Instrução de Aprendiz Maçom Parte IV
Instrução de Aprendiz Maçom Parte IV
Instrução de Aprendiz Maçom Parte IV
Parte IV
Projeto Aprendiz
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A Bíblia e o Salmo 133
O Livro da Lei integra os ornamentos de uma Loja Maçônica, sendo assim denominada o
Livro da Lei, símbolo da vontade suprema, que impõe as crenças espirituais estabelecidas pelas
religiões e não se traduz apenas pelo Velho e Novo Testamento, mas de acordo com a filosofia
religiosa de cada povo. Juntamente com o Esquadro e o Compasso constituem as três Grandes
Luzes da Maçonaria.
O Livro da Lei é considerado parte integrante dos utensílios maçónicos, sendo
indispensável nos trabalhos de uma Loja. Segundo os pesquisadores, ela foi estabelecida em
1717, a partir da fundação da Grande Loja da Inglaterra.
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SALMO 133
Jerusalém não era apenas a Capital civil, mas também uma entidade espiritual. Em
algumas ocasiões, práticas religiosas eram celebradas no Templo de Salomão. Era um período
feliz, pois todos os judeus reconheciam a sua comum irmandade e “habitavam em união” por
diversos dias, na Cidade Sagrada para onde todos convergiam.
Mais do que qualquer outro povo, os judeus davam importância à unidade familiar. Os
filhos nunca deixavam a tenda do pai, mesmo quando nómades. Quando um rapaz casava,
outra tenda era levantada. Somente as moças deixavam o lar, para se mudar para a tenda de
seus maridos. Era o ideal da família, que “os Irmãos habitassem em união”.
Assim como os irmãos de sangue sentiam a necessidade de unir-se em torno do Templo
Familiar, entende-se que a filosofia maçônica tomou como exemplo essa experiência, para
ensinar seus membros a estarem sempre juntos como única família, constituindo o seu Templo
Espiritual.
Quando são lidos os versículos do Salmo no momento do Ritual de abertura da Loja, esse
texto atua em todos os Irmãos presentes, como unificador das mentes em torno do grande
objetivo comum, pois neste momento constitui-se uma obra de criação a Glória do G.’. A.’. D.’.
U.’.
A interjeição “Oh” designa admiração, surpresa, realça o espírito do texto ao relatar a
“excelência do amor fraternal”, o grau máximo de bondade e de perfeição causado pelo
encontro dos que se amam.
2- Parte: “É como o óleo precioso sobre a cabeça, que desce sobre a barba, a
barba d’Aarão, e que desce a orla de suas vestes”.
Era marca de distinção entre os judeus, o cabelo e a barba compridos. A barba
era um sinal de veneração e virilidade. Se um convidado fosse recebido para jantar,
as boas vindas lhe eram dadas, derramando óleo sobre a cabeça. Se alguém era bem
vindo, o óleo era derramado em abundância e corria livremente da cabeça aos pés,
passando pela barba, pescoço até o vestuário. O
perfume do óleo dava ao ambiente um odor refrescante. Da mesma
maneira, queremos em nossas reuniões, um ambiente fraternal um sentimento de
prazer entre todos os que estão presentes.
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Atualmente, sentimos alegria em re cebermos a
visita de Irmãos de outras Lojas, que conosco vêm
se juntar para a realização dos Trabalhos, e essa satisfação esparge e infunde como o óleo, um
perfume espiritual que transcende a nossa própria individualidade, uma vez que a união de
todos constitui o somatório da força geradora da obra a que
aspecto geográfico, ou dos aspectos naturais. O Monte de Hermon está localizado ao longo da
fronteira norte do pais; possui aproximadamente 3.000 metros de altitude, seu nome quer dizer
“o que pode ser visto de longe”. Mesmo durante o calor do verão, quando o restante da região
está ardendo em virtude do vento seco denominado “siroco”, a neve que cobre a montanha é
visível há muitos quilômetros de distância. A terra pode estar seca e árida, mas a neve, “o
O sistema do rio Jordão é alimentado por esse orvalho que se derrete, tem suas principais
nascentes ao sopé do Monte Hermon. Ë uma bênção para a nação, pois o rio corre por um vale
entre duas cordilheiras, que são ricas em ferro e cobre, com abundante suprimento de carvão,
fornecendo excelente base para a indústria, O solo é alimentado por esta água, e ali de cultivam
em abundância azeitonas, uvas e outras frutas. O, Jordão, tendo sua foz no Mar da Galiléia,
torna possível uma intensa indústria pesqueira, colaborando para a produção de alimentos à
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população, como para exportação.
Esse local foi o ideal para a construção do Templo, e antes foi o Palácio de Davi, que
tornou-se uma fortaleza, parte pela construção de suas muralhas e parte em virtude da
natureza da rocha, onde se localizam os Montes de Sião.
O “orvalho de Hermon” é físico, exterior e visível a olho nu. O que desce da montanha de
Sião é escondido, interno, brotando em fontes por debaixo do solo. O primeiro é simbólico,
terreno; o outro é espiritual, eterno. O homem apresenta os aspectos material, temporal, ao
lado da manifestação invisível, espiritual. Assim o “orvalho de Hermon” foi de grande significado
para a existência da Palestina. “Montes de Sião” era um lugar sagrado, o local do Templo, a
Casa do Senhor, onde se
ordena “a bênção e a vida para sempre”, o que nos induz a pensar na imortalidade da
alma.
A irmandade, ou a fraternidade, é uma graça interna e algo que brota de dentro do
coração. Seus frutos são facilmente vistos, assim como a cevada, o trigo, as uvas, os figos, que
crescem resultantes da neve derretida de Hermon. Essas frutas, embora não eternas, por sua
importância para o povo, são símbolo de paz, harmonia, amor.
Montes de Sião, brota de dentro, move-se da natureza interna para fora. E mais
duradoura, do que aquilo que é apenas físico.
Costumamos ficar impressionados com o que é visto, o tísico, o tangível, mas o que não é
visto, o espiritual, o intangível nem damos importância. Estamos tão acostumados a viver em
função das coisas materiais, que muitas vezes esquecemos que o que é material é transitório. A
bênção que todos devemos procurar, é o fruto da união fraternal, é a dádiva espiritual, é a vida
eterna.
Ë fácil compreender a razão por que foi escolhido este Salmo para representar nossa união,
quando da abertura dos Trabalhos no Grau de Aprendiz. Ele encerra o símbolo do “AMOR
FRATERNAL”.
MAÇONARIA: MAIS
ANTIGA E MAIOR
A Maçonaria é a mais antiga e, de
longe, a maior irmandade do mundo.
Suas LOJAS se espalham por todos os
rincões do planeta e pode-se afirmar
que o sol nunca se põe no firmamento
da Loja Maçônica.
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que, de alguma forma, ela sempre teria existido, perdendo-se no tempo o
local e a época de sua origem. Existem evidências de que mesmo antes de
Cristo já teria existido alguma espécie de fraternidade nos moldes
maçônicos. A Maçonaria sobreviveu a várias fases de transição que tiveram
lugar durante a Idade Média.
LOJA MAÇÔNICA
A organização básica da Maçonaria é a Loja Maçônica, também
denominada loja simbólica, loja azul ou loja obreira. É a loja que procede a
iniciação (admissão de candidato a membro da maçonaria) concedendo os
graus de aprendiz, companheiro e de mestre maçom.
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Washington, Thomas Jefferson e Benjamin Franklin foram alguns dentre
eles.
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MAÇONARIA E A HISTÓRIA DO BRASIL
"Há um capítulo em branco na História do Brasil, e esse capítulo é o que se refere à
Maçonaria, presente em todos os momentos decisivos e importantes de nossa pátria. Em torno
da excepcional contribuição da Maçonaria para a formação de nossa nacionalidade, é
inadmissível qualquer dúvida. De nenhum importante acontecimento histórico do Brasil, os
maçons estiveram ausentes. Da maioria deles, foram os elementos da Maçonaria os
promotores. Não há como honestamente negar que o Fico, A Proclamação da Independência, a
Libertação dos escravos, A Proclamação da República, os maiores eventos de nossa pátria foram
fatos organizados dentro de suas lojas.
A libertação dos escravos no Brasil foi, não há como negar, uma iniciativa de maçons, um
empreendimento da Maçonaria. A Maçonaria, cumprindo sua elevada missão de lutar pela
reivindicação dos direitos do homem, de batalhar pela liberdade, apanágio sagrado do Homem,
empenhou-se sem desfalecimento, sem temor, indefesamente pela emancipação dos escravos.
Para confirmar estes fatos basta verificar a predominância extraordinária de maçons entre
os líderes abolicionistas. Dentre muitos destacaram-se Visconde de Rio Branco, José do
Patrocínio, Joaquim Nabuco, Eusébio de Queiroz, Quintino Bocaiúva, Rui Barbosa, Cristiano
Otoni, Castro Alves, e muitos outros.
Assim foi e tem sido a atuação da Maçonaria com relação ao Brasil, sempre apoiando e
lutando para a concretização dos ideais mais nobres da pátria, comprometendo-se em favor da
liberdade e condenando as injustiças.
