TCC - Final-1
TCC - Final-1
TCC - Final-1
São Paulo, SP
2021
Erson dos Santos Sousa
Filipe Gomes Silva de Castro
Henrique Seidi Murata
Mariana Carolina Moreira dos Santos
Monografia apresentada à
Universidade São Judas Tadeu,
como requisito parcial para a
obtenção do título de Engenheiro
Eletricista.
São Paulo, SP
2021
FICHA DE APROVAÇÃO
Data: 26/11/2021
Horário: 20:00
Sala:
Resultado:
AGRADECIMENTOS
With the need to protect equipment against faults in a power electrical system,
protection devices are used that need to be selective and coordinated. A system with the
adjustments of the protection devices badly sized offers risks in case of abnormalities, which
can turn off a large part of the electrical system unnecessarily or even harm some equipment.
In this work, new settings of protection devices will be elaborated, since the existing settings
were not properly coordinated during their implementation in the substations of a port terminal.
Therefore, the fundamentals of coordination and selectivity will be presented, the protection
devices used and the computational tool that will assist with the sizing of the new settings,
whose name is PTW. With the definitions elaborated, it will be possible to understand the
operation of the devices and then obtain their parameters, as well as those of the power electric
system so that the PTW can calculate the necessary adjustments to coordinate the system. With
the readjustments, it will be possible to perform the simulations that the program provides and
thus obtain the time x current curves of all devices to see if the equipments are coordinated.
Through this study, if any failure happens at one point, the closest protection device will act,
which is not happening in the original system.
Keywords: Power Electric System; Selectivity and Coordination; PTW Software; Protection
Devices; Protection Adjustments.
LISTA DE FIGURAS
1. Introdução ........................................................................................................................ 11
1.1. Justificativa ................................................................................................................ 12
1.2. Objetivos .................................................................................................................... 13
1.3. Estrutura do trabalho .................................................................................................. 13
2. Revisão bibliográfica ....................................................................................................... 15
2.1. Equipamentos utilizados em um Sistema de Proteção ............................................... 15
2.1.1. Disjuntores .......................................................................................................... 15
2.1.2. Chaves Seccionadoras ........................................................................................ 16
2.1.3. Relés ................................................................................................................... 17
2.1.4. Fusíveis ............................................................................................................... 25
2.1.5. Transformadores de Corrente (TCs) ................................................................... 28
2.1.6. Transformadores de Potencial (TPs) .................................................................. 33
2.2. Fundamentos sobre Coordenação e Seletividade ....................................................... 35
2.2.1. Intervalos de Coordenação ................................................................................. 36
2.2.2. Tipos de Seletividade ......................................................................................... 37
2.3. Ferramentas Computacionais ..................................................................................... 42
3. Metodologia...................................................................................................................... 44
3.1. Fundamentos para determinação dos ajustes de proteção.......................................... 44
3.1.1. Proteção de Cabos .............................................................................................. 44
3.1.2. Proteção de Transformadores de Potência.......................................................... 50
3.2. Sistema de estudo....................................................................................................... 52
3.3. Obtenção de resultados .............................................................................................. 59
4. Resultados e discussão .................................................................................................... 63
4.1. Ajustes existentes de Seletividade ............................................................................. 63
4.2. Ajustes novos de Seletividade ................................................................................... 65
4.2.1. Proteção de Fase ................................................................................................. 65
4.2.2. Proteção de Neutro ............................................................................................. 71
5. Conclusões ........................................................................................................................ 74
Referências .............................................................................................................................. 75
Anexos ...................................................................................................................................... 78
1. Introdução
11
atue no momento certo, para isso é necessário um estudo de seletividade e coordenação, onde
é mostrado os possíveis valores das correntes de falta dentro do sistema, assim como os curtos-
circuitos e as falhas que podem ocorrer em seus equipamentos e nas operações da instalação.
A finalidade da realização desse estudo, são:
• Aumentar a confiabilidade dos equipamentos e das instalações, reduzindo o tempo de
uma falha (perturbação/sobrecarga), atingindo menos sistemas;
• Aumentar a proteção dos equipamentos;
• Aumentar a segurança dos operadores, eliminando arcos elétricos e limitando o tempo
de operação das proteções;
• Garantir a coordenação do dispositivo de proteção, definindo os dispositivos para
operarem com os ajustes sequenciais;
• Evitar danos identificando equipamentos sobrecarregados.
1.1. Justificativa
Os Sistemas Elétricos de Potência (SEP) estão susceptíveis a falhas, seja por mau
funcionamento de um equipamento, por vandalismo, por causas naturais (descargas
atmosféricas) ou um curto-circuito (KINDERMANN, 1997). Essas faltas podem causar
prejuízos de bens materiais como também a perda de uma vida. Para diminuir os danos causados
por esses problemas, o sistema elétrico deve ser planejado com todas as medidas de segurança
cabíveis, tais como os descritos na norma NBR 14039. Além da importância da presença de
dispositivos capazes de proteger o sistema, esses devem seguir uma ordem coordenada de
atuação, que chamamos de seletividade, para que a interrupção ocorra o mais próximo possível
do erro, deixando o restante do sistema isolado e em plena operação. Em grandes sistemas,
como por exemplo em linhas de distribuição, a importância da seletividade é vista de forma
mais clara, já que em um erro de coordenação, ao invés de um desligamento em um ponto
específico, ocorre a interrupção que atinge uma grande área.
Em um sistema elétrico de potência industrial, também são necessários dispositivos de
proteção que garantem a segurança do conjunto. A operação incorreta desses equipamentos
causa o desligamento de um ou mais trechos do circuito elétrico de forma desnecessária,
podendo acarretar prejuízos operacionais e financeiros em grande escala às indústrias.
Neste trabalho foram analisados os ajustes das proteções de sobrecorrente de parte de
um sistema elétrico de um terminal portuário. A empresa possui dispositivos de proteção em
12
diversos locais com o intuito de, na ocorrência de falhas, ocorrer a interrupção do circuito
através do equipamento a montante mais próximo do defeito. Apresentam-se relatos que esta
proteção está operando indevidamente e, portanto, desligando circuitos que não estão
relacionados com o problema, gerando danos que poderiam ser evitados.
