as fases do curso da vida;


2. Educação em saúde com enfoque na orientação sobre noções básicas de higiene (corporal, ambiental, domiciliar, na manipulação de alimentos,
saneamento ambiental, saúde bucal);
3. Ações educativas e orientação para a prevenção das doenças mais prevalentes relacionadas à alimentação e nutrição (deficiências de micronutrientes
- ferro, iodo e cálcio, ácido fólico, vitamina A e outras -, desnutrição e baixo peso, obesidade e demais doenças crônicas não transmissíveis e dos
transtornos alimentares - anorexia, bulimia e outros);
4. Acompanhamento periódico dos casos de doenças crônicas não transmissíveis, desnutrição, baixo peso e transtornos alimentares;
5. Educação alimentar específica para problemas e situações de saúde que demandam dietas especiais.

5
Ações ESPECÍFICAS
(para cada fase da Gestantes 0-6 meses 7-24 meses 25-60 meses
vida)
1. Orientação sobre os 1. Observação do ato de 1. Orientação para a alimentação 1. Acompanhamento e correção
princípios da alimentação amamentar, com correções complementar; oportuna da alimentação da
saudável da gestante; das técnicas inadequadas; criança;
2. Acompanhamento da
2. Ações educativas de 2. Observação das mamas alimentação da criança; 2. Acompanhamento
prevenção a morbidades (flacidez, fissuras de mamilo do crescimento e
associadas à gestação etc.); 3. Acompanhamento da desenvolvimento e
(doenças hipertensivas evolução das práticas estimulação dos fatores
específicas da gravidez, 3. Acompanhamento alimentar adotadas na alimentação cognitivos relacionados à
diabetes gestacional, anemia da mulher durante o período da criança, com correção alimentação;
gestacional, obesidade e da amamentação; oportuna;
baixo peso); 3. Orientação sobre as doenças
4. Orientação e 4. Incentivo à manutenção mais prevalentes na infância
3. Reforço e valorização do acompanhamento da do aleitamento materno e/ou as preveníveis por
acompanhamento pré- alimentação complementar; complementar até 2 anos de vacinação (diarréias, IRA,
natal e do cumprimento do idade e seu monitoramento; desidratação, doenças
5. Acompanhamento
calendário de consultas no do crescimento e 5. Acompanhamento infecciosas e parasitárias etc.);
serviço de nutrição; desenvolvimento e do crescimento e 4. Suplementação preventiva de
4. Acompanhamento do ganho estimulação dos fatores desenvolvimento e micronutrientes;
de peso durante o período cognitivos relacionados à estimulação dos fatores
gestacional; alimentação; cognitivos relacionados à 5. Reforço da importância
alimentação; do cumprimento do
5. Acompanhamento 6. Reforço da importância calendário de consultas como
alimentar durante o período do cumprimento do 6. Suplementação preventiva de instrumento para a promoção
gestacional; calendário de consultas como micronutrientes; do estado nutricional da
instrumento para a promoção criança.
6. Suplementação preventiva de do estado nutricional da 7. Orientação sobre as doenças
micronutrientes; criança; mais prevalentes na infância
e/ou as preveníveis por
7. Orientação sobre os 7. Orientação sobre as doenças vacinação (diarréias, IRA,
princípios e técnicas do mais prevalentes na infância desidratação, doenças
aleitamento materno e da e/ou as preveníveis por infecciosas e parasitárias etc.);
alimentação complementar. vacinação (diarréias, IRA,
desidratação, doenças 8. Reforço da importância do
infecciosas e parasitárias etc.). cumprimento do calendário de
consultas como instrumento
para a promoção do estado
nutricional da criança.

6
Ações ESPECÍFICAS
Adolescentes Adultos Idosos
(para cada fase da > 5-9 anos
vida) (10-19 anos) (20-59 anos) (≥ 60 anos)

1. Acompanhamento da 1. Acompanhamento da 1. Acompanhamento da 1. Acompanhamento da


alimentação da criança; alimentação do adolescente; alimentação do adulto; alimentação do adulto;
2. Ações educativas para a 2. Ações educativas para a 2. Ações educativas sobre a 2. Acompanhamento das
prevenção das doenças mais prevenção das doenças mais prevenção das doenças mais mudanças fisiológicas e das
prevalentes associadas à prevalentes associadas à prevalentes associadas à condições de saúde do idoso
alimentação e nutrição; alimentação e nutrição; alimentação e nutrição; que possam interferir em
suas práticas alimentares;
3. Acompanhamento do 3. Acompanhamento 3. Orientação para prevenção
desenvolvimento e do crescimento e de doenças crônicas não 3. Ações educativas de
crescimento da criança; desenvolvimento do transmissíveis e adoção de valorização da alimentação
adolescente; modos de vida saudáveis. como espaço de convívio
4. Acompanhamento periódico
familiar e integração do
dos casos de sobrepeso, 4. Acompanhamento periódico
idoso à família e para
obesidade, baixo peso, dos casos de sobrepeso,
manutenção de sua
desnutrição e deficiências de obesidade, baixo peso,
identidade;
micronutrientes. desnutrição, anorexia
nervosa, bulimia nervosa 4. Ações educativas para
e outros transtornos prevenção das deficiências
alimentares. de micronutrientes e
de outras doenças mais
prevalentes associadas à
alimentação e nutrição nessa
fase da vida.

