Triquetra
Triquetra
Triquetra
O DIÁRIO SECRETO
Alex Swander Martins (CiFEFiL/SME-RJ)
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RESUMO
Existe uma breve fagulha que paira entre o sagrado e o profano. Entender o limiar
de interseção que há entre eles é uma questão de inserção contextual. Tomemos por
exemplo um símbolo muito presente no mundo: duas divisas com o ápice voltado para
cima. Se vistas em um uniforme militar, representam a patente de Cabo. No universo
automobilístico são o logotipo da corporação Citroën. Já no contexto esotérico, o sím-
bolo em questão é uma dupla exaltação do falo, tendo uma conotação proativa e de po-
laridade positiva. Triquetra – símbolo sagrado de origem celta: o laço sem fim, o eter-
no recomeço. Aqui, reforçado pela presença da lua tríplice: nova (a donzela), cheia (a
mãe) e minguante (a anciã). Durante a vigência da igreja católica primitiva, o símbolo
em questão foi assimilado e, por via do sincretismo, passou a designar a Santíssima
Trindade. Esse mesmo símbolo adquire uma conotação profana ao ser utilizado como
logotipo de uma empresa. A título de exemplo, o grupo Unibanco repaginou o referido
símbolo concedendo-lhe formas mais arredondadas. Outra empresa que também o fez
é a Mitsubishi. Esta, por sua vez, optando por uma simetria mais geométrica, daí os
três losangos.
Palavras-chave: Símbolos. Semiótica. Religião. Sagrado. Profano
1. Considerações iniciais
O modelo teórico que norteia o presente artigo é a semiótica. Fa-
çamos, doravante, uma breve recapitulação: Diferente da linguística teó-
rica que reconhece apenas a palavra como detentora de significante e
significado, a semiótica provou cientificamente, já há décadas, que a lin-
guística era reducionista ao não aceitar os signos não verbais como de-
tentores de significante e significado. O notório e excelentíssimo profes-
dondadas. Outra empresa que também o fez é a Mitsubishi. Esta, por sua
vez, optando por uma simetria mais geométrica, daí os três losangos.
Há um símbolo bem interessante que nos foi apresentado pelo
universo de Harry Potter criado por J. K. Howling. Lá, ele é nomeado
como as relíquias da morte. Obviamente, não vou me prender à ficção li-
terária em questão, até porque existem inúmeras incoerências outrossim
verdadeiras hipérboles na obra. Doravante, apresentarei no próximo pa-
rágrafo informações sérias, embora bem concisas, acerca deste símbolo
extraordinário.
Existem muitas interpretações para este poderoso símbolo. No
momento apresentarei uma que remonta ao misticismo judaico. Ei-la:
O triângulo representa ora a capa de Elias, ora a Arca da Aliança.
O círculo é uma referência à pedra utilizada por Davi para derrotar Goli-
as e a linha reta na vertical refere-se ao cajado de Moisés por meio do
qual grandes prodígios ele operou.
2. Um adendo
A tradicional imagem de São Jorge enfrentando o dragão é uma
belíssima alegoria gnóstica cujo significado é o esforço do guerreiro
Wicca no sentido de lutar contra o seu próprio ego no intuito de conse-
guir despertar a sua consciência mágica. O dragão não é o mal. Pelo con-
trário; ele é o guardião do maior de todos os tesouros que é a sabedoria.
3. Amuleto e talismã
Um amuleto ou talismã pode ser uma cruz ou até mesmo uma pe-
dra que tenha um significado. Eles são frequentemente confundidos com
"amuletos da sorte". Em linhas gerais, amuletos protegem, enquanto ta-
lismãs dão poder à pessoa. Talvez, esta seja a melhor forma de desambi-
guação.
Talismã
A palavra vem do latim, amuletum. Trata-se de um objeto que pode ser
vivo ou inanimado ao qual se lhe atribui o poder mágico de proteger seu por-
tador de qualquer tipo de desgraças, guardando-o de aflições e malefícios. Em
tupi, patuá quer dizer caixa, caixão, designando-se com essa palavra todas as
modalidades de magia que dão sorte. Há muita confusão entre amuletos e ta-
lismãs. Não deveria haver, pois são bem diferentes no trabalho para o qual são
Bíblia:
É o símbolo máximo da proteção divina e do encontro do homem com
Deus, mantenha-a sempre aberta em seu lar e leia-a diariamente. Atrai a prote-
ção para toda a família.
