Extinção Dos Contratos Parte 1
Extinção Dos Contratos Parte 1
Extinção Dos Contratos Parte 1
RESPONSABILIDADE
CONTRATUAL
Art. 320. A quitação, que sempre poderá ser dada por instrumento particular,
designará o valor e a espécie da dívida quitada, o nome do devedor, ou quem por
este pagou, o tempo e o lugar do pagamento, com a assinatura do credor, ou do
seu representante.
Parágrafo único. Ainda sem os requisitos estabelecidos neste artigo valerá a
quitação, se de seus termos ou das circunstâncias resultar haver sido paga a
dívida.
EXTINÇÃO SEM CUMPRIMENTO
• Formas de extinção
a) Invalidade contratual
Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na
substância e na forma.
...
• Alegação – art.168 do Código Civil.
Art. 168. As nulidades dos artigos antecedentes podem ser alegadas por qualquer interessado, ou pelo
Ministério Público, quando lhe couber intervir.
Parágrafo único. As nulidades devem ser pronunciadas pelo juiz, quando conhecer do negócio jurídico ou dos
seus efeitos e as encontrar provadas, não lhe sendo permitido supri-las, ainda que a requerimento das partes.
• Incidência:
Art. 184. Respeitada a intenção das partes, a invalidade parcial de um negócio jurídico não o prejudicará na
parte válida, se esta for separável; a invalidade da obrigação principal implica a das obrigações acessórias,
mas a destas não induz a da obrigação principal.
Contrato anulável
• Imperfeição da vontade
• Hipóteses:
Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico:
I - por incapacidade relativa do agente;
II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores.
• Confirmação:
Art. 172. O negócio anulável pode ser confirmado pelas partes, salvo direito de terceiro.
• Prazos:
Art. 178. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio jurídico,
contado:
I - no caso de coação, do dia em que ela cessar;
II - no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que se realizou o
negócio jurídico;
III - no de atos de incapazes, do dia em que cessar a incapacidade.
Art. 179. Quando a lei dispuser que determinado ato é anulável, sem estabelecer prazo para pleitear-
se a anulação, será este de dois anos, a contar da data da conclusão do ato.
• Efeitos e alegação:
Art. 177. A anulabilidade não tem efeito antes de julgada por sentença, nem se pronuncia de ofício; só
os interessados a podem alegar, e aproveita exclusivamente aos que a alegarem, salvo o caso de
solidariedade ou indivisibilidade.
b) Cláusula resolutiva:
• Princípio da operabilidade.
• Art.474 do Código Civil.
Art. 474. A cláusula resolutiva expressa opera de pleno direito; a tácita depende de interpelação
judicial.
*Decreto-lei 58/37
Lei nº6766/79
Súmula 369 do STJ - No contrato de arrendamento mercantil (leasing), ainda que haja cláusula
resolutiva expressa, é necessária a notificação prévia do arrendatário para constituí-lo em mora.
• Cláusula resolutiva expressa e cláusula resolutiva tácita:
Art. 474. A cláusula resolutiva expressa opera de pleno direito; a tácita depende de interpelação
judicial.
Art. 475. A parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a resolução do contrato, se não preferir exigir-
lhe o cumprimento, cabendo, em qualquer dos casos, indenização por perdas e danos.
• Resolução judicial*
• Adimplemento substancial.
0001208-19.2020.8.19.0000 - AGRAVO DE INSTRUMENTO
Des(a). LUIZ FERNANDO DE ANDRADE PINTO - Julgamento: 04/03/2020 - VIGÉSIMA QUINTA CÂMARA CÍVEL
AGRAVO DE INSTRUMENTO. LIMINAR DE BUSCA E APREENSÃO DE VEÍCULO ALIENADO FIDUCIARIAMENTE. SUA MANUTENÇÃO. ENTENDIMENTO
DESTA EG. CORTE E DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA, EM SEDE DE RECURSO REPETITIVO, DE QUE APENAS A QUITAÇÃO TOTAL DO DÉBITO AFASTA
A MORA E IMPEDE A PERDA DA POSSE. TEORIA DO ADIMPLEMENTO SUBSTANCIAL. INSTITUTO QUE VISA A PRESERVAR A RELAÇÃO CONTRATUAL E
NÃO A IMPEDIR A LEGÍTIMA COBRANÇA DE DÍVIDA. NO CASO DOS AUTOS, A RETOMADA DO BEM NÃO DÁ FIM AO CONTRATO, APENAS
CONSUBSTANCIA MODO MAIS RÁPIDO DE COBRANÇA. PRECEDENTE ESPECÍFICO DA CORTE SUPERIOR. NOTIFICAÇÃO BEM DEMONSTRADA.
