2.ºteste de História A - 11.ºano

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- Resumos para o 2.ºteste de avaliação de História A_ 11.

ºano -

Absolutismo Joanino
Centralização do poder político, caracterizadora do reinado de D. João V, que esteve na
origem das repressões às revoltas clericais de 1736-1739 e às dos nobres, de 1728, entre
outras.
Uma das características do governo de D. João V sempre foi a proclamação da sua
intenção de manter as leis e os costumes tradicionais - apesar de tomar decisões sem
consultar as cortes, como aconteceu com o aumento dos impostos em 1706 e 1712. Na
realidade, o monopólio da atribuição de privilégios e benfeitorias, que abundavam no
apogeu do comércio do ouro e dos diamantes brasileiros e que o rei distribuía a seu bel-
prazer, encontrava-se nas suas mãos. O poder absoluto e autoritário de D. João V
estendia-se por todas as possessões ultramarinas portuguesas, e o seu principal objetivo
era exercer um governo mais produtivo e eficaz, controlado rigorosamente para que não
houvesse perda indevida de riqueza.
Por essa altura, prevalecia uma corrente europeia que preconizava o absolutismo do
monarca reinante como característica óbvia da origem divina do poder régio: se o rei se
sentava no trono era pela vontade de Deus, sendo-lhe, por esta razão, devida a
obediência. O fausto que acompanhava o rei reforçava esta ideia, materializando-se não
só nos trajes e carruagens como na decoração dos edifícios encomendados, forrados a
talha dourada, pintura e pedras nobres, nos especiosos e exóticos banquetes e na
arquitetura efémera, criada para ocasiões especiais.
A centralização política do absolutismo, contudo, não foi suportada pela devida
reestruturação dos organismos executivos, o que originou um profundo desequilíbrio. A
verdade é que esta reforma foi iniciada uns anos antes da morte do rei, sobretudo no
sentido de restaurar a disciplina das ordens regulares e reformar a capitação e as
Secretarias de Estado; o falecimento de D. João V, contudo, interrompeu a sua
progressão. D. José I, seu filho e herdeiro da Coroa, reforçaria o absolutismo
monárquico, raiando, por vezes, o despotismo integral e intolerante através de medidas
radicais contra os que se opunham ao reforço do poder régio.
Sociedade e poder em Portugal
Preponderância da nobreza mercantilizada e fundiária
Quando, no século XVI, se pensava que a expansão ultramarina e consequente
mercantilização da economia portuguesa viria a provocar o crescimento de uma
burguesia de negócios dinâmica e empreendedora, verificou-se que o novo quadro
político e económico constituiu mais um instrumento a que os monarcas recorreram
para reforçar a posição social das ordens privilegiadas.
Já no seculo XVII, o contexto da Restauração da Independência viria proporcionar
um novo alento ao reforço do papel político da nobreza. Na realidade, com D. João,
duque de Bragança, à cabeça, foi a fragilizada nobreza nacionalista portuguesa que se
ergueu contra o rei Espanhol e levou a cabo o movimento que haveria de restaurar a
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independência do reino. Seguir-se-iam 28 longos anos de estado de guerra com a


