TCC Vacinas
TCC Vacinas
TCC Vacinas
Introdução
Vacinar é o ato de imunizar, uma das mais importantes formas
preventivas do mundo, favorecendo proteção do indivíduo contra sérias doenças,
reduzindo assim, contaminação de agentes infecciosos protegendo sua
comunidade, cidade, estado e país. Para um grande começo e realização de
redução de mortalidade infantil, foi implantado o Programa Nacional de
Imunização (PNI) que tem como objetivo, ações preventivas incentivando a
1 Discentes do curso de Enfermagem
2 Orientadora de TCC - Enfª Drª em Saúde Coletiva
imunização, realizando campanhas, busca ativa dos responsáveis para a
procedência da vacinação rotineira. (OLIVEIRA ET AL, 2010).
É considerada uma das melhorias mais expressivas da medicina preventiva,
contribuindo para a redução das hospitalizações e morbimortalidade por doenças
imunopreviníveis. (SILVA e CARREIRO, 2013)
Possui lugar de destaque nas práticas de políticas de saúde pública no Brasil. Seu
êxito se deve ao cumprimento das recomendações seguidas pela enfermagem.
(OLIVEIRA et al, 2013).
É um dos pilares da Assistência Integral à Saúde da criança, que surge como
resposta aos agravos de saúde preveníveis mais frequentes (TERTULIANO e
STEIN, 2011) e fator determinante para a redução do coeficiente de mortalidade
infantil (FRANÇA et al., 2009). Até o século passado, milhões de crianças
morreram em decorrência de doenças como coqueluche, meningite e
poliomielite. Entretanto essa mortalidade foi reduzida devido a investimentos de
organismos internacionais como a Organização Mundial de Saúde (OMS) e o
Fundo das Nações para Desenvolvimento da Infância (UNICEF), promovendo
ações como a imunização. (PUDELCO et al, 2014). Em contrapartida, o
“desaparecimento” de determinadas doenças , controladas pela imunização
coletiva, modifica o foco das mídias e do imaginário popular para novas
ameaças, como efeitos adversos associados e muitas vezes mal compreendidos
ou mesmo, mal esclarecidos em sua origem. (VASCONCELLOS-SILVA et al.,
2015)
Apesar de ser considerado um dos maiores e mais efetivos programas públicos
de vacinação do mundo, o programa pode estar ameaçado. Segundo dados do
Ministério da Saúde, entre 2015 e 2017, houve significativa redução da
cobertura vacinal, sendo que a vacinação contra a Poliomielite caiu de 98,3%
para 79,5%; Rotavírus de 95,4% para 77,8%; Pentavalente de 96,3% para
79,2%; Hepatite B ao nascer (<1 mês de idade) de 90,9% para 82,5%;
Meningococo C de 98,2% para 81,3%; Pneumocócica de 94,2% para 86,3% e; 1ª
dose de tríplice viral de 96,1% para 86,7%. A ABRASCO – Associação
Brasileira de Saúde Coletiva – aponta diversos fatores que podem contribuir para
o quadro. Entre eles destacam-se a falsa sensação de segurança devido à baixa
ocorrência de determinadas doenças imunopreviníveis, resultado do sucesso do
PNI; divulgação falsa sobre ineficácia das vacinas e efeitos adversos
inexistentes.
Evidências epidemiológicas levantadas através de inquérito vacinal revelam um
quadro de tensão entre a aceitação vacinal e algumas camadas sociais, sendo
inversamente proporcional ao tempo de estudo e renda. (BARBIERI et al.,
2017), o que provoca o risco do retorno de doenças e o surgimento de surtos,
agravando a situação de grupos vulneráveis e pondo em risco toda uma
população. A propagação de um surto está vinculada à aglomeração de
susceptíveis, criando obstáculos à imunização coletiva (VASCONCELLOS-
SILVA et al., 2015).
A orientação do Ministério da Saúde (MS) é que os profissionais se
comprometam com a vacinação das pessoas que buscam o serviço de saúde,
assim como rastrear pessoas que não utilizam a unidade, organizando e
garantindo um serviço efetivo, reduzindo as oportunidades perdidas de
vacinação (TERTULIANO e STEIN, 2011).
Estudos brasileiros evidenciam a falta de conhecimento de alguns profissionais
em relação à procedimentos e sua própria atuação na sala de vacinação
(MARINELLI et al, 2015), considerando que o ato de vacinar objetiva, não
somente o alcance de metas de cobertura vacinal, mas principalmente a
soroconversão do indivíduo (SANTOS et al., 2017).
Diante do exposto, questiona-se “Qual deve ser a atuação do enfermeiro na sala
de vacina para que a imunização se torne efetiva”?
