Instrução de Aprendiz Maçom Parte IV

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Trabalhos Digitais

Parte IV
Projeto Aprendiz

1
A Bíblia e o Salmo 133
O Livro da Lei integra os ornamentos de uma Loja Maçônica, sendo assim denominada o
Livro da Lei, símbolo da vontade suprema, que impõe as crenças espirituais estabelecidas pelas
religiões e não se traduz apenas pelo Velho e Novo Testamento, mas de acordo com a filosofia
religiosa de cada povo. Juntamente com o Esquadro e o Compasso constituem as três Grandes
Luzes da Maçonaria.
O Livro da Lei é considerado parte integrante dos utensílios maçónicos, sendo
indispensável nos trabalhos de uma Loja. Segundo os pesquisadores, ela foi estabelecida em
1717, a partir da fundação da Grande Loja da Inglaterra.

Existiam divergências quanto a apli cação dos textos do


Livro da Lei nos Trabalhos Maçônicos, pelo fato da liberdade de uso, através dos tempos. Na
Inglaterra, é costume abrir o Livro da Lei no Salmo 133, quando a Loja estiver trabalhando em
Grau de Aprendiz.
As Lojas Simbólicas, obedecendo decisão da Assembléia Geral da
Confederação da Maçonaria Simbólica do Brasil, de junho de 1952, seguem a mesma orien-
tação, e utilizam abrir o Livro da Lei no Salmo 133, versículos 1,2 e 3, procedendo a Leitura pelo
Orador, na abertura dos Trabalhos do Grau de Aprendiz.

2
SALMO 133

Tentaremos interpretar os versículos, um a um, para facilitar a compreensão:


1- Parte: “ Oh ! quão bom e quão suave é que os Irmãos habitem em união”
Para os hebreus de antigamente, a palavra “irmão’ apresentava significado bem definido.

Jerusalém não era apenas a Capital civil, mas também uma entidade espiritual. Em
algumas ocasiões, práticas religiosas eram celebradas no Templo de Salomão. Era um período
feliz, pois todos os judeus reconheciam a sua comum irmandade e “habitavam em união” por
diversos dias, na Cidade Sagrada para onde todos convergiam.
Mais do que qualquer outro povo, os judeus davam importância à unidade familiar. Os
filhos nunca deixavam a tenda do pai, mesmo quando nómades. Quando um rapaz casava,
outra tenda era levantada. Somente as moças deixavam o lar, para se mudar para a tenda de
seus maridos. Era o ideal da família, que “os Irmãos habitassem em união”.
Assim como os irmãos de sangue sentiam a necessidade de unir-se em torno do Templo
Familiar, entende-se que a filosofia maçônica tomou como exemplo essa experiência, para
ensinar seus membros a estarem sempre juntos como única família, constituindo o seu Templo
Espiritual.
Quando são lidos os versículos do Salmo no momento do Ritual de abertura da Loja, esse
texto atua em todos os Irmãos presentes, como unificador das mentes em torno do grande
objetivo comum, pois neste momento constitui-se uma obra de criação a Glória do G.’. A.’. D.’.
U.’.
A interjeição “Oh” designa admiração, surpresa, realça o espírito do texto ao relatar a
“excelência do amor fraternal”, o grau máximo de bondade e de perfeição causado pelo
encontro dos que se amam.
2- Parte: “É como o óleo precioso sobre a cabeça, que desce sobre a barba, a
barba d’Aarão, e que desce a orla de suas vestes”.
Era marca de distinção entre os judeus, o cabelo e a barba compridos. A barba
era um sinal de veneração e virilidade. Se um convidado fosse recebido para jantar,
as boas vindas lhe eram dadas, derramando óleo sobre a cabeça. Se alguém era bem
vindo, o óleo era derramado em abundância e corria livremente da cabeça aos pés,
passando pela barba, pescoço até o vestuário. O
perfume do óleo dava ao ambiente um odor refrescante. Da mesma
maneira, queremos em nossas reuniões, um ambiente fraternal um sentimento de
prazer entre todos os que estão presentes.

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Atualmente, sentimos alegria em re cebermos a
visita de Irmãos de outras Lojas, que conosco vêm
se juntar para a realização dos Trabalhos, e essa satisfação esparge e infunde como o óleo, um
perfume espiritual que transcende a nossa própria individualidade, uma vez que a união de
todos constitui o somatório da força geradora da obra a que

todos os Maçons se propõem.


Era um acontecimento comum ao lar de cada família, ouso do azeite de oliva; foi usado,
inclusive como meio de câmbio antes da adoção da cunhagem de moedas. Possuía, também,
grande importância por suas propriedades medicinais. A referência a Aarão é correta, uma vez
que ele foi ungido como Alto Sacerdote para Moisés, antes do povo escolhido deixar o Egito em
direção à terra prometida.
O óleo possuía um valor extraordinário sobre todos os aspectos. Era o símbolo da
unidade e do amor entre os Irmãos. Ungir da cabeça aos pés com óleo era sinal de grande
respeito e amor entre os Judeus.
3 - Parte: “Como o orvalho de Hermon e como o que desce sobre os montes de
Sião, porque ali o Senhor ordena a bênção e a vida para sempre”.
Este versículo é, segundo nosso entendimento, o mais belo e mais significativo, sob os
aspectos espiritual, humano e natural.
Esta ilustração nos leva da vida, do lado humano da Palestina, para uma consideração do

aspecto geográfico, ou dos aspectos naturais. O Monte de Hermon está localizado ao longo da

fronteira norte do pais; possui aproximadamente 3.000 metros de altitude, seu nome quer dizer

“o que pode ser visto de longe”. Mesmo durante o calor do verão, quando o restante da região

está ardendo em virtude do vento seco denominado “siroco”, a neve que cobre a montanha é

visível há muitos quilômetros de distância. A terra pode estar seca e árida, mas a neve, “o

orvalho de Hermon’, permanece brilhante e alva.

O sistema do rio Jordão é alimentado por esse orvalho que se derrete, tem suas principais
nascentes ao sopé do Monte Hermon. Ë uma bênção para a nação, pois o rio corre por um vale
entre duas cordilheiras, que são ricas em ferro e cobre, com abundante suprimento de carvão,
fornecendo excelente base para a indústria, O solo é alimentado por esta água, e ali de cultivam
em abundância azeitonas, uvas e outras frutas. O, Jordão, tendo sua foz no Mar da Galiléia,
torna possível uma intensa indústria pesqueira, colaborando para a produção de alimentos à

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população, como para exportação.
Esse local foi o ideal para a construção do Templo, e antes foi o Palácio de Davi, que
tornou-se uma fortaleza, parte pela construção de suas muralhas e parte em virtude da
natureza da rocha, onde se localizam os Montes de Sião.
O “orvalho de Hermon” é físico, exterior e visível a olho nu. O que desce da montanha de
Sião é escondido, interno, brotando em fontes por debaixo do solo. O primeiro é simbólico,
terreno; o outro é espiritual, eterno. O homem apresenta os aspectos material, temporal, ao
lado da manifestação invisível, espiritual. Assim o “orvalho de Hermon” foi de grande significado
para a existência da Palestina. “Montes de Sião” era um lugar sagrado, o local do Templo, a
Casa do Senhor, onde se

ordena “a bênção e a vida para sempre”, o que nos induz a pensar na imortalidade da
alma.
A irmandade, ou a fraternidade, é uma graça interna e algo que brota de dentro do
coração. Seus frutos são facilmente vistos, assim como a cevada, o trigo, as uvas, os figos, que
crescem resultantes da neve derretida de Hermon. Essas frutas, embora não eternas, por sua
importância para o povo, são símbolo de paz, harmonia, amor.
Montes de Sião, brota de dentro, move-se da natureza interna para fora. E mais
duradoura, do que aquilo que é apenas físico.
Costumamos ficar impressionados com o que é visto, o tísico, o tangível, mas o que não é
visto, o espiritual, o intangível nem damos importância. Estamos tão acostumados a viver em
função das coisas materiais, que muitas vezes esquecemos que o que é material é transitório. A
bênção que todos devemos procurar, é o fruto da união fraternal, é a dádiva espiritual, é a vida
eterna.
Ë fácil compreender a razão por que foi escolhido este Salmo para representar nossa união,
quando da abertura dos Trabalhos no Grau de Aprendiz. Ele encerra o símbolo do “AMOR
FRATERNAL”.

MAÇONARIA: MAIS
ANTIGA E MAIOR
A Maçonaria é a mais antiga e, de
longe, a maior irmandade do mundo.
Suas LOJAS se espalham por todos os
rincões do planeta e pode-se afirmar
que o sol nunca se põe no firmamento
da Loja Maçônica.

A Maçonaria é tão antiga que


muitos estudiosos chegam a afirmar

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que, de alguma forma, ela sempre teria existido, perdendo-se no tempo o
local e a época de sua origem. Existem evidências de que mesmo antes de
Cristo já teria existido alguma espécie de fraternidade nos moldes
maçônicos. A Maçonaria sobreviveu a várias fases de transição que tiveram
lugar durante a Idade Média.

Durante o período medieval a palavra "livre" foi prefixada ao nome


"pedreiro" (formando a expressão "pedreiro-livre", em inglês = freemason;
em francês = franc-mason; alemão = freimaurer) porque, possuindo
conhecimentos e técnicas não encontrados em poder de outros, aqueles
homens eram muito mais trabalhadores livres do que servos vinculados, e
tinham a liberdade de viajar de um país para outro. Os maçons (pedreiros-
livres) construíram a maioria das catedrais góticas e outros prédios públicos
na Europa continental e na Inglaterra.

Os maçons constituíram uma organização estritamente operativa (ou


seja, de pedreiros trabalhadores), e se mantiveram unidos pelos elos das
guildas de então até aproximadamente o século XVI. Naturalmente, para se
preservarem de imposturas, desenvolveram modos peculiares de
reconhecimento e de identificação de seu trabalho. Daí, em princípios do
século XVII, com o fim do período de construção das grandes catedrais,
homens de relevância no meio social foram admitidos como "pedreiros
aceitos" ou "maçons aceitos". Em breve os "maçons aceitos" acabaram por
tornarem-se maioria, passando, assim, a Maçonaria de operativa a filosófica
e especulativa.

LOJA MAÇÔNICA
A organização básica da Maçonaria é a Loja Maçônica, também
denominada loja simbólica, loja azul ou loja obreira. É a loja que procede a
iniciação (admissão de candidato a membro da maçonaria) concedendo os
graus de aprendiz, companheiro e de mestre maçom.

O SISTEMA DE GRANDE LOJA


Em 24 de junho de 1717, em Londres, os membros de quatro Lojas
reuniram-se para formar a Grande Loja da Inglaterra. É a partir desse fato
histórico que toda a maçonaria moderna encontra a origem de seu sistema
de governo baseado em Grandes Lojas. Presentemente existem mais, no
mundo, de 300 Grandes Lojas, às vezes com a denominação de Grande
Oriente. No Paraná estão sediadas 4 Grandes Lojas: o Grande Oriente do
Estado do Paraná, a Grande Loja do Paraná, o Grande Oriente do Paraná e a
Grande Loja Unida do Paraná (em ordem de antigüidade), congregando cerca
de 230 Lojas e cerca de 10.000 maçons em atividade.

Nos Estados Unidos a maçonaria chegou por volta de 1730 e seus


membros tiveram relevante papel nos fatos da história daquele país. George

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Washington, Thomas Jefferson e Benjamin Franklin foram alguns dentre
eles.

A cédula de um dólar apresenta diversos símbolos maçônicos,


identificados pelos iniciados e estudiosos.

No Brasil a maçonaria esteve


presente já na Inconfidência Mineira, da
qual integrantes eram maçons iniciados
em Lojas na Europa e Estados Unidos. A
maçonaria teve relevante papel em nossa
história, especialmente nos
acontecimentos do século passado, onde
os maçons foram a vanguarda dos
movimentos pela independência, pela
abolição da escravatura e pela
proclamação da República. Maçons
famosos daqueles tempos foram José Bonifácio, Gonçalves Ledo, Dom Pedro
I, Benjamin Constant, Casemiro de Abreu, Campos Sales, Padre Diogo Antôni
Feijó, Eusébio de Queiroz, Rangel Pestana, Francisco Gê de Acaiaba
Montezuma, Marechal Hermes da Fonseca, José da Silva Lisboa (Visc. de
Cayrú), José do Patrocínio, Joaquim Nabuco, José

Maria da Silva Paranhos (Juca Paranhos, Visconde do Rio Branco), Lauro


Sodré, Luiz Alves de Lima e Silva (Duque de Caxias), Deodoro da Fonseca,
Nilo Peçanha, Nunes Machado, Prudente de Morais, Quintino Bocayuva,
Garibaldi, Floriano Peixoto, Silva Jardim, Rui Barbosa, Carlos Gomes e
muitos outros.

Dentre os que viveram no Paraná:


Dario Vellozo, Emiliano Perneta, Des.
Athos Vellozo, Euclides Bandeira,
General Gomes Carneiro, Saldanha
Marinho, Pamphilo de Assumpção,
Generoso Marques, Marechal Cardoso
Junior, Trajano Reis, Jaime Reis,
Sebastião Paraná, Castorino
Rodrigues, Silas Pioli, Hugo Simas,
Ubaldino do Amaral, Visconde de
Taunay, Vieira Neto, Couto Pereira e
tantos outros cujos nomes as ruas e praças estão a preservar.

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MAÇONARIA E A HISTÓRIA DO BRASIL
"Há um capítulo em branco na História do Brasil, e esse capítulo é o que se refere à
Maçonaria, presente em todos os momentos decisivos e importantes de nossa pátria. Em torno
da excepcional contribuição da Maçonaria para a formação de nossa nacionalidade, é
inadmissível qualquer dúvida. De nenhum importante acontecimento histórico do Brasil, os
maçons estiveram ausentes. Da maioria deles, foram os elementos da Maçonaria os
promotores. Não há como honestamente negar que o Fico, A Proclamação da Independência, a
Libertação dos escravos, A Proclamação da República, os maiores eventos de nossa pátria foram
fatos organizados dentro de suas lojas.

Antes de tudo isso, já na Inconfidência Mineira, a Maçonaria empreendia luta renhida em


favor da libertação de nossa pátria. Todos os conjurados, sem exceção, pertenciam à Maçonaria:
Tiradentes, Thomas Antonio Gonzaga, Cláudio Manoel da Costa, Alvarenga Peixoto, e até
mesmo o Judas, o traidor Joaquim Silvério dos Reis, infelizmente também pertencia à ordem.

Há que se ressaltar também a grande contribuição de um maçon ilustre Francisco Antonio


Lisboa, o Aleijadinho. Este grande gênio da humanidade. Maçom do grau 18, Aleijadinho, autor
de obras sacras, fez questão de secretamente homenagear a Maçonaria em suas esculturas. Ao
bom observador e conhecedor da maçonaria, não passará despercebido, ao conhecer a obra do
grande mestre, detalhes, pequenos que sejam que lembram a instituição maçônica. Os três
anjinhos formando um triangulo, o triangulo maçônico, tornaram-se sua marca registrada.

A própria bandeira do estado de Minas Gerais foi inspirada na Maçonaria: o triangulo no


centro da bandeira mineira é o mesmo do delta luminoso, o Olho da Sabedoria.

A independência do Brasil foi proclamada em 22 de agosto de 1822, no Grande Oriente do


Brasil. O grito de independência foi mera confirmação. Ninguém ignora também que o Brasil já
estava praticamente desligado de Portugal, desde 9 de janeiro de 1822, o dia do Fico. E o Fico
foi um grande empreendimento Maçônico, dirigido por José Joaquim da Rocha, que com um
grupo de maçons patriotas, fundou o Clube da Resistência, o verdadeiro organizador dos
episódios de que resultou a ficada.

A libertação dos escravos no Brasil foi, não há como negar, uma iniciativa de maçons, um
empreendimento da Maçonaria. A Maçonaria, cumprindo sua elevada missão de lutar pela
reivindicação dos direitos do homem, de batalhar pela liberdade, apanágio sagrado do Homem,
empenhou-se sem desfalecimento, sem temor, indefesamente pela emancipação dos escravos.

Para confirmar estes fatos basta verificar a predominância extraordinária de maçons entre
os líderes abolicionistas. Dentre muitos destacaram-se Visconde de Rio Branco, José do
Patrocínio, Joaquim Nabuco, Eusébio de Queiroz, Quintino Bocaiúva, Rui Barbosa, Cristiano
Otoni, Castro Alves, e muitos outros.

A proclamação da República, não há dúvidas de que também foi um notável


empreendimento maçônico. O primeiro Ministério da República, sem exceção de um só ministro,
foi constituído de maçons. Mera casualidade? Não. Ele foi organizado por Quintino Bocaiúva,
que havia sido grão-mestre.

Assim foi e tem sido a atuação da Maçonaria com relação ao Brasil, sempre apoiando e
lutando para a concretização dos ideais mais nobres da pátria, comprometendo-se em favor da
liberdade e condenando as injustiças.