Espanha (1640-1668) e de afirmação internacional da legitimidade do rei aclamado
como D. João IV.
• O desempenho de cargos na administração ultramarina
A descoberta de novas terras e a sua exploração originaram a instituição de novos
cargos ligados à administração dos territórios ultramarinos. Capitão-donatário,
governador, capitão de fortaleza ou de entreposto comercial, comandante de armada e
patentes militares são alguns dos novos cargos que a Coroa vai distribuir pela nobreza
que, à exclusividade das funções na administração do reino, junta agora as importantes
funções na administração do Império. Associados a estes cargos estavam
inevitavelmente novos títulos e novas honras que se traduziam em novas doações e
novas tenças como forma de pagamento de serviços.
Mas o desempenho de funções na administração ultramarina abria também aos seus
titulares as portas à participação privilegiada, lícita ou ilícita, nos negócios ultramarinos.
• O cavaleiro-mercador
Bem posicionada na administração do Império, a fidalguia portuguesa junta
rendimentos que tira da terra, dos cargos que exerce e das dádivas reais, àquelas que
provêm do comércio. Por todo o Império, os nobres enriquecem à custa das sedas da
China, da canela de Ceilão, dos escravos da Guiné ou do açúcar do Brasil. Fruto destas
atividades, a nobreza mercantiliza-se, dando origem a um tipo social específico: o
cavaleiro-mercador. O cavaleiro-mercador, é um aristocrata típico da sociedade
portuguesa que participa ativamente no comercio de produtos colonias, desde a costa
africana até aos remotos mercados orientais. Através das quintaladas ou do investimento
direto nas naus da carreira da Índia, os nobres portugueses intervêm em tudo o que
prometia ser negócio lucrativo. Deste modo, boa parte dos lucros do comercio marítimo
português não frutificava nem contribuía para o desenvolvimento de uma burguesia
enriquecida e enérgica. Pelo contrário, no nosso país a burguesia teve sérias dificuldades
em se afirmar, atrofiada pelo protagonismo excessivo da coroa e da nobreza. Só na
segunda metade do século
XVIII, em grande parte devido á atuação do Marquês de Pombal, a burguesia
portuguesa
adquiriu um peso significativo na ação política e económica do reino.
Muitos foram os entraves que impediram a afirmação da burguesia e que provocaram
a sua atrofia ao longo do século XVI:
- o monopólio régio da expansão ultramarina;
- a concorrência;
- o poder político e militar da nobreza;
- a concorrência dos mercados estrangeiros;
- a ação da Inquisição;
- o carácter conservador da burguesia portuguesa.
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• Criação do aparelho burocrático do Estado absoluto


Com o objetivo de assegurar uma governação centralizada, mas competente, no
respeito pelos usos e costumes do reino, e justa, no interesse dos súbditos, os monarcas
portugueses foram-se rodeando de um conjunto de instituições, umas novas, outras
reformadas, que sob sua direta e superior tutela política, foram tomando o lugar dos
tradicionais órgãos consultivos. Efetivamente, as Cortes, o órgão consultivo por
excelência, desde os primeiros tempos da monarquia, foram perdendo importância no
século XVII, acabando por ser convocadas por D.Pedro II, pela última vez, em 1697-98.
Em seu lugar, ganharam importância política complexos órgãos administrativos
constituídos por altos e zelosos burocratas, cuidadosamente selecionados pelos
monarcas, em prejuízo dos velhos quadros de nomeação vitalícia que constituíam um
estorvo ao exercício absoluto da
autoridade régia:
- o Conselho de Estado, existia desde 1563, constituído por membros da alta nobreza
e do alto clero em que o rei depositava extrema confiança. Em 1643, foi reestruturado e
organizado em varias Secretarias de Estado, que assessoravam o rei em todos os
assuntos de política interna e externa;
- o Conselho de Guerra, uma instituição nova, criada na conjuntura da Guerra da
Restauração (1641-1668) para prover em todos os assuntos de carácter logístico e
jurisdicional
relativos ao exército;
- o Conselho Ultramarino, uma instituição renovada a partir do Conselho da Índia,
criado durante a dominação filipina. Como o nome sugere, era um órgão voltado
exclusivamente para a administração colonial.
- a Junta dos Três Estados, instituída e regulada nas Cortes de 1641, para administrar os
impostos nelas consignadas à defesa do reino.
O exercício da justiça, tradicionalmente considerado como primeira atribuição do rei,
passou por profundas reformas no sentido de reforçar a autoridade judicial do monarca,
alargar a sua área de intervenção e limitar liberdades e privilégios judiciais.
Em conformidade, as velhas instituições judiciais, Casa da Suplicação, Tribunal do
Desembargo do Paço, Tribunal da Relação e Casa do Porto, Mesa da Consciência e
Ordens viram os seus quadros renovados e substituídos por juristas de formação
moderna fiéis servidores do poder régio que assim passa a exercer o poder judicial com
maior eficácia.
O Tribunal do Santo Oficio, instituído para julgar os desvios à tradição religiosa cristã
católica, manteve-se independente do poder e dos outros tribunais.