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Fonte:
Com esta Obra Universal que se desenvolve igualmente dentro e fora de nós, na
qual todo ser participa geralmente de forma inconsciente com sua própria vida e
atividade, o Maçom - ou seja o iniciado nos Mistérios da Construção - tem o privilégio
e o dever de cooperar conscientemente, convertendo-se em obreiro inteligente e
disciplinado do Grande Plano que constitui a evolução.
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inseparáveis, ainda que possam manifestar-se de diferentes formas, conforme a
evolução particular do indivíduo. E não há altura ou elevação do pensamento ou do
plano da consciência individual que não possa ser interpretado, ou ao qual não
possam utilmente aplicar-se as alegorias, os emblemas e os instrumentos simbólicos
da Construção.
LOJA , OU TEMPLO?
O ERRO
A crença
retângulo. A parte do fundo, que fica em plano mais elevado, chama-se Oriente ; a
parte de entrada é no Ocidente. O templo não deve ter janelas ou outras aberturas, a
não ser que, por elas, nada se veja e nada se ouça, do exterior”.
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(De um ritual do Grande Oriente do Brasil, 1998, pág. 6)
(De um ritual do Grande Oriente de Mato Grosso do Sul, 1998, pág. 17)
A confusão
luces: una en el Este hacia el Sur, dos al Oeste a los lados Norte y Sur (...). Alrededor
de la Logia se pone la orla con punta (...) ” . (...) El Primer Vigilante envia al
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Segundo Diacono a recorrer el vestibulo del Templo acompañado del Guarda Templo
(...)”.
Comentários:
arraigada idéia de que templo é o local das reuniões da Loja e que Loja é a
mostrar essa “diferença”, que não tem nenhuma base histórica. O quarto ritual, de
reuniões das Lojas, deixa, para os não maçons, a clara idéia de que a maçonaria é
A REALIDADE
Origens Históricas
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A palavra LOJA, tem suscitado comentários místicos, em torno de sua origem .
Para alguns, ela seria derivada da palavra grega logos, que significaria
“ensinamento secreto”, quando, na realidade, ela significa o verbo, tomado, aí, como
similar de a palavra. Para outros, ela seria originária da palavra sânscrita loka, que
significa mundo. Esclareça-se que sânscrito foi o nome dado idioma falado pelos
oeste do Paquistão), por volta do século XIV a.C. . Tendo afinidades com o antigo
persa, o grego e o latim, jamais foi um idioma popular, tornando-se restrito aos
sacerdotes brâmanes e aos eruditos : nele é que foi escrita a literatura indiana mais
sagrados. Todavia, como o locus latino, loka significa lugar , espaço, situação,
A realidade, porém, é outra, já que a palavra Loja teve origem nas guildas
e que começaram a florescer no século XII, já que, antes disso, eram simples
palavra leubja (cuja pronúncia é lóibja), significava lar, casa, abrigo e acabou
assim por diante. Ao idioma português, a palavra loja chegou através do frâncico
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edifício, ou galeria, usada para exposições artísticas e para a venda de produtos
negociados ; as guildas artesanais, por seu lado, passaram a chamar de loja os seus
locais de trabalho, ou seja, as oficinas dos mestres artesãos. Das primeiras, originou-
se o nome das casas comerciais, onde são vendidos os produtos fabricados ; das
outras originou-se o local das reuniões de obreiros, ou seja, a oficina maçônica. Isso
magazines e, em francês, sãos os magasins, ou ateliers. Mas tanto lodge, como loge,
maçônica.
O uso correto
“Layout of Lodge Rooms – The Emulation Ritual is based on the form of Lodge
layout found in the Lodge Rooms at Freemasons´ Hall, Great Queen Street, London
(...)”
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(Do Emulation Ritual, impresso por Lewis Masonic, Londres, 1986, pág. 17)
(De um ritual do Rito de “York”, da Grande Loja do Rio de Janeiro, 1966, pág. 13)
“Any Master Mason would recognise a lodge room as such, by its shape, by its
layout, and by articles he would find there (...). (...) A Lodge of Masons consists of a
mysteries of the Craft. (...) The form of the Lodge is an oblong square, situated due
East and West, supported by three pillars, and standing on holy ground”.
(“Qualquer Mestre Maçom pode reconhecer o recinto de uma loja, como tal,
pelo seu formato, pela sua planta, e pelos objetos que ele pode ali encontrar (...). A
Loja dos Maçons consiste de um certo número de Irmãos, que se reuniram para
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(Colin Dyer, in “Symbolism in Craft Freemasonry” – Lewis Masonic – London –
ao misticismo religioso, levaria, para as suas Lojas o conceito de templo, como o local
onde os maçons fazem suas reuniões, criando, na mente dos não maçons, como já foi
maçonaria francesa e a seguiu, pois foi ela que introduziu o conceito de templo,
embora não de forma tão radical como a que ocorre nos países sul e centro-
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b) Au deuxième sens, la loge est la cellule maçonnique fondamentale.
(...) ».
operativos reuniam-se, na parte externa dos canteiros (N.T. : aí, como local de
Teoricamente, ao menos, uma loja deve estar « orientada », como eram as catedrais,
de maneira que a posição do Venerável Mestre seja a Leste, ou Oriente, por analogia
de trabalho, como se pode ver no trecho « uma Loja deve estar orientada... », coisa
comum em todo o restante do texto, já que o autor, em todo ele, não faz mais
qualquer referência a templo, mas, sim, a Loja. Tal disposição, entre nós, não é
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MISTICISMO NOS CARGOS EM LOJA
Os principais cargos em Loja são associados ao misticismo religioso da Mesopotâmia, onde, além
dos deuses Marduc e Shamash (personificações do Sol), Sin (personificação da Lua) e Ichtar
(personificação de Vênus), existiam deuses correspondentes aos demais planetas conhecidos na
Antigüidade: Mercúrio, deus veloz e astuto, era o senhor da sabedoria calculista; Marte, por sua cor rubra,
era o senhor da guerra; Júpiter era um régio senhor dos homens, embora suplantado pelo deus-Sol; e
Saturno era um deus frio, cruel e irascível.
Venerável Mestre: assimilado ao planeta Júpiter, que, no panteão dos deuses babilônicos,
simbolizava a sabedoria.
1º Vigilante: associado ao planeta Marte, que era o senhor da guerra, simbolizando a força.
Orador: associado ao Sol, pois dele emana a Luz, como guarda da lei maçônica que é, além de
responsável pelas peças de arquitetura.
Tesoureiro: associado ao planeta Saturno, o deus babilônico frio e cruel, que, som seus "anéis",
simboliza a riqueza. A atividade de receber os metais e de organizar o movimento financeiro da Loja é
considerada ---por lidar com a frieza dos números --- fria e calculista, além de inflexível.
Mestre de Cerimônias: assimilado ao planeta Mercúrio, o deus veloz e astuto, pois esse Oficial,
sempre circulando pela Loja, como elemento de ligação, imita o planeta que mais rapidamente circula em
torno do Sol.
Da mesma maneira, os principais cargos em Loja são identificados com deuses e semideuses do
panteão gregol habitantes do Olimpo. Assim:
Venerável Mestre: assimilado a Zeus (Júpiter, para os romanos), o rei dos deuses, por sua
condição de dirigente da Loja; associado, também, a Atená (Minerva, para os romanos), deusa da
sabedoria, já que o Venerável Mestre deve ter a sabedoria, a prudência, a inteligência e o discernimento
necessários à condução de uma Loja.
Orador: associado a Apolo, ou Febo, deus do Sol, criador da poesia e da música, do canto e da
lira.
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Secretário: assimilado a Ártemis (Diana, para os romanos), deusa da Lua, da caça e das flores.
Tesoureiro: associado a Cronos (Saturno, para os romanos), pai de Zeus e filho de Urano, um dos
deuses primordiais, que, com Géia (a Terra) estava no início de todas as coisas.
Mestre de Cerimônias: associado a Hermes (Mercúrio, para os romanos), mensageiro dos deuses
do Olimpo, já que esse Oficial é o mensageiro dos dirigentes da Loja.
***
Nada
Conta-se que perguntaram a Pitágoras, após ter sido Iniciado nos mistérios, o que
tinha visto no Templo, tendo ele respondido simplesmente: NADA.
Porém, Pitágoras era Pitágoras, Se ao sair do Templo egípcio não tinha visto "nada",
não se limitou a sair decepcionado, senão buscando a origem deste "nada", descobriu
que era em si mesmo que não tinha visto "nada mais" que desejos e ilusões. Foi então
que começou seu caminho para a sabedoria.
"Fulano" não vai mais à sua Loja porque "não encontrou nada...". E como é que não
encontrou "nada"? Não encontrou o Templo com seu Altar, as Colunas, os móveis e a
decoração? Não encontrou os Irmãos reunidos na Loja? E como é que diz que não
encontrou "nada" e que o Simbolismo não lhe significa "nada"? Encontrou então pelo
menos o Simbolismo... E como é que pode dizer na Maçonaria não se faz "nada" e que
na Loja se fala muito e "nada" mais? Então, se faz algo, ainda que seja nada mais que
falar...
Parece que o "nada" que se encontra na Maçonaria não deve ser tomado ao pé da
letra. O Neófito que entra no Templo encontra algo, porem não encontra o que busca;
isto dá margem a várias perguntas:
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1º O "que busca" o profano que solicita ser Iniciado?