7
3.4 NÍVEL DE INTERVENÇÃO: ASSISTÊNCIA/TRATAMENTO/CUIDADO

SUJEITO DA ABORDAGEM: INDIVÍDUO


(Lócus de atenção: UBS, domicílios ou instituições/entidades/equipamentos sociais, públicos e privados, disponíveis na comunidade)
Ações UNIVERSAIS

Adolescentes Adultos Idosos


Gestantes 0-6 meses 7-24 meses 25-60 meses > 5-9 anos
(10-19 anos) (20-59 anos) (≥ 60 anos)
1. Atendimento nutricional individual, em ambulatório ou em domicilio;
2. Elaboração da prescrição dietética, com base no diagnóstico nutricional, adequando-a à evolução do estado nutricional;
3. Acompanhamento da evolução nutricional com registro no prontuário e no cartão de saúde;
4. Solicitação de exames complementares necessários à avaliação nutricional, à prescrição dietética e à evolução nutricional do usuário dos serviços ou programas,
quando pertinente;
5. Definição dos procedimentos complementares na assistência nutricional ao usuário, em interação com a equipe multiprofissional;
6. Encaminhamento dos usuários a outros profissionais habilitados, quando necessário, e considerando os protocolos adotados pelo serviço;
7. Referência dos usuários a outros estabelecimentos de atenção à saúde, visando à complementação do tratamento, sempre que necessário, e de acordo com os
protocolos do serviço;
8. Prescrição de suplementos nutricionais, bem como de alimentos para fins especiais, em conformidade com a legislação vigente e com as normas (diretrizes terapêuticas)
estabelecidas pelas Secretaria Estadual e Municipal de Saúde e Ministério da Saúde, quando necessários à complementação da dieta;
9. Orientação do usuário e de seus familiares/responsáveis, quanto às técnicas higiênicas e dietéticas, relativas à alimentação;
10. Avaliação da adesão do usuário ao tratamento dietoterápico;
11. Tratamento dos casos de anemia e de hipovitaminose A ou outras deficiências de micronutrientes;
12. Tratamento dietético com ênfase nos indivíduos com baixo peso, sobrepeso, portadores de doenças crônicas (diabetes, hipertensão arterial, osteoporose, dislipidemias,
obesidade) ou transtornos alimentares (anorexia, bulimia e compulsão alimentar);
13. Tratamento para recuperação/manutenção do estado nutricional;
14. Encaminhamento de usuários em risco de insegurança alimentar e nutricional para programas de assistência alimentar, de geração de renda ou outras alternativas de
proteção social, quando oportuno;
15. Acompanhamento intensivo dos casos de usuários com comprometimento nutricional grave e persistente.
16. Orientação alimentar e nutricional às pessoas vivendo com HIV/AIDS.

8
Ações ESPECÍFICAS
(para cada fase da vida)
Gestantes 0-6 meses 7-24 meses 25-60 meses

1. Orientação dietética 1. Orientação alimentar da mulher 1. Orientação da 1. Orientação da


adequada às diferentes durante o período da amamentação; introdução adequada alimentação da criança;
etapas do período de alimentos, segundo
gestacional; 2. Orientação, tratamento e realidade local e com 2. Tratamento de crianças
acompanhamento de nutrizes em ênfase no consumo de com alimentação
2. Orientação e vulnerabilidade nutricional: baixo alimentos regionais e inadequada com base
acompanhamento do peso, deficiência de micronutrientes no modo de preparo nas diretrizes nacionais
esquema alimentar da e/ou outras morbidades associadas dos alimentos; da alimentação
gestante; ao estado nutricional; saudável;
2. Tratamento de crianças
3. Orientação alimentar, 3. Ações de manutenção/recuperação com alimentação 3. Articulação com
tratamento e do estado nutricional e promoção do inadequada com base a creche/escola e
acompanhamento peso saudável da nutriz; nas diretrizes nacionais cuidadores para
das gestantes em da alimentação adequar a alimentação
vulnerabilidade 4. Orientação ou correção para da criança com estado
adequação das técnicas de complementar;
nutricional, de baixo nutricional inadequado;
peso ou com deficiência amamentação; 3. Articulação com creche
de micronutrientes e/ ou cuidador para 4. Tratamento das
5. Tratamento de problemas da mama diarréias, erros inatos
ou outras morbidades que interfiram na amamentação; adequar a alimentação
associadas ao estado da criança com estado de metabolismo e de
nutricional; 6. Ações e orientação para o nutricional inadequado; alergias alimentares
realeitamento, quando necessário; com base nos
4. Ações de manutenção/ 4. Tratamento das protocolos adotados
recuperação do estado 7. Orientação alimentar para o período diarréias, erros inatos pelo serviço.
nutricional e promoção de transição alimentar e alimentação de metabolismo e de
do peso saudável da complementar da criança; alergias alimentares
gestante; 8. Tratamento das diarréias, erros com base nos
inatos de metabolismo e de alergias protocolos adotados
5. Assistência específica e pelo serviço.
diferenciada às gestantes alimentares com base nos protocolos
adolescentes. adotados pelo serviço.

