Eletrotecnica Basica
Eletrotecnica Basica
Eletrotecnica Basica
Eletrotécnica básica
SENAI
Eletrotécnica básica
E-mail [email protected]
Home page http:// www.sp.senai.br
SENAI
Eletrotécnica básica
Sumário
Conteúdos 5
Objetivos gerais 9
Formas de energia – Teoria eletrônica 11
Eletricidade estática – Fontes de eletricidade 19
Eletricidade dinâmica – Tensão - corrente - resistência 29
Eletricidade dinâmica – A lei de Ohm 39
Eletricidade dinâmica – Circuitos elétricos 45
Eletricidade dinâmica – Potência - trabalho 61
Magnetismo 71
Eletromagnetismo 83
Corrente contínua e corrente alternada 97
Transformador 121
Motores elétricos 133
Isolação e aterramento 153
Prevenção de acidentes e primeiros socorros 161
SENAI
Eletrotécnica básica
SENAI
Eletrotécnica básica
Conteúdos
SENAI 5
Eletrotécnica básica
Magnetismo 2 horas
• Substâncias magnéticas
• Pólos de ímã
• Linhas de força e campo magnético
• Teoria molecular da magnetização
• Permeabilidade, fluxo, densidade e relutância magnética
Eletromagnetismo 5 horas
• O princípio de indução
• Eletromagnetismo
• Sentido das linhas de força magnética
• Campo magnético em espiras
• Eletroímã
• Disposições de ímãs
Teste l 1 hora
6 SENAI
Eletrotécnica básica
Transformador 3 horas
• O princípio de indução no transformador
• A relação de transformação (cálculo)
• A perda do transformador
• Rendimento
SENAI 7
Eletrotécnica básica
Teste ll 1 hora
Total 40 horas
8 SENAI
Eletrotécnica básica
Objetivos gerais
Conhecer
Ser informado sobre:
• Conceitos básicos da eletrotécnica.
• Conceitos básicos do magnetismo.
• Utilização básica de instrumentos de medição elétrica.
• Tipos de motores elétricos.
Saber
Reproduzir conhecimentos sobre:
• Grandezas e unidades básicas mais utilizadas em eletricidade.
• Fórmulas tais como Lei de Ohm, Lei de Kirchhoff, trabalho e potência elétrica e
suas deduções em vários tipos de circuitos.
• Geração de corrente contínua e corrente alternada.
• Princípios da indução (eletromagnetismo) e sua aplicação em motores elétricos.
Ser capaz de
Aplicar conhecimentos para:
• Comprovar através de experiências, fenômenos e leis fundamentais da
eletrotécnica.
• Calcular exercícios práticos aplicando leis fundamentais.
• Resolver problemas do dia a dia, consultando tabelas e gráficos.
• Prevenção de acidentes diários, identificando falhas de isolação e aterramento nos
equipamentos.
SENAI 9
Eletrotécnica básica
9 SENAI
Eletrotécnica básica
Formas de energia
Teoria eletrônica
Objetivos
Ao final desta unidade o participante deverá:
Conhecer
Ser informado sobre:
• A diferença entre formas de energia potencial e cinética.
• A definição de átomo e molécula.
Saber
Reproduzir conhecimentos sobre:
• A definição de energia.
• Formas e características de energia (mecânica, térmica, química e elétrica).
• As partículas do átomo e suas cargas elétricas.
Ser capaz de
Aplicar conhecimentos para:
• Descrever as formas de energia citando exemplos práticos.
Introdução
Utilização da eletricidade
Há poucas décadas encontrou-se inúmeras possibilidades de aplicação da energia
elétrica, as quais agem em todos os setores de nossas vidas, seja no lar, na indústria,
no comércio, no trânsito ou na administração.
SENAI 11
Eletrotécnica básica
Como exemplo, podemos citar uma mola comprimida; outro exemplo importante é a
água represada, que constitui um enorme reservatório de energia potencial.
Energia Cinética
É a energia que surge em conseqüência do movimento de um corpo.
Exemplo
Um automóvel em velocidade poderá utilizar-se da energia cinética para subir uma
ladeira; um martelo que se move rapidamente pode exercer uma força num prego e
fazê-lo penetrar numa tábua; um pêndulo mantém-se sem movimento durante certo
tempo, utilizando-se de energia cinética.
12 SENAI
Eletrotécnica básica
A energia toma as mais variadas formas. As mais comuns são: energia mecânica,
térmica, química, elétrica, etc.
Energia mecânica
Manifesta-se pela produção de um trabalho mecânico, no deslocamento ou
deformação de um corpo. Exemplo: um operário empurrando um caixote.
Energia química
A energia química manifesta-se desde que certos corpos que a possuem são postos
em contato. Numa pilha elétrica, por exemplo, quando ligamos o pólo positivo com o
pólo negativo através de uma lâmpada, obtemos a energia química do seu interior,
transformada em energia elétrica e, esta, produzindo luz pela incandescência do
filamento da lâmpada.
SENAI 13
Eletrotécnica básica
Energia elétrica
Manifesta-se em nossos sentidos por seus efeitos: magnéticos (rotação de um motor);
térmicos (aquecimento de um condutor); luminoso (incandescência de uma
lâmpada); fisiológicos (choque elétrico).
Teoria eletrônica
Matéria
É tudo o que tem massa e ocupa lugar no espaço. Ela existe em três estados: sólido,
líquido e gasoso. Exemplo: água, cobre, hidrogênio, etc.
Corpo
É uma quantidade limitada de matéria que possui uma determinada forma. Ex: bloco
de cimento, viga de madeira, gota d’água, etc.
14 SENAI
Eletrotécnica básica
Corpos simples
São os corpos constituídos de um só tipo de elemento. Exemplo: ouro, cobre,
hidrogênio, etc.
Corpos compostos
São os corpos formados pela combinação de dois ou mais corpos simples. Exemplo:
Cloreto de Sódio (sal de cozinha) que é formado pela combinação de cloro e sódio. A
água (H2O), que é formada por duas partes de hidrogênio e uma parte de oxigênio.
Os corpos podem ser divididos em partes cada vez menores, podendo, por processos
especiais, chegar a partes tão pequenas que seria impossível vê-las a olho nu.
A menor partícula em que se pode dividir um corpo, sem que este perca as suas
características, chama-se molécula.
Se formos dividindo uma gota d’água em muitas partes, ela vai se tornando cada vez
menor, até chegar à molécula, isto é, a menor partícula em que pode ser dividida,
conservando as suas características.
Átomo
É a menor partícula física em que se pode dividir um elemento.
O átomo é formado por inúmeras partículas, mas vamos estudar somente as que
interessam à teoria eletrônica.
SENAI 15
Eletrotécnica básica
O átomo é formado por uma parte central fixa, chamada núcleo, que é constituído de
dois tipos de partículas, chamadas prótons e nêutrons.
Em torno do núcleo dos átomos existem as órbitas, que são produzidas pelo giro de
partículas em alta velocidade, chamadas elétrons.
16 SENAI
Eletrotécnica básica
Exemplos
Existem elementos, como é o caso do hélio, com dois elétrons, e o hidrogênio, com um
elétron, que possui somente uma órbita.
SENAI 17
Eletrotécnica básica
O alumínio tem 13 elétrons em três órbitas. O cobre tem 29 elétrons com quatro
órbitas, etc.
Os elétrons das órbitas externas são chamados Elétrons Livres, pois têm uma certa
facilidade de se desprenderem de seus átomos.
18 SENAI
Eletrotécnica básica
Eletricidade estática
Fontes de eletricidade
Objetivos
Ao final desta unidade o participante deverá:
Conhecer
Ser informado sobre:
• Os processos de descargas estáticas.
• Os diversos tipos de fontes de eletricidade.
Saber
Reproduzir conhecimentos sobre:
• A lei de atração e repulsão das cargas elétricas.
• Os princípios de geração de eletricidade nos diversos tipos de fontes.
Ser capaz de
Aplicar conhecimentos para:
• Descrever as experiências simples para as explicações das fontes de eletricidade.
SENAI 19
Eletrotécnica básica
Eletricidade estática
20 SENAI
Eletrotécnica básica
SENAI 21
Eletrotécnica básica
Descargas estáticas
Sempre que dois corpos com cargas contrárias forem postos próximos um do outro, o
excesso de elétrons de um deles será atraído na direção daquele que está com falta
de elétrons.
Para que haja uma proteção contra os raios, instala-se um pára-raio no ponto mais alto
de uma residência, indústria ou edifício.
22 SENAI
Eletrotécnica básica
Existem vários tipos de pára-raios, como exemplo o tipo feito de uma haste metálica
que termina em várias pontas revestidas de platina e um cabo metálico muito bem
ligado à terra.
As pequenas descargas elétricas são chamadas faíscas e aparecem sempre que haja
corpos em atrito. Todos os caminhões-tanque, que transportam combustível, possuem
na parte de trás uma corrente pendurada, que nas valetas toca a terra, proporcionando
assim a descarga da eletricidade estática acumulada no tanque.
Fontes de eletricidade
SENAI 23
Eletrotécnica básica
Toda vez que atritamos dois corpos diferentes, retira-se alguns elétrons de um dos
corpos, enquanto que o outro corpo aprisionará estes elétrons.
O corpo que aprisionou elétrons adquiriu uma carga elétrica negativa e o corpo que
cedeu elétrons adquiriu uma carga elétrica positiva.
Algumas substâncias que facilmente produzem eletricidade estática são: vidro, âmbar,
ebonite, ceras, flanelas, sedas, nylon, rayon, etc.
Quando se esfrega um bastão de ebonite com uma flanela, esta última perde elétrons
para o bastão.
Experiência 1
Meios
2 bastões de acrílico, 1 suporte e flanela.
Execução
Friccione um dos bastões de acrílico na flanela e pendure-o no suporte.
24 SENAI
Eletrotécnica básica
Conclusão
Dois bastões de acrílico se repelem após serem esfregados com uma flanela, por
terem adquirido a mesma carga elétrica (negativa).
Nas duas superfícies planas são criadas cargas elétricas diferentes por causa da
pressão.