Elefante branco:
Além de proteger a casa, impede que energias negativas destruam a sua
família. Você deve usar esse amuleto com o traseiro do elefante virado para a
porta de entrada da casa, evitando que fluidos negativos e olhares invejosos
possam entrar por ela. É símbolo da força não agressiva e sabedoria. Longevi-
Chave:
é um símbolo poderoso porque representa a abertura de novos caminhos.
Dê preferência à uma chave antiga que não seja utilizada diariamente, mante-
nha-a no bolso.
Patuá:
O patuá é um amuleto muito utilizado por pessoas ligadas ao Candomblé,
o amuleto é feito de um pequeno pedaço de tecido na cor correspondente ao
orixá, ao qual é bordado o nome do orixá e colocado um determinado preparo
de ervas e outras substâncias atribuídas a cada orixá. A pessoa utiliza o Patuá
especifico do seu orixá no bolso da sua vestimenta, dentro de carteiras de cé-
dulas, bolsas para obter proteção e sorte do seu orixá.
Buda:
Conhecido também como "o talismã da felicidade", atrai sorte e dinheiro,
se estiver ao lado de moedas, para quem possui essa estátua em casa. Deve ser
colocado virado para a parede, dentro de um pires e, de preferência, com mui-
tas moedas ao seu redor para atrair riqueza. Para chamar a sorte, deve-se coçar
a barriga do Buda, em sinal de carinho.
Aliança:
Símbolo da união, sem começo nem fim. É muito usada para magias que
visam proteger o casamento e os relacionamentos amorosos.
Moeda:
Atrai bons fluídos. É usada em casos em que se quer atrair a sorte e di-
nheiro. Use no bolso ou carteira uma moeda antiga de ouro, prata, cobre ou
bronze.
Moeda chinesa:
Na China do século VII a.C. moedas de cobre eram gravadas com ideo-
gramas, dois ou quatro em cada peça. Os ideogramas sozinhos já são fortes
escudos contra o mal, aliados ao metal tornam-se ainda mais fortes. Acredita-
se que possam afastar energias negativas e proteger contra epidemias, prolon-
gando assim a vida.
Carranca:
É um objeto, feito principalmente de madeira, com tamanho variável a es-
cultura apresenta características de um ser fantástico, com detalhes muito for-
tes, devido a forma como é retratada, com grandes dentes pontiagudos e olhar
de uma criatura muito feroz, sua utilização se faz como proteção contra espíri-
tos maus, pois segundo muitas pessoas que utilizam a Carranca, ao se deparar
com uma criatura tão monstruosa e aparentemente feroz, o espírito mau se as-
susta e foge, é bastante evidenciada nas proas dos barcos na Região do Rio
São Francisco, e em frentes das residências, estabelecimentos comerciais e
etc.
Pirâmide:
Confere tenacidade às pessoas para atingirem seus objetivos. Não deixa
desanimar nos novos planos, atrai bons fruídos e rejuvenesce. Quando usada
como pingente no peito, ajuda na recuperação da saúde distribuindo energia
pelo corpo.
Espantalho:
É um tipo de amuleto muito particular da zona rural, foi introduzido no
Brasil primeiramente pelos portugueses, e mais tarde por outros imigrantes eu-
ropeus, utilizado para proteção de lavouras, atualmente sua utilização se faz
por todo o País, confeccionado de diversos materiais , como em madeira ves-
tida com roupas e chapéu e principalmente de roupas de pessoas, enchidas
com palhas e outros materiais, colocado um chapéu de palha, ele é levantado e
preso a uma vara que serve como suporte, onde é colocado no meio da lavou-
ra, sua função é espantar aves, roedores e outros animais.
Bentinho ou escapulário:
É uma tira com pequeno quadrado com dois lados que podem ser de pano
bento, com oração escrita, ou imagem de Jesus, Nossa Senhora, ou Santos da
Igreja Católica, em que as pessoas utilizam e que se trazem pendentes para di-
ante e para trás do pescoço para dar sorte e terem proteção contra o mal.
