ENEM Questões Filo
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Nível: médio
A lei não nasce da natureza, junto das fontes frequentadas pelos primeiros pastores; a
lei nasce das batalhas reais, das vitórias, dos massacres, das conquistas que têm sua
data e seus heróis de horror: a lei nasce das cidades incendiadas, das terras
devastadas; ela nasce com os famosos inocentes que agonizam no dia que está
amanhecendo.
FOUCAULT, M. Aula de 14 de janeiro de 1976. In: Em defesa da sociedade.
São Paulo: Martins Fontes, 1999.
O filósofo Michel Foucault (séc. XX) inova ao pensar a política e a lei em relação ao
poder e à organização social. Com base na reflexão de Foucault, a finalidade das leis na
organização das sociedades modernas é
a)combater ações violentas na guerra entre as nações.
b)coagir e servir para refrear a agressividade humana.
c)criar limites entre a guerra e a paz praticadas entre os indivíduos de uma mesma
nação.
d)estabelecer princípios éticos que regulamentam as ações bélicas entre países
inimigos.
e)organizar as relações de poder na sociedade e entre os Estados.
COMENTÁRIO:
De acordo com Michel Foucault, as relações humanas se dão através de relações de
poder, em que o ordenamento de forças é que estabelece uma organização das
sociedades. É importante ressaltar que, para Michel Foucault, o poder não é estático, ou
seja, de cima para baixo. Não acredita em poder puro e simples, mas em relações de
poder que pode ser utilizado como forma de diálogo de indivíduos em uma sociedade.
(ENEM 2011)
O brasileiro tem noção clara dos comportamentos éticos e morais adequados, mas
vive sob o espectro da corrupção, revela pesquisa. Se o país fosse resultado dos
padrões morais que as pessoas dizem aprovar, pareceria mais com a Escandinávia do
que com Bruzundanga (corrompida nação fictícia de Lima Barreto).
D) criadas pelo homem, que concede a si mesmo a lei à qual deve se submeter
2. D
Resolução passo-a-passo:
a) As normas morais são fruto do pensamento de cada comunidade.
b) A moral é um padrão de conduta coletiva que deve existir na teoria e na prática.
c) As normas morais têm um caráter restritivo, uma vez que funcionam como um
conjunto de regras.
d) as normas morais foram criadas pelos homens e todos devem submeter-se a elas
para que possam ter uma convivência equilibrada.
e) O cumprimento das normas morais é um dever de todos
(Enem/2012)
TEXTO I
Anaxímenes de Mileto disse que o ar é o elemento originário de tudo o que existe, existiu
e existirá, e que outras coisas provêm de sua descendência. Quando o ar se dilata,
transforma-se em fogo, ao passo que os ventos são ar condensado. As nuvens formam-
se a partir do ar por feltragem e, ainda mais condensadas, transformam-se em água. A
água, quando mais condensada, transforma-se em terra, e quando condensada ao
máximo possível, transforma-se em pedras.
TEXTO II
Basílio Magno, filósofo medieval, escreveu: “Deus, como criador de todas as coisas, está
no princípio do mundo e dos tempos. Quão parcas de conteúdo se nos apresentam, em
face desta concepção, as especulações contraditórias dos filósofos, para os quais o
mundo se origina, ou de algum dos quatro elementos, como ensinam os Jônios, ou dos
átomos, como julga Demócrito. Na verdade, dão impressão de quererem ancorar o
mundo numa teia de aranha.”
GILSON, E.: BOEHNER, P. Historia da Filosofia Crista. São Paulo: Vozes, 1991
(adaptado).
Filósofos dos diversos tempos históricos desenvolveram teses para explicar a origem do
universo, a partir de uma explicação racional. As teses de Anaxímenes, filósofo grego
antigo, e de Basílio, filósofo medieval, têm em comum na sua fundamentação teorias que
COMENTÁRIO:
Alternativa correta:
(Enem 2012)
TEXTO I
TEXTO II Sempre que alimentarmos alguma suspeita de que uma ideia esteja sendo
empregada sem nenhum significado, precisaremos apenas indagar: de que impressão
deriva esta suposta ideia? E se for impossível atribuir-lhe qualquer impressão sensorial,
isso servirá para confirmar nossa suspeita.
