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Faculdade de guarantã do norte – UNIFAMA

Mantida pela UNIFAMA – União das Faculdades de Mato Grosso


Curso de Farmácia

Tipo do PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO


documento
Título do Emissão:09/10/2021
COLETA SANGUÍNEA
documento

1. OBJETIVO:

É objetivo deste procedimento, padronizar e estabelecer critérios atualizando


profissionais que atuam na coleta de sangue, com intuito de melhorar o padrão de
amostras que chegam ao laboratório para serem analisadas, assegurando a
qualidade, revendo boas práticas, orientações para atendimento de pessoas e
procedimentos técnico, minimizando erros.

2. RESPONSABILIDADE:

• Auxiliar de enfermagem
• Técnico em Enfermagem
• Enfermeiro
• Médico
• Farmacêutico

3. ABRANGÊNCIA:

A coleta de sangue é amplamente praticada e continua sendo de inestimável


valor para o diagnóstico e tratamento de vários processos patológicos. O exame de
laboratório é parte complementar do processo de tomada de decisão do médico, tem
o objetivo de diagnosticar, monitorar ou acompanhar o tratamento de uma doença e
os resultados influenciam diretamente a qualidade de vida do paciente.
É por conta disso que esse é uma das solicitações mais comuns entre
aquelas feitas por medico do mundo todo. O resultado fornece o número total de
cada tipo dos componentes e por meio da comparação a um valor ideal verifica-se
se eles estão dentro do esperado. Os números elevados podem apontar também
doenças em outros órgãos.

4. MATERIAL E EQUIPAMENTO:

• Garrote;
• Algodão;
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• Álcool a 70%;
• Seringas e agulhas descartáveis;
• Luvas de procedimentos;
• Tubos para coleta de sangue
• Etiqueta para identificação da amostra;
• Recipiente para descarte de material perfurocortante;
• 1 garrote;
• EPI´s;

5. PROCEDIMENTO:

• Higienizar as mãos conforme procedimento operacional de fricção


antisséptica das mãos ou higienização simples das mãos;
• Preparar o material;
• Escolha o Local de maior facilidade de higienização e garantia de
assepsia;
• Vasos mais calibrosos;
• Local de maior conforto e segurança;
• Identificar-se e explicar o procedimento para o usuário e/ou
acompanhante;
• Identificar o usuário pelo nome completo;
• verificar exames solicitados, o preparo para os mesmos (se necessário)
e proceder à identificação dos tubos;
• calçar luvas de procedimento;
• Ajuste o garrote e escolha a veia;
• Realizar a antissepsia da pele no local a ser puncionado com o algodão
embebido em álcool a 70% com movimento centrífugo (circular, único, do centro
para fora);
• Inserir a agulha com o bisel da agulha voltado para cima, em um
ângulo de 30º na direção do sentido da artéria radial, 45º na da braquial;
• Puxar delicadamente o êmbolo e realizar a aspiração da quantidade
necessária de sangue para o(s) exame(s);
• Solte o garrote assim que o sangue começar a fluir no tubo;
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• Retirar a agulha comprimindo o local da punção com algodão seco por