Pode solicitar seu ingresso pôr vários motivos, desde o mais grosseiros
materialismo, o desejo de encontrar protetores para seus negócios de qualquer espécie,
até o motivo de mais elevado sentimento de humanitarismo. Em regra geral, é mistura
de tudo, acrescido de curiosidade; e freqüentemente haverá um sentimento da própria
imperfeição acrescido do desejo de melhorar-se e de aperfeiçoar-se. Não é raro também
que se espere encontrar na Maçonaria um estímulo à ação para compensar a própria
falta de atividade; idéias extraordinárias e originais que ponham em funcionamento o
pensamento e a imaginação própria.
Ele buscava um meio cômodo para tornar sua vida mais fácil e agradável, para
sentir-se importante sem esforço algum, para viver em paz consigo mesmo.. E como
não acha o que buscava, diz simplesmente: "Não encontrei nada". Com isto, expressa
que tudo o mais que encontra não tem importância para ele; e que, aquilo que "não"
encontra é o que ele queria e nada mais. Dizer que a Maçonaria não faz nada é outra
maneira de revelar que se quer conseguir satisfações de amor próprio a baixo custo. Se
na Maçonaria estivesse se cristalizando uma obra de autentico humanismo, poderíamos
participar da glória de sua realização sem que tivéssemos o trabalho de planejar e
organizar sua execução. Se a Maçonaria fosse aquilo que querem aqueles que se
queixam de não encontrar nada nela, ela seria idêntica às sociedades múltiplas de
beneficência e clubes de serviço. cujos principais objetivos parecem ser que seus
membros apareçam na imprensa escrita e falada a qualquer pretexto. Todas estas
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satisfações de amor próprio, todas estas ilusões e esperanças vazias, é que a Maçonaria
não oferece. Pôr isto é que, aqueles que buscam isto, não encontram "nada".
Do ponto de vista das pessoas mencionadas anteriormente, "nada", pois para elas
o trabalho, o estudo, não são nada, e se não tiverem a paciência necessária, se
afastarão.
Quanto mais irreais, fantásticas forem suas esperanças, mais necessitarão para
encontrar o que oferece a Maçonaria, e que é: trabalho, ferramentas para executá-lo, o
"salário" que somente se obtém trabalhando. O Neófito tem que aprender que na
Maçonaria não encontrará satisfação alguma senão em razão do seu próprio trabalho.
Através do seu aprendizado se dará conta de que se a maçonaria lhe der, sem
sacrifício, as satisfações que estava procurando, então sim, poderá dizer "que não é
nada". O que acontece é que o homem moderno tem do trabalho um conceito muito
diferente que tinha as corporações de construtores da antigüidade. Para a maioria, hoje,
o trabalho é escravidão, atividade mecânica, impessoal, algo que se faz porque tem que
se viver e comer, e sem trabalho, não há comida; algo que se faz sem grande
satisfação, esperando que o relógio marque a hora da saída. Dali então partimos para o
descanso, a diversão, as comodidades. São poucos aos quais a sorte reservou um
trabalho construtivo e menos ainda existem pessoas capazes de buscar e achar o
descanso em uma atividade de tipo superior, uma atividade criadora. O construtor
medieval não se preocupava em apressar o tempo para terminar a catedral, mas sim se
detinha nos detalhes da construção, acrescentando uma grande variedades de enfeites
e esculturas tão belas como indispensáveis para a arquitetura, simplesmente porque
sentia o gosto de criar algo belo e bonito.
Nós já não compreendemos mais facilmente este prazer pelo trabalho, Queremos
que o trabalho termine o mais depressa possível, para que possamos nos dedicar a
outras atividades nas quais encontramos mais prazer.
Bate à porta do Templo, se abre a mesma para ele e não encontra nada. O que é
este "nada"?
Porém, este "nada" não é somente um fenômeno negativo. Este "nada" e como um
gérmen, algo novo e grande.
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O Irmão que se afasta da Loja queixando-se de "não haver encontrado nada", não
se limita somente a isto. Afasta-se desgostoso, decepcionado. O encontro com o "nada"
o afetou no mais profundo do seu ser. Não achou o que buscava, porém achou
precisamente seu próprio desgosto, sua própria decepção.
Ainda que se vá de nosso convívio, sua decepção o segue. E ainda que não o
confesse, não deixará de pensar, de vez em quando, que, para encontrar algo, se
necessitam duas coisas: algo que existe e alguém que saiba procurar. Ao lado do seu
orgulho, porque ele" não se deixou enganar", estará a constante inquietude acerca do
que terão encontrado os que ficaram e que ele não soube encontrar. Se vê, assim, posto
frente a frente, com sua própria insuficiência. Com seu próprio NADA.
Se for sincero consigo mesmo, reconhecerá que onde não encontrou nada, foi em si
mesmo.
Este é o ponto onde começa a germinar a idéia Maçônica. Se o Irmão chegar a este
ponto, começará a ser MAÇOM.
Autor desconhecido
22
"No ano em que veio a Azot, o general enviado por Sardão, rei da
Assíria, assediou Azot e apoderou-se dela (naquele tempo o Senhor tinha
falado pelo ministério de Isaías, nestes termos:” Vai, desata o saco que trazes
às costas e tira as sandálias dos teus pés “; Isaías dispôs-se a executá-lo, ia
nu e descalço). O Senhor disse:” Do mesmo modo que meu servo Isaías
vagueia nu e descalço, há três anos, para dar uma imagem do que aguarda o
Egito e a Etiópia, assim serão levados, pelo rei da Assíria, os prisioneiros
egípcios e os deportados da Etiópia, moços e velhos, nus e descalços, com o
dorso descoberto “. Isaías, 20, 1- 4.
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caminhos escabrosos para aprender a ter na maçonaria um caminho para alcançar
uma filosofia de verdade e paz entre os homens. Ato inspirado em Zoroastro que
fechou seus olhos e foi guiado por Brahma para ao fim de sua viagem perigosa ser
contemplado com o encontro da divina luz de Ormuzd.
O peito esquerdo nu vem revelar a intenção de que as emoções que estão contidas
no coração do profano possam ser vistas e avaliadas por todos os irmãos e tidas
como verdadeiras.
O pé direito deve estar realmente descalço, pois a marcha claudicante do
candidato com um pé descalço e o outro calçado, simboliza, inclusive, o árduo
caminhar de quem busca a luz.
É bíblico, no velho testamento, que Moisés ao encontrar a sarça que ardia mas
não queimava, teve a ordem de tirar suas sandálias e jogá-las longe pois ali era solo
sagrado e assim o candidato também procede em respeito ao templo.
Neste novo renascer iniciático, era práxis para sumerianos e essênios que
passassem totalmente nus por estreita fresta nas cavernas que serviam como
templos afastados dos olhares de curiosos para que, somente lá dentro, fossem
cobertos com vestes cerimoniais, levando à conclusão da ligação da maçonaria com
os mais antigos movimentos filosóficos, esotéricos e iniciáticos da humanidade,
fazendo com que suas origens se percam na noite dos tempos.
O NÚMERO TRÊS ( 3 )
"O Número Três não deriva seu princípio de si próprio e nem mesmo tem um
princípio" (Os Números). As observações a respeito deste número são dispersas e obscuras,
incluindo referências vagas a uma lei temporal da trindade, da qual a lei temporal da dualidade
depende completamente. "Na ordem divina, 3 é a Santíssima Trindade, como 4 é o ato
de sua explosão e o 7, o produto universal e a imensidão infinitas que resultaram
das maravilhas desta explosão" (Corresp. Teosófica, carta LXXVI).
"O número três nos é revelado só através dos 12 unificados, como o 4 é por nós
conhecido apenas pela sua explosão ou multiplicação por 7, que nos dá 16, e como
7, que é a soma deste 16 (1+6 = 7), descreve a nossa supremacia temporal (3) e
espiritual (4), ou a imensidão de nosso destino, como
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24
humanos" (Corresp. Teosófica, carta LXXVI). O número três atua na direção das
formas nas esferas celeste e terrestre; isto é, sendo ternário, em todos os corpos, o número dos
princípios espirituais. "Todos os nomes e símbolos que recaírem neste número
pertencem às formas, ou devem ter algum efeito sobre as formas" (Os Números).
Acima do celeste, foi o pensamento da Divindade que concebeu o projeto de produzir este
mundo, e assim o fez de forma ternária, porque esta era a lei das formas, inata ao pensamento
divino.
"Agora, os pensamentos de Deus são seres. A ação harmoniosa e unanime na
Divina Trindade é representada pelos três padres quando eles conduzem juntos a
Missa" (Os Números).
O Três é, também, o número das essências ou elementos dos quais os corpos são
universalmente compostos. Por este número, a lei que dirige a formação dos elementos é
expressa e os elementos são resumidos a três, por Saint-Martin, baseado no fato de que há
apenas três dimensões, três divisões possíveis de qualquer coisa sensória, três figuras
geométricas originais, três faculdades inatas em qualquer ser, três mundos temporais, três
níveis na Maçonaria, e como esta lei da tríade demonstra a si mesmo universalmente, de forma
tão clara, é razoável supor que o três também está no número dos elementos que são a base de
qualquer corpo.
