Bases Fisiológicas Do Movimento Humano: Fazemos Parte Do Claretiano - Rede de Educação
Bases Fisiológicas Do Movimento Humano: Fazemos Parte Do Claretiano - Rede de Educação
Bases Fisiológicas Do Movimento Humano: Fazemos Parte Do Claretiano - Rede de Educação
MOVIMENTO HUMANO
BASES FISIOLÓGICAS DO
MOVIMENTO HUMANO
Batatais
Claretiano
2015
© Ação Educacional Claretiana, 2015 – Batatais (SP)
Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução, a transmissão total ou parcial por qualquer forma
e/ou qualquer meio (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação e distribuição na web), ou o
arquivamento em qualquer sistema de banco de dados sem a permissão por escrito do autor e da Ação
Educacional Claretiana.
612.044 G62b
ISBN: 978-85-8377-430-3
CDD 612.044
INFORMAÇÕES GERAIS
Cursos: Graduação
Título:Bases Fisiológicas do Movimento Humano
Versão: dez./2015
Formato: 15x21 cm
Páginas: 190 páginas
SUMÁRIO
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
1. INTRODUÇÃO..................................................................................................... 9
2. GLOSSÁRIO DE CONCEITOS................................................................................ 11
3. ESQUEMA DOS CONCEITOS-CHAVE................................................................... 19
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................... 21
Conteúdo
Fontes de energia; Recuperação após o Exercício; Mensuração de Energia,
Trabalho e Potência; Ventilação e Mecânica Pulmonares; Permuta e Transporte
dos Gases; Sistema Cardiovascular: Função e Respostas ao Exercício; Controle
Cardiorrespiratório. Métodos para Treinamento Anaeróbio e Respostas
Fisiológicas; Métodos para Treinamento Aeróbio e Respostas Fisiológicas;
Desenvolvimento de Força Muscular, Endurance e Flexibilidade; Consumo
Máximo de Oxigênio; Análise do Lactato Sanguíneo.
Bibliografia Básica
FOSS, M. L.; KETEYIAN, S. J. Fox – Bases fisiológicas do exercício e do esporte. 6. ed. Rio
de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000.
McARDLE, W. D.; KATCH, F. I.; KATCH, V. L. Fisiologia do Exercício – Energia, nutrição e
desempenho humano. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008.
POWERS, S. K.; HOWLEY, E. T. Fisiologia do Exercício – Teoria e aplicação ao
condicionamento e ao desempenho. 8. ed. Barueri: Manole, 2014.
Bibliografia Complementar
ACSM – AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE. Manual de pesquisa das diretrizes
do ACSM para os testes de esforço e sua prescrição. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2003.
DENADAI, B. S.; GRECO, C. C. Prescrição do treinamento aeróbio: teoria e prática. Rio
de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005.
DUFFIELD, R.; DAWSON, B.; GOODMAN, C. Energy system contribution to 100-m and
200-m track running events. Journal of Science and Medicine in Sport, Belconnen, v. 7,
n. 3, p. 302-313, 2004.
7
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
1. INTRODUÇÃO
Prezado aluno, seja bem-vindo!
Iniciaremos o estudo de Bases Fisiológicas do Movimento
Humano, em que você obterá as informações necessárias para o
embasamento teórico da sua futura profissão e para as atividades
que virão.
Na Unidade 1, vamos conhecer um pouco da história da
Fisiologia do Exercício, quais seus principais pesquisadores e
quais as principais descobertas que contribuíram para a evolução
da avaliação e prescrição da atividade física.
Na Unidade 2, forneceremos uma explicação sobre a
principal fonte de energia e quais as formas em que é encontrada,
quais sistemas produzem energia para a ressíntese de Adenosina
Trifosfato (ATP, do inglês Adenosine Triphosphate), e como é a
demanda energética no repouso e no exercício.
Ainda na Unidade 2, estudaremos as fontes de energia,
a recuperação após o exercício e a mensuração de energia,
trabalho e potência. Estes conteúdos foram elaborados para
que sua compreensão seja facilitada. É necessário, porém, que
você estude as referências básicas e complementares, para se
aprofundar nos conteúdos e aprender mais sobre a Fisiologia do
Exercício.
Em se tratando das fontes de energia, serão estudados a
ATP e os sistemas que produzem energia para a sua ressíntese.
Depois, serão abordados o sistema aeróbio e o metabolismo das
gorduras e das proteínas. No tópico Recuperação após o Exercício,
será definido o termo "oxigênio de recuperação" e como ele pode
ser calculado. Posteriormente, abordaremos os componentes
rápido e lento, explicando as diferenças entre eles e quais fatores
2. GLOSSÁRIO DE CONCEITOS
O Glossário de Conceitos permite uma consulta rápida
e precisa das definições conceituais, possibilitando um bom
Sistema
Sistema
Circulatório
Sistema
Sistema Digestório
Respiratório
ATIVIDADE FÍSICA
“CONTRAÇÃO
MUSCULAR”
Sistema
Sistema Endócrino
Musculoesquelético
q
Sistema Nervoso
Sistema Nervoso Sistema Renal
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ACSM – AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE. Manual de pesquisa das diretrizes
do ACSM para os testes de esforço e sua prescrição. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2003.
DENADAI, B. S.; GRECO, C. C. Prescrição do treinamento aeróbio: teoria e prática. Rio
de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005.
DUFFIELD, R.; DAWSON, B.; GOODMAN, C. Energy system contribution to 100-m and
200-m track running events. Journal of Science and Medicine in Sport, Belconnen, v. 7,
n. 3, p. 302-313, 2004.
Objetivos
• Refletir sobre os primeiros estudos sobre o funciona-
mento do corpo humano durante a prática de atividade
física.
• Conhecer os principais ganhadores do Prêmio Nobel,
cujo trabalho de pesquisa envolve a Fisiologia do
Exercício.
• Identificar os principais pesquisadores relacionados
com a prática de atividade física e o desempenho físico.
Conteúdos
• Breve histórico da Fisiologia do Exercício.
• Diferentes estudos sobre o funcionamento do organismo
humano.
• Ganhadores do Prêmio Nobel relacionados com a
prática de atividade física.
