Boletim Observatório Covid-19 Fiocruz
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43 e 44 de 24 de outubro a
6 de novembro de 2021
1. https://news.un.org/en/story/2021/11/1104912
2.https://bigdata-covid19.icict.fiocruz.br/pilula_04.pdf
3.https://www.euro.who.int/en/media-centre/sections/statements/2021/statement-update-on-covid-19-europe-and-central-asia-again-at-the-epicentre-of-the-pandemic
0.4 DF
RJ ES
0.3
PR
Taxa de mortalidade
RS GO
0.2
TO SC
PE RN MT
AL
0.1
CE MS MG RR RO PB
SP PI
Observatorio Covid−19 | Fiocruz
MA BA
SE
0.0 AC AM PA AP
0 5 10 15
Taxa de incidência de casos
Observatório Covid-19 SEMANAS
EPIDEMIOLÓGICAS 43 e 44 de 24 de outubro a 6
de novembro de 2021 P.3
1. https://www.euro.who.int/en/media-centre/sections/statements/2021/statement-update-on-covid-19-europe-and-central-asia-again-at-the-epicentre-of-the-pandemic
-10,5
RR 0,4
AP
-4,0
-1,4 RJ
PR
-2,3
SC
2,4
RS
Os mapas têm como objetivo apontar tendências na incidência de casos e de mortalidade nas últimas duas semanas epidemiológicas. O valor acima de 5% indica uma
situação de alerta máximo; variação entre a -5 e +5% indica estabilidade e manutenção do alerta e menor que -5% indica redução, mesmo que temporária, da transmissão.
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de novembro de 2021 P.4
1,8
RR 1,4
AP
2,9
GO
Nível Pré-epidêmica
3,3
MG 1,2
Epidêmica 2,3 ES
MS
3,8
Alta SP
1,9
Observatorio Covid−19 | Fiocruz
5,2 RJ
Muito alta PR
4,3
Extremamente Alta SC
4,8
RS
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de novembro de 2021 P.6
Leitos de UTI para COVID19 Entre as capitais, Manaus (60%), Vitória (67%) e Porto Alegre
(63%) mostraram-se na zona de alerta intermediário. As demais perma-
Dados obtidos em 8 de novembro de 2021 indicam a manutenção necem fora da zona de alerta: Rio Branco (0%), Boa Vista (31%),
das taxas de ocupação de leitos de UTI Covid-19 para adultos no SUS Macapá (20%), Palmas (16%), São Luís (22%), Teresina (54%),
em níveis predominantemente inferiores a 50%, apesar da retirada Fortaleza (34%), Natal (47%), João Pessoa (29%), Maceió (49%),
paulatina de leitos em diversos estados. O Espírito Santo permanece Salvador (32%), Belo Horizonte (54%), Rio de Janeiro (46%), São Paulo
na zona de alerta intermediário (63%) pela oitava semana consecuti- (31%), Curitiba (47%), Florianópolis (50%), Porto Alegre (63%), Campo
va, enquanto os demais estados e o Distrito Federal encontram-se Grande (33%), Cuiabá (32%), Goiânia (27%) e Brasília (48%). Embora
fora da zona de alerta. Entre os dias 1º e 8 de novembro, mesmo sem se possa afirmar que Belém, Recife e Aracajú estejam fora da zona de
perda de leitos de UTI destinados à Covid-19, três estados registra- alerta, as suas taxas não foram divulgadas separadamente,
ram incrementos de 5% ou mais nas suas respectivas taxas: sublinhando-se que as duas primeiras capitais retiraram, no nível
Rondônia (48% para 55%), Roraima (16% para 31%) e Piauí (51% municipal, todos os leitos de UTI para adultos dedicados à Covid-19.