9
Ações ESPECÍFICAS Adolescentes Adultos Idosos
(para cada fase da vida)
> 5-9 anos
(10-19 anos) (20-59 anos) (≥ 60 anos)

1. Orientação da alimentação 1. Orientação alimentar do 1. Orientação da alimentação 1. Orientação alimentar


da criança; adolescente; dos adultos; adaptada às mudanças
fisiológicas e às condições
2. Tratamento de crianças com 2. Tratamento de adolescentes 2. Orientações para de saúde do idoso;
alimentação inadequada com alimentação recuperação e manutenção
com base nas diretrizes inadequada com base nas do peso saudável; 2. Tratamento dos idosos com
nacionais da alimentação diretrizes nacionais da alimentação inadequada
saudável; alimentação saudável; 3. Tratamento de homens e com base nas diretrizes
mulheres com alimentação nacionais da alimentação
3. Tratamento dos escolares 3. Tratamento alimentar inadequada com base nas saudável;
com baixo peso/ dos adolescentes com diretrizes nacionais da
desnutrição, sobrepeso/ baixo peso/desnutrição, alimentação saudável; 3. Tratamento alimentar dos
obesidade, em associação sobrepeso/obesidade ou idosos com baixo peso/
com o cuidado psicológico transtornos alimentares 4. Tratamento alimentar das desnutrição, sobrepeso/
e pediátrico; (anorexia nervosa, bulimia pessoas com baixo peso/ obesidade e outras doenças
nervosa, compulsão desnutrição, sobrepeso/ crônicas não transmissíveis;
4. Articulação com a escola alimentar e outros), em obesidade e outras
para adequar a alimentação associação com o cuidado morbidades associadas ao 4. Articulação com as
do escolar com estado psicológico e hebiátrico; estado nutricional. instituições e pessoas
nutricional inadequado. cuidadoras do idoso para
4. Articulação com a escola adequar a alimentação nos
para adequar a alimentação casos de estado nutricional
do adolescente com estado inadequado.
nutricional inadequado.

10
4. SUJEITO DA ABORDAGEM: FAMÍLIA

4.1 NÍVEL DE INTERVENÇÃO: DIAGNÓSTICO

SUJEITO DA ABORDAGEM: FAMÍLIA


Ações UNIVERSAIS

1. Identificação das famílias em vulnerabilidade nutricional (variáveis: renda e escolaridade, condições de saneamento e de moradia, número de filhos/
dependentes e características familiares: estrutura e dinâmica familiar, desagregação e caracterização da chefia familiar);
2. Identificação das características de consumo alimentar da família: produção, disponibilidade de alimentos, aquisição, consumo, distribuição intra-familiar,
preparo de alimentos, cultura alimentar, participação em programas de assistência alimentar;
3. Identificação das percepções, práticas alimentares aceitas e valores associados à alimentação da família e à alimentação da gestante, da nutriz, do pré-
escolar, do escolar, do adolescente, do adulto e do idoso;
4. Identificação de fatores associados ao comprometimento do estado nutricional das pessoas de quaisquer fases do curso da vida (gestantes, nutrizes,
crianças, adolescentes, adultos ou idosos);
5. Identificação das famílias com portadores de patologias e deficiências associadas à nutrição;
6. Identificação das famílias com gestantes em vulnerabilidade nutricional e/ou com adolescentes grávidas;
7. Identificação das percepções, práticas alimentares e valores associados à alimentação na gestação e durante o período da amamentação;
8. Identificação do comportamento familiar para reforço da atitude da mãe e familiares, em relação ao aleitamento materno e aos cuidados com a
criança;
9. Avaliação da relação da criança com a família e dos cuidados da família para com a criança;
10. Identificação do(s) responsável(eis) pelos cuidados com a criança (quem cuida da criança e quem é responsável pelo preparo e oferta dos alimentos);
11. Identificação das percepções, práticas alimentares e valores associados à alimentação da criança (fases da transição e de alimentação complementar);
12. Avaliação da relação do idoso com a família e dos cuidados da família para com o idoso;
13. Identificação do(s) responsável(eis) pelos cuidados com o idoso com algum grau de dependência (quem cuida do idoso e quem é responsável pelo
preparo e oferta de alimentos).