"Se o número três é imposto a tudo que é criado, é porque ele imperava em suas
origens" (Obras Póstumas). "Se tivessem havido quatro, ao invés de três elementos,
eles teriam sido indestrutíveis e o mundo eterno. Sendo três, eles são esvaziados da
existência permanente, porque eles não têm unidade, como fica claro para aqueles
que conhecem as verdadeiras leis dos números" (Dos Erros e da Verdade).
"A razão, qualquer que seja ela, parece conflitar com outra afirmação de que
pode haver três em um, numa Trindade Divina, mas não um em três, porque aquilo
que é um em três deve estar sujeito no fim, a morte" (Dos Erros e da Verdade). "O
três não é só o número da essência e da lei que dirige todos os elementos, mas
também, as suas incorporações" (Dos Erros e da Verdade). "Ele é, finalmente, um
número mercurial terrestre que representa a parte sólida dos corpos, em
correspondência simbólica com a alma (sêxtuplo) dos animais, do qual é o primeiro
produto e o de todos os princípios intermediários de todas as classes" (Obras
Póstumas).
O NÚMERO ZERO - I
Você sabia ser um equívoco o dito popular “sou um zero à esquerda”?
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Senão vejamos a respeito do ZERO a partir do Versículo 2,
do Capítulo I, do Livro Gênesis:
Gen. I, 2 — “A terra porém era sem forma e vazia. Havia trevas sobre a
face do abismo e o Espírito de Deus pairava sobre as águas.”
A primeira dificuldade de interpretação do referido
versículo está em sua frase inicial: “A terra era informe e vazia”. Ora,
“sem forma e vazia”, simplesmente equivale a não existir. A segunda
frase nos diz que “havia trevas sobre a face do abismo”. Mas que
abismo? Há que se entender aqui que o “abismo” era o espaço. Logo, o
espaço coexistia com Deus e era anterior à sua manifestação. Diz a
terceira frase: “e o Espírito de Deus pairava sobre as águas”. Outra
grande dificuldade, pois, se, como se viu, a terra simplesmente não
existia, por ser sem forma e vazia, se o abismo era o espaço, que águas
eram essas por sobre as quais pairava o Espírito de Deus? Ao que
parece, o autor do versículo não tinha uma imagem própria para dar a
idéia de que o Espírito de Deus era superior a tudo e, assim, colocou
essas águas apenas para dar a entender que o Espírito de Deus se
sobrepunha a tudo. Mas sem dúvida, ele já existia e pairava, então do
NADA!
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idéia de Deus é o NADA, que nos sugere algo sem forma, sem
consistência, sem limites e, portanto, invisível, intangível e infinito.
Inidentificável por faltar elementos por nós conhecidos capazes de
submetê-lo à comparação! No entanto, Ele já existia, pois Seu Espírito
“pairava” no espaço.
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E assim, sobre o conceito do ZERO à esquerda, deixamos como
curiosidade e reflexão dos que lerem este trabalho, tendo como fonte O
SIMBOLISMO DOS NÚMEROS NA MAÇONARIA.
OBS: Este Trabalho nos foi enviado por e-mail.
O NÚMERO ZERO-II
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capazes de submetê-lo à comparação! No entanto, Ele já existia, pois Seu
Espírito “pairava” no espaço.
A forma geométrica do círculo (ZERO) é a que mais se presta para nos dar
a idéia de infinito porque, enquanto qualquer outro tipo de linha traçada nos
mostra sempre um princípio e um fim, o círculo é perfeitamente contínuo. É o
ZERO que simboliza o espaço, o absoluto ainda imanifestado, o princípio
latente de todas as coisas, que provêm todos os SEPHIROT (números que
compõe a escala da Cabala) ou seja, deste ABSOLUTO imanifestado é que se
originam todas as coisas.
29
O número zero é o nada, mas o nada não é um vazio absoluto, nele existe
o Espírito de Deus que ainda não se manifestou, assim o nada é o espaço
preenchido pelo Espírito de Deus, anterior a tudo e que dele partiu todas as
coisas. O Zero é, pois a representação simbólica do espaço absoluto
intangível e incompreensível para a mente humana, mas que porta o Espírito
de Deus ainda imanifestado, mas que nele permanece. O nada é a figura mais
apropriada para nos dar a idéia de Deus que nos sugere algo sem forma, sem
consciência, sem limites, invisível, intangível e infinito. A sua forma
geométrica que é o círculo que nos dá a idéia de infinito, de princípio e de fim,
o círculo é perfeitamente continuo e o zero é o símbolo do espaço que é
representado pelo círculo.
30
O amor, a vontade e a inteligência constituem o significado dos três pontos
que todo maçom deve ter a honra de colocar em sua assinatura.
O ÁGAPE
31
No decorrer do Ágape verificam-se momentos de solenidade especial,
nomeadamente no inicio, com a oração do Pão e do Vinho,, assim como na efectivarão
dos brindes rituais, a começar pelo brinde ao Sr. Presidente da Republica, a todos os
Chefes de Estado, ou monarcas que protegem a maçonaria, ao Grão-Mestre, ao
Venerável, aos Visitantes de outras Lojas, às mulheres e a terminar com um brinde, feito
pelo Irmão Aprendiz mais novo, dedicado a todos os maçons espalhados pelo mundo.
Por tudo isto diria que todos os Irmãos devem usufruir sempre deste momento para
cultivar uma das mais belas virtudes - a fraternidade.
32
Eis a grande questão imposta ao Iniciado, que acostumado no mundo profano a expressar
suas opiniões, a mudar de idéia de forma volátil, a agir impensadamente, com certeza haverá, a
partir da Iniciação, de se surpreender porque, como primeiro passo para o seu desenvolvimento
em busca do aprimoramento, deverá limitar-se a Ver, Ouvir e Calar.
É a lei iniciática do silêncio. Faz parte de normas que deverão ser fielmente observadas. O
sigilo, o segredo e o silêncio, existiram sempre inseparáveis nos antigos mistérios, como em
todos os sistemas de cultos. Achava Aristóteles, que as coisas mais difíceis de serem realizadas
eram: primeiro, guardar um segredo e segundo, manter o silêncio. Por isso, o silêncio e os
segredos foram exaltados em todas as escolas iniciáticas, como eterno dever do homem.
33
então agir sem se desmedir, sem se lastimar nem se frustrar.
Saber calar não é menos importante do que saber falar, e esta última arte não podemos
aprendê-la à perfeição antes de nos termos adestrado na primeira, retificando por meio do
Esquadro da reflexão todas as nossas expressões verbais instintivas.
Os trechos reproduzidos acima são uma rica contribuição ao tema deste trabalho,
recolhidos das obras de seus ilustres autores e ordenados de forma a relembrar aos IIr∴
esse tema tão importante para a Ordem Maçônica e, para finalizar, vale ainda reproduzir
alguns conselhos de Henri Durville selecionados da obra de Nicola Aslan:
34
Bibliografia
35
interessante sugestão dos antigos Mistérios, e também explica porque
é o avental a prenda essencial da vestimenta maçônica, com as
citadas exceções. O nosso avental moderno se desviou um tanto da
forma que teve no antigo Egito, e sem dúvida se modificou quando as
perseguições eclesiásticas obrigaram a união dos maçons
especulativos com os práticos, O antigo avental egípcio, era triangular,
com a cúspide para cima, e seus adornos diferiam, em vários aspectos,
dos que agora se usam. Mas a mudança mais importante consiste em
que hoje predomina a idéia de que o avental em si é tudo, e que a
faixa cingida ao redor do corpo só serve para melhor segurá-lo.
Antigamente, o cinto do avental era a sua característica mais
importante e algo mais que um símbolo, pois estava intensamente
magnetizado e disposto de modo que encerrasse em si um disco de
matéria etérica, para separar a parte sutil do corpo físico da parte
densa, e isolar inteiramente desta última as formidáveis forças
atualizadas pelo cerimonial maçônico.
Diz o Irmão Wilmshurst em sua obra The Meaning oI Masonry, pág.
21:
A Maçonaria é um sistema sacramental que, como todo
sacramento, tem um aspecto externo e visível, consistente de seu
cerimonial, de suas doutrinas e símbolos, que se podem ver e ouvir, e
um aspecto interno, mental e espiritual, oculto sob as cerimônias,
doutrinas e símbolos, que só aproveita ao maçom capaz de se valer da
imaginação espiritual e de descobrir a realidade existente atrás do
véu do símbolo externo.
36
Continua explicando o Irmão Wilmshurst que a côr azul pálida das
rosetas do avental e o forro e debruns azuis com borlas de prata do
avental do M.’. indicam que nesta etapa o azul do céu começa a tingir
a brancura, e que, por formosa que seja a inocência, deve ser
substituída até certo ponto pelo conhecimento, e quando se alcança
os graus superiores, é mais viva e formosa a coloração. Acrescenta o
referido autor que de cima para baixo fluem duas linhas de força ou
influência espiritual, que em seu extremo inferior divergem em sete
linhas significativas das sete cores do espetro solar, cujo verdadeiro
simbolismo é o das sete modalidades de vida.
Segundo a Enciclopédia de Mackey, o avental é o mesmo nos três
graus da Maçonaria Azul, sendo feito de pele
branca de cordeiro, debruada de azul.
