E-Book - Sociologia e Antropologia
E-Book - Sociologia e Antropologia
E-Book - Sociologia e Antropologia
ANTROPOLOGIA
Unidade 1
E-Book
SOCIOLOGIA E ANTROPOLOGIA
SUMÁRIO
Apresentação .............................................................................................................. 3
PARTE I ........................................................................................................................ 5
Antropologia ............................................................................................................. 6
Conceito e objeto .................................................................................................. 6
Ramos da Antropologia .......................................................................................... 7
Antropologia biológica ou física ............................................................................. 8
Arqueologia ........................................................................................................... 8
Antropologia social (ou cultural) ou etnologia ......................................................... 9
PARTE II ..................................................................................................................... 10
Formação da identidade cultural .............................................................................. 11
Cultura ................................................................................................................. 11
Etnocentrismo .........................................................................................................15
SOCIOLOGIA E ANTROPOLOGIA
Apresentação
A presente apostila foi produzida para constar como um dos instrumentos de
aprendizagem da modalidade Educação a Distância do Centro Universitario Fametro, em
Manaus – Amazonas.
A Antropologia e a Sociologia são áreas do conhecimento estranhas a quem com
ela não tem proximidade e nem com ela convive na dimensão acadêmica. Porém, são
sistemas de conhecimentos que tratam de nossa vida enquanto seres históricos com
racionalidade objetivas e concretas.
A Antropologia é uma ciência que se encarrega do estudo da diversidade cultural
encontrada entre os seres humanos e estuda a relação entre indivíduos, e a relação de
indivíduos com os seus meios envolventes, tendo como foco o conceito de cultura.
A antropologia foi reconhecida recentemente (em termos históricos) como uma
ciência autônoma. Todavia, antes disso, era identificada como um ramo da história
natural e narrava a evolução do homem de acordo com o conceito civilizacional.
Além disso, podemos dizer que este saber foi um instrumento de dominação
(principalmente europeia, à época), uma vez que legitimava a dominação das metrópoles
colonialistas sobre os povos conquistados.
Esse fenômeno, chamamos de "Etnocentrismo Eurocêntrico", pois tinha a
civilização europeia como medida para todos os aspectos civilizados. Destarte, foi assim
que surgiu a classificação “primitivo, bárbaro e civilizado” para determinar os estágios
evolutivos das civilizações.
Em termos historiográficos, podemos supor o nascimento da antropologia
propriamente dita com o advento das "Regras do Método Sociológico", em 1895,
de Émile Durkheim, o qual define o “Fato Social” e os métodos para sua apreensão.
Curioso notar que foi com o surgimento da sociologia que tivemos definido o
campo antropológico. Ao definir o campo de atuação sociológico, Durkheim delineia
também, por exclusão metodológica, o que seriam os objetos de pesquisa da
antropologia.
Ou seja, enquanto na sociologia se estudaria o “Fato Social” como um atributo da
grande coletividade, outros métodos teriam de surgir para estudar o homem numa
posição mais subjetiva e menos coletiva.
A sociologia no contexto do conhecimento científico surge como um corpo de
ideias voltadas para a discussão do processo de constituição e consolidação da
sociedade capitalista. Neste mundo de grandes transformações sociais, políticas e
econômicas diferentes perspectivas teóricas são elaboradas para compreender e
interferir de algum modo nesta sociedade. O objeto de estudo da disciplina de Sociologia
são as relações que se estabelecem no interior dos grupos na sociedade, como se
estruturam e atingem as relações entre os indivíduos e a coletividade. Na diretriz, a
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SOCIOLOGIA E ANTROPOLOGIA
Sociologia é apresentada como “fruto do seu tempo” (DCE Sociologia, 2008, p. 38) que
surgiu “com os movimentos de afirmação da sociedade industrial e toda a contradição
deste processo” (DCE Sociologia, 2008, p. 41) e com o tal, expressa às condições
socioculturais de sua época. Se como afirma a diretriz, a Sociologia é fruto de seu tempo,
tempo este de grandes transformações, também a disciplina passou por
transformações. O surgimento da sociologia como disciplina se deu a partir das
revoluções política, social e científica ocorridas nos séculos XVIII e XIX “a Revolução
Francesa de 1789; a Revolução Industrial e uma revolução na ciência.”
Para efeito de organização, esta apostila está organizada de acordo com a
cronologia e a sequência histórica da construção do conhecimento Antropológico e
Sociológico ao longo da História ocidental.
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SOCIOLOGIA E ANTROPOLOGIA
PARTE I
ANTROPOLOGIA: CONCEITO E
OBJETO
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SOCIOLOGIA E ANTROPOLOGIA
Antropologia
Conceito e objeto
O termo antropologia deriva das palavras gregas “anthropos” (ser humano) e
“logos” (ciência, estudo, conhecimento) e significa o estudo do ser humano. O objetivo da
Antropologia é buscar um entendimento amplo, comparativo e crítico dos seres
humanos, seus conhecimentos e formas de ser.
A antropologia abrange o estudo do ser humano como ser cultural, fazedor
de cultura. Investiga as culturas humanas no tempo e no espaço, suas origens e
desenvolvimento, suas semelhanças e diferenças. Tem seu foco de interesse voltado
para o conhecimento do comportamento cultural humano, adquirido por aprendizado
social. A partir da compreensão da variedade de procedimentos culturais dentro dos
contextos em que são produzidos. A antropologia, como o estudo das culturas, contribui
para erradicar preconceitos derivados do etnocentrismo, fomentar o relativismo
cultural e o respeito à diversidade.
Apesar da grande variedade dos seus campos de interesse, a antropologia se
constituiu como um campo científico específico, que se articula teórica e
metodologicamente com outras áreas do saber (como a história, filosofia, sociologia,
psicologia, biologia e direito), mas conserva sua unidade, uma vez desenvolveu métodos
particulares para investigar o ser humano e suas diversas formas culturais,
comportamento e vida social.
