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DIREITO CIVIL - RESUMO PARA A PROVA DA OAB/FGV

1. LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS Direito ao Tratamento médico e à recusa: a) ninguém


pode ser constrangido a submeter-se, com risco de vida, a
DO DIREITO BRASILEIRO (LINDB) tratamento médico ou a intervenção cirúrgica (art. 15 do CC);
b) toda pessoa pode dispor de seu corpo morto, permitindo-se
A LINDB é considerada uma “norma a retratação a qualquer tempo. Na doação após a morte, não é
sobre normas”, já que trata de possível a indicação do beneficiário da doação.
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forma geral sobre os aspectos mais


CONCEITO Direito ao nome: a) toda pessoa tem direito ao
importantes a respeito das normas,
como vigência, validade, eficácia, nome, nele compreendidos o prenome e o sobrenome
aplicação, interpretação, etc. (art. 16 do CC); b) sem autorização, não se pode usar o
nome alheio em propaganda comercial (art. 18 do CC) e
Considera-se vigência o período de c) O pseudônimo adotado para atividades lícitas goza da
atuação da lei, ou seja, o intervalo proteção que se dá ao nome (art. 19 do CC). O pseudônimo
compreendido entre o início e o seu representa o nome fictício utilizado para o exercício de
término. Não se confunde com vigor, determinada atividade profissional (ex.: Silvio Santos,
que é considerado o atributo que Xuxa, etc.).
confere à lei obrigatoriedade.
Direito à Imagem: a) a pessoa tem direito de
Vacatio Legis: período entre o início da
proibir o uso de sua imagem, salvo se for necessário à
vigência da lei e a sua entrada em vigor.
administração da justiça ou à manutenção da ordem
VIGÊNCIA De acordo com art. 1º da LINDB, salvo pública; b) poderá ainda requerer indenização se o uso
disposição contrária, a lei começa a lhe atingir a honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou
vigorar em todo no Brasil quarenta e se a imagem for utilizada para fins comerciais.
cinco (45) dias depois de oficialmente
publicada e nos Estados Estrangeiros TÉRMINO DA PERSONALIDADE
após 3 (três) meses depois de
publicada. Assim, se não houver nada Morte Real: a paralisação a atividade encefálica (art.
especificado na própria lei, o prazo de 3º da Lei n. 9.434/97)
vacatio legis será de 45 dias no Brasil
Morte Presumida: ocorre quando o corpo não é
e 3 meses no estrangeiro.
localizado, podendo ser com decretação de ausência ou
Lei posterior revoga a anterior sem decretação de ausência.
quando expressamente o declare,
quando seja com ela incompatível ou Enorme probabilidade da ocorrência
quando regule inteiramente a matéria da morte e não é necessário seguir o
de que tratava a lei anterior (§ 1º do procedimento de ausência. Ocorre em
art. 2º da LINDB). duas situações: I - se for extremamente
SEM
REVOGAÇÃO A revogação pode ser total (ab- DECRETAÇÃO provável a morte de quem estava
rogação) ou parcial (derrogação), DE AUSÊNCIA em perigo de vida (catástrofe); II - se
devendo-se ressaltar que, salvo alguém, desaparecido em campanha
disposição em contrário, a lei ou feito prisioneiro, não for encontrado
revogada não se restaura por ter a lei até dois anos após o término da guerra.
revogadora perdido a vigência. Não É utilizada quando uma pessoa
há, portanto, repristinação automática COM desparece de seu domicílio sem
no ordenamento jurídico brasileiro DECRETAÇÃO
DE AUSÊNCIA deixar ou enviar notícias, devendo ser
O art. 4º da LINDB estabelece que quando seguido o procedimento de ausência.
INTEGRAÇÃO a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de
DA LEI acordo com a analogia, os costumes e os Procedimento de Ausência
princípios gerais de direito.
Conforme disposto no art. 5º da LINDB, a O juiz nomeará um curador para
APLICAÇÃO Lei em vigor terá efeito imediato e geral, administrar provisoriamente os
DA LEI respeitados o ato jurídico perfeito, o bens do ausente. Ainda que o
direito adquirido e a coisa julgada. ausente não deixe bens, é possível
PRIMEIRA realizar o procedimento de ausência,
FASE para declarar a morte presumida.
2. PESSOAS NATURAIS (CURADORIA Decorrido 1 (um) ano da arrecadação
DOS BENS DO dos bens do ausente, ou, se ele deixou
PERSONALIDADE JURÍDICA AUSENTE) representante ou procurador, em se
passando 3 (três) anos, poderão os
Conceito: a personalidade civil da pessoa começa interessados requerer que se declare
do nascimento com vida, mas a lei põe a salvo, desde a a ausência e se abra provisoriamente
concepção, os direitos do nascituro. a sucessão.

DIREITOS DA PERSONALIDADE

Conceito: são os direitos subjetivos extrapatrimoniais


que toda pessoa tem para proteger a sua própria
integridade física, moral e intelectual.
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Cessa a curatela e é realizada a I - Os maiores de 16 e


partilha dos bens do ausente entre menores de 18 anos;
os herdeiros. Se o ausente deixou
testamento, deverá ser realizada II - Os ébrios habituais e os
SEGUNDA a sua abertura e cumprimento. Os viciados em tóxico;
FASE herdeiros recebem apenas a posse
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(SUCESSÃO provisória dos bens da herança e, para INCAPACIDADE III - aqueles que, por causa
PROVISÓRIA) tanto, devem prestar caução (hipoteca RELATIVA transitória ou permanente,
ou penhor). Estão dispensados da (HAVERÁ não puderem exprimir sua
caução os ascendentes, descendentes ASSISTÊNCIA) vontade;
e cônjuges. Esta fase tem duração de
10 anos. IV - Os pródigos (são aqueles
que possuem desvio de
Dez anos depois de passada em comportamento e gastam
julgado a sentença que concede a imoderadamente o seu
abertura da sucessão provisória, patrimônio).
poderão os interessados requerer a
sucessão definitiva e o levantamento
das cauções prestadas. REPRESENTAÇÃO ASSISTÊNCIA
TERCEIRA
FASE Se o ausente regressar no prazo de Absolutamente incapaz Relativamente incapaz
(SUCESSÃO 10 anos da abertura da sucessão Representante atua sozinho Assistente atua em conjunto
DEFINITIVA) definitiva, terá direito aos bens no no interesse do absolutamente com o relativamente incapaz
estado em que se encontrarem, aos incapaz
sub-rogados em seu lugar ou ao
produto obtido com a venda destes. Atos praticados sem o Atos praticados sem o
Somente após esse prazo de 10 representante são nulos assistente são anuláveis
anos que a sucessão é considerada
Pessoas com Deficiência
inabalável.
Lei n. 13.146/2015: com as alterações promovidas
Procedimento Simplificado: o procedimento de pela Lei n. 13.146/2015, a pessoa com deficiência é
decretação de ausência pode ser simplificado, indo direto considerada absolutamente capaz, podendo, como
para a sucessão definitiva, quando o ausente tiver pelo qualquer outra pessoa, ser considerada relativamente
menos 80 anos de idade e estiver desaparecido há pelo incapaz se, por causa transitória ou permanente, não
menos 5 anos (art. 38 do CC). puder exprimir sua vontade.
COMORIÊNCIA
Art. 6º da Lei n. 13.146/2015 - A deficiência não afeta a
Conceito: a morte simultânea, denominada de plena capacidade civil da pessoa, inclusive para:
comoriência, ocorre quando duas ou mais pessoas
falecem na mesma ocasião (aspecto temporal, e não I - Casar-se e constituir união estável;
local), sem que se possa determinar qual faleceu primeiro,
presumindo-se a morte simultânea (comoriência). A II - Exercer direitos sexuais e reprodutivos;
importância do tema é restrita ao Direito Sucessório, pois
não há sucessão entre os comorientes. III - exercer o direito de decidir sobre o número de
filhos e de ter acesso a informações adequadas sobre
CAPACIDADE reprodução e planejamento familiar;

Capacidade de Direito: é a capacidade genérica, para IV - Conservar sua fertilidade, sendo vedada a
adquirir direitos e contrair deveres. Toda pessoa tem. esterilização compulsória;

Capacidade de Fato: aptidão para exercer V - Exercer o direito à família e à convivência familiar
pessoalmente (sem interferência de terceiro) atos na vida e comunitária; e
civil. Nem toda pessoa tem capacidade de fato.
VI - Exercer o direito à guarda, à tutela, à curatela e à
adoção, como adotante ou adotando, em igualdade de
A única hipótese de oportunidades com as demais pessoas.
incapacidade absoluta é o
caso dos menores de 16
INCAPACIDADE Tomada de Decisão apoiada: a Lei nº 13.146/2015
anos. Para o absolutamente
ABSOLUTA (HAVERÁ (Estatuto da Pessoa com Deficiência) acrescentou o art.
REPRESENTAÇÃO) incapaz será nomeado um
1.783-A ao CC prevendo a “tomada de decisão apoiada”,
representante, que atuará
em que se permite à pessoa com deficiência nomear 2
sozinho nos interesses do
(duas) pessoas de confiança para ajudá-lo no exercício de
incapaz.
sua capacidade, por meio de pedido judicial.

