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Departamento de Engenharia Química

Modelação e Simulação
Prof. MSc. Serafina Neto
[email protected]

2021/2022
Casos práticos de modelagem e simulação

Modelagem dos reactores


Casos práticos de modelagem e simulação
Modelagem dos reactores
A modelagem dos reatores é obtida das leis básicas de conservação
de massa e energia, consistindo primeiramente em determinar as
variáveis que influenciam o funcionamento dos reactores, sendo o
volume inicial, as vazões de entrada e saída, a equação de taxa de
conversão, a constante cinética e a densidade, algumas delas.
Determinadas as variáveis, utilizou-se o balanço molar, de massa e de
energia (de acordo com a variável que se deseja verificar o
comportamento), para a realização de manipulações algébricas e
considerações termodinâmicas e cinéticas de forma a obter uma
equação diferencial que demostra como a variável de interesse se
modifica com o tempo ou volume, em forma de derivada .
De um modo geral o processo de modelagem pode ser
resumido em três etapas fundamentais:

Existem já vários software que permitem a simulação de processos


dentre os quais o EMSO e o HySys.
BR ( reactor de Batelada)
A produção da espécie C é uma reação elementar irreversível em fase líquida. A
reação:
A+B→C
É conduzida isotermicamente em um reator semibatelada, conforme a figura 9. Uma
solução aquosa B à concentração de 0,025 mol/dm³ uma vazão de 0,05 dm³ deve
ser alimentada a uma vazão de 0,05dm³/s a uma solução aquosa A contida no
reator. O volume inicial do fluido no reator deve ser 5 dm³ com uma concentração
de A de 0,05mol/dm³. A constante cinética da reacção é:
K = 2,2 dm³/mol.S
Deseja-se analisar a dispersão gráfica das concentrações de A, B e C em funçãodo
tempo (FOGLER, 2012).
Modelagem –Reactor de Batelada (continuação)
Por meio da interpretação do estudo de caso do reator BR a
reacção é elementar e pode-se escrever a seguinte lei de
velocidade:
𝑅A = K CA.CB (02)

Aplicando o princípio da conservação de matéria (Acúmulo =


Entra - Sai + Gerado - Consumido), considerando que os
reagentes são apenas consumidos, e que a concentração de A e
o volume variam com o tempo, se obtém a seguinte equação
diferencial:
(03)
Modelagem –Reactor de Batelada (continuação)

Porém, como o reactor está sendo alimentado e o volume


(V) variando com o tempo. Logo é necessário fazer um
balanço de massa, para avaliar o volume do reator em
um tempo qualquer, sendo a massa igual o produto da
massa específica com o volume (Acúmulo = Entra):

(4)

Onde w é a vazão volumétrica e como o sistema é de massa


específica (ρ) constante, a equação (04) torna-se:

(5)
Modelagem –Reactor de Batelada (continuação)

Substituindo as equações (02) e (05) na equação (03) e


rearranjando, tem-s a seguinte equação diferencial:
(06)

A concentração no tempo t = 0 é CA0 = 0,05 mol/dm³


Realizando o balanço molar para o reagente B
(Acúmulo = Entra – Consumido):
(07)

Sendo:
(08)
Modelagem –Reactor de Batelada (continuação)
substituindo a equação (08) da vazão molar de entrada de B (F) e a
equação (05) da variação de volume (dV/dt), na equação (07) e
rearranjando-a, encontrou-se a equação diferencial que descreve a
taxa da variação da concentração do reagenten B com o tempo
apresentada a seguir:
(09)

E realizando o balanço molar para o produto C (Acúmulo = Gerado):


