Dicas Direito Penal Analista Judiciario STM 01
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Apresentação
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A lei penal deve, em princípio, vigorar por tempo indeterminado, devendo ser
aplicada a fatos ocorridos após a sua vigência.
O período entre a publicação da lei e o início de sua vigência é chamado de
vacatio legis, que serve para dar conhecimento a todos cidadãos da sua
existência.
Na prática as leis entram em vigor na data da sua publicação, por força de
disposição expressa nesse sentido, caso contrário, 45 dias após a sua
publicação – LICC.
A lei só cessa quando é revogada por outra lei, podendo a revogação ser
tácita ( lei revogadora disciplina a mesma matéria) ou expressa (declarada na
lei revogadora)
A revogação pode ser:
• parcial (derrogação)
Prof. Christiano Leonardo Gonzaga Gomes
• total (ab-rogação)
TEMPO DO CRIME
pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime,
cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença
condenatória.”
• Novatio legis in mellius – lei nova, que não exclui a incriminação, mas
abranda o crime, portanto, mais benéfica para o agente, retroage sempre,
em função do princípio da retroatividade da lei penal mais benéfica. Ex.:
diminui grau máximo da pena cominada, cria uma atenuante, elimina uma
agravante. Esta lei retroage sempre, como esclarece o parágrafo único do
artigo 2º do Código Penal “a lei posterior, que de qualquer modo favorecer
o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença
condenatória transitada em julgado.”
• Novatio legis in pejus – quando a lei nova piora a situação do sujeito,
agravando-a de alguma maneira, em caso algum retroage, em função do
princípio da irretroatividade da lei penal gravosa. A Lei 8072/90 não foi
aplicada aos fatos etiquetados como delitos hediondos, cometidos antes
de sua vigência. Aplica-se aos crimes continuados, permanentes e
habituais.
• Combinação de leis (lex tertia) – quando o julgador extrai de dois
diplomas legais, um revogado e um em vigor, os dispositivos que
beneficiam os interesses do agente, desprezando aqueles outros que
prejudicam. Pergunta-se: O julgador estaria legislando? A maioria da
jurisprudência e doutrina entendem que não, está apenas fazendo valer
os princípios da ultra-atividade e retroatividade benéfica. Ex.: Lei
11343/06, art. 33, parágrafo quarto, em que se prevê a causa de
diminuição de pena para o traficante privilegiado ou chamado de “primeira
viagem”. Muito se discutiu se tal causa de diminuição de pena poderia ser
aplicada para o art. 12 da revogada Lei 6368/76 (cuja pena era inferior ao
atual art. 33), que também previa a figura da tráfico, mas sem a aludida
causa, para os crimes ocorridos durante a sua vigência, mas julgados
quando já estava em vigor a Lei 11343/06. Alguns doutrinadores
entendem que tal permissão era criar a chamada lex tertia, ou terceira lei,
uma vez que se estaria construindo uma lei com a parte benéfica da
primeira com a parte benéfica da segunda lei, o que estaria invadindo a
competência do Poder Legislativo em criar leis, ato esse defeso ao Poder
Judiciário. Todavia, para fins de concurso público, ficar com o
posicionamento permissivo do Supremo Tribunal Federal. Ver
Informativo 644, STF.
• ATENÇÃO! Exceção à regra da retroatividade ou ultra-atividade
benéficas: súmula 711, STF: “a lei penal mais grave aplica-se ao
crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é
anterior à cessação da continuidade ou permanência”.
Elas são sempre ultrativas, ou seja, têm eficâcia mesmo depois de cessada
sua vigência, regulando os fatos praticados durante seu tempo de duração,
ainda que sejam mais graves.
LUGAR DO CRIME
A lei penal brasileira pode ser aplicada a fatos praticados fora do território
nacional, em evidente complementação ao princípio geral previsto no artigo
5º do Código Penal. Tal previsão consta do artigo 7º do Código Penal. A
extraterritorialidade subdivide-se em duas espécies:
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Corrupção passiva
Art. 317. Lembrar que corruptor enquadra-se no art. 333. Lembrar que não
se necessita da bilateralidade necessária em tal tipo, ou seja, para haver a
corrupção passiva não deverá existir a corrupção ativa, podendo subsistir um
sem o outro. Ex: policial militar solicita certa quantia para não multar o
motorista, mas este não aceita o pedido de propina. Ocorre, assim, apenas o
tipo do art. 317, CP.
Obs: Para que ocorra o crime em tela, necessário se faz que haja correlação
entre o ato almejado pelo corruptor e a função que o funcionário público
“comprado” exerça, isto é, de fato o corrupto possua competência para
praticar o ato de ofÍcio almejado pelo corruptor.
Verbos:
Prevaricação
Art. 319. Diferente do art. 317, parágrafo 2º, pois no presente tipo o agente
satisfaz interesse ou sentimento próprio. São os casos em que o Delegado
de Polícia deixa de instaurar o inquérito contra o filho do Prefeito, que é seu
irmão ou amigo, por um crime de tráfico de drogas, por exemplo. Não atender
aos ofícios do Juiz e MP porque não gosta de ambos também configura
sentimento pessoal. Deve ser analisado o sentimento ou interesse pessoal.
Expedição ilegal de alvará para determinada indústria funcionar, pois o dono
é seu amigo.
Resistência
Art. 329. Evitar que o agente público cumpra a sua função. Necessária a
violência ou ameaça ao funcionário público. Ex: agente briga com o
Policial Militar que está prendendo-o por algum crime; agente diz que ser for
preso vai matar a família do Policial Militar. Ela é chamada de resistência
ativa porque exige uma conduta comissiva do agente.
Crime comum. Pode ser funcionário público o sujeito ativo, desde que esteja
em outra função e resista a um funcionário público no exercício da função.
Obs: Se o ato a ser resistido for ilegal, não há crime, por atipicidade penal
(princípio da taxatividade).
Desobediência
Cuidado: Ordem legal, porque se for ilegal o fato torna-se atípico (princípio
da taxatividade).
Desacato
Corrupção ativa
O verbo “dar” não foi previsto, sendo isso uma omissão do legislador.
Na prática, quando ocorrer o “dar”, o agente responde porque, em última
análise, teve que antes passar pelo verbo “oferecer”.
Vantagem tem que ser oferecida antes da prática do ato. Depois não é
crime, podendo ser mero presente dado a funcionário público, respondendo
este por eventual ato de improbidade administrativa em virtude de presentes
recebidos.
Obs: Também não é crime quando o sujeito ativo oferece vantagem para
evitar que o funcionário público pratique algum ato ilegal contra ele, uma vez
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que o tipo penal exige que o ato seja de ofício, supondo, por óbvio, que este
seja lícito. Ex: oferecer dinheiro para o Policial Militar não prendê-lo, sendo
que esta prisão era motivada pelo fato de o P.M. ter “plantado” uma droga
dentro de seu carro. Fato atípico.
Pena. É mesma prevista para o crime de corrupção passiva, uma vez que,
por questões lógicas, não seria proporcional que o corruptor tivesse uma
pena diferente do corrupto.