HUME, D. Uma investigação sobre o entendimento. São Paulo: Unesp, 2004 (adaptado).
COMENTÁRIO:
Alternativa correta:
b) O cogito cartesiano (penso, logo existo) nasce da dúvida metódica. Descartes duvida
de tudo até encontrar algo seguro para embasar o conhecimento. Sendo assim, a
suspeita é uma parte imprescindível para a reflexão filosófica.
(Enem 2013)
Para que não haja abuso, é preciso organizar as coisas de maneira que o poder seja
contido pelo poder. Tudo estaria perdido se o mesmo homem ou o mesmo corpo dos
principais, ou dos nobres, ou do povo, exercesse esses três poderes: o de fazer leis, o
de executar as resoluções públicas e o de julgar os crimes ou as divergências dos
indivíduos. Os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário atuam de forma independente
para a efetivação da liberdade, sendo que esta não existe se uma mesma pessoa ou
grupo exercer os referidos poderes concomitantemente.
MONTESQUIEU, B. Do Espírito das Leis. São Paulo: Abril Cultural, 1979 (adaptado).
COMENTÁRIO:
Alternativa correta:
a) Para o filósofo, algo que interfira na independência de cada um dos poderes incide no
risco do autoritarismo gerado pelo acúmulo excessivo de poder.
(Enem 2013)
TEXTO I
TEXTO II
ENEM 2013
Nível: difícil
Durante a realeza, e nos primeiros anos republicanos, as leis eram transmitidas
oralmente de uma geração para outra. A ausência de uma legislação escrita permitia aos
patrícios manipular a justiça conforme seus interesses. Em 451 a.C., porém, os plebeus
conseguiram eleger uma comissão de dez pessoas — os decênviros — para escrever as
leis. Dois deles viajaram a Atenas, na Grécia, para estudar a legislação de Sólon.
COULANGES, F. A cidade antiga. São Paulo: Martins Fontes, 2000
A superação da tradição jurídica oral no mundo antigo, descrita no texto, esteve
relacionada à
a)adoção do sufrágio universal masculino.
b)extensão da cidadania aos homens livres.
c)afirmação de instituições democráticas.
d)implantação de direitos sociais.
e)tripartição dos poderes políticos.
COMENTÁRIO:
A partir do século VIII a.C., a organização política passou a sofrer profundas mudanças
em Atenas. Os europátridas (donos das terras que monopolizavam o poder político)
foram obrigados a fazer concessões para outros setores da sociedade como artesãos e
comerciantes. Nesse período, o legislador Drácon foi responsável pela introdução do
registro por escrito das leis. A partir desse momento, a Cidade de Atenas passou a ser
governada com base em uma legislação e não conforme o costume. Tal quadro faz parte
de um processo de extensão da cidadania que foi totalmente consolidada por Clístenes,
que estendeu a participação política a todos os homens.
(ENEM - 2013)
(Enem 2013)
Até hoje admitia-se que nosso conhecimento se devia regular pelos objetos; porém
todas as tentativas para descobrir, mediante conceitos, algo que ampliasse nosso
conhecimento, malogravam-se com esse pressuposto. Tentemos, pois, uma vez,
experimentar se não se resolverão melhor as tarefas da metafísica, admitindo que
os objetos se deveriam regular pelo nosso conhecimento.
Alguns dos desejos são naturais e necessários; outros, naturais e não necessários;
outros, nem naturais nem necessários, mas nascidos de vã opinião. Os desejos que
não nos trazem dor se não satisfeitos não são necessários, mas o seu impulso pode
ser facilmente desfeito, quando é difícil obter sua satisfação ou parecem geradores
de dano.
COMENTÁRIO: Para Epircuro, o fim último da ação ética é a felicidade e esta, por
sua vez, só é alcançada a partir dos prazeres moderados.
