Tipologia Linguistica
Tipologia Linguistica
Tipologia Linguistica
No prefácio à reedição desse livro, datada de 2005, Martin Haspelmath, um dos grandes
tipologistas da atualidade, avalia a obra como uma das pedras preciosas da linguística do século
XX (“one of the true gems of 20th century linguistics”), apesar de ter apenas 89 páginas. Nela
Greenberg retoma e aprofunda a ideia de que em cada par de oposições, como surdo vs sonoro,
ou singular vs plural, um elemento é o não marcado. Se na linguística de Praga (de Trubetzkoy e
Jakobson) essa assimetria era considerada como parte de línguas sincrônicas específicas,
Greenberg enfatizou os aspectos universais dos fatores substantivos da fonética, da semântica,
do uso da língua e da mudança linguística como parte de seu quadro explicativo.
Haspelmath cogita que esse livro não teve o mesmo impacto que o artigo "Some
universals of language with particular reference to the order of meaningful elements" porque o
artigo tratava de sintaxe, enquanto que o livro tratava de fonologia, morfologia e termos de
parentesco, enquanto nos anos 60 e 70 a linguística estava “obcecada com a sintaxe e sua
relação com a semântica”. Ainda de acordo com ele, nessa época a morfologia não era um tema
que repercutia, e a fonologia tinha que ser feita no quadro de Chomsky & Halle (1968), que não
se preocupava em realmente explicar os padrões fonológicos relacionando-os a fatores
fonéticos.
2) Song, J.J. (org.) (2011). The Oxford Handbook of Linguistic Typology. Oxford: Oxford
University Press.
3) Dryer, M. & Haspelmath, M. (orgs.). 2011. The World Atlas of Language Structures
Online. München: MPDL.
Foi publicado primeiramente como livro com CD-ROM em 2005 e desde 2008 está
disponível online. A segunda edição online data de 2011. Em 2013 foram corrigidos alguns
erros principalmente nos capítulos 1 e 3. Atualmente não há mais novas edições, mas o site é
continuamente atualizado e traz informações sobre a atualização. É fundamental para se ter uma
ideia do trabalho tipológico que tem sido feito nos últimos anos. Reúne uma quantidade
impressionante de informações sobre línguas do mundo inteiro. Tem 144 capítulos que tratam
de temas de fonologia, morfologia, sintaxe, léxico e outros temas. Está acessível online no
endereço http://wals.info/
O WALS online contém quase 200 verbetes em 144 capítulos, já que alguns têm
subdivisões. O capítulo 144, sobre a negação, contém 25 verbetes. Há capítulos de fonologia, de
morfologia geral, categorias nominais, sintaxe nominal, categorias verbais, ordem vocabular,
orações simples, períodos complexos, léxico, línguas de sinais, outros temas (sistemas de escrita
e uso paralinguístico de cliques), e negação. Há 19 capítulos de fonologia, 10 de morfologia
geral, 28 sobre categorias nominais, 7 sobre sintaxe nominal, 16 sobre categorias verbais, 17
sobre ordem vocabular, 24 sobre orações simples, 7 sobre períodos complexos, 10 sobre o
léxico, 2 sobre línguas de sinais, 2 sobre outros temas (sistemas de escrita e uso paralinguístico
de cliques), e ao final 2 sobre negação.
Uma característica extraordinária da edição online é a possibilidade de ver mapas de todos
capítulos, os quais mostram a distribuição dos tipos de línguas pelo globo com relação aos
fenômenos tratados no capítulo.
4) Moravcsik, Edith (2013). Introducing Language Typology. Cambridge: Cambridge
University Press.
8) Shopen, Timothy (org.) (2007). Language Typology and Syntactic Description. 3 Vols. 2a
ed. Cambridge University Press.
9) Comrie, Bernard (1989). Language universals and linguistic typology: Syntax and
morphology. 2a. ed. Oxford: Blackwell.
Livro clássico sobre universais, que começa discutindo em detalhe e contrastando duas
abordagens bem diferentes: a gerativista e a tipológica. Ainda no primeiro capítulo, Comrie trata
dos tipos de universais e dos tipos de explicação propostas para os universais. No segundo
capítulo, intitulado Typology, ele argumenta que é impossível dissociar o estudo dos universais e
o estudo da diversidade linguística. Discute também a existência de parâmetros relevantes e
outros irrelevantes para a classificação tipológica. Discute a tipologia morfológica tradicional
iniciada por Schlegel e apresenta como alternativa melhor a que opõe línguas analíticas a
sintéticas e considera também o grau de fusão dos morfemas. No final do capítulo discute outros
parâmetros morfológicos, como o de marcação do núcleo vs. marcação do dependente.
O cap. 3 fala dos pré-requisitos teóricos, que são: papéis semânticos, papéis
pragmáticos, relações (ou funções) gramaticais e caso morfológico.
Os seis capítulos seguintes tratam de temas específicos em tipologia: ordem de
constituintes, sujeito, marcação de caso, orações relativas, construções causativas e
animacidade. O penúltimo capítulo relaciona tipologia e linguística histórica, e o último traz a
conclusão e perspectivas.
10) Maddieson, Ian (1984). Patterns of Sounds. Cambridge University Press.