Influenza Aviária

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Universidade Nove de Julho

Prof. Elbio
Turma 6º A – Matutino - Vergueiro

Influenza Aviária

Amanda Ferreira RA: 419102057


Isadora Lombardi Borelli RA: 419115603
Juliano Balseiro RA: 320108397
Karla Aparecida Pereira da Silva RA: 419109320
Letícia Sayuri Ferreira Asano RA: 419110115
Marta Beatriz Souza Santos RA: 419106718
Pedro Manuel Rodrigues RA: 419106825
Tatiana Baptista S. Paz RA: 419100278
Vanessa Gomes de Oliveira RA: 419114218
Introdução

A Influenza Aviária é uma doença causada por um vírus RNA, envelopado, da família
Orthomyxoviridae do gênero influenzavirus e conhecida também como ‘Gripe Aviária’.
Uma das suas características é seu poder de penetração e infecção pelo muco das vias aéreas
e epitélio respiratório. É o principal causador de doenças respiratórias em humanos e
animais. Possuem dois tipos de glicoproteínas de superfície, HA (hemaglutinina) e NA
(Neuramidase), com 15 e 9 tipos de cepas respectivamente. Devido a essa alta diversidade e
variabilidade nas suas glicoproteínas de superfícies, estão em constante evolução genética e
antigênica e por isso são considerados um dos maiores desafios tanto a saúde pública mundial
quanto na produção animal. Além disso, a produção de vacinas únicas se torna um grande
problema e consequentemente surtos da doença acabam sendo recorrentes na história da
humanidade.

Nas aves, o principal gênero é o da Influenza A, do tipo H5N1 infectando também


mamíferos e humanos. Pode causar desde uma infecção leve até casos mais graves, podendo
levar a uma taxa de mortalidade de 100 %. São divididas em cepas altamente patogênicas e
de patogenicidade baixa, podendo se apresentar de duas formas diferentes: Influenza Aviária
de Alta Patogenicidade (IAAP), que é caracterizada por sinais clínicos graves e
generalizados, e Influenza aviária de baixa patogenicidade (IABP), apresentando sinais
clínicos respiratórios e moderados. Os principais reservatórios são as aves silvestres
aquáticas, podendo ser o principal fator infectante para as aves domésticas. Essa transmissão
se dá principalmente pelas vias respiratórias e pelas fezes, onde o vírus é excretado em
grandes quantidades durante o período clínico, podendo chegar a até 36 dias em galinhas. A
transmissão aerógena entre animais próximos ou mecânica por humanos também é parte
importante da epidemiologia da doença. O período de incubação vai de 1-3 dias, podendo
chegar a até 14 dias (BEER, 1988; FLORES, 2007). Nas aves domesticas as cepas mais
recentes que foram isoladas são: H5N2; H7N1; H7N3; H7N7; H9N2 e H5N1. No Brasil o
subtipo H3 foi encontrado em aves silvestres e migratórias nos estados do Amazonas e RN
(FLORES, 2007).

Sinais clínicos
Assim como a gripe humana, causada pelos vírus de influenza humano, os vírus de influenza
aviária causam nas aves problemas respiratórios (tosse, espirros, corrimento nasal), fraqueza e
complicações como pneumonia. A doença causada pelos subtipos H5 e H7 (classificados como
vírus de influenza aviária de alta patogenicidade) podem causar quadros graves da doença, com
manifestações neurológicas (dificuldade de locomoção) e outras (edema da crista e barbela,
nas juntas, nas pernas, bem como hemorragia nos músculos), resultando na alta mortalidade
das aves. Em alguns casos, as aves morrem repentinamente, antes de apresentarem sinais da
doença. Nesses casos, a letalidade pode ocorrer em 50 a 80% das aves. Nas galinhas de postura
observa-se diminuição na produção de ovos, bem como alterações na casca dos mesmos,
deixando-as mais finas.
O tempo de aparecimento dos sintomas após a infecção pelo vírus da influenza depende do
subtipo do vírus. Em geral os sintomas aparecem 3 dias após a infecção pelo vírus da influenza,
podendo ocorrer a morte da ave. Em alguns casos esse tempo é menor que 24 horas e em outros
pode chegar a 14 dias.
Após a infecção, as galinhas eliminam o vírus nas fezes por cerca de 10 dias e as aves silvestres
por cerca de 30 dias. Depois desse período, as aves que não morreram pela infecção podem
desenvolver imunidade contra a doença. As aves não permanecem portadoras do vírus por toda
a vida.

Na literatura nacional direcionada à medicina Veterinária, são comentados aspectos clínicos e


anatomopatológicos da influenza aviária. O vírus influenza é altamente contagioso e pode ser
transmitido de diversas formas entre as aves: diretamente, a partir de secreções do sistema
respiratório e digestivo, de animal doente para animal sadio; e, indiretamente, por
equipamentos, roupas, calçados, insetos, aves e animais silvestres, alimentos e água.