(Enem 2014)
(Enem 2014)
Nível: médio
(ENEM 2014)
Uma norma só deve pretender validez quando todos os que possam ser
concernidos por ela cheguem (ou possam chegar), enquanto participantes de um
discurso prático, a um acordo quanto à validade dessa norma.
(ENEM 2014)
LOCKE, J. Segundo tratado sobre o governo civil. Os pensadores. São Paulo: Nova
Cultural, 1978.
(Enem 2015)
Ora, em todas as coisas ordenadas a algum fim, é preciso haver algum dirigente,
pelo qual se atinja diretamente o devido fim. Com efeito, um navio, que se move
para diversos lados pelo impulso dos ventos contrários, não chegaria ao fim de
destino, se por indústria do piloto não fosse dirigido ao porto: ora, tem o homem um
fim, para o qual se ordenam toda a sua vida e ação. Acontece, porém, agirem os
homens de modos diversos em vista do fim, o que a própria diversidade dos
esforços em ações humanas comprova. Portanto, precisa o homem de um dirigente
para o fim.
COMENTÁRIO: São Tomás de Aquino foi um filósofo medieval que teve por base de
seus pensamentos as teorias aristotélicas. Dentro dos pensamentos que defendia, um
deles era a busca por um bem comum que seria alcançado através da monarquia.
(Enem 2015)
Nível: fácil
(Enem 2015)
FREIRE. P. Educação como prática da liberdade. Rio de Janeiro: Paz e Terra. 2011.
(Enem 2015)
Em sociedade de origens tão nitidamente personalistas como a nossa, é
compreensível que os simples vínculos de pessoa a pessoa, independentes e até
exclusivos de qualquer tendência para a cooperação autêntica entre os indivíduos,
tenham sido quase sempre os mais decisivos. As agregações e relações pessoais,
embora por vezes precárias, e, de outro lado, as lutas entre facções, entre famílias,
entre regionalismos, faziam dela um todo incoerente e amorfo. O peculiar da vida
brasileira parece ter sido, por essa época, uma acentuação singularmente enérgica
do afetivo, do irracional, do passional e uma estagnação ou antes uma atrofia
correspondente das qualidades ordenadoras, disciplinadoras, racionalizadoras.
A filosofia grega parece começar com uma ideia absurda, com a proposição: a água
é a origem e a matriz de todas as coisas. Será mesmo necessário deter-nos nela e
levá-la a sério? Sim, e por três razões: em primeiro lugar, porque essa proposição
enuncia algo sobre a origem das coisas; em segundo lugar, porque o faz sem
imagem e fabulação; e, enfim, em terceiro lugar, porque nela, embora apenas em
estado de crisálida, está contido o pensamento: Tudo é um.
(ENEM 2016)
A) legado social.
B) ilusão da contemporaneidade.
C) produto da moralidade.
D) conquista da humanidade.
E) patrimônio político.
COMENTÁRIO: O filósofo e sociólogo Adorno possui uma visão bem crítica acerca da
sociedade ocidental capitalista. Para ele, o capitalismo modificou os aspectos da
cultura, tornando-a mais um objeto de consumo. Neste sentido, aspectos tradicionais
da cultura são trocados por “produtos vendáveis” que estão presentes em todas as
formas de lazer e entretenimento do sujeito contemporâneo, nas músicas, livros, entre
outros. Adorno vai defender que a liberdade de escolha é algo que acaba sendo
imposto, visto que a sociedade encaminha o indivíduo a gostar das mesmas coisas
(cultura de massa).
(ENEM 2016)
ENEM 2016
COMENTÁRIO: O niilismo é a crença que todos os valores são inúteis e que nada
pode ser conhecido ou comunidade. Ele é normalmente associado ao pessimismo
extremo e um ceticismo radical que condena a existência. Um verdadeiro niilista não
acreditaria em nada, não teria lealdades, e nenhum propósito que não o impulso de
destruir. Por isso o sentimento de ansiedade por gerado pelo niilismo.
