Curativo de Ferida Cirúrgica Fechada
Curativo de Ferida Cirúrgica Fechada
Curativo de Ferida Cirúrgica Fechada
HOSPITAL DE CLÍNICAS
DIVISÃO DE ENFERMAGEM
SERVIÇO DE EDUCAÇÃO EM ENFERMAGEM
UBERABA- MG
2017
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Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares – Ebserh
www.Ebserh.gov.br
Produção
UBERABA- MG
2017
Sumário
INTRODUÇÃO................................................................................................................. 06
ESQUEMA CONCEITUAL............................................................................................. 07
PELE.................................................................................................................................. 08
Estruturas da pele............................................................................................................... 08
Funções da pele.................................................................................................................. 08
FERIDAS CIRÚRGICAS................................................................................................. 09
Classificação de Ferida Cirúrgica...................................................................................... 09
Quando ao potencial de contaminação..................................................................... 09
Quanto aos tipos de cicatrização............................................................................... 10
Quanto às fases da cicatrização................................................................................ 11
Avaliação da ferida cirúrgica em cada fase do processo de cicatrização................... 15
CRITÉRIOS GERAIS PARA REALIZAÇÃO DE CURATIVOS.................................... 18
Objetivos do curativo......................................................................................................... 18
Técnicas básicas................................................................................................................. 19
Aspectos a serem considerados na realização de um curativo............................................ 19
Observações importantes sobre a realização de curativo.................................................... 20
AVALIAÇÃO DA FERIDA CIRÚRGICA E PELE ADJACENTE................................. 24
Biossegurança e controle das infecções.............................................................................. 25
DIAGNÓSTICOS E PRESCRIÇÕES DE ENFERMAGEM NO AGHU......................... 26
FATORES DE RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO DE INFECÇÃO NO
CLIENTE COM FERIDAS............................................................................................... 27
Fatores que afetam a cicatrização da ferida........................................................................ 28
COMPLICAÇÕES DA CICATRIZAÇÃO DA FERIDA................................................. 29
REMOÇÃO DOS PONTOS DA FERIDA........................................................................ 31
REFERÊNCIAS................................................................................................................. 33
Lista de Figuras
INTRODUÇÃO
ESQUEMA CONCEITUAL
Processo de cicatrização
Processo de reparação
Feridas cirúrgicas
PELE
Estruturas da pele
(Fonte: http://rede.novaescolaclube.org.br/planos-de-aula/cicatrizacao-e-regeneracao-da-pele)
Figura 1: Estruturas da pele
Funções da pele
FERIDAS CIRÚRGICAS
respiratório alto, cólon, ânus, vulva e vagina), quando há quebra na assepsia ou quando a
cirurgia ultrapassa o limite de tempo com a cavidade aberta também podem ser
consideradas feridas cirúrgicas contaminadas (GEOVANINI, 2014; SILVA;
FIGUEIREDO; MEIRELES, 2007; CRAVEN; HIRNLE, 2006).
Infectada: São potencialmente colonizadas ou contaminadas por detritos ou
microrganismos, como parasitas, bactérias, vírus ou fungos, além da evidência de sinais de
infecção, como tecidos desvitalizados, exsudação purulenta e odor característico
(GEOVANINI, 2014; SILVA; FIGUEIREDO; MEIRELES, 2007; CRAVEN; HIRNLE,
2006).
Nos casos de cicatrização por segunda ou terceira intenção é comum uma cicatriz mais
profunda e ampla (CRAVEN; HIRNLE, 2006).