Esse tipo de falha citada no parágrafo anterior geralmente ocorre por erros nos estudos
de coordenação e seletividade e, consequentemente, nos ajustes dos equipamentos que
protegem o sistema. Por isso, deve ser feito um novo estudo para solucionar essa e outras
possíveis falhas no sistema de proteção, resolvendo assim o problema de desligamento
inadequado de regiões que deveriam ser isoladas do erro.
1.2. Objetivos
Este trabalho tem como objetivo geral reajustar os parâmetros dos relés de proteção,
com a finalidade de deixar o sistema seletivo, coordenado e devidamente protegido, onde os
cálculos serão desenvolvidos utilizando o software computacional PTW. Por meio da
dissertação, das devidas normas de proteção, dos dados dos equipamentos, dos cálculos e dos
resultados expostos através do levantamento das curvas de “tempo versus correntes” (Time
Currente Curve – TCC), será demonstrado a importância direta e indireta desse assunto nos
SEP’s. De forma direta, na ocorrência de falhas, protegendo os equipamentos e materiais
através dos dispositivos de proteção e indiretamente, protegendo os profissionais que trabalham
em redes elétricas e evitando prejuízos financeiros devido ao desligamento total ou parcial dos
processos industriais.
Para atingir esse objetivo, foram definidos os seguintes objetivos específicos:
• Apresentar o sistema elétrico de estudo, analisar e identificar a causa do problema;
• Encontrar a solução, levando em consideração os fundamentos de coordenação e
seletividade;
• Propor novos ajustes para os dispositivos de proteção e, se necessário, a instalação de
novos, de forma que se garanta seletividade dos equipamentos de proteção.
13
O primeiro capítulo trata-se da introdução do trabalho, apresentando o tema, os
problemas a serem estudados, a justificativa, os objetivos (geral e específicos) e a disposição
que será montada o arquivo.
O segundo capítulo apresenta a revisão bibliográfica, que descreve o tema, os
equipamentos que são encontrados regularmente em circuitos de proteção e a associação feita
entre eles, bem como os fundamentos de proteção, coordenação e seletividade. Além disso,
apresenta as ferramentas computacionais que são utilizadas para facilitar os cálculos e
processos.
O terceiro capítulo indica quais os parâmetros necessários para os cálculos de curto-
circuito, apresenta o sistema elétrico a ser estudado com os seus parâmetros existentes e o
funcionamento do software computacional PTW.
O quarto capítulo traz os cálculos executados, a simulação feita através do programa,
conforme demonstrado no capítulo anterior, e exibe todos os resultados. Neste mesmo capítulo,
encontra-se a discussão dos dados obtidos e os reajustes propostos.
No quinto capítulo são expostas as considerações finais acerca do trabalho levando-se
em conta os critérios definidos previamente.
Além dos capítulos descritos acima, foi desenvolvido o Anexo 1, que apresenta o
diagrama unifilar completo do sistema em estudo.
14
2. Revisão bibliográfica
2.1.1. Disjuntores
15
restabelecimento, tensão de restabelecimento transitória, taxa de crescimento da tensão de
restabelecimento transitória, corrente nominal, corrente de interrupção, corrente de interrupção
simétrica nominal, corrente de estabelecimento, corrente suportável de curta duração e duração
nominal da corrente de curto-circuito.
Durante a interrupção da corrente em um disjuntor de alta tensão, há uma energia
armazenada no circuito causando o arco elétrico, que segundo Mamede Filho (2013, p.580) “O
arco elétrico é um fenômeno que ocorre quando se separam dois terminais de um circuito que
conduz determinada corrente de carga, sobrecarga ou de defeito”. O arco elétrico deve ser
eliminado rapidamente para que não cause danos no sistema pois ele pode ocasionar na
continuidade da corrente elétrica no circuito, e para evitar esse efeito, utiliza-se meios artificiais
através de um meio isolante como o ar, óleo ou gás.
16
Figura 2.2 – Seccionadora fusível.
Fonte: <https://schak.com.br/?product=chave-seccionadora-tripolar-modelo-sff> Acesso em 30/08/2021 às 17:50
2.1.3. Relés
17
normalmente inverso, curva de tempo muito inverso, curva de tempo extremamente inverso,
curva de tempo inverso longo, curva de tempo ultrainverso, curva I x T e curva I² x T.
Os relés digitais são bem compactos, podendo ser embutido ou sobreposto, e permitem
a visualização da forma de onda da corrente no momento da falta bem como o horário no qual
aconteceu, já que os ajustes podem ser efetuados no local instalado ou remotamente com o
auxílio de um computador.
18
A temporização das curvas de tempo x corrente, podem ser obtidas através das figuras
e equações descritas abaixo, seguindo a norma IEC:
• Característica da curva normalmente inversa
0,14
T= I 0,02
x Tms (2.2)
( m ) −1
Ia
Onde:
T = Tempo de trip.
Im = Sobrecorrente máxima admitida.
Ia = Corrente de acionamento.
Tms = Multiplicador de tempo.
Onde:
T = Tempo de trip.
Im = Sobrecorrente máxima admitida.
19
Ia = Corrente de acionamento.
Tms = Multiplicador de tempo.
Onde:
T = Tempo de trip.
Im = Sobrecorrente máxima admitida.
Ia = Corrente de acionamento.
Tms = Multiplicador de tempo.
20
Figura 2.6 – Curvas extremamente inversa.
Fonte: (MAMEDE, 2011, p.197)
Onde:
T = Tempo de trip.
Im = Sobrecorrente máxima admitida.
Ia = Corrente de acionamento.
Tms = Multiplicador de tempo.
21
Figura 2.7 – Curvas inversa longa.
Fonte: (MAMEDE, 2011, p.198)
Onde:
T = Tempo de trip.