(ENEM 2016)
Ser ou não ser – eis a questão. Morrer – dormir – Dormir! Talvez sonhar. Aí está o
obstáculo! Os sonhos que hão de vir no sono da morte Quando tivermos escapado
ao tumulto vital Nos obrigam a hesitar: e é essa a reflexão Que dá Pa desventura
uma vida tão longa.
(ENEM 2016)
Nunca nos tornaremos matemáticos, por exemplo, embora nossa memória possua
todas as demonstrações feitas por outros, se nosso espírito não for capaz de resolver
toda espécie de problemas; não nos tornaríamos filósofos, por ter lido todos os
raciocínios de Platão e Aristóteles, sem poder formular um juízo sólido sobre o que
nos é proposto. Assim, de fato, pareceríamos ter aprendido, não ciências, mas
histórias.
(ENEM 2016)
TEXTO I
Fragmento B91: Não se pode banhar duas vezes no mesmo rio, nem substância
mortal alcança duas vezes a mesma condição; mas pela intensidade e rapidez da
mudança, dispersa e de novo reúne.
TEXTO II
Fragmento B8: São muitos os sinais de que o ser é ingênito e indestrutível, pois é
compacto, inabalável sem fim; não foi nem será, pois é agora um todo homogêneo,
uno, contínuo. Como poderia o que é perecer? Como poderia gerar-se?
ENEM 2016
(ENEM 2016)
Nível: médio
Ninguém delibera sobre coisas que não podem ser de outro modo, nem sobre as que lhe
é impossível fazer. Por conseguinte, como o conhecimento científico envolve
demonstração, mas não há demonstração de coisas cujos primeiros princípios são
variáveis (pois todas elas poderiam ser diferentemente), e como é impossível deliberar
sobre coisas que são por necessidade, a sabedoria prática não pode ser ciência, nem
arte: nem ciência, porque aquilo que se pode fazer é capaz de ser diferentemente, nem
arte, porque o agir e o produzir são duas espécies diferentes de coisa. Resta, pois, a
alternativa de ser ela uma capacidade verdadeira e raciocinada de agir com respeito às
coisas que são boas ou más para o homem.
COMENTÁRIO:
A moralidade, Bentham exortava, não é uma questão de agradar a Deus, muito menos
de fidelidade a regras abstratas. A moralidade é a tentativa de criar a maior quantidade
de felicidade possível neste mundo. Ao decidir o que fazer, deveríamos, portanto,
perguntar qual curso de conduta promoveria a maior quantidade de felicidade para
todos aqueles que serão afetados.
(ENEM 2017)
Uma conversação de tal natureza transforma o ouvinte; o contato de Sócrates
paralisa e embaraça; leva a refletir sobre si mesmo, a imprimir à atenção uma
direção incomum: os temperamentais, como Alcibíades, sabem que encontrarão
junto dele todo o bem de que são capazes, mas fogem porque receiam essa
influência poderosa, que os leva a se censurarem. E sobretudo a esses jovens,
muitos quase crianças, que ele tenta imprimir sua orientação.
Alternativa correta:
(ENEM 2017)
Se, pois, para as coisas que fazemos existe um fim que desejamos por ele mesmo e
tudo o mais é desejado no interesse desse fim; evidentemente tal fim será o bem, ou
antes, o sumo bem. Mas não terá o conhecimento, porventura, grande influência sobre
essa vida? Se assim é, esforcemo-nos por determinar, ainda que em linhas gerais
apenas, o que seja ele e de qual das ciências ou faculdades constitui o objeto.
Ninguém duvidará de que o seu estudo pertença à arte mais prestigiosa e que mais
verdadeiramente se pode chamar a arte mestra. Ora, a política mostra ser dessa
natureza, pois é ela que determina quais as ciências que devem ser estudadas num
Estado, quais são as que cada cidadão deve aprender, e até que ponto; e vemos que
até as faculdades tidas em maior apreço, como a estratégia, a economia e a retórica,
estão sujeitas a ela. Ora, como a política utiliza as demais ciências e, por outro lado,
legisla sobre o que devemos e o que não devemos fazer, a finalidade dessa ciência
deve abranger as das outras, de modo que essa finalidade será o bem humano.
ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. In: Pensadores. São Pauto: Nova Cultural, 1991
(adaptado).
Para Aristóteles, a relação entre o sumo bem e a organização da pólis pressupõe que
A) o bem dos indivíduos consiste em cada um perseguir seus interesses.
B) o sumo bem é dado pela fé de que os deuses são os portadores da verdade.
C) a política é a ciência que precede todas as demais na organização da
cidade.
D) a educação visa formar a consciência de cada pessoa para agir corretamente.
E) a democracia protege as atividades políticas necessárias para o bem comum.
Alternativa correta
O ser humano é um animal político (zoon politikon). Faz parte da natureza humana
associar-se e viver em comunidade (pólis) sendo o que nos diferencia dos outros
animais.
a) Para o filósofo, a natureza política dos seres humanos tende à definição dos
interesses comuns.
(ENEM 2017)
Nível: fácil
(ENEM/2017)
ENEM 2018
ENEM 2018
TEXTO I
Tudo aquilo que é válido para um tempo de guerra, em que todo homem é inimigo
de todo homem, é válido também para o tempo durante o qual os homens vivem
sem outra segurança senão a que lhes pode ser oferecida por sua própria força e
invenção.
TEXTO II
Não vamos concluir, com Hobbes que, por não ter nenhuma ideia de bondade, o
homem seja naturalmente mau. Esse autor deveria dizer que, sendo o estado de
natureza aquele em que o cuidado de nossa conservação é menos prejudicial à dos
outros, esse estado era, por conseguinte, o mais próprio à paz e o mais conveniente
ao gênero humano.
A) predisposição ao conhecimento.
B) submissão ao transcendente.
C) tradição epistemológica.
D) condição original.
E) vocação política.
Alternativa correta:
e) condição original.
Na questão acima, vemos uma das rivalidades mais clássicas da história da filosofia:
Hobbes x Rousseau. Apesar de possuírem visões opostas, Hobbes e Rousseau
concordam em utilizar uma mesma ideia central, o estado de natureza humano.
O estado de natureza é uma abstração, uma ideia imaginada sobre condição original
dos seres humanos. Um momento pré-social da humanidade onde os indivíduos
possuem apenas a liberdade dada pela natureza (liberdade natural), assim como os
outros animais.
c) Os dois filósofos não identificam nos seres humanos raízes ou uma tradição
epistemológica comum.
e) Para eles, os seres humanos não possuem uma vocação política. Tanto o "bom
selvagem", de Rousseau, quanto o "homem lobo do homem", de Hobbes, apontam
para a não aptidão natural à política.
ENEM 2018
O século XVIII é, por diversas razões, um século diferenciado. Razão e
experimentação se aliavam no que se acreditava ser o verdadeiro caminho para o
estabelecimento do conhecimento científico, por tanto tempo almejado. O fato, a
análise e a indução passavam a ser parceiros fundamentais da razão. É ainda no
século XVIII que o homem começa a tomar consciência de sua situação na história.
ENEM 2018
ENEM 2018
ENEM 2018
Não é verdade que estão ainda cheios de velhice espiritual aqueles que nos dizem:
“Que fazia Deus antes de criar o céu e a terra? Se estava ocioso e na realizava”,
dizem eles, “por que não ficou sempre assim no decurso dos séculos, abstendo-se,
como antes, de toda ação? Se existiu em Deus um novo movimento, uma vontade
nova para dar o ser a criaturas que nunca antes criar, como pode haver verdadeira
eternidade, se n’Ele aparece uma vontade que antes não existia?”
ENEM 2018
No início da década de 1990, dois biólogos importantes, Redford e Robinson,
produziram um modelo largamento aceito de “produção sustentável” que previa
quantos indivíduos de cada espécie poderiam ser caçados de forma sustentável
baseado nas suas taxas de reprodução. Os seringueiros do Alto do Juruá tinham
um modelo diferente: a quem lhes afirmava que estavam caçando acima dos
sustentável (dentro do modelo), eles diziam que não, que o nível de caça dependia
da existência de áreas de refúgio em que ninguém caçava. Ora, esse acabou sendo
o modelo batizado de “fonte-ralo” proposto dez anos após o primeiro por Novaro,
Bodmer, e o próprio Redford e que suplantou o modelo anterior.