11
4.2 NÍVEL DE INTERVENÇÃO: PROMOÇÃO DA SAÚDE

SUJEITO DA ABORDAGEM: FAMÍLIA


(Lócus de atenção: Domicílio e/ou Núcleo Familiar)

Ações UNIVERSAIS

1. Promoção e realização de educação alimentar e nutricional com ênfase na Promoção da Alimentação Saudável;
2. Ações educativas para a valorização do consumo de alimentos regionais e, se pertinente, incentivo à produção doméstica de Frutas, Legumes e Verduras
(FLV);
3. Ações de valorização da alimentação como momento de convívio familiar;
4. Incentivo à adoção de práticas alimentares e modos de vida saudáveis no núcleo familiar/domicílio por todos os integrantes da família e de acordo com
a fase do curso de vida;
5. Orientações para valorização e apoio ao aleitamento materno;
6. Orientação a respeito da influência da alimentação da família na formação de hábitos alimentares saudáveis de crianças e adolescentes;
7. Desenvolvimento de ações para fortalecimento do vínculo criança-família no âmbito de sua relação com o estado nutricional;
8. Orientação para organização da estrutura de apoio familiar aos idosos e promoção da integração do idoso à família;
9. Desenvolvimento de ações de incentivo e apoio ao idoso para participação em grupos de convívio social (vizinhos, grupos de maior idade, atividades
lúdicas, etc).

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4.3 NÍVEL DE INTERVENÇÃO: PREVENÇÃO DE DOENÇAS

SUJEITO DA ABORDAGEM: FAMÍLIA


(Lócus de atenção: Domicílio e/ou Núcleo Familiar)
Ações UNIVERSAIS
1. Observação das dificuldades da família que possam interferir na saúde e nutrição das pessoas das famílias, de quaisquer fases do curso da vida;
2. Apoio à reorganização e reversão da situação de insegurança alimentar e nutricional da família;
3. Orientações básicas sobre higiene corporal e dos alimentos, saúde bucal, saneamento do domicílio e peridomicílio, com encaminhamento a estratégias de proteção
e inclusão social, quando oportuno;
4. Ações educativas de prevenção das deficiências de micronutrientes (ferro, ácido fólico, vitamina A, iodo e cálcio), da desnutrição e do baixo peso e dos transtornos
alimentares (anorexia, bulimia e outros);
5. Ações educativas de prevenção da deficiência de micronutrientes, do baixo peso e da obesidade na gestante, do diabetes gestacional, dos distúrbios hipertensivos
da gravidez e outros;
6. Ações educativas sobre as doenças mais prevalentes na infância (inclusive doenças infecciosas e parasitárias);
7. Ações educativas para o controle e a prevenção das doenças crônicas não transmissíveis (obesidade, diabetes, hipertensão arterial, osteoporose e outras) e para o
envelhecimento saudável;
8. Ações educativas para incentivo a alimentação saudável, adaptada para as condições fisiológicas e de saúde do idoso;
9. Participação das ações educativas para prevenção de doenças infecciosas e parasitárias e as DST-AIDS;
10. Orientação para organização do apoio familiar à mulher durante o período gestacional, puerperal e no período de amamentação;
11. Preparação da família, em especial o companheiro conjugal, para o aleitamento materno;
12. Observação das dificuldades da família em decorrência de alterações da dinâmica familiar devidas à presença do bebê;
13. Reforço e acompanhamento das orientações sobre a alimentação complementar da criança, com ênfase no esclarecimento de dúvidas existentes e condições
higiênicas de preparo e armazenamento dos alimentos oferecidos às crianças;
14. Esclarecimentos aos membros da família, em especial às pessoas mais velhas e que têm influência sobre a mulher, a respeito da introdução de alimentos complementares
no esquema alimentar da criança;
15. Observação das dificuldades da família que possam vir a interferir na saúde e nutrição do idoso, com ênfase naquelas relativas aos aspectos de integração/interação
do idoso à família, limitações físicas e/ou psíquicas;
16. Orientação para organização da estrutura de apoio familiar aos idosos com limitações físicas e/ou psíquicas;
17. Orientação para organização da estrutura de apoio familiar a pessoas portadoras de deficiências físicas e/ou psíquicas.