Im = Sobrecorrente máxima admitida.
Ia = Corrente de acionamento.
Tms = Multiplicador de tempo.
22
Figura 2.8 – Curvas ultrainverso.
Fonte: (MAMEDE, 2011, p.199)
• Característica da curva I x T
60
T= I x Tms (2.7)
( m)
Ia
Onde:
T = Tempo de trip.
Im = Sobrecorrente máxima admitida.
Ia = Corrente de acionamento.
Tms = Multiplicador de tempo.
23
Figura 2.9 – Curvas I x T.
Fonte: (MAMEDE, 2011, p.200)
• Característica da curva I² x T
540
T= I 2
x Tms (2.8)
( m)
Ia
Onde:
T = Tempo de trip.
Im = Sobrecorrente máxima admitida.
Ia = Corrente de acionamento.
Tms = Multiplicador de tempo.
24
Figura 2.10 – Curvas I² x T.
Fonte: (MAMEDE, 2011, p.201)
2.1.4. Fusíveis
Segundo Mamede Filho e Daniel Mamede (2011, p.27) “Os fusíveis são dispositivos
que operam pela fusão do seu elemento metálico construído com características específicas de
tempo × corrente”.
O elo fusível é um objeto metálico formado por uma liga de estanho que se rompe
quando a corrente do circuito ultrapassa sua corrente nominal. Eles podem ser de botão,
possuindo um botão feito de um material metálico na extremidade superior para prender ao
porta-fusível ou podem ser de argola, possuindo uma argola em cada extremidade. Para a
proteção contra o mau tempo, o elemento fusível situa-se dentro de um tubo fabricado em
material isolante (MAMEDE, 2013; FRAZÃO, 2019).
Os tipos de elos fusíveis são distinguidos de acordo com a curva de tempo x corrente,
podendo ser do tipo H, K e T. Os elos fusíveis do tipo H, possuem um tempo de atuação lento
25
com altas correntes. Já o tipo K apresenta uma atuação rápida, como pode ser observada na
Figura 2.11. E por fim, o elo fusível tipo T possui uma atuação lenta e geralmente é utilizada
na proteção de ramais primários de redes aéreas de distribuição (MAMEDE, 2013).
26
Figura 2.12 – Curva de tempo x corrente do tipo T.
Fonte: (MAMEDE FILHO, 2013, p.162)
Para calcular a corrente nominal do fusível a ser utilizada, é preciso atender as equações
abaixo:
Ine ≥ 1,5 x Imc (2.9)
Ift
Ine ≤ (2.10)
4
Onde:
Ine = Corrente nominal do fusível
Imc = Corrente máxima do alimentador
Ift = Corrente de curto-circuito fase-terra
27
2.1.5. Transformadores de Corrente (TCs)
Para Amadeu C. Caminha (1977, p.69) e Mardegan (2012, p.152) os TCs são
equipamentos destinados para evitar a conexão direta de aparelhos de medida e relés, nos
circuitos de alta tensão em corrente alternada.
Os TCs são utilizados para diminuir a corrente de entrada, evitando assim problemas
com os equipamentos que apresentam baixa resistência elétrica, e são mais sensíveis a níveis
altos de corrente. Para isso, os TCs basicamente contêm enrolamentos primários e secundários,
sendo que a transformação da corrente, que ocorre através de um fenômeno chamado de
conversão eletromagnética, é inversamente proporcional ao número de espiras nesses
enrolamentos, ou seja, onde houver mais espiras haverá uma intensidade menor de corrente.
Geralmente é no secundário que se encontra a necessidade de diminuir a corrente, pois é nele
que são ligados os equipamentos de medição, controle e proteção do circuito (MAMEDE
FILHO, 2013).
Propriedades elétricas:
28
Figura 2.14 – Circuito equivalente de um TC.
Fonte: (CAMINHA, 1977, p.71)
No qual:
H1 e H2 : Terminais primários do TC
X1 e X2 :: Terminais secundários do TC
I1 : Corrente primária
I'1 : Corrente primária, referida ao secundário
I'0 : Corrente de excitação, referida ao secundário
I2 : Corrente secundária
K: Relação de espiras secundárias para primárias, N2/N1
Z'1 : Impedância do enrolamento primário, referida ao secundário
Z'm : Impedância de magnetização, referida ao secundário
Z2 : Impedância do enrolamento secundário, referida ao secundário
Zc : Impedância da carga (burden)
E2 : Tensão de excitação, referida ao secundário
Vc : Tensão nos terminais do secundário
De acordo com Amadeu C. Caminha (1977, p.71) a corrente primária é obtida fazendo
a soma fasorial entre I'0 e I2 , ou seja:
I'1 = I'0 + I2 (2.11)
Em um TC ideal, a corrente I'1 deve ser igual a I2 , entretanto uma parcela da corrente
primária é desviada pelo ramo de magnetização formado pela impedância Z'm e pela tensão de
excitação E2 . Portanto, define-se o erro de transformação de corrente do TC como sendo
(MAMEDE, 2020):
29
I'1 −I2 I'0
𝜖= × 100 = × 100 (%) (2.12)
I'1 I'1
Ainda de acordo com NBR 6856 (2018, p.101), TCs destinados à proteção podem
apresentar erros de 5% e 10%, de acordo com sua classe de exatidão.
Dado que:
Vs-dc : Tensão a partir do qual o TC entra em saturação devido a componente DC da
corrente de curto-circuito, em volts.
𝑋
: Relação X/R do sistema no ponto de falta
𝑅
Analisando a Equação (2.14), pode-se perceber que:
▪ O TC poderá saturar pela componente DC (X/R);
▪ O TC poderá saturar pelo excesso de carga;
▪ O TC poderá saturar pela combinação dos dois casos anteriores.
30
• Efeitos da saturação do TC
Os efeitos observados quando um TC se encontra no estado de saturação são
(MARDEGAN, 2012):
▪ A forma de onda secundária não é mais senoidal;
▪ Os relés temporizados a tempo inverso ficam mais lentos;
▪ Desligamentos indevidos das proteções diferenciais podem ocorrer;
▪ Os relés de sobrecorrente podem não operar.
