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EPILEPSIA

Mito
A epilepsia é uma doença contagiosa.
Verdade
As crises são controladas com medicamentos.
Mito
Convulsão e ataque epiléptico são a mesma
coisa.
Verdade
É possível levar uma vida normal mesmo com
a doença
EPILEPSIA

Crises convulsivas são relatadas em


sociedades antigas há mais de 5.000 anos.
Antes e durante a Era Cristã, convulsões
eram atribuídas a possessões demoníacas,
castigos divinos.
EPILEPSIA
A epilepsia é uma doença muito comum.
A gente tem hoje 65 milhões de pessoas no
mundo com epilepsia.
Nos Estados Unidos 1 em cada 26 pessoas vai
ter epilepsia ao longo da vida.
No Brasil a prevalência se situa em torno de
4 casos para cada 1000 habitantes.
EPILEPSIA
Crise Convulsiva:
É uma atividade elétrica anormal, uma
atividade neuronal anormal que vai gerar sinais
e sintomas específicos, como abalos musculares.
As crises convulsivas podem ser:
Crise Provocada
Crise não provocada
EPILEPSIA
Crise Provocada
É uma crise epiléptica decorrente de uma
causa imediata identificada, como:
 Distúrbio metabólico
 Intoxicação aguda
 Abstinência de drogas sedativas
 Insulto neurológico agudo
EPILEPSIA

Crise Não Provocada


Quando não há uma causa conhecida para a
crise, após investigação clínica, laboratorial e de
imagem.
EPILEPSIA
Epilepsia
É uma doença cerebral crônica causada por
diversas etiologias e caracterizada pela
recorrência de cries epilépticas não provocadas.
Duas ou mais crises não provocadas num
intervalo maior de 24 horas.
EPILEPSIA
Classificação
Instalação
Focal ou Generalizada
Semiologia da Crise

Apresentação Clínica

Etiologia
Causas
EPILEPSIA
Instalação:
• Crise Focal
A crise focal ou crise parcial surge de uma
atividade elétrica neuronal anormal de um
hemisfério cerebral.
EPILEPSIA
EPILEPSIA
EPILEPSIA
EPILEPSIA
• Semiologia da Crise
Nível de Consciência
Simples Complexo

Manifestações Motoras

Manifestações Não-Motoras
EPILEPSIA
• Semiologia da Crise
E as crises focais com semiologia pode ser
classificada conforme o nível de consciência.
Como:
Epilepsia Focal Simples
Epilepsia Focal Complexa
EPILEPSIA
Epilepsia Focal Simples
A consciência não é prejudicada e o paciente
percebe sensações anormais no corpo.

Epilepsia Focal Complexa


Existe a perda da consciência e o paciente
fica entorpecido e confuso durante a crise
epiléptica, além de não se lembrar do que
aconteceu.
EPILEPSIA

E podemos classificar também conforme as:


Manifestações Motoras
Manifestações Não- Motoras
EPILEPSIA
Manifestações Motoras
As manifestações motores de uma crise pode
ser:
o Automatismo
o Atônica
o Tônica
o Clônica
o Mioclônica
o Hipercinética
o Espasmos epilépticos
EPILEPSIA
Manifestações Não- Motoras
o Autonômico
o Cognitivo
o Emocional
o Emocional
o Sensitivo
EPILEPSIA
• Crise Generalizada
É quando tenho atividade elétrica neuronal
anormal nos dois hemisférios cerebrais.
EPILEPSIA
Apresenta as manifestações motoras, que
são as mesmas da crise focal, só que nos dois
hemisférios.
Lembrar que numa crise focal, pode começar
focal e depois se generalizar. A atividade começa
num hemisfério e depois passa para os dois
hemisférios.
EPILEPSIA
Etiologia:
Principais causas por faixa etária:
 Neonatal
Doenças congênitas, trauma, hipoxia e
desordens metabólicas.
 Lactentes e pré-escolares
Convulsões febris, infecções, formas
idiopáticas.
EPILEPSIA
 Escolares
Síndromes epilépticas.
 Adultos jovens
TCE, neurocisticercose, abuso de drogas
ilícitas, abstinêcia alcoólica, neoplasias.
 Idosos
Doença cerebrovascular (30-70%), tumores
cerebrais, causas tóxicas, metabólicas.
EPILEPSIA
Apresentação Clínica:
Como avaliar:
Geralmente, o paciente chega ao serviço de
emergência já no período pós-ictal,
apresentando apenas sonolência ou confusão
mental. A história do observador é fundamental
para caracterizar o evento convulsivo.
EPILEPSIA
Deve-se questionar imediatamente se o
paciente já apresenta diagnóstico de epilepsia e
se teve episódios prévios, sendo a má aderência
terapêutica uma importante causa, nestes casos;
Mais comumente, os pacientes apresentam
como único achado clínico a crise epiléptica. No
entanto, muitas vezes, pode ser acompanhada
de sinais e sintomas decorrentes da doença de
base.
EPILEPSIA
Avaliar história de ingestão de medicamentos
ou toxinas: antidepressivos, Lítio, Teofilina,
organofosforados, anticolinérgicos, álcool.
Avaliar história de doença neurológica ou
cerebrovascular prévia ou atual.
Avaliar história de traumatismo
cranioencefálico.
EPILEPSIA
O exame físico ajuda a diagnosticar
síndromes epilépticas a partir de achados
específicos, como alterações dermatológicas:
Angioma facial na síndrome de Sturge-
Weber.
Esclerose tuberosa.
EPILEPSIA
EPILEPSIA
EPILEPSIA