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Fonte:

Sociedades Secretas (A. Tenório de Albuquerque)

MAÇONARIA OPERATIVA E MAÇONARIA


ESPECULATIVA
É evidente, pois, que o elemento espiritual (especulativo ou devocional) e o
material (operativo ou construtivo) encontram-se intimamente unidos desde o
momento em que o primeiro se concebeu e se realizou a idéia de um Templo, como
símbolo exterior de um reconhecimento interior, e que a Maçonaria, surgiu
espontaneamente desta idéia de levantar ou estabelecer um símbolo à Glória do
Princípio ou Realidade interiormente reconhecidos, pois se os Maçons no sentido
material foram "construtores" em geral, sempre tem sido mais particularmente os
que tem elevação Templos para o espírito.

Tendo presentes estas considerações, não há nada de surpreendente na


transformação da maçonaria operativa em especulativa, isto é, de como uma
Instituição Moral e Filosófica tenha podido desenvolver-se sobre uma arte material,
tomando o lugar das corporações medievais e continuando-as.

Ambos os elementos - operativo e especulativo - estiveram juntos desde o


princípio, e isto evidencia-se no desenvolvimento cíclico que faz prevalecer, conforme
os momentos históricos e as necessidades de uma época, uma ou outra tendência,
um ou outro destes dois aspectos da nossa Instituição, tão inseparáveis como as
duas colunas que dão acesso a nossos Templos.

Além de que constitui o selo de sua origem, a construção em geral e a de um


templo em particular - prestou-se sempre e atualmente ainda se presta
admiravelmente como símbolo interpretativo da atividade da Natureza, podendo-se
considerar o Universo como uma Grande Obra, como um Templo e ao mesmo tempo
uma Oficina de Construção, dirigida, inspirada e atualizada por um Princípio
Geométrico, cujas diferentes manifestações são as leis naturais que o governam e as
forças que, segundo estas leis, produzem diferentes efeitos visíveis.

Esta obra de construção pode o homem observá-la em si mesmo, em seu próprio


organismo físico (muitas vezes comparado a um templo), assim como em sua íntima
organização espiritual, no mundo interior de suas idéias, pensamentos, emoções e
desejos. Todo homem vem a ser assim, um microcosmos ou "pequeno universo" e um
Templo (análogo ao Grande Templo do Universo que constitui o Macrocosmos),
individualmente erguido "a Glória" do Princípio Divino ou Espiritual que o anima.

Com esta Obra Universal que se desenvolve igualmente dentro e fora de nós, na
qual todo ser participa geralmente de forma inconsciente com sua própria vida e
atividade, o Maçom - ou seja o iniciado nos Mistérios da Construção - tem o privilégio
e o dever de cooperar conscientemente, convertendo-se em obreiro inteligente e
disciplinado do Grande Plano que constitui a evolução.

Assim, pois, a Ars Structoria é, para quem sabe interpretá-la e realizá-la, a


verdadeira Ciência e Arte Real da Vida, o Divino privilégio dos iniciados que a
praticam especulativa e operativamente; dois aspectos intimamente unidos e

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inseparáveis, ainda que possam manifestar-se de diferentes formas, conforme a
evolução particular do indivíduo. E não há altura ou elevação do pensamento ou do
plano da consciência individual que não possa ser interpretado, ou ao qual não
possam utilmente aplicar-se as alegorias, os emblemas e os instrumentos simbólicos
da Construção.

LOJA , OU TEMPLO?

---José Castellani ---

O ERRO

A crença

“O local de reunião da Loja chama-se templo. Tem, interiormente, a forma de um

retângulo. A parte do fundo, que fica em plano mais elevado, chama-se Oriente ; a

parte de entrada é no Ocidente. O templo não deve ter janelas ou outras aberturas, a

não ser que, por elas, nada se veja e nada se ouça, do exterior”.

10
(De um ritual do Grande Oriente do Brasil, 1998, pág. 6)

“A entrada do Templo, cuja decoração é na cor azul celeste, tem a forma de um

retângulo, no Ocidente,e de um quadrado, no Oriente ; a parede do fundo (oposta à

da entrada), pode ser semi-circular, ou ter os cantos arredondados”.

(De um ritual da Grande Loja do Estado de São Paulo, 1987, pág. 3)

“A Loja é uma entidade maçônica com administração própria, independente,

filiada a um Grande Oriente, que congrega, em seu Quadro, um número ilimitado de

obreiros, para estudo e prática da maçonaria. O Templo é o local de reunião da Loja

ou de Obreiros, para a prática litúrgica e ritualística de trabalhos maçônicos”

(De um ritual do Grande Oriente de Mato Grosso do Sul, 1998, pág. 17)

A confusão

“Decoracion dela Logia – Paredes tapizadas, colgadas o pintadas de rojo. Três

luces: una en el Este hacia el Sur, dos al Oeste a los lados Norte y Sur (...). Alrededor

de la Logia se pone la orla con punta (...) ” . (...) El Primer Vigilante envia al

11
Segundo Diacono a recorrer el vestibulo del Templo acompañado del Guarda Templo

(...)”.

(De um ritual da Grande Loja da República da Venezuela, 1978, págs.5 e 7)

Comentários:

Os três primeiros rituais, de três Obediências diferentes, do Brasil, mostram a

arraigada idéia de que templo é o local das reuniões da Loja e que Loja é a

corporação que se reúne no templo. O terceiro, no caso, é o mais explícito, ao

mostrar essa “diferença”, que não tem nenhuma base histórica. O quarto ritual, de

uma Obediência da América do Sul, estabelece a confusão, ao falar da decoração da

Loja (não do templo) e, depois, ao tratar da cobertura do local, fala em vestíbulo do

templo, deixando, no ar, uma dúvida.

Muito ao gosto dos maçons latinos, a designação de templo, para o local de

reuniões das Lojas, deixa, para os não maçons, a clara idéia de que a maçonaria é

uma religião, o que está a dezenas de quilômetros da realidade.

A REALIDADE

Origens Históricas

12
A palavra LOJA, tem suscitado comentários místicos, em torno de sua origem .

Para alguns, ela seria derivada da palavra grega logos, que significaria

“ensinamento secreto”, quando, na realidade, ela significa o verbo, tomado, aí, como

similar de a palavra. Para outros, ela seria originária da palavra sânscrita loka, que

significa mundo. Esclareça-se que sânscrito foi o nome dado idioma falado pelos

invasores indo-europeus do Punjab (região asiática, situada ao norte da Índia e a

oeste do Paquistão), por volta do século XIV a.C. . Tendo afinidades com o antigo

persa, o grego e o latim, jamais foi um idioma popular, tornando-se restrito aos

sacerdotes brâmanes e aos eruditos : nele é que foi escrita a literatura indiana mais

remota, de inspiração filosófica e religiosa, constituindo os “Vedas” , coleção de hinos

sagrados. Todavia, como o locus latino, loka significa lugar , espaço, situação,

localidade, sítio e, figuradamente, tempo, ocasião, época, turno, ordem disposição,

vez e passagem (de livro, ou de discurso).

A realidade, porém, é outra, já que a palavra Loja teve origem nas guildas

medievais, as quais eram corporações de artesãos de origem germânica e anglo-saxã

e que começaram a florescer no século XII, já que, antes disso, eram simples

entidades religiosas e não formavam corpos profissionais. Em língua germânica, a

palavra leubja (cuja pronúncia é lóibja), significava lar, casa, abrigo e acabou

dando origem a palavras do mesmo sentido, ou pouco diferentes, em outros idiomas :

lodge, em inglês, loge, em francês, loggia em italiano, logia, em castelhano, e

assim por diante. Ao idioma português, a palavra loja chegou através do frâncico

laubja, pelo francês loge. Designa o pavimento térreo de um prédio, a entrada de

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edifício, ou galeria, usada para exposições artísticas e para a venda de produtos

artesanais, ou, ainda, pátio, varanda, alpendre.

As guildas de mercadores passaram a tratar, como loja, os seus locais de

depósito, ou de vendas, onde os produtos manufaturados eram armazenados e

negociados ; as guildas artesanais, por seu lado, passaram a chamar de loja os seus

locais de trabalho, ou seja, as oficinas dos mestres artesãos. Das primeiras, originou-

se o nome das casas comerciais, onde são vendidos os produtos fabricados ; das

outras originou-se o local das reuniões de obreiros, ou seja, a oficina maçônica. Isso

não ocorre em todos os idiomas, já que, em inglês, as casas comerciais são os

magazines e, em francês, sãos os magasins, ou ateliers. Mas tanto lodge, como loge,

além do significado de cabana, choupana, camarim, camarote, alojamento,

hospedaria, indicam sempre o local de reunião de maçons, ou a corporação

maçônica.

O uso correto

“Layout of Lodge Rooms – The Emulation Ritual is based on the form of Lodge

layout found in the Lodge Rooms at Freemasons´ Hall, Great Queen Street, London

(...)”

(“Plano da Loja – O Ritual de Emulação é baseado na forma do plano instituído

na Loja do Freemasons´ Hall, na Great Queen Street, Londres”).

14
(Do Emulation Ritual, impresso por Lewis Masonic, Londres, 1986, pág. 17)

“V.M. – (dirigindo-se ao 2º Vigilante pelo nome) – Ir.. F.: qual é o primeiro

cuidado de todo maçom?

2º V. – Verificar se a Loja está perfeitamente coberta”.

(De um ritual do Rito de “York”, da Grande Loja do Rio de Janeiro, 1966, pág. 13)

“Any Master Mason would recognise a lodge room as such, by its shape, by its

layout, and by articles he would find there (...). (...) A Lodge of Masons consists of a

certain number of brethren who are assembled together to expatiate on the

mysteries of the Craft. (...) The form of the Lodge is an oblong square, situated due

East and West, supported by three pillars, and standing on holy ground”.

(“Qualquer Mestre Maçom pode reconhecer o recinto de uma loja, como tal,

pelo seu formato, pela sua planta, e pelos objetos que ele pode ali encontrar (...). A

Loja dos Maçons consiste de um certo número de Irmãos, que se reuniram para

discorrer sobre os mistérios do ofício (ou da Arte). (...) A forma da Loja é a de um

retângulo, situado exatamente do Oriente para o Ocidente, sustentado por três

pilares e erguido em solo sagrado”).

15
(Colin Dyer, in “Symbolism in Craft Freemasonry” – Lewis Masonic – London –

1983 – pág. 58)

Tal hábito é seguido em praticamente todo o mundo, onde a influência da pátria

da moderna maçonaria é evidente. O temperamento latino, todavia, muito mais dado

ao misticismo religioso, levaria, para as suas Lojas o conceito de templo, como o local

onde os maçons fazem suas reuniões, criando, na mente dos não maçons, como já foi

largamente comprovado, a idéia de que a maçonaria é uma religião, ou uma entidade

de cunho religioso. Na realidade, templo, em seu significado original e restrito era o

lugar descoberto, elevado e sagrado, entre os romanos; é o edifício consagrado ao

culto religioso; é a igreja.

A maçonaria latina, fora da Europa, sofreu extraordinária influência da

maçonaria francesa e a seguiu, pois foi ela que introduziu o conceito de templo,

embora não de forma tão radical como a que ocorre nos países sul e centro-

americanos de fala latina :

“Loge – Le mot désigna d´abord le local où les maçons opératifs se réunissent

en dehors des chantiers, puis par extension un groupement de maçons, de tel

chantier, puis de telle ville. Il a conservé ces deux sens”.

a) Au premier sens, on parle indifféremment de loge ou de temple.

Théoriquement au moins, une loge être « orientée » , comme l´étaient les

cathédrales, la position du Vénérable Maître étant à l´Est ou Orient, par analogie

avec celle du soleil levant. (...)

16
b) Au deuxième sens, la loge est la cellule maçonnique fondamentale.

(...) ».

(« Loja – A palavra designava, primitivamente, o local onde os maçons

operativos reuniam-se, na parte externa dos canteiros (N.T. : aí, como local de

trabalho) , depois, por extensão, um agrupamento de maçons desse local e,

posteriormente, de uma cidade. Ela conservou os dois sentidos.

a) No primeiro sentido, fala-se, indiferentemente, de loja, ou de templo.

Teoricamente, ao menos, uma loja deve estar « orientada », como eram as catedrais,

de maneira que a posição do Venerável Mestre seja a Leste, ou Oriente, por analogia

com a do Sol nascente (...).

b) No segundo sentido, a loja é uma célula maçônica fundamental. (...) »)

(Alec Mellor, in « Dictionnaire de la Franc-Maçonnerie et des Francs-Maçons » -

Belfond – Paris – 1979 – pag. 159)

Como se pode perceber, no texto, os dois sentidos são usados,

indiferentemente, mas, na realidade, prevalece o termo LOJA, para designar o local

de trabalho, como se pode ver no trecho « uma Loja deve estar orientada... », coisa

comum em todo o restante do texto, já que o autor, em todo ele, não faz mais

qualquer referência a templo, mas, sim, a Loja. Tal disposição, entre nós, não é

absolutamente seguida, persistindo-se no uso exclusivo da palavra « templo » para

designar os locais de reuniões do agrupamento, denominado Loja.

Do livro, em preparo, « Manias e Crendices, em Nome da Maçonaria ».

17
MISTICISMO NOS CARGOS EM LOJA

Os principais cargos em Loja são associados ao misticismo religioso da Mesopotâmia, onde, além
dos deuses Marduc e Shamash (personificações do Sol), Sin (personificação da Lua) e Ichtar
(personificação de Vênus), existiam deuses correspondentes aos demais planetas conhecidos na
Antigüidade: Mercúrio, deus veloz e astuto, era o senhor da sabedoria calculista; Marte, por sua cor rubra,
era o senhor da guerra; Júpiter era um régio senhor dos homens, embora suplantado pelo deus-Sol; e
Saturno era um deus frio, cruel e irascível.

Na associação com os principais cargos de Loja, temos:

Venerável Mestre: assimilado ao planeta Júpiter, que, no panteão dos deuses babilônicos,
simbolizava a sabedoria.

1º Vigilante: associado ao planeta Marte, que era o senhor da guerra, simbolizando a força.

2º Vigilante - assimilado ao planeta Vênus, feminilizado na mitologia babilônica e que, sendo a


deusa mágica da fertilidade e do amor, simboliza a beleza.

Orador: associado ao Sol, pois dele emana a Luz, como guarda da lei maçônica que é, além de
responsável pelas peças de arquitetura.

Secretário: assimilado à Lua, pois reflete as conclusões legais do Orador.

Tesoureiro: associado ao planeta Saturno, o deus babilônico frio e cruel, que, som seus "anéis",
simboliza a riqueza. A atividade de receber os metais e de organizar o movimento financeiro da Loja é
considerada ---por lidar com a frieza dos números --- fria e calculista, além de inflexível.

Mestre de Cerimônias: assimilado ao planeta Mercúrio, o deus veloz e astuto, pois esse Oficial,
sempre circulando pela Loja, como elemento de ligação, imita o planeta que mais rapidamente circula em
torno do Sol.

Da mesma maneira, os principais cargos em Loja são identificados com deuses e semideuses do
panteão gregol habitantes do Olimpo. Assim:

Venerável Mestre: assimilado a Zeus (Júpiter, para os romanos), o rei dos deuses, por sua
condição de dirigente da Loja; associado, também, a Atená (Minerva, para os romanos), deusa da
sabedoria, já que o Venerável Mestre deve ter a sabedoria, a prudência, a inteligência e o discernimento
necessários à condução de uma Loja.

1º Vigilante: associado a Ares (Marte, para os romanos), deus da agricultura e da guerra;


assimilado também a Héracles (Hércules, para os romanos), o mais forte e vigoroso de todos os homens.

2º Vigilante: assimilado a Afrodite (Vênus, para os romanos), a deusa do amor e da beleza.

Orador: associado a Apolo, ou Febo, deus do Sol, criador da poesia e da música, do canto e da
lira.

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Secretário: assimilado a Ártemis (Diana, para os romanos), deusa da Lua, da caça e das flores.

Tesoureiro: associado a Cronos (Saturno, para os romanos), pai de Zeus e filho de Urano, um dos
deuses primordiais, que, com Géia (a Terra) estava no início de todas as coisas.

Mestre de Cerimônias: associado a Hermes (Mercúrio, para os romanos), mensageiro dos deuses
do Olimpo, já que esse Oficial é o mensageiro dos dirigentes da Loja.

***

Do livro "Liturgia e Ritualística do Grau de Aprendiz Maçom"-

Edit. A Gazeta Maçônica - 1a. ed. - 1985 - 2a. ed. 1992.

Nada

Conta-se que perguntaram a Pitágoras, após ter sido Iniciado nos mistérios, o que
tinha visto no Templo, tendo ele respondido simplesmente: NADA.

Porém, Pitágoras era Pitágoras, Se ao sair do Templo egípcio não tinha visto "nada",
não se limitou a sair decepcionado, senão buscando a origem deste "nada", descobriu
que era em si mesmo que não tinha visto "nada mais" que desejos e ilusões. Foi então
que começou seu caminho para a sabedoria.

Muitos Irmãos recém-iniciados se afastam da Ordem porque em nossas Lojas não


encontram "nada", porque o nosso simbolismo não lhes significa "nada", porque na
Maçonaria não se faz "nada", outros se queixam que nas Lojas se fala muito de
simbolismo e "nada"; que a Maçonaria é uma instituição para se fazer amigos e "nada
mais"; que só comparecem aos trabalhos da Loja para perder tempo e "nada mais".
Propomos perguntar-nos: o que significa esse "nada" com respeito à Maçonaria?

