Modelo Contestacao de Acao de Regulamentacao de Guarda Compartilhada e Convivencia C C Revisional de Alimentos Com Reconvencao
Modelo Contestacao de Acao de Regulamentacao de Guarda Compartilhada e Convivencia C C Revisional de Alimentos Com Reconvencao
Modelo Contestacao de Acao de Regulamentacao de Guarda Compartilhada e Convivencia C C Revisional de Alimentos Com Reconvencao
PROCESSO Nº XXXXXXXXXXXXXXXX
1. PRELIMINARMENTE
a) DA ILEGITIMIDADE PASSIVA NO CASO DE EXONERAÇÃO DE ALIMENTOS
Observa-se da inicial, que o Autor, equivocadamente, pleiteia exoneraçã o de
alimentos de sua filha, porém, apenas qualifica sua ex-esposa, demonstrando
assim, de plano, a ilegitimidade passiva da mesma para figurar no polo passivo.
A genitora do menor, nã o possui legitimidade para figurar no polo passivo da açã o
revisional de alimentos, uma vez que o interesse e direito dos alimentos é o menor,
e nã o sua mã e.
Nesse sentido já decidiu o TJ/RS, senã o vejamos:
Ementa: APELAÇÃO CIVEL. EXONERAÇÃO DE ALIMENTOS. CUMULADA COM REVISIONAL DE ALIMENTOS
COM PEDIDO DE MINORAÇÃO. DESCABIMENTO. A genitora da prole comum não possui legitimidade
para figurar no polo passivo da ação revisional de alimentos, pois a pretensão do requerente, de que
Marisa fosse declarada conjuntamente responsável pelo pagamento da pensão, não encontra amparo
legal. O binômio necessidade/possibilidade já inclui a análise do dever de ambos os pais de prover o
sustento dos filhos comuns, sendo descabido o pleito recursal, no tópico. Dessa forma, em atenção às
necessidades robustamente demonstradas pelos filhos - que estão buscando qualificação profissional
para alcançarem a independência financeira -, e inalteradas as possibilidades do pai, deve ser
integralmente mantida a sentença recorrida NEGARAM PROVIMENTO. (Apelação Cível Nº 70053450268,
Oitava Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Rui Portanova, Julgado em 27/02/2014)
É de se anotar que nã o é a vontade dos pais que deve prevalecer, mas sim o bem
estar dos filhos, pautando-se as decisõ es dos Tribunais Pá trios em, pacificamente,
obstar a prá tica da guarda alternada, conforme aresto abaixo:
“GUARDA DE MENOR COMPARTILHADA - IMPOSSIBILIDADE - PAIS RESIDINDO EM CIDADES DISTINTAS -
AUSÊNCIA DE DIÁLOGOS E ENTENDIMENTO ENTRE OS GENITORES SOBRE A EDUCAÇÃO DO FILHO -
GUARDA ALTERNADA - INADMISSÍVEL - PREJUÍZO À FORMAÇÃO DO MENOR. A guarda compartilhada
pressupõe a existência de diálogo e consenso entre os genitores sobre a educação do menor. Além
disso, guarda compartilhada torna-se utopia quando os pais residem em cidades distintas, pois aludido
instituto visa à participação dos genitores no cotidiano do menor, dividindo direitos e obrigações
oriundas da guarda. O instituto da guarda alternada não é admissível em nosso direito, porque afronta
o princípio basilar do bem-estar do menor, uma vez que compromete a formação da criança, em
virtude da instabilidade de seu cotidiano. Recurso desprovido.” (TJMG - Apelação Cível nº
1.0000.00.328063-3/000 – rel. Des. LAMBERTO SANT´ANNA – Data do acordão: 11/09/2003 Data da
publicação: 24/10/2003).
