Galatas 1

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 Seminário Pentecostal Amai-vos 

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 Seminário Pentecostal Amai-vos 
ESBOÇO
INTRODUÇÃO (1.1-10):

Quando o evangelho se espalhou pelo Império Romano e muitos não-judeus começaram a aceitar Jesus
como Salvador, logo surgiram discussões se era necessário que os não-judeus seguissem as leis dos judeus,
especialmente a lei que mandava que todo homem fosse circuncidado. Essa mesma discussão aconteceu nas
igrejas que o apóstolo Paulo havia fundado na região da Galácia. Vários cristãos judeus estavam dizendo àqueles
cristãos não-judeus que eles precisavam obedecer à Lei de Moisés para que fossem aceitos por Deus.

A Carta aos Gálatas é a resposta que Paulo dá a essa falsa doutrina. Com argumentos fortes e palavras,
às vezes, chocantes, Paulo denuncia esse falso “evangelho” que está sendo anunciado e procura levar de volta
para a fé verdadeira aqueles que estão se desviando do caminho certo. Ele fala sobre a sua própria experiência
cristã e defende a sua autoridade como apóstolo. Mostra também como, na reunião dos líderes cristãos realizada
em Jerusalém, ele tinha recebido a aprovação deles para continuar a anunciar aos não-judeus a mensagem de que
a salvação depende somente da fé e não daquilo que a Lei de Moisés manda fazer. Em defesa da sua posição,
Paulo cita o VT e fala sobre a experiência de Abraão, o pai do povo escolhido. Ele mostra que Abraão foi aceito por
Deus não por causa das suas obras, mas porque teve fé em Deus. Na última parte da carta, Paulo fala sobre a
liberdade que têm as pessoas que crêem em Cristo e como essa liberdade se torna realidade na vida cristã.

CONTEÚDO:

Como de costume, Paulo começa esta carta com uma saudação (1.1-2) e uma oração em favor dos
leitores (1.3). Mas nessa carta Paulo não faz uma oração de ação de graças pelos leitores, como faz na maioria das
outras cartas (Rm 1.8-12; 1Co 1.4-9; Fp 1.2-11; Cl 1.13-14). Ele começa logo a tratar do assunto que o leva a
escrever aos gálatas.

Depois de criticar severamente os que estavam anunciando uma mensagem diferente do evangelho que
ele havia anunciado aos gálatas (1.6-10), Paulo se defende da acusação que os seus adversários estavam fazendo
contra ele. Eles estavam dizendo que Paulo não era um apóstolo como os apóstolos que tinham sido chamados
por Jesus. Paulo afirma que foi o próprio Senhor Jesus Cristo quem o chamou para ser apóstolo e que os apóstolos
em Jerusalém o tinham aceitado e dado o seu apoio à missão que ele havia recebido de pregar o evangelho aos
não-judeus (1.11—2.21).

Nos CAP. 3—4, Paulo desenvolve o tema central da Carta: Deus aceita a pessoa por causa da sua fé em
Cristo Jesus e nunca porque obedece à Lei de Moisés. Paulo mostra que o propósito da lei nunca foi o de ser o
meio de salvação; a promessa que Deus fez a Abraão veio muito antes da lei, cuja validade terminou quando Cristo
veio ao mundo. A lei nos leva para a escravidão e morte espirituais; a graça de Deus nos traz vida.

Em seguida (5.1—6.10), Paulo fala sobre a liberdade que temos por estarmos unidos com Cristo Jesus.
Essa liberdade, entretanto, precisa ser usada para o bem dos outros, sob a direção do Espírito de Deus, o qual se
opõe à natureza humana.

Paulo termina com um último apelo aos gálatas para que fiquem firmes no evangelho da graça de Deus.
É a morte de Cristo na cruz que nos salva, que faz com que sejamos pessoas novas.