Em caso de saturação do transformador de corrente, pode-se recorrer à algumas medidas
visando reduzir ou evitar esse processo (MARDEGAN, 2012):
▪ Redução do burden (carga) imposto ao secundário;
▪ Aumento da relação do TC;
▪ Aumento da seção do núcleo;
▪ Limitação da corrente de curto-circuito;
▪ Aumento da tensão secundário nominal do TC.
• Carga Nominal
Neste caso, os TCs são especificados através da carga conectada ao secundário e são
padronizados pela NBR 6856.
A carga de um transformador de corrente é obtida pela Equação (2.15) a seguir
(MAMEDE, 2020):
Ctc = ΣCap +Lc ×Zc ×I ²s (2.15)
Sendo:
através do gráfico de perdas nos condutores de ligação dos TCs demonstrado na Figura 2.15.
31
Figura 2.15 – Gráfico de perdas nos condutores de ligação dos TCs.
Fonte: (MAMEDE, 2020, p.183)
Para:
Cs : Carga ligada ao secundário, em VA;
Cn : Carga nominal, em VA;
Fs : Fator de segurança nominal ou de segurança.
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funcionamento continuamente, sem exceder a temperatura da classe de isolamento do
transformador (CAMINHA, 1977). A NBR 6856 (2015), normaliza os seguintes valores para
Ft: 1,0 - 1,2- 1,3 - 1,5 - 2,0.
Para o dimensionamento de um TC, o valor de Ft é determinado em base do material de
sua fabricação, considerando o valor permitido de elevação de temperatura desse material.
Alguns fabricantes admitem a temperatura de 55ºC como padrão (MAMEDE FILHO, 2013).
33
Propriedades elétricas:
• Cargas nominais
É a potência aparente (VA) dada em placa pelo fabricante na qual o TP não exceda o
limite de precisão de sua classe. Pode ser calculada pela soma das cargas que estão acopladas
ao secundário do transformador de potencial (CAMINHA, 1977). A NBR 6855 faz a
padronização dos valores, conforme Tabela 2.1 a seguir.
34
• Potência térmica nominal
É a potência máxima que o TP pode fornecer em regime permanente, sem que sejam
excedidos os limites nominais de temperatura. Esse valor não pode ser inferior a 1,33 vezes o
valor da carga nominal, referente a sua classe de exatidão (CAMINHA, 1977). O valor da
potência térmica pode ser obtido de forma padronizada através da Tabela 2.2.
• Classe de exatidão
Os transformadores de potencial segundo a NBR 6855 podem apresentar as seguintes
classes de exatidão: 0,3 - 0,6 - 1,2%. Os TPs classes 0,3 são destinados a medição de energia
para fins de faturamento. Os TPs classe 0,6 são destinados aos equipamentos de proteção e
medição. Por fim, os TPs classe 1,2 são destinados a medição indicativa de tensão (MAMEDE
FILHO, 2013).
35
A Figura 2.16 auxilia na compreensão que a coordenação da proteção está atrelada à
temporização da atuação dos dispositivos envolvidos, ou seja, se o sistema de proteção da zona
sob falta não operar corretamente, o sistema de proteção da zona adjacente deve esperar um
intervalo de tempo para que possa atuar na eliminação da falta. Esse intervalo, denominado
como tempo ou degrau de coordenação, compõe-se pelo tempo próprio de operação dos relés
e disjuntores da zona sob falta, e pelo tempo referente a uma margem de tolerância.
36
overtravel é substituído pelo overshot e este tempo é reduzido em 50ms, obtendo um intervalo
de coordenação de 250ms.
Tempo de interrupção do disjuntor………………………………………...…… 133ms
Tolerância do fabricante/erro/overtravel....………………………………….…. 100ms
Fator de segurança………………………………………………………….......... 67ms
Intervalo de coordenação………………...…………………………….….......... 300ms
Na Tabela 2.3, é apresentado os intervalos típicos de coordenação praticados entre
diversos dispositivos de proteção.
INTERVALOS DE COORDENAÇÃO
Dispositivo à jusante
Dispositivo
Disjuntor
à montante Relé Estático Relé Eletromecânico Fusível
BT
Relé Estático 0,25s 0,30s 0,20s 0,20s
Relé Eletrom. 0,30s 0,30s 0,20s 0,20s
Disj. BT 0,20s 0,30s Nota 1 Nota 2
Fusível 0,20 0,30s Nota 3 Nota 4
Notas:
1 – Basta a parte inferior da curva do disjuntor a montante ficar acima do à jusante.
2 – Basta a parte inferior da curva do disjuntor ficar acima da curva de tempo máximo de fusão.
3 – Basta a curva de tempo mínimo de fusão ficar acima da parte superior da curva do disjuntor.
4 – É necessário que o I2t do fusível a jusante seja menor que o do situado à montante.
37
Seletividade amperimétrica:
Este tipo de seletividade ocorre quando a corrente vista pelo dispositivo de proteção à
montante é muito maior do que aquela vista pelo dispositivo de proteção instalado à jusante, ou
seja, as correntes de curto-circuito aumentam conforme a aproximação do ponto de defeito à
fonte de suprimento. Esse princípio é mais utilizado nos sistemas de baixa tensão, no qual a
impedância dos circuitos elétricos é significativa, em comparação aos sistemas de média ou
alta-tensão (MARDEGAN, 2012; MAMEDE, 2020).
Na Figura 2.3, a seletividade amperimétrica é demonstrada por uma corrente de defeito
no ponto A de valor igual a Ics e valores de ajuste das proteções P1 e P2 respectivamente iguais
a Ip1 e Ip2 , cuja condição a ser satisfeita é Ip2 > Ics > Ip1 . A primeira proteção a montante do
ponto de defeito deve ter uma corrente de atuação com um valor inferior à corrente de curto-
circuito ocorrida dentro da zona protegida, logo Ip1 ≤ 0,8 × Ics , já as proteções localizadas fora
da zona de proteção devem ter uma corrente nominal com valores superiores à corrente de
curto-circuito, ou seja, Ip2 > Ics .
