Apostila Do Curso Introdução Cap 5 - Umbanda Uma Religião Simbólica e Arquetípica
Apostila Do Curso Introdução Cap 5 - Umbanda Uma Religião Simbólica e Arquetípica
Apostila Do Curso Introdução Cap 5 - Umbanda Uma Religião Simbólica e Arquetípica
2019
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“Não importa a forma dada à argila moldada; a realidade
do objeto permanece sendo argila, seu nome e sua forma
sendo apenas aparências transitórias. Assim também
todas as coisas, tendo se originado no Uno Supremo, são
por isso o Supremo em sua natureza essencial. Desde o
mais elevado ao mais inferior, do mais vasto ao mais
diminuto, os infinitos fenômenos do Universo são o Uno,
revestido pelo nome e pela forma”.
Sri Sankaracharya
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Capítulo 5 –Umbanda uma religião simbólica
Simbolismo Religioso
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c) Antropologia: se cada símbolo é uma criação cultural do homem, não
se poderia excluir esse importante ramo do conhecimento.
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modelos de todas as coisas existentes, segundo a concepção de Platão. Santo
Agostinho difundiu o termo provavelmente por influência dos escritos do filósofo
neoplatônico Porfírio de Tiro, discípulo de Plotino, dizia ele que o termo arquétipo
indica ideias presentes na mente de Deus. Esse conceito de Arquétipos como
padrão de repetição de comportamento da psicologia analítica foi criado por
Jung. Para ele a humanidade traz no arcabolso do inconsciente coletivo
tendências (imagens primitivas) herdadas que levam o indivíduo a comportar-se
de forma semelhante aos ancestrais que passaram por situações similares.
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caboclos e pretos velhos, por se ligarem às raças excluídas do mediunismo pelo
preconceito do movimento espírita da época. Infelizmente, ainda hoje, entidades
que se apresentam como negras e índias são proibidas de manifestarem suas
culturas e suas peculiaridades em muitos centros espíritas, como se os espíritos
fossem exatamente iguais, como robôs: todos de raça branca, médicos,
advogados, filósofos judaico-cristãos e ex-sacerdotes católicos, de fala
padronizada (uma vez que decoram as obras básicas), com jeito choroso de
pregador evangélico e idêntica compreensão do Além-túmulo. Seria um
parâmetro artificial, porque logo constatamos, no decorrer do exercício da
mediunidade, que a maioria dos espíritos não são "espíritas", pois apresentam
enorme diversidade de entendimento espiritual, no qual predomina diferentes
filosofias e religiões que convergem em direção às verdades universais
consagradas no espiritismo, e existentes muito antes da recente codificação
kardecista, que formaram suas consciências desencarnadas ao longo da história
planetária.
Por mais que nosso planeta seja um campo de expiações, onde muitas
vezes o sofrimento se faz necessário ao aprendizado, existem seres iluminados
dispostos a guiar a humanidade no caminho da espiritualidade. Na visão da
Umbanda, as entidades que se manifestam nos terreiros, estão em um grau
evolutivo superior ao dos seres encarnados. Possui experiência e sabedoria
elevada, atuaram em diversos movimentos espirituais durante suas encarnações
e agora militam na CAU, e estão sob o comando e supervisão direta do Cristo
Jesus, comandante do planeta Terra. São essas entidades que compõem as
hierarquias espirituais de Umbanda dentro das Sete linhas.
Os Arquétipos principais:
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Sobre essa questão, Ramatis fala muito claramente, através da
mediunidade de Norberto Peixoto no livro - Umbanda Pé no Chão. “Por exemplo:
As formas de apresentação dos espíritos que se classificam como exus são as
mais diversas possíveis, descartando-se a imposição de que somente caboclos,
pretos velhos e crianças são ‘entidades de umbanda’, embora reconheçamos
que são as principais, sem desmerecer nenhuma outra ou dar uma conotação
de superioridade sobre as demais, pois sabemos que formam uma espécie de
triangulo fluídico que sustenta o movimento do astral para a Terra”. A esses três
principais Arquétipos de apresentação dos espíritos de Umbanda podemos
chamar de “Banda”.
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Representa o vigor e a força produtiva da juventude é aquele que
representa o Arquétipo do “Guerreiro” na Psicologia de Jung, a energia pessoal
da liderança, proteção, comunicação e honra a tudo e a todos. Suas
características principais são poder, liderança, presença e credibilidade.