A. SAUDAÇÕES (1.1-5)

B. SURPRESA ANTE O DESVIO DOS GÁLATAS, DO EVANGELHO DA GRAÇA (1.6-10)


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I. Paulo Defende a Autoridade do Evangelho e sua Chamada Pessoal (1.11—2.21)

A. Cristo Revelou o Evangelho a Paulo (1.11-24)

B. Tiago, Pedro e João Aceitaram e Ratificaram o Evangelho (2.1-10)

C. No Debate com Pedro Foi Vindicado o Evangelho (2.11-21)

II. Doutrina básica das Preeminências:

Paulo Defende a Liberdade do Evangelho (3.1—4.31)

A. Recebe-se o Espírito e a Nova Vida em Cristo, Pela Fé e Não Pelas Obras (3.1-14)

B. A Salvação É Pela Promessa Messiânica e Não Pela Lei (3.15-24)

C. Os Que Confiam Em Cristo São Filhos e Não Escravos (3.25—4.7)

D. Um Apelo aos Gálatas a Refletir no Que Fizeram (4.8-20)

E. Os Que Confiam na Lei São Escravos e Não Filhos (4.21-31)

III. Paulo Defende a Liberdade do Evangelho (Seção Prática) (5.1—6.10)

A. A Liberdade Cristã Relaciona-se à Salvação Pela Graça (5.1-12)


1. A Conservação da Liberdade Cristã (5.1)
2. As Conseqüências da Submissão à Circuncisão Segundo a Lei (5.2-12)

B. A Liberdade Cristã Não Deve Ser Desculpa para a Satisfação dos Desejos Carnais (5.13-26)
1. O Mandamento do Amor (5.13-15)
2. Viver Segundo o Espírito; Não Segundo a Carne (5.16-26)

C. A Liberdade Cristã Deve Expressar-se Mediante a Lei de Cristo (6.1-10)


1. Levar as Cargas Uns dos Outros (6.1-5)
2. Ajudar os Ministros da Palavra (6.6)
3. Não se Cansar de Fazer o Bem (6.7-10)

CONCLUSÃO (6.11-18)

AUTOR: PAULO

TEMA: SALVAÇÃO PELA GRAÇA MEDIANTE A FÉ

DATA, LUGAR ONDE FOI ESCRITA, LEITORES:

1. Não sabemos exatamente quando é que Paulo escreveu esta carta, mas foi depois da visita que ele e
Barnabé fizeram a Jerusalém a fim de se encontrar com os outros apóstolos e que é relatada em Gl 2.1-10. Muitos
estudiosos acham que essa visita foi a mesma que é contada em At 15.1-35; nesse caso, a carta foi escrita mais ou
menos de 49 a 56 D.C .Outros, no entanto, acreditam que essa visita de Gl 2 corresponde a uma viagem que foi
feita algum tempo antes e que é mencionada em At 11.30; 12.25. Seja como for, a Carta aos Gálatas é uma das
primeiras cartas que Paulo escreveu.

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2. Não é possível dizer qual é o lugar a que Paulo se refere quando diz, em 1.2, “Todos os irmãos e irmãs
que estão aqui comigo...” A cidade de Éfeso ou alguma cidade situada na província da Macedônia são os dois
lugares mais prováveis.

3. O lugar chamado “Galácia” (1.2) pode referir-se a uma das seguintes regiões: 1) Pode ser a província
romana que, naquele tempo, incluía o território ocupado hoje em grande parte pelo Centro-Sul da Turquia. As
cidades de Antioquia da Pisídia, Icônio, Listra e Derbe ficavam na província da Galácia. Na sua primeira viagem
missionária, Paulo havia fundado igrejas nessas cidades (At 13.13—14.23), e, assim, “as igrejas da Galácia” seriam
aquelas mesmas igrejas. 2) Mas “Galácia” pode referir-se também à região em que moravam gauleses, no
território que hoje faz parte da região Centro-Norte da Turquia. Ali ficavam as cidades de Pessinus, Górdio e
Ancira, as quais não são mencionadas nas atividades missionárias de Paulo. Mas alguns acham que a “região da
Frígia-Galácia” de At 16.6 (ver também 18.23) se refere à Galácia dos gauleses.

QUATRO MENSAGENS ESPECIAS:

1. Como é que Deus nos aceita -- Como é que somos salvos? A resposta de Paulo é que a salvação vem
somente da graça de Deus por meio da nossa fé em Cristo Jesus e nunca por meio de obras. Pois, se a pessoa é
salva por obedecer à lei, então a morte de Cristo foi em vão (2.21).