A Comaçonaria segue o costume
dominante na Grande Loja da Inglaterra, com a
diferença de que o debrum e as rosetas são de
azul mais intenso, com estreito rebordo
carmezim, e as bordas são douradas em vez de
prateadas, e suas sete linhas simbolizam os sete
raios de vida e os sete graus de matéria.
O avental é o adorno ou a insígnia do maçom, é o Símbolo do
Trabalho, o avental do aprendiz tem a forma de um polígono de 5
lados, ou seja um retângulo encimado por uma parte triangular
chamada abeta.
O triângulo simboliza o espírito do homem e o retângulo
representa a matéria ou corpo, o polígono representa o trabalho
material iniciado pelo Apr.’. ao pretender desbastar a Pedra Bruta.
CALENDÁRIO MAÇÔNICO
37
Estabelecer um calendário é organizar o tempo da mesma maneira que se
constroem diques para regular o curso de um rio, é possuir um meio de marcar as
etapas da própria evolução humana, exterior e interior, e de celebrar numa data fixa,
tudo aquilo que faz lembrar as relações do homem com os deuses, com o cosmos. Ao
contemplarmos um calendário evocamos o perpétuo reinício.
Alguns tipos de calendários: o calendário egípcio tem um ano de 365 dias dividido em
12 meses de 30 dias e mais 5 dias adicionais. Esse calendário convém ao país que não tem a
primavera, os meses são então agrupados de quatro em quatro, com três estações:
inundação, inverno, verão; o calendário dos hebreus é lunar, ele imitava o dos fenícios; no
período bíblico o calendário utilizado era o solar. Sabemos através do Livro dos Reis (I Reis,
4, 7 ) que Salomão tinha sob suas ordens doze oficiais, sendo que cada um deles devia
prestar um mês de serviço. Se o calendário solar já estava sendo utilizado antes do exílio,
isto significa que os hebreus se familiarizaram durante o cativeiro com o calendário luni-
solar, segundo o qual os meses dependiam dos movimentos da Lua e o ano era regido, com
suas etapas, pelo Sol.
A Maçonaria adota o calendário Hebraico e Gregoriano.
O Calendário Hebraico data de antes de Moisés. O ano era lunar e constava de 12
meses de 30 e 29 dias alternadamente e acrescentava-se um mês suplementar
(Veadar), para corrigir a diferença de 11 dias entre o ano lunar e o solar. O ano tem
início no mês de Tisri, pela Lua Nova seguinte ao equinócio de setembro.
São os seguintes os meses hebraicos e seus correspondentes ao calendário
gregoriano:
BIBLIOGRAFIA
Baseado no Livro “O Mestre Maçom”
38
de Manoel Gomes
O COBRIDOR
Introdução
O tema Cobridor se revelou bastante desafiador, uma vez que pouco há escrito sobre o
tema, tanto nos livros, como em artigos e sites da Internet.
2. Simbolismo do cargo.
I - guardar a entrada do Templo, zelando pela plena segurança dos trabalhos da Loja;
III - verificar se os Obreiros que desejarem entrar no Templo, após o início dos trabalhos,
estão trajados regularmente e encaminhá-los consoante determina o respectivo Ritual.
Do Cobridor Externo
II - não permitir que sejam ouvidos, externamente, por quem quer que seja, os trabalhos
realizados em Loja;
39
Em outras palavras, o Cobridor é o “guardião” do Templo, que zela pela sua incolumidade,
pelo sigilo dos trabalhos, pela segurança na entrada do Templo, pela identificação das pessoas
que a ele se dirigem, pela fiscalização da indumentária dos obreiros, reportando-se sempre ao
Ir.: 1º Vig.:, o qual transmite as informações ao V.: M.:.
Vale lembrar que durante as sessões, quando não houver Cobridor Externo, o cobridor
interno fará suas vezes. Isso é o que se depreende da análise do Ritual do 1º Grau do REAA, o
qual, após o Ir.: 1º Vig.: determinar ao Ir.: Cobr.: verificar se o Templo está coberto, assim
determina:
“se houver Cobr.: Ext.:, o Cobr.: Int.: dará as pancadas do Grau (com o cabo da espada) na
porta pelo lado de dentro e o Cobr.: Ext.:, após fazer a verificação, dará as pancadas do Grau na
porta pelo lado de fora. Se houver somente Cobr.: Int.:, o mesmo sairá do Templo, fará a
verificação, baterá na porta pelo lado de dentro e dirá:
Se no momento em que o Obr.: bater à porta do Templo, não for possível franquear-lhe o
ingresso, o Cobr.: dará as mesmas três pancadas do Grau, na parte interna da porta. Isso
significa que o retardatário deverá aguardar o momento propício para entrar.”
Simbolismo do Cargo
O Cobr.: é um dos Oficiais que compõem a Estrela Hexagonal, composta por um triângulo
de ápice superior e outro de ápice inferior, ambos eqüiláteros e sobrepostos, também presente
no painel do grau de Companheiro Maçom, a qual serve para simbolizar os dirigentes de uma
Loja maçônica composta, de acordo com as suas atribuições, ligadas à espiritualidade, ou à
materialidade.
40
formando o Triângulo da Espiritualidade (tomada, aí, como o conjunto das qualidades
espirituais do homem: mentais, ou intelectuais).
Nota
A palavra Cobridor pode também ser encontrada na literatura maçônica como sinônimo de
manual ou rito. Exemplo: Manual Maçônico ou Cobridor do Rito Escocês Antigo e Aceito.
Bibliografia
Regulamento Geral do Grande Oriente do Brasil.
CASTELLANI, José. "Origens Históricas e Místicas do Templo Maçônico". São Paulo, Editora
Gazeta Maçônica - 1991.
CASTELLANI, José .“Consultório Maçônico”, vol VII. São Paulo, Editora A Trolha – 2000.
41
O CÓDIGO MAÇÔNICO
10º - Não te envergonhes do teu Destino, pensa que este não te desonra
nem te degrada; o modo como desempenhas a tua missão é que te enaltece
ou te amesquinha perante os homens.
14º - Sê, entre os profanos fracos, sem rudeza, superior sem orgulho;
humilde sem baixeza; e, entre Irmãos, firme sem obstinação, severo sem
inflexibilidade e submisso sem servilismo.
42
15º - Justo e valoroso, defende o oprimido e protege a inocência, não
exaltando jamais os serviços prestados.
20º - Estima os bons, ama os fracos, atende aos maus e não ofendas a
ninguém.
21º - Sê o amparo dos aflitos; cada lamento que tua dureza provocar, são
outras tantas maldições que cairão sobre a tua cabeça.
25º - Não lisonjeies nunca teu Irmão, isso corresponde a uma traição; se
te lisonjearem receia que te corrompam.
28º - O coração dos justos está onde se pratique a virtude, e o dos tolos,
onde festeja a vaidade.
30º - Dá sempre com satisfação, porque mais vale uma negativa delicada
do que uma esmola que humilhe.
43
31º - Suporte tudo com a resignação e tem sempre confiança no futuro.
33º - Concentra, ao menos uma vez por dia, todas as vibrações da tua
alma, no sentido de estares em contato com o Grande Arquiteto do Universo.
O COMPORTAMENTO DO MAÇOM
Um dos requisitos para que alguém possa ser iniciado na Maçonaria é "...
ser livre e de bons costumes". Livre, é aquele que dispõe de si mesmo, que
não está sujeito a nenhum senhor de forma servil; livre é o homem ilimitado,
desembaraçado, mas que acima de tudo, sabe que a sua liberdade termina
onde a do outro começa.
Atingir este equilíbrio, não é uma tarefa simples, e portanto deve ser
buscada a qualquer momento do dia ou da noite. Um fator decisivo para o
sucesso é o uso da ética na busca do aperfeiçoamento intelectual, material e
social. Sem ética, é impossível elevar a moral e por conseqüência, impossível
evoluir.
Uma das formas do maçom definir sua conduta, é na sua relação com o
G:. A:. D:. U:.! Sendo Ele um ser superior, cabe ao maçom dentro da sua fé,
respeitar a fé dos IIr:. ou profanos que do ponto de vista religioso não
concordem com ele.
44
Em relação à humanidade, o maçom deve contribuir para a melhoria dos
fatores de desenvolvimento e a conseqüente utilização por todos os homens.
Dentro de uma sociedade, o maçom deve dar o seu exemplo, para distinguir
indivíduo de pessoa, e se possível, ter a consciência de cidadania,
respeitando a ordem e as leis do país.
Que o G:. A:. D:. U:. ilumine a todos com sua luz, deixando aparecer o interior
de cada um, a fim de que a verdadeira imortalidade possa ser alcançada e
vivenciada!
Delta Luminoso
e os
Triângulos
No Oriente de nossas lojas, entre os símbolos do Sol e da Lua, no
45
Olho Divino no centro, olho que nunca dorme, sempre vigilante, que tudo vê e
46
Delta Luminoso, com o seu triângulo e o Olho que tudo vê, formam um só símbolo,
imutável, isto é, é o mesmo símbolo de séculos atrás. Os cristãos modernos empregam
essa mesma figura para representar a Trindade. Os maçons Operativos adotaram o
Triângulo como símbolo da Santa Trindade, e esta compreensão permaneceu entre os
Maçons especulativos.