13
4.4 NÍVEL DE INTERVENÇÃO: ASSISTÊNCIA/CUIDADO

SUJEITO DA ABORDAGEM: FAMÍLIA


(Lócus de atenção: Domicílio e/ou Núcleo Familiar)
Ações UNIVERSAIS

1. Orientação e monitoramento, quando pertinente, dos procedimentos de preparo, manipulação, armazenamento, conservação e administração
da alimentação, considerando os hábitos e condições sociais da família, de modo a garantir a qualidade higiênico-sanitária e o aporte nutricional
adequado;
2. Encaminhamento de famílias em risco de insegurança alimentar e nutricional para atendimento em programas de assistência alimentar, de geração de
renda, inclusão social ou assistencial: programas de transferência de renda, estratégias ou ações locais de segurança alimentar e nutricional, de iniciativa
pública ou não (ONGs e instituições filantrópicas), ou outras alternativas de proteção social disponíveis;
3. Vigilância e apoio às famílias nas situações de desestruturação familiar (alcoolismo do pai ou mãe, abandono do lar), violência doméstica e abuso físico,
sexual, psicológico (casos suspeitos ou confirmados), exploração do trabalho infantil, situação de abandono, buscando articulação e encaminhamento
para setores públicos que tenham competência para solucionar essas dificuldades;
4. Encaminhamento para confirmação do diagnóstico e tratamento dos indivíduos de quaisquer fases do curso da vida que apresentem vulnerabilidade
de deficiência de micronutrientes, desnutrição, sobrepeso ou doenças crônicas não transmissíveis e outras morbidades associadas ao estado nutricional
(distúrbios nutricionais e transtornos alimentares);
5. Orientação e apoio para a adequação da situação alimentar da família;
6. Acompanhamento e assistência específica a famílias em vulnerabilidade nutricional;
7. Orientação para a organização do apoio familiar nos casos de membros portadores de distúrbios nutricionais e/ou transtornos alimentares;
8. Orientação para a organização do apoio familiar ao indivíduo com limitações psíquicas e/ou físicas e idosos com algum grau de dependência que
tenham impacto na alimentação;
9. Orientação para a organização do apoio familiar à gestante, em especial à gestante adolescente;
10. Orientação para a organização do apoio familiar à mãe para contribuir com a prática da amamentação e com os cuidados com a criança;
11. Intensificação da assistência às famílias com casos de distúrbios e transtornos alimentares e outras morbidades associadas ao estado nutricional;
12. Intensificação das visitas às famílias com pessoas com desnutrição, anemia e/ou limitações físicas e/ou psíquicas que interfiram na alimentação.

14
5. SUJEITO DA ABORDAGEM: COMUNIDADE

5.1 NÍVEL DE INTERVENÇÃO: DIAGNÓSTICO

SUJEITO DA ABORDAGEM: COMUNIDADE


Ações UNIVERSAIS

1. Mapeamento das áreas de risco de insegurança alimentar e nutricional (favelas, ocupações urbanas e rurais, áreas rurais e urbanas vulneráveis);
2. Identificação de grupos na comunidade com maior vulnerabilidade à saúde e nutrição (agricultura de subsistência, áreas de extrativismo sazonal, povos
indígenas, populações tradicionais, desempregados, subempregados etc);
3. Identificação das estratégias de segurança alimentar e nutricional disponíveis na comunidade (produção e disponibilidade de alimentos; rede de
apoio alimentar, geração de emprego e renda e programas sociais);
4. Identificação das características da comunidade tais como condições de saneamento (água, esgoto, lixo), infraestrutura de abastecimento de alimentos,
comércio e preços dos alimentos, renda e empregos, cultura alimentar predominante, lideranças locais e levantamento dos principais problemas da
comunidade;
5. Identificação da estrutura e da disponibilidade de serviços de saúde, educação (escolas e creches), centros profissionalizantes, culturais ou de socialização
e centros de apoio/assistência social à população ou a segmento populacional em situação de vulnerabilidade social/exclusão disponíveis no local;
6. Identificação de determinantes ambientais e econômicos na comunidade que podem afetar o estado nutricional e a saúde dos moradores de quaisquer
fases do curso da vida;
7. Coleta, consolidação, análise e avaliação dos dados de vigilância alimentar e nutricional da população;
8. Identificação d a relação de integração dos serviços de saúde com as escolas e outros equipamentos sociais da comunidade;
9. Identificação da estrutura comunitária de apoio aos cuidados com a criança e com as gestantes (creches, escolas, associações, grupos de mulheres,
casas-abrigo, casas-lares, conselhos tutelares);
10. Identificação da estrutura comunitária de apoio à prática de amamentação (creches, escolas, associações, sindicatos patronais e de trabalhadores, grupos
de mulheres);
11. Identificação da estrutura comunitária de apoio às famílias com idosos em vulnerabilidade nutricional (centros de convivência de idosos, clubes,
associações, grupos da terceira idade, casas de repouso e acolhimento de idosos, grupos de mulheres).