Reforço das economias nacionais e tentativas de controlo do comércio


A magnificência dos monarcas absolutos, o reforço do corpo administrativo e a
necessidade de apetrechamento de um poderoso aparelho militar exigiam ao Estado
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quantias difíceis de obter, sobretudo nos tempos de crise económica que marcaram o
século XVII. A solução para as dificuldades financeiras do Estado absoluto foi
procurada na argumentação das atividades económicas, no sentido de reforçar as
economias nacionais, segundo o princípio de que um Estado será politicamente, tanto
mais forte e poderoso quanto mais forte e poderosa for a sua situação financeira.
• O reforço das economias nacionais – o mercantilismo
A teoria económica que identificava a força e o poder de um Estado com o seu
nível de riqueza traduzido pela abundância de metais preciosos acumulados nos seus
cofres ficou conhecida por mercantilismo.
Convictos defensores do nacionalismo económico, os economistas mercantilistas
defendem que para um Estado conseguir acumular grandes quantidades de metais
preciosos nos seus cofres deve implementar um rigoroso protecionismo económico,
traduzido:
- no fomento da produção industrial, com vista a promover a autossuficiência
do país bem como a exportação de produtos manufaturados;
- na revisão das tarifas alfandegárias, sobrecarregando os produtos estrangeiros
e aliviando as taxas que pesavam sobre as exportações nacionais, de modo a torna-las
mais competitivas;
- no incremento e reorganização do comércio externo, de forma a proporcionar
mercados de abastecimento de matérias-primas e de colocação dos produtos
manufaturados.
Os maiores exemplos de aplicação das teorias mercantilistas às suas economias
foi conseguido pela Inglaterra, que adotou um mercantilismo marítimo e comercial, e
pela França, que privilegiou o mercantilismo continental e manufatureiro.

O mercantilismo na Inglaterra
Depois de muitas opiniões sobre a necessidade de limitar as importações,
nomeadamente de produtos originários das Províncias Unidas, e de fomentar as
atividades comerciais marítimas, foi Oliver Cromwell (1599-1658) que pôs em prática
uma política de ataque sistemático aos interesses comerciais e marítimos dos
holandeses.
• Os Atos de Navegação
Tratou-se de um conjunto de leis que tinham por fim promover o potencial marítimo
da Inglaterra e eliminar a intermediação holandesa no comércio internacional.
A primeira, em 1651, proibia os navios estrangeiros de transportar para Inglaterra
mercadorias que não tivessem origem nos seus próprios países.
Mais tarde, outras medidas reservavam o tráfego com as colónias inglesas a navios
ingleses, não só de produtos próprios, mas também de outros países que não tivessem
capacidade para os transportar.
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Em 1653, o exclusivo colonial era levado ao extremo com a obrigação imposta aos
colonos ingleses de comprarem unicamente na Inglaterra os produtos de que
necessitavam e a transportá-los em barcos ingleses.
Assim destruída a concorrência holandesa, a frota mercante inglesa não encontrou
entraves ao seu crescimento, tanto mais que os Atos de Navegação foram
complementados por uma política de expansão territorial, sobretudo na América do
Norte e nas Antilhas.
O setor comercial foi ainda reforçado com a criação de grandes companhias de
comércio, às quais se concederam numerosos monopólios. A mais célebre e bem-
sucedida foi, sem dúvida, a Companhia das Índias Orientais.
O sucesso do mercantilismo Inglês
A Inglaterra desenvolveu um mercantilismo nacional, encarado pela população
como uma questão de lua contra a hegemonia económica das Províncias Unidas,
granjeando o apoio de todos os setores económicos.
Mas o mercantilismo inglês deveu muito do seu êxito ao pragmatismo com que
foi implementado. O Governo inglês soube conciliar os interesses dos mercadores com
os interesses nacionais. Fortaleceu economicamente a Inglaterra sem privar os
mercadores da necessária liberdade de intervenção no desenvolvimento agrícola e
manufatureiro e, sobretudo, no comercio marítimo que privilegiou.
Em consequência deste avanço no mar, a Inglaterra, na segunda metade do seculo
XVII, afirma-se já como primeira potência marítima e Londres afirma-se como a
capital financeira do mundo.