"Fulano" não vai mais à sua Loja porque "não encontrou nada...". E como é que não
encontrou "nada"? Não encontrou o Templo com seu Altar, as Colunas, os móveis e a
decoração? Não encontrou os Irmãos reunidos na Loja? E como é que diz que não
encontrou "nada" e que o Simbolismo não lhe significa "nada"? Encontrou então pelo
menos o Simbolismo... E como é que pode dizer na Maçonaria não se faz "nada" e que
na Loja se fala muito e "nada" mais? Então, se faz algo, ainda que seja nada mais que
falar...

Parece que o "nada" que se encontra na Maçonaria não deve ser tomado ao pé da
letra. O Neófito que entra no Templo encontra algo, porem não encontra o que busca;
isto dá margem a várias perguntas:

19
1º O "que busca" o profano que solicita ser Iniciado?

2º O que a Maçonaria "não pode oferecer"?

3º O que a Maçonaria "pode oferecer"?

4º "O que encontra" o Neófito ao dizer que "não tem nada"?

Procuramos responder estas perguntas de um ponto de vista estritamente pessoal.

1º O "que busca" o profano que solicita ser iniciado?

Pode solicitar seu ingresso pôr vários motivos, desde o mais grosseiros
materialismo, o desejo de encontrar protetores para seus negócios de qualquer espécie,
até o motivo de mais elevado sentimento de humanitarismo. Em regra geral, é mistura
de tudo, acrescido de curiosidade; e freqüentemente haverá um sentimento da própria
imperfeição acrescido do desejo de melhorar-se e de aperfeiçoar-se. Não é raro também
que se espere encontrar na Maçonaria um estímulo à ação para compensar a própria
falta de atividade; idéias extraordinárias e originais que ponham em funcionamento o
pensamento e a imaginação própria.

É um dos problemas da Maçonaria que, pelo segredo e discrição que devem


guardar seus integrantes, o profano chega geralmente a nossas portas, desconhecendo
realmente o que o espera, vindo em contrapartida cheio de esperanças e ilusões que
vão do inadequado até o absurdo.

2º O que a Maçonaria "não poder oferecer"?

A Maçonaria não é feita à medida das ilusões do neófito.

Se este esperou uma renovação completa de sua personalidade pôr meio de um


remédio amostra grátis e que se oferece a todo aquele que entra na Ordem, equivocou-
se, Damo-lhes a Luz, as ferramentas para trabalhar, mostrando-lhes a Pedra Bruta e o
modo de trabalhar nela. O resto é assunto do Neófito. Tem que trabalhar para receber o
"seu salário" e este lhe é dado segundo a quantidade e a qualidade do seu trabalho.
Não poderá exigir que se lhe dê tudo de uma vez sem fazer o menor esforço. Então
acontece que o Neófito não acha o que buscava.

Ele buscava um meio cômodo para tornar sua vida mais fácil e agradável, para
sentir-se importante sem esforço algum, para viver em paz consigo mesmo.. E como
não acha o que buscava, diz simplesmente: "Não encontrei nada". Com isto, expressa
que tudo o mais que encontra não tem importância para ele; e que, aquilo que "não"
encontra é o que ele queria e nada mais. Dizer que a Maçonaria não faz nada é outra
maneira de revelar que se quer conseguir satisfações de amor próprio a baixo custo. Se
na Maçonaria estivesse se cristalizando uma obra de autentico humanismo, poderíamos
participar da glória de sua realização sem que tivéssemos o trabalho de planejar e
organizar sua execução. Se a Maçonaria fosse aquilo que querem aqueles que se
queixam de não encontrar nada nela, ela seria idêntica às sociedades múltiplas de
beneficência e clubes de serviço. cujos principais objetivos parecem ser que seus
membros apareçam na imprensa escrita e falada a qualquer pretexto. Todas estas

20
satisfações de amor próprio, todas estas ilusões e esperanças vazias, é que a Maçonaria
não oferece. Pôr isto é que, aqueles que buscam isto, não encontram "nada".

3º O que a Maçonaria "pode oferecer"?

Do ponto de vista das pessoas mencionadas anteriormente, "nada", pois para elas
o trabalho, o estudo, não são nada, e se não tiverem a paciência necessária, se
afastarão.

Quanto mais irreais, fantásticas forem suas esperanças, mais necessitarão para
encontrar o que oferece a Maçonaria, e que é: trabalho, ferramentas para executá-lo, o
"salário" que somente se obtém trabalhando. O Neófito tem que aprender que na
Maçonaria não encontrará satisfação alguma senão em razão do seu próprio trabalho.

Através do seu aprendizado se dará conta de que se a maçonaria lhe der, sem
sacrifício, as satisfações que estava procurando, então sim, poderá dizer "que não é
nada". O que acontece é que o homem moderno tem do trabalho um conceito muito
diferente que tinha as corporações de construtores da antigüidade. Para a maioria, hoje,
o trabalho é escravidão, atividade mecânica, impessoal, algo que se faz porque tem que
se viver e comer, e sem trabalho, não há comida; algo que se faz sem grande
satisfação, esperando que o relógio marque a hora da saída. Dali então partimos para o
descanso, a diversão, as comodidades. São poucos aos quais a sorte reservou um
trabalho construtivo e menos ainda existem pessoas capazes de buscar e achar o
descanso em uma atividade de tipo superior, uma atividade criadora. O construtor
medieval não se preocupava em apressar o tempo para terminar a catedral, mas sim se
detinha nos detalhes da construção, acrescentando uma grande variedades de enfeites
e esculturas tão belas como indispensáveis para a arquitetura, simplesmente porque
sentia o gosto de criar algo belo e bonito.

Nós já não compreendemos mais facilmente este prazer pelo trabalho, Queremos
que o trabalho termine o mais depressa possível, para que possamos nos dedicar a
outras atividades nas quais encontramos mais prazer.

Necessitamos voltar a descobrir a vocação artística do homem - a única que lhe dá


plena satisfação - é de não servir unicamente de apêndice pensante da maquina, e sim
de procurar realizar um trabalho criador.

4º "O que encontra" o Neófito ao dizer que "não tem nada"?

Bate à porta do Templo, se abre a mesma para ele e não encontra nada. O que é
este "nada"?

Já dissemos, tomar a palavra em sentido estrito é um absurdo. Algo ele encontra e


se nós o pressionarmos um pouco, ele nos dirá "Não há nada, somente palavras,
somente Ritualística, somente Símbolos, somente idéias antiquadas". Algo portanto
encontra, porem não "o que buscava". E como o que ele encontra não é nada em
comparação com o que buscava, diz simplesmente que não há nada.

Porém, este "nada" não é somente um fenômeno negativo. Este "nada" e como um
gérmen, algo novo e grande.

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O Irmão que se afasta da Loja queixando-se de "não haver encontrado nada", não
se limita somente a isto. Afasta-se desgostoso, decepcionado. O encontro com o "nada"
o afetou no mais profundo do seu ser. Não achou o que buscava, porém achou
precisamente seu próprio desgosto, sua própria decepção.

Ainda que se vá de nosso convívio, sua decepção o segue. E ainda que não o
confesse, não deixará de pensar, de vez em quando, que, para encontrar algo, se
necessitam duas coisas: algo que existe e alguém que saiba procurar. Ao lado do seu
orgulho, porque ele" não se deixou enganar", estará a constante inquietude acerca do
que terão encontrado os que ficaram e que ele não soube encontrar. Se vê, assim, posto
frente a frente, com sua própria insuficiência. Com seu próprio NADA.

Se for sincero consigo mesmo, reconhecerá que onde não encontrou nada, foi em si
mesmo.

Este é o ponto onde começa a germinar a idéia Maçônica. Se o Irmão chegar a este
ponto, começará a ser MAÇOM.

Autor desconhecido

Publicado no Livro "Coletânea de Trabalhos A Trolha"

Editora A Trolha - 1993

NEM NU NEM VESTIDO-I

São várias as interpretações, e podemos dizer que a privação dos


metais faz lembrar o homem antes da civilização, em seu estado natural
quando desconhecida as vaidades e o orgulho, a obscuridade em que se
achava imerso, o homem primitivo em seu estado de ignorância de todas as
coisas.

Nem nu nem vestido, significa meio vestido, ou, então, meio nu


(seminu); existe, aí, um desnudamento parcial, pois o candidato à iniciação,
desta maneira, estará, simbolicamente, despojado de tudo aquilo que se
relaciona com os bens materiais e com as vaidades mundanas, pois, pelo
menos para o Rito Escocês Antigo e Aceito, ele é "um pobre candidato, que
caminha nas trevas". A alegoria tem origem bíblica:

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"No ano em que veio a Azot, o general enviado por Sardão, rei da
Assíria, assediou Azot e apoderou-se dela (naquele tempo o Senhor tinha
falado pelo ministério de Isaías, nestes termos:” Vai, desata o saco que trazes
às costas e tira as sandálias dos teus pés “; Isaías dispôs-se a executá-lo, ia
nu e descalço). O Senhor disse:” Do mesmo modo que meu servo Isaías
vagueia nu e descalço, há três anos, para dar uma imagem do que aguarda o
Egito e a Etiópia, assim serão levados, pelo rei da Assíria, os prisioneiros
egípcios e os deportados da Etiópia, moços e velhos, nus e descalços, com o
dorso descoberto “. Isaías, 20, 1- 4.

Cumprindo o simbolismo maçônico à risca, o pé direito do candidato


deve estar, realmente, descalço (o uso de alpargata, ou chinelo, sob o
pretexto de comodidade, não deve prevalecer, pois a marcha claudicante do
candidato com um pé calçado e outro descalço, simboliza, inclusive, o árduo
caminhar de quem busca a Luz).

Bibliografia: Ir.’. José Castellani

NEM NU, NEM VESTIDO-II

Nem nu, nem vestido, significa meio vestido ou então, meio nu


(seminu).Existe aí um desnudamento que lembra a pureza adâmica de um
despojamento de tudo aquilo que se relaciona com os bens materiais e com as
vaidades profanas.
Simboliza a livre escolha ao desapego às vaidades, ao orgulho e a obscuridade
em que o temerário que anseia a luz procura para sair do estado de ignorância criado
pela busca aos metais que são cuidadosamente recolhidos ao início da recepção dos
candidatos pelo irmão terrível.
A venda sobre os olhos não é simplesmente o estado de ignorância, mas a
incapacidade de perceber a verdadeira luz para quem precisa ser guiado por

23
caminhos escabrosos para aprender a ter na maçonaria um caminho para alcançar
uma filosofia de verdade e paz entre os homens. Ato inspirado em Zoroastro que
fechou seus olhos e foi guiado por Brahma para ao fim de sua viagem perigosa ser
contemplado com o encontro da divina luz de Ormuzd.

O peito esquerdo nu vem revelar a intenção de que as emoções que estão contidas
no coração do profano possam ser vistas e avaliadas por todos os irmãos e tidas
como verdadeiras.
O pé direito deve estar realmente descalço, pois a marcha claudicante do
candidato com um pé descalço e o outro calçado, simboliza, inclusive, o árduo
caminhar de quem busca a luz.
É bíblico, no velho testamento, que Moisés ao encontrar a sarça que ardia mas
não queimava, teve a ordem de tirar suas sandálias e jogá-las longe pois ali era solo
sagrado e assim o candidato também procede em respeito ao templo.
Neste novo renascer iniciático, era práxis para sumerianos e essênios que
passassem totalmente nus por estreita fresta nas cavernas que serviam como
templos afastados dos olhares de curiosos para que, somente lá dentro, fossem
cobertos com vestes cerimoniais, levando à conclusão da ligação da maçonaria com
os mais antigos movimentos filosóficos, esotéricos e iniciáticos da humanidade,
fazendo com que suas origens se percam na noite dos tempos.

O NÚMERO TRÊS ( 3 )
"O Número Três não deriva seu princípio de si próprio e nem mesmo tem um
princípio" (Os Números). As observações a respeito deste número são dispersas e obscuras,
incluindo referências vagas a uma lei temporal da trindade, da qual a lei temporal da dualidade
depende completamente. "Na ordem divina, 3 é a Santíssima Trindade, como 4 é o ato
de sua explosão e o 7, o produto universal e a imensidão infinitas que resultaram
das maravilhas desta explosão" (Corresp. Teosófica, carta LXXVI).
"O número três nos é revelado só através dos 12 unificados, como o 4 é por nós
conhecido apenas pela sua explosão ou multiplicação por 7, que nos dá 16, e como
7, que é a soma deste 16 (1+6 = 7), descreve a nossa supremacia temporal (3) e
espiritual (4), ou a imensidão de nosso destino, como
11

24
humanos" (Corresp. Teosófica, carta LXXVI). O número três atua na direção das
formas nas esferas celeste e terrestre; isto é, sendo ternário, em todos os corpos, o número dos
princípios espirituais. "Todos os nomes e símbolos que recaírem neste número
pertencem às formas, ou devem ter algum efeito sobre as formas" (Os Números).
Acima do celeste, foi o pensamento da Divindade que concebeu o projeto de produzir este
mundo, e assim o fez de forma ternária, porque esta era a lei das formas, inata ao pensamento
divino.
"Agora, os pensamentos de Deus são seres. A ação harmoniosa e unanime na
Divina Trindade é representada pelos três padres quando eles conduzem juntos a
Missa" (Os Números).
O Três é, também, o número das essências ou elementos dos quais os corpos são
universalmente compostos. Por este número, a lei que dirige a formação dos elementos é
expressa e os elementos são resumidos a três, por Saint-Martin, baseado no fato de que há
apenas três dimensões, três divisões possíveis de qualquer coisa sensória, três figuras
geométricas originais, três faculdades inatas em qualquer ser, três mundos temporais, três
níveis na Maçonaria, e como esta lei da tríade demonstra a si mesmo universalmente, de forma
tão clara, é razoável supor que o três também está no número dos elementos que são a base de
qualquer corpo.
"Se o número três é imposto a tudo que é criado, é porque ele imperava em suas
origens" (Obras Póstumas). "Se tivessem havido quatro, ao invés de três elementos,
eles teriam sido indestrutíveis e o mundo eterno. Sendo três, eles são esvaziados da
existência permanente, porque eles não têm unidade, como fica claro para aqueles
que conhecem as verdadeiras leis dos números" (Dos Erros e da Verdade).
"A razão, qualquer que seja ela, parece conflitar com outra afirmação de que
pode haver três em um, numa Trindade Divina, mas não um em três, porque aquilo
que é um em três deve estar sujeito no fim, a morte" (Dos Erros e da Verdade). "O
três não é só o número da essência e da lei que dirige todos os elementos, mas
também, as suas incorporações" (Dos Erros e da Verdade). "Ele é, finalmente, um
número mercurial terrestre que representa a parte sólida dos corpos, em
correspondência simbólica com a alma (sêxtuplo) dos animais, do qual é o primeiro
produto e o de todos os princípios intermediários de todas as classes" (Obras
Póstumas).

O NÚMERO ZERO - I
Você sabia ser um equívoco o dito popular “sou um zero à esquerda”?

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Senão vejamos a respeito do ZERO a partir do Versículo 2,
do Capítulo I, do Livro Gênesis:

Gen. I, 2 — “A terra porém era sem forma e vazia. Havia trevas sobre a
face do abismo e o Espírito de Deus pairava sobre as águas.”
A primeira dificuldade de interpretação do referido
versículo está em sua frase inicial: “A terra era informe e vazia”. Ora,
“sem forma e vazia”, simplesmente equivale a não existir. A segunda
frase nos diz que “havia trevas sobre a face do abismo”. Mas que
abismo? Há que se entender aqui que o “abismo” era o espaço. Logo, o
espaço coexistia com Deus e era anterior à sua manifestação. Diz a
terceira frase: “e o Espírito de Deus pairava sobre as águas”. Outra
grande dificuldade, pois, se, como se viu, a terra simplesmente não
existia, por ser sem forma e vazia, se o abismo era o espaço, que águas
eram essas por sobre as quais pairava o Espírito de Deus? Ao que
parece, o autor do versículo não tinha uma imagem própria para dar a
idéia de que o Espírito de Deus era superior a tudo e, assim, colocou
essas águas apenas para dar a entender que o Espírito de Deus se
sobrepunha a tudo. Mas sem dúvida, ele já existia e pairava, então do
NADA!

Assim, o NADA não era um vazio absoluto. Nele já existia o


Espírito de Deus que ainda não se manifestara. Conclui-se, pois, que o
NADA ou seja, o espaço preenchido pelo Espírito de Deus, foi anterior a
tudo e dele partiram todas as coisas. O NADA é simbolizado na escala
numérica pelo ZERO. O ZERO é pois, a representação simbólica do
espaço absoluto, inatingível e incompreensível para a mente humana,
mas que portava em si o Espírito de Deus, ainda imanifestado, mas sobre
ele ou nele, pairava. A figura mais apropriada, então, para nos dar uma

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idéia de Deus é o NADA, que nos sugere algo sem forma, sem
consistência, sem limites e, portanto, invisível, intangível e infinito.
Inidentificável por faltar elementos por nós conhecidos capazes de
submetê-lo à comparação! No entanto, Ele já existia, pois Seu Espírito
“pairava” no espaço.

Os cultistas denominam isso o SER no NÃO SER, isto é, o


ZERO, ou seja, o espaço com todas as coisas ainda latentes que só se
tornariam em realidade depois que o Espírito de Deus nelas se
manifestasse. A EXISTÊNCIA palpitava, pois, na NÃO EXISTÊNCIA, o
SER no NÃO SER enquanto a CAUSA SEM CAUSA (Deus) envolvia a
EXISTÊNCIA e a Eternidade envolvia o tempo!