15
5.2 NÍVEL DE INTERVENÇÃO: PROMOÇÃO DA SAÚDE

SUJEITO DA ABORDAGEM: COMUNIDADE


(Lócus de atuação: Associações, Instituições e demais Equipamentos Sociais, públicos e privados, disponíveis na comunidade)

Ações UNIVERSAIS

1. Promoção da alimentação saudável e de ações de educação alimentar e nutricional em espaços comunitários;


2. Promoção das boas práticas de higiene e manipulação dos alimentos colocados para consumo na comunidade (comercialização e manipulação/oferta
de alimentos preparados) e saneamento do ambiente e articulação com a vigilância em saúde local para intensificação de ações de controle sanitário;
3. Valorização e estímulo para a produção, comercialização e consumo de alimentos regionais saudáveis;
4. Estímulo à utilização de alimentos regionais saudáveis na alimentação da comunidade (nas casas e nas instituições);
5. Ações educativas na escola, creches e outros equipamentos sociais para fomentar hábitos alimentares adequados;
6. Discussão com a comunidade sobre os determinantes do estado nutricional de seus integrantes;
7. Discussão com a comunidade sobre segurança alimentar e nutricional e Direito Humano à Alimentação Adequada;
8. Incentivo e estratégias de apoio comunitário à prática do aleitamento materno;
9. Divulgação das orientações para a introdução de alimentos complementares no esquema alimentar da criança, identificando estratégias locais de
comunicação e informação;
10. Orientação para introdução de alimentação complementar segundo a cultura alimentar local, nas instituições e equipamentos sociais que acolhem e
cuidam de crianças da comunidade;
11. Fomento à formação de grupos comunitários para discussão e esclarecimentos sobre os problemas de saúde e ações de proteção e inclusão social
disponíveis;
12. Desenvolvimento de ações para promover ambientes saudáveis em espaços comunitários como escolas, locais de trabalho, creches etc.
13. Promoção da integração do idoso à comunidade.

16
5.3 NÍVEL DE INTERVENÇÃO: PREVENÇÃO DE DOENÇAS

SUJEITO DA ABORDAGEM: COMUNIDADE


(Lócus de atuação: associações, Instituições e demais equipamentos sociais, públicos e privados, disponíveis na comunidade)

Ações UNIVERSAIS

1. Ações educativas de prevenção das deficiências de micronutrientes (ferro, ácido fólico, vitamina A, iodo e cálcio), da desnutrição e do baixo peso e dos
transtornos alimentares (anorexia, bulimia e outros);
2. Ações educativas sobre as doenças mais prevalentes na infância (inclusive doenças infecciosas e parasitárias);
3. Ações educativas para o controle e a prevenção das doenças crônicas não transmissíveis (obesidade, diabetes, hipertensão arterial, osteoporose e
outras) e para o envelhecimento saudável;
4. Ações educativas para incentivo a alimentação saudável, adaptada para as condições fisiológicas e de saúde dos idosos;
5. Ações educativas sobre cuidados com a manipulação de alimentos, higiene corporal e bucal e saneamento ambiental;
6. Divulgação e reforço das orientações sobre alimentação infantil e higiene na manipulação dos alimentos;
7. Divulgação de orientações sobre alimentação do escolar e do adolescente, e sobre o comportamento alimentar com ênfase na prevenção dos distúrbios
alimentares e da obesidade nos espaços de convívio desses grupos na comunidade;
8. Associação com instituições, escolas e Organizações Não Governamentais para desenvolvimento de ações educativas em alimentação e nutrição.

17
5.4 NÍVEL DE INTERVENÇÃO: ASSISTÊNCIA/CUIDADO

SUJEITO DA ABORDAGEM: COMUNIDADE


(Lócus de atuação: associações, instituições e demais equipamentos sociais, públicos e privados, disponíveis na comunidade)

Ações UNIVERSAIS

1. Acompanhamento e apoio comunitário aos grupos de elevada vulnerabilidade social (gestantes carentes, gestantes adolescentes, agricultores sem terra,
povos indígenas, populações tradicionais, população residente em áreas de risco de insegurança alimentar e nutricional, desempregados, população
albergada etc.);
2. Fortalecimento das estratégias locais de segurança alimentar e nutricional com priorização das famílias e de pessoas em quaisquer fases do curso da
vida que estejam em situação de vulnerabilidade;
3. Orientação da rede de apoio e de ambiente social para acolhimento e cuidado às famílias e às pessoas em vulnerabilidade nutricional ou com casos de
deficiências de micronutrientes e morbidades associadas ao estado nutricional;
4. Estímulo à inclusão de alimentos saudáveis nos programas e ações de assistência alimentar disponíveis na comunidade, com ênfase nos regionais
produzidos localmente;
5. Estímulo à participação organizada da comunidade nos conselhos de controle social;
6. Busca ativa casos/pessoas de maior vulnerabilidade nutricional;

18
19

Referências

1. Brasil. Ministério da Saúde. Evolução da Cobertura Populacional (%) de ACS, PSF e ESB. Brasil.,
agosto/200. Ministério da Saúde, 2008a. Disponível em http://dtr2004.saude.gov.br/dab/abnumeros.php,
acessado em 03 de outubro de 2008.

