USUCAPIÃO

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PETIÇÃO DE USUCAPIÃO

EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA Xª VARA


CÍVEL DA COMARCA DE X

TEREZA DE CARVALHO, nacionalidade, estado civil, profissão, portadora do RG nº


e do CPF nº, residente e domiciliada, nº, Bairro, no Município de, CEP, vem, perante
este M.M Juízo, por intermédio de seu Advogado signatário, propor a presente:

AÇÃO DE USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIA

em face de CORREX – ENTREGAS EXPRESS, com sede na Rua, nº, Bairro, no


Município de, CEP, pelas razões fáticas e jurídicas a seguir aduzidas:

I) DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA

A Requerente pleiteia litigar sob os auspícios da gratuidade da justiça, com arrimo no


art. 98 do Código de Processo Civil, eis que pessoa comprovadamente pobre, na
acepção legal do termo, não dispondo de recursos econômicos para atender as despesas
do processo, bem como honorários advocatícios da parte adversa, sem privar-se dos
meios necessários à própria subsistência, conforme declaração de hipossuficiência em
anexo, bem como cópia dos últimos seis holerites e CTPS, requerendo, porquanto, seja
declarada suspensa a exigibilidade do pagamento das custas processuais e/ou honorários
advocatícios.

II) DA SINTESE FÁTICA

O marido da requerente foi funcionário da empresa Correx – Entregas Expressas, e


exerceu o cargo de guarda (vigia diuturno); inclusive, desde o ano de 1970, ele residia,
com sua família, em um terreno de 200m2 de propriedade da empresa que o empregava,
pois assim exercia melhor o seu ofício de vigia.

No ano de 1977, o mencionado se aposentou e, portanto, deixou de trabalhar para a


empresa ré, não deixando de morar no imóvel (terreno) de propriedade da empresa.

Em 1980, ele abandonou a requerente e seu filho, e foi morar em lugar desconhecido.
Outrossim, durante todo o lapso temporal, ou seja, há 50 anos anos, a Requerente foi
possuidora/moradora do imóvel em questão, mantendo-se na posse de forma mansa,
pacífica e ininterrupta, com animus domini, sem contestação, impugnação ou oposição
de terceiros, visto que nunca sofreu qualquer ação judicial relativa ao imóvel.

A veracidade das informações podem ser comprovadas mediante a identificação dos


confrontantes, recibos de pagamento de conta de energia elétrica e água encanada,
certidão negativa de débitos relativos ao imposto sobre propriedade territorial urbana -
IPTU. Portanto, o a autora tem a posse e o domínio do imóvel, pois têm cumprido com
todas as obrigações relativas a este.

Dessa forma, estão plenamente configurados os requisitos para o reconhecimento da


USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIA, razão pela qual postula a Requerente seja
declarado o domínio sobre o imóvel objeto da presente demanda.

III) DAS CARACTERÍSTICAS DO IMÓVEL USUCAPIENDO E DOS


PROPRIETÁRIOS

O imóvel objeto da lide se refere a uma área de xxx,xx m², matriculado sob nº x.xxx, no
Cartório de Registro de Imóveis de Xxxxxxxx xx Xxx/XX, com benfeitoria realizada,
qual seja, uma casa de alvenaria, medindo XXm² e uma garagem aos fundos, medindo
Xm², conforme memorial descritivo em anexo, datado de xx de xxxxx de xxxx.

Consoante transcrição (cópia em anexo), inscrita no Cartório de Registro de Imóveis de


Xxxxxx/XX, é proprietário do imóvel, conforme o registro n.º x.xxx da matrícula, o Sr
(a). XXXXXXXXX XXXXXX e conforme a já mencionada carta de adjudicação (em
anexo), é também proprietária do imóvel a Sra. XXXXXX XXXX XXXXXXXX
XXXXX.

IV) DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS

Art. 1.238. Aquele que, por quinze anos, sem interrupção, nem oposição, possuir como
seu um imóvel, adquire-lhe a propriedade, independentemente de título e boa-fé;
podendo requerer ao juiz que assim o declare por sentença, a qual servirá de título para
o registro no Cartório de Registro de Imóveis.