EMANCIPAÇÃO

Conceito: é a antecipação da capacidade civil a uma


pessoa com menos de 18 anos de idade.
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Emancipação Voluntária: é ato extrajudicial realizada jurídica no direito civil exige mais requisitos do que no direito
por ambos os pais, em favor do filho menor com pelo do consumidor, costuma-se dizer que o código civil adotou a
menos 16 anos de idade, mediante escritura pública teoria maior (mais requisitos).
(cartório de notas), a qual deve ser posteriormente levada
a registro (cartório de registro de pessoas naturais) Procedimento: a desconsideração passou a ser
Se houver divergência entre os pais, o menor poderá considerada uma modalidade de intervenção de terceiro
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solicitar ao juiz que supra a vontade de um deles. pelo CPC/2015. Deverá ser instaurado o incidente de
desconsideração da personalidade jurídica, a pedido da
Emancipação Judicial: é aquela deferida pelo juiz ao parte ou do Ministério Público, quando lhe couber intervir
menor tutelado com pelo menos 16 anos de idade, ouvido no processo, sendo, portanto, vedada a desconsideração
o tutor. ex officio. É cabível em todas as fases do processo de
conhecimento, no cumprimento de sentença e na execução
Emancipação Legal: é aquela que ocorre de forma fundada em título executivo extrajudicial. Entretanto, não
automática, quando presente uma das hipóteses do art. haverá necessidade de instauração do incidente se a
5º, inciso. II a V, do CC. Não depende de escritura pública, desconsideração for requerida na inicial, pois, neste caso,
sentença ou registro. Hipóteses: a) casamento (válido): a o processo já nasce contra as pessoas demandadas (art.
idade mínima para casar é 16 anos. Importante: o CC não 134 do CPC/2015). A instauração do incidente suspenderá
mais permite, em nenhuma hipótese, o casamento antes o processo e o sócio ou a pessoa jurídica será citado para
dos 16 anos (Lei nº 13.811/2019; b) exercício de emprego manifestar-se e requerer as provas cabíveis no prazo de
público efetivo: não se exige idade mínima. Não basta a 15 (quinze) dias. Concluída a instrução, se necessária, o
aprovação em concurso púbico nem a posse. É necessário incidente será resolvido por decisão interlocutória.
o efetivo exercício; c) Colação de grau em curso superior:
não se exige idade mínima. Não basta a aprovação em
vestibular e nem o fato de estar cursando a faculdade, 4. DOMICÍLIO
devendo haver colação de grau; d) Estabelecimento
civil (atividade empresária) ou comercial (atividade Finalidade: estabelecer o lugar de exercício dos
empresária) ou relação de emprego, desde que, o menor direitos e cumprimento das obrigações.
com 16 anos completos tenha economia própria: Além de
trabalhar o menor deve ter: (1) idade mínima de 16 anos Domicílio da Pessoa Jurídica: lugar onde funcionarem
completos; (2) economia própria (ser capaz de manter-se as respectivas diretorias e administrações, permitindo-se
com sua própria renda. ainda a eleição de domicílio especial no seu estatuto ou
ato constitutivo (art. 75, IV, do CC). Tendo a pessoa jurídica
diversos estabelecimentos em lugares diferentes, cada
3. PESSOAS JURÍDICAS um deles será considerado domicílio para os atos nele
praticados (§ 1º do art. 75 do CC).
FUNDAÇÕES
Domicílio da Pessoa Natural: lugar onde ela
Conceito: as fundações, assim como as associações, estabelece a sua residência com ânimo definitivo. Existem,
não podem ter finalidade lucrativa e são criadas por portanto, dois elementos que integram o conceito de
ato de um instituidor, por escritura pública (em vida) domicílio: a) residência (local de moradia) e b) ânimo
ou testamento (após a morte), onde será especificada a definitivo (art. 70 do CC).
dotação de bens livres para o desempenho de uma das
atividades listadas no parágrafo único do art. 62 do CC
(assistência social, cultura, educação, saúde, etc.). 5. BENS
Extinção: tornando-se ilícita, impossível ou inútil a BENS CONSIDERADOS EM SI MESMO
finalidade a que visa a fundação, ou vencido o prazo de
sua existência, o órgão do Ministério Público, ou qualquer IMÓVEIS: a) aqueles que não puderem
interessado, lhe promoverá a extinção, incorporando- ser transportados de um lugar para
se o seu patrimônio, salvo disposição em contrário no outro sem sofrerem modificação ou
ato constitutivo, ou no estatuto, em outra fundação, danificação; b) solo e tudo quanto se
designada pelo juiz, que se proponha a fim igual ou
BENS MÓVEIS lhe incorporar natural (plantas, fontes,
semelhante (art. 69 do CC). E IMÓVEIS etc.) ou artificialmente (construções,
SOCIEDADES p. ex.); c) imóveis por determinação
legal: I) os direitos reais sobre imóveis
O estudo das sociedades é feito no livro de Direito e as ações que os asseguram e II) o
Empresarial. direito à sucessão aberta.

DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA

Requisitos: no direito civil, a desconsideração da


personalidade jurídica da empresa exige a ocorrência
de abuso da personalidade jurídica, caracterizado
pelo desvio de finalidade ou pela confusão patrimonial
(art. 50 do CC). Passou-se a permitir expressamente a
desconsideração inversa da Personalidade Jurídica.

Teoria Menor: como a desconsideração da personalidade


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MÓVEIS: a) aqueles suscetíveis de As de mero deleite ou recreio,


movimento próprio (semoventes, que não aumentam o uso habitual
por exemplo), ou de remoção por do bem, ainda que o tornem
força alheia (carros, por exemplo), mais agradável ou sejam de
sem alteração da substância ou elevado valor (construção de
da destinação econômico-social; uma sauna ou piscina, p.ex.).
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b) móveis por determinação legal: BENFEITORIAS Possuidor de boa-fé: Caso não


VOLUPTUÁRIAS
BENS MÓVEIS I) energia, II) os direitos reais seja paga, pode levar a benfeitoria
E IMÓVEIS sobre objetos móveis e as ações (levantar o bem), se não houver
correspondentes e III - os direitos deterioração da coisa (art. 1.219
pessoais de caráter patrimonial e do CC). Possuidor de má-fé: Não
respectivas ações; c) os materiais tem direito a indenização nem a
destinados a alguma construção, retenção (art. 1.220 do CC).
enquanto não forem empregados e
materiais provenientes da demolição Pertenças: são pertenças os bens que, não
de algum prédio constituindo partes integrantes, se destinam, de modo
duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de
FUNGÍVEIS: os móveis que podem outro, como no caso dos aparelhos de ar-condicionado ou
substituir-se por outros da mesma quadros de uma residência.
BENS espécie, qualidade e quantidade.
FUNGÍVEIS E
INFUNGÍVEIS INFUNGÍVEIS: que não podem ser Principal característica: diferentemente dos demais
substituídos por outro da mesma bens reciprocamente considerados, as pertenças não
espécie, qualidade e quantidade. seguem o principal, salvo se o contrário resultar da lei, da
manifestação de vontade, ou das circunstâncias do caso.
SINGULARES: bens que, embora
reunidos, se consideram de per si,
independentemente dos demais. 6. NEGÓCIO JURÍDICO
COLETIVOS: constituídos por dois ou
mais bens singulares que se encontram Segundo a doutrina, o negócio jurídico pode ser
BENS dividido em três planos (Escada Ponteana).
SINGULARES agregados num todo, podendo
E COLETIVOS constituir uma universalidade de fato
(por vontade, possuem destinação PLANO DE Elementos: a) agente (pessoa),
única) e universalidade de direito EXISTÊNCIA b) vontade e c) objeto.
(bens tratados de forma coletiva em
Elementos: a) agente capaz, b)
razão de determinação legal, como no PLANO DE
vontade livre e consciente e c)
caso da massa falida e do espólio). VALIDADE
objeto lícito, possível e determinado
BENS RECIPROCAMENTE CONSIDERADOS Elementos: a) termo (evento futuro
e certo), b) condição (evento futuro
Bem Principal: é aquele que existe sobre si, abstrata e incerto) e encargo (ônus ou uma
ou concretamente. obrigação ao contemplado pelo
negócio jurídico).
Bem Acessório: cuja existência supõe a do principal, PLANO DE
como no caso dos frutos, produtos, acessões, benfeitorias EFICÁCIA A condição é classificada em
(obras realizadas) e pertenças. condição suspensiva (enquanto
esta não ocorrer, não se terá
Benfeitorias adquirido o direito) e condição
resolutiva (enquanto não ocorrer,
Têm por fim conservar o bem ou vigorará o negócio jurídico).
evitar que se deteriore (conserto
do telhado, p.ex.) Possuidor de Vontade: a) a manifestação de vontade subsiste
boa-fé: Tem direito a receber ainda que o seu autor haja feito a reserva mental de não
BENFEITORIAS indenização e retenção do bem querer o que manifestou, salvo se dela o destinatário
NECESSÁRIAS até o seu pagamento (art. 1.219 tinha conhecimento (art. 110 do CC); b) o silêncio
do CC). Possuidor de má-fé: Tem importa anuência, quando as circunstâncias ou os usos o
direito apenas a indenização, mas autorizarem, e não for necessária a declaração de vontade
não pode reter o bem (art. 1.220 expressa; c) nas declarações de vontade se atenderá
do CC). mais à intenção nelas consubstanciada do que ao sentido
literal da linguagem; d) os negócios jurídicos devem ser
As que aumentam ou facilitam interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de
o uso do bem (aumento da sua celebração; e) os negócios jurídicos benéficos e a
garagem, p.ex.). Possuidor de renúncia interpretam-se estritamente.
boa-fé: Se autorizada, tem direito
BENFEITORIAS a receber indenização e retenção Menor de idade: a) pessoa absolutamente incapaz,
ÚTEIS
do bem até o seu pagamento (art. haverá nulidade absoluta, b) pessoa relativamente
1.219 do CC). Possuidor de má-fé: incapaz, haverá nulidade realtiva, c) menor entre 16
Não tem direito a indenização nem e 18 anos que maliciosamente esconde a sua idade, o
a retenção (art. 1.220 do CC). negócio será válido.
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DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO


ATOS NULOS ATOS ANULÁVEIS

Conceito: falsa percepção da Interesse Público Interesse Privado.


realidade. Não há elemento essencial do Ocorre principalmente quando
negócio jurídico, ou quando há incapacidade relativa ou
Consequência: anulabilidade do ato, afetar interesse público vício de consentimento.
ERRO
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desde que o erro seja substancial. (simulação).


Prazo Decadencial: 4 anos da Pode ser reconhecida de Reconhecida apenas pela
celebração do negócio. ofício pelo juiz. provocação das partes.
Conceito: o induzimento Não é suscetível de É suscetível de
malicioso de uma pessoa a erro. confirmação nem confirmação e convalesce
convalesce pelo decurso pelo decurso do tempo.
Consequência: anulabilidade do do tempo, podendo ser O art. 178 do CC dispõe
ato, desde que o dolo seja para requerida mediante ação que é de 4 (quatro) anos o
DOLO prejudicar (dolo malus) e recaia declaratória de nulidade, prazo de decadência para
sobre elemento essencial do que é imprescritível. pleitear-se a anulação do
negócio. negócio jurídico.

Prazo Decadencial: 4 anos da A declaração de nulidade Efeitos ex nunc, ou seja, a


celebração do negócio. possui efeitos ex tunc, partir da sentença.
ou seja, os efeitos são
Conceito: ameaça séria e retroativos.
iminente, capaz de causar
fundado temor de danos à
própria pessoa, um familiar, ou 7. ATO ILÍCITO
COAÇÃO ao patrimônio do coagido.
Conceito: comete ato ilícito aquele que, por ação ou
Consequência: anulabilidade do ato. omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito
e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral.
Prazo Decadencial: 4 anos, a
contar do fim da coação. Abuso de Direito: também pratica ato ilícito o titular
Conceito: corre quando o negócio de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente
jurídico é maliciosamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social,
celebrado por devedor insolvente, pela boa-fé ou pelos bons costumes (art. 187 do CC), ou
ou na iminência de se tornar, para seja, o abuso de direito também é considerado ato ilícito.
se desfazer de seu patrimônio,
prejudicando os seus credores. Excludentes de ilicitude (art. 188 do CC): I - os
praticados em legítima defesa ou no exercício regular de
Requisitos: a) evento danoso um direito reconhecido; II - a deterioração ou destruição
FRAUDE CONTRA (eventus damni) e b) conluio da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remover
CREDORES Fraudulento (consilium fraudis). perigo iminente (estado de necessidade).

Consequência: anulabilidade do ato. No caso do inciso II (estado de necessidade),


haverá o dever de indenizar, mas será possível ação de
Prazo Decadencial: 4 anos regresso em face do culpado (Trata-se de hipótese de
da celebração do negócio responsabilidade civil mesmo se tratando de ato lícito).
jurídico, devendo ser ajuizada a
denominada ação pauliana (ou
revocatória). 8. PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA
Conceito: exteriorização enganosa
de negócio jurídico, objetivando PRESCRIÇÃO DECADÊNCIA
prejudicar terceiro. Perda da Pretensão Perda do Direito (direito
SIMULAÇÃO (direito subjetivo) potestativo)
Consequência: haverá nulidade d
o negócio jurídico simulado, mas Apenas exista e prescrição Existe a decadência legal e
subsistirá o que se dissimulou, se prevista em lei convencional
válido for na substância e na forma Pode ser renunciada Não pode ser renunciada,
salvo a convencional
Prazo pode ser suspenso ou Prazo não se suspende
INVALIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO interrompido (interrupção nem interrompe, salvo no
apenas 1 vez) caso de absolutamente
A invalidade do negócio compreende os atos nulos e incapaz, contra o qual não
anuláveis, conforme artigo 166 ao 184 do CC. corre a decadência.
Vejamos as principais diferenças: Prazo sempre contados Prazo pode ser contado
em anos em dias
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Reconhecimento de ofício: tanto a prescrição quanto OBRIGAÇÃO DE FAZER


a decadência legal podem ser reconhecidas de ofício pelo
juiz. A decadência convencional, entretanto, depende de Obrigação de fazer fungível: se houver
provocação, não podendo ser reconhecida de ofício. inadimplemento, o credor poderá exigir: a) cumprimento
forçado do devedor originário, por tutela específica
(astreintes); b) Cumprimento por terceiro, às custas do
9. DIREITO DAS OBRIGAÇÕES
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devedor originário; c) resolução com perdas e danos (art.