Quando se ganha é sinal de sorte.
Medalhas e medalhões:
São peças que na sua grande maioria com forma arredondada, e que tra-
zem a imagem de Jesus Cristo, Nossa Senhora ou Santos da Igreja Católica, a
forma de utilização na grande maioria dos casos é amarada no pescoço, tam-
bém é utilizado em algum local como dentro de bolsas, carteira de cédulas, e
etc. Muito utilizado para dar proteção contra o mal.
Coração:
Entre os 3 centros espirituais e vitais do ser humano esse é considerado
aquele que equilibra os dois outros, cérebro e sexo. É o símbolo maior do
amor. Era a única víscera mantida no interior do corpo durante o processo de
mumificação dos egípcios por ser considerado indispensável à conquista da
eternidade. Quem usa um coração mantém acesa a chama do amor, do cari-
nho, do afeto.
Dente:
Entre os guerreiros de antigas culturas simbolizavam bravura, status. Es-
tão intimamente ligados à virilidade, fertilidade. O mais comum nos amuletos
são dentes de animais, longas presas. Seu uso também afasta o Medo.
Crucifixo (cruz):
É um dos amuletos mais utilizados, não só no Brasil mas em todo o mun-
do, se trata da representação em um objeto do local onde Jesus Cristo foi pre-
gado para morrer, este amuleto representa o sofrimento de Jesus Cristo o "Sal-
vador do Mundo", para salvar toda a humanidade. As pessoas utilizam mesmo
sem tê-lo como um amuleto, pois é um símbolo universal de Jesus Cristo, e
sua utilização se dá principalmente como forma de proteção contra o mal.
Usado na parte de traz (costa) protege de tudo que venha pelas costas.
Ferradura:
Um dos amuletos bastante utilizados, principalmente na zona rural, a fer-
radura de animal, como cavalo é colocada presa atrás da porta principal da ca-
sa, para segundo a tradição popular, afastar espíritos maus das residências das
pessoas que possuem este amuleto. Sua utilização no Brasil foi por intermédio
dos europeus, que já tinham costume de utilizar a ferradura e passaram a utili-
zá-la também no Brasil. A Ferradura de 7 cravos é um dos mais antigos amu-
letos contra "espíritos maus, bruxas e feiticeiros", dependurada atrás da porta
protege a casa, em chaveiros ou pingentes protege a pessoa.
Pata de coelho:
Este amuleto constitui de uma pata de coelho empalhada, que é utilizada
de várias maneiras, a pata de coelho é atribuído o poder de atrair muita riqueza
e sorte em tudo relacionado ao dinheiro.
Mão de fátima:
O nome desse talismã muçulmano é uma homenagem à filha do profeta
Muhammad (Maomé). Esse símbolo representa também fé, oração, jejum, ca-
ridade, peregrinação, os 5 pilares do Islã. É a representação da Justiça e Gene-
rosidade.
Ímã:
O ímã é utilizado como amuleto especificamente financeiro, ou seja a ele
é atribuído poderes para cada vez mais conseguir dinheiro, as pessoas costu-
mam colocar um imã em um local e nele colocar moedas, pois os imãs atraem
as moedas que representam o dinheiro, atraindo assim cada vez mais dinheiro.
Âncora:
Simboliza segurança. É usado para trazer segurança e equilíbrio no plano
físico, financeiro, e para se livrar de perdas materiais.
Sapo:
Toda bruxa tem um. Pode ser associado tanto à fertilidade quanto à fortu-
na. Sua fácil reprodução e sua semelhança com o útero são os responsáveis
pela associação à fertilidade. Quanto à riqueza, diz-se que se tivermos um sa-
po todo o dinheiro que sai da carteira voltará para ela. Está ligado à lua, umi-
dade, feminino. Algumas culturas acreditavam que as pérolas surgiam das en-
tranhas de sapos especiais. Foi usado por egípcios, antigas culturas orientais e
da América Latina além dos alquimistas e mesmo por nossos índios.