O mercantilismo na França
Foi em França que as doutrinas mercantilistas foram praticadas no seu extremo rigor.
Embora muitas medidas e iniciativas protecionistas já tivessem sido tomadas
anteriormente, coube a Colbert (1619-1683), Inspetor-Geral das Finanças de Luís XIV,
a adoção das medidas mais características do mercantilismo, também com o objetivo de
eliminar a dependência económica da França em relação á Holanda.
O mercantilismo de Colbert (colbertismo) assentou predominantemente no
desenvolvimento das manufaturas, mas a França também não descurou o comércio
marítimo e a colonização de áreas ultramarinas.
O surto manufatureiro
O surto manufatureiro foi a principal preocupação de Colbert ao adotar as seguintes
medidas protecionistas:
- estabelecimento de entraves à importação de produtos manufatureiros e
proibição da importação de artigos de luxo;
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- fomento das exportações;


- incremento da produção manufatureira nacional;
- controlo rigoroso da qualidade dos produtos;
- implementação de uma política de preços baixos;
- total abertura das fronteiras à entrada de matérias-primas, de técnicos e
equipamento estrangeiros com reciprocidade na proibição de saída.
O equilíbrio europeu e a disputa das áreas coloniais
Em 1648, em consequência do desmembramento do sacro império alemão com a
derrota na Guerra dos Trinta Anos, parecia que a Europa enveredava, finalmente, por
um tempo de paz assente num aparente equilíbrio político entres as grandes potencias
europeias.
Porém, o novo equilíbrio de poderes instituído com a Paz de Vestefália não passou
dos princípios. Acabámos de ver que o mercantilismo se afirmou como uma doutrina
económica fortemente nacionalista e que a sua prática levou a grandes potências
europeias a intensificarem a sua presença nos mares e nas regiões ultramarinas de maior
dinamismo comercial, tendo em vista o exclusivo colonial nessas regiões.
Facilmente se conclui que as rivalidades imperialistas, no continente, originarão
rivalidades imperialistas nas áreas ultramarinas.
Com efeito, a segunda metade do século XVII e a primeira do século XVIII vão ser
marcadas por violentos conflitos entre as grandes potências coloniais pelo domínio dos
mares e do comércio mundial, não só no continente, mas também nas próprias
ultramarinas.

• O conflito entre a Inglaterra e a Holanda


A guerra entre a Holanda e a Inglaterra decorreu entre 1652 1674 e marca o declínio
das Províncias Unidas.
É uma clara consequência da rivalidade no mar, como mostram os acontecimentos
que lhe deram origem.
Face ao crescimento meriti mo da Inglaterra, os Holandeses iniciam uma companha
de destruição das embarcações britânicas a que Cromwell reponde, em 652, com o
bloqueio do mar do Norte á navegação holandesa.
Mas, se no inicio do conflito, a Inglaterra é obrigada a intervir na defesa da sua
armada, já em 1664 é Carlos I que deliberadamente assume uma atitude de agressão
contra a Holanda, então em clara decadência.
Se é certo que os mercadores holandeses ainda conseguem resistir e manter alguma
força no mar, não é menos certo que, a Holanda foi perdendo a sua preponderância no
comercio mundial, em consequência do fim da sua ação de intermediação no comercio
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europeu que tinha feito a sua grandeza e da perda das suas colonias, na América, na
costa africana e no Oriente.

A concorrência francesa e inglesa na América do Norte e no índico


• A guerra da Sucessão
Tratou-se de uma guerra em que a Inglaterra interveio no sentido de impedir que as
coroas de Espanha e de França viessem a cair sobre um mesmo monarca, originando a
formação de uma grande potência politica no Ocidente europeu. Considerava a
Inglaterra
que o equilíbrio europeu saia seriamente abalado, mas o que o Governo inglês temia era
a ameaça que esta unidade politica constituía para a consolidação da sua posição
hegemónica na Europa e nos mercados ultramarinos.
O conflito terminou com o Tratado de Utreque que confirmou o triunfo da
Inglaterra, tais foram as vantagens adquiridas em prejuízo dos interesses coloniais
franceses e espanhóis
• A guerra dos sete anos
Tratou-se de um conflito alimentado pelas relações hostis entre os colonos franceses
e ingleses nas Antilhas, América do Norte e na Índia, geradas nas rivalidades resultantes
das politicas expansionistas e de dominação comercial.
As potências continentais, argumentado o apoio aos seus colonos, envolvem-se em
nova guerra que termina com nova derrota da França, consumada pelo Tratado de Paris,
nos termos do qual a França perdeu para Inglaterra os seus territórios da América do
Norte e foi obrigada a desmilitarizar as suas colónias na Índia, renunciando à sua
política expansionista no Oriente. A Espanha perdeu a região da Flórida para a
Inglaterra. Em consequência destes conflitos, em meados do século XVIII, a Inglaterra
afirma- se como a grande potência colonial europeia e Londres o centro da economia
mundial.

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