23
UNIDADE 1 – BREVE HISTÓRICO DA FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO
1. INTRODUÇÃO
O estudo da história da Fisiologia do Exercício é muito
importante, pois nos possibilita entender como foram iniciadas
as pesquisas científicas e quais contribuições elas deram para
a prática de atividade física. Com base no estudo dos nossos
antepassados, podemos entender o processo de transformação
e evolução de toda a estrutura relacionada à atividade física. O
acúmulo de conhecimentos proporciona mudanças substanciais
no modo de vida da humanidade e no próprio homem, além
de abrir horizontes de transformações e, em se tratando deste
estudo, contribuir para uma sociedade mais saudável e com
melhor qualidade de vida.
Então, vamos aos estudos!
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante para
você testar o seu desempenho. Se encontrar dificuldades em
responder às questões a seguir, você deverá revisar os conteúdos
estudados para sanar as suas dúvidas.
1) Lavoisier e Sequin (França) começaram, em 1789, a observar em indivíduos
no repouso e durante a prática de atividade física:
a) a captação de oxigênio num indivíduo em repouso e durante a prática
de atividade física.
b) o consumo máximo de oxigênio e a diferença arteriovenosa de oxigênio.
c) aminoácido fenilalanina.
d) aminoácido aspartato.
e) aminoácido glutâmico.
10) Quem ganhou o Prêmio Nobel em 1947, na República Tcheca, por terem
descoberto a sequência da conversão do glicogênio para a regulação da
glicose sanguínea? Além disso, criaram o Ciclo de Cori para explicar a
conversão de lactato a glicose no fígado.
a) Max Rubner e Claude-Louis Berthollet.
b) Carl Ferdinand Cori e sua esposa Gerty Cori.
c) Claude Bernard e Rosalyn Sussman Yalow.
d) Frederick Gowland Hopkins e Edward Hitchcock.
e) Otto Meyerhof e Hermann von Helmholtz.
Gabarito
Confira, a seguir, as respostas corretas para as questões
autoavaliativas propostas:
Questões Resposta
1 A
2 A
3 B
4 C
5 D
6 E
7 A
8 B
9 A
10 B
5. CONSIDERAÇÕES
Chegamos ao final da primeira unidade, que abordou
brevemente o histórico da Fisiologia do Exercício. Nesta unidade,
você conheceu os principais ganhadores do Prêmio Nobel,
cujo trabalho de pesquisa abrangeu a Fisiologia do Exercício.
Além disso, você estudou sobre os principais pesquisadores
relacionados à prática de atividade física e ao desempenho físico.
Veja agora o Conteúdo Digital Integrador que ampliará o
seu conhecimento sobre o assunto. Na próxima unidade, você
aprenderá sobre as fontes de energia, recuperação após o
exercício e mensuração de energia, trabalho e potência.
6. E-REFERÊNCIAS
Lista de figuras
Figura 1 Antoine Laurent Lavoisier (1743-1794). Disponível em: <http://www.
grupoescolar.com/pesquisa/antoine-laurent-lavoisier-17431794.html>. Acesso em: 26
ago. 2015.
Figura 2 François Magendie (1783-1855). Disponível em: <http://www.dec.ufcg.edu.
br/biografias/FrancoMa.htm>. Acesso em: 26 ago. 2015.
Figura 3 Hermann Ludwig Ferdinand von Helmholtz (1821-1894). Disponível em:
<http://www.dec.ufcg.edu.br/biografias/HermnLud.html>. Acesso em: 26 ago. 2015.
Figura 4 Edward Hitchcock (1793-1864). Disponível em: <https://blog.hmns.
org/2010/10/edward-hitchcock/>. Acesso em: 26 ago. 2015.
Figura 5 Claude-Louis Berthollet (1748-1822). Disponível em: <http://educacao.uol.
com.br/biografias/claude-louis-berthollet.jhtm>. Acesso em: 26 ago. 2015.
Figura 6 Austin Flint Jr. (1836-1915). Disponível em: <http://www.picturehistory.com/
product/id/10378>. Acesso em: 26 ago. 2015.
Figura 7 Max Rubner (1855-1949). Disponível em: <http://www.hu-berlin.de/
ueberblick/geschichte/rektoren/rubner>. Acesso em: 26 ago. 2015.
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DENADAI, B. S. Índices fisiológicos de avaliação aeróbia: conceitos e aplicações.
Ribeirão Preto: B. S. D., 1999.
DENADAI, B. S.; GRECO, C. C. Prescrição do treinamento aeróbio: teoria e prática. Rio
de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005.
DUFFIELD, R.; DAWSON, B.; GOODMAN, C. Energy system contribution to 100-m and
200-m track running events. Journal of Science and Medicine in Sport, Belconnen, v. 7,
n. 3, p. 302-313, 2004.
______. Energy system contribution to 400-metre and 800-metre track running.
Journal of Sports Science, London, v. 23, n. 3, p. 299-307, 2005.
FOSS, M. L.; KETEYIAN, S. J. Fox – Bases fisiológicas do exercício e do esporte. 6. ed. Rio
de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000.
HILL, D. W. Energy system contributions in middle-distance running events. Journal of
Sports Sciences, Abingdon, v. 17, n. 17, p. 477-483, 1999.
PLATONOV, V. N. Tratado geral de treinamento desportivo. São Paulo: Phorte, 2008.
POWERS, S. K.; HOWLEY, E. T. Fisiologia do Exercício – Teoria e aplicação ao
condicionamento e ao desempenho. 8. ed. Barueri: Manole, 2014.
Objetivos
• Compreender a explicação sobre a principal fonte de
energia e quais as formas encontradas.
• Conhecer quais sistemas produzem energia para a
ressíntese de ATP e como é a demanda energética no
repouso e no exercício.
• Definir oxigênio de recuperação, comportamento do
componente rápido e lento durante a recuperação, e os
componentes restaurados na recuperação.
• Definir o que é ergômetro e explicar quais os principais
tipos de ergômetros.
• Compreender como se mensuram trabalho e potência.
• Descrever o que é calorimetria direta tanto quanto
indireta e o que é Equivalente Metabólico.