248).
ESPÉCIES DE OBRIGAÇÕES
Urgência: além disso, em caso de urgência, o credor
OBRIGAÇÃO DE DAR poderá realizar por conta própria (sem a autorização judicial)
a obrigação de fazer e posteriormente pleitear ressarcimento
CULPA CONSEQUÊNCIA e perdas e danos em face do devedor (art. 249, parágrafo
único, do CC). Trata-se de um caso de autotutela.
Resolve-se a obrigação
para ambas as partes, Obrigação de fazer infungível: se houver
NÃO inadimplemento, o credor poderá exigir: a) cumprimento
sem perdas e danos
(art. 234) forçado do devedor originário, por tutela específica
PERDA DA COISA (astreintes); b) perdas e danos. Não cabe cumprimento
Devedor responde por terceiro nem autotutela.
pelo equivalente, mais
SIM
perdas de danos (Art. OBRIGAÇÃO DE NÃO FAZER
234, 2ª parte).
O credor pode: Inadimplemento com culpa do devedor: o credor
resolver a obrigação poderá exigir: a) Que o ato seja desfeito, se possível, por
ou ficar com a coisa tutela específica, ou por terceiro às custas do devedor; b)
DETERIORAÇÃO no estado em que se Resolução com perdas e danos.
NÃO
DA COISA encontrar, abatida a
OBRIGAÇÕES ALTERNATIVAS
desvalorização (art.
234), sem perdas e Conceito: é aquela formada por duas ou mais
danos. prestações, devendo o devedor cumprir apenas uma
delas. A conjunção que identifica a obrigação alternativa
OBRIGAÇÃO DE RESTITUIR é “ou” e a escolha cabe ao devedor, salvo estipulação em
sentido contrário.
CULPA CONSEQUÊNCIA
Prestação: fixada a obrigação alternativa e cabendo
O credor sofrerá a perda, a escolha ao devedor, este não pode obrigar o credor a
ressalvados os seus receber parte em uma prestação e parte em outra (§ 1º
direitos até o dia da perda do art. 252 do CC).
NÃO
(art. 238) – res perit
PERDA DA domino (a coisa perece OBRIGAÇÃO FACULTATIVA
COISA para o dono).
Responderá o devedor pelo Conceito: na obrigação facultativa, permite-se ao
SIM equivalente à coisa, mais devedor dar prestação diferente daquela que foi ajustada
perdas e danos (art. 239 incialmente entre as partes. Assim, embora a obrigação
seja inicialmente delimitada (um único objeto), o devedor
O credor somente pode terá a faculdade de cumpri-la mediante outra prestação,
exigir a coisa no estado a sua escolha.
em que se encontrar
(art. 240), sem perdas OBRIGAÇÃO DIVISÍVEL
NÃO
e danos. Máxima: se a
coisa perece para o dono Havendo mais de um devedor ou mais de um credor
totalmente, também em obrigação divisível, esta presume-se dividida em
perece parcialmente. tantas obrigações, iguais e distintas, quantos os credores
ou devedores.
Resolução + equivalente
DETERIORAÇÃO à coisa + perdas e danos OBRIGAÇÃO INDIVISÍVEL
DA COISA (art. 239)
Pluralidade de devedores: cada um será obrigado pela
ou dívida toda, mas o devedor que paga a dívida sub-roga-se
no direito do credor em relação aos outros coobrigados.
SIM O credor pode exigir o
equivalente à coisa ou Pluralidade for de credores: poderá cada um destes
aceitá-la no estado em exigir a dívida inteira, sendo que o devedor ou devedores
que se encontrar, nos dois se desobrigarão pagando: I - a todos os credores
casos com perdas e danos conjuntamente; II - a um dos credores, dando este credor
(art. 236 - Enunciado 15 da caução de ratificação (garantia) dos demais credores.
1ª Jornada de Direito Civil).
OBRIGAÇÕES SOLIDÁRIAS
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Solidariedade Ativa Inadimplemento absoluto: é o descumprimento


total da obrigação, que não pode mais ser cumprida pelo
Exigência: cada um dos credores solidários tem o devedor, uma vez que se tornou inútil ao credor.
direito de exigir do devedor o cumprimento da prestação
por inteiro. Enquanto os credores solidários não Inadimplemento relativo (mora): é o descumprimento
demandarem o devedor comum, a qualquer dos credores parcial da obrigação, que ainda pode ser cumprida pelo
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poderá o devedor pagar. devedor, porque útil ao credor.

Pagamento: o pagamento feito a um dos credores Mora do Credor: a) subtrai o devedor isento de
solidários extingue a dívida até o montante do que dolo à responsabilidade pela conservação da coisa; b)
foi pago. O credor que tiver recebido o pagamento ou obriga o credor a ressarcir as despesas empregadas em
remitido (perdoado) a dívida responderá perante os conservá-la; c) sujeita o credor a receber a obrigação
outros credores pelas partes correspondentes. pela estimação mais favorável ao devedor, se o seu valor
oscilar entre o dia estabelecido para o pagamento e o da
Falecimento: se um dos credores solidários falecer sua efetivação.
deixando herdeiros, cada um destes herdeiros só
terá direito a exigir e receber a quota do crédito que Mora do Devedor: a) o devedor responde pelos
corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a prejuízos a que sua mora der causa, mais juros,
obrigação for indivisível. atualização dos valores monetários segundo índices
oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de
Perdas e danos: convertendo-se a prestação em advogado; b) se a prestação, devido à mora, se tornar
perdas e danos, subsiste (permanece), para todos os inútil ao credor, este poderá enjeitá-la, e exigir a
efeitos, a solidariedade, o que diferencia a solidariedade satisfação das perdas e danos; c) o devedor em mora
da indivisibilidade. responde pela impossibilidade da prestação, embora essa
impossibilidade resulte de caso fortuito ou força maior,
Solidariedade Passiva se estes ocorrerem durante o atraso; salvo se provar
isenção de culpa, ou que o dano sobreviria ainda quando
Exigência: o credor tem direito a exigir e receber de a obrigação fosse oportunamente desempenhada.
um ou de alguns dos devedores, parcial ou totalmente, a
dívida comum. Se o pagamento tiver sido parcial, todos os CLÁUSULA PENAL
demais devedores continuam obrigados solidariamente
pelo resto. Não importará renúncia da solidariedade a Conceito: constitui uma penalidade de natureza
propositura de ação pelo credor contra um ou alguns dos acessória instituída por lei ou por acordo das partes para
devedores (art. 275). os casos de inadimplemento da obrigação
Renúncia: o credor pode renunciar à solidariedade
em favor de um, de alguns ou de todos os devedores. Se o CLÁUSULA PENAL CLÁUSULA PENAL
credor exonerar da solidariedade um ou mais devedores, MORATÓRIA COMPENSATÓRIA
subsistirá a dos demais (art. 282). No entanto, se um Quando se estipular a Quando se estipular a
dos devedores se tornar insolvente, a parte deste será cláusula penal para o caso cláusula penal para o
rateada entre os demais devedores, inclusive entre os de mora, ou em segurança caso de inadimplemento
exonerados da solidariedade (art. 283 e 284 do CC). especial de outra cláusula total da obrigação,
determinada, terá o esta converter-se-á em
Remissão: a remissão (perdão) concedida a um credor o arbítrio de exigir alternativa a benefício do
dos codevedores extingue a dívida na parte a ele a satisfação da pena credor, ou seja, credor
correspondente. A solidariedade entre os demais cominada, juntamente deve optar entre a multa
codevedores persiste, mas deverá ser deduzida a parte com o desempenho da ou o pagamento de perdas
da dívida perdoada. obrigação principal (MULTA e danos (MULTA OU
+ OBRIGAÇÃO PRINCIPAL). PERDAS e DANOS)
Falecimento: se um dos devedores solidários
falecer deixando herdeiros, cada um destes herdeiros ARRAS
será obrigado a pagar a quota que corresponder ao
seu quinhão hereditário. Se a obrigação for indivisível, Conceito: as arras ou sinal representam a entrega
poderá ser exigida por inteiro. Os herdeiros reunidos são de dinheiro ou outro bem móvel como forma de uma
considerados como um único devedor em relação aos das partes demonstrar o seu interesse em celebrar
demais devedores (art. 276 do CC). futuramente contrato com a outra.
Inadimplemento por culpa: impossibilitando-se a
prestação por culpa de um dos devedores solidários, ARRAS ARRAS PENITENCIAIS
subsiste para todos o encargo de pagar o equivalente; mas CONFIRMATÓRIAS
pelas perdas e danos só responde o culpado, conforme Início de pagamento Natureza de indenização
art. 279 do CC. Esse efeito diferencia a solidariedade da
indivisibilidade. Não prevê a possibilidade Prevê a possibilidade de
de arrependimento arrependimento
Juros de Mora: todos os devedores respondem pelos
juros da mora, ainda que a ação tenha sido proposta
somente contra um; mas o culpado responde aos outros
pela obrigação acrescida.

INADIMPLEMENTO DAS OBRIGAÇÕES


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DIREITO CIVIL - RESUMO PARA A PROVA DA OAB/FGV

É possível à parte Não cabe indenização Um aspecto importante dos contratos bilaterais é
prejudicada pleitear suplementar (perdas a regra exceptio non adimpleti contractus (exceção
indenização suplementar e danos). do contrato não cumprido), segundo a qual nenhum
(perdas e danos) dos contratantes, antes de cumprida a sua obrigação,
pode exigir o implemento da do outro (art. 476 do
CC). Além disso, se depois de concluído o contrato,
10. CONTRATOS
OAB NA MEDIDA | DIREITO CIVIL | RESUMO PARA A PROVA DA OAB/FGV

sobrevier a uma das partes contratantes diminuição


em seu patrimônio capaz de comprometer ou tornar
PRINCÍPIOS duvidosa a prestação pela qual se obrigou, pode a
outra recusar-se à prestação que lhe incumbe, até
Princípio da Autonomia da Vontade: as partes que aquela satisfaça a que lhe compete ou dê garantia
possuem liberdade ampla, podendo acordar tudo o que bastante de satisfazê-la (art. 447 do CC).
quiserem, desde que não desrespeitem a lei.
Quanto à formação: a) consensuais: formam-se
Contratos Atípicos: É lícito às partes estipular contratos apenas pela vontade das partes, independentemente
atípicos, observadas as normas gerais fixadas no da entrega do objeto da prestação (exemplo: compra
código civil (art. 425 do CC). No entanto, a lei dispõe e venda); b) reais: além da vontade das partes, a sua
expressamente que a herança de pessoa viva não pode formação depende da efetiva entrega da coisa (exemplo:
ser objeto de contrato (art. 426 do CC), sendo qualquer comodato). Se não houver a entrega (tradição), não há
disposição nesse sentido nula de pleno direito. sequer o contrato.