Parágrafo único. O prazo estabelecido neste artigo reduzir-se-á a dez anos se o


possuidor houver estabelecido no imóvel a sua moradia habitual, ou nele realizado obras
ou serviços de caráter produtivo.

Ocorre que, no caso concreto a Requerente estabeleceu no imóvel a sua moradia


habitual e realizou nele, serviços de caráter produtivo, fazendo jus, portanto, a redução
do lapso temporal exigido para a configuração da usucapião ordinária para 10 (dez)
anos.
A usucapião é modo originário de aquisição da propriedade imóvel, que pode ser obtida,
pelo novo Código Civil, mediante, in casu, usucapião ordinária (art. 1.238 e seu
parágrafo único). Sendo assim, a Requerente preenche todos os requisitos exigidos, pelo
que pretende seja deferido seus pedidos, para posteriormente, transferir o registro do
imóvel para seu nome, no Ofício do Registro de Imóveis da Comarca de X.

À vista disso, buscando agora através da presente ação a escrituração pública do imóvel,
tendo em vista que apenas o registro público em cartório é capaz de transferir
reconhecer a propriedade de bem imóvel, como denota o artigo 108 do Código Civil:

Art. 108. Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade dos
negócios jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de
direitos reais sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo
vigente no País.

A pretensão encontra guarida, também, no art. 167, inciso I, nº 28 da Lei 6.015/73 (Lei
dos Registros Publicos), que apresenta a seguinte redação:

Art. 167. No Registro de Imóveis, além da matrícula, serão feitos:

I – o registro: das sentenças declaratórias de usucapião.

Evidencia-se no caso concreto o preenchimento das condições propostas nos textos


legislativos supracitados. A dispor que o imóvel está na posse ad usucapionem da
Requerente, mansa e pacificamente.

Por tais e bastantes motivos, tendo a Requerente comprovado os fatos constitutivos do


direito perseguido, restando evidenciados os requisitos legais, consistentes na posse ad
usucapionem mansa, pacífica e ininterrupta, por ela exercida por lapso temporal
superior à exigência legal, com ânimo de dona, outra não poderá ser a sentença senão a
de declarar a prescrição aquisitiva do imóvel descrito, tendo nele sua moradia.

V) DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS

Por todo o exposto, requer digne-se Vossa Excelência:

a) A receber a presente ação, para que seja processada nos termos da legislação vigente,
e, ao final, julgada totalmente procedente, com a consequente declaração de domínio do
imóvel em favor da Requerente;

b) A intimar a Fazenda Pública da União, a Fazenda Pública do Estado X e a Fazenda


Pública do Município de XX, para que manifestem eventual interesse na causa;

c) A citar pessoalmente a empresa ré e os confrontantes do imóvel, por meio de oficial


de justiça, conforme inteligência do art. 246, inciso II e § 3º do Código de Processo
Civil, para querendo, contestem a presente ação, nos termos do art. 335 do Código de
Processo Civil, sob pena de serem reputados verdadeiros os fatos expendidos na
exordial, de acordo com o art. 344, também do Código de Processo Civil;

d) A intimação do ilustre representante do Ministério Público para que se manifeste no


feito, conforme previsão do art. 178 do Código de Processo Civil;

e) A expedir o mandado para inscrição no Registro de Imóveis do Município de Xxx,


servindo como título aquisitivo da propriedade;

f) A conceder o benefício da gratuidade da Justiça a Requerente, por ser de condições


pobre, conforme declaração de hipossuficiência em anexo, bem como cópia dos
contracheques e da CTPS;

g) A designar audiência de conciliação, concorde com o art. 334 do Código de Processo


Civil.

Por fim, requer-se seja oportunizada a produção de todos os meios legais de prova que
se fizerem necessárias para comprovar a veracidade dos fatos em que se fundam os
pedidos da Requerente.

Dá-se à causa o valor de R$

Termos em que pede deferimento.

Local, data.

ADVOGADO

OAB

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