A etnografia é o método próprio de trabalho da antropologia. O objetivo da
etnografia é o de descrever as vidas das pessoas, com precisão e profundidade, através
da observação detalhada, obtida principalmente através do trabalho de campo. A partir
da observação de fatos e fenômenos in loco, o antropólogo coleta, analisa e interpreta
dados e aspectos culturais com o intuito de examinar como se dá a vida social na
realidade cotidiana de determinados indivíduos e grupos. O método etnográfico é então
um estudo e registro descritivo das características culturais de um determinado grupo
social.
Todas as sociedades humanas passadas e presentes, extintas ou existentes,
interessam ao antropólogo. Nesse sentido, algumas divisões apontam para a existência
de subáreas da Antropologia, como a arqueologia (estudo das culturas extintas), a
etnografia (descrição das sociedades humanas), a etnologia (comparação entre as
culturas existentes), a linguística (estudo das linguagens) e o folclore (manifestações
culturais tradicionais). Os antropólogos se interessam tanto pelos grupos sociais mais
simples, culturalmente diferenciados, quanto por grupos culturais que existem dentro
da sua própria sociedade. Atribui-se ao antropólogo a tarefa de formular princípios
explicativos da formação e desenvolvimento das culturas humanas.
A antropologia surgiu como ciência no início do século XX, com a sistematização
dos estudos sobre culturas consideradas “exóticas”. No Brasil, a antropologia se
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SOCIOLOGIA E ANTROPOLOGIA
Ramos da Antropologia
Para analisar e compreender melhor todas as dimensões do Homem (que são
muito vastas e complexas), a Antropologia geralmente é subdividida em diferentes áreas
ou ramos de estudo:
Antropologia Física ou Biológica – consiste no estudo das variações dos
caracteres biológicos do homem (fisionomia, cor da pele, estatura, fisiologia, etc.) no
espaço e no tempo. Sua problemática é a das relações entre o patrimônio genético e o
meio geográfico, ecológico, social. Procura explicar a evolução humana a partir de
estudos de fósseis e adaptação, analisa as particularidades morfológicas e fisiológicas
ligadas ao meio ambiente, bem como a evolução destas particularidades. Exemplo:
adaptação do homem a regiões de elevadas altitudes, zonas frias, etc.
Antropologia Linguística – procura entender a vida do homem, seus
pensamentos e sentimentos, através do estudo da sua linguagem (literatura escrita e da
tradição oral). Dado que a linguagem é uma ampla parte constitutiva da cultura, os
antropólogos linguistas se interessam pelo desenvolvimento das línguas. Assim mesmo,
ocupam-se nas diferenças das linguagens vivas, como se vinculam ou diferem e, em
certos processos que explicam a difusão da informação.
Antropologia Pré-histórica (ou arqueologia) – é a encarregada de estudar os
vestígios materiais (os utensílios, as artes, as construções…) das culturas
desaparecidas, tanto em suas técnicas e organizações sociais quanto em suas
produções culturais e artísticas.
Antropologia Psicológica – estuda os comportamentos conscientes de cada
indivíduo para compreender o homem na sua totalidade e diversidade.
Antropologia Social e Cultural – estuda a cultura de um grupo social tanto na sua
dimensão material, que se refere às coisas que os homens produzem e com as quais
intervêm na natureza, quanto na sua dimensão imaterial, que abrange os sistemas de
ideias e de valores, através dos quais se organiza a percepção do mundo. Esta dimensão
diz respeito aos elementos ideológicos que compõem a definição de cultura (que
posteriormente estudaremos), a saber, a língua, a religião, o sistema de direito, etc.
Em outras palavras, a Antropologia Social e cultural diz respeito a tudo que
constitui uma sociedade: seus modos de produção económica, suas técnicas, sua
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SOCIOLOGIA E ANTROPOLOGIA
Arqueologia
Arqueologia é o estudo das sociedades humanas antigas através dos vestígios
materiais encontrados pelos arqueólogos. Com a arqueologia, o ser humano consegue
aprender sobre a cultura e costumes dos seus antepassados. Os arqueólogos,
pesquisadores que estudam a ciência da arqueologia, são responsáveis por identificar,
estudar e pesquisar por objetos que pertenceram aos povos antigos, ajudando a
compreender a estrutura sociocultural das sociedades primitivas e o processo de
evolução e transformação dos grupos sociais ao longo dos anos. As informações
arqueológicas obtidas pelos pesquisadores podem ser extraídas a partir de qualquer tipo
de material construído (ou destruído) pelo ser humano, como vasos, pinturas, utensílios
de cozinha, ferramentas, armas e etc.
Etimologicamente, a palavra "arqueologia" surgiu da junção de dois termos
gregos: archaios, que significa "passado" ou "antigo"; e logos, que quer dizer "ciência" ou
"estudo"; assim sendo, arqueologia significa "ciência que estuda o passado" ou "ciência
que estuda o antigo". Os objetos antigos são encontrados principalmente através de
escavações, nos chamados "sítios arqueológicos".
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SOCIOLOGIA E ANTROPOLOGIA
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SOCIOLOGIA E ANTROPOLOGIA
PARTE II
FORMAÇÃO DA IDENTIDADE
CULTURAL
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SOCIOLOGIA E ANTROPOLOGIA
Cultura
Cultura é o conjunto de tradições, crenças e costumes de determinado grupo social.
Assim, a cultura representa o patrimônio social de um grupo e a soma de padrões dos
comportamentos humanos. É a gama do comportamento de um grupo de pessoas
envolvendo seus conhecimentos, experiências, atitudes, valores, crenças, religião,
língua, hierarquia, relações espaciais, noção de tempo, conceitos de universo. Tudo isso
é repassado por comunicação ou imitação às gerações seguintes.