Conteúdos
• Fontes de energia.
• Recuperação após o exercício.
• Mensuração de energia, trabalho e potência.
41
UNIDADE 2 – FONTES DE ENERGIA, RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO E MENSURAÇÃO DE ENERGIA,
TRABALHO E POTÊNCIA
1. INTRODUÇÃO
Na Unidade 1, você estudou, resumidamente, a história da
Fisiologia do Exercício. Já nesta segunda unidade, você aprenderá
sobre as fontes de energia, a recuperação após o exercício, a
mensuração de energia, trabalho e potência.
Com relação às fontes de energia, você estudará a
Adenosina Trifosfato (ATP, do inglês Adenosine Triphosphate),
ou trifosfato de adenosina, e os sistemas que produzem energia
para a sua ressíntese. Depois, abordaremos o sistema aeróbio
e o metabolismo das gorduras e das proteínas. Em seguida,
trataremos das demandas energéticas no repouso e no exercício.
Sobre a recuperação após o exercício, você aprenderá o que
significa o termo "oxigênio de recuperação" e como é importante
estudá-lo para conhecer como o indivíduo se recupera após
uma ou mais sessão de treinamento. Com este conhecimento,
você será capaz de prescrever corretamente a intensidade
do treinamento, com uma recuperação adequada entre uma
sessão e outra de exercício. Além disso, poderá orientar melhor
o indivíduo que está participando de alguma atividade onde a
intensidade é importante para um resultado final positivo.
Na mensuração de energia, trabalho e potência, será
definido o termo ergômetro, quais os principais tipos e,
como podemos calcular o trabalho realizado em diferentes
tipos de ergômetros. Para entender melhor a questão sobre
gasto energético no exercício, a aprender a calculá-lo, serão
abordados os termos: calorimetria direta e indireta. Finalmente,
abordaremos o termo Equivalente Metabólico, o que é e,
como podemos utilizá-lo para orientar diferentes indivíduos na
realização do exercício físico.
Glicólise aeróbia
Glicólise é a quebra da glicose. Nesta fase, a glicose (ou
o glicogênio) é convertida em piruvato. A única diferença entre
a glicólise anaeróbia, vista anteriormente, e a glicólise aeróbia
é que nesta última não há a formação do ácido lático devido à
participação do oxigênio nas reações químicas (Figura 10).
Ciclo de Krebs
Nesta etapa, o ácido pirúvico formado na glicólise aeróbia
continua sendo metabolizado nas mitocôndrias. Como resultado,
são produzidos hidrogênio, elétrons, dióxido de carbono e ATP.
Além disso, no Ciclo de Krebs, é liberada energia para a ressíntese
de 2 moles de ATPs (Figura 11).
Sistema Pouca;
Fosfocreatina Não Mais rápida
ATP-PC limitada
Sistema da Pouca;
Glicogênio ou glicose Não Rápida
glicólise limitada
Exercício prolongado
Para a realização de exercícios prolongados, ou seja,
exercícios com duração acima de 10 minutos, a predominância é
do sistema aeróbio. Para esses exercícios, a capacidade aeróbia
é imprescindível para um bom desempenho na atividade (Figura
19). Os principais nutrientes utilizados nesses exercícios são as
gorduras e, principalmente, os carboidratos.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Oxigênio total da recuperação = 5 litros – 1 litro.
Oxigênio total da recuperação = 4 litros.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
São necessários, portanto, 4 litros de oxigênio adicionais
para suprir o oxigênio, além do que é consumido normalmente.
De acordo com o exemplo, esse gasto de oxigênio corresponde a
1 minuto. Se você fizer 10 minutos de atividade, basta multiplicar
esse valor (4 litros) por 10. Então, haverá oxigênio total de
recuperação de 40 litros por 10 minutos de atividade.
Restauração da PC
A energia para restaurar a PC provém do sistema aeróbio
(oxigênio) durante o componente rápido de recuperação.
Após a realização de um exercício de alta intensidade, por
exemplo, um tiro de 100 metros, 50% das reservas de PC são
reabastecidas em aproximadamente 30 segundos. No entanto,
para abastecer totalmente as reservas de PC, são necessários
entre 6 e 9 minutos.
Existe alguma maneira de melhorar o desempenho
em provas de alta intensidade e curta duração? A resposta é
sim! O indivíduo pode treinar e aumentar as suas reservas de
PC no músculo. Além disso, pode usar um suplemento com
creatina para aumentar essas reservas. Ainda, como o sistema
aeróbio é utilizado para fornecer energia para a ressíntese da
PC, aumentando a eficiência do sistema aeróbio, consegue-se
ressintetizar a PC mais rapidamente. Dessa forma, o indivíduo
estaria mais prontamente preparado para realizar outra
atividade.
Ergometria
O gasto energético durante o exercício é estudado
utilizando diferentes ergômetros. No entanto, você sabe o que
é um ergômetro?
Ergo = “trabalho”, e metro = “medida”. Consequentemente,
o ergômetro “mede o trabalho realizado”.
Quais os principais tipos de ergômetros encontrados?
• Esteira ergométrica (Figura 26).
Trabalho = 10 kg ⋅ 1 m = 10 kgm
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
T
Potência =
t
P = Potência; T = Trabalho; t = Tempo.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Utilizando o exemplo anterior, qual a potência para levantar
um peso de 10 kg em uma distância vertical de 1 metro, em meio
segundo?
T
Potência =
t
10
Potência =
0,5
Potência = 20 kgm / s
Banco de step
O banco de step é um ergômetro muito utilizado devido ao
seu baixo custo e à facilidade de operação.
Para calcular o trabalho realizado, basta o indivíduo subir e
descer do step. Exemplo:
• Um indivíduo do sexo masculino, com 60 kg de peso
corporal, sobe e desce de um step de 0,30 metro (30
cm) de altura, durante 20 minutos, em um ritmo de 30
passos por minuto.
Bicicleta ergométrica
A bicicleta ergométrica é um dos ergômetros mais utilizados
para avaliar a eficiência do componente cardiorrespiratório do
indivíduo. Exemplo:
• Um indivíduo pedala durante 20 minutos, com uma
resistência contra o volante de 1,5 kp. A distância
percorrida por rotação do pedal é de 6 m, e a velocidade
de pedalagem, 60 rpm.