Princípio da Força Obrigatória: trata-se da ideia de Quanto à solenidade: a) solenes: dependem de forma
que o contrato faz lei entre as partes, ou seja, as partes específica exigida por lei, como no caso da compra e venda
são obrigadas a cumprir as obrigações nos exatos termos de imóvel com valor superior a 30 salários mínimos em
estipulados (pacta sunt servanda). Este princípio, no que a lei exige escritura pública (art. 108 do CC); b) não
entanto, tem como principal exceção a teoria da imprevisão. solenes (não formais): não dependem de forma específica.
Trata-se da regra geral.

TEORIA DA IMPREVISÃO: nos contratos de execução Quanto à onerosidade: a) gratuitos: apenas uma das
continuada (pagamento parcelado, por exemplo) ou partes é beneficiada economicamente (exemplo: doação);
diferida (estipula-se dada futura para pagamento, por b) onerosos: ambas as partes recebem vantagens
exemplo), se a prestação de uma das partes se tornar econômicas (exemplo: compra e venda, locação, etc.).
excessivamente onerosa, com extrema vantagem para
a outra, em virtude de acontecimentos extraordinários Quanto aos riscos: a) comutativos: são aqueles em
e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução que as prestações são certas e determinadas, de modo
do contrato, sendo que os efeitos da sentença que que as partes já sabem o valor que vão despender. Apenas
a decretar retroagirão à data da citação (art. 478 do nos contratos comutativos é que cabe ação revisional; b)
CC). O art. 479 do CC, por sua vez, estabelece que a aleatórios: não há equivalência nas prestações, já que
resolução poderá ser evitada, oferecendo-se o réu a uma das partes não consegue antever qual será o valor
modificar equitativamente as condições do contrato. da prestação (exemplo: Contrato de seguro).

Princípio da função social do contrato: trata-se de VÍCIOS REDIBITÓRIOS


princípio que mitiga a noção de autonomia da vontade
Conceito: considera-se vício redibitório o defeito
das partes, impondo a necessidade de se observar o
oculto que a torna a coisa imprópria ao uso a que é
interesse da coletividade na celebração dos contratos.
destinada, ou lhe diminua o valor.
Assim, embora as partes tenham liberdade de contratar,
essa liberdade não pode ofender o interesse social. Alienante sabia da existência do vício: se o alienante
sabia da existência do vício e o adquirente rejeitar a coisa,
Princípio da boa-fé: baseia-se na ideia de eticidade,
o alienante, além de devolver o bem, deverá ainda pagar
subdivide-se em boa-fé subjetiva e objetiva.
perdas e danos.

Trata-se de um estado de Alienante não sabia da existência do vício: por outro


espírito, estado psicológico, lado, se o alienante não conhecia o vício, tão-somente
BOA-FÉ SUBJETIVA restituirá o valor recebido, mais as despesas do contrato
ou seja, significa a intenção,
crença ou ignorância, da parte. (art. 443 do CC).
Diz respeito ao comportamento Ação Redibitória e quanti minoris: se o adquirente
externo, ou seja, a conduta optar por rejeitar a coisa, deverá propor ação redibitória.
BOA-FÉ OBJETIVA da parte, sendo o aspecto da Por outro lado, se optar por pleitear o abatimento do
boa-fé mais importante para o preço, deverá propor ação quanti minoris.
código civil.

CLASSIFICAÇÃO

Quanto às obrigações: a) unilaterais: criam


obrigações para apenas uma das partes (exemplo:
contrato de doação); b) bilaterais: criam obrigações para
ambas as partes (exemplo: Compra e venda).
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DIREITO CIVIL - RESUMO PARA A PROVA DA OAB/FGV

Prazo decadencial para pleitear a redução ou ou o modelo, se houver contradição ou diferença com a
abatimento do preço: maneira pela qual se descreveu a coisa no contrato (art.
484 do CC).
BENS MÓVEIS BENS IMÓVEIS Riscos da coisa: até o momento da tradição, os riscos
Regra Geral: 30 dias Regra Geral: 1 ano contado da coisa correm por conta do vendedor, e os do preço por
OAB NA MEDIDA | DIREITO CIVIL | RESUMO PARA A PROVA DA OAB/FGV

contados da entrega efetiva. da entrega efetiva. conta do comprador. No entanto, correrão por conta do
comprador os riscos das referidas coisas, se estiver em
Se o adquirente já estava Se o adquirente já estava mora de as receber, quando postas à sua disposição no
na posse do bem: prazo na posse do bem: prazo tempo, lugar e pelo modo ajustados (art. 492 do CC).
pela metade (15 dias), pela metade (6 meses),
contado da alienação. contado da alienação. Insolvência: não obstante o prazo ajustado para o
pagamento, se antes da tradição o comprador cair em
Se o vício só puder ser Se o vício só puder ser insolvência, poderá o vendedor sobrestar na entrega da
conhecido mais tarde: prazo conhecido mais tarde: prazo coisa, até que o comprador lhe dê caução de pagar no
de 180 dias, contado a partir de 1 ano, contado a partir da tempo ajustado (art. 495 do CC).
da descoberta do vício. descoberta do vício.
Cônjuges: é lícita a compra e venda entre cônjuges, com
Prazo de garantia: não correrão os prazos relação a bens excluídos da comunhão (art. 499 do CC).
decadenciais acima mencionados na constância de
cláusula de garantia. No entanto, o adquirente deve Cláusulas especiais da Compra e Venda
denunciar o defeito ao alienante nos trinta dias seguintes
ao seu descobrimento, sob pena de decadência (art. 446 Garante o direito ao vendedor de
do CC). coisa imóvel de readquiri-la no prazo
decadencial de 3 anos, restituindo
EVICÇÃO
o preço recebido e reembolsando
Conceito: ocorre quando o adquirente de um bem RETROVENDA as despesas do comprador (art. 505
perde a sua posse ou propriedade em razão de decisão do CC). O direito de retrato, que é
judicial que atribui a titularidade da coisa a terceiro. A cessível e transmissível a herdeiros e
evicção ocorre nos contratos onerosos e subsiste ainda legatários, poderá ser exercido contra
que a aquisição se tenha realizado em hasta pública (art. o terceiro adquirente (art. 507 do CC).
447 do CC). A venda feita a contento do comprador
é realizada sob condição suspensiva,
Consequência: havendo evicção, salvo estipulação VENDA A ainda que a coisa lhe tenha sido
em contrário, tem direito o evicto, além da restituição CONTENTO entregue, e não se reputará perfeita,
integral do preço ou das quantias que pagou: I - à enquanto o adquirente não manifestar
indenização dos frutos que tiver sido obrigado a restituir; seu agrado.
II - à indenização pelas despesas dos contratos e pelos
prejuízos que diretamente resultarem da evicção; III - às Também é feita sob a condição
VENDA suspensiva de que a coisa tenha as
custas judiciais e aos honorários do advogado por ele SUJEITA A
constituído (art. 450, caput, do CC). PROVA qualidades asseguradas pelo vendedor
e seja idônea para o fim a que se destina.
Cláusula excluindo a evicção: as partes podem, Cláusula que obriga o comprador
por cláusula expressa, reforçar, diminuir ou excluir a (coisa móvel ou imóvel) a oferecê-la
responsabilidade pela evicção. No entanto, se esta se ao vendedor caso resolva aliená-la
der, tem direito o evicto a receber o preço que pagou pela a um terceiro, para que o vendedor
coisa evicta, se não soube do risco da evicção, ou, dele possa exercer o seu direito de
informado, não o assumiu (art. 449 do CC). preferência. O prazo máximo da
PRINCIPAIS CONTRATOS EM ESPÉCIE cláusula de retrovenda é de 180 dias
PREEMPÇÃO para bens móveis e de 2 anos para
COMPRA E VENDA bens imóveis. Após a notificação, o
vendedor terá prazo de 3 dias (bens
Conceito: um dos contratantes se obriga a transferir o móveis) e 180 dias (bens imóveis)
domínio de certa coisa, enquanto que o outro se obriga a para exercer o direito de preferência,
pagar-lhe certo preço em dinheiro. A compra e venda, por sob pena de decadência. O direito de
si só, não transmite a propriedade, já que esta ocorrerá com preferência não se pode ceder nem
o registro imobiliário (imóveis) ou com a tradição (móveis). passa aos herdeiros
Na venda de coisa móvel, pode o
Contrato consensual: a compra e venda é um
vendedor reservar para si a propriedade,
contrato consensual, já que seu aperfeiçoamento ocorre
até que o preço esteja integralmente
com a manifestação de vontade das partes.
pago. A transferência de propriedade
VENDA COM ao comprador dá-se no momento em
Principais regras: RESERVA DE
DOMÍNIO que o preço esteja integralmente pago.
Venda por amostras: se a venda se realizar à vista A cláusula de reserva de domínio será
de amostras, protótipos ou modelos, entender-se-á que estipulada por escrito e depende de
o vendedor assegura ter a coisa as qualidades que a registro no domicílio do comprador
elas correspondem. Prevalece a amostra, o protótipo para valer contra terceiros.
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DIREITO CIVIL - RESUMO PARA A PROVA DA OAB/FGV

CONTRATO ESTIMATÓRIO Direito de revogar: o direito de revogar a doação não


se transmite aos herdeiros do doador, nem prejudica os
Conceito: o dono de um bem móvel (consignante) o do donatário, mas aqueles podem prosseguir na ação
entrega a uma empresa ou pessoa física (consignatário), iniciada pelo doador, continuando-a contra os herdeiros
que fica autorizada a vendê-lo, pagando àquele o preço do donatário, se este falecer depois de ajuizada a lide (art.
ajustado, salvo se preferir, no prazo estabelecido, 560 do CC).
OAB NA MEDIDA | DIREITO CIVIL | RESUMO PARA A PROVA DA OAB/FGV

restituir-lhe a coisa consignada.