“AGRAVO DE INSTRUMENTO - FILHO MENOR (5 ANOS DE IDADE) - REGULAMENTAÇÃO DE VISITA -
GUARDA ALTERNADA INDEFERIDA - INTERESSE DO MENOR DEVE SOBREPOR-SE AO DOS PAIS - AGRAVO
DESPROVIDO. Nos casos que envolvem guarda de filho e direito de visita, é imperioso ater-se sempre ao
interesse do menor. A guarda alternada, permanecendo o filho uma semana com cada um dos pais
não é aconselhável pois ´as repetidas quebras na continuidade das relações e ambiência afetiva, o
elevado número de separações e reaproximações provocam no menor instabilidade emocional e
psíquica, prejudicando seu normal desenvolvimento, por vezes retrocessos irrecuperáveis, a não
recomendar o modelo alternado, uma caricata divisão pela metade em que os pais são obrigados por
lei a dividir pela metade o tempo passado com os filhos” (RJ 268/28).´ (TJSC - Agravo de instrumento n.
00.000236-4, da Capital, Rel. Des. Alcides Aguiar, j. 26.06.2000).
Em sentido correlato:
MANDADO DE SEGURANÇA - PEDIDO DE JUSTIÇA GRATUITA - FALTA DE COMPROVAÇÃO DA
INSUFICIÊNCIA DOS RECURSOS – IMPOSSIBILIDADE. A assistência gratuita somente será prestada pelo
Estado aos que comprovarem a insuficiência de recursos, de modo que não basta a simples declaração
de miserabilidade para a concessão da benesse. RECURSO IMPROVIDO. (TJSP. Mandado de Segurança n.
0095851-86.2011.8.26.0000. Rel. Des. Carlos Giarusso Santos. J. 30/06/2011).
Prescreve o art. 99, § 2º, do Có digo de Processo Civil que, havendo elementos nos
autos que evidenciem a falta dos pressupostos legais para a concessã o da
gratuidade, pode o julgador indeferir o pedido, o que deve ocorrer no caso em
apreço.
Vejamos ainda que sequer juntou aos autos DECLARAÇÃ O DE IMPOSTO DE
RENDA, que é crucial nestes casos, pois com a renda do Autor, poderemos
averiguar se possui patrimô nios, dependentes, etc, tudo o que é necessá rio para o
deferimento ou indeferimento da AJG pleiteada.
Nos documentos já apresentados, temos certeza que o Autor nã o preenche os
requisitos de lei para o deferimento da benesse solicitada, uma vez que demonstra
ter condiçõ es de arcar com as custas e despesas processuais do feito.
Ora, a simples afirmaçã o de que nã o possui condiçõ es de arcar com as custas
processuais nã o é suficiente para a concessã o da gratuidade judiciá ria, sendo que
os demais elementos provam a capacidade mencionada.
Portanto, requer seja revogada a AJG, devendo o Autor ter o AJG indeferido e/ou
revogado, sendo condenado as custas e despesas processuais do presente
processo.
WALDYR GRISARD FILHO em sua obra “Guarda Compartilhada”, Ed. RT, p. 174,
escreveu que:
Pais em conflito constante, não cooperativos, sem diálogo, insatisfeitos, que agem em paralelo um ao
outro, contaminam o tipo de educação que proporcionam a seus filhos, e, nesses casos, os arranjos da
guarda compartilhada podem ser muito lesivos aos filhos.
Neste prisma, deve ser feito estudo social através de equipe interdisciplinar
(assistente social, psicó logo dentre outros profissionais) com o fito de demonstrar
a ausência de condiçõ es para a guarda compartilhada.
Diante o exposto, resta evidente o descabimento do pedido de exoneraçã o da
pensã o alimentícia em razã o de eventual guarda compartilhada.
3. DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA
A Requerida é pessoa pobre na acepçã o do termo e nã o possui condiçõ es
financeiras para arcar com as custas processuais e honorá rios advocatícios sem
prejuízo do pró prio sustento, razã o pela qual desde já requer o benefício da
Gratuidade de Justiça, assegurados pela Lei nº 1060/50 e consoante o art. 98,
caput, do novo CPC/2015, verbis:
Art. 98. A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com insuficiência de recursos para pagar
as custas, as despesas processuais e os honorários advocatícios tem direito à gratuidade da justiça, na
forma da lei.