Se um fio de cobre e outro de constantan forem torcidos juntos, de modo a formar uma
junção, ao aquecermos esta junção produziremos uma carga elétrica.
SENAI 25
Eletrotécnica básica
A luz passa pelo material transparente ou translúcido, atinge o selênio, que gera uma
corrente elétrica entre as camadas.
26 SENAI
Eletrotécnica básica
Exemplo:
A pilha seca compõe-se de um recipiente de zinco, que é a placa negativa, de um
bastão de carbono servindo como placa positiva e uma solução pastosa de cloreto de
amônia constituindo o eletrólito.
1 – Terminais de latão
2 – Resina
3 – Areia
4 – Serragem
5 – Recipiente de zinco (placa negativa)
6 – Eletrólito
7 – Bastão de carvão (placa positiva)
8 – Papel alcatroado
A força eletromotriz de uma pilha seca depende da combinação dos dois materiais;
geralmente é de 1,5 V.
SENAI 27
Eletrotécnica básica
Experiência 2
Meios
Uma bobina de 12.000 espiras, um galvanômetro para AC e um ímã permanente.
Execução
Faça a ligação conforme desenho seguinte.
Observação
O ponteiro do galvanômetro se desloca nos dois sentidos
Conclusão
Quando se desloca um ímã numa bobina, produz-se eletricidade na bobina devido ao
magnetismo do ímã.
Isto se verifica nos grandes geradores das usinas de força, as quais necessitam de
uma fonte de movimento constante e eficiente.
28 SENAI
Eletrotécnica básica
Eletricidade dinâmica
Tensão - Corrente -
Resistência
Objetivos
Ao final desta unidade o participante deverá:
Conhecer
Ser informado sobre:
• As unidades derivadas de tensão, corrente e resistência.
ρ."
• A fórmula a ser aplicada para o cálculo da resistência {R = }.
A
Saber
Reproduzir conhecimentos sobre:
• Os instrumentos de medição e sua ligação nos circuitos elétricos.
• Os símbolos para grandeza e unidade de tensão, corrente e resistência.
• A classificação dos materiais em função da condutibilidade elétrica.
• Os símbolos para os instrumentos de medição, usados nos desenhos de circuitos
elétricos.
Ser capaz de
Aplicar conhecimentos para:
• Descrever a diferença de potencial (tensão), como causa da corrente elétrica.
• Descrever a corrente elétrica como movimento dos elétrons livres.
SENAI 29
Eletrotécnica básica
Para que haja movimento de cargas elétricas em um circuito é necessário que alguma
força ou pressão apareça para fazer com que essas cargas elétricas se movimentem.
A esta pressão damos o nome de diferença de potencial (d.d.p.) ou tensão, que nos
é dada em volts.
Num circuito fechado, onde se tem eletricidade dinâmica, a tensão aplicada é que faz
com que as cargas elétricas se movimentem, formando, assim, a corrente elétrica.
30 SENAI
Eletrotécnica básica
Por isso, é necessário que o reservatório que abastece a região ou local seja colocado
numa altura tal que proporcione a pressão desejada.
O mesmo ocorre com a eletricidade, pois nós temos elétrons nos condutores, mas se
não houver uma tensão elétrica ou d.d.p. não haverá eletricidade dinâmica.
SENAI 31
Eletrotécnica básica
Grandeza da tensão
Símbolo: U
Unidade de medida da tensão: 1Volt
Símbolo: V
Unidades derivadas
Voltagens comuns
Corrente
Definição
Corrente elétrica é o movimento ordenado de cargas elétricas por um condutor.
Toda vez que passar uma corrente de elétrons em um circuito elétrico ela poderá
também ser medida.
Quando num ponto qualquer de um circuito elétrico passar 6,25 . 1018 elétrons, diz-se
que passou um Coulomb, medida essa utilizada para medir cargas elétricas.
32 SENAI
Eletrotécnica básica
Medição de corrente
Porém, se passar num ponto do mesmo circuito, um Coulomb de elétrons no tempo de
1 segundo, a corrente será de 1 ampère.
1 A = 1 coulomb/s.
Grandeza da corrente
Símbolo: I
Unidade de medida da corrente: 1 ampère
Símbolo: A
Unidades derivadas
SENAI 33
Eletrotécnica básica
Fluxo da corrente
Foi definido que, no circuito elétrico, o fluxo da corrente vai do pólo positivo (+) para o
pólo negativo (-) – corrente convencional.
Os elétrons livres, porém, se movem do pólo negativo (-) para o pólo positivo (+) –
corrente eletrônica ou real.
Resistência elétrica
Resistência é a dificuldade que um condutor oferece à passagem da corrente elétrica.
No caso da água, podemos dizer que há, também, resistências devido a curvas,
cotovelos, luvas, reduções, etc.
Grandeza da resistência
Símbolo: R
Unidade de resistência: 1 ohm
Símbolo: Ω
34 SENAI
Eletrotécnica básica
Unidades derivadas
1 Quilohm = 1k Ω = 1.000 Ω
1 megohm = 1M Ω = 1.000.000 Ω
1 gigohm = 1G Ω = 1.000.000.000 Ω
ρ."
R=
A
Ω . mm 2
ρ = resistência específica em
m
d2 . π
A = π . r2 =
4
Exemplo
Calcular a resistência em Ω de um condutor de cobre de " = 130m de comprimento, e
de uma secção de A = 0,1257mm2, quando a resistência específica do cobre for
0,0178Ω . mm 2
ρ= .
m
ρ."
R=
A
0,0178Ω . m
/m
2
/ /m
/ . 130m
/
R= 2
/m
0,1257m /
R = 18,4 Ω
SENAI 35
Eletrotécnica básica
Medição
O aparelho usado para a medição da resistência elétrica é o ohmímetro.
Exercícios
Isolantes
São materiais que oferecem grande dificuldade à passagem da corrente elétrica, não
permitindo que seus elétrons se libertem facilmente dos seus átomos.
Isolantes
Louça plásticos
Vidro ebonite
Borracha fibras
36 SENAI
Eletrotécnica básica
Condutores
São materiais que oferecem pouca dificuldade à passagem da corrente elétrica e são
usados para transportá-la de um local para outro.
O cobre tem tido maior aplicação porque, além de ser um bom condutor, oferece boa
resistência mecânica e suas emendas podem ser facilmente soldadas.
Condutores
Condutibilidade elétrica em Resistividade específica a 20ºC
Material m Ω . mm 2
Ω . mm 2 m
Ouro Au 45,7 0,0219
Prata Ag 60 0,0167
Cobre Cu 56 0,0178
Alumínio Al 36 0,0278
Constantan (CuNi) 2,04 0,4902
Carbono C 0,015 66,6667
Resistores
São elementos usados para se introduzir resistência adicional aos circuitos.
Os resistores são fabricados com materiais maus condutores, ou seja, materiais que
permitem a passagem da corrente elétrica, porém com certa dificuldade.
SENAI 37
Eletrotécnica básica
Semicondutores
São materiais que têm propriedades intermediárias, entre condutores e isolantes.
Semicondutores
Selênio
Germânio
Silício
38 SENAI
Eletrotécnica básica
Eletricidade dinâmica
A lei de Ohm
Objetivos
Ao final desta unidade o participante deverá:
Saber
Reproduzir conhecimentos sobre:
• Interdependência entre corrente e tensão.
• Interdependência entre corrente e resistência.
• As três fórmulas da lei de Ohm.
Ser capaz de
Aplicar conhecimentos para:
• Calcular exercícios práticos, aplicando a lei de Ohm.
• Determinar valores de U, I e R consultando gráficos.
Quanto maior for a pressão e quanto menor for a resistência, tanto maior será o
volume do líquido ou gás que dará vazão.
SENAI 39
Eletrotécnica básica
Experiência 1
Meios
Bateria de U = 4,5V, com 3 células, resistor de R = 47 Ω - 1W. Voltímetro, amperímetro,
fios.
Execução
Ligar os componentes conforme o desenho seguinte. Medir tensão e corrente quando
ligar 1, 2 e 3 células. Conferir os valores na tabela e observar o próximo gráfico.
Observação
U {V} 1,5 3,0 4,5
I {mA} 31,9 63,8 95,7
R {Ω} 47 47 47
Conclusão
Usando o mesmo resistor e aumentando a tensão, a corrente aumentará
proporcionalmente ao aumento da tensão.
40 SENAI
Eletrotécnica básica
I α U
α = símbolo de proporcionalidade
Experiência 2
Meios
Bateria de U = 4,5V, 3 resistores R1 = 10 Ω - 2W, R2 = 18 Ω - 2W, R3 = 33 Ω - 1W,
voltímetro, amperímetro, fios.
Execução
Ligar os componentes, conforme o desenho seguinte. Medir a tensão e a corrente para
cada um dos resistores e conferir na próxima tabela.
Observação
U {V} 4,5 4,5 4,5
I {A} 0,45 0,25 0,13
R {Ω} 10 18 33
Conclusão
Usando a mesma tensão, a corrente diminuirá, na mesma proporção, conforme
aumentamos o resistor. Podemos dizer que a corrente é inversamente proporcional à
resistência.
1
I α
R
SENAI 41
Eletrotécnica básica
A lei de Ohm
tensão
corrente =
resistência
É a Lei de Ohm.
Lei de Ohm
U
I=
R
U
R=
I
Unidades:
V
= Ω
A
Unidades: I em A
U em V
R em Ω
Observação
Para calcular qualquer grandeza da fórmula da lei de Ohm, podemos representar a lei
por um triângulo, com seus valores no interior do mesmo. As letras dispostas formam a
palavra RUI, e assim podem facilitar a transformação das fórmulas entre si.
U=R.I
U
R=
I
U
I=
R
42 SENAI
Eletrotécnica básica
Exercícios
U1 = 3V I1 = 0,04A
U2 = 6V I2 = 0,08A
U3 = 9V I3 = 0,12A
SENAI 43
Eletrotécnica básica
44 SENAI
Eletrotécnica básica
Eletricidade dinâmica
Circuitos elétricos
Objetivos
Ao final desta unidade o participante deverá:
Conhecer
Ser informado sobre:
• A classificação de circuitos elétricos em circuitos dependentes e independentes.