A lenda diz que, em um belo dia ensolarado, Newton estava relaxando sob uma
macieira. Pássaros gorjeavam em suas orelhas. Havia uma brisa gentil. Ele cochilou por
alguns minutos. De repente, uma maçã caiu sobre a sua cabeça e ele acordou com um
susto. Olhou para cima. “Com certeza um pássaro ou um esquilo derrubou a maçã da
árvore”, supôs. Mas não havia pássaros ou esquilos na árvore por perto. Ele, então,
pensou: “Apenas alguns minutos antes, a maçã estava pendurada na árvore. Nenhuma
força externa fez ela cair. Deve haver alguma força subjacente que causa a queda das
coisas para a terra”.
SILVA, C.C:; MARTINS, R A. Estudos de história e fosafia das ciências. São Paulo:
Livraria da Física, 2006 (adaptado).
a) Falsificação de teses.
b) Negação da observação.
c) Proposição de hipóteses.
d) Contemplação da natureza.
e) Universalização de conclusões.
COMENTÁRIO:
(ENEM - 2019)
TEXTO 1
TEXTO 2
Qual será a forma mais razoável de entender como é o mundo? Existirá alguma boa
razão para acreditar que o mundo foi criado por uma divindade todo-poderosa? Não
podemos dizer que a crença em Deus é "apenas" uma questão de fé.
RACHELS, J. Problemas da filosofia. Lisboa: Gradiva, 2009.
Alternativa correta:
(ENEM - 2019)
"A hospitalidade pura consiste em acolher aquele que chega antes de lhe impor
condições, antes de saber e indagar o que quer que seja, ainda que seja um nome
ou um “documento” de identidade. Mas ela também supõe que dirija a ele, de
maneira singular, chamando-o portanto e reconhecendo-lhe um nome próprio:
“Como você se chama?” A hospitalidade consiste em fazer tudo para se dirigir ao
outro, em lhe conceder, até mesmo perguntar seu nome, evitando que essa
pergunta se torne uma “condição”, um inquérito policial, um fichamento ou um
simples controle das fronteiras. Uma arte e uma poética, mas também toda uma
política dependem disso, toda uma ética se decide aí."
(ENEM - 2019)
Dizem que Humboldt, naturalista do século XIX, maravilhado pela geografia, flora e
fauna da região sul-americana, via seus habitantes como se fossem mendigos
sentados sobre um saco de ouro, referindo-se a suas incomensuráveis riquezas
naturais não exploradas. De alguma maneira, o cientista ratificou nosso papel de
exportadores de natureza no que seria o mundo depois da colonização ibérica:
enxergou-nos como territórios condenados a aproveitar os recursos naturais
existentes.
ACOSTA, A. Bem viver: uma oportunidade para imaginar outros mundos. São
Paulo: Elefante, 2016 (adaptado).
A) Relativismo cognitivo.
B) Materialismo dialético.
C) Racionalismo cartesiano
D) Pluralismo epistemológico.
E) Existencialismo fenomenológico.
(ENEM - 2019)
(ENEM - 2019)
Penso que não há um sujeito soberano, fundador, uma forma universal de sujeito
que poderíamos encontrar em todos os lugares. Penso, pelo contrário, que o sujeito
se constitui através das práticas de sujeição ou, de maneira mais autônoma, através
de práticas de liberação, de liberdade, como na Antiguidade — a partir, obviamente,
de um certo número de regras, de estilos, que podemos encontrar no meio cultural.