O trabalho total realizado é, portanto:
1,5 kp ⋅ 6 ( metros por rotação ) ⋅ 60 ( RPM ) ⋅ 20 ( minutos ) =
= 10800 kpm
10800
Potência =
20 minutos
Potência
= 540 kpm ⋅ min −1
Watt W −1
1 W 6,12 kpm ⋅ min
=
Kilopond-metro.min-1 Kpm.min-1 −1
1 kpm ⋅ min =
0,163 W
Fonte: adaptado de McArdle, Katch e Katch (2008, p. 232).
Esteira ergométrica
Com a esteira na horizontal, não é possível calcular facilmente
o trabalho realizado. Isso ocorre porque o deslocamento vertical
do centro de gravidade do corpo não é facilmente mensurado.
Portanto, para calcular o trabalho realizado, é necessário que a
esteira esteja inclinada.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Peso corporal do indivíduo = 60 kg (massa utiliza 60 kp).
Velocidade da esteira = 180 mmin-1.
Ângulo da esteira = 0,10.
Tempo de exercício = 20 minutos.
realizado 21600
Trabalho= = kpm 3529, 41 W .
−1 −1
Atividade física =10 ⋅ 3,5 ml ⋅ kg ⋅ min
−1 −1
Atividade física = 35 ml ⋅ kg ⋅ min .
VO
= 2 8 METs ⋅ 3,5 ml ⋅ kg −1 ⋅ min −1 ⋅ 70 kg ⋅ 30 min
VO 2 = 58800 ml ou 58,8 l .
3. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante para
você testar o seu desempenho. Se encontrar dificuldades em
responder às questões a seguir, você deverá revisar os conteúdos
estudados para sanar as suas dúvidas.
1) Para realizar qualquer atividade física, a célula muscular precisa contrair-
-se. A energia necessária para essa contração é oriunda:
a) do ATP.
b) dos carboidratos.
c) das gorduras.
d) das proteínas.
e) dos minerais.
3) O(s) sistema(s) que produz (em) energia para a ressíntese de ATP é (são):
a) sistema anaeróbio alático.
b) sistema anaeróbio lático.
c) sistema aeróbio.
d) todas as alternativas anteriores estão corretas.
e) todas as alternativas anteriores estão incorretas.
6) O sistema aeróbio utiliza o oxigênio para produzir energia. Uma prova cuja
predominância é do sistema aeróbio é:
a) prova de atletismo de 100 metros rasos.
b) prova de 100 metros livres na natação.
c) prova de arremesso de peso.
Gabarito
Confira, a seguir, as respostas corretas para as questões
autoavaliativas propostas:
Questões Resposta
1 A
2 E
3 D
4 A
5 B
6 E
7 C
8 B
9 D
10 B
11 D
12 E
13 B
14 A
15 A
4. CONSIDERAÇÕES
Com o término desta unidade, na qual abordamos a energia,
a recuperação após o exercício e a mensuração de energia,
trabalho e potência, queremos lembrá-lo de que os estudos
devem prosseguir. Até agora, tudo o que você viu é apenas o
começo para realmente tornar-se qualificado nesta área. Desta
forma, é necessária a contínua aquisição de conhecimentos para
destacar-se no mercado de trabalho.
Neste momento, recorra aos artigos apontados no
Conteúdo Digital Integrador, a fim de solidificar o seu aprendizado
e adquirir novos conhecimentos na área. Na próxima unidade,
você estudará os sistemas respiratório e cardiovascular.
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DENADAI, B. S.; GRECO, C. C. Prescrição do treinamento aeróbio: teoria e prática. Rio
de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005.
DUFFIELD, R.; DAWSON, B.; GOODMAN, C. Energy system contribution to 100-m and
200-m track running events. Journal of Science and Medicine in Sport, Belconnen, v. 7,
n. 3, p. 302-313, 2004.
______. Energy system contribution to 400-metre and 800-metre track running.
Journal of Sports Sciences, London, v. 23, n. 3, p. 299-307, 2005.
FOSS, M. L.; KETEYIAN, S. J. Fox – Bases fisiológicas do exercício e do esporte. 6. ed. Rio
de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000.
HILL, D. W. Energy system contributions in middle-distance running events. Journal of
Sports Science, Abingdon, v. 17, n. 17, p. 477-483, 1999.
KENNEY, W. L.; WILMORE, J. H.; COSTILL, D. L. Fisiologia do Esporte e do Exercício. 5.
ed. São Paulo: Manole, 2013.
McARDLE, W. D.; KATCH, F. I.; KATCH, V. L. Fisiologia do Exercício – Energia, nutrição e
desempenho humano. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008.
POWERS, S. K.; HOWLEY, E. T. Fisiologia do Exercício — Teoria e aplicação ao
condicionamento e ao desempenho. 8. ed. Barueri: Manole, 2014.
Objetivos
• Conhecer e discutir sobre ventilação pulmonar, volume,
capacidades e medidas pulmonares.
• Compreender e explicar diferentes volumes e capacida-
des durante o repouso e o exercício.
• Definir as variações dos padrões respiratórios normais.
• Descrever o transporte de oxigênio e dióxido de carbo-
no no sangue durante o repouso e o exercício.
• Discutir as alterações de pressão durante o exercício.
• Explicar as alterações cardiovasculares durante o
exercício.
Conteúdos
• Ventilação e mecânica pulmonares.
• Permuta e transporte dos gases.
• Sistema cardiovascular: função e respostas ao exercício.
• Controle cardiorrespiratório.
103
UNIDADE 3 – SISTEMAS RESPIRATÓRIO E CARDIOVASCULAR
1. INTRODUÇÃO
No início desta unidade, estudaremos a função do sistema
respiratório, a definição da ventilação pulmonar, dos volumes,
das capacidades e das medidas pulmonares durante o repouso
e o exercício. Em seguida, examinaremos a capacidade vital em
sedentários e atletas e a importância do seu conhecimento na
prática da atividade física.