2. O Espírito de Deus e a natureza humana -- Há duas forças que nos podem dominar: a nossa natureza
humana ou o Espírito de Deus. A natureza humana (“a carne”) leva à morte; o Espírito de Deus dá vida. Essas duas
forças são inimigas uma da outra, e os cristãos precisam deixar que o Espírito dirija a vida deles (5.16).

3. Unidos com Cristo Jesus -- Esta é uma das figuras que Paulo usa para falar sobre a vida cristã. No
batismo, ficamos unidos com Cristo e nos vestimos com as qualidades dele. E todos somos um só por estarmos
unidos com Cristo Jesus (3.27-28).

4. Mensagem para hoje -- A mensagem que Paulo escreveu para os gálatas no primeiro século da era
cristã precisa ser ouvida muitas vezes pelos cristãos de hoje. A mensagem é esta: por causa da graça de Deus,
ficamos livres do poder do pecado e temos a liberdade que Deus dá por meio de Jesus Cristo. Essa liberdade é
aceita e recebida pela fé, somente pela fé, e nunca pelas obras. A mensagem de Paulo vale para nós tanto quanto
valeu para eles: “Cristo nos libertou para que nós sejamos realmente livres. Por isso, continuem firmes como
pessoas livres e não se tornem escravos novamente” (5.1).

CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES
Paulo escreveu esta epístola (1.1; 5.2; 6.11) “às igrejas da Galácia” (1.2). As autoridades no assunto
declaram que os gálatas eram gauleses oriundos do Norte da Galácia e que, mais tarde, parte deles emigrou para
o Sul da Europa, de cujo território a França de hoje faz parte. É muito mais provável que Paulo haja escrito esta
epístola às igrejas do Sul da província da Galácia (Antioquia da Pisídia, Icônio, Listra, Derbe), onde ele e Barnabé
evangelizaram e estabeleceram igrejas durante sua primeira viagem missionária (At 13,14).

A data mais provável da carta situa-se logo após o regresso de Paulo à igreja que o enviou – Antioquia da
Síria, e pouco antes do Concílio de Jerusalém (At 15).

O assunto principal de Gálatas é o mesmo debatido e resolvido em Jerusalém (c. de 49 d.C.; At 15). Tal
assunto implica uma dupla pergunta:

(1) A fé em Jesus Cristo como Senhor e Salvador é o requisito único para a salvação?

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(2) É necessário obedecer a certas práticas e leis judaicas do AT para se obter a salvação em Cristo?

Talvez Paulo haja escrito Gálata antes da controvérsia da lei, na Assembléia de Jerusalém (At 15), e antes
de a igreja comunicar a sua posição final.

PROPÓSITO
Paulo tomou conhecimento de que certos mestres judaicos estavam inquietando seus novos convertidos
na Galácia, impondo-lhes a circuncisão e o jugo da lei mosaica como requisitos necessários à salvação e ao
ingresso na igreja. Ao saber disso, Paulo escreveu:

(1) Para demonstrar cabalmente que as exigências da lei, como a circuncisão do velho concerto, nada
têm a ver com a operação da graça de Deus em Cristo para a salvação sob o novo concerto.

(2) Para reafirmar claramente que o crente recebe o Espírito Santo e com Ele a nova vida espiritual por
meio da fé no Senhor Jesus Cristo e não por meio da lei do AT.

VISÃO PANORÂMICA:

Pelo conteúdo desta carta, conclui-se que os oponentes judaicos de Paulo na Galácia o atacavam
pessoalmente a fim de solapar sua influência nas igrejas. Sua acusação era de que:

(1) Paulo não era um dos apóstolos originais e, portanto, desprovido de autoridade direta (1.1,7,12;
2.8,9);

(2) sua mensagem diferia do evangelho pregado em Jerusalém (cf. 1.9; 2.2-10).

(3) sua mensagem da graça resultaria numa vida iníqua (cf. 5.1,13,16,19,21).