Também pode ser definida como o comportamento por meio da aprendizagem
social. Essa dinâmica faz da cultura uma poderosa ferramenta para a sobrevivência
humana e se tornou o foco central da antropologia desde os estudos do britânico Edward
Tylor (1832-1917). Segundo ele, a cultura é todo aquele complexo que inclui o conhecimento,
as crenças, a arte, a moral, a lei, os costumes e todos os outros hábitos e capacidades
adquiridos pelo homem como membro da sociedade.
Cultura Material
Associada aos elementos concretos de uma sociedade está a cultura material ou
o patrimônio cultural material. Esses elementos foram criados ao longo do tempo e,
portanto, representam a história de determinado povo. Diversas edificações, objetos
artísticos e cotidianos, fazem parte da cultura material, os quais são classificados de
duas maneiras:
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SOCIOLOGIA E ANTROPOLOGIA
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SOCIOLOGIA E ANTROPOLOGIA
Relativismo Cultural
Relativismo cultural é uma perspectiva da antropologia que vê diferentes
culturas de forma livre de etnocentrismo, o que quer dizer sem julgar o outro a partir de
sua própria visão e experiência. A perspectiva do relativismo cultural é uma construção
da Antropologia, idealizada por nomes como Franz Boas, e também utilizado na
Sociologia. Como conceito científico, o relativismo cultural pressupõe que o
investigador tenha uma visão neutra diante do conjunto de hábitos, crenças e
comportamentos que, a princípio, lhe parecem estranhos, que resultam em choque
cultural.
Relativizar é deixar o julgamento de lado, assim como se afastar da sua própria
cultura, a fim de entender melhor o outro. Um exemplo de aplicação do relativismo
cultural em pesquisas antropológicas pode ser visto no estudo de sociedades
tradicionais isoladas de influências ocidentais. Digamos que em uma tribo da Oceania,
as relações de parentesco sejam pela linha matriarcal, e o irmão da mãe, ou seja, o tio
faça o papel que o pai executa nas sociedades ocidentais.
De forma etnocêntrica, o antropólogo poderia interpretar estes laços como
disformes e criticar em seu trabalho as possíveis consequências sociais e familiares
desta ação. Mas, ao relativizar durante seu trabalho de campo, o pesquisador percebe
que estas relações são apenas diferentes, pois possuem outros sistemas e processos
anteriores que precisam ser levados em consideração.
A fim de fazer uma investigação científica, é indispensável que o pesquisador se
livre de preconceitos e julgamentos, por isso, a prática do relativismo cultural na
Antropologia. Porém, o exercício de relativização também pode ser utilizado pela
sociedade como um todo, no dia a dia, para entender melhor a posição e
comportamentos dos outros, e estabelecer melhores relações sociais mais
compreensivas. O conceito de relativismo cultural passa também pela compreensão da
ideia de alteridade, que é o pressuposto da existência do outro e da diferença em
sociedade.
Diversidade Cultural
Diversidade cultural são os vários aspectos que representam particularmente
às diferentes culturas, como a linguagem, as tradições, a culinária, a religião, os
costumes, o modelo de organização familiar, a política, entre outras características
próprias de um grupo de seres humanos que habitam um determinado território. É
culturas formam a chamada identidade cultural dos indivíduos ou de uma sociedade;
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SOCIOLOGIA E ANTROPOLOGIA
Cultura Híbrida
A ideia de culturas híbridas está ligada ao processo de globalização. Com o
desenvolvimento de tecnologias de comunicação cada vez mais ágeis, as “trocas”
culturais ocorrem em uma dimensão praticamente impossível de registrar, dada sua
magnitude. O termo “troca” aqui empregado deve ser visto com cautela, já que a
distribuição de bens e influência culturais segue o padrão determinado pela
hierarquização econômica e de poder, sob a qual os países dividem-se entre
“desenvolvidos” e “em desenvolvimento”.
Desse modo, os países cuja produção cultural ocupa posição dominante
exportam seus padrões, costumes e produtos com uma intensidade desproporcional
àquela com que o fazem, os chamados países em desenvolvimento. De todo modo, o
termo culturas híbrido se refere a uma mescla entre expressões culturais locais e
globais, sem que, necessariamente, haja um quadro de dominação – ainda que seja de
suma importância problematizar essa possibilidade. Em uma cultura híbrida, o que é
local e o que é global coexistem, formando uma nova configuração cultural, um novo
conjunto cultural que não é igual ao que havia antes do recebimento de “influências
externas”, mas também não é mera reprodução cultural daquilo que se recebe.
Ainda que nem sempre o movimento Bubble Up esteja vinculado à apropriação,
no sentido acusatório do termo, é importante salientar que mesmo que o uso de
determinado objeto de fato emerja das camadas populares em direção ao topo da
pirâmide, para que ele circule no chamado mercado de luxo, sofrerá adaptações para que
pareça “exclusivo”, além de ser comercializado com preço mais alto, mecanismos que
mantêm a ideia de consumo como meio de distinção.
De todo modo, os conceitos Trickle Down e Bubble Up, como muitos outros que
tornam a Sociologia uma ciência dissonante, serão pensados como complementares,
posto que coexistem nas relações sociais. O mais relevante é que o aluno compreenda a
existência e o funcionamento de mecanismos de consumo e como nossas escolhas e
gostos estão sempre sendo construídos por diversas influências sociais, que estão fora
do nosso “eu particular” e que, ao mesmo tempo, contribuem para a formação de uma
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SOCIOLOGIA E ANTROPOLOGIA
configuração, no sentido do conceito apresentado por Norbert Elias, que une o mundo
social e a nossa individualidade.