Além disso, abordaremos o transporte de oxigênio e dióxido
de carbono no sangue durante o repouso e a atividade física e,
finalmente, em se tratando de sistema respiratório, analisaremos
as principais variações dos padrões respiratórios normais.
Após o estudo do sistema respiratório, iniciaremos o estudo
do sistema cardiovascular, explicando o comportamento da
pressão arterial no repouso e durante o exercício. Discutiremos,
também, o ciclo cardíaco, o Volume Sistólico, a fração de ejeção,
a frequência cardíaca e o Débito Cardíaco no repouso e no
exercício, comparando indivíduos sedentários e treinados.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
V VC ⋅ f
=
V 500 ⋅ 12
=
V = 6000 ml ou 6 l / min
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Volume máximo de ar
Volume de Reserva
inspirado após uma inspiração 3.000 ml Diminuição
Inspiratório (VRI)
normal.
Volume máximo de ar
Volume de Reserva
expirado após uma expiração 1.200 ml Diminuição
Expiratório (VRE)
normal.
Capacidade
Volume de ar nos pulmões Pequena
Pulmonar Total 6.000 ml
após uma inspiração máxima. diminuição
(CPT)
Volume máximo de ar
Capacidade Vital Pequena
expirado após uma inspiração 4.800 ml
(CV) diminuição
máxima.
Volume máximo de ar
Capacidade
inspirado após uma expiração 3.600 ml Aumento
Inspiratória (CI)
normal.
Fonte: McArdle, Katch e Katch (2008, p. 265).
Hiperventilação
A hiperventilação, comumente denominada "respiração
forçada", é o aumento da ventilação pulmonar que ultrapassa o
consumo de oxigênio e a eliminação de dióxido de carbono pela
musculatura ativa.
Essa respiração forçada elimina rapidamente o dióxido de
carbono dos pulmões e do líquido extracelular. Quando o dióxido
de carbono é eliminado, carrega consigo íons H. Com isso, há
queda da concentração de H e elevação do pH plasmático.
Consequentemente, o indivíduo pode apresentar vertigem e até
inconsciência.
Dispneia
É a falta de ar excessiva ou uma angústia ao respirar.
Principalmente em indivíduos destreinados, a sensação de
"não conseguir respirar" durante o exercício, geralmente, é
acompanhada pelo aumento do dióxido de carbono e pelos
íons H arteriais elevados. O aumento do dióxido de carbono e
dos íons H excita os centros respiratórios, localizados no bulbo,
aumentando a frequência e a profundidade da respiração. Isso,
geralmente, ocorre quando a capacidade cardiorrespiratória e/
ou a musculatura ventilatória do indivíduo é descondicionada.
Manobra de Valsalva
É a exalação forçada do ar com os lábios e o nariz fechados,
impelindo-o em direção aos ouvidos. Essa manobra aumenta a
pressão intratorácica para mais de 150 mmHg acima da pressão
atmosférica. Relacionada com a prática de atividade física, essa
manobra geralmente é utilizada durante o treinamento com
pesos (Figura 7), durante as subidas ou descidas em serras,
montanhas ou picos ou no mergulho. Essa manobra estabiliza
as cavidades abdominal e torácica, aumentando a eficiência da
ação muscular.
Observe a Figura 7 a seguir.
Tosse pós-exercício
Após o término de uma atividade física, principalmente
quando o clima está frio, a garganta pode ficar ressecada e
desencadear a tosse. Isso ocorre porque o sistema respiratório
perde uma quantidade significativa de água para umidificar o ar
antes que ele chegue até os alvéolos, causando desconforto no
ato de respirar e provocando a tosse.
Pressão arterial
Imediatamente após o ventrículo esquerdo contrair, o
sangue é forçado a passar pelas artérias sistêmicas, criando, com
isso, uma pressão interna denominada “pressão arterial”.
80 + ( 0,333 ⋅ 40 )
PAM =
PAM =+
80 13,32 =
93,32 mmHg
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Exercício de resistência
O exercício de resistência é conhecido também como
treinamento de força. Nessa modalidade, a tensão é maior na
fase concêntrica (em que ocorre encurtamento do músculo)
em relação à fase excêntrica (em que ocorre alongamento do
músculo). Na fase concêntrica, há compressão dos vasos arteriais
periféricos da musculatura ativa. Com isso, ocorre aumento da
atividade simpática, do Débito Cardíaco e da pressão arterial
média. Essa estimulação aumenta a pressão arterial sistólica.
Exercício contínuo
Dependendo da intensidade, em exercícios contínuos,
como natação, ciclismo ou corrida, a pressão arterial sistólica
aumenta até alcançar um valor estável próximo de 140 a 160
mmHg, mas pode diminuir gradativamente, devido ao contínuo
aumento da vasodilatação das arteríolas da musculatura ativa. A
pressão arterial diastólica se mantém relativamente constante
durante todo o exercício.
A Figura 11 mostra a alteração da pressão arterial sistólica
com o exercício.
Ciclo cardíaco
O ciclo cardíaco é compreendido pela sístole (contração) e
pela diástole (relaxamento).
No repouso, a contração ventricular que ocorre durante
a sístole envia, aproximadamente, 70% do sangue para a
circulação, e ainda permanece no seu interior cerca de 30%. Essa
quantidade de sangue ejetada pelo coração a cada contração é
denominada volume de ejeção.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Volume Sistólico = volume diastólico terminal – volume sistólico terminal.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
O volume diastólico terminal é a quantidade de sangue
que permanece no ventrículo no final da diástole, e o volume
sistólico terminal, a quantidade de sangue que permanece no
ventrículo no final da sístole.
Para entendermos melhor o conceito de volume de ejeção,
sigamos o exemplo a seguir:
• Um indivíduo do sexo masculino com o volume diastólico
terminal de 120 ml e o volume sistólico terminal de 50
ml possui qual valor de volume de ejeção?
Seguindo a equação precedente, obtemos:
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Volume de ejeção = 120 ml – 50 ml .
Volume de ejeção = 70 ml .
Fração de ejeção
Fração de ejeção é o percentual relativo à quantidade
de sangue total do ventrículo esquerdo ejetada a cada sístole
(Figura 13).