A forma geométrica do círculo (ZERO) é a que mais se presta


para nos dar a idéia de infinito porque, enquanto qualquer outro tipo de
linha traçada nos mostra sempre um princípio e um fim, o círculo é
perfeitamente contínuo. É o ZERO que simboliza o espaço, o absoluto
ainda imanifestado, o princípio latente de todas as coisas, que provêm
todos os SEPHIROT (números que compõe a escala da Cabala) ou seja,
deste ABSOLUTO imanifestado é que se originam todas as coisas.

Na Maçonaria, a letra ‘G’, que é uma modificação do círculo


(ZERO) e representa o G.: A.: D.: U.: simboliza o “ciclo do tempo,
perpetuamente emanado e devorado pela Eternidade, imagem da Força
Criadora que se manifesta do estado potencial latente”. Em uma
última palavra, o ZERO é o símbolo esotérico que representa Deus,
Criador incriado, a Causa sem Causa, de onde tudo se origina e que,
ainda imanifestado, paira no espaço ABSOLUTO.

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E assim, sobre o conceito do ZERO à esquerda, deixamos como
curiosidade e reflexão dos que lerem este trabalho, tendo como fonte O
SIMBOLISMO DOS NÚMEROS NA MAÇONARIA.
OBS: Este Trabalho nos foi enviado por e-mail.

O NÚMERO ZERO-II

Versículo 2, do Capítulo I, do Livro Gênesis: Gen. I, 2 — “A terra porém era


sem forma e vazia. Havia trevas sobre a face do abismo e o Espírito de Deus
pairava sobre as águas.”

A primeira dificuldade de interpretação do referido versículo está em sua


frase inicial: “A terra era informe e vazia”. Ora, “sem forma e vazia”,
simplesmente equivale a não existir. A segunda frase nos diz que “havia
trevas sobre a face do abismo”. Mas que abismo? Há que se entender aqui
que o “abismo” era o espaço. Logo, o espaço coexistia com Deus e era
anterior à sua manifestação. Diz a terceira frase: “e o Espírito de Deus pairava
sobre as águas”. Outra grande dificuldade, pois, se, como se viu, a terra
simplesmente não existia, por ser sem forma e vazia, se o abismo era o
espaço, que águas eram essas por sobre as quais pairava o Espírito de Deus?
Ao que parece, o autor do versículo não tinha uma imagem própria para dar a
idéia de que o Espírito de Deus era superior a tudo e, assim, colocou essas
águas apenas para dar a entender que o Espírito de Deus se sobrepunha a
tudo. Mas sem dúvida, ele já existia e pairava, então no NADA!

Assim, o NADA não era um vazio absoluto. Nele já existia o Espírito de


Deus que ainda não se manifestara. Conclui-se, pois, que o NADA ou seja, o
espaço preenchido pelo Espírito de Deus, foi anterior a tudo e dele partiram
todas as coisas. O NADA é simbolizado na escala numérica pelo ZERO. O
ZERO é pois, a representação simbólica do espaço absoluto, inatingível e
incompreensível para a mente humana, mas que portava em si o Espírito de
Deus, ainda imanifestado, mas sobre ele ou nele, pairava. A figura mais
apropriada, então, para nos dar uma idéia de Deus é o NADA, que nos sugere
algo sem forma, sem consistência, sem limites e, portanto, invisível,
intangível e infinito. Inidentificável por faltar elementos por nós conhecidos

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capazes de submetê-lo à comparação! No entanto, Ele já existia, pois Seu
Espírito “pairava” no espaço.

Os cultistas denominam isso o SER no NÃO SER, isto é, o ZERO, ou seja, o


espaço com todas as coisas ainda latentes que só se tornariam em realidade
depois que o Espírito de Deus nelas se manifestasse. A EXISTÊNCIA palpitava,
pois, na NÃO EXISTÊNCIA, o SER no NÃO SER enquanto a CAUSA SEM CAUSA
(Deus) envolvia a EXISTÊNCIA e a Eternidade envolvia o tempo!

A forma geométrica do círculo (ZERO) é a que mais se presta para nos dar
a idéia de infinito porque, enquanto qualquer outro tipo de linha traçada nos
mostra sempre um princípio e um fim, o círculo é perfeitamente contínuo. É o
ZERO que simboliza o espaço, o absoluto ainda imanifestado, o princípio
latente de todas as coisas, que provêm todos os SEPHIROT (números que
compõe a escala da Cabala) ou seja, deste ABSOLUTO imanifestado é que se
originam todas as coisas.

Na Maçonaria, a letra ‘G’, que é uma modificação do círculo (ZERO) e


representa o G.: A.: D.: U.: simboliza o “ciclo do tempo, perpetuamente
emanado e devorado pela Eternidade, imagem da Força Criadora que se
manifesta do estado potencial latente”. Em uma última palavra, o ZERO é o
símbolo esotérico que representa Deus, Criador incriado, a Causa sem Causa,
de onde tudo se origina e que, ainda imanifestado, paira no espaço
ABSOLUTO.

Fonte: O SIMBOLISMO DOS NÚMEROS NA MAÇONARIA.

A maçonaria em sua parte esotérica preocupa-se com o estudo dos


números. Esse estudo é obrigatório, sendo que o mesmo não tem por
pratica faze-lo. No grau do aprendiz maçom recomenda-se que o
aprendiz faça o estudo dos quatro primeiros números sendo eles os
números zero, um, dois e três.

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O número zero é o nada, mas o nada não é um vazio absoluto, nele existe
o Espírito de Deus que ainda não se manifestou, assim o nada é o espaço
preenchido pelo Espírito de Deus, anterior a tudo e que dele partiu todas as
coisas. O Zero é, pois a representação simbólica do espaço absoluto
intangível e incompreensível para a mente humana, mas que porta o Espírito
de Deus ainda imanifestado, mas que nele permanece. O nada é a figura mais
apropriada para nos dar a idéia de Deus que nos sugere algo sem forma, sem
consciência, sem limites, invisível, intangível e infinito. A sua forma
geométrica que é o círculo que nos dá a idéia de infinito, de princípio e de fim,
o círculo é perfeitamente continuo e o zero é o símbolo do espaço que é
representado pelo círculo.

O número um é uma unidade, é o princípio dos números, mas que só


existe se os outros números existirem, ele é um número imaterial, infinito e
incognoscível, e a unidade de tudo. Compreendemos assim que tudo foi
criado e realizado sob os impulsos da unidade absoluta, e como o número zero
é o PAI, o número um é o FILHO.
A unidade um, é o Reino de Deus dentro de nós mesmos, que atua e
manifesta-se naquilo que chamamos de consciência.

O numero dois, é a Dualidade afastando-se da unidade, é um número


terrível e fatídico, pois ele é o símbolo dos contrários e, portanto da dúvida,
do desequilíbrio e da contradição.
Ele representa o Bem e o Mal, a Verdade e a Falsidade, a Luz e as Trevas,
a Inécia e o Movimento, representa assim, todos os princípios antagônicos
adversos.

O número três é o triangulo que é o mais importante símbolo maçônico,


pois é a representação simbólica perfeita dos três aspectos do absoluto que é
a mais absoluta igualdade perfeita, representada pelos lados do triângulo
eqüilátero. O aprendiz deve meditar sobre o simbolismo do número três que
explica como o transcendente, o espiritual e o imaterial podem manifestar-se
e tornar-se perfeitamente claro e compreensível aos nossos olhos.
O número três é o número da luz que corresponde ao fogo, a chama e ao
calor. O maçom deve ter em si o fogo do amor para com tudo o que é bom,
justo e honesto, deve ter a chama da vontade para cumprir com paciência,
resignação e determinação, o programa por ele traçado para a conquista da
perfeição e deve ter o calor da inteligência e da sabedoria para poder
distinguir o bem, o belo e o perfeito nas mínimas coisas que lhe acontecem.

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O amor, a vontade e a inteligência constituem o significado dos três pontos
que todo maçom deve ter a honra de colocar em sua assinatura.

O ÁGAPE

ÁGAPE é a transcrição do vocábulo grego que significa "AMOR, CARIDADE". Na


acepção tradicional era, entre os primeiros cristãos, uma refeição tomada em comum,
para significar o Amor mútuo e para socorrer os necessitados. O banquete como acto de
comunhão é como se depreende, um ritual muito antigo.

O Ágape é, para os Maçons, um banquete que se realiza depois dos trabalhos de


loja, juntando os irmãos à mesma mesa, para dar continuidade, num ambiente de
franca amizade, ao espírito que animou os trabalhos da reunião ritual. O acto de
absorver na mesma altura o mesmo alimento, ter a possibilidade de mastigar e ingerir
no mesmo momento, permite aos que o partilham viverem ao mesmo ritmo e no
mesmo clima de reflexão- assim entendido, po der-se-ia afirmar que as refeições em
comum são como cadeias de União. Citando o Cavaleiro André-Michael Ramsay,
primeiro Orador do, Maçonaria Especulativa, no seu "discurso": "Os nossos festins não
são aquilo que o mundo profano e o vulgar ignorante imaginam! Assemelham-se
àquelas virtuosas celas de Horácio, em que se discorria sobre tudo o que podia
esclarecer o espírito, orientar os sentimentos e inspirar o gosto do Verdadeiro, do Bom e
do Belo... "

De notar que já os Trabalhadores da pedra medievais costumavam tomar em


comum a refeição do meio-dia posto que a reunião a mesma mesa e à mesma hora
formava e reforçava um sentimento de fraternidade.

É considerado dever-se a institucionalização do banquete maçónico ao Duque de


Montagne, datando de 1721 as primeiras disposições normativas do cerimonial a
observar. Assim, a uma tradição enraizado mas sem regras bem definidas ou
uniformizadas, suceder-se-á um cerimonial programado que, embora não tendo a
solenidade dos trabalhadores de Loja, é fundamental para a vida da mesma.

31
No decorrer do Ágape verificam-se momentos de solenidade especial,
nomeadamente no inicio, com a oração do Pão e do Vinho,, assim como na efectivarão
dos brindes rituais, a começar pelo brinde ao Sr. Presidente da Republica, a todos os
Chefes de Estado, ou monarcas que protegem a maçonaria, ao Grão-Mestre, ao
Venerável, aos Visitantes de outras Lojas, às mulheres e a terminar com um brinde, feito
pelo Irmão Aprendiz mais novo, dedicado a todos os maçons espalhados pelo mundo.

Há a notar que, em tempos, no ritual do banquete maçónico um outro componente


agregado espírito fraterno se praticava: o Cante.

Durante o Ágape, a terminologia usada na designação dos utensílios e ingredientes


tem uma nomenclatura simbólica, sobretudo de índole militar, inferindo-se daqui o
quanto o Ideal Maçónico esteve presente em elementos que abraçaram a carreira das
armas.

Resta-me abordar o tema de um Ágape, muito especial - o chamado Ágape Branco.


É neste que podem estar reunidos os maçons de Loja com as suas próprias famílias e
até com profanos amigos; pode julgar-se um momento de considerável importância pois
permite que pessoas que nos são queridas possam presenciar e partilhar da nossa
convivência e testemunhar como estão bem vivos os sentimentos basilares da nossa
Augusta Ordem.

Em conclusão, como sentimento próprio e resultado da pesquisa efectuada, julgo o


Ágape uma ocasião de extrema importância, onde todos os Maçons se podem exprimir,
trocar ideias, ouvir explicações, enfim,> sentindo-se como um prolongamento natural e
necessário da sessão de Loja.

Por tudo isto diria que todos os Irmãos devem usufruir sempre deste momento para
cultivar uma das mais belas virtudes - a fraternidade.

O Aprendiz em loja: Ver, Ouvir e Calar: Por


quê?
O tema deste trabalho faz lembrar um dos momentos mais marcantes da
Iniciação, o Juramento, quando o Neófito declara: “Eu (diz seu nome) juro e prometo,
de minha livre vontade, pela minha honra e minha fé, em presença do Supremo
Arquiteto do Universo, que é Deus, e perante esta assembléia de Maçons, solene e
sinceramente, nunca revelar quaisquer dos mistérios da Maçonaria, que me vão ser
confiados, se não a um bom e legítimo Ir∴, ou em Loja regularmente constituída;
nunca os escrever, gravar, traçar, imprimir ou empregar outros meios pelos quais
possa divulgá-los... Se violar este juramento, seja-me arrancada a língua, o pescoço
cortado e meu corpo enterrado nas areias do mar, onde o fluxo e refluxo das ondas
me mergulhem em perpétuo esquecimento, sendo declarado sacrílego para com
Deus, e desonrado para com os homens. Amém!”

32
Eis a grande questão imposta ao Iniciado, que acostumado no mundo profano a expressar
suas opiniões, a mudar de idéia de forma volátil, a agir impensadamente, com certeza haverá, a
partir da Iniciação, de se surpreender porque, como primeiro passo para o seu desenvolvimento
em busca do aprimoramento, deverá limitar-se a Ver, Ouvir e Calar.

É a lei iniciática do silêncio. Faz parte de normas que deverão ser fielmente observadas. O
sigilo, o segredo e o silêncio, existiram sempre inseparáveis nos antigos mistérios, como em
todos os sistemas de cultos. Achava Aristóteles, que as coisas mais difíceis de serem realizadas
eram: primeiro, guardar um segredo e segundo, manter o silêncio. Por isso, o silêncio e os
segredos foram exaltados em todas as escolas iniciáticas, como eterno dever do homem.

Ao Aprendiz estão reservadas as tarefas de:

- Submissão consciente à hierarquia da Loja e da Ordem, a prática de uma disciplina


racional, trabalhar em conformidade com um critério, fazê-lo de forma síncrona com seus
demais irmãos.

- Estudar, meditar, investigar, perguntar e, acima de tudo, ser discreto e silencioso.

O silêncio imposto ao Aprendiz não é mais como no início para


acostumá-lo a guardar invioláveis os segredos da Maçonaria Operativa.
Hoje, a intenção é acostumá-lo a pensar como Maçon, ou seja, para que
se esforce em controlar e melhor ordenar seus pensamentos, a
desenvolver seus atos e atividades sempre com calma e reflexão, agir
com justiça, moderação e imparcialidade, harmonizando a si e a seu
próximo.

À medida que vai se ambientando na Ordem, o Aprendiz se


aperceberá que a verdade não está nas palavras com que envolvemos
nossos conceitos e as nossas idéias, mas reside na essência das coisas e
dos seres. Só o silêncio pode permitir-lhe ouvir a voz sutil das essências.

O Aprendiz deve ser levado a adquirir paulatinamente a auto-crítica


de suas capacidades para que não caia nem na subestimação e nem na
superestimação. Porque somente conhecendo do que é capaz, qual é seu
potencial, quais são suas limitações, quando conhece tudo isso, pode

33
então agir sem se desmedir, sem se lastimar nem se frustrar.

A calma que impõe a si mesmo faz calar suas impulsividades.


Aprendendo a pensar e meditar antes de falar, pode amadurecer uma
decisão entes de pô-la em execução.

O Aprendiz deve ser um ser silencioso, acústico, que no silêncio e na


meditação aprende a manejar a interpretação do que o Templo, o Ritual
e a Ação da Ordem lhe permitem de modo expresso ou tácito, dentro dos
Símbolos ou das Cerimônias.

Saber calar não é menos importante do que saber falar, e esta última arte não podemos
aprendê-la à perfeição antes de nos termos adestrado na primeira, retificando por meio do
Esquadro da reflexão todas as nossas expressões verbais instintivas.

Os trechos reproduzidos acima são uma rica contribuição ao tema deste trabalho,
recolhidos das obras de seus ilustres autores e ordenados de forma a relembrar aos IIr∴

esse tema tão importante para a Ordem Maçônica e, para finalizar, vale ainda reproduzir
alguns conselhos de Henri Durville selecionados da obra de Nicola Aslan:

“Cala e permaneça calmo. Aprenderás assim a melhor conhecer os


homens ao ouvir suas conversas e ao estudar seus gestos, e lá, como em
outra coisa, este novo conhecimento há de trazer-te uma nova
felicidade. Sentirás novas aplicações à Lei de Harmonia, e a serenidade
do teu espírito e a paz do teu coração hão de completar tua saúde física.
Segue o caminho do silêncio que é dos Sábios. A calma exterior que te
aconselho terá como resultado dar-te a calma interior e, nesta beatitude
nova, poderás meditar, esperar a iluminação do Espírito. A tua alma
apaziguada conhece a calma absoluta depois da tormenta, escuta e cala.
O teu silêncio impõe; a tua calma coloca-te acima das agitações dos
outros homens. Os efêmeros objetivos de sua louca atividade te
aparecerão logo em toda a sua vaidade. Recolhe-te; aprende a isolar-te
dos “ruídos” exteriores. A harmonia das esferas superiores penetra-te.
Irás finalmente saborear a doçura infinita provindo do desapego. Entra,
novo Iniciado, no Templo aberto diante de ti. Compreenderás o
significado da estátua da grande Ísis que medita, um dedo sobre os
lábios” ...