Etnocentrismo
Etnocentrismo é um conceito da Antropologia definido como a visão
demonstrada por alguém que considera o seu grupo étnico ou cultura o centro de tudo,
portanto, num plano mais importante que as outras culturas e sociedades. O termo é
formado pela justaposição da palavra de origem grega "ethnos" que significa "nação, tribo
ou pessoas que vivem juntas" e centrismo que indica o centro. Um indivíduo etnocêntrico
considera as normas e valores da sua própria cultura melhores do que as das outras
culturas. Isso pode representar um problema, porque frequentemente dá origem a
preconceitos e ideias infundamentadas.
Uma visão etnocêntrica demonstra, por vezes, desconhecimento dos diferentes
hábitos culturais, levando ao desrespeito, depreciação e intolerância por quem é
diferente, originando em seus casos mais extremos, atitudes preconceituosas, radicais
e xenófobas. Este fenômeno universal pode atingir proporções drásticas, quando
culturas tecnicamente mais frágeis entram em contato com culturas mais dominantes e
avançadas. Alguns exemplos de etnocentrismo estão relacionados ao vestuário. Um
deles é o hábito indígena de vestir pouca ou nenhuma roupa; outro caso é o uso
do kilt (uma típica saia) pelos escoceses. São duas situações que podem ser tratadas
com alguma hostilidade ou estranheza por quem não pertence àquelas culturas.
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Unidade 4
SOCIOLOGIA E
ANTROPOLOGIA
Unidade 2
E-Book
SOCIOLOGIA E ANTROPOLOGIA
SUMÁRIO
PARTE I ........................................................................................................................ 3
Sociologia ................................................................................................................. 4
Origem da Sociologia ............................................................................................. 4
Fatos históricos que marcaram o advento da sociologia ......................................... 5
PARTE II ....................................................................................................................... 6
Os teóricos da sociologia .......................................................................................... 7
Augusto Comte (1798-1857)..................................................................................... 7
SOCIOLOGIA E ANTROPOLOGIA
PARTE I
FATORES HISTÓRICOS DA
SOCIOLOGIA
3
SOCIOLOGIA E ANTROPOLOGIA
Sociologia
Em termos simples, a sociologia é a ciência que se debruça sobre a própria
sociedade e todas as suas ramificações, componentes e integrantes. Ela se dedica a
compreender as formas de interação que temos uns com os outros, nossas organizações
e os fenômenos sociais observados na realidade dos indivíduos. O olhar sociológico nos
traz sempre uma nova perspectiva sobre situações que aparentemente são de natureza
individual, mas que acabam por atingir uma gama muito maior de nossa realidade
coletiva. Podemos tomar como exemplo o desemprego que, embora seja uma terrível
tragédia na vida do indivíduo, ecoa em toda cadeia social, afetando nossa realidade
econômica e acentuando a desigualdade social e, possivelmente, agravando outros
problemas como a violência, a fome e a precarização da educação.
Origem da Sociologia
Como matéria única, a sociologia é relativamente “nova”. Ela se inicia como ideia
em meados do século XIX, com o filosofo francês Augusto Comte, que propunha uma
nova área de estudo que reunisse as principais áreas do conhecimento das ciências
humanas em uma única, que se proporia a compreender todos os aspectos do homem
social e os fenômenos que se manifestariam nas diversas realidades sociais.
Para tanto, essa nova área de conhecimento, de acordo com Comte, deveria
propor-se a ser universal e aplicável a toda e qualquer sociedade que exista ou venha a
existir. Com esse objetivo, Comte se volta para a forma de observação das demais
ciências anteriores à nova Sociologia, argumentando que os estudos dessa nova matéria
deveriam se pautar em fenômenos observáveis e mensuráveis para que fosse possível
apreender as regras gerais que regem o mundo social do indivíduo. Essa perspectiva é
chamada de “positivismo” e é a forma dominante de observação do mundo em meados da
Revolução Industrial (séculos XIX - XX).
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SOCIOLOGIA E ANTROPOLOGIA
5
SOCIOLOGIA E ANTROPOLOGIA
PARTE II
OS TEÓRICOS DA SOCIOLOGIA
6
SOCIOLOGIA E ANTROPOLOGIA
Os teóricos da sociologia
7
SOCIOLOGIA E ANTROPOLOGIA
conhecidas essas leis universais, a expectativa de Comte era de que os conflitos sociais
pudessem ser eliminados através de reformas e intervenções comandadas pelo Estado.
O positivismo de Comte se apresenta, portanto, não apenas enquanto teoria, mas
também como projeto político para a gestão da sociedade.
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Unidade 4
SOCIOLOGIA E
ANTROPOLOGIA
Unidade 3
E-Book
SOCIOLOGIA E ANTROPOLOGIA
SUMÁRIO
PARTE I ........................................................................................................................ 3
Émile Durkheim (1858-1917) ........................................................................................ 4
Weber (1864-1920) ..................................................................................................... 5
Ação Social para Max Weber .................................................................................. 5
PARTE II ....................................................................................................................... 7
Karl Marx (1818-1883) .................................................................................................. 8
Contexto e Influências ........................................................................................... 8
Materialismo Histórico: Infraestrutura, Superestrutura e Classes Sociais ............. 12
SOCIOLOGIA E ANTROPOLOGIA
PARTE I
O PENSAMENTO SOCIOLÓICO DE
ÉMILE DURKHEIM
3
SOCIOLOGIA E ANTROPOLOGIA
4
SOCIOLOGIA E ANTROPOLOGIA
Weber (1864-1920)
Nascido em Efurt, na Alemanha, Max Weber (1864-1920) é um dos principais
pensadores que colaboraram para a construção da Sociologia. Entretanto, assim como
Karl Marx, Weber enveredou-se por uma gama gigantesca de assuntos e colaborou para
o desenvolvimento da Filosofia, Política, Economia, História e Direito. Weber foi
fortemente influenciado pelas ideias de Karl Marx e Émile Durkheim, sendo também
crítico das obras desses grandes pensadores.
