Química Orgânica
Química Orgânica
Química Orgânica
Material Teórico
Reações Orgânicas I: Introdução às Reações Orgânicas
Revisão Textual:
Prof.ª Me. Natalia Conti
Reações Orgânicas I: Introdução
às Reações Orgânicas
• Introdução;
• Conceitos Importantes;
• Tipos de Reações Orgânicas.
OBJETIVOS DE APRENDIZADO
• Apresentar uma introdução às reações orgânicas e seus mecanismos;
• Apresentar o conceito e exemplos de reações radicalares e polares, bem como suas
principais características.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e
de aprendizagem.
UNIDADE Reações Orgânicas I: Introdução às Reações Orgânicas
Introdução
Olá, tudo bem com você? Seja bem-vindo a mais uma unidade de química orgâ-
nica, na qual conheceremos como funcionam os chamados mecanismos de rea-
ções orgânicas. Você já sabe que uma reação química ocorre quando as moléculas
de substâncias reagem com uma energia igual ou maior à energia de ativação, o
que faz com que seja possível a quebra de ligações químicas (Figura 1). Após esse
processo, as moléculas se unem novamente de modo a baixar a energia do sistema
(se lembra de equilíbrio químico?), podendo voltar à forma de reagentes ou for-
mar novos produtos (ROQUE, 2011).
Então, vamos descobrir mais sobre mecanismos em reações orgânicas? Bons estudos!
Conceitos importantes
Um mecanismo de uma reação orgânica descreve o caminho que o fluxo de
elétrons percorre durante uma reação química, mostrando todas as etapas pelas
quais as substâncias que reagem passam até chegarem à formação de um produto
final. E como podemos representar esse fluxo de elétrons? Neste caso, utilizaremos
setas curvas (Figura 2).
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Importante! Importante!
Cauda Ponta
Figura 2 – Representação de uma seta curva
Como você pode observar na Figura 2, toda seta curva possui uma cauda e
uma ponta. No caso, a cauda indica de onde os elétrons vêm e a ponta, para onde
estão indo (KLEIN, 2016). Logo, é importante que você esboce as setas nos luga-
res corretos. Para tanto, é necessário relembrar que: elétrons existem em orbitais,
podendo estar na forma de pares isolados ou de ligações químicas. Além disso,
lembre-se que a regra do octeto não pode ser violada: os átomos devem sempre
ter oito elétrons em suas camadas de valência (salvo exceções, como o hidrogênio).
Importante! Importante!
Não é possível observar o que realmente ocorre durante a quebra de uma ligação química.
Logo, os mecanismos são baseados em experimentos, e propostos de acordo com o que
pode ser observado/analisado durante uma reação química.
Como exemplo, observe o mecanismo abaixo. Observe que, neste caso, temos
uma seta indo de uma ligação química (cauda) para um par isolado do átomo de
cloro (ponta).
Cl
Figura 3
9
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UNIDADE Reações Orgânicas I: Introdução às Reações Orgânicas
A B A + B
Figura 4
+
A B A + B
A B A B
+
+
Figura 5
Explor
Átomos de carbono que possuem uma carga positiva são chamados de carbocátions.
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• Exemplo 1: Determine, nas reações químicas abaixo, se ocorre uma cisão
homolítica ou heterolítica.
a)
b)
Solução:
a) Observe que, neste caso, houve a quebra da ligação entre os átomos
de oxigênio, e foram formadas duas espécies químicas, com um número
ímpar de elétrons na camada de valência de cada uma. Como já vimos,
isto caracteriza uma cisão homolítica, pois forma dois radicais. Ademais,
trata-se de uma reação radicalar.
b) Nesta reação, ocorre uma cisão heterolítica, pois são formadas espécies
com números diferentes de elétrons (formação de cátions e ânions). Esta
reação pode ser caracterizada como polar ou iônica.
Ademais, para ter mais habilidade na utilização de setas curvas e na previsão de me-
canismos de reação, você deverá se lembrar das seguintes regras (MCMURRY, 2016):
• O deslocamento de elétrons ocorre no seguinte sentido: de um nucleófilo
para um eletrófilo;
• O nucleófilo pode tanto ser carregado negativamente quanto ser neutro;
• O eletrófilo pode também ser neutro ou carregado positivamente;
• A regra do octeto deve ser obedecida (com exceção do hidrogênio, pois possui
apenas 2 elétrons em sua camada de valência).
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UNIDADE Reações Orgânicas I: Introdução às Reações Orgânicas
Figura 6
Solução: Como já vimos, eletrófilos têm afinidade por elétrons, pois o com-
posto tende a alcançar uma camada eletrônica estável. Logo, o composto que
contém o carbocátion, no caso, é o eletrófilo desta etapa da reação. Agora,
vamos analisar a água. Note que ela possui dois pares de elétrons livres para
formar ligações químicas. Portanto, neste caso, a água atua como nucleófilo.
Importante! Importante!
Átomos de carbono que não são carbocátions também podem ser eletrófilos. Neste
caso, o caráter eletrofílico é adquirido devido à polaridade da ligação, ou seja, quando
o átomo ligado ao átomo de carbono possui uma eletronegatividade maior que a do
próprio carbono.
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• Reações ácido-base sempre vão favorecer a formação de ácidos e bases mais fracos;
• Tratando-se de orbitais híbridos, os que têm mais caráter s, terão ânions mais
estáveis. Isso explica a razão dos prótons do etino serem mais ácidos que os
prótons do eteno e do etano, por exemplo;
• Diferenças de eletronegatividade entre os átomos de um composto polarizam
as ligações químicas do mesmo;
• Cargas opostas se atraem e cargas iguais se repelem;
• A natureza prefere estados de menor energia potencial.