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(Fonte:http://www.plasticaplexus.com.br/new/cicatrizacao.php#sthash.16C8TxPF.dpbs)
Figura 3: Fases da cicatrização
(Fonte:https://www.mundoestetica.com.br/esteticageral/entendendo-o-processo-de-cicatrizacao/)
Figura 4: Fases do processo de cicatrização
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FERIDA CIRÚRGICA – LESÃO DO TECIDO
FASE INFLAMATÓRIA
Contração do coágulo
Migração de leucócitos
FASE PROLIFERATIVA
Síntese de coágulos
FASE DE MATURAÇÃO
Retração da ferida
CICATRIZAÇÃO
(Fonte: POTTER; PERRY, 2009)
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Objetivos do curativo
Técnicas básicas
O curativo pode ser realizado sob duas diferentes técnicas básicas, a estéril e a limpa.
Técnica estéril: Utilizada em ambiente hospitalar ou em outra instituição de saúde, com
o uso de material esterilizado, como pinças ou luvas para manejo do material, e solução
fisiológica a 0,9% para higienização e hidratação, além de cobertura estéril (BRASIL, 2009).
não apresentar complicações, poderá ser mantida aberta. Essa informação também vale para
cesáreas.
Sempre avaliar as características da ferida e da pele adjacente: presença de exsudato e
outros sinais flogísticos, avaliar as margens e tensão, e reações ocasionadas pelo material de
sutura, quando existirem.
Avaliar o sítio de inserção do dreno e a pele adjacente através da inspeção e palpação;
Trocar o curativo do dreno, pelo menos a cada 24 horas, se limpo e seco, também após
o banho;
Utilizar bolsa coletora, se o volume drenado for maior que 50 mL em 24 horas;
Avaliar as características e mensurar a secreção drenada;
Manter o frasco de drenagem com selo d´água abaixo do nível do tórax. Clampear os
drenos na troca do selo d´água e sempre que o frasco de drenagem estiver posicionado acima
do nível do tórax. Não clampear o dreno de tórax durante o transporte do cliente. Não deixar o
dreno de tórax apoiado no chão. Desprezar a secreção drenada pelo dreno de tórax a cada 24
horas, desde que o volume não ultrapasse dois terços da capacidade volumétrica máxima.
Trocar selo d´água diariamente. Utilizar sistema de aspiração contínua quando for preciso
drenar grandes volumes de ar ou líquidos;
Desprezar o efluente drenado pelo “portovac” a cada 6 horas, desde que o volume não
ultrapasse dois terços da capacidade volumétrica máxima. Clampear a extensão e abrir o dreno
de “portovac” para desprezar o seu efluente. Depois de desprezado o efluente, comprimir a
bolsa sanfonada, fechar o dreno e desclampear a extensão. Observar presença de coágulos ou
fibrina na extensão do dreno de “portovac”, quando houver interrupção ou diminuição súbita
do débito. Tentar deslocar o coágulo/fibrina para o coletor. Comunicar ao médico, se o fluxo
não for restabelecido;
No caso do sistema de Derivação Ventricular Externa, manter a bolsa coletora de líquor
posicionada sempre à altura do ventrículo lateral, ou seja, à nível do pavilhão auricular (nível 0
ou 10), durante a troca de curativo ou de quaisquer outros procedimentos que manipulem o
cliente ou que movimentem a altura ou cabeceira da cama;
Realizar o curativo no sítio de inserção dos fixadores externos a cada 24 horas, desde
que esteja limpo e seco, com técnica asséptica, após o banho. Utilizar soro fisiológico 0,9%
para a limpeza; álcool 70% para a antissepsia, gazes ou compressas esterilizadas para a oclusão
e atadura ou fita adesiva para fixação. Realizar a limpeza diária dos fixadores com álcool 70%.
Observar a presença de sinais flogísticos ao redor da inserção dos pinos do fixador externo.
Manter o membro elevado, para prevenir ou reduzir o edema.
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Manter tração contínua, alinhada e com peso prescrito para garantir tratamento
adequado.
Observar regularmente a perfusão periférica, pulso, sensibilidade e edema.