Existem três formas:


Baixa Patogenicidade – Sinais respiratórios discretos, aerosaculites, diarréia, mortalidade
baixa, ovos com má formação, involução ovariana e presença de hemorragia, queda de postura.

Média Patogenicidade – Sinais respiratórios discretos, aerosaculites, diarréia, mortalidade


baixa, ovos com má formação, peritonite por ruptura de ovário, inflamação renal com presença
de uratos, queda de postura.

Alta Patogenicidade – Depressão severa, inapetência, penas arrepiadas, edema facial com crista
e barbela inchada e cianótica, canelas com lesões hemorrágicas, dificuldade respiratória com
descarga nasal, severa queda de postura, prostração, diarréia, paralisia e morte, morte súbita
sem presença dos sinais clínicos mortalidade de até 100% do aviário.

Subtipos diferentes de antígeno HÁ e nove de antígenos neuraminidase. Há descrição de


isolamento em aves de todos esses subtipos, nas mais diversas combinações. Entretanto, em
mamíferos. Apenas alguns poucos subtipos do vírus são encontrados. As novas combinações,
resultado de um rearranjo genético do vírus, permitiram uma fácil disseminação da doença em
uma população que ainda não havia tido contato prévio com aquele subtipo do vírus.

Com potencial pandêmico, como resultado da recombinação genética entre esses subtipos
virais. Tais vírus híbridos podem ser capazes de expressar antígenos de superfície de vírus
aviários para os quais a população humana não apresenta imunidade.

Nas manifestações humanas pacientes com infecção grave pelo H5N1 desenvolvem pneumonia
viral primária, linfopenia precoce e insuficiência renal em uma a duas semanas após o início
dos sintomas. Febre é a queixa de apresentação de todos os
Pacientes. Sintomas iniciais incluem também cefaléia, fadiga, mialgia, odinofagia, tosse e
coriza. Dispnéia foi relatada pela maioria dos pacientes, um a cinco dias após o início dos
sintomas. No estágio precoce da doença, é difícil prever qual paciente irá evoluir para a sua
forma grave. Dor abdominal, vômitos, diarréia, disfunção hepática, síndrome de Reye,
pancitopenia, falência renal, hemorragia pulmonar, síndrome da angústia respiratória aguda e
choque séptico foram relatados com diferentes frequências.

Sintomas gastrintestinais como vômitos, diarréia e dor abdominal não foram usuais em crianças
infectadas pelo H5N1. Contudo, sua presença em pacientes adultos infectados por este subtipo,
com complicações, é surpreendente. Disfunção Hepática, quando relatada em epidemias
anteriores, foi rara: 0,1% dos casos hospitalizados.

Portanto, os sinais clínicos da IA nas aves são extremamente variáveis e dependentes de fatores
como a espécie infectada, idade, infecções concomitantes, imunidade adquirida e fatores
ambientais. Em aves domésticas, a sintomatologia está associada a anormalidades nos órgãos
respiratórios, digestivo, urinário e reprodutor. Os sinais mais freqüentes incluem tosse, coriza,
sinusite, conjuntivite e excessivo lacrimejamento. Pode haver ainda quadro de diarréia, edema
de barbela e desordens neurológicas. Em poedeiras pode ser observada intensa queda na
postura e depressão. Em perus a doença pode ser severa, quando associada a infecções
secundárias. Em avestruzes pode ocorrer depressão, queda de penas, respiração com bico
aberto, além de paralisia das asas e tremores de cabeça e pescoço. Em aves selvagens e patos
domésticos, o vírus de IA de alta patogenicidade se replica mais lentamente e é capaz de
produzir poucos sinais clínicos. Em aves domésticas, os sinais clínicos estão relacionados à
replicação viral e dano patológico provocado em diversos órgãos, e em muitos casos o curso
da doença é tão fulminante que ocorre a morte das aves antes do aparecimento de sinais
clínicos. As aves que sobreviverem a esse curso, após 3-7 dias podem apresentar desordens
nervosas como tremores de cabeça e pescoço, incoordenação motora e opistótono.

Transmissão:

O Vírus da IA é sintetizada como um polipeptídio depois clivada em HA1 e HA2 por


proteínas do hospedeiro. A clivagem da HA é efetiva para a infectividade do vírus, porque
este acontecimento é o intercessor da fusão entre o envelope viral e a membrana endossomal
(HATTA & KAWAOKA, 2002). O vírus influenza é altamente contagioso, e entre as aves,
sua transmissão pode ocorrer de formas diferentes: diretamente, por secreções do sistema
digestivo e respiratório, de animal adoentado para animal saudável, e indiretamente, por
roupas, calçados, equipamento, insetos, animais silvestres e aves, alimentos e água
(IBIAPINA et al, 2005) A principal via de transmissão do vírus da IA é a horizontal por
secreções de aves migratórias. Também pode representar risco contaminação superficial dos
ovos de lotes infectados e embalagens. A infecção pelo vírus da IA ocorre, inicialmente em
células de rápida multiplicação como as do trato digestivo e respiratórios, secreções
respiratórias e fezes podem conter grande carga viral, por isso a transmissão mecânica é
importante. As aves migratórias, principalmente as aquáticas são reservatórias naturais a
milhares de anos, sendo considerada o principal reservatório do vírus na natureza.
Proprietários, trabalhadores, técnicos e visitantes das granjas podem transportar fezes de
lotes contaminados, por meio de calçados ou de outros materiais (veículos de transporte,
cama, ração, comedouros, gaiolas), para lotes aptos (VRANJAC et al, 2006). O vírus é
sensível ao calor de 56º e 60º e determinado tempo, em pH ácido. O vírus pode ser inativado
por produtos químicos como agentes oxidantes, detergentes, e desinfetantes comuns, como
compostos iodados e formalina. Podem sobrevivem em baixas temperaturas por três meses
e na água por até quatro dias em temperatura ambiente e mais de 30 dias se temperatura for
0º (ANVS, MS e OIE, 2007).