Objetivo
Descrever a importância do enfermeiro na supervisão da sala de
vacinação.
Metodologia
Trata-se de uma pesquisa bibliográfica , utilizando publicações disponíveis nas
bases de dados indexadas na Bireme, resultado da busca com a combinação de
descritores: “Programa nacional de imunização AND enfermagem AND gestão”.
Os critérios de inclusão de artigos foram: publicados em língua portuguesa e
texto completo disponível gratuitamente em formato digital.
Esta busca retornou 47 artigos. Durante a leitura crítica, foram descartados 26
estudos por não apresentarem relação direta com os objetivos deste trabalho. Os
21 artigos restantes foram incluídos e analisados para os resultados dessa
pesquisa.
Referencial Teórico
REVOLTA DA VACINA
Instaurada em 1889, a República tinha como meta, a modernização do país,
porém era constantemente paralisada por epidemias de varíola e febre amarela.
Na tentativa de mudar este quadro, realizou-se diversas campanhas sanitárias
lideradas pelo médico Oswaldo Cruz, diretor do Instituto Soroterápico Federal,
hoje conhecido como Instituto Oswaldo Cruz, produtor de soros e vacinas.
Motivado pelos 7.000 casos de varíola na capital federal, apresentou ao
Congresso Nacional, um projeto de lei com cláusulas rigorosas, obrigando a
vacinação. Sua aprovação eclodiu em uma revolta que reuniu grupos com
motivações diversas, que se aproveitaram do momento para militar em causas
próprias. Consagrou-se assim a chamada Revolta da Vacina, que paralisou a
cidade do Rio de Janeiro entre os dias 10 e 16 de novembro de 1904.
A falta de investimentos, recursos e prioridades no âmbito da saúde, permitiram
a reintrodução da doença no país e em 1966 o Brasil era a única fronteira de
varíola nas Américas. Acordos com a Organização Mundial de Saúde e
Organização Pan Americana de Saúde permitiram a transferência de tecnologia e
modernização na produção de vacinas, estruturando as bases do que seria o PNI
- Programa Nacional de Imunizações. Em maio de 1980, a Assembleia Mundial
da Saúde declarava que a "varíola estava morta". (HOCHMAN, 2011)
SALA DE VACINA
A sala de vacinação está em contato direto com o usuário final da cadeia
de frio e é a estrutura por meio da qual se executa o serviço de administração dos
imunobiológicos. Além disso, devem estar aptas para promover campanhas,
bloqueios, intensificações e ações extramuros, onde os recursos devem ser
previstos no dimensionamento. Sua estrutura deve ser planejada de forma a
evitar riscos indesejados de exposição dos imunobiológicos, assim como do
profissional e do usuário, ao risco, promovendo o controle adequado de
temperatura, garantindo o conforto térmico, espaço adequado para a
higienização de mãos e descarte de perfurocortantes, garantindo o conceito de
boas práticas. (BRASIL, 2014)
É classificada como área semicrítica e deve ser destinada exclusivamente à
administração dos imunobiológicos. Deve ser ambientada de forma que seja
acessível de forma autônoma à todos os usuários e profissionais, promovendo
um ambiente acolhedor e seguro. (SILVA e CARREIRO, 2013) e sua
organização deve ter foco na excelência, contribuindo para a gestão de riscos e
qualificação dos serviços (BRASIL, 2014).
Os pisos, paredes e portas devem ser lisos e resistentes a lavagens. A ventilação,
iluminação e dimensão da sala devem ser apropriadas para permitir um fluxo
adequado para o desempenho das atividades conforme RDC nº 50/2002
(BRASIL, 2014).
Considera-se indiscutível a manutenção da rede de frio, para conservação das
propriedades imunogênicas do imunobiológico (OLIVEIRA et al, 2009)
As salas de vacina são ambientes dinâmicos e complexos devido à constante
atualização no calendário básico de vacinas, onde as normas e recomendações
são sempre modificadas, exigindo treinamento e supervisão permanentes
(MARTINS, 2018).