aproximadamente 5 minutos ou até total estancamento de sangue (hemostasia);
• Colocar o sangue no tubo sem utilização de agulha, através da
abertura do tubo, sem contaminação da tampa, deixando que o sangue escorra
lentamente pela parede do mesmo;
A ordem correta para coleta nos tubos é: primeiro – tubo citrato (tampa azul);
segundo - tubo com gel (tampa amarela, vermelha); terceiro – tubo com EDTA
(tampa roxa); quarto – tudo com fluoreto (tampa cinza).
Homogeneizar o tubo (exceto os de tampa amarela ou vermelha) com
movimento inversão de 8 a 10 vezes, mantendo o tubo em posição vertical por 30
minutos em grade para acondicionamento. Descartar o material usado de acordo
com as normas de descarte de resíduos. Encaminhar as amostras de acordo com os
fluxos estabelecidos.
Tubos utilizados na coleta de exames: tampa Vermelha: Sem
anticoagulante, utilizado para obter soro para bioquímica e sorologia; por exemplo,
creatinina, glicose, ureia, colesterol, pesquisa e identificação de anticorpos e ou
antígenos no soro.
Tampa Roxa: Com anticoagulante EDTA sódico ou potássico, bloqueia a
coagulação, utilizado para obter sangue total para hematologia; eritrograma,
leucograma, plaquetas.
Tampa Azul: Contém citrato de sódio, com anticoagulante, utilizado para a
obtenção de plasma para provas de coagulação, retração de coágulo, tempo parcial
de tromboplastina, tempo de protrombina. Tampa preta: Os tubos para VHS contêm
solução tamponada de citrato trissódicos, utilizados para coleta e transporte de
sangue venoso para o teste de sedimentação.
Tampa Amarela: Tubos para tipagem sanguínea, com solução de ACD (ácido
citrato dextrose), utilizados para teste de tipagem sanguínea ou preservação celular.
Tampa Cinza: tubos para glicemia contêm um anticoagulante e um
estabilizador, em diferentes versões: EDTA e fluoreto de sódio, oxalato de potássio e
fluoreto de sódio, heparina lítica e iodoacetato, assim ocorre a inibição da glicólise
para determinação da taxa de glicose sanguínea.:
Tampa verde: As paredes internas revestidas com heparina para produção de
uma amostra de sangue total, estabilização por até 48 horas, utilizados para testes
bioquímicos.
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certificar sempre o volume correto de material para cada tubo. Tubos com
volume insuficiente ou com excesso de sangue, alteram a proporção correta de
sangue/aditivo e podem gerar resultados incorretos ou desempenho precário do
produto.
Como evitar refluxos: Colocar o braço do paciente voltado para baixo;
manter o tubo com a rolha na posição mais alta possível; liberar o garrote assim que
o sangue começar a fluir para dentro do tubo; certificar-se de que, durante a
venopunção, o aditivo não entre em contato com a rolha ou com a porção final da
agulha;

6. CUIDADOS COM O PACIENTE:

Cabe ao funcionário tranquilizar o paciente antes da coleta, para que assim


seja realizada com sucesso: caso o paciente esteja preocupado com a intensidade
da dor decorrente do procedimento, deve-se agir com honestidade, explicando que a
sensação dolorosa produzirá um leve incômodo, mas, de pequena duração.
Recomenda-se que a coleta seja realizada com o paciente acomodado
confortavelmente, sentado ou deitado, orientando-se o paciente sobre a importância
da manutenção do membro superior imóvel durante todo o ato da coleta. Nas coletas
infantis e em casos de portadores de condições especiais, recomenda-se que a
orientação seja transmitida também para os acompanhantes.
• Evitar dobrar o braço após o procedimento;
• Pressione com firmeza o algodão sobre o local puncionado, para ajudar na
circulação;
• No dia da coleta, evite roupas que apertem o braço;
• Não utilizar bolsas ou sacolas no braço onde foi realizado o procedimento;
• Evitar pegar peso e realizar esforço físico por, pelo menos, 30 minutos após o
procedimento
• Após a coleta verificar as condições do paciente e o controle de sangramento
no local da punção.

7. CONTROLE DE QUALIDADE DA AMOSTRA:

Há diversos fatores interferentes que podem alterar as amostras, como o


tempo de contato demorado ao soro ou plasma com as células, existência de
hemólise em grau variado, hemoconcentrações causada por evaporação,
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temperatura incorreta de armazenamento da amostra, transporte incorreto, uso