Deita Luminoso quando rodeado por raios que emanam de um sol como que
colocado em seu centro, raios esses que envolvem o Deita Luminoso, temos a figura
que representa a Luz Divina.
A Ciência atual, a Física Moderna trata a matéria como feixes de luz, isto é, de
fótons ou partículas luminosas o que dá razão aos Livros Sagrados de muitos povos, em
especial a Bíblia que em Gênesis afirma ter Deus criado a Luz no primeiro dia e o Sol no
quatro dia. O Delta Luminoso representa a Verdadeira Luz.
O Triângulo está representado pelo frontão do Templo, sustentado pelas três colu-
nas. Os triângulos podem ser divididos em duas grandes famílias: os isósceles e os
escalenos. O triângulo equilátero, cujos três lados são iguais, é um triângulo isósceles.
Segundo Plutarco, Xenócrates comparava a divindade a um triângulo equilátero.
Era mesmo que torná-la, com razão, perfeitamente igual em todas as suas perfeições,
enquanto que os gênios eram comparados apenas ao triângulo isósceles, que só têm
dois de seus lados iguais e, por consequência, carece de alguma perfeição. Enfim, os
homens comuns eram simbolizados pelo triângulo escaleno, que têm todos os lados
desiguais, triângulo equilátero, muitas vezes, simboliza a trindade divina no catolicismo.
“O triângulo, por seus três lados e seus ângulos iguais, é um símbolo muito expressivo.
Vemo-lo como um ninho na cabeça de Deus ou entre suas mãos: desde o século XVII,
que abusou singularmente desse triângulo, e é dentro dele que se inscreve o nome de
Jeová em hebraico ou o olho de Deus que tudo vê.
O Delta Luminoso maçônico, localizado no Oriente, atrás e acima do Venerável,
costuma apresentar em seu centro o Olho Divino ou então o tetragrama sagrado I E V E,
em letras hebraicas IOD, HE, VAU, o nome do Grande Arquiteto do Universo, cuja
pronúncia era reservada
ao sumo sacerdote, entre os hebreus, uma única vez por ano e cuja verdadeira
pronúncia se perdeu.
O triângulo evoca a idéia da Trindade e esta não é uma concepção própria apenas nas
religiões cristãs.
A Trindade encontra-se:
47
pensar; bem dizer; bem fazer; ou pela divisa Liberdade, Igualdade e Fraternidade.
“Os três pontos do triângulo, significam passado, presente e futuro; o triângulo inteiro, Eternidade
ou Deus Eterno. Os três ângulos significam ainda sal, enxofre e mercúrio princípios da obra de Deus. Os
três ângulos representam também os três remos da Natureza e as três fases da revolução perpétua:
nascimento, vida e morte. Em suma, o triângulo é o emblema da Divindade”.
BIBLIOGRAFIA
Aslan, Nicola – Comentários ao Ritual de Aprendiz – Volume III – Editora Maçônica “A Trolha” Ltda. - 1ª Edição –
novembro 1995
Neves, Carvalho – Instruções para Loja de Aprendiz – Cadernos de Estudos Maçônicos – Editora Maçônica “A
Trolha” Ltda. – 2ª Edição
Indaga-se o seguinte: Qual a razão de se ter escolhido o dia 20 de agosto como o dia do
“Maçom Brasileiro”.
Para o deslinde da matéria necessário se faz voltar á história do Brasil, mais precisamente
no ano de 1822, nos meses que antecederam a proclamação da Independência.
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destacado em prol da proclamação da independência, tendo admitido em seus quadros o
príncipe D. Pedro I, que entrou na Maçonaria no dia 13 do 5º mês Maçônico, ou seja, em 13 de
julho de 1822, tendo o mesmo recebido ensinamentos Maçônicos e sido influenciado para
proclamar a independência do Brasil de Portugual, principalmente pelos Maçons José Bonifácio
de Andrade e Silva e Gonçalves Ledo.
Tenório de Albuquerque no seu livro “A Maçonaria e a Grandeza do Brasil” ano 1º, ata do
dia 20 do 6º mês Maçônico de 1822 que “tendo sido convocados os Maçons membros das três
Lojas Metropolitanas, para uma sessão extraordinária, foi a mesma presidida pelo primeiro
Grande Vigilante, Joaquim Gonçalves Ledo, tendo o mesmo proferido do sólio em veemente
discurso, demonstrando, com sólidas razões que as circunstâncias políticas da pátria, do rico,
fértil e poderoso Brasil, demandavam e exigiam imperiosamente que a sua categoria fosse
inabalavelmente firmada com a proclamação da independência.
“Explicou o mesmo o Grande Vigilante Joaquim Gonçalves Ledo a necessidade de ser a sua
moção discutida, para que aqueles que pudessem ter receio de que fossem convencidos, pelos
debates, de que a proclamação da independência era a âncora da salvação do Brasil. Em
consequência do que, dando a palavra a quem quisesse especificar seus sentimentos, falaram
vários membros e todos aprovaram a moção reconhecendo a necessidade imperiosa de se fazer
a Independência do Brasil”.
No mesmo sentido, o Barão do Rio Branco, segundando Varnhagem diz que de fato a inde-
pendência já fora proclamada pela Maçonaria na sessão de 20 de agosto, em Assembléia Geral
do povo Maçônico, reunidas na sede do apostolado as três Lojas Metropolitanas. Deve salientar-
se que 20 de agosto ficou também resolvido pelo Grande Oriente que a data mais provável para
a proclamação da independência seria o dia 12 d outubro, aniversário do Príncipe Regente.
Entretanto, vindo de Santos para São Paulo, 13. Pedro recebeu despachos do Rio de Janeiro que
lhe davam noticias das Ordens intransigentes das Cortes para a sua volta e do envio de
expedições militares.
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Gustavo Barroso, autor insuspeito, por tratar-se historiador inimigo e rancoroso da
Maçonaria diz que entre os papéis que foram entregues a D. Pedro pelos portadores Paulo
Bregaro e Antônio Cordeiro, estava uma prancha do Grande Oriente comunicando o que havia
ocorrido no dia 20 de agosto na reunião das Três Lojas Maçônicas, Comércio e Artes, União e
Tranquilidade e Esperança de Niterói e aconselhando-o a abreviar a data da proclamação da
Independência.
O príncipe D. Pedro, a cavalo, rodeado dos dragões de sua guarda de Honra, uniformizados
a austríaca e membros da sua comitiva, amarfanhou os papéis, arrancou a espada, pronunciou
as palavras que abriram novos horizontes ao Brasil “Independência ou Morte”
Era a declaração pública do que já estava resolvida desde o dia 20 de agosto na reunião da
Três Lojas Maçônicas.
Não contasse D. Pedro com o apoio integral da Maçonaria e não teria disposto da coragem
imprescindível para proferir o “Independência ou Morte” em São Paulo.
Fica assim explicada a razão de se ter escolhido o dia 20 de agosto, como o dia do Maçom,
por ser o dia em o povo Maçônico deliberou que a proclamação da independência teria que ser
feita o mais rápido possível ainda no ano de 1822.
Temos que louvar esta deliberação corajosa dos Maçons brasileiros, que sabiam que iriam
enfrentar uma reação violenta de Portugal.
Com a união, porém, da Maçonaria, do Príncipe Regente D. Pedro e do povo que já estava
maduro para a separação, os portugueses sofreram sérios reveses e em pouco tempo tiveram
que reconhecer o fato consumado da independência do Brasil. Comemoremos, o dia 7 de
Setembro, data da Proclamação da República, mas não esqueçamos o dia 20 de agosto, quando
Maçons valorosos, tomaram uma decisão histórica em prol do Brasil.
O ESQUADRO E O COMPASSO
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Nos ritos místicos, esotericamente, o compasso representa o espírito e o esquadro
simboliza a matéria.
Assim, no Aprendiz, ainda imperfeito, a materialidade suplanta a espiritualidade; no
Companheiro, há um equilíbrio entre a espiritualidade e a materialidade; e, finalmente, no
Mestre, há o triunfo do espírito sobre a matéria.
Para os ritos teístas, a verdade, simbolizada pelas hastes livres do compasso, é a Verdade
Divina, o atributo da mais alta espiritualidade, só reconhecido na divindade, enquanto a
verdade simbolizada pelas hastes presas do compasso é a Verdade humana, demonstrada como
imperfeita, rústica, instável e subjugada pelos preconceitos.
O ângulo reto é também, o símbolo da luta, dos contrastes e das oposições que reinam no
mundo sensível, de todas as desarmonias exteriores, que devem ser enfrentadas e resolvidas
na Harmonia que provém do reconhecimento da unidade interior. O compasso é o símbolo deste
reconhecimento e desta harmonia, que deve unir-se ao esquadro e dominar o mundo objetivo
por meio da compreensão de uma Lei e de uma Realidade Superior. Por intermédio de seu
ângulo de 60 graus, no qual está ordinariamente disposto (o ângulo do triângulo equilátero),
mostra o ternário superior que deve dominar sobre o quaternário inferior, ou seja, o perfeito
domínio do Céu sobre a Terra.