PAULO DEU RESPOSTAS DIRETAS A TODAS TRÊS ACUSAÇÕES:

(1) Defendeu energicamente a sua própria autoridade de apóstolo de Jesus Cristo, autoridade esta
recebida diretamente de Deus e que foi confirmada por Tiago, Pedro e João (1,2).

(2) Defendeu com ardor o evangelho da salvação pela graça, mediante a fé em Cristo, à parte das obras
da lei (3,4).

(3) Finalmente, Paulo sustentou com veemência que o verdadeiro evangelho de Cristo abrange a
liberdade da escravidão do legalismo judaico tanto quanto a liberdade do pecado e das obras da carne. A
verdadeira liberdade cristã consiste em viver no Espírito e cumprir a lei de Cristo (5,6).

Gálatas contém uma síntese do feitio dos crentes judaicos que se opunham a Paulo na Galácia, em
Antioquia e em Jerusalém (At 15.1,2,5) e na maioria dos lugares onde ele trabalhou.

CARACTERÍSTICAS ESPECIAIS
QUATRO FATOS SINGULARES CARACTERIZAM ESTA EPÍSTOLA:

(1) É a defesa mais veemente no NT da natureza do evangelho. Seu tom é enérgico, intenso e urgente,
uma vez que Paulo lida com oponentes em erro (e.g., 1.8,9; 5.12), enquanto repreende os gálatas por se deixarem
iludir tão facilmente (1.6; 3.1; 4.19,20).
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(2) Quanto ao número de referências autobiográficas, Gálatas é superada somente por II Coríntios.

(3) Esta é a única epístola de Paulo em que ele explicitamente se dirige a várias igrejas (ver, no entanto, a
introdução a Efésios).

(4) Contém a descrição do fruto do Espírito (5.22,23) e a lista mais completa do NT das obras da carne
(5.19-21).

OS ADVERSÁRIOS DE PAULO
Os que estavam perturbando os gálatas são considerados por Paulo como falsos cristãos e “espiões” da
liberdade dos outros (2.4), homens que pregavam um “evangelho” diferente do evangelho que Paulo pregava
(1.9). Não é possível dizer exatamente quem eles eram, mas sabemos o que estavam ensinando. Eles estavam
dizendo que os não-judeus que queriam se tornar cristãos precisavam obedecer às leis e às cerimônias do
Judaísmo. A mais importante dessas leis era a que mandava que todo homem fosse circuncidado, para assim fazer
parte do povo escolhido de Deus e ser herdeiro da aliança que Deus havia feito com Abraão.

Parece claro que eles eram cristãos que tinham vindo de um ambiente judeu muito rigoroso e que
estavam acostumados a cumprir a Lei de Moisés nos seus mínimos detalhes. Também é provável que eles não
eram da Galácia, mas tinham vindo de outros lugares. Não é possível afirmar que os homens que Tiago tinha
enviado a Antioquia (2.12) eram, de fato, os adversários que Paulo condena tão severamente.

ELES ESTAVAM ACUSANDO PAULO DE DUAS COISAS:


1) Ele não era um verdadeiro apóstolo e por isso não podia falar com autoridade apostólica.

2) Diziam também que o evangelho que Paulo anunciava não estava certo e que, por isso, precisava ser
corrigido por alguns outros ensinamentos e práticas religiosas.

Paulo se defende energicamente dessas duas acusações e usa de uma severidade fora do comum tanto
ao condenar os seus adversários como também ao tratar com os próprios cristãos da Galácia.

Ele sabia que a verdadeira mensagem da boa notícia da graça de Deus corria o perigo de ser substituída
por ensinamentos falsos, o que levaria os gálatas a serem excluídos da graça de Deus. Foi por isso que ele
escreveu esta carta com vigor e convicção aos seus amados irmãos das igrejas da Galácia.

CAPÍTULO 01
1.1 eu que fui chamado para ser apóstolo Logo de início, Paulo deixa bem claro que ele é apóstolo por
ter sido chamado por Jesus Cristo (At 9.3-6,15; 22.6-11,14-15; 26.12-18). Isso quer dizer que ele está em pé de
igualdade com os outros apóstolos, que também foram chamados por Jesus.