para 58%). Vale sublinhar que a taxa do Rio Grande do Sul (55%), Apesar do quadro positivo de redução das taxas de ocupação de
uma das três superiores a 50%, , considera o conjunto de leitos de UTI leitos de UTI, é importante destacar que ainda estamos longe do
disponíveis no SUS, para Covid-19 e outras causas de internação, patamar desejável de imunização da população (cerca de 80% da
diferentemente das demais, que se baseiam somente no universo dos população geral). A experiência internacional com a pandemia vem
leitos de UTI destinados à Covid-19. Possivelmente a taxa específica demonstrando que mesmo com altos percentuais de população vacina-
para Covid-19 seria mais baixa se calculada como nas outras da pode ocorrer o aumento de casos novos. Desse modo, a flexibiliza-
Unidades Federativas. ção precoce e a não observância do princípio da precaução em muitas
Foram observadas reduções nos leitos de UTI para adultos cidades do país deve ser tema de preocupação dos gestores, pois há
destinados à Covid-19 no SUS em Alagoas (151 para 131 leitos), chances de reveses.
Paraná (1215 para 1189 leitos), Mato Grosso do Sul (239 para 151 Embora a vacinação proporcione um outro contexto em que, na
leitos), Mato Grosso (248 para 185 leitos) e Goiás (414 para 392 leitos). eventualidade de novo crescimento de casos, provavelmente haveria
Conforme já mencionado, o Espírito Santo (63%) é o único estado um índice muito menor de casos graves, seria desastroso retroceder no
na zona de alerta intermediário. Os outros 25 estados e o Distrito processo de melhoria do quadro pandêmico geral. É fundamental avan-
Federal estão fora da zona de alerta: Rondônia (5%), Acre (3%), çar com a vacinação, mantendo outras medidas de prevenção contra a
Amazonas (28%), Roraima (31%), Pará (40%), Amapá (16%), Covid-19, entre as quais se destacam o passaporte vacinal, que
Tocantins (16%), Maranhão (33%), Piauí (58%), Ceará (40%), Rio também estimula a vacinação, e o uso de máscaras em ambientes
Grande do Norte (46%), Paraíba (24%), Pernambuco (48%), Alagoas públicos fechados e em ambientes abertos com aglomeração.
(34%), Sergipe (19%), Bahia (34%), Minas Gerais (16%), Rio de Por outro lado, frente a evidências que começam a indicar a perda
Janeiro (28%), São Paulo (25%), Paraná (37%), Santa Catarina (39%), de proteção das vacinas na população em geral com o tempo, cabe
Rio Grande do Sul (55%), Mato Grosso do Sul (32%), Mato Grosso chamar a atenção para a necessidade do país se preparar para a
(36%), Goiás (30%) e Distrito Federal (48%). possibilidade de reforço vacinal em toda a população no próximo ano.
80
60
40
20
80
60
40
20
80
60
40
20
Rio de Janeiro (estado) Rio de Janeiro (capital) São Paulo Paraná Santa Catarina Rio Grande do Sul
100
80
60
40
20
0
jul jan jul jul jan jul
Mato Grosso do Sul Mato Grosso Goiás Distrito Federal
100
80
Observatorio Covid−19 | Fiocruz
60
40
20
0
jul jan jul jul jan jul jul jan jul jul jan jul
Data
Observatório Covid-19 SEMANAS
EPIDEMIOLÓGICAS 43 e 44 de 24 de outubro a 6
de novembro de 2021 P.7
31
RR 16
AP
28 40 46
PA 33 RN
AM 40
MA CE 24
PB
58
PI 48
3 PE
AC 16 34
55 TO
AL
RO 19
34
36 SE
BA
MT 48
DF
30
GO
16
MG 63
32 ES
MS
25
SP
28
37 RJ
PR
39
SC
55
RS
Alerta Baixo Médio Crítico
1. A análise inclui dados até a semana epidemiológica 43. Os dados da semana epidemiológica 44 ainda se encontram em processamento, pois muitos casos permanecem
abertos, ainda em investigação.