Modalidades de doação que não podem ser
Características: é contrato real, não se forma antes revogadas: há algumas modalidades de doação que não
da entrega da coisa, oneroso, comutativo e bilateral. podem ser revogadas (art. 564 do CC): I - as doações
puramente remuneratórias; II - as oneradas com encargo
Impossibilidade de restituição da coisa: o já cumprido; III - as que se fizerem em cumprimento
consignatário não se exonera da obrigação de pagar o de obrigação natural; IV - as feitas para determinado
preço, se a restituição da coisa, em sua integridade, se casamento.
tornar impossível, ainda que por fato a ele não imputável
(art. 535 do CC). EMPRÉSTIMO
DOAÇÃO Conceito: considerado gênero do qual os contratos
de comodato e de mútuo são espécies.
Conceito: o contrato em que uma pessoa, por
liberalidade, transfere do seu patrimônio bens ou
vantagens para o de outra. Empréstimo gratuito de
COMODATO coisas móveis ou imóveis
Contrato formal: como regra geral, deve ser feita não fungíveis.
por escritura pública (bens imóveis) ou instrumento O mútuo é o empréstimo
particular (bens móveis). Entretanto, se a doação versar de coisas fungíveis, sendo
sobre bens móveis e de pequeno valor, e logo em seguida que o mutuário é obrigado
ocorrer a tradição, poderá ser feita verbalmente. a restituir ao mutuante
o que dele recebeu em
Revogação da doação: pode ocorrer por ingratidão do MÚTUO
coisa do mesmo gênero,
donatário, ou por inexecução do encargo.
qualidade e quantidade
(art. 586 do CC). O principal
O art. 562 do CC estabelece exemplo de mútuo é o
que a doação onerosa pode ser empréstimo de dinheiro.
revogada por inexecução do
encargo, se o donatário incorrer Principais regras do comodato: a) o comodatário
INEXECUÇÃO DO em mora. Não havendo prazo constituído em mora, além de por ela responder, pagará,
ENCARGO para o cumprimento, o doador até restituí-la, o aluguel da coisa que for arbitrado pelo
poderá notificar judicialmente o comodante (art. 582 do CC); b) correndo risco o objeto
donatário, assinando-lhe prazo do comodato juntamente com outros do comodatário,
razoável para que cumpra a antepuser este a salvação dos seus abandonando o do
obrigação assumida comodante, responderá pelo dano ocorrido, ainda que
se possa atribuir a caso fortuito, ou força maior; c) o
Hipóteses (art. 557 do CC):
comodatário não poderá jamais recobrar do comodante
I - Se o donatário atentou contra as despesas feitas com o uso e gozo da coisa emprestada
a vida do doador ou cometeu (art. 584 do CC).
crime de homicídio doloso
Principais regras do mútuo: a) o mútuo transfere
contra ele
o domínio da coisa emprestada ao mutuário, por cuja
II - Se cometeu contra ele ofensa conta correm todos os riscos dela desde a tradição
física; (art. 587 do CC); b) O mútuo feito a pessoa menor, sem
prévia autorização daquele sob cuja guarda estiver, não
III - se o injuriou gravemente ou pode, como regra geral, ser reavido nem do mutuário,
INGRATIDÃO o caluniou; nem de seus fiadores (art. 588 do CC). Exceções: I - se a
pessoa, de cuja autorização necessitava o mutuário para
IV - Se, podendo ministrá-los, contrair o empréstimo, o ratificar posteriormente; II - se
recusou ao doador, os alimentos o menor, estando ausente essa pessoa, se viu obrigado a
de que este necessitava. contrair o empréstimo para os seus alimentos habituais;
III - se o menor tiver bens ganhos com o seu trabalho.
A revogação poderá ocorrer Mas, em tal caso, a execução do credor não lhes poderá
também quando o ofendido, nos ultrapassar as forças; IV - se o empréstimo reverteu em
casos acima enumerados, for o benefício do menor; V - se o menor obteve o empréstimo
cônjuge, ascendente, descendente maliciosamente.
ou irmão do doador
FIANÇA
Pedido de Revogação: a revogação da doação deverá
ser pleiteada dentro de 1 (um) ano, a contar de quando Conceito: no contrato de fiança, uma pessoa garante
chegue ao conhecimento do doador o fato que a autorizar, satisfazer ao credor uma obrigação assumida pelo
e de ter sido o donatário o seu autor (art. 559 do CC). devedor, caso este não a cumpra (art. 818 do CC).
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DIREITO CIVIL - RESUMO PARA A PROVA DA OAB/FGV

Características: contrato acessório, unilateral, como fortuitos, não provando que teriam sobrevindo mesmo
regra gratuito, formal (deve ser por escrito), não admite não tivesse atuado. Nesse caso, se os prejuízos da gestão
interpretação extensiva e será válida ainda que sem excederem o seu proveito, poderá o dono do negócio
consentimento do devedor ou contra a sua vontade. exigir que o gestor restitua as coisas ao estado anterior,
ou o indenize da diferença.
Contrato acessório: por se tratar de contrato
OAB NA MEDIDA | DIREITO CIVIL | RESUMO PARA A PROVA DA OAB/FGV

acessório, desconstituído o contrato principal por nulidade


ou anulabilidade, a fiança também será desconstituída, 12. RESPONSABILIDADE CIVIL
salvo se a nulidade resultar de incapacidade pessoal do
devedor, hipótese em que a fiança é mantida (art. 824 do Elementos: conduta, culpa, dano e nexo de causalidade.
CC). A exceção, entretanto, não se aplica quando se tratar
de mútuo feito a menor, uma vez que já se sabe que o Conduta: como regra geral, a responsabilidade civil é
valor emprestado não poderá ser reavido, de modo que a gerada por fato próprio. No entanto, o código civil prevê,
fiança não poderá permanecer (exceção da exceção). em seu artigo 932, hipóteses de reparação por fato de
outrem, a saber:
Benefício de ordem: a responsabilidade do fiador é
subsidiária, podendo ser alegado o benefício de ordem.
Entretanto, o benefício de ordem não poderá ser alegado Art. 932 do CC - São também responsáveis pela
se: I – o fiador o renunciou expressamente; II – o fiador reparação civil:
se obrigou como principal pagador, ou devedor solidário; I - Os pais, pelos filhos menores que estiverem sob
III - se o devedor for insolvente, ou falido. sua autoridade e em sua companhia;
Cônjuges: a) é anulável a fiança dada sem II - O tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados,
consentimento do outro cônjuge, salvo no caso do regime que se acharem nas mesmas condições;
de separação total de bens (art. 1.647 do CC); b) a fiança
prestada sem autorização de um dos cônjuges implica a III - o empregador ou comitente, por seus empregados,
ineficácia total da garantia (Súmula n. 332 do STJ). serviçais e prepostos, no exercício do trabalho que
lhes competir, ou em razão dele;
Herdeiros: a obrigação do fiador passa aos herdeiros,
mas a responsabilidade da fiança se limita ao tempo IV - Os donos de hotéis, hospedarias, casas ou
decorrido até a morte do fiador e não pode ultrapassar as estabelecimentos onde se albergue por dinheiro,
forças da herança (art. 836 do CC). mesmo para fins de educação, pelos seus hóspedes,
moradores e educandos;
11. ATOS UNILATERAIS V - Os que gratuitamente houverem participado nos
produtos do crime, até a concorrente quantia.
Conceito: a exteriorização da vontade de uma
pessoa em se obrigar a cumprir determinada obrigação, Culpa: como regra geral, a responsabilidade civil
independentemente de uma contraprestação pela outra parte. depende da comprovação da existência de culpa em
sentido estrito ou de dolo (responsabilidade subjetiva).
PROMESSA DE RECOMPENSA
No entanto, o código civil prevê hipóteses em que haverá
Conceito: na promessa de recompensa alguém a responsabilidade civil mesmo sem ter havido dolo ou
se compromete a recompensar quem preencher certa culpa (responsabilidade objetiva)
condição ou desempenhar certo serviço.
RESPONSABILIDADE É considerada a regra geral
Revogação: antes de prestado o serviço ou SUBJETIVA
preenchida a condição, pode o promitente revogar a
promessa, contanto que o faça com a mesma publicidade. Principais Hipóteses: a)
No entanto, se houver assinado prazo à execução da responsabilidade por
tarefa, o promitente não poderá retirar, durante o prazo fato de outrem, acima
concedido, a oferta. O candidato de boa-fé, que houver tratada (art. 932 do CC), b)
feito despesas, terá direito a reembolso. exercício de atividade de
risco (art. 927, parágrafo
GESTÃO DE NEGÓCIOS único, do CC), c) dono ou
detentor de animais (art.
Conceito: ocorre quando uma pessoa, sem autorização 936 do CC), d) dono de
do interessado, intervém na gestão de negócio alheio, RESPONSABILIDADE edifício ou construção no
dirigindo-o segundo o interesse e a vontade presumível OBJETIVA caso de ruína por falta de
de seu dono, ficando responsável a este e às pessoas com reparos (art. 937 do CC),
que tratar (art. 861 do CC). e) daquele que habitar
prédio, ou parte dele, pelo
Vontade presumível: para que a gestão de negócio dano proveniente das
seja efetiva, gerando o dever de ressarcir os gastos coisas que dele caírem ou
efetuados, deve o gestor atuar de acordo com vontade forem lançadas em lugar
presumível do titular do interesse. indevido (art. 938 do CC)
e f) contrato de transporte
Gestão contra a vontade do interessado: se a gestão (arts. 734 e 750 do CC).
foi iniciada contra a vontade manifesta ou presumível
do interessado, responderá o gestor até pelos casos
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DIREITO CIVIL - RESUMO PARA A PROVA DA OAB/FGV

Dano: pode ser material, moral e estético. Conceito: a propriedade é considerada um direito
complexo que envolve um conjunto de poderes,
Nexo de Causalidade: Prevalece o entendimento de que o representado pelas faculdades de usar, gozar e fruir,
código civil adotou a teoria da causalidade direta ou imediata. dispor e reivindicar a coisa.
São causas que excluem o nexo causal: culpa exclusiva da
vítima, caso fortuito ou força maior e fato de terceiro. FORMAS DE AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE
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13. DIREITOS REAIS AQUISIÇÃO DE BENS


IMÓVEIS
AQUISIÇÃO DE BENS
MÓVEIS
• CARACTERÍSTICAS • Usucapião • Usucapião
Absolutismo: os direitos reais possuem oponibilidade • Registro • Ocupação
erga omnes.
• Acessão • Achado de tesouro
Sequela: o titular de um direito real pode persegui-lo
onde ele estiver, pouco importando quem é a pessoa que • Transmissão hereditária • Tradição
está na sua posse ou detenção.
• Especificação
Preferência: em caso de concurso de credores,
o titular de uma garantia real possui preferência em • Confusão
relação aos demais credores.
AQUISIÇÃO DE BENS IMÓVEIS
Taxatividade: não se permite a criação de direitos
reais pela vontade das partes, já que são considerados Usucapião
direitos reais aqueles expressamente previstos em lei
(rol taxativo), no caso no art. 1.225 do CC.
USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIA (ART. 1.238 DO CC)

Obrigação propter rem: é aquela que persegue a • Possuir por 15 (quinze) anos, sem interrupção nem
coisa, de modo que o adquirente do direito real não oposição, o imóvel como seu.
poderá se recusar a cumpri-la, como nos seguintes • Posse não depende de boa-fé nem de justo título.
casos: a obrigação do condômino de concorrer
para as despesas de conservação da coisa comum, O prazo de 15 anos poderá ser reduzido para 10 (dez)
obrigação de pagar IPTU, obrigação do comprador de anos se o possuidor houver estabelecido no imóvel
um apartamento de pagar os débitos de condomínio a sua moradia habitual, ou nele realizado obras ou
não quitados pelo vendedor e a obrigação que tem serviços de caráter produtivo (parágrafo único do art.
o proprietário de um terreno de indenizar o terceiro 1.238 do CC).
que, de boa-fé, construiu benfeitorias sobre o mesmo.

• POSSE USUCAPIÃO ORDINÁRIA (ART. 1.242 DO CC)


Conceito: considerada a exteriorização da • Possuir por 10 (dez) anos, sem interrupção nem
propriedade, que é o principal direito real, havendo uma oposição, o imóvel como seu.
presunção geral de o possuidor é o proprietário da coisa.
• Posse deve ser de boa-fé, com justo título.
TEORIA corpus (poder material, apreensão O prazo poderá ser reduzido para 5 (cinco) anos se
SUBJETIVA física da coisa) e animus (a intenção o imóvel houver sido adquirido, onerosamente, com
(SAVIGNY) de ser proprietário do bem). base no registro constante do respectivo cartório,
TEORIA Apenas corpus cancelada posteriormente, desde que os possuidores
OBJETIVA nele tiverem estabelecido a sua moradia, ou realizado
(IHERING) investimentos de interesse social e econômico.