Seletividade cronométrica:
Mardegan (2012, p.365) e Mamede (2020, p.28) definem seletividade cronológica como
aquela realizada com aplicação de intervalos de tempo entre os dispositivos de proteção
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situados à jusante e à montante do ponto de falta, ou seja, significa retardar o dispositivo à
montante daquele dispositivo que está mais próximo do defeito para garantir que aquele
dispositivo tenha tempo suficiente para atuar eliminando e isolando a falta.
Neste tipo de seletividade, os ajustes podem ser feitos de forma dependente ou
independente da corrente. No primeiro, a atuação do dispositivo é feita de acordo com a curva
tempo x corrente, mais conhecida como curva de tempo inverso (Figura 2.18). Já no segundo,
a proteção atua por tempo definido (Figura 2.19).
Observações:
1 – As curvas que representam os dispositivos de proteção estão identificadas como A,
B, C e D.
2 – Os tempos de atuação dos dispositivos estão identificados como:
Td – Tempo de atuação do dispositivo D;
Tc – Tempo de atuação do dispositivo C;
Tb – Tempo de atuação do dispositivo B;
Ta – Tempo de atuação do dispositivo A.
3 – O intervalo de coordenação é obtido subtraindo o tempo de atuação do dispositivo à
montante em relação ao dispositivo à jusante, para uma determinada corrente de curto-circuito.
4 – Quanto maior a corrente de curto-circuito, menor será o tempo de atuação do
dispositivo de proteção, portanto, quanto menor a corrente de curto-circuito maior será o tempo
de atuação do dispositivo de proteção.
39
5 – O eixo Y corresponde aos valores de tempo, enquanto o eixo X corresponde aos
valores de corrente.
6 – Em ambos os eixos, as curvas são plotadas em escalas bilogarítimicas para
verificação gráfica da seletividade.
Notas:
1 – As curvas que representam os dispositivos de proteção estão identificadas como A,
B, C e D.
2 – Os tempos de atuação dos dispositivos de estão identificados como:
Td – Tempo de atuação do dispositivo D;
Tc – Tempo de atuação do dispositivo C;
Tb – Tempo de atuação do dispositivo B;
Ta – Tempo de atuação do dispositivo A.
3 – Para diferentes valores de corrente de curto-circuito o tempo de atuação do
dispositivo de proteção será o mesmo, diferente do que ocorre quando a curva é do tempo
inverso.
4 – O eixo Y corresponde aos valores de tempo, enquanto o eixo X corresponde aos
valores de corrente.
5 – Em ambos os eixos, as curvas são plotadas em escalas bilogarítimicas para
verificação gráfica da seletividade.
40
Seletividade lógica:
Esse tipo de seletividade só pode ser usado quando o sistema elétrico possui relés
digitais, pois é um sistema lógico que combina um esquema de proteção de sobrecorrente no
qual a comunicação entre os relés digitais é feita utilizando em fio piloto (normalmente cabo
de fibra óptica), onde transmite o sinal de bloqueio para o relé a montante do relé mais próximo
da falta, a fim de obter uma atuação com um tempo muito pequeno, no entanto, seletivos
(MARDEGAN, 2012; MAMEDE, 2021).
O funcionamento desta seletividade pode ser observado na Figura 2.20:
41
atuar, depois de enviar um sinal de bloqueio de atuação para o Relé que comanda o
disjuntor B.
• Enquanto o sinal de bloqueio estiver ativado, o relé que comanda o disjuntor B enviará
um sinal de bloqueio para o relé a montante, neste caso o relé que comanda o disjuntor
C.
• O relé mais próximo da falta manda abrir o circuito da bobina de abertura do disjuntor
A, que varia entre 50ms e 100ms, que é o tempo de abertura do dispositivo de
interrupção mais o tempo desejado de ajuste do relé.
• Se houver falha na abertura do disjuntor A, o sinal de bloqueio enviado pelo relé
associado a esse disjuntor será cessado e o relé à montante, neste caso o relé que
comanda o disjuntor B, será solicitado a atuar após 150 e 200ms.
• Se o disjuntor B não abrir o circuito, o sinal de bloqueio enviado pelo relé associado a
este disjuntor será cessado e o relé à montante, neste caso o relé que comando o disjuntor
C, será solicitado a atuar após 150 e 200ms.
Conforme descrito acima, o intervalo de coordenação entre dispositivos de proteção é
na ordem de 100ms e a proteção mais próxima do defeito deve atuar entre 50ms e 100ms.
Alguns cálculos de curto-circuito podem ser feitos manualmente, mas esse processo
tende a ser demorado. Pensando nisso, foram desenvolvidas ferramentas computacionais com
a intenção de auxiliar e diminuir o tempo demandado para essa atividade. Em sistemas elétricos
de potência de grande porte esses cálculos só são possíveis com a utilização desses softwares
que disponibilizam versões que permite calcular sistemas de até 3.000 barras e 5.000 ramos, o
suficiente para atender os maiores sistemas interligados brasileiros (BICHELS, 2018). Entre os
programas computacionais, pode-se citar alguns como o ANAFAS (Análise de faltas
simultâneas), Easypower, ASPEN-OneLiner e PTW (Power Tools for Windows), esse último
sendo o mais conhecido e utilizado.