34
Bibliografia

Aslan, Nicola – Comentários ao Ritual de Aprendiz – Volume III – Editora Maçônica “A


Trolha” Ltda. - 1ª Edição – novembro 1995

Neves, Carvalho – Instruções para Loja de Aprendiz – Cadernos de Estudos


Maçônicos – Editora Maçônica “A Trolha” Ltda. – 2ª Edição

Oliveira, Walter Dias de – A Maçonaria e seus Conceitos – 1ª Edição – 1999

Apostila do VI Encontro Regional de Aprendizes e Companheiros – ERAC – Região


ABCD de 23/Novembro/1996.

Ritual – Rito Escocês Antigo e Aceito – 1º Grau – Aprendiz – 2001

Todo maçom deve usar na reunião a insígnia chamada avental, e é


somente quando o usa que está, na linguagem maçônica,
“convenientemente vestido”. Pode ostentar também as con-
decorações e jóias distintivas de seu cargo ou do grau a que pertence,
mas sem avental não pode entrar na Loja. Só se excetua o candidato à
iniciação, que, como ainda não é maçom, não pode usar tal insígnia.
Há certos graus superiores em que não se usa o avental, mas é porque
foi substituído por outra insígnia e se ultrapassou a sua necessidade.
Algumas Lojas existem em que os Irmãos põem e
tiram os seus aventais no templo, mas isso nunca
deveria ser permitido.
A necessidade de que os maçons estejam
convenientemente vestidos envolve uma

35
interessante sugestão dos antigos Mistérios, e também explica porque
é o avental a prenda essencial da vestimenta maçônica, com as
citadas exceções. O nosso avental moderno se desviou um tanto da
forma que teve no antigo Egito, e sem dúvida se modificou quando as
perseguições eclesiásticas obrigaram a união dos maçons
especulativos com os práticos, O antigo avental egípcio, era triangular,
com a cúspide para cima, e seus adornos diferiam, em vários aspectos,
dos que agora se usam. Mas a mudança mais importante consiste em
que hoje predomina a idéia de que o avental em si é tudo, e que a
faixa cingida ao redor do corpo só serve para melhor segurá-lo.
Antigamente, o cinto do avental era a sua característica mais
importante e algo mais que um símbolo, pois estava intensamente
magnetizado e disposto de modo que encerrasse em si um disco de
matéria etérica, para separar a parte sutil do corpo físico da parte
densa, e isolar inteiramente desta última as formidáveis forças
atualizadas pelo cerimonial maçônico.
Diz o Irmão Wilmshurst em sua obra The Meaning oI Masonry, pág.
21:
A Maçonaria é um sistema sacramental que, como todo
sacramento, tem um aspecto externo e visível, consistente de seu
cerimonial, de suas doutrinas e símbolos, que se podem ver e ouvir, e
um aspecto interno, mental e espiritual, oculto sob as cerimônias,
doutrinas e símbolos, que só aproveita ao maçom capaz de se valer da
imaginação espiritual e de descobrir a realidade existente atrás do
véu do símbolo externo.

Recorda-nos este autor que o Apr.’. leva o avental com a ponta


levantada, de sorte que forma uma figura de cinco pontas, símbolo do
homem quíntuplo. O triângulo formado pela ponta — diz ele — está
sobre o quadrado, e significa que naquela etapa a alma adeja sobre o
corpo, mas dificilmente se pode dizer que opera através dele. No grau
seguinte a ponta está caída, mostrando que a alma está dentro do
corpo e atua através dele.
Ele também nos diz que a pele de cordeiro é acima de tudo o
símbolo da pureza, porém que igualmente significa a brancura da alma
não evoluída, ou em Teosofia o chamado corpo causal. Como alguns de
nós sabem, no decurso da evolução se mostra nesse corpo causal uma
grande quantidade de gloriosos coloridos à proporção que nele se
despertam novas vibrações.

36
Continua explicando o Irmão Wilmshurst que a côr azul pálida das
rosetas do avental e o forro e debruns azuis com borlas de prata do
avental do M.’. indicam que nesta etapa o azul do céu começa a tingir
a brancura, e que, por formosa que seja a inocência, deve ser
substituída até certo ponto pelo conhecimento, e quando se alcança
os graus superiores, é mais viva e formosa a coloração. Acrescenta o
referido autor que de cima para baixo fluem duas linhas de força ou
influência espiritual, que em seu extremo inferior divergem em sete
linhas significativas das sete cores do espetro solar, cujo verdadeiro
simbolismo é o das sete modalidades de vida.
Segundo a Enciclopédia de Mackey, o avental é o mesmo nos três
graus da Maçonaria Azul, sendo feito de pele
branca de cordeiro, debruada de azul.
A Comaçonaria segue o costume
dominante na Grande Loja da Inglaterra, com a
diferença de que o debrum e as rosetas são de
azul mais intenso, com estreito rebordo
carmezim, e as bordas são douradas em vez de
prateadas, e suas sete linhas simbolizam os sete
raios de vida e os sete graus de matéria.
O avental é o adorno ou a insígnia do maçom, é o Símbolo do
Trabalho, o avental do aprendiz tem a forma de um polígono de 5
lados, ou seja um retângulo encimado por uma parte triangular
chamada abeta.
O triângulo simboliza o espírito do homem e o retângulo
representa a matéria ou corpo, o polígono representa o trabalho
material iniciado pelo Apr.’. ao pretender desbastar a Pedra Bruta.

CALENDÁRIO MAÇÔNICO

O calendário surgiu da necessidade que os homens tinham em marcar o tempo.


Foi através da observação dos fenômenos naturais que apareceram os primeiros
calendários, primeiramente eram lunares, por serem as lunações mais curtas, mais
fácies de observar e de estudar do que os ciclos solares.

37
Estabelecer um calendário é organizar o tempo da mesma maneira que se
constroem diques para regular o curso de um rio, é possuir um meio de marcar as
etapas da própria evolução humana, exterior e interior, e de celebrar numa data fixa,
tudo aquilo que faz lembrar as relações do homem com os deuses, com o cosmos. Ao
contemplarmos um calendário evocamos o perpétuo reinício.
Alguns tipos de calendários: o calendário egípcio tem um ano de 365 dias dividido em
12 meses de 30 dias e mais 5 dias adicionais. Esse calendário convém ao país que não tem a
primavera, os meses são então agrupados de quatro em quatro, com três estações:
inundação, inverno, verão; o calendário dos hebreus é lunar, ele imitava o dos fenícios; no
período bíblico o calendário utilizado era o solar. Sabemos através do Livro dos Reis (I Reis,
4, 7 ) que Salomão tinha sob suas ordens doze oficiais, sendo que cada um deles devia
prestar um mês de serviço. Se o calendário solar já estava sendo utilizado antes do exílio,
isto significa que os hebreus se familiarizaram durante o cativeiro com o calendário luni-
solar, segundo o qual os meses dependiam dos movimentos da Lua e o ano era regido, com
suas etapas, pelo Sol.
A Maçonaria adota o calendário Hebraico e Gregoriano.
O Calendário Hebraico data de antes de Moisés. O ano era lunar e constava de 12
meses de 30 e 29 dias alternadamente e acrescentava-se um mês suplementar
(Veadar), para corrigir a diferença de 11 dias entre o ano lunar e o solar. O ano tem
início no mês de Tisri, pela Lua Nova seguinte ao equinócio de setembro.
São os seguintes os meses hebraicos e seus correspondentes ao calendário
gregoriano:

Janeiro – Schevat Julho – Ab


Fevereiro – Adar Agosto - Eliul
Março – Nissan Setembro - Tishir
Abril – Ajar Outubro - Heshvan
Maio – Sivan Novembro - Kislev
Junho – Thamuz Dezembro – Theved

No Grande Oriente da França, pelo Calendário Gregoriano, o ano maçônico inicia


no primeiro dia do mês de março. Os meses e os dias são designados em ordem
numérica, e se ajunta 4000 ao numero do ano, por se supor ser a época da Criação,
segundo o Gênesis. Exemplo 15 de março de 2003 no calendário adotado pelos
maçons do Rito Moderno será o 15 dia do 1º mês do ano de 6003, da
V∴ L∴ (Verdadeira Luz).
A grande maioria das Obediências utiliza-se do calendário gregoriano usando
como abreviatura, E∴ V∴ (Era Vulgar). Assim no exemplo acima ficaria: 15 de março
de 2003, E∴ V∴ e 15 de março de 6003,V∴ L∴ .

BIBLIOGRAFIA
Baseado no Livro “O Mestre Maçom”

38
de Manoel Gomes

O COBRIDOR
Introdução
O tema Cobridor se revelou bastante desafiador, uma vez que pouco há escrito sobre o
tema, tanto nos livros, como em artigos e sites da Internet.

Entretanto, mostra-se uma função de extrema importância no desenvolvimento dos


trabalhos em Loja.

Para fins deste estudo, dividiremos a análise do significado e atribuições do Cobridor,


resumidamente, em dois planos:

1. Atribuições legais e aspectos práticos; e

2. Simbolismo do cargo.

Atribuições Legais e Aspectos Práticos


O Regulamento Geral da Federação – Grande Oriente do Brasil, estabelece as atribuições
legais dos Cobridores Interno e Externo, a saber:

“Do Cobridor Interno

Art. 107 - Compete ao Cobridor Interno:

I - guardar a entrada do Templo, zelando pela plena segurança dos trabalhos da Loja;

II - não consentir a entrada ou saída de Obreiros sem a devida autorização;

III - verificar se os Obreiros que desejarem entrar no Templo, após o início dos trabalhos,
estão trajados regularmente e encaminhá-los consoante determina o respectivo Ritual.

Do Cobridor Externo

Art. 108 - Ao Cobridor Externo compete:

I - fazer observar o mais rigoroso silêncio nas cercanias do Templo;

II - não permitir que sejam ouvidos, externamente, por quem quer que seja, os trabalhos
realizados em Loja;

III - certificar-se quanto à regularidade de visitantes.”

39
Em outras palavras, o Cobridor é o “guardião” do Templo, que zela pela sua incolumidade,
pelo sigilo dos trabalhos, pela segurança na entrada do Templo, pela identificação das pessoas
que a ele se dirigem, pela fiscalização da indumentária dos obreiros, reportando-se sempre ao
Ir.: 1º Vig.:, o qual transmite as informações ao V.: M.:.

Vale lembrar que durante as sessões, quando não houver Cobridor Externo, o cobridor
interno fará suas vezes. Isso é o que se depreende da análise do Ritual do 1º Grau do REAA, o
qual, após o Ir.: 1º Vig.: determinar ao Ir.: Cobr.: verificar se o Templo está coberto, assim
determina:

“se houver Cobr.: Ext.:, o Cobr.: Int.: dará as pancadas do Grau (com o cabo da espada) na
porta pelo lado de dentro e o Cobr.: Ext.:, após fazer a verificação, dará as pancadas do Grau na
porta pelo lado de fora. Se houver somente Cobr.: Int.:, o mesmo sairá do Templo, fará a
verificação, baterá na porta pelo lado de dentro e dirá:

- Ir.: 1º Vig.:, o Templo está coberto.”

Outro ponto importante a destacar quanto às normas de comportamento ritualístico e


litúrgico foi destacado pelo Ir.: Sidney Riesco Marculino, em alentado trabalho publicado na
revista Colunas Voz do Dia, ano XIII, nº 64 de 2003, p. 8 e 9, que assim ensina:

...Independentemente do grau em que a Loja estiver trabalhando, o Obr.: que chegar


atrasado a Ses.: deverá dar somente três pancadas na porta (bateria do Grau de Apr.:) e não as
baterias de outros Graus. Compete ao Cobr.: verificar quem bate, certificando-se de que o Obr.:
do Quadro ou visitante, tem Grau simbólico suficiente para assistir a Ses.:.

Se no momento em que o Obr.: bater à porta do Templo, não for possível franquear-lhe o
ingresso, o Cobr.: dará as mesmas três pancadas do Grau, na parte interna da porta. Isso
significa que o retardatário deverá aguardar o momento propício para entrar.”

Em nosso modesto entendimento, dependendo do assunto que estiver sendo tratado,


dependendo do momento em que se encontre a ritualística da sessão, e dependendo também
de quem esteja fazendo uso da palavra, como por exemplo, o V.: M.:, seria inadequado o Cobr.:
levantar-se somente para responder às pancadas na porta do Templo, sem abrí-la, uma vez que
atrapalharia o curso dos trabalhos e poderia eventualmente tumultuar desnecessariamente a
Sessão, pois é certo que o Ir.: que bateu à porta do Templo deverá aguardar resposta, demore
quanto tempo demorar, e o Cobr.:, já gozando de certa experiência, deverá saber o momento
oportuno para anunciar a batida à porta e fazer entrar o Ir.: que chegou intempestivamente.
Essa a única ressalva ao importante ensinamento prático do Ir.: Sidney.

Simbolismo do Cargo
O Cobr.: é um dos Oficiais que compõem a Estrela Hexagonal, composta por um triângulo
de ápice superior e outro de ápice inferior, ambos eqüiláteros e sobrepostos, também presente
no painel do grau de Companheiro Maçom, a qual serve para simbolizar os dirigentes de uma
Loja maçônica composta, de acordo com as suas atribuições, ligadas à espiritualidade, ou à
materialidade.

Assim, no triângulo de ápice superior, o ângulo superior é representando pelo Venerável


Mestre, enquanto os outros dois são representados pelos Vigilantes, já que essas três
Dignidades (ou três Luzes da Oficina) são responsáveis pela orientação espiritual dos obreiros,

40
formando o Triângulo da Espiritualidade (tomada, aí, como o conjunto das qualidades
espirituais do homem: mentais, ou intelectuais).

Já no triângulo de ápice inferior, o ângulo inferior é representado pelo Cobridor, ou


Telhador, enquanto os dois outros ângulos são representados, respectivamente, pelo Orador e
pelo Secretário, pois, competindo-lhe a orientação material da Loja (o Orador, selando pelo
cumprimento das leis, o Secretário, como responsável pelas atas e expediente da Loja, e o
Cobridor, zelando pela segurança do templo), eles formam o Triângulo da Materialidade.

Por essa peculiar representação de Dignidades e de um Oficial da Loja, a Estrela Hexagonal


gerou a mais correta maneira de circulação, nos ritos que os possuem, do Tronco de
Beneficência e do Saco de Propostas e Informações, quando o oficial circulante atende,
inicialmente, ao Venerável Mestre e aos Vigilantes, formando o triângulo da espiritualidade, e,
depois, ao Orador, ao Secretário e ao Cobridor, formando o triângulo da materialidade e
completando a estrela, para, finalmente, atender às demais autoridades do Or.:, aos Mestres da
Coluna do 2º Vigilante, aos Mestres da Coluna do 1º Vigilante, aos Companheiros e aos
Aprendizes, nessa ordem. A circulação, feita dessa forma, satisfaz ao simbolismo dos cargos e
respeita a hierarquia do quadro de obreiros.

Nota
A palavra Cobridor pode também ser encontrada na literatura maçônica como sinônimo de
manual ou rito. Exemplo: Manual Maçônico ou Cobridor do Rito Escocês Antigo e Aceito.

Bibliografia
Regulamento Geral do Grande Oriente do Brasil.

Ritual do 1º Grau do REAA.

Revista Colunas Voz do Dia, Ano XIII – 1982/2003 – nº 64.

CASTELLANI, José. "Origens Históricas e Místicas do Templo Maçônico". São Paulo, Editora
Gazeta Maçônica - 1991.

CASTELLANI, José .“Consultório Maçônico”, vol VII. São Paulo, Editora A Trolha – 2000.

41
O CÓDIGO MAÇÔNICO

1º - Adora o Grande Arquiteto Do Universo.

2º - O verdadeiro culto que se pode tributar ao Grande Arquiteto consiste


nas boas obras.

3º - Tem sempre a tua alma em estado de pureza, para que possas


aparecer de um momento para outro perante o Grande Arquiteto.

4º - Não sejas fácil em te encolerizar; a ira é sinal de fraqueza.

5º - Escuta sempre a voz de tua consciência.

6º - Detesta a avareza, porque, quem ama demasiado as riquezas,


nenhum fruto tirará delas, consistindo isso egoísmo.

7º - Na senda da honra e da justiça está a vida; o caminho extraviado


conduz à morte espiritual.

8º - Faz o bem pelo próprio bem.

9º - Evita as questões, previne os insultos e procura sempre ter a razão


do teu lado.

10º - Não te envergonhes do teu Destino, pensa que este não te desonra
nem te degrada; o modo como desempenhas a tua missão é que te enaltece
ou te amesquinha perante os homens.

11º - Lê e medita, observa e imita o que for bom; reflexiona e trabalha;


ocupa-te do bem-estar dos teus irmãos e trabalharás para ti.

12º - Contenta-se com tudo e com todos.

13º - Não julgues superficialmente as ações de teus Irmãos e não


censures aereamente. O julgamento pertence ao Grande Arquiteto do
Universo, porque só Ele pode sondar o coração das criaturas.

14º - Sê, entre os profanos fracos, sem rudeza, superior sem orgulho;
humilde sem baixeza; e, entre Irmãos, firme sem obstinação, severo sem
inflexibilidade e submisso sem servilismo.

42
15º - Justo e valoroso, defende o oprimido e protege a inocência, não
exaltando jamais os serviços prestados.

16º - Exato observador dos homens e das cousas, atende unicamente ao


mérito pessoal de cada um, seja qual for a camada social, posição e fortuna a
que pertence.