• O cálculo de circuitos mistos.
Saber
Reproduzir conhecimentos sobre:
• As fórmulas para cálculos de R, U e I nos circuitos em série e em paralelo.
• A determinação das fórmulas através de experiências.
Ser capaz de
Aplicar conhecimentos para:
• Identificar circuitos série e paralelo em função de desenhos.
• Calcular exercícios, aplicando a primeira e a segunda lei de Kirchhoff.
• Calcular exercícios de circuitos série e paralelo, aplicando a lei de Ohm.
Circuitos elétricos
SENAI 45
Eletrotécnica básica
Circuito Série
É aquele cujos elementos são ligados um após outro, sendo que um elemento
depende do outro e constitue uma malha elétrica.
Circuito Paralelo
É aquele em que seus elementos são colocados um independente do outro.
Isto quer dizer que, se um elemento qualquer deixar de funcionar, não perturbará o
funcionamento dos demais.
46 SENAI
Eletrotécnica básica
Circuito Misto
É aquele que é formado pela combinação dos dois anteriores, sendo parte em série e
parte em paralelo.
SENAI 47
Eletrotécnica básica
Associação de resistores
Circuito Série
Experiência 1
Meios
Fonte de tensão U = 10V; e resistores, 18 Ω - 1W, 18 Ω - 1W, 68 Ω - 1W, voltímetros,
amperímetros, ohmímetros, fios.
Execução
Monte o circuito conforme o desenho seguinte.
48 SENAI
Eletrotécnica básica
Observação
I II III
Total
Medição Medição Medição
U (V) U1 = 1,75V U2 = 1,75V U3 = 6,5V U = 10V
R (Ω) R1 = 18 Ω R2 = 18 Ω R3 = 68 Ω R = 104 Ω
Conclusão
A resistência total num circuito série é igual à soma de todas as resistências oferecidas
pelos resistores desse circuito.
Rt = R1 + R2 + R3 + ... + Rn
It = I1 = I2 = I3 = ... = In
Observação
Para encontrarmos um valor desconhecido de I, U ou R em qualquer circuito, primeiro
empregamos as leis de Kirchhoff e depois a lei de Ohm.
Exemplo
1. Determine no circuito seguinte a resistência Rt, a corrente total I e as tensões
parciais U1, U2 e U3.
SENAI 49
Eletrotécnica básica
R = R1 + R2 + R3
R = 50 Ω + 100 Ω + 70 Ω = 220 Ω
U 220 V
I= = = 1A
R 220 V
U1 = R1 . I = 50 Ω . 1A = 50V
U2 = R2 . I = 100 Ω . 1A = 100V
U3 = R3 . I = 70 Ω . 1A = 70V
Controle: U = U1 + U2 + U3
U = 50V + 100V + 70V =
U = 220V
Exercício 1
Determine U2 e I.
50 SENAI
Eletrotécnica básica
Exercício 2
Determine:
a) Quantas lâmpadas podem ser ligadas a uma tensão de U = 42V?
Circuito paralelo
Experiência 2
Meios
Fonte de tensão U = 10V, 3 resistores, R1 = 10 Ω - 10W, R2 = 20 Ω - 5W, R3 = 68 Ω -
2W, voltímetros, amperímetros, fios, ohmímetros.
Execução
Montar o circuito conforme desenho seguinte.
SENAI 51
Eletrotécnica básica
I II III
Total
Medição Medição Medição
U [V] U = 10V U = 10V U = 10V U = 10V
R [Ω] R = 10 Ω R = 20 Ω R = 68 Ω R = 6Ω
Conclusão
1 A tensão no circuito paralelo é a mesma em todas as partes do circuito.
Ut = U1 = U2 = U3 = ... = Un
2 A corrente que chega a um ponto no circuito é igual à soma das correntes que dele
saem, ou vice-versa. É definido pela 1a lei de kirchhoff.
It = I1 + I2 + I3 + ... + In
I4 = I1 + I2 + I3
U U
R= I=
I R
52 SENAI
Eletrotécnica básica
It = I1 + I2 + I3 + ... + In
U
Substituindo I por temos:
R
Ut U U U U
= 1 + 2 + 3 + ... + n
Rt R1 R2 R3 Rn
Simplificando, temos:
1 1 1 1 1
= + + + ... +
Rt R1 R2 R3 Rn
Fórmula geral:
1
Rt =
1 1 1 1
+ + + ... +
R1 R 2 R 3 Rn
Exemplo
Cálculo da resistência total Rt na experiência anterior.
SENAI 53
Eletrotécnica básica
1 1 1 1
= + +
Rt R1 R2 R3
1
Rt =
1 1 1
+ +
10Ω 20Ω 60Ω
1
Rt =
6 + 3 +1
60Ω
1 1 60Ω
Rt = = x
10 1 10
60Ω
60Ω
Rt = = 6Ω
10
R1 . R 2
Rt =
R1 + R 2
Exemplos
Dois resistores, R1 = 30 Ω e R2 = 60 Ω são ligados paralelamente. A tensão é de U =
12V.
54 SENAI
Eletrotécnica básica
Solução
R1 . R 2 30Ω . 60Ω
Rt = =
R1 + R 2 30Ω + 60Ω
Rt = 20 Ω
U 12V
It = = = 0,6A
R 20Ω
U 12V
I1 = = = 0,4A
R1 30Ω
U 12V
I2 = = = 0,2A
R2 60Ω
R1 30Ω 1 I1 0,4 A 2
= = = =
R2 60Ω 2 I2 0,2A 1
Conclusão
Também nos circuitos em paralelo, as correntes são inversamente proporcionais às
resistências.
R1 I
= 2
R2 I1
SENAI 55
Eletrotécnica básica
Exercício 1
Calcule os valores Rt, It, I1, I2 e I3 do exemplo anterior, se for ligado um terceiro resistor
R3 = 20 Ω paralelamente:
Exemplo
No circuito a seguir devem ser calculados os valores de R, U e I.
Dados: R1 = 20 Ω ; R2 = 60 Ω
R3 = 25 Ω ; R4 = 40 Ω
Ut = 20V
Solução
Determine os valores.
RI, RII, Rt, I1, I2, I3, I4, It, UI e U3.
56 SENAI
Eletrotécnica básica
a) Circuito parcial I
R1 . R 2 20Ω . 60Ω
RI = =
R1 + R 2 20Ω + 60Ω
RI = 15 Ω
Circuito parcial II
RII = RI + R3 = 15 Ω + 25 Ω
RII = 40 Ω
R II . R 4
RIII = =
R II + R 4
40Ω . 40Ω
40Ω + 40Ω
RIII = 20 Ω
RIII = Rt = 20 Ω
SENAI 57
Eletrotécnica básica
U 20V
b) It = = = 1A
R 20Ω
c) Conforme o desenho do circuito parcial III, podemos concluir que RII e R4 recebem
o valor total da tensão U, sendo Ut = 20V. Os dois resistores têm o mesmo valor de
40 Ω ; por isso, as correntes também são iguais.
I4 = III
Então:
It = I4 + III ou
It = 2 . I4
It 1,0 A
I4 = = = 0,5A
2 2
I4 = III = 0,5A
III = I3 = II = 0,5A
ou
U3 = R3 . I3 Ut = UI + U3
U3 = 25 Ω . 0,5A UI = Ut – U3
U3 = 12,5V UI = 20V – 12,5V
UI = 7,5V
UI 7,5 V
I1 = = = 0,375A
R1 20Ω
UI 7,5 V
I2 = = = 0,125A
R2 60Ω
58 SENAI
Eletrotécnica básica
Exercícios
b) Em paralelo.
Rt =
It =
I1 =
I2 =
U1 =
U2 =
Rt =
It =
SENAI 59
Eletrotécnica básica
60 SENAI
Eletrotécnica básica
Eletricidade dinâmica
Potência - Trabalho
Objetivos
Ao final desta unidade o participante deverá:
Conhecer
Ser informado sobre:
• A ligação correta de instrumentos para medir a potência e o trabalho no circuito
elétrico.
• As unidades de potência e trabalho conforme o sistema internacional.
Saber
Reproduzir conhecimentos sobre:
• As fórmulas para calcular a potência, trabalho elétrico e preço de consumo.
• As unidades watt, Quilowatt e Quilowatt-hora.
• O trabalho elétrico como forma de energia.
Ser capaz de
Aplicar conhecimentos para:
• Calcular exercícios práticos aplicando as fórmulas de potência, trabalho e preço de
consumo.
SENAI 61
Eletrotécnica básica
Potência elétrica
Experiência
Meios
Fonte de tensão variável de U = 0 a 100V; voltímetro, amperímetro; resistor R=
1.000 Ω - 10W; fios; Wattímetro.
Execução
Monte o circuito seguinte.
a) Primeiro passo:
Medir a corrente para valores de tensão, conforme tabela, e conferir os valores
obtidos.
62 SENAI
Eletrotécnica básica
b) Segundo passo:
Ligar um wattímetro conforme o desenho seguinte. Medir a potência para cada um
dos valores de tensão (U) da tabela anterior conferindo os valores com a coluna
U . I.
Conclusão
O valor da leitura do wattímetro é o mesmo obtido pelo produto U x I. Podemos definir:
P=U.I
U
Aplicando a fórmula I = da Lei de Ohm, podemos transformar a fórmula de potência.
R
1 P=U.I
U U
P=U. ← I=
R R
U2
P=
R
U
I=
R
U=I.R
SENAI 63
Eletrotécnica básica
2 P=U.I
P= I.R .I
P = I2 . R
Observação:
Por ser um fator muito importante, a potência sempre é designada nos aparelhos e
máquinas elétricas.