Efeitos da posse: a) usucapião; b) proteção


possessória; c) percepção de frutos e produtos da coisa,
desde que o possuidor esteja de boa-fé; d) responsabilidade
civil pela perda ou deterioração da coisa; e) Indenização
pelas benfeitorias realizadas na coisa.

Detentor: considera-se mero detentor aquele que,


achando-se em relação de dependência para com outro,
conserva a posse em nome deste e em cumprimento
de ordens ou instruções suas, como no caso do caseiro,
do motorista particular e do bibliotecário. O detentor é
considerado servidor da posse (fâmulo da posse) e,
repita-se, não poderá se valer dos institutos criados para
a proteção do direito possessório.

• PROPRIEDADE
12
DIREITO CIVIL - RESUMO PARA A PROVA DA OAB/FGV

USUCAPIÃO ESPECIAL OU CONSTITUCIONAL USUCAPIÃO USUCAPIÃO ORDINÁRIA


EXTRAORDINÁRIA DE DE BEM MÓVEL
USUCAPIÃO URBANA (art. USUCAPIÃO RURAL (art. BEM MÓVEL
183 da CF e art. 1.240 do CC) 191 da CF/88 e art. 1.239
do CC) Posse do bem pelo prazo Posse do bem pelo prazo
mínimo de 5 (cinco) anos mínimo de 3 (três) anos
Área do imóvel não pode Área não superior a 50
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ser superior a 250m2; (cinquenta) hectares Sem necessidade de boa- Precisa de boa-fé ou justo
fé ou justo título título
Posse pelo menos de 5 Posse pelo menos de 5
anos, independentemente anos, independentemente Ocupação
de boa-fé ou justo título; de boa-fé ou justo título;
A ocupação é meio de aquisição de bem móvel por meio
Possuidor não pode ser Possuidor não pode ser da apoderação de coisa sem dono, que pode ser a coisa de
proprietário de outro imóvel proprietário de outro imóvel ninguém (res nullius) ou coisa abandonada (res derelicta).
e deve ter estabelecido sua e deve ter estabelecido sua
moradia habitual ou de sua moradia habitual ou de sua Achado de tesouro
família no imóvel; família no imóvel;
Conceito: ocorre quando for encontrado depósito
A propriedade pela usucapião Possuidor deve ter feito a antigo de coisas preciosas, oculto e de cujo dono
especial pode ser adquirida terra produtiva pelo seu não haja memória, devendo ser dividido por igual
apenas uma vez. trabalho ou de sua família, entre o proprietário do prédio e o que achar o tesouro
tendo nela sua moradia. casualmente (art. 1.264 do CC).

Consequência: o tesouro pertencerá por inteiro


USUCAPIÃO FAMILIAR (ART. 1.240-A DO CC – ao proprietário do prédio, se for achado por ele, ou em
ACRESCENTADO PELA LEI Nº 12.424/2011) pesquisa que ordenou, ou por terceiro não autorizado
Posse direta em com exclusividade por 2 (dois) anos (art. 1.265 do CC).
ininterruptos e sem oposição;
Tradição
Imóvel urbano de até 250m² (duzentos e cinquenta
A propriedade da coisa móvel não se transfere com a
metros quadrados) cuja propriedade dividia com ex-
celebração do negócio jurídico e sim com a tradição (art.
cônjuge ou ex-companheiro que abandonou o lar e que
1.267, caput, do CC).
utiliza para sua moradia;
Especificação
Não pode ser proprietário de outro imóvel.
A especiação ocorre quando alguém, trabalhando
Registro em matéria-prima em parte alheia, obtiver espécie nova.
A transmissão por ato inter vivos do bem imóvel Nesse caso, o especificador será dono da nova espécie
ocorre por meio do registro do título no Cartório de se não for possível restituir à forma anterior (art. 1.269
Registro de Imóveis. do CC).

Aquisição pela acessão Confusão, comissão e adjunção

A acessão representa a aquisição da propriedade Conceito: a) confusão: mistura de coisas líquidas;


de imóvel mediante a união física, de forma natural ou b) comissão: mistura de coisas sólidas; c) adjunção: é a
artificial, de uma coisa à outra, aumentando o volume do justaposição de uma coisa sólida a outra.
bem principal, como nos seguintes casos: a) Formação Consequência: as coisas pertencentes a diversos
de Ilhas (art. 1.249 do CC), b) Aluvião (art. 1250 do CC), donos, confundidas, misturadas ou adjuntadas sem o
que representa os acréscimos formados, sucessiva e consentimento deles, continuam a pertencer-lhes, sendo
imperceptivelmente, por depósitos e aterros pela força possível separá-las sem deterioração. Não sendo possível
das águas, c) Avulsão (art. 1.251 do CC), que ocorre a separação das coisas, ou exigindo dispêndio excessivo,
quando, por força natural violenta, uma porção de terra subsiste indiviso o todo, cabendo a cada um dos donos
se destaca de um prédio e se junta a outro, d) Abandono quinhão proporcional ao valor da coisa com que entrou
de álveo (art. 1.252 do CC) e e) Construções e plantações para a mistura ou agregado (art. 1.272 do CC).
(art. 1.253 e seguintes).
DIREITO DE VIZINHANÇA
Transmissão hereditária

A propriedade de bem imóvel também pode ser As raízes e os ramos de árvore, que
adquirida em razão de herança, conforme disposto no art. ultrapassarem a estrema do prédio,
1.784 do CC. poderão ser cortados, até o plano
vertical divisório, pelo proprietário do
AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE DE BENS MÓVEIS ÁRVORES terreno invadido (art. 1.283 do CC).
LIMÍTROFES
Os frutos caídos de árvore do terreno
Usucapião vizinho pertencem ao dono do solo
onde caíram, se este for de propriedade
particular (art. 1.284 do CC).

13
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O dono do prédio encravado, ou seja, CONDOMÍNIO EM MULTIPROPRIEDADE (Lei nº


sem acesso à via pública, tem direito 13.777/2018)
DIREITO DE de constranger o seu vizinho a lhe
PASSAGEM
FORÇADA dar passagem forçada mediante Conceito: cada um dos proprietários de um mesmo
pagamento de indenização. Não há imóvel é titular de uma fração de tempo, à qual
necessidade de registro. corresponde a faculdade de uso e gozo, com
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exclusividade, da totalidade do imóvel, a ser exercida


É permitido a quem quer que seja,
pelos proprietários de forma alternada. A fração não
mediante prévia indenização aos
poderá ser inferior a 7 dias.
proprietários prejudicados, construir
canais, através de prédios alheios, Transferência da multipropriedade: A transferência do
ÁGUAS
para ter acesso à água indispensável direito de multipropriedade e a sua produção de efeitos
às primeiras necessidades. O perante terceiros não dependerão da anuência ou
proprietário prejudicado poderá exigir cientificação dos demais multiproprietários.
que seja subterrânea a canalização.
Os muros, cercas e tapumes SUPERFÍCIE
divisórios, até prova em contrário,
pertencem a ambos os proprietários Conceito: direito real no qual o proprietário de um
confinantes, sendo estes obrigados, terreno permite que terceiro (superficiário) realize obra
de conformidade com os costumes ou plantação em seu imóvel.
da localidade, a concorrer, em
partes iguais, para as despesas de Principais Características: a) poder ser gratuita
sua construção e conservação. ou onerosa; b) celebrada mediante escritura pública
TAPAGEM que deverá ser registrada no Cartório de Registro de
Entretanto, a construção de tapumes Imóveis; c) pode transferir-se a terceiros e, por morte do
especiais para impedir a passagem superficiário, aos seus herdeiros. No entanto, não poderá
de animais de pequeno porte, ou ser estipulado pelo concedente, a nenhum título, qualquer
para outro fim, pode ser exigida pagamento pela transferência.
de quem provocou a necessidade
deles, pelo proprietário, que não SERVIDÃO
está obrigado a concorrer para as
Conceito: direito real que impõe a um imóvel um
despesas.
ônus em proveito de outro prédio, contíguo ou não, de
CONDOMÍNIO proprietários diferentes.

Condomínio Geral Principais características: a) pode ser instituída


por negócio inter vivos, testamento, ou por usucapião,
Conceito: trata-se de propriedade simultânea e desde que levada a registro no Cartório de Imóveis; b)
concorrente, de modo que cada condômino pode usar a usucapião: prazo de 10 anos, com justo título, ou 20 anos,
coisa, dentro dos limites da convivência harmônica. Cada sem justo título. Em ambos os casos, a servidão deve ser
condomínio possui uma fração de direito sobre o bem aparente; c) como regra geral, a servidão é transmitida
(fração ideal). no caso de alienação do imóvel e não se extingue com a
morte.
Dívidas do condomínio: a) dívidas contraídas por
todos os condôminos, sem se discriminar a parte de USUFRUTO
cada um na obrigação, nem se estipular solidariedade,
entende-se que cada qual se obrigou proporcionalmente Conceito: é o direito real sobre coisas alheias, móveis
ao seu quinhão na coisa comum (art. 1.317 do CC); b) ou imóveis, conferindo ao usufrutuário os poderes de usar
dívidas contraídas por um dos condôminos em proveito e gozar do bem.
da comunhão, e durante ela, obrigam o condômino Características: a) o usufruto de imóveis, quando não
contratante; mas terá este ação regressiva contra os resulte de usucapião, constituir-se-á mediante registro
demais (art. 1.318). no Cartório de Registro de Imóveis; b) o usufrutuário
Condomínio de coisa indivisível: não pode um tem direito à posse, uso, administração e percepção dos
condômino em coisa indivisível vender a sua parte a frutos (rendas) do bem; c) o usufrutuário não é obrigado
estranhos, se outro consorte a quiser, tanto por tanto. O a pagar as deteriorações resultantes do exercício regular
condômino, a quem não se der conhecimento da venda, do usufruto, mas será obrigado a pagar: I - as despesas
poderá, depositando o preço, haver para si a parte ordinárias de conservação dos bens no estado em que
vendida a estranhos, se o requerer no prazo de cento e os recebeu e II - as prestações e os tributos devidos
oitenta dias, sob pena de decadência. Sendo muitos os pela posse ou rendimento da coisa usufruída (art. 1.403
condôminos, terá preferência o que tiver benfeitorias de do CC); d) o usufrutuário é obrigado ainda a dar ciência
maior valor e, na falta de benfeitorias, o de quinhão maior. ao dono de qualquer lesão produzida contra a posse da
coisa, ou os direitos deste (art. 1.406 do CC).

Usufruto e Administração dos bens do filho menor:


a) o pai e a mãe, enquanto no exercício do poder familiar,
são usufrutuários dos bens dos filhos devem administrar
os bens dos filhos menores sob sua autoridade (art.
1.689 do CC); b) excepcionando a regra, o art. 1.693 do CC
14
DIREITO CIVIL - RESUMO PARA A PROVA DA OAB/FGV

dispõe que são excluídos do usufruto e da administração Invalidade do Casamento


dos pais: I - os bens adquiridos pelo filho havido fora
do casamento, antes do reconhecimento; II - os valores NULIDADE ANULABILIDADE
auferidos pelo filho maior de dezesseis anos, no exercício
de atividade profissional e os bens com tais recursos Casos de impedimentos - Menor de 16 anos de idade,
adquiridos, III - os bens deixados ou doados ao filho, sob
- Maior de 16 e menor de 18
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a condição de não serem usufruídos, ou administrados,


pelos pais e IV - os bens que aos filhos couberem na anos, quando não autorizado
herança, quando os pais forem excluídos da sucessão. por seu representante legal.