Max Weber se alinhava à visão de Marx em relação ao tratamento do
desenvolvimento do capitalismo no mundo moderno e às investigações em torno dos
sistemas anteriores de produção e das lógicas de relações sociais que se estabeleciam
em volta deles. No entanto, contrariamente ao pensamento de Marx, Weber não dava a
mesma importância ao conflito de classes e também não submetia suas análises
comparativas à noção de materialismo histórico dos trabalhos marxistas.
Weber buscava, assim como seus predecessores, entender as mudanças sociais
advindas da Revolução Industrial que ainda se desenrolavam em seu tempo. No entanto,
sua linha de pensamento dava a mesma importância tanto para os fatores econômicos
do mundo social quanto para o espectro mais individual, relacionado com o sujeito, que
enxergava como o principal ator no processo de mudança social, possuindo, portanto,
enorme relevância no estudo do contexto dos fenômenos sociais. Weber acreditava que
as motivações das ações dos indivíduos em seu convívio diário eram os principais fatores
que determinariam os rumos dos processos de mudança social. Partindo desse
princípio, Weber elaborou o conceito de “ação social” que nortearia os seus trabalhos.
O conceito de “ação social” foi concebido por Weber como qualquer ação realizada
por um sujeito em um meio social que possua um sentido determinado por seu autor. O
processo de comunicação estaria, portanto, intimamente ligado ao conceito de ação
social. A manifestação do sujeito que deseja uma resposta é feita em função dessa
resposta. Em outras palavras, uma ação social se constitui como ação que parte da
intenção de seu autor em relação à resposta que deseja de seu interlocutor. Weber
estipulou quatro tipos ideais de ações sociais: a ação racional com relação a fins, a ação
racional com relação a valores, a ação afetiva e a ação tradicional.
Percebe-se, portanto, que Weber se afastou dos determinismos sócio-históricos
de Karl Marx e do fatalismo da noção de um sistema externo e independente do indivíduo
5
SOCIOLOGIA E ANTROPOLOGIA
que Émile Durkheim propôs, elaborando, assim, a noção de um ser humano livre para
agir, pensar e construir sua realidade. Para Weber, as estruturas sociais estavam em
contato direto com o poder de ação dos indivíduos, o que significa que os sujeitos, seus
valores e ideias possuem força de ação direta sobre essas estruturas. A tarefa da
Sociologia seria, então, segundo o teórico, apreender os significados que norteiam
essas ações.
Weber demonstrou esse princípio em seus estudos comparativos sobre as
distinções entre religiões Ocidentais e Orientais. Em seu livro, “A ética protestante e o
espírito do capitalismo”, o autor buscou esclarecer como a lógica cristã foi responsável
pelo desenvolvimento do sistema de produção capitalista. Nisso estaria inserido o
contexto cultural e valorativo das sociedades cristãs, e não apenas seu modelo ou
situação econômica.
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SOCIOLOGIA E ANTROPOLOGIA
PARTE II
KARL MARX
7
SOCIOLOGIA E ANTROPOLOGIA
Contexto e Influências
Marx viveu durante o século XIX e viu a Revolução Industrial mudar o mundo que o
cercava. Os ideais do iluminismo e da Revolução Francesa também ecoavam na realidade
de sua época e aparecem em sua obra, valorizando a crença no poder da ciência e da
razão humana rumo ao progresso. Ele também desenvolveu um intenso diálogo com as
principais correntes de pensamento da sua época, herdando uma grande bagagem
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SOCIOLOGIA E ANTROPOLOGIA
teórica. Destacam-se três dessas correntes que tanto o influenciaram e como foram
influenciadas por ele:
A Filosofia Alemã:
Marx, como já dito anteriormente, era filósofo de formação e estudou os grandes
nomes da filosofia germânica, como Kant e Hegel. Também foi integrante dos neo-
hegelianos, grupo do qual faziam parte figuras como Moses Hess, Max Stiner, Bruno
Bauer, e Ludwig Feuerbach. Embora fossem estudiosos da obra de Hegel e utilizassem
seu método dialético como forma de apreender o mundo, esses filósofos desenvolveram
posturas críticas para com o pensamento do mestre.
Economia política
Foi na Inglaterra que Marx se aprofundou nos estudos de economia, buscando
entender como o capitalismo funciona. Para realizar esse objetivo, ele se baseou em
importantes economistas ingleses como David Ricardo e Adam Smith.
Teoria sociológica
Marx procurou compreender a sociedade moderna focado em sua dimensão
econômica, e embora não fosse sociólogo, o seu trabalho foi incorporado, debatido e
ampliado por grande parte da Ciências Sociais desde o seu desenvolvimento até os dias
de hoje, tornando-se um marco incontornável. É nesse sentido que podemos falar de
uma teoria social em Marx. Essa teoria social começa a ganhar forma na elaboração do
seu pensamento filosófico, que teve início num acerto de contas com toda a filosofia de
Hegel e com os neo-hegelianos de esquerda. Abordar-se-á primeiro Hegel para depois
falar dos neo-hegelianos e então retornar a Marx.
Materialismo e Dialética
O primeiro ponto a destacar de Hegel é a sua redescoberta da dialética como
método para se compreender a realidade e a história da humanidade, estabelecendo
assim o idealismo dialético. Hegel, tal qual Heráclito, não acreditava que o mundo era
estático, que as coisas eram imutáveis e que os seres carregavam consigo uma essência
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SOCIOLOGIA E ANTROPOLOGIA
Podemos dizer que, para Hegel, enquanto filósofo idealista, a história consiste
numa retomada da consciência que fora colocada de lado, mas que com o auxílio da razão
retornará para sua morada. Assim sendo, temos uma guinada rumo ao progresso, numa
evolução da história humana que caminha em direção a esse “Espírito Absoluto”.