Unidade da Potência
Nm J
1W=1 =1
s s
V/ 2 V.A
{P} = = = VA = W
Ω V/
{P} = A2 . Ω = A/ 2 . V = V . A = W
A/
Potência: 5 kW
Designação
Tensão: 110V
64 SENAI
Eletrotécnica básica
Trabalho elétrico
Ao ligarmos um motor elétrico a uma tensão, este será capaz de acionar uma máquina,
executando trabalho. O trabalho elétrico do motor transforma-se em trabalho mecânico
e em energia calorífica (efeito joule). Trabalho é sempre uma forma de energia.
Trabalho elétrico é energia elétrica.
{T} =V.A.h
SENAI 65
Eletrotécnica básica
Cálculo
Podemos calcular o trabalho elétrico através da seguinte fórmula:
T =Pxt
T =U.I.t
Preço
Preço de consumo = Trabalho x
kWh
R$
/ h.
Preço = k W = R$
kW/h
Exemplos de cálculos
Potência
1 Um aquecedor elétrico de uma potência de 1.000 watts é ligado a uma tensão de
110V.
Qual a corrente no aquecedor?
P = 1.000W
U = 110V
Aquecedor
Solução
P=U.I
P 1.000 W 1.000 V . A
I= = =
U 110 V 110V
I = 9,09A
66 SENAI
Eletrotécnica básica
2 Um motor elétrico tem uma potência de 5,5kW, o que corresponde a uma corrente I
= 50A.
Calcule:
a) A tensão em V.
b) A resistência do motor em Ω .
Solução
a) P = U . I
P 5.500 W
U= = = 110V
I 50 A
U 110 V
b) R = = = 2,2 Ω
I 50 A
Trabalho
3 O motor de um torno é ligado a 380V. A corrente medida é de I = 14,47A.
Calcule:
a) A potência do motor.
b) O trabalho elétrico após 8 horas de uso do torno.
c) O preço para o consumo, quando o custo do kWh for de R$20,00.
U = 380V
I = 14,47A
Solução
a) P = U . I = 380V . 14, 47A
P = 5.500 watt
b) T = P . t
T = 5,5kW . 8h = 44kWh
preço
c) Preço = T .
kWh
R$20,00
Preço = 44kWh .
kWh
Preço = R$880,00
SENAI 67
Eletrotécnica básica
Exercícios
b) O fusível do circuito é para 30A. Será possível ligar, ao mesmo tempo, mais um
aparelho de 1,5kW?
P = 2.000W
U = 110V
68 SENAI
Eletrotécnica básica
SENAI 69
Eletrotécnica básica
70 SENAI
Eletrotécnica básica
Magnetismo
Objetivos
Ao final desta unidade o participante deverá:
Conhecer
Ser informado sobre:
• A origem do magnetismo.
• O magnetismo terrestre, a designação dos pólos e dos pólos magnéticos.
• A classificação dos materiais magnéticos.
• A definição de fluxo, densidade e relutância magnética.
Saber
Reproduzir conhecimentos sobre:
• A designação dos pólos de um ímã.
• A descrição da força magnética através de linhas de força.
• A lei de atração e repulsão.
• A teoria elétrica da magnetização.
Ser capaz de
Aplicar conhecimentos para:
• Descrever o campo, as linha, os pólos e a reação entre os pólos de um ímã.
SENAI 71
Eletrotécnica básica
Substâncias magnéticas
A rocha era constituída por um tipo de minério de ferro chamado magnetita e por isso o
seu poder de atração foi chamado magnetismo.
Mais tarde, descobriu-se que prendendo-se um pedaço dessa rocha (ímã natural) na
extremidade de um barbante, ela se posicionava de tal maneira que uma de suas
extremidades apontava sempre para uma mesma direção.
Bússolas primitivas
Assim sendo, descobriu-se que a Terra é um grande ímã natural e o giro dos ímãs em
direção ao norte é causado pelo seu magnetismo.
72 SENAI
Eletrotécnica básica
Os pólos dos ímãs localizam-se nas suas extremidades e são denominados de Norte e
Sul.
Imã
Nos pólos, a força magnética do ímã é maior, por ser o local de maior concentração de
linhas magnéticas.
Linha de força magnética é uma linha invisível que fecha o circuito magnético de um
ímã, passando por seus pólos.
Pólo magnético é toda superfície nas quais saem ou entram linhas magnéticas.
SENAI 73
Eletrotécnica básica
Para tal, coloca-se um ímã sobre uma mesa; sobre o ímã um vidro plano e, em
seguida, derrama-se limalhas, aos poucos, sobre o vidro. As limalhas se unirão pela
atração do ímã, formando o circuito magnético do ímã sobre o vidro, mostrando assim
as linhas magnéticas.
Observa-se também a grande concentração de linhas nos pólos dos ímãs, ou seja, nas
suas extremidades.
74 SENAI
Eletrotécnica básica
Fragmentação de um ímã
Se um ímã for quebrado em três partes, por exemplo, cada uma das partes constituirá
um novo ímã.
Damos o nome de campo magnético do ímã ao espaço ocupado por suas linhas de
força magnética.
No ímã observa-se o mesmo princípio das cargas elétricas. Ao aproximarmos uns dos
outros, pólos de nomes diferentes se atraem e pólos de nomes iguais se repelem.
SENAI 75
Eletrotécnica básica
Magnetismo terrestre
O Pólo Norte geográfico da Terra é, na realidade, o pólo sul magnético e o Pólo Sul
geográfico é o pólo norte magnético. Esta é a razão pela qual o pólo norte da agulha
de uma bússola aponta sempre para o Pólo Norte geográfico.
Ímãs artificiais
São aqueles fabricados pelo homem, e podem ser obtidos pelo contato ou atrito com
outro ímã ou pela influência de uma corrente elétrica.
Esses ímãs oferecem uma vantagem sobre os naturais, pois, além de proporcionar
maior força de atração, podem ser fabricados em tamanhos e formatos variados.
76 SENAI
Eletrotécnica básica
Nos aços de alto teor de carbono, ao ser retirada a influência do campo externo, os
ímãs elementares permanecerão alinhados, e por esse fator são denominados ímãs
permanentes.
Os melhores ímãs desse tipo são os aços ligados com níquel e cobalto, e ainda com
pequena porcentagem de alumínio.
Al = Alumínio
Ni = Níquel
Co = Cobalto
SENAI 77
Eletrotécnica básica
Todo ímã permanente pode perder, total ou parcialmente, o seu fator de imantação,
isto é, ter os seus ímãs elementares novamente desalinhados quando submetidos a
um campo alternado intenso ou a temperaturas elevadas.
Nos aços de baixo teor de carbono (ferro doce), ao ser retirada a influência do campo
externo, os ímãs elementares tornam a desalinhar-se, total ou parcialmente, daí a
receberem a denominação de ímãs temporários. Quando o desalinhamento é parcial, o
material conserva um “restante” de magnetismo, que é chamado de remanescência.
Remanescência magnética
Existem substâncias que facilitam a passagem das linhas magnéticas, assim como
existem outras que dificultam a passagem.
Permeabilidade magnética
78 SENAI
Eletrotécnica básica
Relutância magnética
SENAI 79
Eletrotécnica básica
Densidade magnética
Fluxo magnético
Φ
B=
A
Unidade:
Vs
[B] = 2
cm
[Φ ] = [Vs] = Wb
Φ =B.A
80 SENAI
Eletrotécnica básica
Vs 2
1Wb =
2
/
.m
/
m
1Wb = 1Vs
Blindagem magnética
Existem equipamentos que não podem sofrer a ação magnética por se danificarem ou
fornecerem dados incorretos.
SENAI 81
Eletrotécnica básica
82 SENAI
Eletrotécnica básica
Eletromagnetismo
Objetivos
Ao final desta unidade o participante deverá:
Conhecer
Ser informado sobre:
• As linhas de força de condutores em paralelos.
• A aplicação do eletroímã.
• Disposições de ímãs e o sentido do campo magnético.
Saber
Reproduzir conhecimentos sobre:
• A geração da corrente e tensão, através do processo de indução.
• O sentido das linhas de força ao redor de um condutor percorrido pela corrente.
• O sentido do campo magnético em espiras e bobinas.
Ser capaz de
Aplicar conhecimentos para:
• Descrever o princípio da indução com exemplos práticos.
• Determinar o sentido do campo magnético em função do sentido da corrente,
aplicando a regra do “saca-rolhas”.
• Determinar o sentido do campo magnético nas espiras, aplicando a regra da “mão-
direita”.
SENAI 83
Eletrotécnica básica
Indução
Experiência 1
Meios
Bobina 12.000 espiras, ímã permanente e voltímetro (MV).
Execução
Faça a ligação conforme o desenho seguinte e movimente o ímã dentro da bobina.
Observação
Pelo movimento de um ímã numa bobina é produzida uma corrente elétrica I, ou,
podemos também dizer, uma tensão U nas espiras. O mesmo efeito se obtém ao
mover a bobina.
Conclusão
Pelo movimento do ímã varia-se a grandeza e o sentido do fluxo magnético nas
espiras.
Esta variação é responsável pela geração de uma corrente ou uma tensão elétrica que
chamamos de tensão induzida. Esse processo é denominado por indução.
84 SENAI
Eletrotécnica básica
Eletromagnetismo
Experiência 2
Meios
Condutor, acumulador ou fonte de alimentação e bússola.
Execução
Posicione um condutor verticalmente e ligue-o a um acumulador. Aproxime uma
bússola ao redor do condutor.
Observação
A bússola sempre se posiciona tangencialmente ao círculo das linhas, conforme o
desenho seguinte.
Experiência 3
Observação
A bússola se posiciona na direção contrária.
SENAI 85
Eletrotécnica básica
Conclusão
Para desviar a bússola, atraída normalmente pelo magnetismo da terra, foi preciso
outra força magnética. Essa força aparece no condutor quando este é percorrido por
uma corrente elétrica.
Sempre que um condutor for percorrido por uma corrente elétrica, a bússola
posicionada corretamente terá a agulha desviada pelo campo magnético formado no
condutor.
Experiência 4
Meios
Condutor, chapas de acrílico, limalha de ferro, pilha ou acumulador ou fonte de
alimentação e interruptor.