FIGURA 1 - EVOLUÇÃO TEMPORAL DA MÉDIA E MEDIANA DA IDADE DOS CASOS INTERNADOS E ÓBITOS POR COVID-19
Média Mediana
75 75
70 70
65 65
Idade
Idade
60 60
55 55
50 50
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39 41 43 1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39 41 43
Semana Epidemiológica Semana Epidemiológica
Sivep-Gripe, 2021
Internações Óbitos Internações em UTI Internações Óbitos Internações em UTI
FIGURA 2 - DISTRIBUIÇÃO PROPORCIONAL DE CASOS INTERNADOS E ÓBITOS POR COVID-19 EM HOSPITALIZAÇÕES SEGUNDO SEMANA EPIDEMIOLÓGICA. BRASIL, 2021
4.0 4.5
3.5 4.0
3.5
3.0
3.0
2.5
2.5
%
2.0
2.0
1.5
1.5
1.0 1.0
0.5 0.5
0.0 0.0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110
Idade Idade
Sivep-Gripe, 2021
SE 1 SE 24 SE 43 SE 1 SE 23 SE 43
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de novembro de 2021 P.9
FIGURA 3 - PROPORÇÃO DE CASOS INTERNADOS E ÓBITOS POR COVID-19 SEGUNDO FAIXA ETÁRIA
0% 20% 40% 60% 80% 100% 0% 20% 40% 60% 80% 100%
%
FIGURA 4 - CONCENTRAÇÃO RELATIVA DE CASOS INTERNADOS E ÓBITOS POR COVID-19 NAS FAIXAS ETÁRIAS
SEGUNDO SEMANA EPIDEMIOLÓGICA. BRASIL, 2021.
Semana Epidemiológica
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
37
38
39
40
41
42
43
1
9
0 a 4 anos
5 a 9 anos
10 a 14 anos
15 a 19 anos
20 a 24 anos
25 a 29 anos
30 a 34 anos
35 a 39 anos
40 a 44 anos
45 a 49 anos
50 a 54 anos
55 a 59 anos
60 a 64 anos
65 a 69 anos
70 a 74 anos
75 a 79 anos
80 a 84 anos
85 a 89 anos
90 anos e mais
Casos internados
0 a 4 anos
5 a 9 anos
10 a 14 anos
15 a 19 anos
20 a 24 anos
25 a 29 anos
30 a 34 anos
35 a 39 anos
40 a 44 anos
45 a 49 anos
50 a 54 anos
55 a 59 anos
60 a 64 anos
65 a 69 anos
70 a 74 anos
75 a 79 anos
80 a 84 anos
85 a 89 anos Sivep-Gripe, 2021
90 anos e mais
Óbitos
Os dados do SIVEP Gripe evidenciam a reversão do rejuvenesci- o número de óbitos dentre aqueles internados, mostra que a
mento, ocorrido principalmente no primeiro semestre de 2021, deslo- probabilidade de morte entre idosos é 2,2 vezes a probabilidade
cando novamente a curva de hospitalizações para a população mais de morte entre adultos que precisaram de hospitalização.
velha, mas em termos relativos (Figura 2). Isto significa dizer que, Finalmente, ao observar as internações em leitos de terapia intensi-
no conjunto de internações em enfermarias, em leitos de UTI, e entre va (Figura 5), corroboramos a evidência descrita: mantém-se o
os óbitos, os idosos voltam a se destacar de forma proporcional. O panorama de maior contribuição relativa das faixas etárias mais
padrão atual da distribuição de casos internados e óbitos é seme- idosas entre as internações em UTI. As faixas etárias de 60 a 69
lhante ao período anterior ao início da vacinação. Este cenário anos, e 70 a 79 anos, representam os grupos etários de maior contri-
sugere que o efeito da vacinação já é perceptível de forma homogê- buição relativa nas internações em UTI.
nea na população adulta. A idade, portanto, precisa ser considera- A média e mediana de casos internados totais e em UTI
da como um aspecto de vulnerabilidade, e requer manejo clínico encontram-se estáveis há 6 semanas. Os mesmos indicadores para
e vigilância diferenciados. os óbitos, no entanto, vêm oscilando ao longo do mesmo período.