O software ANAFAS foi criado pelo Centro de pesquisas de energia elétrica (CEPEL),
com o patrocínio da Eletrobras, e foi desenvolvido na plataforma Windows. É dedicado para
análise de curto-circuito em redes elétricas e amplamente utilizado no Brasil. [7] Os seus
maiores usuários são: ONS (Operador nacional do sistema elétrico), EPE (Empresa de pesquisa
42
energética), Eletrobras, grandes consumidores industriais, e por universidades de maneira
acadêmica. [8]
A ferramenta Easypower foi desenvolvida pela empresa americana ESA (Electrical
System Analysis) e é reconhecida mundialmente. Assim como o ANAFAS é feito na plataforma
Windows e conta com várias funções de estudos e análises no SEP, como curto-circuito, fluxo
de carga, harmônicas, coordenação da proteção, entre outras. Importante salientar que os
padrões de cálculos de curto-circuito seguem as normas ANSI e IEC [7]. Existem as versões
simplificadas nomeadas de Easypower Oneline designer, para a construção de diagramas
unifilares, e a Easysolv que é uma versão com os recursos básicos do programa principal.
O OneLiner é o programa computacional da ASPEN, empresa mundial desenvolvedora
de diversos softwares para auxiliar nas funções de engenheiros. OneLiner é uma ferramenta de
coordenação de relés e curto-circuito usada em sua maior parte por empresas do setor de geração
e transmissão de energia. No Brasil, pode ser encontrado em diversas organizações do ramo
nacional, como na Itaipu Binacional, administradora da usina hidrelétrica de Itaipu, grandes
distribuidoras de energia como CEMIG, ELETROSUL e LIGHT, além de ser usado de forma
acadêmica nas universidades federais do Rio de janeiro e de Minas gerais, UFRJ e UFMG
respectivamente, entre outras instituições. [1]
O PTW, software da SKM, é conhecido por ser um dos programas mais completos
quando se trata de sistemas elétricos e estudos de coordenação e seletividade. Utilizado para
desenvolver linhas de modelos de sistemas e testar a sua segurança, gerenciabilidade e
desempenho. [18] O PTW é composto por vários módulos, cada um voltado para um estudo em
específico de acordo com a necessidade do usuário. Para o estudo de coordenação e seletividade
o módulo utilizado é o CAPTOR, responsável por gerar curvas, possibilitando dessa forma o
ajuste de tempo dos dispositivos de proteção, analisando a coordenação desses equipamentos
de maneira visual e instantânea através dos gráficos gerados. [10]
O PTW disponibiliza uma biblioteca de dados onde contém a informação de dispositivos
de proteção, possibilitando a escolha por modelos e fabricantes. Além disso, é possível produzir
relatórios simples e complexos, com a alternativa de colocá-los em formatos comuns de texto
e extensões gráficas. [10] O PTW foi o software escolhido para elaboração de todos os dados
do estudo de caso deste trabalho de conclusão de curso.
43
3. Metodologia
44
visto que o cabo fica exposto a temperaturas superiores definidas em regime permanente. Logo,
a corrente ajustada no dispositivo de proteção deverá ser, no máximo, equivalente ao valor de
corrente nominal relativa do local onde o cabo foi instalado (MARDEGAN, 2012). Na Tabela
3.1, é apresentado os valores máximos em regime permanente e de sobrecarga das temperaturas
nos condutores, cuja Equação (3.1) define o ajuste que deve ser feito no dispositivo de proteção
para a proteção contra sobrecarga no cabo.
𝐼pick-up ≤ 𝐼sobrecarga-cabo (3.1)
Onde:
I é a corrente suportada pelo cabo, em A
S é a seção do cabo, em mm²
t é o tempo de exposição do cabo a corrente, em A
K é a constante que depende do tipo de isolação do cabo, ver Tabela 3.2.
45
Tabela 3.2 – Temperatura dos cabos.
Temperatura em Graus
Cabo Conexão Prensada Conexão Soldada
Isolação Condutor T1 T2 K T1 T2 K
EPR/XLPE 90°C Cobre 90 250 142 90 160 99
Alumínio 90 250 93 90 160 65
EPR/XLPE 105°C Cobre 105 250 134 105 160 87
Alumínio 105 250 88 105 160 57
PVC Cobre 70 160 114 70 160 114
Alumínio 70 160 74 70 160 74
46
Figura 3.1 – Curvas de curta duração para cabos de cobre em PVC 70°C.
Fonte: (GUIA DE DIMENSIONAMENTO DE CABOS PRYSMIAN, p.45)
47
Figura 3.2 – Curvas de curta duração para cabos EPR/XLPE 90°C.
Fonte: (GUIA DE DIMENSIONAMENTO DE CABOS PRYSMIAN, p.45)
48
Figura 3.3 – Curvas de danos em cabos PVC 70°C.
Fonte: (AUTORIA PRÓPRIA)
49
Figura 3.4 – Curvas de danos em cabos EPR/XLPE 90°C.
Fonte: (AUTORIA PRÓPRIA)
TRANSFORMADOR Duração
TIPO POT. (MVA) INRUSH (A) (s)
< 1 MVA 10xIn
A ÓLEO
> 1 MVA 8xIn 0,1
A SECO Qualquer 14xIn
Notas:
1 – Se o transformador é abaixador e a conexão do primário é estrela aterrada,
multiplicar a corrente de inrush pelo fator 1,4.
2 – Se o transformador é elevador e a conexão do primário é delta, multiplicar a corrente
de inrush pelo fator 1,7.
3 – Se o transformador é elevador e a conexão do primário é estrela aterrada, multiplicar
a corrente de inrush pelo fator 2,5.
51
3.2. Sistema de estudo
Para melhor entendimento, o diagrama unifilar do sistema elétrico que foi efetuado o
estudo de seletividade e coordenação, foi dividido em três partes que são explicadas e ilustradas
abaixo. Para a visualização do mesmo completo, ver Anexo 1.
Na Figura 3.5 é apresentado a primeira parte do sistema elétrico em estudo, onde pode-
se ver que ele possui duas entradas, denominadas LT1 e LT2, em 138kV. Cada entrada alimenta
um transformador abaixador que por sua vez alimenta o painel de média tensão BI/BII-13,8kV,
seccionado através de um disjuntor de interligação TIE, que possui 10 saídas para outras
subestações localizadas dentro do site da empresa, onde cada subestação recebe dupla
alimentação, logo, são 5 subestações intermediárias em 13,8kV ao todo.