Pimenta:
O ardor que proporciona ao ser consumida foi o responsável por associá-
la aos símbolos da Superstição. Acredita-se que possa afastar todo o mal dei-
xando o inimigo com um terrível gosto em sua boca e ardor em suas entra-
nhas. As cores vivas de algumas espécies são atrativas para os olhos, "puxan-
do" toda energia ruim que possa vir desse olhar.
Coruja:
Simboliza "o ver a totalidade". É usado para ampliar a percepção com a
sabedoria possibilitando ver à totalidade: o consciente e o inconsciente.
Fitinhas de santos:
As fitinha de santos são bastante utilizadas, principalmente no Brasil por
ser um país católico, a fitinha têm uma particularidade entre os outros tipos de
amuletos, pois ela é utilizada também como forma de corrente religiosa entre
um pedido feito a determinado Santo, e a sua proteção e ajuda na realização
do pedido, segundo a cultura popular a fitinha, que pode ser de diversas cores,
é amarrada ao pulso três vezes fazendo-se o pedido e deixando a Fitinha presa
até partir sozinha sendo um sinal que o pedido será realizado, atualmente ela
também é utilizada em diversos locais para atrair proteção, locais como em
automóveis, residências, bolsas, bolso etc.
Punhal:
Simboliza a força, o poder, vitória e superação. É muito usado nos rituais
de magia, tem o poder de transmutar energias. Os ciganos também usavam o
punhal para abrir matas, sendo então, um dos grandes símbolos de superação e
pioneirismo, além da roda. O punhal também é usado na cerimônia cigana de
noivado e casamento, onde é feito um corte nos pulsos dos noivos, em seguida
os pulsos são amarrados em um lenço vermelho, representando a união de du-
as vidas em uma só.
– Atenção quando for fazer um talismã, amuleto, patuá, uma benzedura
ou uma simpatia, além da fé você deve:
– Só utilizar material novo;
– Nunca substituir um material por outro;
– Usar somente o que a receita pede;
– Durante e depois do trabalho, fazer uma prece de sua fé;
– Ao fazer o trabalho, mantenha o pensamento firme no que você real-
mente deseja.
Nunca, jamais faça uma simpatia ou ritual desejando o mal a alguém, pois
um pensamento negativo atrai para si essa vibração ruim. E, sempre que tiver
o seu desejo realizado, lembre-se de agradecer, dessa maneira, um universo de
boas energias passará a conspirar por você.
Patuá: O patuá é um produto de fé. Quando a pessoa está preparando o
seu, ela vai mentalizando tudo o que deseja. Com tanto pensamento positivo
envolvido nele, o patuá se torna uma barreira contra as más energias, manten-
do somente as vibrações positivas ao seu redor.".
Fonte: <http://www.misteriosantigos.com/talisma.htm>
5. Considerações finais
Espero, humildemente, que este breve artigo sirva de material pa-
ra o questionamento, a pesquisa quiçá deveras ajuda para alguém.
Finalizo o presente texto com o seguinte aforismo: “A religião
sem a ciência é cega e a ciência sem a religião é aleijada” (Albert Eins-
tein).
Ademais, deixo aos meus leitores um conselho: Nunca se esque-
çam de ouvir a voz dos pioneiros. Lutai, amigos e irmãos de cátedra con-
tra a vaidade pessoal, pois nós todos comparados aos grandes estudiosos
da língua somos meros aprendizes.
Amados: hoje temos a internet e o legado dos grandes mestres da
nossa sagrada e “inculta” última flor do lácio. Eles, entretanto, partiram
praticamente do “nada” e construíram as estradas do conhecimento para
cada um de nós!
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
VALENTE, André. A linguagem nossa de cada dia. Petrópolis: Vozes,
1997.
______. Intertextualidade: aspecto da textualidade e fator de coerência.
In: HENRIQUES, Cláudio Cezar; PEREIRA, Maria Tereza Gonçalves.
(Orgs.). Língua e transdisciplinaridade: rumos, conexões, sentidos. São
Paulo: Contexto, 2003.
______. A intertextualidade nos discursos midiático e literário. In: PAU-
LIUKONIS, Maria Aparecida Lino; SANTOS, Leonor Werneck dos.
(Orgs.). Estratégias de leitura: texto e ensino. Rio de Janeiro: Lucerna,
2006.