Execução
Conecte por intermédio de uma chave, um fio grosso de cobre em série com um
acumulador ou fonte de alimentação. Introduza as chapas de acrílico na posição
horizontal, perpendicular ao condutor. Ligue o interruptor e espalhe a limalha de ferro.
A seguir, bata levemente nas chapas de acrílico para ajudar o alinhamento da limalha.
Conclusão
A figura formada chama-se espectro magnético, esta experiência é utilizada para
demonstrar a existência de um campo magnético ao redor de um condutor, quando
percorrido por uma corrente elétrica.
86 SENAI
Eletrotécnica básica
No circuito a seguir constatamos o sentido das linhas de força magnética nas posições
indicadas pela bússola.
Vamos agora inverter o sentido da corrente. O sentido das linhas de força também será
invertido.
SENAI 87
Eletrotécnica básica
Regra do saca-rolhas
Podemos também definir sentido de campo magnético através da regra da mão direita
para condutores.
88 SENAI
Eletrotécnica básica
Neste caso, as linhas de forças magnéticas formam um único campo em torno dos dois
condutores.
SENAI 89
Eletrotécnica básica
90 SENAI
Eletrotécnica básica
Cada espira contribui com uma parcela para a composição do campo magnético.
Assim, as linhas de força atuarão no solenóide, da mesma maneira que agem nos
ímãs.
Bobina
É o condutor enrolado em muitas espiras, em camadas sucessivas, umas sobre as
outras.
SENAI 91
Eletrotécnica básica
Eletroímã
Os pólos no eletroímã
Nos aparelhos elétricos, muitas vezes torna-se necessário saber qual o sentido do
campo magnético, isto é, onde ficam os pólos Norte e Sul.
92 SENAI
Eletrotécnica básica
Aplicações
O eletroímã tem inúmeras aplicações em eletrotécnica, principalmente nos comandos
à distância. Algumas aplicações em sinalização:
Aplicações Mecânicas
SENAI 93
Eletrotécnica básica
Opcional
Disposições de ímãs
No espectro magnético, as linhas de força, como nós já sabemos, saem do pólo norte
e entram no pólo sul na parte externa do ímã e percorrem o trajeto do sul para o norte
na parte interna.
94 SENAI
Eletrotécnica básica
Mudando-se a posição dos ímãs, como mostra a próxima figura, a trajetória da linha de
força continua sem alteração. Temos somente um circuito magnético.
Para facilitar a passagem das linhas de força usam-se duas peças de ferro, que é
material de alta permeabilidade magnética.
Agora, o circuito magnético tem uma parte comum pelos ímãs, e outra parte que se
divide em duas ramas pelo ferro.
SENAI 95
Eletrotécnica básica
Também são possíveis outras disposições dos ímãs. No lugar de ímãs podem ser
usados, também, eletroímãs.
A seguir pode-se observar quatro eletroímãs. Seus pólos externos estão ligados com
material magnético para facilitar a passagem das linhas de força. Esta figura é parte de
um motor com quatro pólos.
96 SENAI
Eletrotécnica básica
Objetivos
Ao final desta unidade o participante deverá:
Conhecer
Ser informado sobre:
• O sentido da corrente na bobina, aplicando a regra da mão direita (corrente
convencional).
• O princípio de funcionamento do gerador trifásico.
• O cálculo de U, I e P nas ligações estrela e triângulo.
• Vantagens e desvantagens da corrente contínua e da corrente alternada.
Saber
Reproduzir conhecimentos sobre:
• O princípio do gerador elementar.
• A geração da corrente alternada, baseando-se no princípio do gerador elementar.
• A representação gráfica da corrente alternada.
• A definição da freqüência em Hz.
• O sistema trifásico representado graficamente.
• A representação esquemática das ligações estrela e triângulo.
• A relação de tensão ao ponto neutro da ligação estrela.
• A geração da corrente contínua.
Ser capaz de
Aplicar conhecimentos para:
• Representar graficamente a corrente contínua e a corrente alternada.
• Identificar as ligações estrela e triângulo nos circuitos elétricos.
SENAI 97
Eletrotécnica básica
Gerador elementar
Experiência
Colocar um pedaço de fio de cobre entre dois ímãs, como mostra a figura seguinte.
Observação
Ao movimentar o fio perpendicularmente entre os dois ímãs, haverá o corte das linhas
de força pelo fio.
O fluxo magnético, ao ser cortado pelo fio de cobre, produz nele uma pressão
magnética. Esta pressão faz com que os elétrons se desloquem, gerando eletricidade.
Essa é a forma mais elementar de gerar tensão elétrica (U) – condutor, movimento e
magnetismo, também chamada princípio de indução. É o princípio de um gerador
elementar.
98 SENAI
Eletrotécnica básica
Os pólos norte e sul do ímã que fornece o campo magnético, são denominados de
peças polares. A espira de fio que gira dentro do campo magnético é chamada de
armadura ou induzido.
As extremidades da espira do induzido são ligadas aos anéis coletores que giram com
a armadura. As escovas fazem contatos com os anéis coletores e transmitem para o
circuito externo a eletricidade gerada na armadura.
SENAI 99
Eletrotécnica básica
100 SENAI
Eletrotécnica básica
Lembre-se: A teoria eletrônica nos define o sentido real da corrente: o fluxo dos
elétrons flui do pólo negativo para o pólo positivo. Porém, a teoria elétrica utiliza o
sentido convencional, que prevê o fluxo do pólo positivo para o pólo negativo.
SENAI 101
Eletrotécnica básica
A corrente alternada
Supondo-se que o movimento de uma espira seja da esquerda para a direita dentro de
um campo magnético, demonstraremos a variação da corrente elétrica em função
desse movimento. A isto chamamos de geração da corrente elétrica alternada.
Os dois lados da espira não estão cortando as linhas de força; portanto, não há
produção de tensão elétrica e, por isso, fluxo da corrente.
102 SENAI
Eletrotécnica básica
Quanto maior a quantidade de linhas de força cortadas pela espira, maior é a tensão
nela induzida. Portanto, o ponteiro do galvanômetro está marcando a máxima
quantidade de tensão produzida na espira e, respectivamente, a máxima quantidade
de corrente.
SENAI 103
Eletrotécnica básica
Agora, o ponteiro do galvanômetro está indicando valor menor que o valor marcado
anteriormente.
Os dois lados da espira estão, neste momento, em posição inclinada entre as peças
polares.
Nesta posição, apenas parte do fluxo magnético está sendo interrompido pela espira,
produzindo nesta uma tensão cada vez menor.
104 SENAI
Eletrotécnica básica
Lembre-se de que, até a posição 5, a parte escura da espira estava cortando o fluxo
magnético de cima para baixo e, a parte clara, de baixo para cima.
Por este motivo é que o ponteiro do galvanômetro mudou de sentido, ou seja, agora
ele está se deslocando para a esquerda.
SENAI 105
Eletrotécnica básica
A corrente elétrica induzida na espira está se reduzindo, pois os dois lados da espira
estão cortando um número cada vez menor de linhas de força.
106 SENAI
Eletrotécnica básica
No gráfico está representada a curva senoidal (ou senóide). Ela demonstra a variação
da corrente elétrica induzida durante uma volta completa da espira.
Note que a tensão ou a corrente elétrica parte de um ponto zero, desloca-se para um
lado (+) e volta para o ponto zero; depois, desloca-se para o outro lado (-) e, assim,
sucessivamente. A esse movimento denominamos corrente alternada (CA).
Definição
Corrente alternada é aquela que varia periodicamente de intensidade e sentido.
Freqüência
Supondo-se que o tempo gasto para a espira percorrer os 360º tenha sido de 1
segundo, podemos representá-lo graficamente como na figura seguinte.
SENAI 107
Eletrotécnica básica
Exemplo
Durante 0,5 segundos, a corrente circula no sentido conforme desenho seguinte.
108 SENAI
Eletrotécnica básica
Quando um gerador de corrente alternada com dois pólos completa uma rotação, a
tensão completa um ciclo.
Na realidade, podem ser gerados mais ciclos por segundo; o número de ciclos
depende de dois fatores:
• Rotação por segundo
• Número de pólos do gerador
Definição
Freqüência é o número de oscilações por segundo ou, simplesmente, ciclos por
segundo (ciclos/seg.).
Unidade da freqüência
Hertz = Hz
ciclos
Hz =
segundo
SENAI 109
Eletrotécnica básica
Exemplo
Na sua casa, a freqüência da corrente elétrica é de 60 hertz. Isto significa que a
corrente elétrica completa 60 ciclos em 1 segundo.
Gerador trifásico
Este gerador apresenta três bobinas fixas, com um ímã móvel. Neste caso, trata-se de
um tipo de gerador que produz três CAs monofásicas. Esse tipo de gerador é
denominado gerador trifásico.
110 SENAI
Eletrotécnica básica
Cada vez que o pólo N passa em frente a uma bobina, produz-se uma CA, nessa
bobina; em uma volta completa do pólo N produzem-se 3 CAs, deslocadas 120º uma
das outras.
• A fase I começa em 0º
SENAI 111
Eletrotécnica básica
112 SENAI
Eletrotécnica básica
Para transportar estas três CAs até aos consumidores, seriam necessários seis
condutores, dois para cada fase.
Para diminuir este número de condutores, o gerador poderá ser ligado de duas formas
diferentes, através da:
Ligação estrela
Consiste em manter as pontas 1, 2 e 3 das bobinas, separadas, e as pontas 4, 5 e 6
unidas.
SENAI 113
Eletrotécnica básica
114 SENAI
Eletrotécnica básica
Com a ligação do condutor neutro, o consumidor poderá contar com a tensão de linha
e a tensão de fase.
Entre uma fase e o neutro, tem-se a tensão de fase; neste caso, de 127V.
SENAI 115
Eletrotécnica básica
Opcional
Cálculo
A tensão (U) entre os dois extremos de cada bobina é chamada de Tensão de Fase
(Uf).
Na ligação estrela, a tensão de linha (Ul) é igual à tensão de fase (Uf), multiplicada por
1,732.