2. Brasil. Ministério da Saúde. Desempenho da Atenção Básica e da Saúde da Família Brasil. Ministério
da Saúde, 2008b. Disponível em http://dtr2004.saude.gov.br/dab/atencaobasica.php#desempenho,
acessado em 03 de outubro de 2008.

3. Brasil. Ministério da Saúde. Departamento de Atenção Básica. Gestão da Atenção Básica - Como
organizar um sistema de saúde liderado pela Atenção Básica/ Saúde da Família. Revista da Saúde da Família
2007; 14: 9-18.

4. Brasil. Conselho Nacional dos Secretários de Saúde. A Gestão Administrativa e Financeira do SUS.
Conselho Nacional dos Secretários de Saúde. Brasília: CONASS, 2007 (Coleção Progestores – para entender
a gestão do SUS, 2).

5. Brasil. Ministério da Saúde. Glossário do Ministério da Saúde. Projeto de Terminologia em Saúde


(Série F. Comunicação e Educação em Saúde). Brasília, 2004. Disponível em http://bsvms.saude.gov.br/
bsv/publicacoes/glossario-ms.pdf , acessado em 04 de outubro de 2008)

6. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção á Saúde. Departamento de Atenção Básica.


Política Nacional de Alimentação e Nutrição 2ª. Ed. Ver. Brasília: Ministério da Saúde, 2003.

7. Conselho Federal de Nutricionistas. Resolução CFN n° 380/2005. Dispõe sobre a definição das áreas
de atuação do nutricionista e suas atribuições, estabelece parâmetros numéricos de referência, por área de
atuação, e dá outras providências., 2005.

8. Conselho Federal de Nutricionistas. Resolução 417/2008. Dispõe sobre procedimentos nutricionais


para atuação dos nutricionistas e dá outras providências. CFN, 2008.

9. Leavell HR, Clark EG. Medicina Preventiva. São Paulo, MacGraw-Hill do Brasil, 1976.

10. Lefèvre, F., Lefèvre, AMC. Promoção de Saúde: a negação da negação. Rio de Janeiro: Vieire & Lent,
2007.
20

Glossário

Articulação ou parceria interinstitucional: refere-se às relações internas ao setor saúde, como aquelas
entre áreas programáticas, entre a rede de serviços de diferentes níveis de complexidades, entre as unidades
de saúde de uma determinada área do município etc.

Articulação ou parceria intersetorial: refere-se à relação do setor saúde com outros setores, cujas ações
têm impacto direito e indireto no quadro sanitário (educação, trabalho, agricultura, proteção social,
segurança alimentar e nutricional, entre outros).

Direito Humano à Alimentação Adequada: O direito humano à alimentação adequada se realiza quando
todo homem, mulher e criança, sozinho ou em comunidade com outros, tem acesso físico e econômico,
ininterruptamente, a uma alimentação adequada ou aos meios necessários para sua obtenção. ( Fonte:
Comentário Geral n. 12 O direito humano à alimentação (art.11). Comitê de Direitos Econômicos, Sociais e
Culturais do Alto Comissariado de Direitos Humanos/ONU - 1999.)

Educação Alimentar e Nutricional: procedimento realizado pelo nutricionista por meio de diferentes
métodos educacionais, junto a indivíduos, a famílias, a comunidades ou aos grupos populacionais que
a integram, considerando as interações e significados que compõem o fenômeno do comportamento
alimentar, para aconselhar mudanças necessárias para uma readequação ou reforço dos hábitos alimentares
saudáveis, visando à melhoria da qualidade de vida (Fonte: Res. 417/2008, do CFN, com adaptações).

Equipamentos sociais: constituídos de tipos de estrutura física de serviços disponíveis no município ou


em uma determinada área geográfica – por exemplo, aquela coberta por uma determinada unidade de
saúde - que sirvam ao atendimento da população. Esses equipamentos tanto podem ser governamentais
(escolas, creches, rede de saúde, entidades de acolhimento social mantidas pelo pode público), como
podem ser entidades não governamentais (religiosas, laicas, filantrópicas), ou privadas (comércio local,
escolas, creches privadas etc). São alguns exemplos:

Estruturas de apoio à prática de amamentação e de apoio aos cuidados com a criança (creches, escolas,
associações, sindicatos patronais e de trabalhadores, grupos de mulheres);
Serviços de saúde, educação (creches, brinquedotecas, escolas) e de assistência social;
Grupos de auto-ajuda para portadores de distúrbios de saúde associados a práticas alimentares
inadequadas ou comportamentos de risco para a saúde;
Compra de alimentos para o Programa Nacional de Alimentação Escolar articulada com as estratégias de
fortalecimento da agricultura familiar no município;
Atividades de capacitação e qualificação profissional para jovens e adultos;
Estratégias e ações de segurança alimentar disponíveis na comunidade (assentamentos da reforma
agrária, produção e disponibilidade de alimentos, geração de emprego e renda, distribuição de alimentos,
suplementação alimentar etc);
Rede de comércio varejista/atacadista do setor alimentar;
Indústria de produção/beneficiamento/distribuição de alimentos (inclusive produção caseira).

Orientação alimentar e nutricional: conjunto de informações que visam ao esclarecimento dos pacientes
ou usuários do SUS objetivando a promoção da saúde, a prevenção e a recuperação de doenças e agravos
nutricionais e/ou informar ou dirimir dúvidas sobre alimentação e nutrição. (Fonte: Res. 417/2008, do CFN,
com adaptações)
21
Promoção da Alimentação Saudável: engloba as ações e atividades que visam melhorar ou adequar
o padrão alimentar e promover hábitos alimentares saudáveis de indivíduos, famílias ou comunidades.
Alerte-se que o temo adotado na matriz vem sempre com as suas iniciais maiúsculas por que se refere e
se fundamenta nos princípios, atributos e diretrizes consolidadas nos guias alimentares oficiais para o
Brasil: Guia Alimentar da Criança Menor de 2 anos e Guia Alimentar para a População Brasileira.

Segurança Alimentar e Nutricional: consiste na realização do direito de todos ao acesso regular e


permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem comprometer o acesso a outras
necessidades essenciais, tendo como base práticas alimentares promotoras de saúde que respeitem a
diversidade cultural e que sejam ambiental, cultural, econômica e socialmente sustentáveis. (Fonte: art. 3º
da Lei 11.346 de 15 de setembro de 2006 – Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional LOSAN)
22
ANEXO – Relação de legislação e documentos de apoio para o desenvolvimento das ações de
alimentação e nutrição

Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1999: Lei Orgânica do SUS.


Lei nº 11.346, de 15 de setembro de 2006: Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional
(LOSAN).
Portaria nº 710, de 10 de junho de 1999: Aprova a Política Nacional de Alimentação e Nutrição
(PNAN).
Portaria nº 2.246, de 18 de outubro de 2004: institui e divulga as orientações básicas para a
implementação das ações de vigilância alimentar e nutricional no âmbito das ações básicas de
saúde no Sistema Único de Saúde – SUS.
Portaria Interministerial nº 2.509, de 18 de novembro de 2004: dispõe sobre as atribuições e normas
para a oferta e o monitoramento das ações de saúde relativas às condicionalidades das famílias
beneficiárias do Programa Bolsa Família.
Portaria nº 2.608/ GM, de 28 de dezembro de 2005: define recursos financeiros da vigilância em saúde
para incentivar a estruturação de ações de vigilância e prevenção de doenças e de agravos não-
transmissíveis por parte das Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde das capitais brasileiras.
Portaria nº 399/ GM, de 22 de fevereiro de 2006: contempla o Pacto firmado entre os gestores do
SUS, em suas três dimensões: pela Vida, em Defesa do SUS e de Gestão.
Portaria nº 648/ GM, de 28 de março de 2006: aprova a Política Nacional de Atenção Básica.
Portaria Interministerial nº 1.010, de 08 de maio de 2006: institui as diretrizes para a promoção da
alimentação saudável nas escolas
Portaria nº 687 MS/GM, de 30 de março de 2006: aprova a Política Nacional de Promoção da
Saúde.
Portaria nº 1.097, de 22 de maio de 2006: dispõe sobre as Diretrizes para a Programação Pactuada
e Integrada da Assistência em Saúde.
Portaria nº 154, de 24 de janeiro de 2008: cria os Núcleos de Apoio à Saúde da Família.
Manual de Atendimento da Criança com Desnutrição Grave em Nível Hospitalar
Guia alimentar para crianças menores de 2 anos
Guia Alimentar para a População Brasileira – Promovendo a Alimentação Saudável
Caderno de Atenção Básica - Obesidade
Caderno de Atenção Básica - Carências por micronutrientes
Manual do Agente Comunitário de Saúde em alimentação e nutrição
Manual de orientações sobre o Bolsa Família na Saúde
Alimentos Regionais Brasileiros
Manual Técnico e Operacional do Pró-Iodo
Política Nacional de Alimentação e Nutrição
Manual “Orientações básicas para a coleta, processamento, análise de dados e informação em
serviços de saúde - SISVAN”

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