(10)
Sendo a taxa de geração de C (rCBo):
(11)
Substituindo as equações (11) e (05) na equação (10), encontrou-se
a equação diferencial que descreve a taxa da variação da
concentração do produto C com o tempo apresentada a seguir:
(12)
As condições iniciais no tempo t = 0 das concentrações iniciais de
C são iguais à zero.
Simulação
• Os modelos obtidos são sistemas de equações
diferenciais ordinárias e suas soluções manuais são
trabalhosas. Então se faz necessário o uso
de programas de simulação computacional como o
EMSO (environment for modeling simulation and
optimization = ambiente para modelagem, simulação e
optimização) para tornar essas soluções mais rápidas.
Na programação do modelo matemático no EMSO é
necessário declarar as equações diferenciais, bem
como, seus parâmetros, variáveis e condições iniciais.
Na figura abaixo tem-se a programação das equações
diferenciais no EMSO.
Programação dos modelos obtidos no
EMSO
Na figura abaixo é apresentada a dispersão gráfica das variações
das concentrações das espécies A, B e C.
Analisando a figura percebe-se que inicialmente a concentração
de B e C no reactor são iguais a zero, enquanto que a
concentração de A é igual a 0,05 mol/L.
Com o passar do tempo a concentração de A diminui por causa
de sua reação com B para a produção de C. A concentração de B
aumenta devido ao fato de ser adicionado continuamente.
Quando A acaba (por volta de t = 350 s), atinge-se o estado
estacionário.
A partir desse ponto a concentração de B continua a crescer
enquanto o mesmo ainda é adicionado ao reactor
(ressaltando que nesse ponto, B não é mais consumido, logo sua
concentração cresce mais rapidamente) e C pára de ser
produzido, sendo que sua concentração diminui devido à
adição de B que dilui a
solução.
PFR( Plug flow Reactor) OU
Reactor de fluxo Pistão
• Considerando que em um determinado reator PFR a
reação deve ser conduzida adiabaticamente em fase
líquida sob alta pressão, usando essencialmente traços
de um catalisador líquido. Deseja-se analisar a
dispersão gráfica da variação da conversão,
temperatura e taxa de reação química em função do
volume para processar 100.000 gal/dia de uma mistura
de 90% mol de A e 10% mol de inerte. A reacção, a
equação de taxa e as condições do processo são
apresentadas a seguir,no quadro 1 (FOGLER, 2012):
• A↔B
(13)
QUADRO 1 - CONDIÇÕES DO
PROCESSO PARA REATOR PFR
• PARÂMETROS VALORES UNIDADES
• vazão volumétrica (w) 100.000 gal/dia
• vazão molar (F) 163 kmol/h
• conversão de A (XA) 90 mol%
• conversão de Inerte (Xi) 10 mol%
• velocidade específica de reação (k0) 31,1 h
• temperatura de alimentação (T0) 330 K
• temperatura da constante cinética (T1) 360 K
• temperatura da constante de equilíbrio (T2) 333 K
• variação de entalpia (∆HR ) -6900 J/mol.K
• energia de ativação (Ea) 65,7 kJ/mol
• constante de equilíbrio (Kc) 3,03
• concentração molar inicial de A (CA0) 9,3 Kmol/m
• calor específico de A (Cp) 141 J/mol.K
• calor específico de B (CpA) 141 J/mol.K
• calor específico de Inerte (CpI) 161 J/mol.K
PFR
A figura é uma representação do reator PFR, e pode-se observar um elemento diferencial
de volume:
Modelagem- PFR
Por meio da interpretação do estudo de caso do reator PFR pode-se
fazer um balanço molar para o reagente A, utilizando a lei de
conservação da matéria (Acúmulo = Entra - Saída + Gerado -
Consumido) e considerando que não há acúmulo nem geração.
(14)
Onde:
(15)
• Substituindo a equação (15) em (14), obtêm-se:
(16)
• Rearranjando a equação (16), têm-se a taxa de variação da
conversão do reagente A em função do volume:
(17)
Como a reação ocorre em fase líquida a vazão volumétrica constante
pode-se expressar a lei da velocidade de reação em função da
concentração inicial de A, da
constante cinética (k) e de equilíbrio (K), visto que a reação é
reversível, fazendo:
(18) e (19)

Substituído às equações (18) e (19) na equação (13), obtém-se:


(20)
É feito um balanço de energia no estado estacionário em termos do
reagente A, para que se possa obter uma equação que descreva a
variação de temperatura em função da conversão:
• (21)

Mas no estudo de caso é afirmado que a reação é conduzida adiabaticamente (Q = 0), não existe trabalho
(W = 0) e a variação dos calores específicos é igual à zero, pois CpB = CpA, portanto, ∆C= 0. Rearranjando e
substituindo essas condições na equação (21), tem-se:
• (22)

• Sendo:

• (23)
• Substituindo o somatório dos calores específicos (23) e as condições adicionais na equação (22), obtêm-se
uma equação de temperatura em função da conversão:
• T= 330+ 43,3X (24)
• Sabe-se que a constante cinética e de equilíbrio são dependentes da temperatura, portanto, é necessário
utilizar as equações de Arrhenius (25) e Vant’Hoff (26) respectivamente, para avaliar como essas
constantes variam com a
• temperatura.
• (25)

• (26)
• Substituindo as condições adicionais na equação (25) e
(26), tem-se as equações das constantes cinética e de
equilíbrio, respectivamente:
• (27)
(28)
A concentração no tempo t = 0 é CA0= 9,3 kmol/m³ e
CB0 é igual à zero.
É necessário a utilização do balanço de energia e da
equação de Arrhenius B0 nesse estudo de caso, devido
não ter sido fornecido o valor da constante cinética (k),
diferente das outros estudos de caso para o reator BR.
Simulação

• Para que fosse atingido o objetivo do estudo de caso, a simulação


do reator PFR foi realizada no estado estacionário, obtendo-se uma
equação diferencial ordinária, que foi resolvida utilizando-se o GNU
Octave. A ideia em se adoptar outra ferramenta matemática
diferente do EMSO, deve-se a dois motivos: a adição de um novo
software matemático para resolução do modelo, evidenciando a
existência de outros softwares com o mesmo propósito e o maior
domínio da ferramenta em questão. Mesmo a modelagem sendo
feita em estado estacionário, surge a equação diferencial, porque
no reator PFR a temperatura, conversão ou vazão molar varia com o
volume.
• Como mostrado anteriormente, para programar esse estudo de
caso no software GNU Octave é necessário declarar no programa
Notepad ++ a equação diferencial e seus parâmetros (constantes,
equações algébricas e as condições iniciais do processo), conforme
a figura abaixo:
Modelagem de Reatores Químicos
• CSTR isotérmico e densidade constante
• Série de CSTR isotérmicos e retenção constante:
• Considerações
• : – mistura perfeita
• – isotérmico
• – massa específica constante
• – volume constante
• – RA = kCA; k = k0exp(– E/RT)
Balanço de massa
• Global
• Por componentes
• Forças motrizes
• Série de CSTRs isotérmico e retenção variável
• Balanço de massa
• Global
• Por componente
• Forças motrizes
• hidrodinâmica
Reactor de batelada
Seja um reactor batelada usado para processar uma reacção de 1° ordem Com
k = 0,001 (1/s), usado para atingir uma conversão (XA) de 0,85.
O tempo de operação para carregar e descarregar uma batelada é de 10 min
(600 s). A massa especifica da mistura reacional é de 1200 kg/m³. A fabrica
precisa processar 10 ton por dia. Determine o nº de bateladas e o volume do
reator BR.

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