Abordagem Diagnóstica
A necessidade de exames complementares
vai depender muito do cenário clínico em que o
paciente é admitido, e da suspeita clínica
estabelecida pela anamnese e pelo exame físico:
EPILEPSIA
Paciente sabidamente epiléptico que não
estava em uso de medicação:
Não necessita de exames complementares,
apenas restituir a terapêutica com
anticonvulsivantes.
Paciente com primeira crise epiléptica:
Necessita de exames complementares.
EPILEPSIA

Exames laboratoriais de rotina:


o Hemograma completo
o Glicemia
o Eletrólitos
o Rastreio Infeccioso
o Perfil Toxicológico
EPILEPSIA
Suspeita de Infecção do SNC
Se o individuo tiver febre, rigidez de nuca ou
houver suspeita de infecção no SNC, tenho que
realizar punção lombar (LCR).
EPILEPSIA
Neuroimagem
• Tomografia Computorizada do Crâneo
• Ressonância magnética de crânio
Deve ser realizada de rotina para excluir
anormalidade estrutural (hemorragia, AVE
isquêmico, tumor).
A ressonância deve ser indicada quando o
paciente mantém crises apesar da tomografia
normal.
EPILEPSIA

Eletroencefalograma
Exame essencial na avaliação diagnóstica da
crise epiléptica, podendo caracterizar a crise
como focal ou generalizada.
EPILEPSIA
Tratamento

Crises Provocadas

Tratar a causa base

As crises que são provocadas tem que tratar


o que está causando a crise. Tratar a causa base
EPILEPSIA

Crises Não Provocadas

Tratamento Específicos

Nas crises não provocadas eu posso usar


medicação especifica.
EPILEPSIA

Fármacos Antiepilépticos
Tem medicações de 1ª 2ª e 3ª geração.
As de 2ª e 3ª geração tem menos efeito
colateral e melhor perfil de interação
medicamentosa.
EPILEPSIA
1ª geração:
• Fenobarbital
• Fenitóina
• Etosuximida
• Carbamazepina
• Valproato de sódio
EPILEPSIA
2ª Geração:
 Lamotrigina
 Topiramato
 Vigabatrina
 Clobazam
 Oxcarbamazepina
 Levetiracetam
 Gabapentina
 Pregabalina
EPILEPSIA
3ª Geração:
 Lacosamida
EPILEPSIA
Como é que faz a escolha do medicamento?
Crises Focais
• Carbamazepina
• Fenitoina
• Lamotrigina
• Topiramato
EPILEPSIA

Crises Generalizadas
 Valproato de Sódio
 Lamotrigina
 Etossuximida

É que nas crises generalizadas Carbamazepina


não se pode usar.
EPILEPSIA

Epilepsia de Ausência Infantil


Uma das síndromes epilépticas generalizadas.
Início entre 3 a 10 anos.
EPILEPSIA
Apresentação Clínica:
A criança tem um episódio de parada
comportamental súbita, fica com olhar
parado, com ou sem piscamento.
Duração de poucos segundos, sem sintomas
pós ictal.
Dezenas de episódios ao dia.
Crises podem ser desencadeadas por
hiperventilação.
EPILEPSIA
EPILEPSIA
Abordagem Terapêutica
• Etossuximida
• Valproato de Sódio
EPILEPSIA
Epilepsia Mioclônica Juvenil
É caracterizada por crises convulsivas
acompanhadas de contrações musculares
abruptas, principalmente nos braços.
Ocorre na faixa da puberdade.
Costumam ocorrer no período da manhã e
são desencadeadas por privação do sono.
Fotossensibilidade pode estar presente.
EPILEPSIA
Apresentação Clínica
O paciente pode apresentar três tipos de
crise.
Crises Mioclônicas
Crises Tônico-Clônicas Generalizadas
Crises de Ausência
EPILEPSIA
Crises Mioclônicas
São contrações musculares abruptas
envolvendo normalmente os dois braços.
Crises Tônico-Clônicas Generalizadas
Endurecimento do corpo e abalos
musculares generalizados.
Crises de Ausência
Episódios de olhar parado, com ou sem
piscamento rápido, duração de poucos
segundos, sem pós ictal.
EPILEPSIA
Abordagem Terapêutica
 Valproato de sódio
 Lamotrigina