1.4 Cristo se entregou... a fim de tirar os nossos pecados Mc 10.45; Rm 4.25; 5.9; Gl 2.20; Ef 5.2; 1Tm
2.5-6; Tt 2.14; 1Pe 2.24. Já na introdução da Carta o apóstolo deixa claro qual é a mensagem do evangelho. mundo
mau O mundo presente é dominado pelo poder do mal (2Co 4.4; Ef 2.2; Ef 6.12; 1Jo 5.19); o mundo que está por
vir será completamente governado por Deus.

1.4 PARA NOS LIVRAR DO PRESENTE SÉCULO MAU. Este versículo foi provavelmente uma antiga
profissão de fé bem conhecida de todas as igrejas do NT. Associa a morte de Cristo ao perdão dos nossos pecados
e ao livramento "do presente século [mundo] mau". É parte essencial do propósito salvífico de Cristo livrar os
crentes do mal que domina a sociedade deste mundo. A primeira mensagem evangelística pregada em seguida ao
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do derramamento do Espírito Santo, no dia de Pentecoste, contém as palavras: "Salvai-vos desta geração
perversa" (At 2.40). Os crentes devem viver para Deus e não serem controlados pelos valores, sabedoria, opiniões,
desejos corruptos, ambições e prazeres que prevalecem entre o povo deste mundo (Rm 12.2; Tt 2.14)

1.6 OUTRO EVANGELHO. Falsos mestres foram aos gálatas, procurando persuadi-los a rejeitar os ensinos
de Paulo e aceitar "outro evangelho". Este evangelho diferente consistia não somente em crer em Cristo, mas
também ligar-se à fé judaica mediante a circuncisão (5.2), as obras da lei (3.5) e a guarda dos dias santos judaicos
(4.10).

(1) A Bíblia afirma claramente que há um só evangelho, "o evangelho de Cristo" (v. 7). Este evangelho
nos veio "pela revelação de Jesus Cristo" (v. 12) e pela inspiração do Espírito Santo. O evangelho é definido e
revelado na Bíblia, a Palavra de Deus.

(2) Quaisquer ensinos, doutrinas, ou idéias que, originados em pessoas, igrejas ou tradições, e que não
estejam expressos ou subentendidos na Palavra de Deus, não podem ser incluídos no evangelho de Cristo (v. 11).
Misturá-los com o conteúdo original do evangelho é "transtornar o evangelho de Cristo" (v. 7)

1.9 que essa pessoa seja amaldiçoada! Isto é, por Deus. Paulo pronuncia essa maldição porque, de fato,
havia algumas pessoas que estavam querendo mudar o evangelho de Cristo (ver Icor 16.22). A mesma maldição se
aplicaria a Paulo e seus companheiros, bem como a um anjo vindo do céu, se estes anunciassem um evangelho
diferente (v. 8). A verdade do evangelho depende apenas de seu conteúdo e não da pessoa que o anuncia.

1.9 SEJA ANÁTEMA. A palavra "anátema" (gr. anathema) significa alguém que está sob maldição divina,
condenado à destruição e que será alvo da ira divina e da condenação eterna.

(1) O apóstolo Paulo revela a atitude, inspirada pelo Espírito Santo, de julgamento e indignação para com
aqueles que procuram perverter o evangelho original de Cristo (v. 7) e mudar a verdade do testemunho
apostólico. Igual atitude evidenciava-se em Jesus Cristo (ver Mt 23.13 ), em Pedro (2 Pe 2), em João (2 Jo 7-11) e
em Judas (Jd 3,4,12-19), e se achará no coração de todo seguidor de Cristo que ama o seu evangelho, conforme é
revelado na Palavra de Deus, e crê que o evangelho é a imprescindível boa nova da salvação para o mundo
perdido no pecado (Rm 10.14,15).

(2) Malditos ("anátema") são todos que pregam um evangelho contrário à mensagem que Paulo pregava
de acordo com a revelação que Cristo lhe dera (vv. 11,12;). Quem acrescenta ou tira algo do evangelho original e
fundamental de Cristo e dos apóstolos, fica sujeito à maldição divina: "Deus tirará a sua parte do livro da vida" (Ap
22.18,19).