DIREITOS REAIS DE GARANTIA - Vício de vontade (erro


essencial e coação)
Transferência efetiva da posse de uma coisa -Incapaz de consentir ou
PENHOR móvel, suscetível de alienação, a fim de manifestar seu consentimento.
garantir o cumprimento de uma obrigação.
Na hipoteca, o bem dado em garantia - Realizado pelo mandatário
permanece com o devedor, que poderá com mandato revogado.
ficar com os frutos do bem hipotecado. - Realizado por autoridade
a) É nula a cláusula que proíbe ao incompetente.
proprietário alienar imóvel hipotecado Ação declaratório de nulidade Ação anulatória de
de casamento, não havendo casamento, com prazo
b) A hipoteca pode ser constituída prazo para ajuizar ação. decadencial de 180
para garantia de dívida futura ou dias, 2 anos (autoridade
condicionada, desde que determinado o incompetente), 3 anos
HIPOTECA valor máximo do crédito a ser garantido. (erro essencial) ou 4 anos
(coação)
c) Nada impede ainda que o mesmo
bem seja hipotecado mais de uma vez, A sentença que decretar Quando o casamento for
inclusive para credores diferentes (art. a nulidade do casamento anulado por culpa de um
1.476 do CC). No entanto, salvo o caso retroagirá à data da sua dos cônjuges, este incorrerá:
de insolvência do devedor, o credor celebração, sem prejudicar
da segunda hipoteca, embora vencida, a aquisição de direitos, I - Na perda de todas as
não poderá executar o imóvel antes de a título oneroso, por vantagens havidas do
vencida a primeira (art. 1.477 do CC terceiros de boa-fé, nem cônjuge inocente;
a resultante de sentença
O devedor entrega imóvel ao credor, transitada em julgado (art. II - Na obrigação de cumprir
cedendo-lhe o direito de perceber, 1.563 do CC) as promessas que lhe fez
em compensação da dívida, os frutos no contrato antenupcial
e rendimentos do bem. O credor (art. 1.564 do CC).
anticrético pode administrar os bens
ANTICRESE
dados em anticrese e fruir seus frutos Casamento putativo
e utilidades, mas deverá apresentar
anualmente balanço, exato e fiel, de Conceito: é aquele em que ao menos um dos nubentes
sua administração (art. 1.507, caput, imaginava, de boa-fé, que a união era verdadeira e
do CC). preenchia todos os requisitos de existência e validade,
mas posteriormente verifica-se vício suscetível de
anulação ou nulidade. Tanto o casamento nulo, quanto o
14. DIREITO DE FAMÍLIA anulável, pode ser putativo.

• CASAMENTO Consequências: a) se um dos cônjuges estava de boa-


fé ao celebrar o casamento, os seus efeitos civis só a ele e
Capacidade para casar: a) pessoas com mais de 18 aos filhos aproveitarão; b) se ambos os cônjuges estavam
anos (capacidade plena); b) pessoas entre 16 e 18 anos de má-fé, os seus efeitos civis só aos filhos aproveitarão.
(autorização de ambos os pais); c) menores de 16 anos:
nunca podem casar!! (Lei nº 13.811/2019). Formalidade: a) não havendo nascituro ou filhos
incapazes e observados os requisitos legais, o divórcio e a
Regras Importantes: a) o código civil proíbe o separação poderão ser realizados em cartório extrajudicial;
casamento entre parentes até terceiro grau (tios e b) havendo filhos menores ou se o casal preferir, o divórcio
sobrinhos). Assim, o casamento entre parentes de quarto e a separação consensuais serão feitos perante o Poder
grau (primos) é válido; b) pessoa com deficiência - Lei Judiciário, por meio da jurisdição voluntária.
n. 13.146/2015, possui capacidade plena, inclusive para
contrair casamento. • PROTEÇÃO DOS FILHOS
GUARDA

Modalidades: a) unilateral e b) compartilhada.

Guarda compartilhada: o tempo de convívio com os


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DIREITO CIVIL - RESUMO PARA A PROVA DA OAB/FGV

filhos deve ser dividido de forma equilibrada com a mãe e Suspensão: a) por meio de decisão judicial
com o pai, sempre tendo em vista as condições fáticas e os nas hipóteses de abuso de autoridade, havendo
interesses dos filhos. Na guarda compartilhada, a cidade descumprimento dos deveres do pai e/ou mãe da ou
considerada base de moradia dos filhos será aquela que arruinamento dos bens dos filhos, b) pai ou à mãe
melhor atender aos interesses dos filhos. condenados por sentença irrecorrível, em virtude de
crime cuja pena exceda a dois anos de prisão.
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ALIENAÇÃO PARENTAL
Perda: a) por meio de decisão judicial em razão dos
Conceito: é a interferência na formação psicológica seguintes atos: I - castigar imoderadamente o filho; II -
da criança ou do adolescente promovida ou induzida por deixar o filho em abandono; III - praticar atos contrários à
um dos genitores, pelos avós ou pelos que tenham a moral e aos bons costumes; IV - incidir, reiteradamente,
criança ou adolescente sob a sua autoridade, guarda ou nas faltas previstas no artigo 1.637, ou seja, abuso
vigilância para que repudie genitor ou que cause prejuízo de autoridade reiterado, faltando aos deveres a eles
ao estabelecimento ou à manutenção de vínculos com este. inerentes ou arruinando os bens dos filhos, V - entregar
de forma irregular o filho a terceiros para fins de adoção;
Consequências: o juiz poderá cumulativamente, sem b) praticar contra outrem igualmente titular do mesmo
prejuízo da decorrente responsabilidade civil ou criminal poder familiar ou contra filho, filha ou outro descendente:
e da ampla utilização de instrumentos processuais aptos I) homicídio, feminicídio ou lesão corporal de natureza
a inibir ou atenuar seus efeitos, segundo a gravidade do grave ou seguida de morte, quando se tratar de crime
caso: I - declarar a ocorrência de alienação parental e doloso envolvendo violência doméstica e familiar ou
advertir o alienador; II - ampliar o regime de convivência menosprezo ou discriminação à condição de mulher; II)
familiar em favor do genitor alienado; III - estipular estupro, estupro de vulnerável ou outro crime contra
multa ao alienador; IV - determinar acompanhamento a dignidade sexual sujeito à pena de reclusão (Lei nº
psicológico e/ou biopsicossocial; V - determinar a 13.715/2018).
alteração da guarda para guarda compartilhada ou sua
inversão; VI - determinar a fixação cautelar do domicílio Carência de recursos materiais: de acordo com o art.
da criança ou adolescente; VII - declarar a suspensão da 23 do ECA, a falta ou a carência de recursos materiais não
autoridade parental. constitui motivo suficiente para a perda ou a suspensão
do poder familiar.
FILIAÇÃO
Dependência de drogas: a existência de pessoas
Conceito: vínculo estabelecido entre parentes em pai (mãe) dependentes de substâncias entorpecentes, por si só, não
e filho (a), não se admitindo qualquer discriminação entre filhos é causa de suspensão do poder familiar.
de origens distintas (filho biológico e adotado, por exemplo).
• DIREITO PATRIMONIAL
Presunção: O art. 1.597 do CC elenca as situações
em que se presumem que os filhos foram concebidos na REGIME DE BENS
constância do casamento, como nos seguintes casos: I –
os nascidos cento e oitenta dias, pelo menos, depois de Regra Geral: no silêncio das partes, considera-se
estabelecida a convivência conjugal e II - os nascidos nos adotado o regime da comunhão parcial de bens. Se os
trezentos dias subsequentes à dissolução da sociedade cônjuges quiserem adotar regime distinto da comunhão
conjugal, por morte, separação judicial, nulidade e parcial de bens, deverão fazê-lo por pacto antenupcial,
anulação do casamento e III – os havidos por fecundação celebrado por escritura pública (requisito de validade),
artificial homóloga (material genético dos próprios antes do casamento. Para que o pacto antenupcial
cônjuges), mesmo que falecido o marido. tenha eficácia, o casamento deverá ser posteriormente
celebrado. Nesse sentido, o art. 1.653 dispõe que é nulo o
Ação denegatória: para afastar a presunção de pacto antenupcial se não for feito por escritura pública, e
paternidade citada acima, é possível que o pai ajuíze ação ineficaz se não lhe seguir o casamento.
negatória de paternidade, ação de natureza imprescritível
e personalíssima que também pode ser utilizada pela Alteração do Regime: o regime de bens entre os
mãe em situações excepcionais, como no caso de troca de cônjuges começa a vigorar desde a data do casamento.
bebês na maternidade. É admissível, entretanto, alteração do regime de bens,
mediante autorização judicial em pedido motivado de
PODER FAMILIAR ambos os cônjuges, apurada a procedência das razões
invocadas e ressalvados os direitos de terceiros (art.
Conceito: o poder familiar reúne o complexo de 1.639 do CC).
direitos e deveres atribuído aos pais conjuntamente, ou
apenas a um deles na falta ou impedimento do outro, em Comunhão Parcial de Bens
relação aos filhos

Suspensão e perda do Poder Familiar:

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DIREITO CIVIL - RESUMO PARA A PROVA DA OAB/FGV

modalidades de regime de separação de bens: a)