Dependendo do grau em que a Loja esteja trabalhando, varia a posição do esquadro e do
compasso sobre o Livro da Lei: no grau de Aprendiz Maçom, o esquadro é colocado sobre o
compasso, com seus ramos ocultando as hastes deste; no de Companheiro, eles os
instrumentos estão entrecruzados, com um dos ramos do esquadro ocultando uma haste do
compasso, enquanto a outra haste deste cobre o outro ramo daquele; no de Mestre, o compasso
é colocado sobre o esquadro, com suas hastes ocultando os ramos deste.
BIBLIOGRAFIA:
51
GADU
O GRANDE ARQUITETO
DO UNIVERSO
É a maçonaria religiosa? É a Maçonaria uma
religião?
Sim, é religiosa. Não, não é uma religião. É
religiosa porque reconhece a existência de um único principio criador,
regulador, absoluto, supremo e infinito ao qual, a Maçonaria dá o nome de
GRANDE ARQUITETO DO UNIVERSO - GADU, que é uma entidade espiritualista
em contraposição ao materialismo. Não é uma religião porque a Maçonaria é
uma sociedade que tem por objetivo unir os homens entre si, e nesse esforço,
admite em seu seio as pessoas de todos os credos religiosos sem nenhuma
distinção.
52
os homens conforme reza as Constituições de Anderson. Este conceito do
ponto de vista técnico não tem consistência, posto que toda Religião se auto
denomina a única salvadora, a única que merece ser seguida. Mais deve ser
entendida como uma Religião Moral e não uma religião eclesiástica ou
institucional. A obediência á lei Moral revelada pelo L .’. da L .’. é uma
obrigação do maçom, e, na vida profana, mais do que na vida maçônica, a
conduta do maçom deverá refletir o cumprimento desse dever. A mesma
convivência estendida a todos os homens faz do maçom um obreiro da paz.
Entende-se que a Moral Religiosa se fundamente no cumprimento da vontade
de Deus, ou seja , dirigir os atos humanos de acordo com a ordenação
universal, e a Moral da Maçonaria é aquela não acorrentada a nenhuma época
, é aquela de cada povo, a de cada tempo, a de cada civilização, de cada
cultura, assim são os Maçons. O conceito de Anderson deverá ser visto dentro
do universalismo maçônico, que aceita todas as Religiões, ao mesmo tempo
em que incentiva, determina, que cada um cultive sua Religião particular, e,
na prática, sob os umbrais do Templo Maçônico, exercite a convivência pa-
cífica e fraterna de maçons de todas as crenças, desde que consentânea com
o ideal maçônico.
53
Seja qual for a religião de um homem ou sua forma de adorar, ele não será
excluído da Ordem se acreditar no glorioso Arquiteto do Céu e da Terra e
praticar os sagrados deveres da moral.
O GRÃO DE TRIGO
O quarto de reflexões constitui a prova da terra - a primeira das quatro
provas simbólicas dos elementos - e, através de sua analogia, conduz-nos aos
Mistérios de Elêusis, nos quais o iniciado era simbolizado pelo grão de trigo
atirado e sepultado no solo, para que germinasse abrisse, por seu próprio
esforço, um caminho para a luz.
Assim como a semente, para poder germinar e produzir a planta, deve ser
abandonada ao solo, onde morre como semente, enquanto o germe da futura
planta começa a crescer, assim também, o homem, para manifestar as
possibilidades espirituais que nele se encontram em estado latente, deve
aprender a concentrar-se no silêncio de sua alma, isolando-se de todas as
influências externas, morrendo para seus defeitos e imperfeições a fim de que
o germe da Nova Vida possa crescer e manifestar-se.
54
Uma vez que o Germe espiritual, a Divina Semente de nosso ser, é imortal
e incorruptível, esta morte - como toda forma de morte, sob um ponto de
vista mais profundo - é simplesmente o despojo de uma forma imperfeita e a
superação de um estado de imperfeição, que foram no passado um degrau
indispensável ao nosso progresso, mas que a atualidade transformaram-se
numa limitação e ao mesmo tempo numa necessidade; na oportunidade e na
base para um novo passo adiante.
O MERCÚRIO VITAL
A ação e interação entre estas duas tendências opostas, é pois, destinada a
produzir em nós, ativando o estado latente que se encontra dentro de nosso Germe
Espiritual, o mercúrio vital ou princípio da Inteligência e Sabedoria, que corresponde
ao salva da filosofia hindu: o ritmo da natureza, produzido pela lei de Harmonia e
Equilíbrio.
55
elevadas, e quando estas conseguem sobrepor-se à sua ignorância, erros e temores,
assim como às demais tendências passionais e instintivas.
O NÚMERO 3
O número três não deriva seu princípio de si próprio, ele inclui referências a uma lei
temporal ( presente-passado-futuro ) como no tridente do deus do mar romano,
Netuno.
A tríade é importante na maçonaria por representar o próprio delta, ou triângulo,
que podem constituir a divisa maçônica da liberdade, igualdade e fraternidade.
O três é antes de tudo a justiça e o equilíbrio, representados na tese que defende
uma idéia, na antítese que é a oposição do contrário e na síntese que harmoniza
pontos discordantes.
Três anos são a idade do aprendiz de maçom, três são os seus passos ritualísticos e
três são os pontos que o maçom apõe ao final de sua assinatura, correspondendo aos
três vértices do ternário completo do delta sagrado.
A origem do ternário tem seu início a partir do binário que é um abismo de
56
contraditório mas que somado da unidade, que representa a essência una do todo,
transforma a dualidade de pares opostos em harmonia.
O binário opõe luz às trevas, calor ao frio, bem ao mal, porém o ternário é o
equilibrante, intermediário e harmonioso.
Três é o número da luz, na sua tríplice concepção: Fogo, chamas e calor. É assim a
unidade perfeita, a trilogia que simboliza o universo: os diversos em um. É sagrado
para a maioria das religiões, combinando os números um e dois, incluindo toda a vida
e experiência. É nascimento, vida e morte. Homem, mulher e criança.
Na Índia, Brama, Vixnu e Xiva formam uma poderosa trindade de deuses. Esta
Referências:
1) MITFORD, MB. O livro ilustrado dos signos e símbolos. Ed. Livros e livros, 1996.
2) DA CAMINO, R. Simbolismo do 1º grau. Ed. Madras, 1998.
3) Ritual do Simbolismo de Aprendiz Maçom, 1ª edição, GLOMARON, 2002.
O PÃO E A ÁGUA
Essa semente, que deve morrer na terra para produzir a nova vida da planta,
cuja perfeição encerra em estado potencial, morreu efetivamente no pão que está
sobre a mesa da câmara de reflexões, para simbolizá-la. Esta pão, representa além
disso a substância que constitui o meio pelo qual a vida se manifesta em todas as
suas formas, a matéria prima continuamente o mecanismo incessante da renovação
orgânica, passando de um a outro estado, de uma a outra forma de existência.
Ao lado do pão, encontra-se um copo com água, ou seja aquele elemento úmido -
outro aspecto da própria Substância Mãe - que é fator e condição indispensável de
crescimento, germinação, maturação, reprodução e regeneração. Como a Vênus
Anadiômera, que se transforma em Vênus Genitrix; a Mãe Universal, também a Vida
somente pode nascer do seio das águas, enquanto que a terra mitologicamente
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simbolizada por Géa e Deméter (às quais estavam consagradas os Mistérios de
Elêusis) converte-se na nutris.
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da Mesopotâmia, junto ao Golfo Pérsico, a partir do IV milênio A.C., os
sumerianos influiram, decisivamente na formação mística, metafísica e
cultural dos demais povos Asiáticos e dos Mediterrâneos. Hoje não
restam mais dúvidas de que eles inventaram a escrita (escrita cuneifor-
me); o sumeriano era língua hierática (sagrada), usada nos textos
religiosos de, praticamente, todos os povos da antiguidade, enquanto
que o acadiano (dos habitantes de Acad, região ao norte de Summer) era
a língua diplomática usada, inclusive, pelos Egipcios. Além da escrita, é
certo terem, os antigos sumerianos, tudo criado: administração e justiça
fundadas em Códigos, que serviram de padrão: formas políticas de
governo, que vão desde as cidades-estados, até ao império: instrumentos
de troca e de produção: formas de pensamento religioso, que domi-
naram o mundo antigo: a astronomia e astrologia: técnicas de
construção copiadas por outros povos (os especialistas Woolley e Parrot
reconstruiram, além dos templos religiosos, as casas sumerianas de dois
andares, protótipos das futuras casas gregas e romanas).
demais povos, entretanto, adotaram esse símbolo (os hebreus não o usaram e ele não
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Na Maçonaria, o Pavimento não tem, também, o significado sagrado
que possuía entre os sumerianos, não sendo terreno sagrado, no qual é
proibido pisar
O Pavimento Quadriculado é, geralmente, chamado de Pavimento
Mosaico, graças á lenda, segundo a qual Moisés (Moshe), o líder do povo
hebreu, durante o Éxodo teria assentado, no chão do Tabernáculo (em
hebraico Suká = tenda, ou Mishcán = santuário: templo portátil armado
pelos hebreus, durante a peregrinação em direção à Palestina, após a
saida do Egito), pequenas pedras coloridas.