Ul = 1,732 . Uf
Exemplo:
Uf = 127V
Ul = 127V x 1,732 = 219 V
Ul ≅ 220V
Il = If
P = 3 . Pf
116 SENAI
Eletrotécnica básica
Ul = Uf
Il = If . 1,732
P = 3. Pf
Corrente contínua – CC
Agora, estudaremos o tipo de corrente elétrica fornecida pelo gerador com coletor
comutador.
SENAI 117
Eletrotécnica básica
Observando o gráfico seguinte, podemos definir que esse tipo de corrente tem um só
sentido, e é denominado Corrente Contínua (CC) pulsante.
118 SENAI
Eletrotécnica básica
Exemplo
Você sabe que a distância entre as hidrelétricas e as cidades é muito grande. Portanto,
para se conduzir a eletricidade de um ponto até o outro costuma-se elevar a sua
tensão.
Lembrete
Nas hidrelétricas, a tensão é elevada para tensões entre 120.000V e 500.000V e,
assim, transportada até os centros de consumo, onde, novamente, é abaixado o valor
da tensão; e, assim, sucessivamente, até à tensão de 110/220V, que é a usada nas
residências.
SENAI 119
Eletrotécnica básica
A principal desvantagem está na sua utilização por motores, que só apresentam torque
satisfatório quando atingem velocidade ideal de funcionamento, e por tornar difícil um
controle de velocidade.
Essas aplicações são comuns em: locomotivas elétricas, ônibus elétricos, elevadores,
eletroímã, trens elétricos, etc.
Os rotores dos motores para corrente contínua são bobinados e possuem coletores,
comutadores.
Com isso, o motor torna-se mais complexo, de difícil manutenção e mais caro.
Por outro lado, a corrente contínua tem a desvantagem de não ser facilmente
transformada em valores maiores ou menores, exigindo, para isso, equipamentos
especiais, tais como oxiladores.
120 SENAI
Eletrotécnica básica
Transformador
Objetivos
Ao final desta unidade o participante deverá:
Conhecer
Ser informado sobre:
• O princípio de construção do transformador: bobina primária, secundária e núcleo
de ferro laminado.
• Tipos de transformadores.
• O cálculo do rendimento.
Saber
Reproduzir conhecimentos sobre:
• A indução como princípio do transformador (corrente indutora e induzida).
• A transferência da energia do primário para o secundário.
• A relação da transformação em função do número de espiras do primário e do
secundário (fórmulas).
Ser capaz de
Aplicar conhecimentos para:
• Descrever o princípio da indução aplicada ao transformador.
• Calcular a potência, o número de espiras e a relação de transformação com
exemplos simples.
SENAI 121
Eletrotécnica básica
Recapitulação
2 Uma bobina, quando percorrida por uma corrente elétrica alternada, dará origem a
um campo magnético variável, em função da variação da corrente.
O princípio do transformador
Experiência 1
Meios
Duas bobinas de 600 espiras, varivolt, miliamperímetro e resistor.
Execução
Colocar duas bobinas de 600 espiras ao lado uma da outra.
122 SENAI
Eletrotécnica básica
Simbologia
Observação
O amperímetro acusará uma corrente elétrica, que será tanto maior quanto mais
próxima estiver uma bobina da outra (acoplamento).
Conclusão
Sempre que uma bobina for colocada ao lado de outra bobina energizada, com
corrente alternada, será automaticamente envolvida pelo seu campo magnético
variável, embora não existam contatos elétrico ou físico entre elas (fenômeno da
indução eletromagnética). E a corrente induzida será menor ou maior, dependendo do
acoplamento (distância) entre as bobinas, utilizando-se um mesmo meio (mesma
permeabilidade).
SENAI 123
Eletrotécnica básica
Uma bobina A, com campo magnético variável, induz corrente alternada em outra
bobina B.
Experiência 2
Meios
Duas bobinas de 600 espiras, núcleo de ferro, varivolt e miliamperímetro.
Execução
Colocar as bobinas da experiência 1 em um núcleo de ferro, construído de chapa
siliciosa.
Observação
A corrente medida pelo amperímetro será maior que a da experiência 1.
124 SENAI
Eletrotécnica básica
Conclusão
O circuito magnético, ou seja, a tensão ou corrente induzida, é maior quando
empregados materiais de alta permeabilidade para fazer o acoplamento das bobinas.
A relação de transformação
Experiência 3
Meios
Um núcleo comum com fecho, uma bobina de 300 espiras no primário, uma bobina de
600 espiras no secundário, varivolt e voltímetro.
Execução
Aplicar 24 volts alternados na bobina primária, através do varivolt.
Observação
A tensão do secundário é igual a 48 volts alternados, que corresponde ao dobro da
aplicada no primário.
Conclusão
Como a bobina secundária tem o dobro de espiras e de tensão, existe uma
correspondência entre a tensão e o número de espiras.
SENAI 125
Eletrotécnica básica
A relação existente entre o número de espiras ou valor das tensões do Primário (Pr) e
Secundário (Sec) chama-se relação de transformação.
Relação de n o de espiras do Pr
=
transformação n o de espiras do Sec
Relação de volts Pr
=
transformação volt Sec
N1
Rel =
N2
U1
Rel =
U2
N1 U
= 1
N2 U2
Cálculo de potência
O transformador ideal não teria perdas de potência, por isso, podemos definir:
PI = U1 . I1
PII = U2 . I2
126 SENAI
Eletrotécnica básica
PI = PII
Para uma mesma potência, as correntes dos secundários dos transformadores são
inversamente proporcionais às tensões.
PI = PII
U1 . I1 = U2 . I2
I1 U
= 2
I2 U1
Exercícios
2. Um pequeno transformador para solda tira de uma fonte elétrica de 220V uma
corrente de 11,5A. A tensão no secundário é de 31V.
SENAI 127
Eletrotécnica básica
Perda no transformador
Experiência 4
Meios
Duas bobinas 1.200 espiras, núcleo de chapa siliciosa, um wattímetro para 10W e
varivolt.
Execução
Montar um circuito como o do desenho seguinte.
Observação
O wattímetro acusará uma deflexão, ou seja, um determinado valor de watts.
Conclusão
A variação acusada pelo wattímetro em um transformador sem carga é a potência que
ele consome para seu funcionamento.
Ela não é transferida para o secundário, ocorrendo assim o que chamamos de perda
no transformador.
128 SENAI
Eletrotécnica básica
Perda no núcleo:
• Calor por correntes parasitas;
• Perdas magnéticas, que são linhas de força que não transferem energia para o
secundário.
Perdas na bobina:
• São perdas em forma de calor, que é desenvolvido na bobina como se esta fosse
um resistor (resistividade intrínseca do material).
Experiência 5
Meios
Duas bobinas de 1.200 espiras, núcleo de chapa siliciosa, dois wattímetros, resistor e
varivolt.
Execução
Ligar ao transformador da experiência 4 uma carga de 15 Ω - 50W e um outro
wattímetro conforme desenho seguinte. Observar a indicação dos wattímetros W 1 e
W2.
Observação
O wattímetro W 2 indica que o transformador fornece 50W de potência à carga. O
wattímero W 1 indica que o transformador consome 54W da rede.
Conclusão
A diferença de 54W – 50W = 4W é a perda no transformador, ou seja, a potência que o
transformador consome para si mesmo.
SENAI 129
Eletrotécnica básica
Rendimento do transformador
Ps
η= . 100%
Pe
η sempre é ≤ 1,0.
Exemplo
Cálculo do rendimento do transformador anterior (exp. 5).
Ps = Potência de Saída
Pe = Potência de Entrada
Ps
η= . 100%
Pe
50W
η= . 100% = 92,5%
54W
A importância do transformador
130 SENAI
Eletrotécnica básica
Tipos de transformadores
SENAI 131
Eletrotécnica básica
132 SENAI
Eletrotécnica básica
Motores elétricos
Objetivos
Ao final desta unidade o participante deverá:
Conhecer
Ser informado sobre:
• O cálculo do número de rotações do campo magnético giratório.
• A classificação dos motores em função da corrente elétrica.
• O motor universal, funcionamento e aplicação.
Saber
Reproduzir conhecimentos sobre:
• O princípio do motor elétrico, partindo:
- do condutor percorrido pela corrente no campo magnético;
- da espira percorrida pela corrente no campo magnético.
• A geração de um campo magnético giratório (trifásico).
• O princípio do motor trifásico síncrono e assíncrono.
• A aplicação (vantagens e desvantagens) dos motores síncrono e assíncrono.
• O princípio e a aplicação do motor de corrente contínua.
Ser capaz de
Aplicar conhecimentos para:
• Determinar o sentido da corrente, movimento e fluxo magnético aplicando a “regra
do motor”.
• Explicar e concluir o comportamento de um condutor e de uma espira percorrida
pela corrente no campo magnético, através de experiências simples.
SENAI 133
Eletrotécnica básica
Experiência 1
Meios
Fitas de metal, condutor, ímã em U e fonte de alimentação.
Execução
Posicione um condutor (Al, Cu..) suspenso por duas fitas de metal, entre os pólos de
um ímã. Ligá-lo a um gerador variável de corrente contínua e aumentar a tensão
gradativamente.
Observação
O condutor movimenta-se para fora do ímã.
134 SENAI
Eletrotécnica básica
Experiência 2
Observação
O condutor movimenta-se no sentido inverso, isto é, para dentro do ímã.
Experiência 3
Observação
O condutor movimenta-se novamente para fora do ímã.
Explicação
Em um dos lados do condutor, as linhas do seu campo magnético percorrem em
sentido contrário às linhas do campo magnético do ímã, tornando a densidade do fluxo
magnético menor nesse lado do condutor, pois as linhas magnéticas em sentido
contrário subtraem-se.
SENAI 135
Eletrotécnica básica
No outro lado desse condutor, as linhas do seu campo magnético coincidem com o
sentido das linhas do campo magnético do ímã, tornando maior a densidade do fluxo
magnético nesse lado do condutor, pois linhas magnéticas no mesmo sentido somam-
se.