O dimensionamento de pessoal pode ser definido conforme a previsão de um
vacinador administrar com segurança 30 vacinas injetáveis ou 90 vacinas via
oral por hora de trabalho. (BRASIL, 2014)
São responsabilidades do profissional de vacina a constante atualização técnico
científica, assim como, manter as condições ideais de conservação de
imunobiológicos, equipamentos e ambiente; avaliar, divulgar e acompanhar as
doses administradas. (OLIVEIRA et al., 2013)
Ao iniciar os trabalhos, o profissional deve adotar os procedimentos de
verificação de temperatura das câmaras e ambiente, assim como o estoque de
insumos e as condições da sala. Verificar a validade das vacinas, especialmente
as que já sofreram diluição. (BRASIL, 2014)
É imprescindível estar atento para o processo de acolhimento, pois neste
momento é que se estabelece o vínculo, garantindo a continuidade do esquema
vacinal e/ou encaminhamento adequado, assim como as orientações necessárias
aos usuários. Neste momento também é realizada a triagem, estabelecendo
prioridades e organização do fluxo de atendimento, com possível melhoria na
resolutividade do serviço e satisfação do usuário. Observa-se frequentemente
que o profissional de enfermagem desenvolve outras atividades não relacionadas
à vacinação, limitando-se à administração do imunobiológico, quebrando assim
o vínculo com o usuário, podendo prejudicar o prosseguimento do esquema
vacinal (PUDELCO et al., 2014).
LEGISLAÇÃO
Para regular as ações de vigilância epidemiológica, vacinação e notificação
compulsória de doença no país, foi instituído a Lei nº 6.259 de 30 de outubro de
1975, com o objetivo de submeter o Estado brasileiro à vacinação obrigatória,
dotando um marco legal de alta relevância. Sabendo que a institucionalização
das políticas públicas de vacinação responsável pela criação do Programa
Nacional de Imunização (PNI).
A Constituição Federal de 1988, antes da sua formulação e antes do Sistema
Único de Saúde (SUS), a Lei 6.259/75 diz no Art. 3 prevê sobre a
obrigatoriedade da vacinação. “As vacinações obrigatórias serão praticadas de
modo sistemático e gratuito pelos órgãos e entidades públicas, bem como pelas
entidades privadas, subvencionadas pelos Governos Federal, Estaduais e
Municipais, em todo o território nacional”. Enfim, em 12 de agosto de 1976 a
Lei 6.259/75 foi regulamentada, contemplando detalhadamente a forma de como
a vacinação obrigatória deve ser desempenhado no Brasil. De acordo com o Art.
27 do regulamento, “serão obrigatórias, em todo o território nacional, as
vacinações como tais definidas pelo Ministério da Saúde, contra as doenças
controláveis por essa técnica de prevenção, consideradas relevantes no quadro
nosológico nacional”. O Decreto dispões em seu Art. 29, que “é dever de todo
cidadão submeter-se e os menores dos quais tenha a guarda ou responsabilidade,
à vacinação obrigatória. Só será dispensada da vacinação obrigatória, a pessoa
que apresentar Atestado Médico de contra indicação explícita da aplicação da
vacina.” (MARINELLI et al, 2015).
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) reforçou a obrigatoriedade de
vacinação para menores de 18 anos, Lei 8.069/90, que por sua vez
regulamentou o art. 227 da Constituição Federal de 1988, com a finalidade de
proporcionar direitos e proteção integral à população. O ECA, no Art. 14 diz “é
obrigatória a vacinação das crianças nos casos recomendados pelas autoridades
sanitárias” (BARBIERI et al., 2017).
A Lei que define que o profissional de enfermagem tem como a
responsabilidade a liberação e execução de tarefas referentes a conservação e a
aplicação de vacinas, decorre segundo o Decreto n. 94.406/87, que regulamenta
a Lei n.7.498, de 25 de junho de 1986, que diz no Art. 13 que o auxiliar e técnico
de enfermagem tem como função executar essas atividades de vacinação e
também sua conservação, porém tudo sob supervisão, orientação e direção do
enfermeiro. Tem como objetivo o acompanhamento de todo o processo em sala
de vacinação, pois contribui para o planejamento e avaliação das atividades
desenvolvidas, reduzindo falhas nos procedimentos mecânicos e na própria
orientação estabelecida, reproduzindo segurança para cliente. (OLIVEIRA et al.,
2013)
Nos EUA, embora a obrigatoriedade de vacinação também seja regida por leis,
são liberados da ilicitude, abstenções por crenças religiosas ou filosóficas em 47
estados (VASCONCELLOS-SILVA et al., 2015).
A ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO
A equipe de enfermagem é fundamental em todos os aspectos do processo de
imunização, para tanto deve agir com seriedade e conhecimento profundo sobre
imunologia e técnicas de enfermagem, como o preparo e administração, para que
não haja comprometimento da saúde. A supervisão do enfermeiro é primordial
para que se mantenha a alta qualidade dos cuidados prestados, pois, somente
profissionais qualificados são capazes de indicar corretamente uma vacina
(SILVA e CARREIRO, 2012).