17º - Se o Grande Arquiteto te der um filho, agradece, mas cuida sempre


do depósito que te confiou. Sê, para essa criança, a imagem da Providência.
Faz com que até aos 12 anos tenha temor a ti; até aos 20 te ame e até a
morte te respeite. Até aos 12 anos sê o seu mestre; até aos 20 seu pai
espiritual e até a morte seu amigo. Pensa mais em dar-lhe bons princípios do
que belas maneiras; que te deve retidão esclarecida e não frívola elegância.
Esforça-te para que seja um homem honesto, avesso a qualquer astúcia.

18º - Ama o teu próximo como a ti mesmo.

19º - Não faça o mal, embora não espere o bem.

20º - Estima os bons, ama os fracos, atende aos maus e não ofendas a
ninguém.

21º - Sê o amparo dos aflitos; cada lamento que tua dureza provocar, são
outras tantas maldições que cairão sobre a tua cabeça.

22º - Com o faminto, reparte o teu pão; aos pobres e forasteiros dá


hospitalidade.

23º - Dá de vestir aos nus, mesmo com prejuízo do teu conforto.

24º - Respeita o peregrino nacional ou estrangeiro e auxilie sempre.

25º - Não lisonjeies nunca teu Irmão, isso corresponde a uma traição; se
te lisonjearem receia que te corrompam.

26º - Respeita a mulher, não abuse jamais de sua debilidade; defende-lhe


a inocência e a honra.

27º - Fala modernamente com os pequenos, prudentemente com os


grandes; sinceramente com os teus iguais e teus amigos; docemente com os
que sofrem, mas sempre de acordo com a tua consciência e princípios de sã
moral.

28º - O coração dos justos está onde se pratique a virtude, e o dos tolos,
onde festeja a vaidade.

29º - Não prometas nunca sem a intenção de cumprir; ninguém é obrigado


a prometer, mas prometendo é responsável.

30º - Dá sempre com satisfação, porque mais vale uma negativa delicada
do que uma esmola que humilhe.

43
31º - Suporte tudo com a resignação e tem sempre confiança no futuro.

32º - Faz do teu corpo um Templo, do teu coração um Altar e do teu


espírito um apóstolo do Amor, da Verdade e da Justiça.

33º - Concentra, ao menos uma vez por dia, todas as vibrações da tua
alma, no sentido de estares em contato com o Grande Arquiteto do Universo.

O COMPORTAMENTO DO MAÇOM

Um dos requisitos para que alguém possa ser iniciado na Maçonaria é "...
ser livre e de bons costumes". Livre, é aquele que dispõe de si mesmo, que
não está sujeito a nenhum senhor de forma servil; livre é o homem ilimitado,
desembaraçado, mas que acima de tudo, sabe que a sua liberdade termina
onde a do outro começa.

Um maçom deve aprender a delimitar suas fronteiras, sem contudo deixar


de expandi-las. Para isso, deve aliar à sua capacidade de ser livre, os bons
costumes da moral elevada, práticas altruístas para com o G:. A:. D:. U:.
(como quer que você o conceba...), a família, a sociedade, o próximo e para
consigo mesmo, sendo um exemplo a ser seguido.

Atingir este equilíbrio, não é uma tarefa simples, e portanto deve ser
buscada a qualquer momento do dia ou da noite. Um fator decisivo para o
sucesso é o uso da ética na busca do aperfeiçoamento intelectual, material e
social. Sem ética, é impossível elevar a moral e por conseqüência, impossível
evoluir.

Uma das formas do maçom definir sua conduta, é na sua relação com o
G:. A:. D:. U:.! Sendo Ele um ser superior, cabe ao maçom dentro da sua fé,
respeitar a fé dos IIr:. ou profanos que do ponto de vista religioso não
concordem com ele.

44
Em relação à humanidade, o maçom deve contribuir para a melhoria dos
fatores de desenvolvimento e a conseqüente utilização por todos os homens.
Dentro de uma sociedade, o maçom deve dar o seu exemplo, para distinguir
indivíduo de pessoa, e se possível, ter a consciência de cidadania,
respeitando a ordem e as leis do país.

Com a família, as atitudes do maçom devem ir além do conceito profano,


visto que aqui, família não se restringe apenas aos parentes. Nesta família
que foi citada, está inclusa uma família muito maior, que é a família maçônica.

O desenvolvimento da "fraternidade" deve ser cultivado, a ponto de que


estes ensinamentos e convicções possam fazer lugar à família individual de
cada um, fazendo do homem um marido melhor, das mulheres melhores
esposas e dos filhos, os bons adultos de amanhã.
Mas a atitude do maçom não se encerra aí! O maçom deve ter na sua
conduta os princípios básicos da tolerância, da filantropia e da solidariedade,
quer para com o próximo, quer para consigo mesmo. Aqui se encerram os
conceitos da paz, do amor, do perdão e do respeito.

Para finalizar, o maçom é entre tantas coisas, um combatente da


ignorância e do erro. Para tanto, precisa estar sempre atento e vigilante,
pronto a investigar tudo que está ao redor na busca da verdade. Esta
investigação deve ser feita à luz da razão, sem deixar que superstições ou
paixões o induza ao caminho errado. Neste combate, o maçom deve
demonstrar sua constante busca do prevalecimento do espírito sobre a
matéria, sendo sempre um livre pensador, dono de suas ações e dos seus
atos.

Que o G:. A:. D:. U:. ilumine a todos com sua luz, deixando aparecer o interior
de cada um, a fim de que a verdadeira imortalidade possa ser alcançada e
vivenciada!

Autor: Vitor H. Pires .'.

Delta Luminoso
e os
Triângulos
No Oriente de nossas lojas, entre os símbolos do Sol e da Lua, no

meridiano e por cima do trono do Venerável, brilha o Delta Luminoso com o

45
Olho Divino no centro, olho que nunca dorme, sempre vigilante, que tudo vê e

portanto tudo conhece.

É o símbolo do Poder Supremo e do Primeiro Princípio, a Onisciência, que é a


suprema realidade; o Delta Luminoso tudo vê, é o saber de Deus.
E o Sol e a Lua são as luminárias que derramam sua luzes sobre a Terra.
Desenhado graficamente, o Delta Luminoso é um triângulo equilátero, a figura mais
perfeita formada por linhas retas, representa então, a Perfeição, a Harmonia e a
Sabedoria, O triângulo representa um ser abstrato, aquilo que existe necessariamente e
não pode deixar de existir em geometria, uma linha não pode representar um corpo:
duas linhas também não constituem uma figura perfeita, mas três linhas formam pela
primeira vez uma figura regularmente perfeita, razão pela qual foi adotada pelos povos
mais antigos para representar o Eterno, o infinitamente Perfeito, o Primeiro Ser, a
Primeira Perfeição.
Logicamente existem muitas figuras perfeitas e logo depois de três linhas podemos
ter o quadrado perfeito, com seus quatro lados iguais e quatro ângulos de noventa
graus, mas esta já seria a segunda perfeição.
Nas lojas , os lugares dos principais oficiais tem forma triangular; as três Luzes têm
a mesma configuração. O triângulo equilátero é uma das formas mais constantes do
simbolismo maçônico. Os cristãos modernos empregam essa mesma figura para
representar a Trindade.
Os seus lados constituem um ternário, que desde a mais remota antiguidade tem
caráter sagrado. O ternário, dos estudos dos números ,tem por emblema essencial o
Delta Luminoso. No centro do Delta Luminoso, está o olho da inteligência ou do principio
consciente. E o emblema da clarividência mais elevada, cuja visão o Mestre sempre
possuía. Na Índia chama-se o Olho de Shiva.
Os egípcios representavam Osiris com o símbolo de um olho aberto e desenhavam
esse hieróglifo em todos os seus Templos. Entre os hebreus é encontrado
repetidamente; o Salmo 36.15 diz “Os olhos do Senhor repousam sobre os justos, e os
seus ouvidos estão abertos ao seu clamor, e em Provérbio 15.3 “Os olhos do Senhor
estão em todo lugar, contemplando os maus e os bons”.
O Olho governa o Sol e a Lua, os cometas e as estrelas, e igualmente o coração do homem.
O homem nunca poderia evadir-se desse vigilante, seja qual for o lugar em que se encontre sobre a
Terra, assim como nunca poderá estar fora da visão e da divindade de Seu sistemas de leis. Os lados dos
triângulos do Delta Luminoso significam, na religião Trimourti da Índia, Criação ( Brahma), Conservação
(Vischnou) e Destruição ( Shiva ); na religião cristã, Pai, Filho e Espírito Santo; o Deita Luminoso evoca a
idéia da Divina Trindade. Tem o significado dos três remos da natureza, Passado, Presente e Futuro. Tem
também o significado de Amor, Beleza e Justiça. Lembra sempre os aspectos da perfeição.

46
Delta Luminoso, com o seu triângulo e o Olho que tudo vê, formam um só símbolo,
imutável, isto é, é o mesmo símbolo de séculos atrás. Os cristãos modernos empregam
essa mesma figura para representar a Trindade. Os maçons Operativos adotaram o
Triângulo como símbolo da Santa Trindade, e esta compreensão permaneceu entre os
Maçons especulativos.
Deita Luminoso quando rodeado por raios que emanam de um sol como que
colocado em seu centro, raios esses que envolvem o Deita Luminoso, temos a figura
que representa a Luz Divina.
A Ciência atual, a Física Moderna trata a matéria como feixes de luz, isto é, de
fótons ou partículas luminosas o que dá razão aos Livros Sagrados de muitos povos, em
especial a Bíblia que em Gênesis afirma ter Deus criado a Luz no primeiro dia e o Sol no
quatro dia. O Delta Luminoso representa a Verdadeira Luz.
O Triângulo está representado pelo frontão do Templo, sustentado pelas três colu-
nas. Os triângulos podem ser divididos em duas grandes famílias: os isósceles e os
escalenos. O triângulo equilátero, cujos três lados são iguais, é um triângulo isósceles.
Segundo Plutarco, Xenócrates comparava a divindade a um triângulo equilátero.
Era mesmo que torná-la, com razão, perfeitamente igual em todas as suas perfeições,
enquanto que os gênios eram comparados apenas ao triângulo isósceles, que só têm
dois de seus lados iguais e, por consequência, carece de alguma perfeição. Enfim, os
homens comuns eram simbolizados pelo triângulo escaleno, que têm todos os lados
desiguais, triângulo equilátero, muitas vezes, simboliza a trindade divina no catolicismo.
“O triângulo, por seus três lados e seus ângulos iguais, é um símbolo muito expressivo.
Vemo-lo como um ninho na cabeça de Deus ou entre suas mãos: desde o século XVII,
que abusou singularmente desse triângulo, e é dentro dele que se inscreve o nome de
Jeová em hebraico ou o olho de Deus que tudo vê.
O Delta Luminoso maçônico, localizado no Oriente, atrás e acima do Venerável,
costuma apresentar em seu centro o Olho Divino ou então o tetragrama sagrado I E V E,
em letras hebraicas IOD, HE, VAU, o nome do Grande Arquiteto do Universo, cuja
pronúncia era reservada

ao sumo sacerdote, entre os hebreus, uma única vez por ano e cuja verdadeira
pronúncia se perdeu.
O triângulo evoca a idéia da Trindade e esta não é uma concepção própria apenas nas
religiões cristãs.
A Trindade encontra-se:

Na Trimurti hindu , Brahma (criador); Vischu (conservador); Shiva (destruidor).


No Egito a tríade osiriana: Osiris, Isis e Horus.

Poderíamos multiplicar os exemplos das “trindades” na maioria das religiões. Na


Maçonaria, os três lados do triângulo muitas vezes são traduzidas pela fórmula: bem

47
pensar; bem dizer; bem fazer; ou pela divisa Liberdade, Igualdade e Fraternidade.

“Os três pontos do triângulo, significam passado, presente e futuro; o triângulo inteiro, Eternidade
ou Deus Eterno. Os três ângulos significam ainda sal, enxofre e mercúrio princípios da obra de Deus. Os
três ângulos representam também os três remos da Natureza e as três fases da revolução perpétua:
nascimento, vida e morte. Em suma, o triângulo é o emblema da Divindade”.
BIBLIOGRAFIA
Aslan, Nicola – Comentários ao Ritual de Aprendiz – Volume III – Editora Maçônica “A Trolha” Ltda. - 1ª Edição –
novembro 1995

Neves, Carvalho – Instruções para Loja de Aprendiz – Cadernos de Estudos Maçônicos – Editora Maçônica “A
Trolha” Ltda. – 2ª Edição

Oliveira, Walter Dias de – A Maçonaria e seus Conceitos – 1ª Edição – 1999

Apostila do VI Encontro Regional de Aprendizes e Companheiros – ERAC – Região ABCD de


23/Novembro/1996.

Comemora-se o dia 20 de agosto como o dia do Maçom.

Indaga-se o seguinte: Qual a razão de se ter escolhido o dia 20 de agosto como o dia do
“Maçom Brasileiro”.

Para o deslinde da matéria necessário se faz voltar á história do Brasil, mais precisamente
no ano de 1822, nos meses que antecederam a proclamação da Independência.

Como é de conhecimento público, a Maçonaria brasileira, naquela época teve papel

48
destacado em prol da proclamação da independência, tendo admitido em seus quadros o
príncipe D. Pedro I, que entrou na Maçonaria no dia 13 do 5º mês Maçônico, ou seja, em 13 de
julho de 1822, tendo o mesmo recebido ensinamentos Maçônicos e sido influenciado para
proclamar a independência do Brasil de Portugual, principalmente pelos Maçons José Bonifácio
de Andrade e Silva e Gonçalves Ledo.

Tenório de Albuquerque no seu livro “A Maçonaria e a Grandeza do Brasil” ano 1º, ata do
dia 20 do 6º mês Maçônico de 1822 que “tendo sido convocados os Maçons membros das três
Lojas Metropolitanas, para uma sessão extraordinária, foi a mesma presidida pelo primeiro
Grande Vigilante, Joaquim Gonçalves Ledo, tendo o mesmo proferido do sólio em veemente
discurso, demonstrando, com sólidas razões que as circunstâncias políticas da pátria, do rico,
fértil e poderoso Brasil, demandavam e exigiam imperiosamente que a sua categoria fosse
inabalavelmente firmada com a proclamação da independência.

“Explicou o mesmo o Grande Vigilante Joaquim Gonçalves Ledo a necessidade de ser a sua
moção discutida, para que aqueles que pudessem ter receio de que fossem convencidos, pelos
debates, de que a proclamação da independência era a âncora da salvação do Brasil. Em
consequência do que, dando a palavra a quem quisesse especificar seus sentimentos, falaram
vários membros e todos aprovaram a moção reconhecendo a necessidade imperiosa de se fazer
a Independência do Brasil”.

Vários outros historiadores de méritos se referem a data de 20 de agosto de


1822, data da memorável sessão realizada pela Maçonaria, como a data da efetiva
proclamação da independência do Brasil, sendo que o Grito do Ipiranga em 7 de
Setembro foi tão somente a ratificação do ato público do que havia sido decidido
pela Maçonaria, sendo que é bom não esquecer que nesta época D. Pedro já
havia sido proclamado Grão-mestre do Grande Oriente do Brasil. O escritor Pandia
Calógeras, no seu livro Formação Histórica do Brasil, página 109 escreve que “a 20
de agosto, o Grande Oriente proclamou, por proposta de Ledo, que era chegado o
tempo da separação definitiva e completa de Portugal”.

No mesmo sentido, o Barão do Rio Branco, segundando Varnhagem diz que de fato a inde-
pendência já fora proclamada pela Maçonaria na sessão de 20 de agosto, em Assembléia Geral
do povo Maçônico, reunidas na sede do apostolado as três Lojas Metropolitanas. Deve salientar-
se que 20 de agosto ficou também resolvido pelo Grande Oriente que a data mais provável para
a proclamação da independência seria o dia 12 d outubro, aniversário do Príncipe Regente.
Entretanto, vindo de Santos para São Paulo, 13. Pedro recebeu despachos do Rio de Janeiro que
lhe davam noticias das Ordens intransigentes das Cortes para a sua volta e do envio de
expedições militares.

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Gustavo Barroso, autor insuspeito, por tratar-se historiador inimigo e rancoroso da
Maçonaria diz que entre os papéis que foram entregues a D. Pedro pelos portadores Paulo
Bregaro e Antônio Cordeiro, estava uma prancha do Grande Oriente comunicando o que havia
ocorrido no dia 20 de agosto na reunião das Três Lojas Maçônicas, Comércio e Artes, União e
Tranquilidade e Esperança de Niterói e aconselhando-o a abreviar a data da proclamação da
Independência.

O príncipe D. Pedro, a cavalo, rodeado dos dragões de sua guarda de Honra, uniformizados
a austríaca e membros da sua comitiva, amarfanhou os papéis, arrancou a espada, pronunciou
as palavras que abriram novos horizontes ao Brasil “Independência ou Morte”

Era a declaração pública do que já estava resolvida desde o dia 20 de agosto na reunião da
Três Lojas Maçônicas.

Não contasse D. Pedro com o apoio integral da Maçonaria e não teria disposto da coragem
imprescindível para proferir o “Independência ou Morte” em São Paulo.

Fica assim explicada a razão de se ter escolhido o dia 20 de agosto, como o dia do Maçom,
por ser o dia em o povo Maçônico deliberou que a proclamação da independência teria que ser
feita o mais rápido possível ainda no ano de 1822.

