Mensagem Fernando Pessoa
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Ocidente
O poema refere-se à descoberta do Brasil, obra de Com duas mãos — o Acto e o Destino —
uma tempestade que teria desviado as naus de Desvendámos. No mesmo gesto, ao céu
Cabral, a caminho da India, para ocidente. Uma ergue o facho trémulo e divino
Mais uma vez, a tarefa de descobrir, desvendar, E a outra afasta o véu.
demandar, é fruto da conjugação da vontade de Fosse a hora que haver ou a que havia
Deus e da ação do homem - "Com duas mãos - o A mão que ao Ocidente o véu rasgou,
Ato e o Destino-/ Desvendámos.": Foi alma a Ciência e corpo a Ousadia
• Deus - "ergue o facho trémulo e divino": "Foi Da mão que desvendou.
alma a Ciência"; "Foi Deus a alma"; Fosse Acaso, ou Vontade, ou Temporal
• Homem - "afasta o véu"; "e corpo a Ousadia / A mão que ergueu o facho que luziu,
Da mão que desvendou."; "e o corpo Portugal" Foi Deus a alma e o corpo Portugal
O poema não deixa de referir as dúvidas Da mão que o conduziu.
associadas à descoberta do Brasil - "Fosse Acaso,
ou Vontade, ou Temporal".
Fernão De Magalhães MAR PORTUGUÊS
Trata-se de um poema narrativo que pretende
sublinhar a persistência do espírito aventureiro O poema abre com uma apóstrofe que indicia a
de Magalhães, mesmo após a sua morte. Na atmosfera emotiva do poema criada por aspetos
primeira estrofe, o sujeito poético faz-nos como:
visualizar um vale onde "clareia uma fogueira" e •a expressividade da enumeração de todos
"Uma dança sacode a terra inteira". A segunda quantos participaram na saga sofrida das
estrofe apresenta os protagonistas dessa dança descobertas;
- "os Titãs, os filhos da Terra," - que celebram a • o valor simbólico da circularidade da primeira
morte do marinheiro. estrofe - "Ó mar (...) ó mar!";
Nas terceira e quarta estrofes, refere-se o facto • a interrogação retórica que inicia o carácter
de os Titãs desconhecerem que "a alma ousada reflexivo da segunda estrofe;
/ Do morto ainda comanda a armada", numa •o mar como espaço de conciliação do perigo e da
recompensa;
clara afirmação da invencibilidade do marinheiro
• o mar como símbolo da conquista de absoluto.
herói.
As duas últimas estrofes locais o retorno de Este poema, o último de Mar Português,
D.Sebastião, que o poeta diz ser certo embora reitera a ideia de outros escritores portugueses
não saiba quando. E ao regressar vem ainda de que o adormecimento de Portugal é
com a determinação de construir um império
universal (se bem que não material, mas do temporário e, um dia, o seu ressurgimento será
espírito como se depreende de outros escritos realidade.
de Fernando Pessoa). Os dois últimos versos do poema clarificam,