Diagnóstico:

De acordo com as normas internacionais preconizados pela Organização Internacional de


Sanidade Animal (OIE), o diagnóstico da influenza aviária necessita ser confirmado pela
combinação de diferentes exames laboratoriais.

Para a confirmação da Influenza aviária, é necessário realizar o diagnóstico laboratorial da


presença do vírus, que em caso positivo requer subsequentes análises de caracterização do
subtipo do vírus da influenza (diagnóstico de hemaglutinina (HA) Neuraminidase (NA) viral).
Antes desse método ser adotado, o diagnóstico da Influenza aviária estava totalmente baseado
em metodologias extremamente laboriosas e demoradas, como por exemplo, isolamento do
vírus em ovos, testes sorológicos para os 15 subtipos do vírus, e a determinação in vitro da
patogenicidade viral, podendo demorar até mais de duas ou três semanas para a realização do
diagnóstico, com a demora dos diagnósticos, havia demora também para que as contenções do
foco da doença. Testes moleculares como Transcrição Reversa – Reação em Cadeia de
Polimerase (RT-PCR) e RT-PCR em tempo real são metodologias que permitem pelo menos
um diagnóstico preliminar destes vírus em 24 horas.

Portanto, para o diagnóstico da doença é necessário o isolamento viral, detecção de RNA e/ou
de proteínas virais, obtidos desde tecidos, ovos embrionados ou suabes de traquéia ou cloaca.
O diagnóstico presuntivo pode ser realizado através de detecção de anticorpos específicos.
Diagnósticos por RT-PCR associados a sequenciamento de DNA são ferramentas de
diagnóstico essenciais e estratégicas para o monitoramento oficial destas enfermidades no país.

CONTROLE:

O vírus da influenza aviária faz parte das doenças de notificação obrigatória da Organização
Internacional de Epizootias (OIE), e está classificada na lista A das doenças notificáveis.
Devido a isto, toda e qualquer suspeita da doença deve ser comunicada ao Ministério da
Agricultura, para que este tome as medidas necessárias para o controle da doença. As medidas
a serem tomadas são, basicamente, a de impedir a difusão do vírus além do local da infecção,
para isto, são tomadas medidas de biossegurança, além de isolamento e quarentena.
CONDUTA:

A conduta a ser tomada com o plantel afetado pelo vírus da influenza aviária consiste em todas
as aves mortas e outros objetos contaminados (por exemplo, esterco, ovos, sangue, penas,
caixas de ovos) devidamente destruídos o mais rápido possível. Segundo o OIE uma das
formas mais seguras de destruição das aves é enterrá-las dentro do perímetro da propriedade.
Ademais, o mesmo local pode servir para a eliminação de outros materiais como: cama de
aviário, ração, ovos, papelão.

Para tomar esta decisão, deverá ser solicitada autorização dos órgãos de defesa do meio-
ambiente e dispor de um local para escavação que não comprometa o lençol freático,
relativamente perto do local onde estão as aves e de fácil acesso para transportar os materiais.

Referência:

Mota, M.A ; Lima, F.S ; Oliveira, P.F.N ; Guimarães, M.P


Arquivo brasileiro de medicina veterinária e zootecnia, 2013-10-01, Vol.65 (5), p.1265-
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CALDANA, L. A.; SILVA, D.A.; NETTO, A.E.P.; BUENO, E.M.M.; CUNHA, R.A.;
RAFAEL, J.B.; COSTA, I.B. INFLUENZA AVIÁRIA: REVISÃO HISTÓRICA E
GERAL DA GRIPE DO FRANGO. Faculdades Integradas de Ourinhos FIO/FEMM.
Departamento de Medicina Veterinária. Disponível em: <
https://cic.unifio.edu.br/anaisCIC/anais2018/pdf/11_08.pdf >. Acesso em: 02 de nov. De 2021.

THEVENARD, B. M. INFLUENZA AVIÁRIA: Revisão. Trabalho referente ao Curso de


Especialização lato sensu em Defesa e Vigilância Sanitária Animal realizado no Instituto
Quallitas - Universidade Castelo Branco. Disponível em:
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