Depois da morte de Hegel, os neo-hegelianos iriam se basear em suas teorias para
elaborar críticas ao seu pensamento. Um dos integrantes desse grupo era Ludwig
Feuerbach, filósofo radical que sustentava que toda a alienação do homem provém dos
fenômenos religiosos. Hegel teria errado ao apostar no idealismo como base e assim
reforçava crenças religiosas, que afirmavam ser Deus o criador do homem, quando na
verdade o homem é que teria criado Deus. Para Feuerbach, o homem se aliena da sua
consciência e a submete a forças divinas que ele mesmo criou, virando o mundo de
cabeça pra baixo. Não seria o idealismo a recuperar a consciência do homem, mas sim
uma base materialista, fundamentada no mundo sensível, que proporcionaria uma visão
consistente e uma crítica da religião destruidora. Só assim, o homem abdicaria da
alienação a qual se submete.
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SOCIOLOGIA E ANTROPOLOGIA
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SOCIOLOGIA E ANTROPOLOGIA
Marx defende que se deve unir teoria e prática, numa práxis que vá além da mera
abstração ou da ação política sem fundamento teórico, promovendo mudanças reais na
base da sociedade. Teoria e ação política isoladas são incapazes, mas, juntas, tornam-
se a chave para uma ação concreta. É por isso que o pensamento de Karl Marx está
orientado para uma posição política revolucionária, que não se baste em conhecer como
o mundo é, mas que procure também, torná-lo algo diverso do que é. Não é à toa que
temos a 11° tese sobre Feuerbach, bastante popularizada, onde Marx diz que os filósofos
se limitaram a interpretar o mundo de diversas maneiras; o que importa é transformá-lo.
Veremos mais sobre esses pontos na segunda parte desse texto.
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SOCIOLOGIA E ANTROPOLOGIA
Enquanto analisava as relações de produção, Marx concluiu que estas acabam por
dividir a sociedade em classes sociais (embora ele não tenha sido o primeiro a afirmar
isso). As classes sociais aparecem quando um grupo de indivíduos assume o controle dos
meios de produção e se torna seu proprietário, segmentando a sociedade em dois
grupos principais: os proprietários dos meios de produção e os não proprietários, ou as
classes dominantes e as classes dominadas. É o surgimento da propriedade privada,
segundo Marx, que origina as classes e o processo de exploração sobre o outro.
Para garantir o controle dos meios de produção e, consequentemente, o controle
das demais classes, as classes dominantes precisam de instrumentos apropriados que
estão localizados na superestrutura do sistema. Marx vê no Estado uma dessas
ferramentas criadas pelas classes dominantes para suprir essa necessidade de dominar
as outras classes, já que as leis (direito)e decisões do Estado (política) beneficiam
diretamente os proprietários, em detrimento dos não proprietários. Em último recurso,
o Estado ainda possui o monopólio da força (polícia, forças armadas) para assegurar os
interesses dos proprietários caso esses corram risco.
A ideologia, ou a força das ideias, compõe o segundo instrumento para assegurar
a dominação. Marx defende que as ideias mais difundidas numa sociedade são as ideias
das classes dominantes, pois são elas que conseguem, através de todo o aparato que
possuem, transmitir suas “visões de mundo”, seus princípios e seus valores para as
outras classes. Sintetizando, a ideologia compõe um agrupamento de representações da
realidade que consolidam e reproduzem o poder dos proprietários.
Na segunda parte deste texto veremos os seguintes pontos: como Marx vê a
evolução da história humana a partir dos modos de produção do passado, até o modo de
produção capitalista; as teses da exploração (mais-valor/mais-valia)
e alienação (fetichismo da mercadoria); a teoria da crise do sistema capitalista; e por
último as suas teorias políticas sobre revolução e comunismo.
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SOCIOLOGIA E ANTROPOLOGIA
SUMÁRIO
PARTE I - A .................................................................................................................. 3
Trabalho e modo de produção ................................................................................... 4
Modo de produção primitivo ................................................................................... 4
Modo de produção escravista ................................................................................ 5
Modo de produção asiático .................................................................................... 5
Modo de produção feudal ....................................................................................... 5
Modo de produção capitalista ................................................................................ 5
Modo de produção socialista .................................................................................. 6
PARTE II - A ................................................................................................................. 7
Neoliberalismo e globalização ................................................................................... 8
Neoliberalismo no Brasil ........................................................................................ 8
Neoliberalismo e Globalização ............................................................................... 9
Neoliberalismo e Educação .................................................................................... 9
PARTE I – B ................................................................................................................ 10
Poder e Estado ........................................................................................................ 11
Regime de Governo .............................................................................................. 14
PARTE II – B ................................................................................................................18
DESIGUALDADE SOCIAL ...........................................................................................19
Causas da desigualdade social ..............................................................................19
Referências ............................................................................................................ 21
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PARTE I - A
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PARTE II - A
NEOLIBERALISMO E GLOBALIZAÇÃO
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Neoliberalismo e globalização
Neoliberalismo no Brasil
No Brasil, o Neoliberalismo começou a ser seguido de uma forma aberta nos dois
governos consecutivos do presidente Fernando Henrique Cardoso. Neste caso, seguir o
neoliberalismo foi sinônimo de privatização de várias empresas do Estado. O dinheiro
conseguido com essas privatizações foi na sua maioria utilizado para manter a cotação
do Real (uma nova moeda na altura) ao nível do dólar.
A estratégia de privatização encorajada por ideais neoliberais não foi seguida por
todos os países. Ao contrário do Brasil, a China e Índia (países que têm mostrado um
crescimento enorme nas últimas décadas) adotaram tais medidas de forma restrita e
gradativa. Nesses países, o investimento de grupos econômicos foi feito em parceria
com empresas nacionais.