Temos que louvar esta deliberação corajosa dos Maçons brasileiros, que sabiam que iriam
enfrentar uma reação violenta de Portugal.

Com a união, porém, da Maçonaria, do Príncipe Regente D. Pedro e do povo que já estava
maduro para a separação, os portugueses sofreram sérios reveses e em pouco tempo tiveram
que reconhecer o fato consumado da independência do Brasil. Comemoremos, o dia 7 de
Setembro, data da Proclamação da República, mas não esqueçamos o dia 20 de agosto, quando
Maçons valorosos, tomaram uma decisão histórica em prol do Brasil.

O ESQUADRO E O COMPASSO

O esquadro e o compasso, separados ou unidos na forma conhecida e usada como símbolo


maçônico, formam dois diferentes ângulos, um móvel e com o vértice voltado para cima ou para
o Ocidente.

50
Nos ritos místicos, esotericamente, o compasso representa o espírito e o esquadro
simboliza a matéria.
Assim, no Aprendiz, ainda imperfeito, a materialidade suplanta a espiritualidade; no
Companheiro, há um equilíbrio entre a espiritualidade e a materialidade; e, finalmente, no
Mestre, há o triunfo do espírito sobre a matéria.

Para os ritos teístas, a verdade, simbolizada pelas hastes livres do compasso, é a Verdade
Divina, o atributo da mais alta espiritualidade, só reconhecido na divindade, enquanto a
verdade simbolizada pelas hastes presas do compasso é a Verdade humana, demonstrada como
imperfeita, rústica, instável e subjugada pelos preconceitos.

O ângulo reto, formado pelo esquadro, é o emblema da fixidez, estabilidade e aparente


inexorabilidade das Leis Físicas que governam o Reino do Ocidente ou da Matéria. Os dois
princípios ou lados que concorrem a defini-lo encontram-se sempre à mesma distância angular
de 90 graus, que corresponde à quarta parte da circunferência (que representa a Unidade
dentro do ciclo da continuidade) e ao ângulo do quadrado. O esquadro é, pois, outro símbolo da
crucificação da qual deve libertar-se retificando e dirigindo para o centro todos seus esforços.

O ângulo reto é também, o símbolo da luta, dos contrastes e das oposições que reinam no
mundo sensível, de todas as desarmonias exteriores, que devem ser enfrentadas e resolvidas
na Harmonia que provém do reconhecimento da unidade interior. O compasso é o símbolo deste
reconhecimento e desta harmonia, que deve unir-se ao esquadro e dominar o mundo objetivo
por meio da compreensão de uma Lei e de uma Realidade Superior. Por intermédio de seu
ângulo de 60 graus, no qual está ordinariamente disposto (o ângulo do triângulo equilátero),
mostra o ternário superior que deve dominar sobre o quaternário inferior, ou seja, o perfeito
domínio do Céu sobre a Terra.
Dependendo do grau em que a Loja esteja trabalhando, varia a posição do esquadro e do
compasso sobre o Livro da Lei: no grau de Aprendiz Maçom, o esquadro é colocado sobre o
compasso, com seus ramos ocultando as hastes deste; no de Companheiro, eles os
instrumentos estão entrecruzados, com um dos ramos do esquadro ocultando uma haste do
compasso, enquanto a outra haste deste cobre o outro ramo daquele; no de Mestre, o compasso
é colocado sobre o esquadro, com suas hastes ocultando os ramos deste.

BIBLIOGRAFIA:

-Manual do Aprendiz Franco Maçom Introdução ao estudo da Ordem e da Doutrina


Maçônica.
-Do livro "O Rito Moderno: a Liberdade Revelada" Editora A Trolha - 1a. edição: 1991 - 2a.
edição: 1997

51
GADU
O GRANDE ARQUITETO
DO UNIVERSO
É a maçonaria religiosa? É a Maçonaria uma
religião?
Sim, é religiosa. Não, não é uma religião. É
religiosa porque reconhece a existência de um único principio criador,
regulador, absoluto, supremo e infinito ao qual, a Maçonaria dá o nome de
GRANDE ARQUITETO DO UNIVERSO - GADU, que é uma entidade espiritualista
em contraposição ao materialismo. Não é uma religião porque a Maçonaria é
uma sociedade que tem por objetivo unir os homens entre si, e nesse esforço,
admite em seu seio as pessoas de todos os credos religiosos sem nenhuma
distinção.

As considerações aqui não são do ponto de vista do homem profano,


posto que como tal, o maçom já teve respostas a esse questionamento
filosófico antes de adentrar os portais do Templo Maçônico. Vale agora as
considerações sob a ótica do homem maçom, do Iniciado, que afirma
solenemente, no dia de sua Iniciação, a crença em Deus e que respondeu
“que nas horas difíceis de nossa vida depositamos a nossa confiança em
Deus”. A este Ser Supremo, os Maçons denominam de Grande Arquiteto do
Universo, e é o símbolo do Construtor do Universo, uma imagem que se
harmoniza perfeitamente com o oficio dos construtores e sob cujo nome
trabalhavam outrora todos os Maçons.

A nossa concepção de Deus, o Ser Superior, é muito mais ampla do que o


do profano, embora a Ordem mui sabiamente, determine que cada um dos
seus membros deva permanecer cultuando a sua fé pessoal.
É muito mais ampla porque deverá estar de acordo com o universalismo e
o ecletismo maçônico. A fórmula neutra, Grande Arquiteto do Universo,
preenche perfeitamente esse papel.

James Anderson, pastor protestante, nos idos de 1723, ao codificar


as constituições que levam o seu nome, soube captar a essência da Ordem no
campo religioso. A religião adotada pela Maçonaria é aquela aceita por todos

52
os homens conforme reza as Constituições de Anderson. Este conceito do
ponto de vista técnico não tem consistência, posto que toda Religião se auto
denomina a única salvadora, a única que merece ser seguida. Mais deve ser
entendida como uma Religião Moral e não uma religião eclesiástica ou
institucional. A obediência á lei Moral revelada pelo L .’. da L .’. é uma
obrigação do maçom, e, na vida profana, mais do que na vida maçônica, a
conduta do maçom deverá refletir o cumprimento desse dever. A mesma
convivência estendida a todos os homens faz do maçom um obreiro da paz.
Entende-se que a Moral Religiosa se fundamente no cumprimento da vontade
de Deus, ou seja , dirigir os atos humanos de acordo com a ordenação
universal, e a Moral da Maçonaria é aquela não acorrentada a nenhuma época
, é aquela de cada povo, a de cada tempo, a de cada civilização, de cada
cultura, assim são os Maçons. O conceito de Anderson deverá ser visto dentro
do universalismo maçônico, que aceita todas as Religiões, ao mesmo tempo
em que incentiva, determina, que cada um cultive sua Religião particular, e,
na prática, sob os umbrais do Templo Maçônico, exercite a convivência pa-
cífica e fraterna de maçons de todas as crenças, desde que consentânea com
o ideal maçônico.

A Maçonaria instituição tradicional, filantrópica e progressista, com base


na aceitação do princípio de que todos os homens são irmãos, tem por
objetivo a pesquisa da verdade, e o estudo e a prática da moral e da
solidariedade. Trabalha para o melhoramento material e moral, assim como
para o aperfeiçoamento intelectual e social da humanidade.

A Maçonaria deseja uma fraternidade redentora e espera que os homens


se entendam e sejam solidários, porque a solidariedade existe para servir ao
homem, o que significa dizer que cada um de nós depende do próximo e o
próximo depende de nós para viver, porque vemos nele a presença de Deus.

A primeira condição para ser admitido na Ordem como membro é a fé no


Ser Supremo. Condição considerada essencial e que não admite
contemporalização. Um maçom é obrigado, na sua condição, a obedecer a lei
moral e se entende corretamente o oficio nunca será um estúpido ateu nem
um libertino irreligioso e nem agiria contra sua consciência. De todos os
homens, deve ser o que melhor compreende que Deus enxerga de maneira
diferente do homem; pois o homem vê a aparência externa ao passo que Deus
vê o coração.

53
Seja qual for a religião de um homem ou sua forma de adorar, ele não será
excluído da Ordem se acreditar no glorioso Arquiteto do Céu e da Terra e
praticar os sagrados deveres da moral.

A fórmula “Grande Arquiteto do Universo” é de origem medieval. O G .’.


A.’. D .’. U.’. não é um Deus particular dos maçons, é o Deus da religião que
cada um adota, mas vemos nele o símbolo mais importante da maçonaria.
Bibliografia:
Caderno de Estudos Maçônicos- Carvalho Neves.
Grande Dicionário Enciclopédico de Maçonaria e Simbologia - Nicola
Aslam.
O Conceito de Deus na Maçonaria - Valério Alberton
Conceitos e Abreviaturas - Jellis Fernando de Carvalho

O GRÃO DE TRIGO
O quarto de reflexões constitui a prova da terra - a primeira das quatro
provas simbólicas dos elementos - e, através de sua analogia, conduz-nos aos
Mistérios de Elêusis, nos quais o iniciado era simbolizado pelo grão de trigo
atirado e sepultado no solo, para que germinasse abrisse, por seu próprio
esforço, um caminho para a luz.

A semente, na qual se encontra em estado latente ou potencial toda a


planta, representa muito bem as possibilidades latentes do indivíduo que
devem ser despertadas e manifestadas à luz do dia, no mundo dos efeitos.
Todo ser humano, é, efetivamente, um potencial espiritual ou divino, idêntico
ao potencial latente da semente, que deve ser desenvolvido ou reduzido à sua
mais plena e perfeita expressão, e este desenvolvimento é comparável, em
todos os sentidos, ao desenvolvimento natural e progressivo de uma planta.

Assim como a semente, para poder germinar e produzir a planta, deve ser
abandonada ao solo, onde morre como semente, enquanto o germe da futura
planta começa a crescer, assim também, o homem, para manifestar as
possibilidades espirituais que nele se encontram em estado latente, deve
aprender a concentrar-se no silêncio de sua alma, isolando-se de todas as
influências externas, morrendo para seus defeitos e imperfeições a fim de que
o germe da Nova Vida possa crescer e manifestar-se.

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Uma vez que o Germe espiritual, a Divina Semente de nosso ser, é imortal
e incorruptível, esta morte - como toda forma de morte, sob um ponto de
vista mais profundo - é simplesmente o despojo de uma forma imperfeita e a
superação de um estado de imperfeição, que foram no passado um degrau
indispensável ao nosso progresso, mas que a atualidade transformaram-se
numa limitação e ao mesmo tempo numa necessidade; na oportunidade e na
base para um novo passo adiante.

Essa imperfeição ou limitação que deve ser superada - os estreitos limites


em que se acha enclausurado nosso pensamento e nosso ser espiritual pelos
erros e falsas crenças assimiladas na educação e na vida profana - é o que
simboliza a casca da semente, produzida por esta como proteção necessária
em seu período de crescimento, e inteiramente análoga à casca mental de
nosso próprio caráter e personalidade.

O MERCÚRIO VITAL
A ação e interação entre estas duas tendências opostas, é pois, destinada a
produzir em nós, ativando o estado latente que se encontra dentro de nosso Germe
Espiritual, o mercúrio vital ou princípio da Inteligência e Sabedoria, que corresponde
ao salva da filosofia hindu: o ritmo da natureza, produzido pela lei de Harmonia e
Equilíbrio.

O pensamento em todos seus aspectos, nasce pois, naturalmente no indivíduo,


da ação e relação entre suas tendências ativas e passivas, entre o amor e o ódio, a
atração e a repulsão, a simpatia e a antipatia, o desejo e o temor. Cresce e adquire
sempre maior força, independência e vigor quando lutam entre si o instinto e a
razão, a vontade e a paixão, o entusiasmo e a desilusão. Eleva-se e floresce, sempre
mais livre, claro e luminoso, conforme aprende a seguir seus ideais e aspirações mais

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elevadas, e quando estas conseguem sobrepor-se à sua ignorância, erros e temores,
assim como às demais tendências passionais e instintivas.

Em outros termos, o pensamento nasce, cresce, se eleva e sublima, conseguindo


alcançar horizontes sempre mais altos, amplos e iluminados, conforme predomine na
mente e em toda a personalidade o elemento ou vibração sátvica, o princípio do
equilíbrio e da harmonia, que produz a Música das Esferas e engendra toda a criação
e concepção caracterizada por sua genialidade e formosura. Pois este mercúrio
sublimado é o único que pode perceber a Verdadeira Luz, que se torna, com seu
reflexo mental luz criadora, simbolizada pela Vênus Celestial, antiga divindade da
Luz, e portanto da beleza que a acompanha.

O fogo rajásico, aceso no homem, inicialmente pelos desejos e paixões, e depois


pela vontade, o entusiasmo e suas mais nobres aspirações (que constituem o enxofre
em seus diferentes aspectos), agindo sobre a substância tamásica dos instintos,
temores e tendências conservadoras (o sal da reflexão), que constitui a matéria-
prima de nosso caráter, faz fermentar, ferver e sublimar esta massa heterogênea no
crisol da vida individual, produzindo finalmente esse mercúrio refinado ou elemento
sátvico, ou seja a Sabedoria, nascida da transmutação - por meio da sublimação e
refinamento - da ignorância, do erro, do temor e da ilusão.

O NÚMERO 3

O número três não deriva seu princípio de si próprio, ele inclui referências a uma lei
temporal ( presente-passado-futuro ) como no tridente do deus do mar romano,
Netuno.
A tríade é importante na maçonaria por representar o próprio delta, ou triângulo,
que podem constituir a divisa maçônica da liberdade, igualdade e fraternidade.
O três é antes de tudo a justiça e o equilíbrio, representados na tese que defende
uma idéia, na antítese que é a oposição do contrário e na síntese que harmoniza
pontos discordantes.
Três anos são a idade do aprendiz de maçom, três são os seus passos ritualísticos e
três são os pontos que o maçom apõe ao final de sua assinatura, correspondendo aos
três vértices do ternário completo do delta sagrado.
A origem do ternário tem seu início a partir do binário que é um abismo de

56
contraditório mas que somado da unidade, que representa a essência una do todo,
transforma a dualidade de pares opostos em harmonia.
O binário opõe luz às trevas, calor ao frio, bem ao mal, porém o ternário é o
equilibrante, intermediário e harmonioso.
Três é o número da luz, na sua tríplice concepção: Fogo, chamas e calor. É assim a
unidade perfeita, a trilogia que simboliza o universo: os diversos em um. É sagrado
para a maioria das religiões, combinando os números um e dois, incluindo toda a vida
e experiência. É nascimento, vida e morte. Homem, mulher e criança.
Na Índia, Brama, Vixnu e Xiva formam uma poderosa trindade de deuses. Esta

trindade cria, sustem e destrói a vida, num infindável ciclo de nascimento e de


renascimento.
Três representam um Deus em três pessoas: O Pai, o Filho e o Espírito Santo na
trindade cristã.
Assim, em toda parte se encontra o número três, o ternário, do qual o delta sagrado
em sua simbologia seja o mais luminoso e talvez o mais puro emblema das oficinas
da arte real.
Do “ser” ou da “vida” para a qual tendem todas as aspirações humanas no justo, no
belo e no verdadeiro.

Referências:
1) MITFORD, MB. O livro ilustrado dos signos e símbolos. Ed. Livros e livros, 1996.
2) DA CAMINO, R. Simbolismo do 1º grau. Ed. Madras, 1998.
3) Ritual do Simbolismo de Aprendiz Maçom, 1ª edição, GLOMARON, 2002.

O PÃO E A ÁGUA
Essa semente, que deve morrer na terra para produzir a nova vida da planta,
cuja perfeição encerra em estado potencial, morreu efetivamente no pão que está
sobre a mesa da câmara de reflexões, para simbolizá-la. Esta pão, representa além
disso a substância que constitui o meio pelo qual a vida se manifesta em todas as
suas formas, a matéria prima continuamente o mecanismo incessante da renovação
orgânica, passando de um a outro estado, de uma a outra forma de existência.

Ao lado do pão, encontra-se um copo com água, ou seja aquele elemento úmido -
outro aspecto da própria Substância Mãe - que é fator e condição indispensável de
crescimento, germinação, maturação, reprodução e regeneração. Como a Vênus
Anadiômera, que se transforma em Vênus Genitrix; a Mãe Universal, também a Vida
somente pode nascer do seio das águas, enquanto que a terra mitologicamente

57
simbolizada por Géa e Deméter (às quais estavam consagradas os Mistérios de
Elêusis) converte-se na nutris.

Estas duas formas complementares da Substância Una, atuam constantemente


uma sobre a outra, como podemos observar em todos os processos biológicos; em
seu estado primitivo, o pão representa o carbono que sob a forma de ácido
carbônico, é encontrado na atmosfera, e que a vida vegetal transforma nos
hidrocarbonatos, substâncias básicas que constituem todas as partes da planta, das
quais nascem posteriormente as proteínas. Todas estas produções necessitam como
base o elemento úmido, que pode comparar-se à Matriz - Templo e Oficina de toda a
atividade orgânica.