Logo, temos de um lado do condutor menor fluxo e, de outro lado desse mesmo
condutor, maior fluxo magnético; esse fenômeno implica no desvio do condutor,
sempre no sentido do fluxo magnético menor.
Conclusão
Um condutor percorrido por uma corrente elétrica, quando dentro da ação de um
campo magnético, sempre sofre desvio.
136 SENAI
Eletrotécnica básica
Coloque a mão esquerda de maneira que as linhas do fluxo magnético entrem pela
palma da mão e as pontas dos dedos fiquem voltadas para o sentido do fluxo de
corrente no condutor. Desse modo, o polegar indicará sempre o sentido de
deslocamento (movimento) do condutor.
Experiência 4
Meios
Bobina de 4 espiras, fio ≠ 18AWG, ímã em U, fonte de alimentação variável e fitas de
metal.
SENAI 137
Eletrotécnica básica
Execução
Pendurar a bobina, através de duas fitas de metal, perpendicularmente entre os pólos
de um ímã.
Observação
A espira sofre um movimento de giro, causado por um momento de força.
Experiência 5
Observação
O sentido de movimento se inverte.
138 SENAI
Eletrotécnica básica
Experiência 6
Observação
O sentido de movimento muda novamente.
Explicação
A corrente que circula pelos condutores da espira gera um campo magnético circular,
que somado e subtraído ao campo magnético do ímã, origina um campo magnético
resultante.
A espira terá o movimento de giro até que o seu campo magnético tenha o mesmo
sentido do campo magnético do ímã. Nesse instante, a espira “pára” porque não
existirá momento de força, pois os campos magnéticos estão paralelos.
Conclusão
Uma espira colocada dentro de um campo magnético sofre um movimento de giro
quando percorrida por uma corrente elétrica. O sentido desse giro depende do sentido
da corrente que circula na espira e do sentido do fluxo magnético do ímã.
Uma rotação ou giro permanente pode ser obtida quando se introduz a corrente na
espira através de um comutador (anel dividido em duas ou mais partes, isoladas entre
si, chamadas de lâminas).
SENAI 139
Eletrotécnica básica
Uma das lâminas está ligada ao início da espira (bobina) e a outra ao seu término.
A corrente é introduzida por meio de duas escovas fixas. O comutador sempre muda o
sentido da corrente na espira, após cada meia rotação, proporcionando a inversão do
seu campo magnético. Assim, a espira continua virando.
140 SENAI
Eletrotécnica básica
Quando um ímã gira mecanicamente, de tal maneira que os seus pólos descrevem um
círculo, cria-se nas bobinas um campo magnético girante. É dessa maneira que,
geralmente, cria-se um campo magnético girante nos geradores.
Em um ciclo, o campo magnético gira 360º, que comprovamos com o auxílio de uma
agulha magnética, que terá o seu giro por atração e repulsão magnética idêntico ao do
campo magnético girante, como mostram a figura anterior e a figura seguinte.
Se o campo magnético gira uma agulha imantada, podemos supor que será capaz de
girar, pelo mesmo fenômeno, um rotor.
SENAI 141
Eletrotécnica básica
f . 60
n=
P
Existem vários tipos de motores, que podem ser classificados em função da sua
construção, princípio elétrico, ligação elétrica, características elétricas, torque e
propriedades.
Não é objetivo desta unidade tratar de todas as classificações. A seguir, será fornecida
a classificação mais comum dos tipos de motores, e, depois, serão apresentados os
motores mais importantes, com o seu funcionamento, características e aplicações.
Motores de
Motores elétricos de corrente alternada
corrente contínua
(CA)
(CC)
Motores
Motores trifásicos
Motores monofásicos universais
CA
CA - CC
- de indução ou assíncrono - de indução ou assíncrono
- síncrono - série
- repulsão
142 SENAI
Eletrotécnica básica
Motor universal
O motor elétrico universal é um motor que permite ligação tanto na corrente contínua
como na corrente alternada tendo, para isto, um coletor. O seu rotor, bem como seu
estator, são formados por chapas de ferro-silício, que reduzem ao mínimo os efeitos
caloríficos originados pelas correntes induzidas nas massas metálicas, quando sob a
ação de um campo magnético variável.
Estator
SENAI 143
Eletrotécnica básica
Diagrama de ligações
Definição
É aquele em que o número de rotações do rotor é igual ao número de rotações do
campo magnético girante do estator.
144 SENAI
Eletrotécnica básica
Funcionamento
A corrente alternada trifásica cria um campo magnético giratório no estator. Os pólos
desse campo giratório agem sobre os pólos de campo magnético fixo do rotor.
Essa força externa pode ser aplicada através de uma polia ou pela inclusão de um
enrolamento auxiliar, denominado de enrolamento de partida.
SENAI 145
Eletrotécnica básica
Comportamento
Quando da aplicação da carga, os motores síncronos apresentam um escorregamento
dos pólos do rotor em relação aos pólos do estator. Esse escorregamento será maior,
quanto maior for a carga aplicada ao motor, e é definido pelo ângulo “ ϑ ”, denominado
ângulo de carga.
Precaução
Nunca deve ser ultrapassado o ângulo de carga previsto pelo fabricante, pois o motor
queimará.
Aplicação específica
• Para compressores de alto forno;
• Máquinas têxteis;
• Relógios elétricos;
• Toca-discos.
Aplicação geral
Para serviços que exigem velocidade constante ou onde se deseja corrigir o fator de
potência da rede elétrica.
Definição
Chamamos um motor de assíncrono quando o número de rotações do rotor for menor
que o número de rotações do campo magnético girante do estator.
146 SENAI
Eletrotécnica básica
Princípio de funcionamento
O motor trifásico compõe-se de um estator, com ranhuras no seu interior, onde são
alojadas várias bobinas, perfeitamente isoladas da massa estatórica, devidamente
distribuídas e ligadas, formando três circuitos distintos e simétricos chamados fases.
Essas fases deverão estar ligadas normalmente em triângulo ( ∆ ) a uma rede trifásica,
para que suas bobinas produzam um campo resultante giratório de valor invariável.
3 correntes alternadas
SENAI 147
Eletrotécnica básica
Como vimos, a velocidade do rotor é inferior à do campo giratório, sendo, por isso,
denominados assíncronos ou de indução, por terem o seu funcionamento baseado no
princípio da indução.
Aplicação
A maioria dos motores trifásicos empregados na indústria são assíncronos ou de
indução, porque esses motores são robustos, de construção simples, custo reduzido,
vida longa, facilidade de manobra e de manutenção.
148 SENAI
Eletrotécnica básica
Esses motores levam vantagem sobre o motor síncrono, pelo fato de poderem partir
com carga.
O motor de corrente contínua (CC) se compõe dos mesmos elementos que constituem
os geradores de corrente contínua, que nós apresentamos na unidade Corrente
contínua e corrente alternada, no item Geração de corrente contínua.
Repetição
O princípio de funcionamento do gerador é o de girar uma bobina num campo
magnético, ou vice-versa, e, assim, proporcionar uma variação do fluxo, induzindo uma
corrente alternada (tensão alternada) de forma senoidal.
Para retificar a corrente alternada usa-se o coletor formado por lâminas de cobre
isoladas entre si, também chamado de comutador.
SENAI 149
Eletrotécnica básica
Estator
150 SENAI
Eletrotécnica básica
Numa das tampas tem-se os porta-escovas fixado através de buchas isolantes, onde
são colocadas as escovas que ficam apoiadas sobre o coletor, exatamente naquelas
lâminas que estão com as bobinas sem produzir a tensão.
Porta-escovas de carvão
Aplicação
Os motores de corrente contínua têm suas aplicações em máquinas que precisam de
rotação constante, como motores de tração, onde a carga se acha presente em
qualquer instante, e em máquinas operatrizes de alta velocidade, onde é exigido alto
conjugado de arranque e velocidade constante.
SENAI 151
Eletrotécnica básica
152 SENAI
Eletrotécnica básica
Isolação e aterramento
Objetivos
Ao final desta unidade o participante deverá:
Conhecer
Ser informado sobre:
• A classificação dos materiais em função da condutibilidade.
• A definição do conceito de massa e alguns exemplos.
Saber
Reproduzir conhecimentos sobre:
• O perigo de acidentes elétricos no caso de falhas na isolação.
• A definição de curto-circuito e seus efeitos.
• A representação simbólica de aterramento.
• A determinação do neutro através de cores normalizadas.
• A aplicação do neutro como condutor de proteção.
Ser capaz de
Aplicar conhecimentos para:
• Interpretar um circuito simples com 3 fases e um neutro.
• Determinar nas máquinas fases e condutor de proteção através das cores.
SENAI 153
Eletrotécnica básica
Isolação
Lembre-se que os materiais isolantes são os que não conduzem a corrente elétrica
com facilidade, oferecendo alta resistência à passagem da mesma.
Curto-circuito
Dessa forma, quando a corrente não percorre o caminho previsto, através desses três
componentes , por falha do meio isolante, ela forma um novo circuito. Esse circuito é
muito breve, de muito baixa resistência e não produz trabalho útil.
154 SENAI
Eletrotécnica básica
Observe que esse novo caminho liga dois pontos que apresentam diferença de
potencial em uma resistência quase zero.
Curto-circuito é o contato não intencional de baixa resistência, entre dois pontos, onde
existe uma diferença de potencial elétrico.
Massa
Assim, se um condutor elétrico tiver sua isolação rompida e estiver em contato com
uma viga de aço, caixa de passagem ou a carcaça do motor, podemos dizer que o
condutor está em contato com a massa, ou, como habitualmente se diz, o condutor
está em massa.
SENAI 155
Eletrotécnica básica
Note que esse esquema, de modo geral, representa as instalações de baixa tensão.
Estas, por norma, têm um condutor ligado à terra (N1) através do eletrodo de
aterramento ou dispersão de terra.
156 SENAI
Eletrotécnica básica
Por sua vez, essa corrente de curto-circuito deverá interromper os fusíveis do primário,
isolando a parte afetada da rede secundária.