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Neoliberalismo e Globalização
Os conceitos de neoliberalismo e globalização estão ligados porque o
neoliberalismo surgiu graças à globalização, e mais concretamente à globalização da
economia. Depois da Segunda Guerra Mundial, o aumento do consumo e o avanço da
tecnologia da produção lideraram a sociedade para o consumismo. Essa sociedade
consumista fomentou a globalização da economia, para que os capitais, serviços e
produtos pudessem fluir para todo o mundo, um claro pensamento neoliberal.
Desta forma, o neoliberalismo abriu a liberdade econômica ordenada pelo
mercado, sendo que em algumas ocasiões o Estado tem que intervir em algumas
negociações para evitar desequilíbrio financeiro. Apesar disso, a doutrina neoliberal visa
que a economia e política atuem de forma independente uma da outra e, por isso, não
aprecia quando havia uma intervenção política na economia.
Neoliberalismo e Educação
O neoliberalismo vê a educação de forma específica, e estes são alguns itens
fulcrais na área da educação: qualidade total, modernização da escola, adequação do
ensino à competitividade do mercado internacional, nova vocacionalização,
incorporação das técnicas e linguagens da informática e da comunicação, abertura da
universidade aos financiamentos empresariais, pesquisas práticas, utilitárias,
produtividade.
É importante que de acordo com a vertente neoliberal, a educação não é incluída
no campo social e político, passando a ser integrada no mercado. Assim, alguns dos
problemas econômicos, sociais, culturais e políticos abordados pela educação são
muitas vezes transformados em problemas administrativos e técnicos. Uma escola
modelo deve conseguir competir no mercado. O aluno passa a ser um mero consumidor
do ensino, enquanto o professor fica conhecido como um funcionário treinado para
capacitar os seus alunos a se integrarem no mercado de trabalho.
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PARTE I – B
PODER E ESTADO
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Poder e Estado
Há algum tempo, fala-se sobre as várias turbulências que ocorrem principalmente
em países do Oriente. O poder de muitos de seus governantes ultrapassa e muito, o que
chamamos de Democracia. Este texto tem por objetivo estabelecer a relação que ocorre
entre Poder e Estado, para procurar entender tais conflitos. Quando se fala em Poder e
Estado, deve-se entender o que são e como atuam ambos os conceitos interligados, pois
é inconcebível falarmos sobre as relações de poder sem mencionarmos Estado. Na visão
de Thomas Morus, o Estado seria somente uma forma de alguns homens mostrarem seu
poder de dominação.
Mas, para entendermos o conceito atual de Estado, é preciso estabelecer suas
dimensões constitutivas básicas, mais especificamente, a dimensão formal ou
organizacional e a dimensão funcional. O poder centralizado do Estado nasceu na época
da queda do absolutismo. As duas instituições mais típicas dessa máquina
governamental são a burocracia e o exército permanente. Marx e Engels falam várias
vezes, em suas obras, das inúmeras ligações dessas instituições com a burguesia. A
experiência, com vigor e relevo surpreendentes, faz com que se compreenda tão
facilmente e assimile tão bem a ciência que proclama a inevitabilidade dos laços no
Estado.
Porém, devemos saber que o Estado é a organização especial de uma força, que
pode mudar de tempos em tempos. Nele, cada governo arquiteta suas leis de modo a
servir seus próprios interesses: uma democracia, fazendo leis democráticas; um
autocrata, leis despóticas, e assim por diante. Desta forma, tais governos declaram que
o que é de seu interesse é justamente do interesse de seus eleitores e, quem quer que
se afaste disso, é por eles castigado, sob acusação de ilegalidade e injustiça. A força
superior, segundo se presume, deve encontrar-se do lado do governo. De modo que a
conclusão a que se chega, através de um raciocínio lógico, é a de que a mesma coisa, isto
é, o interesse do mais forte é, em toda a parte, justa.
É “o mecanismo administrativo colocando acima dos homens, embora s cidadãos
possam, ainda que eles não o façam sempre, exercer sobre ele um controle periódico”
(Rosenfield). Sempre que esta opinião é geralmente aceita, os governantes deixam de
estarem sujeitos a restrições morais, pois o que fazem a fim de conservar o poder não é
considerado chocante, exceto por aqueles que sofrem diretamente as consequências de
seus atos. Os rebeldes, igualmente, só se contêm por temor do fracasso; se puderem ter
êxito através de meios implacáveis, não precisam temer que a sua implacabilidade os
tornasse impopulares.
O Estado, em si, como se conhece, não existiu sempre. Houve sociedades que
passaram sem ele e que não tinham a menor noção de Estado, nem de poder
governamental. A certo grau do desenvolvimento econômico, implicando
necessariamente na divisão da sociedade em classes, o Estado se tornou uma
necessidade, em consequência dessa divisão. Tal Instituição, como é constituída, deve
ser organizada de tal maneira, que todos os objetivos possam ser alcançados. Afinal “[...]
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poder indicar uma nova linha de ação governamental. Para manter um poder público
separado da sociedade e situado acima dela, são necessários os impostos e uma dívida
pública. Investidos do poder público e do direito de cobrança dos impostos, os
funcionários, considerados como órgãos da sociedade, são colocados acima da
sociedade.
Há que se observar a assimetria entre os grupos, envolvidos, interessados no
desenvolvimento econômico, em que ao Estado cabe considerar as necessidades
impostas pelo processo de acumulação capitalista, que atua no sentido de reduzir a
amplitude das opções políticas governamentais. Em termos mais específicos, o capital
privado cria certas exigências que caberão ao Estado fazê-las ativas.
É imprescindível salientar que o Estado, como concepção básica, visa,
primordialmente, a ação estatal, com a qual procura responder às preferências dos
cidadãos (perfeitos agentes do público), demonstrando serem instituições autônomas
em relação à sociedade (refletindo os valores e interesses dos administradores estatais).