MANUTENÇÃO DO DECISUM. 1. "Segundo a teoria do adimplemento substancial, que atualmente tem sua aplicação admitida doutrinária e
jurisprudencialmente, não se deve acolher a pretensão do credor de extinguir o negócio em razão de inadimplemento que se refira a parcela de
menos importância do conjunto de obrigações assumidas e já adimplidas pelo devedor. A aplicação do referido instituto, porém, não tem o condão
de fazer desaparecer a dívida não paga, pelo que permanece possibilitado o credor fiduciário de perseguir seu crédito remanescente (ainda que
considerado de menor importância quando comparado à totalidade da obrigação contratual pelo devedor assumida) pelos meios em direito
admitidos, dentre os quais se encontra a própria ação de busca e apreensão de que trata o Decreto-Lei nº 911/1969, que não se confunde com a ação
de rescisão contratual - esta, sim, potencialmente indevida em virtude do adimplemento substancial da obrigação." (REsp 1255179 / RJ- Min. Rel.
Ricardo Villas Bôas Cuevas- Terceira Turma- Julgado em: 25/08/2015); 2. Para a concessão da liminar nas ações de busca e apreensão prevista do
Decreto-Lei nº 911/69, devem ser atendidos os seguintes requisitos: a comprovação da mora, recebimento da notificação e o inadimplemento do
devedor; 3. In casu, demonstrados os requisitos necessários à sua concessão, é de se manter a liminar de busca e apreensão do veículo; 4. Atual
regramento específico que impede o pagamento parcial dos valores, mas somente o depósito da integralidade da dívida, de acordo com a planilha
apresentada na inicial. Confesso inadimplemento que antecipa todo o seu vencimento; 5. Questões atinentes à abusividade dos encargos que sequer
foram discutidas na instância de origem; 6. Recurso a que se nega provimento.
0041316-39.2015.8.19.0203 - APELAÇÃO
Des(a). MARIA REGINA FONSECA NOVA ALVES - Julgamento: 18/02/2020 - DÉCIMA QUINTA CÂMARA CÍVEL
APELAÇÃO CÍVEL. COMPRA E VENDA. CONTRATO PARA AQUISIÇÃO DE UNIDADE HABITACIONAL EM SISTEMA DE COOPERATIVA.
INADIMPLEMENTO DA COOPERADA COM QUOTAS DA COOPERATIVA E DO CONDOMÍNIO. PRETENSÃO OBJETIVANDO A RESCISÃO DO
CONTRATO E A REINTEGRAÇÃO DO IMÓVEL. SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA DOS PEDIDOS. INCONFORMISMO DA PARTE RÉ. - A preliminar de
nulidade da sentença sob a alegação de ofensa às garantias constitucionais da ampla defesa e do contraditório, não merece acolhimento. -
Destarte, o argumento no sentido de que não foi oportunizado à Recorrente se manifestar sobre a planilha apresentada pela Cooperativa em
28.02.2019, é desinfluente para dirimir a controvérsia e não se vislumbra prejuízo a seu direito de defesa. Isto porque, a causa de pedir não
está relacionada com uma cobrança de valores, mas, sim, com o descumprimento de cláusulas contratuais em virtude do não pagamento de
cotas condominiais e da Cooperativa relativas à unidade habitacional da Recorrente. - Portanto, a prolação de sentença após a apresentação
da planilha com o débito atualizado, sem que a Apelante tenha sido intimada para se manifestar sobre este documento, a meu ver, não
possui aptidão para acoimar de nulidade o julgado. - Isto posto, REJEITO a preliminar de nulidade por cerceamento de defesa. - No que diz
respeito ao mérito, a sentença não merece nenhum reparo. - O ¿Termo de Compromisso¿ firmado entre as partes tem por objeto a aquisição
de unidade habitacional, e o referido ajuste previu que o descumprimento de compromissos financeiros ensejaria o cancelamento da
participação do Cooperativado no empreendimento. - De outro vértice, não há que se falar na chamada Teoria do Adimplemento Substancial.
Com efeito, o adimplemento substancial constitui-se numa situação tão próxima da liquidação do contrato, que se exclui o direito de
resolução, admitindo-se tão somente o pedido de indenização e/ou adimplemento, a fim de se preservar o princípio da boa-fé (objetiva). -
Ora, na espécie, a referida teoria não tem aplicação, uma vez que o valor devido pela Apelante alcança a expressiva quantia de R$82.343,53. -
SENTENÇA MANTIDA. - RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO.
c) Direito de arrependimento:
• Autonomia da vontade.
• Expressamente previsto.
• Declaração unilateral de vontade.
• Possível – arras penitenciais:
Art. 420. Se no contrato for estipulado o direito de arrependimento para qualquer das partes, as
arras ou sinal terão função unicamente indenizatória. Neste caso, quem as deu perdê-las-á em
benefício da outra parte; e quem as recebeu devolvê-las-á, mais o equivalente. Em ambos os casos
não haverá direito a indenização suplementar.