A droga de escolha para o tratamento da EMJ


é o Valproato de sódio
EPILEPSIA

Estado de Mal Epiléptico


Pacientes com convulsões prolongadas ou
rapidamente recorrentes.
Crise que dura mais de 5 minutos.
É uma emergência médica.
EPILEPSIA
Etiologia:
Má-Aderência
Lesão Estrutural
Causas Metabólicas
Causas Tóxicas
EPILEPSIA
Abordagem Diagnostica
Clinica:
Individuo que está convulsionando por mais
de 5 minutos.
Eletroencefalograma - EEG
Utilizado principalmente nos casos de estado
de mal epiléptico não convulsivo.
EPILEPSIA
Crise Convulsiva na Emergência
Paciente diagnosticado com crise convulsiva
Paciente está em crise convulsiva no momento
• Puncionar acesso venoso
• ⁣
Administrar Diazepam 10 mg EV
• ⁣
Monitorização cardíaca, PA e Oximetria de
pulso
• ⁣
Fornecer suporte de oxigênio
• ⁣
Checar glicemia
EPILEPSIA
Não apresentou resolução da crise
Administrar fenitoína 15-20 mg/kg EV
Não apresentou resolução da crise
Administrar outro anticonvulsivante de 1a linha
• Fenobarbital EV
• Valproato de Sódio EV
• Preparar material para intubação
orotraqueal
EPILEPSIA
Não apresentou resolução da crise
• Prosseguir com intubação
• Administrar anestésicos midazolam
• Monitorizar com EEG
Em 45-60 minutos não apresentou resolução da
crise
• Substituir midazolam por propofol
EPILEPSIA
Em 45-60 minutos não apresentou resolução da
crise

• Substituir propofol por pentobarbital


• Prosseguir com investigação etiológica e
internação em CTI
• Manter dose de manutenção dos
anticonvulsivantes administrados
• Manter anestésicos por 24 horas após
controle da crise
• Monitorizar com EEG
PRIMEIROS SOCORROS PARA CONVULSÃO

A crise convulsiva não é um


processo contagioso ou transmissível.
Não há qualquer risco para aquele que
auxilia um indivíduo nesta condição.
É muito simples auxiliar uma pessoa durante
uma crise convulsiva, entretanto é necessário
saber o que você deve ou não fazer durante este
momento.
PRIMEIROS SOCORROS PARA CONVULSÃO

O que fazer:
Mantenha-se calmo e acalme as pessoas ao
seu redor;
Evite que a pessoa caia bruscamente ao chão;
Acomode o indivíduo em local sem objetos
dos quais ela pode se debater e se machucar;
PRIMEIROS SOCORROS PARA CONVULSÃO

Utilize material macio para acomodar a


cabeça do individuo, como por exemplo; um
travesseiro, casaco dobrado ou outro material
disponível que seja macio;
Posicione o indivíduo de lado de forma que o
excesso de saliva ou vômito (pode ocorrer em
alguns casos) escorram para fora da boca;
Afrouxe um pouco as roupas para que a
pessoa respire melhor;
PRIMEIROS SOCORROS PARA CONVULSÃO

Permaneça ao lado da vítima até que ela


recupere a consciência;
Ao término da convulsão a pessoa poderá se
sentir cansada e confusa, explique o que
ocorreu e ofereça auxílio para chamar um
familiar.
Observe a duração da crise convulsiva, caso
seja superior a 5 minutos sem sinais de
melhora, peça ajuda médica.
PRIMEIROS SOCORROS PARA CONVULSÃO
O que não deve ser feito durante a crise
convulsiva:
Tentar imobilizar a pessoa ou amarrar os
membros, pois pode resultar em fraturas ou
outras lesões;
Colocar a mão na boca da pessoa, assim como
objetos ou panos;
Dar de comer ou beber até que a pessoa
esteja completamente alerta, mesmo que se
desconfie de uma diminuição de açúcar no
sangue.

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