Alternativa correta:
(ENEM - 2019)
Para Maquiavel, quando um homem decide dizer a verdade pondo em risco a
própria integridade física, tal resolução diz respeito apenas a sua pessoa. Mas se
esse mesmo homem é um chefe de Estado, os critérios pessoais não são mais
adequados para decidir sobre ações cujas consequências se tomam tão amplas, já
que o prejuízo não será apenas individual, mas coletivo. Nesse caso, conforme as
circunstâncias e os fins a serem atingidos, pode-se decidir que o melhor para o bem
comum seja mentir.
(ENEM - 2019)
De fato, não é porque o homem pode usar a vontade livre para pecar que se deve
supor que Deus a concedeu para isso. Há, portanto, uma razão pela qual Deus deu
ao homem esta característica, pois sem ela não poderia viver e agir corretamente.
Pode-se compreender, então, que ela foi concedida ao homem para esse fim,
considerando-se que se um homem a usa para pecar, recairão sobre ele as
punições divinas. Ora, isso seria injusto se a vontade livre tivesse sido dada ao
homem não apenas para agir corretamente, mas também para pecar. Na verdade,
porque deveria ser punido aquele que usasse sua vontade para o fim para o qual
ela lhe foi dada?
Nesse texto, o filósofo cristão Agostinho de Hipona sustenta que a punição divina
tem como fundamento o(a)
COMENTÁRIO: O filósofo defendia que o livre arbítrio foi dado ao homem, contanto
que utilizasse de acordo com a ética da responsabilidade, ou seja, caso o homem
usasse sua liberdade para pecar, receberia a punição divina e isso comprovaria sua
insuficiência moral.
(ENEM - 2019)
TEXTO l
Alternativa correta:
Será que as coisas lhe pareceriam diferentes, se, de fato, todas elas existissem
apenas na sua mente - se tudo o que você julgasse ser o mundo externo real fosse
apenas um sonho ou alucinação gigante, de que você jamais fosse despertar? Se
assim fosse, então é claro que você nunca poderia despertar, como faz quando
sonha, pois significaria que não há mundo "real" no qual despertar. Logo, não seria
exatamente igual a um sonho ou alucinação normal.
NAGEL, T. Uma breve introdução à filosofia. São Paulo. Martins Fontes. 2011.
(ENEM - 2020)
KAZEZ, J. O peso das coisas: filosofia para o bem-viver. Rio de Janeiro; Tinta Negra,
2004.
(ENEM – 2020)
Montaigne deu o nome para um novo gênero literário; foi dos primeiros a instituir na
literatura moderna um espaço privado, o espaço do "eu", do texto íntimo. Ele cria um
novo processo de escrita filosófica, no qual hesitações, autocríticas, correções entram
no próprio texto.
(ENEM - 2020)
TEXTO I
Os meus pensamentos são todos sensações. Penso com os olhos e com os ouvidos E
com as mãos e os pés E com o nariz e a boca.
TEXTO II
Tudo aquilo que sei do mundo, mesmo por ciência, eu o sei a partir de uma visão
minha ou de uma experiência do mundo sem a qual os símbolos da ciência não
poderiam dizer nada.
(ENEM - 2020)
Vemos que toda cidade é uma espécie de comunidade, e toda comunidade se forma
com vistas a algum bem, pois todas as ações de todos os homens são praticadas com
vistas ao que lhe parece um bem; se todas as comunidades visam algum bem, é
evidente que a mais importante de todas elas e que inclui todas as outras tem mais
que todas este objetivo e visa ao mais importante de todos os bens.
(ENEM - 2020)
Adão, ainda que supuséssemos que suas faculdades racionais fossem inteiramente
perfeitas desde o início, não poderia ter inferido da fluidez e transparência da água
que ela o sufocaria, nem da luminosidade e calor do fogo que este poderia consumí-lo.
Nenhum objeto jamais revela, pelas qualidades que aparecem aos sentidos, nem as
causas que o produziram, nem os efeitos que fele provirão; e tampouco nossa razão é
capaz de extrair, sem auxílio da experiência, qualquer conclusão referente à existência
afetiva de coisas ou questões de fato. HUME, D. Uma investigação sobre o
entendimento humano.
O texto apresenta uma característica dos sofistas, mestres da oratória que defendiam
a(o)