Vamos entender melhor como cada um desses fatores pode influenciar no caráter
ácido ou básico de diferentes compostos no Exemplo 3.
a)
b)
Solução: a) Neste caso, podemos comparar os dois átomos que ficarão com
cargas negativas após a saída do próton, o oxigênio e o enxofre. Poderíamos
comparar a eletronegatividade dos mesmos, no entanto, como os elementos
estão na mesma coluna da tabela periódica, é preferível analisar o tamanho
dos átomos do que suas eletronegatividades. Se estivessem na mesma linha da
tabela, seria preferível analisar pela eletronegatividade (pois é um efeito mais
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UNIDADE Reações Orgânicas I: Introdução às Reações Orgânicas
forte), mas como não estão, devemos analisar pelo tamanho. Então, vamos lá:
o átomo de enxofre é maior que o átomo de oxigênio, logo, o enxofre pode
estabilizar melhor a carga negativa. Portanto, o próton ligado ao enxofre apre-
sentará tendência para se desprender, o que lhe concede o caráter mais ácido.
Passemos para a letra b). Neste caso, temos um exemplo do efeito de indução.
Temos um átomo de nitrogênio ligado a dois átomos de carbono e outro a apenas
um. Pelo efeito de indução, o próton destacado em verde é o mais estável e, por-
tanto, o mais ácido entre os dois.
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Equilíbrio, velocidades e variações de energia em reações
Você se lembra do conceito de equilíbrio químico? Bem, só para recapitular,
você deve ter em mente que a constante de equilíbrio indica o sentido no qual a
reação é mais favorecida. Analisando o valor dessa constante (Keq), podemos tirar
as seguintes conclusões:
• Se o valor da constante de equilíbrio for igual ou bem próximo de 1, pode-se
considerar que a reação está em equilíbrio;
• Se o valor da constante for menor que 1, a reação ocorre da direita para a
esquerda, favorecendo a formação dos reagentes;
• Se o valor da constante for maior que 1, a reação ocorre da esquerda para a
direita, favorecendo a formação dos produtos.
∆G=Gprodutos-Greagentes (1)
∆G°=∆H°-T∆S° (3)
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∆G°=-RTlnKeq
T=25+273=298 K
C2H6O(l)+3O2(g)→2CO2(g)+3H2O(g)
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a) ∆H>0,∆S>0 e ∆G<0;
b) ∆H<0,∆S>0 e ∆G<0;
c) ∆H<0,∆S<0 e ∆G<0;
d) ∆H>0,∆S<0 e ∆G>0;
e) ∆H<0,∆S>0 e ∆G>0.
∆G = ∆H-T∆S
Reações de adição
Em reações de adição, as duas substâncias que reagem dão origem a um só
produto. Geralmente ocorrem em hidrocarbonetos nos quais há presença de insa-
turação. Como exemplos de reações de adição, podemos citar: hidrogenação cata-
lítica, halogenação, adição de água, entre outras. Observe um exemplo de reação
de adição na Figura 7.
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UNIDADE Reações Orgânicas I: Introdução às Reações Orgânicas
Reações de eliminação
Neste caso, ocorre o contrário do que acontece nas reações de adição. Em outras
palavras, uma molécula perde alguns átomos, e estes átomos podem formar outras
moléculas. Exemplos de reações de eliminação: desidrogenação, eliminação de ha-
logênios, desidratação de álcoois, entre outras. Observe como ocorre a eliminação
de uma molécula de água a partir de um álcool na Figura 8.
Reações de substituição
Como o próprio nome já diz, ocorre uma substituição na reação. Ou seja, mo-
léculas trocam átomos ou grupos de átomos entre si. As reações de substituição
podem ocorrer, principalmente, por: halogenação, nitração e sulfonação, por
exemplo. Observe um exemplo na Figura 9.
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Figura 10 – Reação de oxidação de um álcool à cetona
Fonte: Roque, 2011
Quando duas moléculas se juntam e, logo após, ocorre a liberação de uma molécula de
Explor
Importante! Importante!
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UNIDADE Reações Orgânicas I: Introdução às Reações Orgânicas
b)
c)
d)
Solução: Para responder a esta questão, é preciso que você tenha conheci-
mento da chamada regra de Markovnikov. Segundo Solomons e Fryhle (2012,
p. 337), a regra de Markovnikov diz que “na adição de HX a um alqueno, o
átomo de hidrogênio se adiciona ao átomo de carbono da ligação dupla que já
tem o maior número de átomos de hidrogênio”. No caso, HX se refere à um
haleto de hidrogênio, como HCl e HF, por exemplo. No entanto, a reação do
Exemplo 4 em questão também pode seguir a reação de Markovnikov. Como
a substância que reage com o alceno é a água, temos uma hidratação de alce-
no. Neste caso, considera-se também que a hidroxila entra no carbono menos
hidrogenado pertencente à ligação dupla carbono-carbono. A única reação que
obedece a todas essas regras é a da letra b:
Figura 11
Importante! Importante!
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Vídeos
Tudo Sobre Química Orgânica - Módulo #6 Reações Radicalares
https://youtu.be/9pN19QNrFbw
Tudo Sobre Química Orgânica - Módulo #5 Reações Iônicas
https://youtu.be/cViJBSUF8gU
Leitura
Acidez e Basicidade de Compostos Orgânicos
https://goo.gl/HUiaLm
Substituição - Substituição nucleofílica nucleofílica alifática
https://goo.gl/Zr2CA3
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UNIDADE Reações Orgânicas I: Introdução às Reações Orgânicas
Referências
KLEIN, D. Química orgânica. 2. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2016. 1 p. v. 1. ISBN:
978-85-216-3192-7.
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