Também, agindo segundo o interesse dos que possuem riqueza produtiva (são tão
constrangidos pela economia, que não podem empreender quaisquer ações contrárias a
tais interesses).
Desta forma, criam-se pontos de convergência determinados pelo bem comum,
que a todos atrairia, formando-se uma vontade comum. Mas, é preciso tomar cuidado,
pois não existe bem comum, inequivocamente determinado a um todo e, sim, há um bem
comum para diferentes indivíduos e grupos, criando uma vontade individual em uma
camuflada vontade geral. Assim, cria-se a liberdade de iniciativa – se não é essencial para
produzir lucro, que poderia ocorrer através de uma economia dirigida ou planificada, em
que o Estado, se interfere na iniciativa privada – cria, entretanto, condições necessárias
para que o lucro possa vir a aumentar o bem comum, mas de um grupo específico.
Por outro lado, a livre-empresa, as formas societárias, os monopólios, tudo deixa
o campo aberto para quem, já tendo melhores condições, não necessita senão de que o
Estado se mantenha neutro depois de haver estruturado e institucionalizado o sistema.
A neutralidade do governo é o suporte da liberdade de iniciativa e de desenvolvimento da
economia privada.
É interessante, desta forma, averiguarmos, dentro do processo histórico, como
muitos cidadãos (privado) tornam-se efetivos sobre assuntos pertinentes, fazendo valer
o micro poder. Assim, chega-se ao ponto de poder, que nasce no momento em que a
violência, muitas vezes, é usada para suplantar a vontade de um grupo. Então, será
preciso empregar o poder para que a vontade da maioria possa ser efetivada. No entanto,
é preciso estar atento e distinguir força de violência.
O que se quer fazer entender é que todo o povo, qualquer grupo, possui poder de
decisão, de persuasão, pois em diversas situações, para se ter ou manter o poder é
melhor que haja conflitos, mostrando que se consegue dominar a situação através de
vários mecanismos: medo, chantagem, expectativas, sonhos. E, como estes conflitos
são marcados, efetivamente, ao longo do processo histórico das sociedades, é preciso
entender que saber e poder se completam, nas práticas sociais.
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SOCIOLOGIA E ANTROPOLOGIA
Outro ponto que se percebe é que todo poder distribuído dentro da rede social
possui uma resistência também em rede. Afinal vivemos “democracias”, muitas delas – é
correto afirmar – demagogas; para tanto precisamos da ação e da reação. É preciso um
“Estado Forte” voltado para a Unidade Nacional, capaz de organizar o meio de forma a
solucionar problemas que emperram o desenvolvimento onde este mesmo Estado está
localizado. Dessa forma, percebe-se que os conceitos de Estado, Governo e Poder estão
permeados por interesses de grupos específicos, em que, frequentemente, ultrapassava
o bem comum, mas este mesmo pode ter sido usado como subterfúgio para disputas
políticas, de poder, particulares.
Neste ponto, precisamos parar e analisar um aspecto muito importante, que
influenciou, e muito, no processo como um todo: a economia. Que tipo de economia
existe nas regiões hoje em conflito? Quem são os grupos detentores do poder econômico
neste período e nesta região? Fazem-se necessários conflitos armados para amparar um
Governo Demagogo, ou há outras formas mais sutis de violência que permeiam os vários
Estados formados de fato?
Mas estas questões servem para outro texto e para que todos possam refletir um
pouco no que vemos por aí.
Regime de Governo
Democracia
Regime democrático pode ser entendido como aquele em que o poder é emanado
do povo, um regime que proporciona voz e ação à população através na criação de leis,
fiscalização (remédios constitucionais), escolha dos representantes, direta ou
indiretamente e etc.
Totalitarismo
É um sistema político caracterizado pelo domínio absoluto de uma pessoa ou
partido político sobre uma nação. Dentro do totalitarismo, a pessoa ou partido político
no poder controla todos os aspectos da vida pública e da vida privada por meio de um
governo abertamente autoritário. O totalitarismo também é marcado pela forte presença
de um militarismo na sociedade e é acompanhado por ações do regime com o objetivo de
promover sua ideologia por meio de um sistema de doutrinação da população. Os
regimes totalitários se utilizam do terror como arma política para conter e perseguir seus
opositores políticos, e a propaganda política é usada de maneira consistente para que a
população seja convencida das medidas extremas tomadas por esses regimes.
O totalitarismo foi um sistema político que esteve no auge durante as décadas
de 1920 e 1930. Seu surgimento aconteceu após a Primeira Guerra Mundial e é
considerado pelos historiadores como um reflexo causado por toda a destruição
causada por esse conflito. Assim, o autoritarismo começou a ganhar força como solução
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Crescimento e crise
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PARTE II – B
DESIGUALDADE SOCIAL
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DESIGUALDADE SOCIAL
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Mortalidade infantil,
Desemprego,
Baixa qualidade de ensino público,
Aumento da criminalidade,
Surgimento de diferentes classes sociais,
Atraso no desenvolvimento da economia no país,
Dificuldade de acesso aos serviços básicos, como saúde, transporte
público e saneamento básico,
Diminuição do acesso a atividades culturais e de lazer.
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Referências
ARON, Raymond. As Etapas do Pensamento Sociológico. São Paulo: Martins Fontes,
2000.
http://pastorazevedo.com.br/artigos_ver.php?id=112
http://www.resumosetrabalhos.com.br/conceito-e-ramos-da-antropologia.html
http://www.trabalhosfeitos.com/ensaios/Estudo-Da-Antropologia/404757.html
INGOLD, Tim. Antropologia não é Etnografia. In: Ingold, Tim. Estar Vivo - ensaios sobre
movimento, conhecimento e descrição. Petrópolis: Ed. Vozes, 2015.
OLIVEIRA, Pérsio Santos de. Introdução à Sociologia. São Paulo: Ática, 2004.
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Unidade 4