PATRIMÔNIO PATRIMÔNIO COMUM separação legal obrigatória (art. 1641 do CC) e separação
PARTICULAR (BENS (BENS COMUNICÁVEIS) convencional (art. 1.687 do CC).
INCOMUNICÁVEIS)
Art. 1.659. Excluem-se da Art. 1.660. Entram na
comunhão: comunhão: SEPARAÇÃO SEPARAÇÃO
OBRIGATÓRIA CONVENCIONAL
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I - Os bens que cada cônjuge I - Os bens adquiridos na Art. 1.641 do CC. É obrigatório Decorre de previsão em
possuir ao casar, e os que lhe constância do casamento o regime da separação de pacto antenupcial (art.
sobrevierem, na constância por título oneroso, ainda bens no casamento: 1.687 do CC).
do casamento, por doação ou que só em nome de um
sucessão, e os sub-rogados dos cônjuges; I - Das pessoas que o
em seu lugar, contraírem com inobservância
II - Os bens adquiridos por das causas suspensivas da
II - Os bens adquiridos com fato eventual (loteria, por celebração do casamento;
valores exclusivamente exemplo), com ou sem o
pertencentes a um dos concurso de trabalho ou II – Da pessoa maior de 70
cônjuges em sub-rogação despesa anterior; (setenta) anos;
dos bens particulares;
III - os bens adquiridos III - de todos os que
III - as obrigações anteriores por doação, herança ou dependerem, para casar,
ao casamento; legado, em favor de ambos de suprimento judicial.
os cônjuges;
IV - As obrigações Consequência: trata-se de regime em que vigora a
provenientes de atos ilícitos, IV - As benfeitorias em bens livre administração e disposição dos bens dos cônjuges,
salvo reversão em proveito particulares de cada cônjuge; sendo desnecessária a outorga uxória para a alienação
do casal; de bens imóveis.
V - Os frutos dos
V - Os bens de uso pessoal, bens comuns, ou dos ALIMENTOS
os livros e instrumentos de particulares de cada
profissão; cônjuge, percebidos na Conceito: a obrigação de prestar alimentos decorre
constância do casamento, de vínculo de parentesco, casamento ou união estável,
VI - Os proventos do trabalho ou pendentes ao tempo de baseando-se no binômio necessidade-possibilidade, com
pessoal de cada cônjuge; cessar a comunhão. base na proporcionalidade entre as necessidades do
alimentado e os recursos financeiros do alimentante.
VII - as pensões, meios- Art. 1.662. No regime
soldos (metade do valor da comunhão parcial, Extensão: se o parente, que deve alimentos em
que o Estado paga ao militar presumem-se adquiridos primeiro lugar, não estiver em condições de suportar
reformado), montepios na constância do totalmente o encargo, serão chamados a concorrer os
(pensão paga pelo Estado aos casamento os bens móveis, de grau imediato; sendo várias as pessoas obrigadas a
herdeiros de um funcionário quando não se provar que prestar alimentos, todas devem concorrer na proporção
público falecido), bem como o foram em data anterior. dos respectivos recursos, e, intentada ação contra uma
outras rendas semelhantes. delas, poderão as demais ser chamadas a integrar a lide.
Assim, os alimentos que devem ser pagos pelos avós
Art. 1.661. São (alimentos avoengos) possuem natureza complementar
incomunicáveis os bens e subsidiária, somente se configurando no caso da
cuja aquisição tiver por impossibilidade total ou parcial de seu cumprimento
título uma causa anterior pelos pais (Súmula n. 596 do STJ).
ao casamento.
Alimentos transitórios: admite-se ainda, de acordo
Comunhão Universal com a jurisprudência majoritária do STJ, a fixação de
alimentos transitórios, que são aqueles concedidos ao
No regime de comunhão universal, que deve estar ex-cônjuge, por prazo razoável, para possibilitar a sua
previsto em pacto antenupcial, todos os bens dos reinserção no mercado de trabalho.
cônjuges, anteriores e posteriores ao casamento, salvo
aqueles previstos no art. 1.668 do CC (bens doados com UNIÃO ESTÁVEL
cláusula de incomunicabilidade, dívidas anteriores, etc.).
Conceito: a união estável se caracteriza pela
Participação Final nos Aquestos estabilidade e pelo objetivo e constituição de família,
traduzindo uma aparência de casamento, não se exigindo
Trata-se de regime considerado híbrido ou misto, prole comum nem coabitação (Súmula n. 382 do STF).
uma vez que são aplicadas as regras da separação de
bens durante a convivência dos cônjuges e da comunhão Regras importantes: a) a união estável não se
parcial de bens quando do término da sociedade conjugal. constituirá se ocorrerem os impedimentos do casamento
previstos no art. 1.521 do CC, salvo no caso do inciso VI, se a
Separação de Bens pessoa casada se achar separada de fato ou judicialmente;
b) as causas suspensivas do casamento previstas no
Hipóteses: o regime de separação de bens pode
art. 1.523 do CC não impedem a caracterização da união
decorrer de disposição legal ou em razão da vontade
estável; c) salvo contrato escrito entre os companheiros,
das partes (pacto antenupcial). Desse modo, há duas
aplica-se às relações patrimoniais, no que couber, o
17
DIREITO CIVIL - RESUMO PARA A PROVA DA OAB/FGV

regime da comunhão parcial de bens (art. 1.725 do CC).


Decorre da existência de
TUTELA E CURATELA testamento. Havendo herdeiros
necessários, apenas 50% do
Tutela patrimônio pode ser objeto do
SUCESSÃO testamento. Caso contrário, ou
TESTAMENTÁRIA
Conceito: considera-se tutela o encargo conferido por seja, não existindo herdeiros
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lei a uma pessoa capaz, para cuidar e administrar os bens necessários, 100% do patrimônio
de uma pessoa menor, em decorrência do falecimento do falecido pode ser objeto do
dos pais ou perda do poder familiar. testamento

Nomeação: os pais poderão, conjuntamente, por INDIGNIDADE


meio de testamento ou de outro documento autêntico,
nomear tutor para os filhos menores caso venham a Conceito: trata-se de pena civil reconhecida em
falecer. Na ausência do documento, o tutor será nomeado sentença e aplicada ao herdeiro ou ao legatário nas
pelo juiz, devendo ser parente consanguíneo do menor, hipóteses taxativamente previstas no art. 1814 do CC: I
na seguinte ordem: I - ascendentes, preferindo o de grau – crime de homicídio doloso ou de tentativa, na qualidade
mais próximo ao mais remoto; II - colaterais até o terceiro de autor, coautor ou partícipe, contra o de cujus, seu
grau, preferindo os mais próximos aos mais remotos. Na cônjuge, companheiro, ascendente ou descendente; II
ausência de tutor legítimo, o juiz poderá nomear tutor – prática de calúnia em juízo contra o autor da herança
que não seja da família, desde que seja pessoa idônea e ou de crime contra a sua honra, ou de seu cônjuge ou
residente no domicílio do menor (art. 1.732 do CC). companheiro; III – prática de atos que, por violência ou
meios fraudulentos, inibirem ou obstarem o autor da
Imóveis do menor sob tutela: somente podem ser herança de dispor livremente de seus bens por ato de
vendidos quando houver manifesta vantagem, mediante última vontade.
prévia avaliação judicial e aprovação do juiz.
Reconhecimento: não é automático devendo ser
Prestação de contas: os tutores prestarão contas reconhecida em juízo após o ajuizamento de ação
de dois em dois anos, e também quando, por qualquer de indignidade, que pode ser proposta por qualquer
motivo, deixarem o exercício da tutela ou toda vez que o interessado e, no caso do inciso I (homicídio doloso ou
juiz achar conveniente. tentativa), também pelo Ministério Público, desde que
observado o prazo decadencial de 4 anos após a abertura
Curatela da sucessão (art. 1.815 do CC).
Conceito: encargo atribuído judicialmente a alguém Efeitos: os efeitos da exclusão são apenas pessoais,
para que cuide dos interesses de pessoa maior de de modo que os herdeiros do indigno terão direito de
idade, relativamente incapaz, que não possa licitamente representação, como se o indigno estivesse morto ao
administrá-los. Com as alterações promovidas pela Lei n. tempo da abertura da sucessão, conforme art. 1.816 do CC.
13.146/2015, a curatela somente incide para os maiores
relativamente incapazes, que, na nova redação do artigo Reabilitação: o autor da herança poderá perdoar o
4º do CC, são: a) Aqueles que, por causa transitória ou indigno (reabilitação), desde que o faça expressamente em
permanente, não puderem exprimir sua vontade; b) os testamento, ou em outro ato autêntico, ou seja, instrumento
ébrios habituais e os viciados em tóxico e c) os pródigos. público ou particular devidamente autenticado. Além disso,
a reabilitação poderá ocorrer de forma tácita quando autor
da herança, já conhecedor do ato de indignidade, resolver
15. DIREITO DAS SUCESSÕES beneficiar o indigno em testamento.

DESERDAÇÃO
Decorre da lei, em razão de
testamento ineficaz/inválido ou Conceito: na deserdação há exclusão dos
que não abrange todos os bens direitos sucessórios do herdeiro necessário em
ou em virtude da existência razão de ato unilateral do de cujus, manifestado em
de herdeiros necessários. testamento, com base nas hipóteses previstas em
Os herdeiros legítimos são lei, e reconhecido judicialmente.
classificados em necessários
SUCESSÃO e facultativos. São herdeiros
LEGÍTIMA Requisitos: I) testamento válido, II) motivação com
necessários os descendentes, base na existência de uma das hipóteses previstas nos
ascendentes e o cônjuge, sendo arts. 1.962, 1.963 e 1.814 do CC e III) sentença favorável
que, para esses herdeiros, deve obtida em ação de deserdação.
ser reservado no mínimo 50% do
patrimônio do falecido, enquanto RENÚNCIA DA HERANÇA
que são herdeiros facultativos os
parentes colaterais. Sucessão Legítima: na sucessão legítima, havendo
renúncia própria, o quinhão do renunciante acrescerá
aos demais herdeiros da mesma classe (art. 1810 do CC),
ou seja, os filhos do renunciante não poderão herdar por
representação. No entanto, poderão herdar por direito
próprio se: o renunciante for filho único ou se todos
herdeiros da mesma classe renunciarem (art. 1811 do CC).

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DIREITO CIVIL - RESUMO PARA A PROVA DA OAB/FGV

Ato irrevogável: a aceitação e a renúncia da herança


são irrevogáveis, mas quando o herdeiro prejudicar os
seus credores, renunciando à herança, poderão eles, com
autorização do juiz, aceitá-la em nome do renunciante
(art. 1.813 do CC).
OAB NA MEDIDA | DIREITO CIVIL | RESUMO PARA A PROVA DA OAB/FGV

SUCESSÃO LEGÍTIMA

Descentes e cônjuge, salvo quando


casado pelo regime de comunhão
universal, separação obrigatória
e comunhão parcial sem bens
particulares do falecido. Os
PRIMEIRA descendentes de grau mais próximo
CLASSE
excluem os de grau mais remotos
(filhos, por exemplo, excluem os
netos). Cada herdeiro no mesmo grau
herda por cabeça, ou seja, recebem de
forma proporcional.
Cônjuge a Ascendentes (50% para o
cônjuge e 50% para os ascendentes).
Os ascendentes de grau mais
SEGUNDA próximo excluem os de grau mais
CLASSE remotos (pais, por exemplo, excluem
os avos). Cada herdeiro no mesmo
grau herda por cabeça, ou seja,
recebem de forma proporcional.
TERCEIRA Cônjuge
CLASSE
Parentes colaterais até o quarto
grau. Concorrendo à herança do
QUARTA falecido irmãos bilaterais com irmãos
CLASSE unilaterais, cada um destes herdará
metade do que cada um daqueles
herdar (art. 1841 do CC).

Regra Geral: a existência de uma classe significa a


impossibilidade da outra classe de receber. Assim, se
o de cujus tiver ascendentes, descentes e cônjuge, os
ascendentes nada receberão, uma vez que a herança
será dividida apenas entre descentes e cônjuge (primeira
classe).

DIREITO DE REPRESENTAÇÃO

Principais Regras: a) o direito de representação


ocorre apenas na sucessão legítima, ou seja, não há
direito de representação na sucessão testamentária; b) o
direito de representação dá-se na linha reta descendente,
mas nunca na ascendente (art. 1.852 do CC); c) na linha
transversal, somente se dá o direito de representação em
favor dos filhos de irmãos do falecido, quando com irmãos
deste concorrerem; d) o renunciante à herança de uma
pessoa poderá representá-la na sucessão de outra (art.
1.856 do CC); f) o filho de um herdeiro excluído por de
indignidade pode suceder por representação (art. 1.816
do CC).

SUCESSÃO TESTAMENTÁRIA

Havendo herdeiros necessários, o autor da herança


poderá dispor de apenas 50% do seu patrimônio, já que
deve reservar a legítima, sendo que as disposições que
excederem a parte disponível reduzir-se-ão aos limites
dela, conforme art. 1.967 do CC. Se não houver herdeiros
necessários, todo o patrimônio do testador poderá ser
disposto no testamento.
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