O termo mosaico não tem nada a ver com o pavimento feito de
pedras, que formam desenhos; não tem nada a ver, também, com a
palavra latina musaeum, como afirmam alguns autores. A defesa desta
hipótese, inclusive, demonstra, não apenas um desconhecimento de
Maçonaria, mas, também, e principalmente, do próprio vernáculo e da
etimologia da palavra, pois o vocábulo mosaico, quando usado como
substantivo significa “pavimento feito de pequenas peças, que, pela
disposição de suas cores, dão a aparência de desenhos”, enquanto que,
quando usado como adjetivo, ela é alusivo a Moisés e, por extensão, ao
hebraismo, ou judaísmo. Na expressão Pavimento Mosaico
(Pavimento”de”Mosaico é bobagem), a expressão “mosaico” é ode
adjetivo referente ao substantivo “pavimento”, sendo, portanto, alusiva
a Moisés, realmente.
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O significado mais curial e menos maçônico diz respeito a igualdade
entre as raças negra e branca.
No antigo Egito, somente era permitido transitar sobre o Pavimento
Mosaico, o candidato e aqueles que desempenhavam algumas tarefas,
como quem acendia a luz do Fogo Sagrado e quem manejava o turíbulo
do incenso.
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O trabalho maçónico em Loja é apresentado como uma escola de libertação da
pessoa sujeitada na vida diária a influências externas levadas a cabo por todas as
formas de comunicação e também esmagada pelas influências externas à sua
consciência, aos seus desejos, às suas paixões, aos seus costumes e aos seus
preconceitos. Adquirir a liberdade interior que condiciona a existência do espírito
crítico, da responsabilidade pessoal e, por consequência da liberdade do homem,
constitui um das preocupações mais importantes da Franco-maçonaria. A procura
iniciática, baseada no estudo dos grandes valores do património do espírito humano,
propõe três orientações principais:
O do Verdadeiro que não mais do que a procura da verdade objectiva, pois ela é
indispensável para o progresso do homem e da humanidade.
Porém, a verdade absoluta constitui um ideal inacessível para o ser humano e, por
consequência, a Franco-maçonaria não pretende possui-la, pois só a investiga. Esta
atitude concede-lhe o princípio da tolerância que lhe permite aceitar todas as ideias
sinceras e permite harmonizá-las noutras direcções possíveis. O estudo do
simbolismo pela sua forma de compreensão vem ajudar à palavra, aparte de sua
utilidade inegável, aprisiona o pensamento limitando o sentido da definição das
palavras empregadas pelo dicionário.
A do Bem que está na procura de uma definição do bem e do mal, e que considera
como essencial o estudo da moral e da ética. Ela tem a ambição de procurar nestes
domínios os valores que seriam os critérios de referência para as acções humanas. A
paz entre os homens depende consideravelmente do sucesso desta procura.
O uso de velas, em nossas sessões ritualísticas, às vezes, não é bem compreendido pelo novo
Aprendiz, cuidando que possa haver aí qualquer conotação religiosa ou mágica.
Tal prática, aliás, não é exclusiva da Maçonaria, verificando-se em outras ordens iniciáticas.
Devemos entender que a vela e sua chama têm um significado místico, esotérico, que precede e
transcende ao encontrado na liturgia dos vários credos confessionais, por sua natureza exotéricos.
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Sabemos que o fogo é um dos quatro grandes princípios ou manifestações da Natureza. Se, até
hoje, nos impressiona, imagine-se a forte impressão que, em um passado remoto, causou à mente do
homem.
Talvez, a primeira manifestação do fogo vista pelo homem tenha sido causada por um relâmpago. A
fulgurante crepitação no céu, as chamas decorrentes da inflamação das folhas e galhos secos e, depois, o
incêndio, realçado pela escuridão da noite, constituíram, sem dúvida, uma experiência impactante. Pode
ser que uma erupção vulcânica tenha sido outro modo pelo qual o homem primitivo se deu conta da
existência do fogo, com maior impacto de terror em seu coração e sua mente.
Pouco a pouco, já familiarizado com o fogo, o homem fez deste um instrumento de poder, passando
a cultuá-lo, a fim de preservar seu domínio sobre ele e de ter a possibilidade de acendê-lo, quando o que
possuía era extinto.
O culto do fogo, em nossos dias, é substituído por uma espécie de fascínio que todos nós por ele
temos. Quem não gosta das velas acesas para criar uma atmosfera de aconchego, de intimidade,
quietude e abertura afetiva, em um momento a dois? Quem não se extasia ao contemplar sua chama,
que em sua constante oscilação e mudança de cor, parece viva?
Quem de nós já não se sentou diante de uma lareira acesa, profundamente imersos em
pensamentos, deslumbrados com as chamas cintilantes? Graças a tal concentração, nada mais prende
nossa atenção, fazendo com que entremos, mais facilmente, em meditação e paz espiritual.
Tal vivência diante do fogo é, verdadeiramente, arquetípica; faz parte, a bem dizer, do inconsciente
coletivo, tão arcaica e comum a todas as épocas e culturas que é.
Assim, o fogo não tem para nós, hoje em dia, só um valor utilitário, em termos de energia que possa
ser útil às nossas necessidades materiais.
Todo trabalho de construção de nosso Templo Interno, objetivo da Maçonaria Simbólica, a partir do
desbaste da Pedra Bruta, visa a alcançar a regeneração espiritual, moral, mental e física em todos nós.
Para que possamos ser regenerados, devemos ser purificados da ganga bruta, da animalidade
primitiva, que pesa sobre nós como verdadeiro pecado original. Esse é o significado simbólico do fogo da
purificação.
Por isso, o fogo, concentrado na luz das velas, é usado em nossos altares, aceso com considerável
cerimônia. Igualmente, o fogo é usado com parte das provas de Iniciação, dentro do mesmo propósito
purificador.
Outra simbologia tem, também, o uso de velas em nossos trabalhos. A luz propiciada pela chama
significa a sabedoria, especialmente a compreensão esotérica, ou seja, a Iluminação pessoal. O
conhecimento, à semelhança da luz, dissipa as trevas da ignorância e da indiferença. Como obreiros
sociais, cabe-nos, igualmente, esse trabalho e aí estão as velas acesas dele a nos lembrar.
A chama, ainda mais, tem representado o fogo da energia divina, que deve arder em nossas almas,
para que não sejamos frios de afeto, sem sentimentos, destituídos de compaixão.
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Várias condições, inclusive a posição relativa dos corpos no espaço, tornam sua manifestação mais
intensa em certos lugares do que em outros.
A luz não pode ser, portanto, dissipada, no sentido de se extinguir do Universo. Mesmo em um
quarto escuro, a luz não deixa de existir, embora em um grau de intensidade que não chega a
impressionar nossa retina. É uma característica positiva do Universo, fazendo parte da existência de toda
a matéria. A escuridão é, apenas, um grau infinitamente menor de luz.
Quando acendemos uma vela, misticamente, isso significa que certa intensidade da luz maior, que
permeia todo o Universo, concentrou-se naquele objeto, em forma de chama, para um propósito
específico, ou seja, nos ensinar algo, no caso da sessão ritualística.
Terminada a cerimônia, ao apagarmos a vela, isso não significa que a luz se fez extinta. O mesmo se
dá quando alguém morre. Sua alma não se extingue, mas é integrada ao Cósmico, de onde veio.
Por isso, do ponto de vista místico, devemos apagar a vela com um abafador ou com os dedos
umedecidos, para simbolizar que, simplesmente, mudamos a manifestação da luz concentrada,
reintegrando-a ao Cósmico. Apagá-la com um sopro é um procedimento profano em Maçonaria, pois isso
é interpretado como a intenção de desintegrar a chama, como a tentativa de fazer com que ela não
exista mais enquanto luz, embora isso seja impossível, já que sempre existirá em sua forma invisível,
intrínseca, vibratória.
O acendimento, também, no sentido simbólico, é feito a partir da chama de outra vela, de uma
tocha ou lamparina, e não, diretamente, da chama de um isqueiro ou palito de fósforo. A vela que acende
as demais representa a luz que está difusa em todo o Universo.
A primitiva igreja cristã – e mesmo as ordens fraternais – usavam velas feitas exclusivamente de
cera de abelha, representando a cera o produto final do trabalho dessa obreira, cujo sentido de vida era o
do fabrico do mel, mesmo com o sacrifício da própria vida.
BIBLIOGRAFIA: Este Trabalho Nos Foi Enviado Pelo Ir.’. Fabio Assunção, Sendo
Que O Autor Foi O Ir.’. José Cássio S. Vieira
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Oração ao Grande
Arquiteto do Universo
( Israel
Regardie)
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Oração aos Maçons
"Nós nos humilhamos à Teus pés e invocamos o Teu perdão, pela heresia que, no
curso dos séculos, nos impediu de reconhecer em nossos irmãos mações os teus
seguidores prediletos.
Lutamos sempre contra o livre pensamento, porque não havíamos compreendido que
o primeiro dever de uma religião, como afirma o Concílio, consiste em reconhecer o
direito de não se acreditar em Deus.
Por tudo isso nos penitenciamos, Senhor e, com o Teu perdão, Te rogamos que nos
faça sentir que um compasso sobre um novo altar pode significar tanto quanto velhos
crucifixos.
Amém!"
- Oração escrita por Sua Santidade o Papa João XXIII
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