incorreto de aditivos (anticoagulantes), etc.
A temperatura tem impacto importante na viabilidade da amostra. É
considerada temperatura ambiente no laboratório aquela compreendida entre 22° e
25° C. os parâmetros sofrem alterações variáveis elevando-se ou diminuindo de
acordo com a temperatura em que as amostras foram armazenadas. A amostra
pode ficar em temperatura ambiente por 3 horas no máximo. Após esse período o
sangue pode hemolisar. Após a coleta de sangue, o material pode permanecer em
geladeira, de 4° a 8° C, por 12 horas no máximo, a fim de evitar hemólise
O reconhecimento e a gerencia dessas variáveis permite o estabelecimento
de um controle efetivo redução de erro e, portanto, uma melhor aplicabilidade dos
resultados dos exames ao paciente.
Durante o transporte do material pode ocorrer quedas e quebras acidentais,
saída da tampa (perda do material) e contaminação dos outros tubos, hemólise por
trepidação e agitação forte, etc. Atualmente, os tubos plásticos usados na rotina
diminuem as quebras acidentais. Deve haver documentação de fácil acesso sobre o
transporte e preservação das amostras coletadas ou recebidas, visando-se a
assegurar sua integridade, estabilidade e a segurança pública e dos
transportadores. Esses documentos devem estabelecer prazo, condições de
temperatura e padrão técnico para garantir a integridade e a estabilidade das
amostras e dos materiais. Além disso, o transporte das amostras em áreas comuns
a outros serviços ou de circulação de pessoas deve ser feito em condições de
segurança para os transportadores e para o público em geral.
No recebimento das amostras coletadas deve haver inspeção do material
biológico por pessoal competente, sendo necessário para este processo o
estabelecimento de critérios de aceitação, rejeição ou aceitação de amostras com
restrições. Nos casos em que a aceitação ocorra com restrições, devem ser criados
registros identificando o responsável por sua liberação, e o motivo da aceitação sob
restrição deve ser incluído no laudo do exame. Deve-se evitar analisar amostras
para hemograma além de 24 horas de armazenamento, independentemente da
temperatura de armazenamento.
As alterações morfológicas diminuem quando a amostra coletada com EDTA
é mantida a 4°C nas primeiras 24 horas após a coleta. Entretanto, essas alterações
não são totalmente eliminadas, sendo imprescindível a confecção de distensões
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sanguíneas o mais brevemente possível após a coleta. Um atraso de até três horas
na confecção do esfregaço é permitido e não causa interferências maiores na
morfologia celular. Amostras coletadas com seringa ou metodologia a vácuo em
postos de coleta distantes da central podem ser usadas na realização da distensão
sanguínea imediatamente.
O esfregaço feito sem anticoagulante (ponta da agulha/seringa) não costuma
apresentar dificuldade na análise morfológica dos eritrócitos e leucócitos, mas, sim,
na avaliação da morfologia das plaquetas e eventual necessidade de confirmação da
contagem, pois estas tendem a ficar agregadas.
Após a coleta e identificação adequada (de preferência na frente do paciente),
a amostra para hemograma deve ser encaminhada para o setor analítico, o qual
pode estar próximo ao local da coleta ou muito afastado. Existem várias maneiras de
se transportar amostras para hemograma: entre unidades de um mesmo laboratório,
entre unidades diferentes na mesma cidade ou mesmo para unidades do exterior.
Em geral, o transporte ocorre rapidamente quando os laboratórios estão próximos e
não apresenta grandes dificuldades, desde que as amostras sejam acondicionadas
em maletas que ofereçam garantia de biossegurança no transporte. Quando os
hemogramas não forem realizados logo após a coleta e a área analítica for muito
distante, as distensões sanguíneas podem ser processadas antes, para que não
haja interferência significativa na morfologia celular.
O reconhecimento e a gerencia dessas variáveis permite o estabelecimento
de um controle efetivo redução de erro e, portanto, uma melhor aplicabilidade dos
resultados dos exames ao paciente.

8. INTERFERENTES DA COLETA:

As amostras de sangue devem ser obtidas por procedimentos padronizados,


uma vez que o método de coleta pode afetar o espécime. As causas mais comuns
de rejeição de amostras para hemograma são: • amostra sem identificação ou com
identificação falha; • amostra com muito pouco volume de sangue; • amostra com
coágulo: afeta a contagem de leucócitos, eritrócitos e plaquetas e interfere no
aparelho (entupimentos); • amostra com hemólise in vitro. Porém, hemólise
decorrente de doença hemolítica (in vivo) deve ser aceita. A letra ilegível do médico
pode acarretar problemas para o cadastro, não cumprimento do jejum adequado
para a realização do exame, de omissão na informação do uso de medicamentos
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pelo paciente, de exercícios físicos, do consumo de bebidas alcoólicas, fumo, etc.


Dessa forma, orientações adequadas devem ser dadas ao paciente antes que ele
compareça para a realização do exame. Sempre que possível, o laboratório deve
questionar esses dados relevantes.

9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

HIRATA, M. H.; MANCINI FILHO, J. Manual de Biossegurança. São Paulo:


Editora Manole, 2002.

MACHADO, A. M. O.; MORALES JUNIOR, A.; FRIGATTO, E. A. M. Manual


de coleta de material biológico. São Paulo: UNIFESP, 2015.

NR 32 – Segurança e Saúde no Trabalho em Serviços de Saúde. Portaria GM


n. 1.748, de 30 de agosto de 2011.

PAULI, C. Procedimento operacional padrão (POP): coleta de sangue venoso


para análise laboratorial. Florianópolis: UFSC, 2017.

Recomendações da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina


Laboratorial para coleta de sangue venoso – 2. ed. Barueri, SP: Minha Editora, 2010.

Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial. Programa


para Acreditação de Laboratórios Clínicos – PALC. Norma PALC – Versão 2013.

ELABORAÇÃO: REVISÃO: LIBERAÇÃO:


Ana Clara Arruda Pelegrine
Gomes

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