SENAI 157
Eletrotécnica básica
Para sistemas de distribuição onde o fio neutro é aterrado, este pode ser utilizado
para aterramento de equipamentos e de elementos de instalação, observando-se para
tal, os procedimentos necessários.
158 SENAI
Eletrotécnica básica
O neutro corresponde nos equipamentos elétricos ao fio de cor amarela, com lista
verde, e só servirá para proteção.
Condutor de proteção
SENAI 159
Eletrotécnica básica
160 SENAI
Eletrotécnica básica
Prevenção de acidentes e
primeiros socorros
Objetivos
Ao final desta unidade o participante deverá:
Conhecer
Ser informado sobre:
• A importância da prevenção de acidentes em eletricidade.
• A importância dos primeiros socorros.
Saber
Reproduzir conhecimentos sobre:
• Normas de prevenção de acidentes em eletricidade.
• Os sintomas apresentados pelo acidentado para prestar os socorros de urgência.
• As causas e os efeitos de um choque elétrico.
Ser capaz de
Aplicar conhecimentos para:
• Evitar acidentes durante o trabalho.
• Efetuar as técnicas 1 e 2 da respiração artificial.
• Estancar hemorragia do acidentado, aplicando vários processos.
SENAI 161
Eletrotécnica básica
Prevenção de acidentes
Introdução
Freqüentemente, as atividades de um eletricista são executadas por profissionais de
outras áreas de formação, sem aplicar as normas técnicas básicas para que a
instalação ofereça segurança na sua utilização.
Pelos riscos que envolvem os trabalhos com eletricidade, que necessitam de mão-de-
obra especializada, por tratar de segurança, seguem abaixo alguns tópicos da norma
regulamentadora no 10, da Portaria 3.214, de 2 de julho de 1978, que entendemos ser
de grande importância para os supervisores de 1a linha.
Riscos em eletricidade
O choque ocasionado por eletricidade (choque elétrico) é caracterizado pelo estímulo
rápido e acidental do sistema nervoso, pela circulação da corrente elétrica através do
corpo humano.
162 SENAI
Eletrotécnica básica
Efeitos
Como efeitos diretos do choque elétrico podemos ter a morte, a fibrilação do coração,
queimaduras, contração violenta dos músculos, e, como indiretos as quedas, as
batidas, etc.
Causas
Veremos a seguir dois meios pelos quais são criadas condições para que uma pessoa
venha sofrer choque elétrico.
SENAI 163
Eletrotécnica básica
Primeiros socorros
Introdução
É fato bastante conhecido que mais de uma vida se perdeu por falta dos auxílios
imediatos, prestados por um leigo a uma pessoa acidentada, a um doente ou vítima de
mal súbito, tendo como finalidade manter a vítima com vida, minorar a dor e evitar
complicações do problema, até a chegada do médico.
164 SENAI
Eletrotécnica básica
Asfixia
Asfixia é caracterizada pela cor azulada da pele e das mucosas, inibição da respiração,
seguida imediatamente pela inconsciência, choque elétrico, afogamento,
envenenamento e enforcamento são os tipos mais comuns de acidentes que provocam
asfixia.
Respiração artificial
Técnica no 1
a) Põe-se o paciente deitado de costas, com as roupas soltas e o cinto desafivelado.
b) Em seguida, os braços são puxados para trás, acima da cabeça, um pouco
abertos, até tocarem o solo.
c) Sem perder tempo, trazer os braços para frente, descrevendo um arco de círculo
sobre o corpo, cruzando-os sobre o peito.
SENAI 165
Eletrotécnica básica
d) O socorrista faz, então, a pressão vertical com o seu próprio peso sobre o tórax do
paciente, para que haja esvaziamento dos pulmões.
Observação
Este processo não pode ser muito lento; nunca inferior a 10 (dez) vezes por minuto.
Técnica no 2
Método boca-a-boca
É um dos métodos mais eficientes que se conhece, e dos mais antigos. Como o
próprio nome indica, basta apenas que o socorrista encha os pulmões do acidentado,
soprando fortemente em sua boca.
a) Para que haja passagem livre do ar, põe-se a cabeça do paciente em posição
adequada, levantando-se o pescoço do acidentado e forçando-se a cabeça em
flexão para trás.
166 SENAI
Eletrotécnica básica
Observação
Este cuidado é muito importante porque, normalmente, quando uma pessoa perde os
sentidos as mucosas ficam flácidas e a língua recua, oprimindo a entrada de ar.
d) O socorrista põe sua boca aberta sobre a boca do acidentado soprando fortemente
até notar a expansão do peito do acidentado.
e) O socorrista retira sua boca para que haja expulsão do ar e, assim, se esvazie o
pulmão do acidentado.
SENAI 167
Eletrotécnica básica
Observação
1. Repete-se esse ciclo tantas vezes quanto necessário, em ritmo de doze (12) vezes
por minuto.
2. Nos casos de asfixia por gases ou outros tóxicos, não é aconselhável este método,
pelo perigo de envenenamento do próprio socorrista.
3. Em casos em que se torna difícil abrir a boca, e nos casos de ferimentos nos
lábios, fazer a respiração boca-a-nariz e seguir os mesmos passos acima descritos.
Parada cardíaca
Muitas vezes a asfixia é acompanhada de parada cardíaca, o que torna o quadro muito
grave. Nestes casos, ao mesmo tempo em que praticamos a respiração artificial,
devemos tentar reanimar os batimentos cardíacos por meio de um estímulo exterior, de
natureza mecânica, e fácil de ser aplicado por qualquer pessoa.
Procedimento
a) Deite o acidentado de costas, sobre uma superfície dura.
b) Faça pressão sobre o tórax o qual, deste modo, comprimirá o coração de encontro
ao arco costal posterior e à coluna vertebral.
168 SENAI
Eletrotécnica básica
c) Descomprima rapidamente.
d) Repita o ciclo em um ritmo de 60 vezes por minuto, até haver batimentos
espontâneos ou até a chegada do médico.
Desmaios
Quando alguém sente que vai desmaiar, visto que a perda da consciência não é
instantânea, deverá sentar-se e baixar imediatamente a cabeça, curvando-se para a
frente até que a cabeça fique mais baixa que os joelhos, e respirar profundamente.
Estado de choque
De modo geral, o estado de choque pode ser causado sempre que houver dor intensa,
causada por: ferimentos graves; traumatismos generalizados; hemorragias internas;
queimaduras extensas; esmagamento de membros; choque elétrico; exposição a
extremos de calor ou frio; infartos de miocárdio; envenenamentos. As grandes
emoções podem provocar estado de choque.
SENAI 169
Eletrotécnica básica
Caracterização
Hipotensão arterial; respiração curta, rápida ou irregular; pulso fraco e rápido; pele fria
e pegajosa; suores nas mãos e na testa; face pálida e expressão de ansiedade;
sensação de frio; tremores generalizados; náuseas e vômitos; inconsciência.
Procedimento
a) Conservar a vítima deitada.
b) Afrouxar a roupa, gravata e cinto, a fim de permitir livre respiração.
c) Se houver hemorragia abundante, procurar contê-la.
d) Retirar quaisquer objetos existentes na cavidade bucal (dentadura, goma de
mascar, etc), a fim de evitar que caiam na traquéia.
e) Manter a respiração.
f) Caso não haja fratura nos membros inferiores, levantar as pernas do acidentado,
para garantir a circulação cerebral.
Observação
Manter sempre a cabeça mais baixa que o tronco.
g) Se a vítima puder engolir, dar-lhe líquidos à vontade (água, café, chá, etc.).
Observação
Quando houver suspeita de lesão interna, ou ferimentos no abdômen, ou quando a
vítima estiver semiconsciente ou inconsciente, não se deve dar líquidos.
Queimaduras
Queimadura é uma lesão causada por ação do calor ou de outras radiações sobre o
organismo.
170 SENAI
Eletrotécnica básica
Classificação em graus
1o Grau
Caracteriza a lesão superficial da pele sem formação de bolhas; forma-se somente
uma vermelhidão.
2o Grau
Caracteriza a lesão das camadas mais profundas da pele, com formação de bolhas por
desprendimento das camadas superficiais.
3o Grau
Neste nível, as lesões atingem todas as camadas da pele, tecido celular subcutâneo e,
em certos casos, os músculos profundos, podendo chegar à carbonização da área
atingida.
Observação
A gravidade da queimadura implicando risco de vida não está na profundidade
atingida, mas, sim, na superfície.
Observação
Nunca dê bebidas alcoólicas.
SENAI 171
Eletrotécnica básica
Observação
1 Não aplique ungüentos, graxas ou outras substâncias.
2 Não toque com as mãos a área afetada.
3 Não retire corpos estranhos das lesões.
4 Não fure as bolhas que aparecerem.
Procedimento
a) Lavar os olhos com água em abundância, durante vários minutos.
Observação
Não permitir que o acidentado esfregue os olhos.
Hemorragia
Hemorragia é a perda de sangue por rompimento de um vaso, que tanto pode ser uma
veia como uma artéria. Qualquer hemorragia deve ser controlada imediatamente.
172 SENAI
Eletrotécnica básica
Procedimento
Em um ferimento, empregue compressa limpa de pano, lenço, toalha, etc.
Utilização do torniquete
O torniquete é utilizado para estancar uma hemorragia, principalmente quando houver
amputação total ou parcial do acidentado.
SENAI 173
Eletrotécnica básica
Procedimento
a) Faz-se um nó e enfia-se um pedaço de madeira entre as pontas, aplicando-se
também nós para fixá-la.
174 SENAI
Eletrotécnica básica
Observação
1 A cada 15 minutos, desapertar o torniquete no lugar, frouxamente porém, de forma
a ser apertado no caso de voltar a sangrar.
2 Não se deve usar arame ou fios finos.
Questionário – resumo
2 Qual a distância mínima que deve ser vista uma placa de advertência de um
equipamento em reparos?
5 Cite uma das causas pela qual uma pessoa venha sofrer choque elétrico.
SENAI 175
Eletrotécnica básica
176 SENAI
Caldeiraria e estruturas metálicas
46.30.23.030-5 Eletrotécnica básica