52
Figura 3.5 – Primeira parte do diagrama unifilar - Painel de Média Tensão BI-13,8kV.
Fonte: (AUTORIA PRÓPRIA)
53
Na Tabela 3.4, são apresentados os valores existentes das correntes de curto-circuito
trifásica e fase-terra na entrada, e da relação de Thevenin entre reatância e resistência vista no
ponto de defeito. Já na Tabela 3.5, são apresentados os parâmetros elétricos dos transformadores
TR1 e TR2, que estão conectados em Delta-Estrela aterrada por impedância.
54
50N11D Neutral Inst. Overcurrent - Delay 0.00-5.00s OFF
Os relés RP-1 e RP-2A de saída do painel de média tensão são iguais e ambos são
proteções de retaguarda dos relés de entrada da S1, como é ilustrado na Figura 3.6, cuja
parametrização existente é apresentada a seguir.
55
Figura 3.6 – Segunda parte do diagrama unifilar - Relés de saída RP-1 e RP-2A.
Fonte: (AUTORIA PRÓPRIA)
Os relés RP-3 e RP-3A de entrada da subestação S1, são iguais e possuem os ajustes
mostrados na Tabela 3.9.
56
Tabela 3.9 – Ajustes dos relés de proteção RP-3 e RP-3A.
57
Tabela 3.11 – Cabos de alimentação.
58
Figura 3.7 – Terceira parte do diagrama unifilar - Relé de Proteção RP-4 e Elos fusíveis ELO-1 e ELO-2.
Fonte: (AUTORIA PRÓPRIA)
Para este estudo, foi usado o software PTW, onde é necessário fazer uma modelagem
do sistema elétrico colocando os dados característicos fornecidos pelos fabricantes de
equipamentos ou a ferramenta fornece valores aproximados para que possa fazer as
59
simulações, para a determinação das correntes de curto-circuito “compreensivas” nos diversos
pontos que foram necessários e em seguida, as folhas de seletividade dos relés de proteção e
elos serem geradas.
A modelagem consiste em criar um diagrama unifilar do sistema elétrico dentro do
software e na sequência, “imputar” as informações dos vários equipamentos. A Figura 3.8
apresenta as opções disponíveis de criação dentro da ferramenta, com ela pode-se criar a
concessionária de energia, transformadores de potência, cabos, disjuntores de baixa e média
tensão e assim por diante.
60
Figura 3.9 – Component Editor.
Fonte: (AUTORIA PRÓPRIA)
61
A modelagem completa do sistema elétrico em estudo inserida no software PTW é
apresentada no Anexo 1 deste documento. Para mais detalhes da ferramenta, consultar manuais
e tutoriais disponibilizados pela SKM, que é a fabricante do PTW.
62
4. Resultados e discussão
Neste capítulo será analisada a seletividade dos relés de proteção que compõem o
sistema elétrico apresentado no capítulo anterior, através da geração das folhas de tempo x
corrente de fase e neutro dos componentes.
Tabela 4.1 – Correntes de curto-circuito no painel de média tensão, nas subestações e nos barramentos elétricos.
63
caso os relés R-P2 e RP-3, somente a proteção instalada na subestação principal BI/BII-13,8kV
que é o relé RP-1. O relé de proteção RP-4, mostrado na Tabela 3.10, não aparece na folha de
seletividade da Figura 4.1, pois ele está com suas unidades de proteção desligadas. Por isto foi
refeito um estudo de proteção e seletividade, para propor novos ajustes de proteção, a serem
parametrizados nos relés existentes.
Figura 4.1 – Coordenograma de seletividade de fase entre os relés RP-1, RP-2, RP-3, RP-4 e ELOS 1 e 2.
Fonte: (AUTORIA PRÓPRIA)
64
4.2. Ajustes novos de Seletividade
No relé RP-4, modelo 751-A fabricação SEL, o ajuste foi parametrizado para esta
função:
207 207 207
51𝑃1𝑃 = 𝑅𝑇𝐶 = 400 = 80
= 2,59 𝐴 (4.2)
5
Desse modo, para o relé RP-4 estar coordenado com o relé ELO-1, a seguinte curva foi
parametrizada no relé:
𝐼𝑐𝑐 8643
[( 𝐼 3𝐹 )−1] [( )−1]
51𝐹 207,2
𝑇𝑚𝑠 = 𝐶3 = 𝑇 𝑥 13,5
= 0,20 𝑥 13,5
= 0,6 (4.3)
65
A determinação da corrente da unidade de tempo definido de fase (50) do relé RP-4, é
dado pela equação 𝐼50𝐹 = 𝐹𝑥𝑅𝑇𝐶, onde o fator F é obtido por:
𝐼𝑐𝑐3𝐹𝑎𝑠𝑠𝑖𝑚.𝑒𝑚 𝑄𝐹1 8645,44
𝐹< 𝐼51𝐹
= 207,2
→ 41,72 𝑥 60% = 25 (4.4)
66
Ajustes de Proteção para o Relé RP-3
A corrente de acionamento do relé 51 de fase RP-3, foi considerada como sendo 150%
da corrente nominal considerando as duas cargas de 1650kVA de modo a permitir uma
sobrecarga temporária no sistema. Portanto:
1650
𝐼51𝐹 = 1,5 𝑥 2 𝑥 ( ) = 207𝐴 (4.6)
1,73𝑥13,8
No relé RP-3, modelo 751-A fabricação SEL, o seguinte ajuste foi parametrizado para
esta função:
207 207 207
51𝑃1𝑃 = 𝑅𝑇𝐶 = 400 = 80
= 2,59 𝐴 (4.7)
5
O tempo de atuação do relé RP-4, para uma corrente de curto-circuito trifásica de 12514
A no barramento em S2, foi calculado considerando a curva extremamente inversa, padrão IEC:
13,5 13,5
𝑇 = 𝑇𝑚𝑠 𝑥 (𝐼𝑐𝑐3𝐹 ) = 0,6 𝑥 (12514 ) = 0,136 𝑠𝑒𝑔𝑢𝑛𝑑𝑜𝑠 (4.8)
−1 −1
𝐼51𝐹 207,2
Assim sendo, para o relé RP-3 estar coordenado com o relé RP-4, o tempo de
coordenação deve ser de 0,136+0,25s (intervalo de coordenação) = 0,386 segundos. Logo, a
curva no relé RP-3 é determinada por:
𝐼𝑐𝑐 12514
[( 𝐼 3𝐹 )−1] [( )−1]
51𝐹 207,2
𝑇𝑚𝑠 = 𝐶3 = 𝑇 𝑥 13,5
= 0,386 𝑥 13,5
= 1,69 → 1,0 (𝑙𝑖𝑚. 𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑜) (4.9)
67
Figura 4.3 – Coordenograma de proteção entre os Relés RP-3 e RP-4.