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
120 − 50 ⋅ 100
Fração de ejeção =
120
FC 40 pulsos=
= ⋅ 3 120 bpm
produto_em_series_sucessivas_do_exercicio_de_
forca_com_diferentes_intervalos_de_recuperacao.
pdf>. Acesso em: 8 set. 2015.
O próximo artigo discute o duplo-produto como preditor
indireto do consumo de oxigênio do miocárdio. Os autores deste
artigo observam o comportamento da frequência cardíaca, da
pressão sistólica e diastólica, tanto quanto o duplo-produto
durante a realização de exercícios dinâmicos contrarresistência
e aeróbio contínuo:
• FARINATTI, P. T. V.; ASSIS, B. F. C. B. Estudo da frequência
cardíaca, pressão arterial e duplo-produto em exercícios
contrarresistência e aeróbio contínuo. Revista Brasileira
Atividade Física & Saúde, v. 5, n. 2, p. 5-16, 2000.
Disponível em: <http://periodicos.ufpel.edu.br/ojs2/
index.php/RBAFS/article/viewFile/994/1146>. Acesso
em: 8 set. 2015.
A frequência cardíaca é um índice que tem sido bastante
utilizado para prescrever a intensidade com que o indivíduo
deve realizar uma atividade a fim de melhorar a eficiência do
componente cardiorrespiratório. Dessa forma, é indicada a
leitura do artigo a seguir, que relata a resposta da frequência
cardíaca de modo a contribuir para a interpretação clínica,
epidemiológica e para a prescrição da atividade física:
• ALMEIDA, M. B. Frequência cardíaca e exercício: uma
interpretação baseada em evidências. Revista Brasileira
de Cineantropometria & Desempenho Humano,
Florianópolis, v. 9, n. 2, p. 196-202, 2007. Disponível em:
<https://periodicos.ufsc.br/index.php/rbcdh/article/
view/4063/3438>. Acesso em: 8 set. 2015.
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante para
você testar o seu desempenho. Se encontrar dificuldades em
responder às questões a seguir, você deverá revisar os conteúdos
estudados para sanar as suas dúvidas.
1) Assinale qual das opções completa corretamente a sentença a seguir:
A função básica do sistema respiratório é ofertar __________ ao
organismo e remover o _____________. Essa ação ocorre por meio da
___________________.
a) oxigênio/gás carbônico/respiração pulmonar.
b) gás carbônico/oxigênio/respiração pulmonar.
c) gás carbônico/oxigênio/contratilidade cardíaca.
d) oxigênio/gás carbônico/contratilidade cardíaca.
e) oxigênio/gás carbônico/troca gasosa.
12) O aumento do trabalho do coração durante o exercício pode ser mais bem
estimado por meio:
a) do duplo-produto.
b) da frequência cardíaca.
c) do retorno venoso.
d) do DC.
e) do VS.
14) A maior pressão alcançada no interior da artéria aorta logo após a sístole
ventricular é chamada de:
a) pressão arterial sistólica.
b) pressão arterial diastólica.
c) pressão arterial máxima.
d) pressão arterial média.
e) pressão de pulso.
Gabarito
Confira, a seguir, as respostas corretas para as questões
autoavaliativas propostas:
Questões Resposta
1 A
2 B
3 A
4 C
5 D
6 A
7 C
8 E
9 A
10 B
11 A
12 A
13 A
14 A
15 B
16 B
17 D
18 D
19 D
20 B
5. CONSIDERAÇÕES
Esta unidade está sendo finalizada. Porém, para estar
apto a compreender e discutir sobre a fisiologia dos sistemas
respiratório e circulatório aplicada aos exercícios, é necessário
que você continue pesquisando sobre esses temas. Além
disso, esses conteúdos são de extrema importância para dar
prosseguimento aos estudos de outros conteúdos, tais como:
disfunções orgânicas, treinamento, avaliação física etc.
Lembre-se de ler os artigos indicados no Conteúdo Digital
Integrador e responder às questões autoavaliativas. Com tais
conhecimentos, você poderá estudar, na próxima unidade, o
consumo máximo de oxigênio e a análise do lactato sanguíneo.
Até lá!
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ACSM — AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE. Manual de pesquisa das diretrizes
do ACSM para os testes de esforço e sua prescrição. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2003.
DENADAI, B. S.; GRECO, C. C. Prescrição do treinamento aeróbio: teoria e prática. Rio
de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005.
DUFFIELD, R.; DAWSON, B.; GOODMAN, C. Energy system contribution to 100-m and
200-m track running events. Journal of Science and Medicine in Sport, Belconnen, v. 7,
n. 3, p. 302-313, 2004.
______. Energy system contribution to 400-metre and 800-metre track running.
Journal of Sports Science, London, v. 23, n. 3, p. 299-307, 2005.
FOSS, M. L.; KETEYIAN, S. J. Fox – Bases fisiológicas do exercício e do esporte. 6. ed. Rio
de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000.
GUYTON, A. C. Fisiologia humana. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1988.
GUYTON, A. C.; HALL, J. E. Tratado de Fisiologia Médica. 12. ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2011.
Objetivos
• Compreender o conceito de consumo máximo de
oxigênio.
• Identificar valores de VO2máx. em indivíduos sedentários
e treinados.
• Compreender os mecanismos que provocam os efeitos
do treinamento no VO2máx.
• Analisar e compreender a relação entre consumo de
oxigênio e duplo-produto.
• Compreender os fatores que influenciam a cinética do
lactato no exercício.
• Identificar os limiares aeróbio e anaeróbio.
• Compreender os efeitos do treinamento de resistência
na remoção do lactato.
Conteúdos
• Conceito e determinação do consumo máximo de
oxigênio.
• Valores do consumo em indivíduos sedentários e
treinados.
149
UNIDADE 4 – CONSUMO MÁXIMO DE OXIGÊNIO E ANÁLISE DO LACTATO SANGUÍNEO
1. INTRODUÇÃO
Nesta unidade, estudaremos o consumo máximo de
oxigênio (VO2máx.) e como fazer a análise do lactato sanguíneo.