A proporção de casos internados entre idosos, que já Aparentemente, a transição da idade dos casos internados
esteve em 27% (SE 23, 06 a 12/06), hoje se encontra em 63,3%. pode ter alcançado seu limite. No entanto, a manutenção da
Já para os óbitos, que encontrou na mesma semana 23 a menor tendência de aumento da concentração de óbitos nesta faixa
contribuição de idosos (44,6%), hoje se encontra em 79,7% etária requer atenção para a necessidade de adoção de proto-
(Figura 3). A inspeção visual da concentração relativa de casos colos diferenciados de rastreamento populacional e, principal-
internados e óbitos por Covid-19 nas faixas etárias segundo semana mente, manejo clínico dos pacientes internados, para que se
epidemiológica (Figura 4) ratifica a reversão do rejuvenescimento evite atraso diagnóstico. A observação de sintomas por faixa
dos casos internados e óbitos, com concentração substancialmente etária precisa ser pesquisada, e a resposta dos idosos aos
maior entre idosos há 8 semanas. A letalidade hospitalar, ou seja, protocolos de tratamento de adultos precisa ser avaliada.
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FIGURA 5 - INTERNAÇÕES EM UTI POR COVID-19 POR FAIXA ETÁRIA E SEGUNDO SEMANA EPIDEMIOLÓGICA. BRASIL, 2021
35%
30%
25%
20%
15%
10%
5%
0%
SE 1 SE 25 SE 43
0 a 9 anos 10 a 19 anos 20 a 29 anos 30 a 39 anos
40 a 49 anos 50 a 59 anos 60 a 69 anos 70 a 79 anos
80 a 90 anos 90 anos e mais
35%
30%
25%
20%
15%
10%
5%
0%
SE 1 SE 25 SE 43
0 a 9 anos 10 a 19 anos 60 a 69 anos 70 a 79 anos
80 a 90 anos 90 anos e mais 20 a 29 anos 30 a 39 anos
40 a 49 anos 50 a 59 anos
Sivep-Gripe, 2021
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de novembro de 2021 P.12
30
Espírito Santo Rio de Janeiro São Paulo Paraná Santa Catarina Rio Grande do Sul
100
80,76 76,36
73,69 73,08 74,82 75,64
70 69,39
59,49 60,45 61,88
56,20 53,37
50
30
0
jan abr jul out jan abr jul out
Mato Grosso do Sul Mato Grosso Goiás Distrito Federal
100
30
0
jan abr jul out jan abr jul out jan abr jul out jan abr jul out
Data
TABELA 1 - DOSES APLICADAS, PERCENTUAL SEGUNDO DOSE VACINAL E DIFERENÇA PERCENTUAL ENTRE AS DOSES
% doses
Doses Dose 2 % doses destinadas a % terceira
UF Dose 1 / Dose única Dose 3 destinadas a segunda dose dose
aplicadas primeira dose e dose única
EVOLUÇÃO TEMPORAL DA COBERTURA VACINAL CONTRA COVID-19 COM 1ª DOSE (A) E 1ª + 2ª DOSE (B). BRASIL, 2021
80 60
70
50
60
População coberta (%)
40
50
40 30
30
20
20
10
10
0 0
2/1/21
3/3/21
4/2/21
5/2/21
6/1/21
7/1/21
2/1/21
3/3/21
4/2/21
5/2/21
6/1/21
7/1/21
10/14/21
10/29/21
10/14/21
10/29/21
1/17/21
2/16/21
3/18/21
4/17/21
5/17/21
6/16/21
7/16/21
7/31/21
8/15/21
8/30/21
9/14/21
9/29/21
1/17/21
2/16/21
3/18/21
4/17/21
5/17/21
6/16/21
7/16/21
7/31/21
8/15/21
8/30/21
9/14/21
9/29/21
Data Data