Representa, ainda, o amor à natureza e a capacidade de retirar dessa mesma
natureza todo o necessário para a satisfação de suas necessidades, incluindo
os princípios ativos para a cura dos males do corpo, pela manipulação das ervas.
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Os três princípios morais de ação:
Pureza
1) A Humildade:
Trazida e ensinada pelos amados Pretos Velhos, a humildade é condição
“sine qua non” à evolução espiritual, pois é ela que nos coloca na condição de
humanos, falhos e necessitados de crescimento espiritual. Lembrando sempre
que a humildade se pratica pelo sacrifício do orgulho e da vaidade, pela
consciência da condição inferior e da necessidade de aprendizado,
aperfeiçoamento, caridade e altruísmo;
2) A Simplicidade:
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Trazida e ensinada pelos Caboclos simboliza o despojamento, o
desapego às necessidades artificiais, ao luxo e às futilidades. A vida frugal do
indígena é um símbolo do desapego aos bens materiais desnecessários, afinal
o índio vive de uma forma absolutamente simples, não se preocupa em vestir-se
com esmero desnecessário, nem em acumular bens, nem em viver em palácios
para satisfazer seu orgulho e sua vaidade. Simplicidade implica no desapego
aos caprichos e às necessidades fúteis e artificiais, numa profunda ligação com
a natureza e no amor ao trabalho e às virtudes essenciais, no despojamento e
desprendimento;
3) A Pureza:
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No Templo Escola Pai João de
Aruanda temos um exemplo claro das
diversas possibilidades de apresentação dos
espíritos: Dona Maria Molambo, uma
Bombojira, chefe de falange da linha Nagô
(Yemanja) e, intermediária para a linha das
Almas (Yorimá) se apresenta no comando da
cura na casa de Pai João como uma freira,
ao mesmo tempo que nas giras de esquerda
costuma se apresentar na roupagem típica
das Bombojiras, vestida com saia rodada
vermelha e preta e leque na mão.
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Joana de Ângelis, que se apresenta com a vestimenta de uma vovó
mandingueira do Congo velho africano. Joana de Ângelis, a venerável irmã
conhecida da lide espírita, conhecedora da alma e dos sofrimentos dos
encarnados, arguta observadora do psiquismo, atua como mais uma singela e
anônima vovó preta nas frentes umbandísticas, assumindo um nome simbólico,
como tantos outros espíritos luminares, retomando a forma de uma antiga
encarnação em solo africano. Apelamos aos companheiros de todas as frentes
mediúnicas que deixemos os sectarismos de lado e permaneçamos distantes de
nossas atitudes orgulhosas e superiores perante os irmãos que optam por
doutrinas diferentes das que abraçamos. Vamos nos respeitar fraternalmente”.
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baixam em nossos terreiros se apresentam como caboclos (índios), pretos
velhos e crianças”.
Esses três arquétipos que vimos são também chamados de formas
estruturais, (Bandas) pois são as grandes falanges que compõem a estrutura da
Corrente Astral de Umbanda. No princípio, apenas espíritos ligados a essas
falanges se manifestavam nos trabalhos mediúnicos.
Falanges auxiliares
Marinheiros:
Saudação: Ê marujada!
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Boiadeiros:
Na verdade o correto é:
Xetuá Malunga Xétuá!
Para os bantos: Xe! Interjeição de
saudação: Oi, Olá e similares. Tuá:
Fulgurante, brilhoso, luminoso.
Malunga: Entidade que protege alguém
por afeição.
Baianos:
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Cangaceiros:
Ciganos:
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Médicos:
Orientais:
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diversas possíveis, descartando-se a imposição de que somente caboclos,
pretos velhos e crianças são entidades de umbanda”.
Entidade controvertida, “Exu é o princípio do movimento, aquele que tudo
transforma, que não respeita limites, pois atua no ilimitado, liberto da
temporalidade humana e da transitoriedade da matéria, interferindo em todos os
entrecruzamentos vibratórios existentes entre os diversos planos do Universo.
Por isso, exu é considerado o mensageiro dos planos ocultos, dos orixás, sendo
o que leva e traz, o que abre e fecha, nada se fazendo sem ele na magia.”
Destaca Ramatis - A Missão da Umbanda.
Mas sobre estes teremos um capítulo e aula à parte.
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Glossário:
- Arquétipo – são conjuntos de imagens primordiais em nosso imaginário, que
dão sentido às histórias passadas durante as gerações, servindo para
representar o conhecimento no inconsciente.
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