Esses dois índices são os principais e mais utilizados para
avaliar e prescrever o treinamento para melhorar a aptidão
do componente cardiorrespiratório. Consequentemente, é
de extrema importância o seu aprendizado, já que na maioria
das atividades físicas praticadas há predominância aeróbia,
ou seja, essas atividades dependem da aptidão do sistema
cardiorrespiratório.
Você aprenderá, também, sobre o conceito de VO2máx., os
valores de VO2máx. em indivíduos sedentários e em diferentes
modalidades esportivas, compreendendo quais os efeitos
do treinamento sobre o VO2máx. Além disso, estudaremos
o Débito Cardíaco, a diferença arteriovenosa de oxigênio e o
duplo-produto relacionado ao VO2máx.
Para finalizar o estudo sobre o consumo máximo de
oxigênio, abordaremos os fatores que influenciam o efeito do
treinamento sobre o VO2máx., alguns aspectos do treinamento
concorrente (força e aeróbio) e uma aplicação prática para a
determinação do consumo máximo de oxigênio. Sobre a análise
do lactato sanguíneo, trataremos da cinética e dos fatores que
influenciam o metabolismo do lactato no exercício. Em seguida,
discutiremos o limiar aeróbio e anaeróbio e como esses
índices podem ser utilizados para prescrever a intensidade do
treinamento. Concluindo a nossa discussão, explicaremos os
efeitos do treinamento de resistência na remoção do lactato.
Conceito de VO2máx.
O VO2máx., ou potência aeróbia máxima, pode ser
definido como a mais alta captação de oxigênio alcançada por
um indivíduo utilizando grandes grupos musculares. Em outras
palavras, podemos afirmar que o VO2máx. está diretamente
relacionado com a capacidade do sistema cardiorrespiratório de
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Indivíduo 1:
Peso: 70 kg.
VO 2 máx. ( absoluto ) = 3, 0 l / min
1000
VO 2 máx. (=
relativo ) 3, 0 l / min ⋅
70
VO 2 máx. ( relativo
= ) 42,86 ml ⋅ kg −1 ⋅ min −1
Indivíduo 2:
Peso: 80 kg.
VO 2 máx. ( absoluto ) = 3, 0 l / min
1000
( relativo ) 3, 0 l / min ⋅
VO 2 máx.=
80
VO 2 máx. ( relativo=
) 37,5 ml ⋅ kg −1 ⋅ min −1
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
VO 2máx. ( ml / min
= ) FC ( bpm ) ⋅ VS ( l / bat.) ⋅ dif . art − ven O 2máx.
Atletas 6.250 = 190 ⋅ 0, 205 ⋅ 160
Ativos 3.500 = 195 ⋅ 0, 112 ⋅ 160
Figura 3 Resumo dos fatores que causam aumento do VO2máx. com o treinamento.
VO2máx. e duplo-produto
Como você estudou em Fisiologia Humana, o duplo-
produto é calculado multiplicando a FC pela pressão arterial
sistólica, ou seja:
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Duplo-produto = Frequência Cardíaca x pressão arterial sistólica.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Com o aumento da intensidade do exercício, há aumento
na FC e na pressão arterial sistólica. Com isso, há também
aumento na sobrecarga de trabalho do coração.
Observe o Quadro 4 a seguir:
VO 2 máx. ( ml ⋅ kg −1 ⋅ min −1 ) =
( D ⋅ 60 ⋅ 0, 2 ) + 3,5
Duração em segundos
D = distância percorrida.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Vamos calcular o VO2máx. tendo como exemplo um
indivíduo do sexo masculino com 25 anos de idade e que
percorreu os 2.400 metros em 12 minutos. O primeiro passo
é transformar o tempo de minutos em segundos. Logo,
= 40, 0 ml ⋅ kg −1 ⋅ min −1
VO 2 máx.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Você pode comparar esse resultado com o Quadro 5 a
seguir para classificar o condicionamento cardiorrespiratório do
indivíduo:
(VO2máx. em ml ⋅ kg −1 ⋅ min −1 )
Faixa Muito
Fraca Regular Boa Excelente Superior
etária fraca
35,1 - 51,0 -
38,4 - 45,2 -
38,3 55,9
45,1 50,9
33,1 - 46,5 -
13 - 19 36,5 - 42,5 -
- 35,0 36,4 52,4 > 56,0
20 - 29 42,2 46,4
- 33,0 31,6 - 45,0 - > 52,5
30 - 39 35,5 - 41,0 -
- 31,5 35,4 49,4 > 49,5
40 - 49 40,9 44,9
- 30,2 30,3 - 43,8 - > 48,1
50 - 59 33,6 - 39,0 -
- 26,1 33,5 48,0 > 45,4
Mais 38,9 43,7
26,2 - 41,0 -
de 60 31 - 35,7 35,8 -
- 20,5 30,9 45,3 > 44,3
anos 40,9
26,1 -
20,6 - 36,5 -
32,2 32,3 - 44,
26,0 44,2
Fonte: Marins e Giannichi (1998, p. 155).
(VO2máx. em ml ⋅ kg −1 ⋅ min −1 )
Faixa Muito
Fraca Regular Boa Excelente Superior
etária fraca
13 - 19
- 25,0 25,1-30,9 31,0-34,9 35,0-38,9 39,0-41,9 > 42
20 - 29
- 23,6 23,7-28,9 29,0-32,9 33,0-36,9 37,0-40,9 > 41
30 - 39
- 22,8 22,9-26,9 27,0-31,4 31,5-35,6 35,7-40,0 > 40,1
40 - 49
- 21,0 21,1-24,4 24,5-28,9 29,0-32,8 32,9-36,9 > 37,0
50 - 59
- 20,2 20,3-22,7 22,8-26,9 27,0-31,4 31,5-35,7 > 35,8
Mais
de 60
- 17,5 17,6-20,1 20,2-24,4 24,5-30,2 30,3-31,4 > 31,5
anos
Fonte: Marins e Giannichi (1998, p. 155).
Figura 4 Concentração sanguínea de ácido lático.