O enfermeiro tem um leque de relevantes papéis, funções e responsabilidades
referente a saúde, sua essência é o cuidado com o indivíduo, onde requer o
desenvolvimento de intervenções de promoção, prevenção de doenças
recuperação e reabilitação da família e comunidade. Visa pelo conforto,
acolhimento, bem-estar e autonomia dos pacientes. Um desses modos do
cuidado é a comunicação, com esse mecanismo sabe-se onde vivem, trabalham e
até mesmo se adoecem, sendo assim por mais que o enfermeiro consiga executar
procedimentos do teórico para o técnico é crucial que haja aprimoramento e
desenvolvimento na qualidade da comunicação. (MELLO E LIMA, 2009).
A importância da supervisão dos enfermeiros gestores na sala de vacina é crucial
pois colabora em diagnósticos que abrangem singularidades que prestem maior
assistência aos pacientes. Na lei 7.498/865, o decreto 94.406/876 e a RDC
45/20037 constituem esta responsabilidade, que ressalta a relevância da
supervisão, orientação e direção do enfermeiro pela equipe que nela se
responsabiliza, que por sua vez fazem a assistência da administração de
medicamentos, imunobiológicos e sua manutenção. (SILVA e CARREIRO,
2013)
A responsabilidade técnica sobre a sala de vacinas é do enfermeiro. Ele é o
responsável por questões logísticas, como o controle do estoque, manutenção
dos sistemas de registro, monitorização da conservação dos imunobiológicos,
destino adequado ao lixo infectante, assim como a orientação adequada aos pais
e pacientes e manejo de possíveis reações adversas, além da supervisão e
capacitação da equipe, dando assim, continuidade à rede de frio. (QUEIROZ et
al., 2009)
A equipe de enfermagem tem papel fundamental nos serviços de imunização,
além da indicação para essa tarefa é que seja com profissionais qualificados, e
esse gerenciamento torna o fluxo mais produtivo e organizado. E nesse cuidado
que a enfermagem presta, requer seriedade, reflexão, conhecimento e técnicas de
enfermagem que se baseiam na administração sobre imunobiológicos. Contudo,
pode se dizer que assim pode ser concluído com mais segurança e qualidade.
(SILVA e CARREIRO, 2013)
Em outros países, esta prática também é competência da equipe de enfermagem,
como em Madrid, onde 97,7% dos responsáveis pela rede de frio são da equipe
de enfermagem.
Pode-se dizer que uma supervisão precisa do enfermeiro durante o preparo da
administração de imunobiológicos e a qualidade do cuidado e da orientação em
sala, evita possíveis erros prestada ao cliente. (SILVA e CARREIRO, 2013)
O líder que presta qualidade no serviço de imunização deve se comprometer a
questionar possíveis erros, já que a administração das vacinas é responsabilidade
da sua equipe. Sendo assim, a importância de minimizar qualquer tipo de falha é
fundamental, buscando sempre melhorar e qualificar a assistência ao cliente.
(SILVA e CARREIRO, 2013)
O enfermeiro tem como responsabilidade educar sua equipe, visando para áreas
que estabelecem uma relação entre teoria e prática, pois colabora na prática das
intervenções diante de dúvidas, estabelecendo metas, objetivos com destino de
planejar e por fim avaliar os resultados (MARTINS, 2018). Logo, o enfermeiro
deve propor uma supervisão planejada em sala de vacina, conforme Programa
Nacional de Imunização (PNI) e perceber demandas da Educação Permanente
em Saúde (EPS), com objetivo fortalecer qualificação da equipe de Enfermagem
(MARTINS, 2018). A supervisão em sala de vacina deve ser compreendida
como parte do processo natural do dia-a-dia, pois auxilia na competência do
profissional que está manuseando o imunobiológico e sua orientação dada em
sala (MARTINS, 2018).
Na sala de vacina o papel da enfermagem é determinar ações que são de sua
responsabilidade, visando realizar uma atenção a erradicação de agravos
evitáveis, como a execução exata de toda a política em relação à conservação
dos imunobiológicos, correta administração e preparo da vacina, conduta aos
efeitos adversos, preenchimento correto dos impressos e educação continuada
para profissionais. (MARINELLI et al, 2015)
Foi visto em uma pesquisa de caso-controle, dirigido em Odisha, na Índia que
detectou um conhecimento maior entre os profissionais que ali trabalham, o
olhar estratégico para aperfeiçoar os conhecimentos e a prática na imunização de
rotina, tudo isso devido à supervisão em sala de vacinação diária. Neste estudo
foi mostrado a importância de compartilhar conhecimento de seus supervisores
(MARTINS, 2018).