Fonte: (AUTORIA PRÓPRIA)
68
Ajustes de Proteção para o Relé RP-2
A corrente de acionamento do relé 51 de fase RP-2, foi considerada como sendo 200%
da corrente nominal considerando as duas cargas de 1650kVA de modo a permitir uma
sobrecarga temporária no sistema. Portanto:
1650
𝐼51𝐹 = 2 𝑥 2 𝑥 ( ) = 276𝐴 (4.13)
1,73𝑥13,8
No relé RP-2, modelo 751-A fabricação SEL, o seguinte ajuste foi parametrizado para
esta função:
276 276 276
51𝑃1𝑃 = 𝑅𝑇𝐶 = 600 = 120 = 2,30 𝐴 (4.14)
5
O tempo de atuação do relé RP-3, para uma corrente de curto-circuito trifásica de 17520
A no barramento em S2 é calculada como:
13,5 13,5
𝑇 = 𝑇𝑚𝑠 𝑥 (𝐼𝑐𝑐3𝐹 ) = 1 𝑥 (17520 ) = 0,16 𝑠𝑒𝑔𝑢𝑛𝑑𝑜𝑠 (4.15)
−1 −1
𝐼51𝐹 207
Logo, para o relé RP-2 estar coordenado com o relé RP-3, o tempo de coordenação deve
ser de 0,16+0,25s (intervalo de coordenação) = 0,41 segundos. Dessa forma, a curva no relé
RP-3 foi determinada como:
𝐼𝑐𝑐
[( 𝐼 3𝐹 )−1] [(
17520
)−1]
51𝐹 276
𝑇𝑚𝑠 = 𝐶3 = 𝑇 𝑥 13,5
= 0,41 𝑥 13,5
= 1,89 → 1,0 (𝑙𝑖𝑚. 𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑜) (4.16)
Sendo assim, o seguinte ajuste deverá ser parametrizado para esta função:
50𝑃1𝑃 = 30,25 𝑥 𝑅𝑇𝐶 (4.19)
A temporização dessa unidade será ajustada em 200ms (0,2 segundos) e o
coordenograma entre os relés RP-2 e RP-3 é apresentado na figura a seguir.
69
Figura 4.4 – Coordenograma de proteção entre os Relés RP-2 e RP-3.
Fonte: (AUTORIA PRÓPRIA)
70
4.2.2. Proteção de Neutro
Para o relé RP-3, também será adotada uma proteção instantânea de tempo definido
ajustada em 920ms e a corrente de acionamento da unidade instantânea de neutro (50N) será
ajustada em 250A, para que tenha tempo do relé a jusante (RP-4).
Para o relé RP-2, será adotada proteção instantânea de tempo definido ajustada em 1,02
segundos e a corrente de acionamento da unidade instantânea de neutro (50N) será ajustada em
350A, para que exista tempo do relé a jusante (RP-4).
O coordenograma de proteção para os relés RP-4, RP-3 e RP-2 de neutro é mostrado na
Figura 4.6.
71
Figura 4.5 – Coordenograma de proteção de neutro entre RP-4 e ELO-1.
Fonte: (AUTORIA PRÓPRIA)
72
Figura 4.6 – Coordenograma de proteção de neutro entre os relés RP-2, RP-3 e RP-4.
Fonte: (AUTORIA PRÓPRIA)
73
5. Conclusões
74
Referências
[1] ASPENIC. State of the art Engineering Software for Electric Utilities. Disponível em:
<https://www.aspeninc.com/web/>. Acesso em: 02 set. 2021.
[6] CAMINHA, Amadeu Casal. Introdução à proteção dos sistemas elétricos. São Paulo:
Edgard Blucher, 1977.
75
<https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/121528/tamba_akf_tcc_guara.pdf?seque
nce=1&isAllowed=y>. Acesso em: 01 set. 2021
[12] MAMEDE FILHO, João. Instalações elétricas industriais: de acordo com a norma
brasileira NBR 5419:2015. 9ª edição. Rio de Janeiro: LTC, 2017.
[13] MAMEDE FILHO, João. Manual de equipamentos elétricos. 4ª edição. Rio de Janeiro:
LTC, 2013.
[14] MAMEDE FILHO, João; MAMEDE, Daniel Ribeiro. Proteção de sistema elétrico de
potência. Rio de Janeiro: LTC, 2013.
[16] PRYSMIAN. Guia de dimensionamento de cabos para baixa tensão. De acordo com a
NBR 5410, 2020. Disponível em:
<https://br.prysmiangroup.com/sites/default/files/atoms/files/Guia_de_Dimensionamento-
Baixa_Tensao_Rev9.pdf>. Acesso em: 30 jul. 2021
[17] RUSH, Peter. Proteção e automação de redes: conceito e aplicação. São Paulo:
Editora Blucher: Schneider, 2011.
76
[19] STEVENSON, William D. Elementos de análise de sistemas de potência. Tradução e
revisão técnica: Arlindo Rodrigues Mayer, João Paulo Minussi, Somchai Ansuj. 2ª edição.
São Paulo: McGraw-Hill, 1986.
77
Anexos
78