Mister frisar, ainda, que, em conformidade com o art. 99, § 1º, do novo CPC/2015, o
pedido de gratuidade da justiça pode ser formulado por petiçã o simples e durante
o curso do processo, tendo em vista a possibilidade de se requerer em qualquer
tempo e grau de jurisdiçã o os benefícios da justiça gratuita, ante a alteraçã o do
status econô mico.
Assim, sendo, resta evidente que a concessã o do benefício é medida necessá ria e
amparada pela Lei e Jurisprudência.
4. DA RECONVENÇÃO
A) DA NECESSIDADE DE VISITAS ASSISTIDAS
Veja que, diante de todo o narrado, percebe-se que o Reconvindo é pessoa
desequilibrada, agressiva, psicó tica, sendo que nã o pode mais permanecer
visitando o menor sozinho, sob pena de colocar a vida do menor em risco, e ferir
sua integridade física e mental.
Aqui, deverá reinar o bom senso, e o bom senso recomenda que se sobreleve o
interesse da criança acima de qualquer outro.
Nesse sentido destaca-se do texto Constitucional:
"Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com
absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à
cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a
salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão".
É cediço que o direito de visita deve sempre ser estimulado, visando manter acesso
ao vínculo da paternidade, pois tais contatos contribuem em muito para que os
filhos superem a situaçã o dos pais separados, amenizando as sequelas que sã o
deixadas, e evitando que tenham problemas de ordem emocional e psicoló gica.
CONTUDO, DIANTE DA SITUAÇÃ O PERPETRADA REITERADAMENTE PELO
RECONVINDO, QUE MINA A CONVIVÊ NCIA PACÍFICA ENTRE O EX-CASAL, E AINDA
COLOCA A VIDA DA MENOR EM RISCO, NO CASO EM APREÇO, MERECE QUE SEJA
PERMITIDA SOMENTE A VISITA DE FORMA ASSISTIDA.
Prescreve o art. 1.589 do Có digo Civil:"O pai ou a mãe, em cuja guarda não estejam
os filhos, poderá visitá-los em sua companhia, segundo o que acordar com o outro
cônjuge, ou for fixado pelo juiz, bem como fiscalizar sua manutenção e educação”.
Indiscutível o poder discricioná rio do magistrado de interferir na regulamentaçã o
de visitas ou guarda dos filhos, quando evidenciada, de forma consistente, a falta
de proteçã o ou motivos graves em prejuízo do menor.
Nesse caso nã o poderia ser diferente, eis em face da circunstâ ncia fá tica narrada, é
necessá rio a intervençã o do magistrado, para revisar os termos de visita, de modo
que o reconvindo somente possa fazê-las quando assistido. Veja, aqui não se
requer a suspensão do direito de visitas, que é ato extremo!! Apenas se
requer, para melhor interesse da criança, segurança e felicidade psicológica,
que as visitas do Reconvindo sejam feitas quando este estiver assistido
apenas.
Yussef Said Cahali ensina que"o interesse juridicamente protegido e o
absolutamente determinante, será sempre o do incapaz, credor de uma prestação de
companhia: a este deve ceder, por inteiro, o dos pais que, devedores dessa prestação,
freqüentemente se reveste de feição apenas apetitiva: satisfazer sua própria
necessidade de afeto ” ( Divórcio e separação , RT, 6ª ed., tomo II, p. 979).
Ademais,"o direito de visitaçã o entre o filho e o genitor nã o é prerrogativa deste.
Ao contrá rio, é a um só tempo direito do menor e dever do pai, no interesse
daquele"(TJSC, Agravo de Instrumento n. , de Ibirama, rel. Des. Mazoni Ferreira).
Direito este que é chancelado pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, que prevê
que toda criança deve ter convívio com os pais.