Além de vacinar em Unidades Básicas de Saúde (UBS), é realizado também em
hospitais, maternidades, e prontos-socorros no intuito que seja eficiente a
abrangência da imunização. É fundamental que o profissional acolha o paciente
durante a vacinação, orientando qual será realizada, os eventos adversos e a
próxima vacina preconizado pelo PNI, mostrando ao mesmo a importância do
seu retorno. Visto isso é crucial o atendimento integral desse cliente (PUDELCO
et al., 2014).
Pesquisas relacionadas à supervisão do enfermeiro revelam que, em algumas
unidades de saúde, o enfermeiro comparece à sala de vacinas somente para
coletar os mapas no final do período, descaracterizando sua função, pois esta
prática avalia somente a cobertura vacinal e o quantitativo de imunobiológicos e
não a dinâmica em sala. (OLIVEIRA et al., 2013).
Quando o enfermeiro delega indiscriminadamente suas funções para um
profissional de nível médio, eles acabam realizando-as com uma visão
fragmentada, não contemplando as etapas do processo de planejamento,
execução e avaliação (FOSSA et al., 2015).
A literatura enfatiza que a conscientização da equipe sobre suas atribuições e os
processos de trabalho, são funções do enfermeiro (MARINELLI et al, 2015), o
que corrobora com o entendimento de que a prática de vacinação vai além da
administração de vacinas, defendida por (VASCONCELLOS-SILVA et al.,
2015).
Um dos fatores que influenciam negativamente a vacinação é uma comunicação
ineficiente, pois o cliente tem o direito de realizar as melhores escolhas em
relação à sua saúde. Para isso, deve ser feita uma triagem adequada, onde serão
levantadas possíveis contraindicações e orientações referente aos possíveis
efeitos adversos (FOSSA et al., 2015) .
Para TERTULIANO e STEIN, 2011, o cuidar não diz respeito somente às
técnicas empregadas, mas também à escuta, acolhimento, vinculo e ao olhar
integral ao indivíduo, principalmente em grupos vulneráveis, onde os problemas
sociais são difíceis de curar. O apoio social se refere à atitudes que favoreçam a
resolução de conflitos que neutralizam desvios de comportamento determinantes
para vacinação em dia.
A qualidade dessas ações dependem do engajamento profissional na
compreensão do seu processo de trabalho, onde, além dos fatores já citados,
devem ser avaliadas a utilização adequada aos recursos disponíveis (LAGES,
2013).
O serviço de imunização deve agir com o princípio de integralidade,
transcendendo a demarcação de área, focalizando o processo como um todo,
permitindo ao cidadão, um comportamento de saúde participativo, ciente do seu
direito adquirido (MARINELLI et al, 2015).
Para PUDELCO et al, 2014, observa-se que na prática, o foco é as atividades
técnicas, porém, deve-se haver uma multidisciplinaridade entre ciência e
filosofia, onde relaciona-se às experiências e valores dos indivíduos, com o
procedimento propriamente dito.
O interesse das mães em cuidar da saúde dos filhos contrasta com a insegurança
e a falta de conhecimento acerca das doenças imunopreveníveis. O enfermeiro
deve estar atento aos sinais destas mães e dedicar mais tempo à ações educativas
(ARAÚJO et al., 2010).
É importante que o indivíduo saiba que a vacinação é um direito - direito à saúde
- e o enfermeiro, como promotor em saúde, deve transmitir à população e à
equipe, o conceito de que não se trata somente de um procedimento técnico, mas
sim uma ação de cuidado. (FOSSA et al., 2015)
Pesquisas apontam a fragilidade no processo de comunicação enfermeiro-
técnico-paciente como entrave à vacinação. A formação do vínculo é dificultada
porque o enfermeiro está envolvido com as demais atividades da unidade de
saúde, sendo que, para iniciar-se uma reforma na práticas destes profissionais,
primeiro é necessário despertar o pensamento crítico e auto perceptivo nestes
atores da promoção de saúde. (FRANÇA et al., 2009). Desta forma, a adesão de
mães ao calendário vacinal se dará devido aos benefícios que este fornece e não
somente porque lhes é imposto, o que pressupõe ao profissional, uma gama de
saberes específicos para o atendimento à demandas com características
específicas. (PUDELCO et al, 2014).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Quadro Sinóptico
REFERÊNCIAS
ARAÚJO, T. M.; SÁ, L., SILVA, A., & COSTA, J. (2010). Cobertura vacinal
e fatores relacionados à vacinação dos adolescentes residentes na área norte
de Teresina/PI. Revista Eletrônica De Enfermagem, 12(3), 502-10. Disponível
em:https://doi.org/10.5216/ree.v12i3.6934 Acesso em: 30 abr. 2019