Escala numérica:
Pele Adjacente
Aspecto Pele íntegra; macerada; endurecida
O uso correto dos EPIs e a higienização das mãos são os meios mais simples de
prevenção de infecções relacionadas à assistência à Saúde. Porém, infelizmente, nem todos os
profissionais fazem uso do EPI, seja por falta de conhecimento sobre a sua importância, por
desconforto, por descuido ou esquecimento, ou por falta de recursos materiais, por isso a
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Prescrições
Avaliar aspecto da ferida operatória
Avaliar dor utilizando escala de intensidade
Comunicar/ Avaliar condições circulatórias
Implementar cuidados com dreno de tórax em aspiração
Implementar cuidados com dreno de tórax em selo d´água
Implementar cuidados com drenos
Implementar cuidados com tração
Manter curativo externo limpo e seco
Manter membro elevado
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Uma série de fatores de risco é responsável pela ocorrência de infecções, e estes fatores
estão relacionados não somente ao ambiente de cuidado, como também à suscetibilidade do
paciente e à natureza da lesão.
Higiene ambiental
precária
(Fonte: GEOVANINI, 2014)
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Ambiente local da ferida – pH, crescimento bacteriano, tensão ou estresse sobre a ferida
são fatores que afetam a cicatrização.
Assim que ocorre a cicatrização completa da ferida, há indicação da retirada dos pontos, o
que varia de sete a dez dias. Isso depende da localização, eficiência da irrigação sanguínea dos
tecidos, tipo de cicatrização (primeira, segunda ou terceira intenção) e evolução do processo
cicatricial. As suturas feitas em áreas com adiposidades tendem a demorar mais para
cicatrizarem, por isso permanecem mais tempo com os pontos de sutura (GEOVANINI, 2014).
Antes da retirada dos pontos, é necessário observar se todos eles estão secos e cicatrizados.
No caso de sinais flogísticos, os pontos não devem ser retirados; necessitando de uma nova
avaliação (GEOVANINI, 2014).
As suturas podem ser contínuas, iniciando a retirada dos pontos por uma das extremidades
da incisão, ou suturas não contínuas, e neste caso inicia-se a retirada pelo ponto central,
extraindo os demais pontos de forma intercalada. A quantidade de pontos precisa ser contada
antes e após a remoção para certificar-se de que todos os pontos foram retirados (GEOVANINI,
2014).
Para a remoção de pontos em suturas não contínuas: limpe a cicatriz com clorexidina aquosa
a 4%; fixe a ponta solta do fio de sutura com uma pinça, levantando-o para que o mesmo se
eleve da superfície da pele; faça um leve movimento para mobilizar o ponto no interior da sutura
e evitar que ocorra sangramento quando o mesmo for removido. Com a tesoura, corte a linha
abaixo do nó, deixando os pontos retirados reservados para realização de contagem ao final do
procedimento (GEOVANINI, 2014).
A B C D
(Fonte: POTTER; PERRY, 2009)
Figura 14: Métodos de sutura. A, Intermitente. B, Contínuo. C, Contínuo de cobertura. D, Retenção
REFERÊNCIAS
ALVES, V.S. et al. Relato de caso – Cuidados com a pele de adultos em uso de Fixador
externo em membros inferiores: série de casos. Estima. Distrito Federal, v. 11, n. 3, 2013.
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Assistência segura: uma reflexão teórica
aplicada à prática. Série Segurança do Paciente e Qualidade em Serviços de Saúde. 2013,
168p.
CARDOSO, R.T. et al. Tratamento das fraturas diafisárias da tíbia com fixador externo
comparado com a haste intramedular bloqueada. Rev. Bras. Ortop., Uberaba, v. 48, n. 2, p.
137-144, 2013.
POHL, F.F.; PETROIANU, A. Tubos, sondas e drenos. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2000. 547p.
diretoras acadêmicas, Jussara Gue Martini, Vanda Elisa Andres Felli. – Ciclo 1, módulo
2(2006) – Porto Alegre: Artmed/ pan-americana Editora, 2006.