O menor sofre com o Reconvindo. XXXXXXXXXXXXXXXXXXXX, de modo que, é
latente e, em diversos casos aná logos, quando constatadas tais situaçõ es, a visita
assistida é a melhor opçã o, pois preserva o vínculo paterno com a criança, mas
também assegura uma condiçã o de visitaçã o sadia, que atende ao melhor interesse
da menor. Nesse sentido:
AGRAVO DE INSTRUMENTO. DIREITO CIVIL. FAMÍLIA. AÇÃO DE DIVÓRCIO CUMULADA COM GUARDA E
VISITAS. MENOR DE TENRA IDADE. Afastada a alegada nulidade, ausente prejuízo. 2. Mantidas as visitas
assistidas, preservando-se, assim, os interesses da menor, determinação que, no entanto, não acarreta
qualquer perigo de rompimento do vínculo afetivo entre o menor e o genitor. Reduzidas, porém, as
visitas, que serão quinzenalmente. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO. (TJRS, Agravo de Instrumento Nº
70056614100, Sétima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Liselena Schifino Robles Ribeiro,
Julgado em 23/09/2013)
AGRAVO DE INSTRUMENTO. REGULAMENTAÇÃO DE GUARDA E VISITAS. A guarda, de fato, é exercida
pelo pai, razão pela qual deve ser assim mantida. Refiro que a alteração de guarda em antecipação de
tutela somente se justifica quando há razões para o juízo desconfiar que a criança não esteja bem
atendida em suas necessidades ou sofrendo algum risco e este não é o caso dos autos. VISITAÇÃO
MATERNA ASSISTIDA. MANUTENÇÃO. As visitas devem ser assistidas até que se façam as avaliações
psicológicas necessárias. Contudo, outra pessoa deve ser indicada para acompanhamento porque há
litígio instaurado entre a mãe e a avó paterna. DERAM PARCIAL PROVIMENTO AO AGRAVO DE
INSTRUMENTO, VENCIDO EM PARTE O DES. RELATOR QUE O PROVIA EM MAIOR EXTENSÃO. (TJRS,
Agravo de Instrumento Nº 70060837887, Oitava Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Alzir
Felippe Schmitz, Julgado em 02/10/2014)
Mister frisar, ainda, que, em conformidade com o art. 99, § 1º, do novo CPC/2015, o
pedido de gratuidade da justiça pode ser formulado por petiçã o simples e durante
o curso do processo, tendo em vista a possibilidade de se requerer em qualquer
tempo e grau de jurisdiçã o os benefícios da justiça gratuita, ante a alteraçã o do
status econô mico.
Assim, sendo, resta evidente que a concessã o do benefício é medida necessá ria e
amparada pela Lei e Jurisprudência.
3. DOS PEDIDOS
Diante o exposto, requer à Vossa Excelência:
a) Na ação principal:
i. Que sejam acolhidas as preliminares de mérito, com a extinçã o do feito sem
resoluçã o de mérito nos termos dos fundamentos acima transcritos;
ii. Alternativamente, acaso nã o seja este o entendimento de Vossa Excelência,
requer seja julgada improcedente a açã o por inteiro;
iii. Protesta-se provar por todo o meio de prova em direito admitidas, em especial a
documental e pericial (laudos psicoló gicos, sociais, etc);
iv. Impugna-se a AJG do Autor, devendo ser o mesmo condenado ao pagamento de
custas e despesas processuais;
v. Requer a concessã o de AJG a Requerida;
b) Na Reconvenção:
i. Seja o Reconvindo citado, para querendo, apresentar defesa, sob pena de revelia
e confissã o;
vi. Protesta provar o alegado mediante todas as provas em direito admitidas, em
especial a documental e pericial (laudos psicoló gicos, sociais, etc);
ii. Requer a concessã o de AJG a Reconvinte;
iii. Ao final, a procedência da reconvençã o, para determinar visitas somente
assistidas do Reconvindo ao menor;
iv. A condenaçã o do reconvindo ao pagamento de custas e despesas processuais.
v. Dá -se a reconvençã o o valor de R$ 1.000,00 apenas à fins fiscais;
Cidade, Data.
Advogado
OAB/XX