Idade
Durante a realização de determinado exercício, as crianças
apresentam menor concentração de lactato sanguíneo, quando
comparadas aos adultos. É provável que isso ocorra porque as
crianças não possuem o sistema anaeróbio lático tão desenvolvido
como os adultos. Dessa forma, durante determinado exercício, as
crianças devem utilizar mais o sistema aeróbio e menos o sistema
anaeróbio lático, quando comparadas aos adultos, e, com isso,
a concentração de lactato sanguíneo é menor. Por essa razão,
quando analisamos as concentrações de lactato das crianças,
devemos empregar a terminologia apropriada, de acordo com a
faixa etária e o nível de maturação sexual.
Disponibilidade de substrato
A quantidade de glicose (ou glicogênio) e de ácidos graxos
interfere no desempenho e na quantidade de lactato sanguíneo
formado. Portanto, antes de realizar a análise do lactato
sanguíneo, é importante ficar atento à dieta do indivíduo e se
este se recuperou dos treinamentos e/ou das competições.
Limiar aeróbio
O limiar aeróbio é definido como a intensidade do exercício
correspondente à concentração de 2,0 mmol de lactato no
sangue. Por exemplo: um indivíduo começa a correr na esteira
e, a cada três minutos de exercício, aumenta a velocidade em
um quilômetro por hora. No início do exercício, a concentração
de lactato pode permanecer inalterada. Porém, depois de alguns
estágios, a concentração de lactato aumenta acima do valor de
repouso. Quando a concentração de lactato sanguíneo atinge 2,0
mmol, é encontrado o limiar aeróbio (Figura 5).
Limiar anaeróbio
O limiar anaeróbio é definido como a intensidade do
exercício correspondente à concentração de 3,5 mmol de
lactato no sangue. Utilizando o mesmo exemplo anterior para
a determinação do limiar aeróbio, imagine um indivíduo que
começa a correr na esteira e, a cada três minutos de exercício,
aumenta a velocidade em um quilômetro por hora. Quando a
concentração de lactato sanguíneo atinge 3,5 mmol, é encontrado
o limiar anaeróbio (Figura 6).
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante para
você testar o seu desempenho. Se encontrar dificuldades em
responder às questões a seguir, você deverá revisar os conteúdos
estudados para sanar as suas dúvidas.
1) Para o indivíduo realizar atividades de longa duração, como a natação, o
ciclismo e a corrida, a energia é fornecida principalmente pelo sistema:
a) anaeróbio alático.
b) anaeróbio lático.
c) aeróbio.
d) aeróbio alático.
e) aeróbio lático.
a) 35 ml ⋅ kg −1 ⋅ min −1 / 95 ml ⋅ kg −1 ⋅ min −1 .
b) 55 ml ⋅ kg −1 ⋅ min −1 / 35 ml ⋅ kg −1 ⋅ min −1 .
c) 65 ml ⋅ kg −1 ⋅ min −1 /105 ml ⋅ kg −1 ⋅ min −1 .
d) 15 ml ⋅ kg −1 ⋅ min −1 / 25 ml ⋅ kg −1 ⋅ min −1 .
e) 15 ml ⋅ kg −1 ⋅ min −1 / 85 ml ⋅ kg −1 ⋅ min −1 .
b) 5%-20%.
c) 10%-20%.
d) 30%-50%.
e) 50%-70%.
a) 15 ml ⋅ kg −1 ⋅ min −1 .
b) 25 ml ⋅ kg −1 ⋅ min −1
c) 35 ml ⋅ kg −1 ⋅ min −1 .
d) 45 ml ⋅ kg −1 ⋅ min −1 .
e) 85 ml ⋅ kg −1 ⋅ min −1 .
12) Qual das fórmulas a seguir poderia ser utilizada para calcular o consumo
máximo de oxigênio?
Gabarito
Confira, a seguir, as respostas corretas para as questões
autoavaliativas propostas:
Questões Resposta
1 C
2 B
3 A
4 A
5 D
6 E
7 D
8 D
9 A
10 D
11 E
12 A
13 A
14 C
15 D
16 A
17 D
18 E
19 A
20 A
5. CONSIDERAÇÕES
Chegamos ao término da quarta e última unidade de Bases
Fisiológicas do Movimento Humano. Seria muita pretensão de
nossa parte acreditar que este material é completo e possibilita
a você excelente conhecimento sobre a Fisiologia do Exercício.
Muito longe disso! Para bom conhecimento nesta área, é
importante que você consulte várias referências bibliográficas e
artigos científicos relacionados aos assuntos aqui tratados. Com
o decorrer dos seus estudos, você perceberá que o aprendizado
é contínuo, isto é, as pesquisas são infindáveis.
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DENADAI, B. S. Índices fisiológicos de avaliação aeróbia: conceitos e aplicações.
Ribeirão Preto: B. S. D., 1999.
DENADAI, B. S.; GRECO, C. C. Prescrição do treinamento aeróbio: teoria e prática. Rio
de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005.
DUFFIELD, R.; DAWSON, B.; GOODMAN, C. Energy system contribution to 100-m and
200-m track running events. Journal of Science and Medicine in Sport, Belconnen, v. 7,
n. 3, p. 302-313, 2004.
______. Energy system contribution to 400-metre and 800-metre track running.
Journal of Sports Science, London, v. 23, n. 3, p. 299-307, 2005.
FOSS, M. L.; KETEYIAN, S. J. Fox – Bases fisiológicas do exercício e do esporte. 6. ed. Rio
de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000.
HILL, D. W. Energy system contributions in middle-distance running events. Journal of
Sports Science, Abingdon, v. 17, n. 17, p. 477-483, 1999.
MARINS, J. C. B.; GIANNICHI, R. S. Avaliação e prescrição de atividade física: guia
prático. 2. ed. Rio de Janeiro: Shape, 1998.
McARDLE, W. D.; KATCH, F. I.; KATCH, V. L. Fisiologia do Exercício – Energia, nutrição e
desempenho humano. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008.
POWERS, S. K.; HOWLEY, E. T. Fisiologia do Exercício – Teoria e aplicação ao
condicionamento e ao desempenho. 8. ed. Barueri: Manole, 2014.
ROBERGS, R. A.; ROBERTS, S. O. Princípios fundamentais de Fisiologia do Exercício para
aptidão, desempenho e saúde. São Paulo: Phorte Editora, 2002.