Finalmente, o pão e a água possuem moralmente fundamentos de sobriedade e


sensibilidades indispensáveis para a vida do iniciado, e juntamente com o despojo
dos metais, este demonstra seu discernimento, que o faz buscar unicamente o
essencial - os verdadeiros Valores da existência, que só podem nos dar paz,
felicidade e satisfação, fazendo-se fatores de nosso progresso interior em Sabedoria
e Virtude -, eliminando todas as superfluidades e complicações da vida profana, em
cuja busca o homem ordinário perde suas melhores energias.

O Pavimento Mosaico também chamado de Pavimento Quadriculado


é de origem Mesopotâmica mais precisamente Sumeriana. A Me-
sopotâmia (“terra entre rios”), região da Ásia, situada entre os rios
Eufrates e Tigre, abrigou, ao lado do vale do
rio Nilo, as mais antigas civilizaçôes
organizadas da Terra.
Estabelecidas na região de Summer, no sul

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da Mesopotâmia, junto ao Golfo Pérsico, a partir do IV milênio A.C., os
sumerianos influiram, decisivamente na formação mística, metafísica e
cultural dos demais povos Asiáticos e dos Mediterrâneos. Hoje não
restam mais dúvidas de que eles inventaram a escrita (escrita cuneifor-
me); o sumeriano era língua hierática (sagrada), usada nos textos
religiosos de, praticamente, todos os povos da antiguidade, enquanto
que o acadiano (dos habitantes de Acad, região ao norte de Summer) era
a língua diplomática usada, inclusive, pelos Egipcios. Além da escrita, é
certo terem, os antigos sumerianos, tudo criado: administração e justiça
fundadas em Códigos, que serviram de padrão: formas políticas de
governo, que vão desde as cidades-estados, até ao império: instrumentos
de troca e de produção: formas de pensamento religioso, que domi-
naram o mundo antigo: a astronomia e astrologia: técnicas de
construção copiadas por outros povos (os especialistas Woolley e Parrot
reconstruiram, além dos templos religiosos, as casas sumerianas de dois
andares, protótipos das futuras casas gregas e romanas).

A religião foi, todavia, o centro e o motor de toda a vida


mesopotâmica, tomando-se a base de toda a religiosidade cósmica do
mundo antigo e da mitologia greco-romana. Entre os simbolos religiosos
dos sumerianos, encontrava-se um pavimento quadriculado, composto
de quadrados brancos e negros, intercalados, simbolizando os opostos
(principalmente o dia e a noite, já que o culto era solar, mas, também o
bem e o mal, a virtude e o vício, o espírito e a matéria).

Na mesopotânia, esse pavimento representava terreno sagrado, através do qual

se tinha acesso ao santuário mais intimo da religião, e que, normalmente, só era

percorrido pelo sacerdote hierarquicamente mais elevado, mediante certas

formalidades, nos dias mais importantes do calendário religioso. Nem todos os

demais povos, entretanto, adotaram esse símbolo (os hebreus não o usaram e ele não

existia no templo de Jerusalém), ao passo que muitos o adotaram, apenas, como

motivo decorativo (caso dos antigos gregos e cretenses).

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Na Maçonaria, o Pavimento não tem, também, o significado sagrado
que possuía entre os sumerianos, não sendo terreno sagrado, no qual é
proibido pisar
O Pavimento Quadriculado é, geralmente, chamado de Pavimento
Mosaico, graças á lenda, segundo a qual Moisés (Moshe), o líder do povo
hebreu, durante o Éxodo teria assentado, no chão do Tabernáculo (em
hebraico Suká = tenda, ou Mishcán = santuário: templo portátil armado
pelos hebreus, durante a peregrinação em direção à Palestina, após a
saida do Egito), pequenas pedras coloridas.
O termo mosaico não tem nada a ver com o pavimento feito de
pedras, que formam desenhos; não tem nada a ver, também, com a
palavra latina musaeum, como afirmam alguns autores. A defesa desta
hipótese, inclusive, demonstra, não apenas um desconhecimento de
Maçonaria, mas, também, e principalmente, do próprio vernáculo e da
etimologia da palavra, pois o vocábulo mosaico, quando usado como
substantivo significa “pavimento feito de pequenas peças, que, pela
disposição de suas cores, dão a aparência de desenhos”, enquanto que,
quando usado como adjetivo, ela é alusivo a Moisés e, por extensão, ao
hebraismo, ou judaísmo. Na expressão Pavimento Mosaico
(Pavimento”de”Mosaico é bobagem), a expressão “mosaico” é ode
adjetivo referente ao substantivo “pavimento”, sendo, portanto, alusiva
a Moisés, realmente.

É formado de ladrilhos alternados, brancos e pretos, perfeitamente


quadrados, unidos entre si e em seu perimetro um festão, também de
ladrilhos em triângulos, imitando uma franja, denominada Orla Dentada.
Ela exprime a união que deve ser mantida por todos os homens quando o
amor fraternal dominar todos os corações. Os seus dentes formados
pelos vértices de triângulos representam os múltiplos planetas que
gravitam em torno do Sol, ou melhor, os povos reunidos em volta de seus
Chefes, os filhos em redor de seus pais, os maçons reunidos em torna da
Loja.
Em alguns ritos, as cores dos ladrilhos alternativos alternam-se
entre branco, negro e vermelho.
O Pavimento Mosaico é um dos ornamentos da Loja; os outros dois
são a estrela Flamígera e a Borda Festonada contendo os 81 nós.
Simboliza o Pavimento Mosaico a diversidade dos homens e de todos
os seres, animados ou inanimados, entrelaçando-se e unindo o espírito
com a matéria.

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O significado mais curial e menos maçônico diz respeito a igualdade
entre as raças negra e branca.
No antigo Egito, somente era permitido transitar sobre o Pavimento
Mosaico, o candidato e aqueles que desempenhavam algumas tarefas,
como quem acendia a luz do Fogo Sagrado e quem manejava o turíbulo
do incenso.

Há lojas que dispensam o Pavimento Mosaico como símbolo em


destaque, e constituem todo o pavimento da loja de ladrilhos brancos e
negros, evidentemente, em prejuizo a presença em destaque de um dos
ornamentos da loja.
O Pavimento Mosaico por ser um ornamento não possui valor
filosófico.
Contudo, há várias considerações para serem feitas a respeito da
cor.
Nem o Negro nem o Branco são cores. O Negro é ausência de cor, o
branco é a polarização das cores.
Portanto temos na luz do Sol, a pretensa cor branca e na ausência do
Sol, a pretensa cor negra.
Portanto o Pavimento Mosaico contém todas as cores e representa todas as

raças, unindo-as, igualando-as, amparando-as e evoluindo-as, constituindo um dos

mais belos e significativos ornamentos da Loja.

O Pavimento Mosaico sendo um ornamento da Loja possui


principalmente a diversidade dos homens e de todos os seres animados
ou inanimados, entrelaçando-se e unindo o espírito com a matéria.
Representa também todas as raças unindo-as, igualando-as,
amparando-as e evoluindo-as.

O que se entende por Iniciação Maçónica?

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O trabalho maçónico em Loja é apresentado como uma escola de libertação da
pessoa sujeitada na vida diária a influências externas levadas a cabo por todas as
formas de comunicação e também esmagada pelas influências externas à sua
consciência, aos seus desejos, às suas paixões, aos seus costumes e aos seus
preconceitos. Adquirir a liberdade interior que condiciona a existência do espírito
crítico, da responsabilidade pessoal e, por consequência da liberdade do homem,
constitui um das preocupações mais importantes da Franco-maçonaria. A procura
iniciática, baseada no estudo dos grandes valores do património do espírito humano,
propõe três orientações principais:

O do Verdadeiro que não mais do que a procura da verdade objectiva, pois ela é
indispensável para o progresso do homem e da humanidade.
Porém, a verdade absoluta constitui um ideal inacessível para o ser humano e, por
consequência, a Franco-maçonaria não pretende possui-la, pois só a investiga. Esta
atitude concede-lhe o princípio da tolerância que lhe permite aceitar todas as ideias
sinceras e permite harmonizá-las noutras direcções possíveis. O estudo do
simbolismo pela sua forma de compreensão vem ajudar à palavra, aparte de sua
utilidade inegável, aprisiona o pensamento limitando o sentido da definição das
palavras empregadas pelo dicionário.

O Belo que permite à Franco-maçonaria cultivar o cerimonial e a decoração, porque


ela sabe que a sensibilidade, a emoção, formam parte integrante do espírito humano
e constituem uma dimensão particularmente importante da sua evolução. Se a
verdade revela o ser racional, quer dizer a forma, o belo revela a dimensão intuitiva
que é a mesma substância do ser espiritual.

A do Bem que está na procura de uma definição do bem e do mal, e que considera
como essencial o estudo da moral e da ética. Ela tem a ambição de procurar nestes
domínios os valores que seriam os critérios de referência para as acções humanas. A
paz entre os homens depende consideravelmente do sucesso desta procura.

O SIGNIFICADO MÍSTICO DAS VELAS

O uso de velas, em nossas sessões ritualísticas, às vezes, não é bem compreendido pelo novo
Aprendiz, cuidando que possa haver aí qualquer conotação religiosa ou mágica.

Tal prática, aliás, não é exclusiva da Maçonaria, verificando-se em outras ordens iniciáticas.

Devemos entender que a vela e sua chama têm um significado místico, esotérico, que precede e
transcende ao encontrado na liturgia dos vários credos confessionais, por sua natureza exotéricos.

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Sabemos que o fogo é um dos quatro grandes princípios ou manifestações da Natureza. Se, até
hoje, nos impressiona, imagine-se a forte impressão que, em um passado remoto, causou à mente do
homem.

Talvez, a primeira manifestação do fogo vista pelo homem tenha sido causada por um relâmpago. A
fulgurante crepitação no céu, as chamas decorrentes da inflamação das folhas e galhos secos e, depois, o
incêndio, realçado pela escuridão da noite, constituíram, sem dúvida, uma experiência impactante. Pode
ser que uma erupção vulcânica tenha sido outro modo pelo qual o homem primitivo se deu conta da
existência do fogo, com maior impacto de terror em seu coração e sua mente.

Pouco a pouco, já familiarizado com o fogo, o homem fez deste um instrumento de poder, passando
a cultuá-lo, a fim de preservar seu domínio sobre ele e de ter a possibilidade de acendê-lo, quando o que
possuía era extinto.

O culto do fogo, em nossos dias, é substituído por uma espécie de fascínio que todos nós por ele
temos. Quem não gosta das velas acesas para criar uma atmosfera de aconchego, de intimidade,
quietude e abertura afetiva, em um momento a dois? Quem não se extasia ao contemplar sua chama,
que em sua constante oscilação e mudança de cor, parece viva?

Quem de nós já não se sentou diante de uma lareira acesa, profundamente imersos em
pensamentos, deslumbrados com as chamas cintilantes? Graças a tal concentração, nada mais prende
nossa atenção, fazendo com que entremos, mais facilmente, em meditação e paz espiritual.

Tal vivência diante do fogo é, verdadeiramente, arquetípica; faz parte, a bem dizer, do inconsciente
coletivo, tão arcaica e comum a todas as épocas e culturas que é.

Assim, o fogo não tem para nós, hoje em dia, só um valor utilitário, em termos de energia que possa
ser útil às nossas necessidades materiais.

Sob o aspecto místico, o fogo representa o processo de purgação, purificação e regeneração. O


Espírito Santo, a Voz de Deus, a Mente Cósmica, revelaram grandes princípios ou importantes
conhecimentos através do fogo, conduzindo o homem a uma forma de existência melhor e mais elevada.

Todo trabalho de construção de nosso Templo Interno, objetivo da Maçonaria Simbólica, a partir do
desbaste da Pedra Bruta, visa a alcançar a regeneração espiritual, moral, mental e física em todos nós.

Para que possamos ser regenerados, devemos ser purificados da ganga bruta, da animalidade
primitiva, que pesa sobre nós como verdadeiro pecado original. Esse é o significado simbólico do fogo da
purificação.

Por isso, o fogo, concentrado na luz das velas, é usado em nossos altares, aceso com considerável
cerimônia. Igualmente, o fogo é usado com parte das provas de Iniciação, dentro do mesmo propósito
purificador.

Outra simbologia tem, também, o uso de velas em nossos trabalhos. A luz propiciada pela chama
significa a sabedoria, especialmente a compreensão esotérica, ou seja, a Iluminação pessoal. O
conhecimento, à semelhança da luz, dissipa as trevas da ignorância e da indiferença. Como obreiros
sociais, cabe-nos, igualmente, esse trabalho e aí estão as velas acesas dele a nos lembrar.

A chama, ainda mais, tem representado o fogo da energia divina, que deve arder em nossas almas,
para que não sejamos frios de afeto, sem sentimentos, destituídos de compaixão.

O acendimento e o apagamento das velas


Em termos cósmicos, a luz existe em todo o Universo. Ela é ubíqua.

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Várias condições, inclusive a posição relativa dos corpos no espaço, tornam sua manifestação mais
intensa em certos lugares do que em outros.

A luz não pode ser, portanto, dissipada, no sentido de se extinguir do Universo. Mesmo em um
quarto escuro, a luz não deixa de existir, embora em um grau de intensidade que não chega a
impressionar nossa retina. É uma característica positiva do Universo, fazendo parte da existência de toda
a matéria. A escuridão é, apenas, um grau infinitamente menor de luz.

Quando acendemos uma vela, misticamente, isso significa que certa intensidade da luz maior, que
permeia todo o Universo, concentrou-se naquele objeto, em forma de chama, para um propósito
específico, ou seja, nos ensinar algo, no caso da sessão ritualística.

Terminada a cerimônia, ao apagarmos a vela, isso não significa que a luz se fez extinta. O mesmo se
dá quando alguém morre. Sua alma não se extingue, mas é integrada ao Cósmico, de onde veio.

Por isso, do ponto de vista místico, devemos apagar a vela com um abafador ou com os dedos
umedecidos, para simbolizar que, simplesmente, mudamos a manifestação da luz concentrada,
reintegrando-a ao Cósmico. Apagá-la com um sopro é um procedimento profano em Maçonaria, pois isso
é interpretado como a intenção de desintegrar a chama, como a tentativa de fazer com que ela não
exista mais enquanto luz, embora isso seja impossível, já que sempre existirá em sua forma invisível,
intrínseca, vibratória.

O acendimento, também, no sentido simbólico, é feito a partir da chama de outra vela, de uma
tocha ou lamparina, e não, diretamente, da chama de um isqueiro ou palito de fósforo. A vela que acende
as demais representa a luz que está difusa em todo o Universo.

O material da fabricação das velas.


No passado, até mesmo a substância de que as velas eram feitas tinham uma leitura simbólica.

A primitiva igreja cristã – e mesmo as ordens fraternais – usavam velas feitas exclusivamente de
cera de abelha, representando a cera o produto final do trabalho dessa obreira, cujo sentido de vida era o
do fabrico do mel, mesmo com o sacrifício da própria vida.

BIBLIOGRAFIA: Este Trabalho Nos Foi Enviado Pelo Ir.’. Fabio Assunção, Sendo
Que O Autor Foi O Ir.’. José Cássio S. Vieira

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Oração ao Grande
Arquiteto do Universo
( Israel
Regardie)

Santo seja, Senhor do Universo. Santo seja, a quem a Natureza


não formou . Santo seja, justo e poderoso Uno. Senhor de Luz e da
Obscuridade.

Fortalece-nos e inspira-nos óh Senhor da Vida. Que nossa


vontade e nosso coração possam sempre aspirar a tua Força e Estabilidade .

Dê-nos ânimo ante as vicissitudes, pois no coração do forte só


habita a coragem.

Glória a ti, Senhor da vida, pois a tua alegria expande-se até


os confins do Universo. Que a nossa mente se abra para o mais alto. Que
nosso coração seja um centro de Luz.

Que nosso corpo seja um Templo do Espírito Santo.

Ó! Senhor do Universo. Que a tua luz brilhe diante de nós para


iluminar a nossa escuridão. Concede-nos a ajuda do nosso alto Gênio a fim de
que possamos sentir o teu Trono de Glória, o Centro do Mundo da Vida e da
Luz.

Dê tuas mãos, oh ! Senhor, venha todo o bem . De tuas mãos


flutua toda A Graça e Bênção.

Tu que permitiste que nós entrássemos tão fundo no santuário


de teus mistérios, não para nós, mas para que teu nome seja a Glória.

Para ti , único sábio, único poderoso e Eterno Uno. Louvor e


Glória para sempre.

Que Assim Seja !

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Oração aos Maçons

"Senhor e Grande Arquiteto"

"Nós nos humilhamos à Teus pés e invocamos o Teu perdão, pela heresia que, no
curso dos séculos, nos impediu de reconhecer em nossos irmãos mações os teus
seguidores prediletos.

Lutamos sempre contra o livre pensamento, porque não havíamos compreendido que
o primeiro dever de uma religião, como afirma o Concílio, consiste em reconhecer o
direito de não se acreditar em Deus.

Havíamos impensadamente acreditado que um sinal da cruz pudesse ser superior a


três pontos formando uma pirâmide.

Por tudo isso nos penitenciamos, Senhor e, com o Teu perdão, Te rogamos que nos
faça sentir que um compasso sobre um novo altar pode significar tanto quanto velhos
crucifixos.

Amém!"
- Oração escrita por Sua Santidade o Papa João XXIII

(Cardeal Ângelo Maria Guiuseppe Roncalli) e publicado no Journal de Géneve, em 08 de


Setembro de 1966.

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