(3) Deus ordena aos crentes a defenderem a fé (ver Jd 3), a corrigirem os errados com amor (2 Tm
2.25,26) e a se separarem dos mestres, pastores e outros que na igreja negam as verdades bíblicas fundamentais,
ensinadas por Jesus e os apóstolos (vv. 8,9; Rm 16.17,18; 2 Co 6.17). Essas verdades incluem:

(a) a deidade de Cristo e seu nascimento virginal (Mt 1.23;Jo 20.28).

(b) a plena inspiração e autoridade da Palavra de Deus em tudo quanto ela ensina

(c) a historicidade da queda de Adão (Rm 5.12-19)

(d) a corrupção inerente na natureza humana (Gn 6.5; 8.21; Rm 1.21-32; 3.10-18; 7.14,21)

(e) a condição perdida da raça humana sem Cristo (At 4.12; Rm 1.16-32; 10.13-15)

(f) a salvação pela graça mediante a fé em Cristo como Senhor e Salvador efetuada pela expiação através
de sua morte e do seu sangue (Rm 3.24,25; 5.10).
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(g) a ressurreição corporal de Cristo ( Mt 28.6; 1 Co 15.3,4)

(h) a realidade histórica dos milagres, tanto do AT como do NT (1 Co 10.1)

(i) a realidade da existência de Satanás e dos demônios como seres de ordem espiritual (Mt 4.1; 8.28; 2
Co 4.4; Ef 2.2; 6.11-18; 1 Pe 5.8)

(j) o ensino bíblico a respeito do inferno (ver Mt 10.28).

(l) a volta literal de Jesus Cristo à terra (Jo 14.3; At 1.11; 1 Co 1.7; Ap 19.11).

(4) Trechos bíblicos semelhantes que advertem contra os falsos mestres: Rm 16.17; 2 Pe 2.17-22; 2 Jo
9,11; Jd 12,13; ver 2 Co 11.13.

Ninguém pode ser um autêntico ministro do evangelho e, ao mesmo tempo, procurar agradar aos outros
transigindo nas verdades do evangelho (cf. 1 Co 4.3-6). Paulo considerava que era seu dever falar "não como para
agradar aos homens, mas a Deus, que prova o nosso coração" (1 Ts 2.4). Todos os crentes no evangelho de Cristo
devem ter como alvo, assim como Paulo o tinha, agradar a Deus, mesmo que isso importe em desagradar a
alguém (cf. At 5.29; Ef 6.6; Cl 3.22).

1.14 mais adiantado... mais zelo Paulo tinha sido um dedicado e zeloso fariseu (At 22.3; Fp 3.5-6). as
tradições dos meus antepassados Essas tradições são interpretações da Lei de Moisés, feitas por mestres judeus
do passado (Mc 7.3-4; At 22.3; 26.4-5).

1.15 DEUS, QUE... ME SEPAROU. Embora Paulo se referisse principalmente ao seu ministério apostólico,
todo crente, em certo sentido, foi separado pela graça a fim de que Deus revelasse nele o seu Filho. Fomos
separados do pecado e do presente mundo mau a fim de vivermos em comunhão com Deus e testemunhar de
Jesus Cristo diante do mundo. Ser uma pessoa separada significa ser uma pessoa de Deus, por Deus e perto de
Deus vivendo na fé e na obediência para a sua glória e a manifestação do seu Filho.

1.16 revelar para mim o seu Filho Paulo está falando sobre a sua conversão e sobre o chamado para ser
apóstolo (At 9.3-6; 22.6-10; 26.13-18). Ali, na estrada de Damasco, ele ficou sabendo que o Cristo ressuscitado é o
Messias e o Senhor (1Co 15.8). anunciasse aos não-judeus Gl 2.7-8; ver At15.

1.18 Três anos depois Contando a partir da conversão e do chamado de Paulo. fui até Jerusalém At 9.26-
30. Pedro Literalmente, “Cefas”, o nome aramaico de Pedro, que também significa “pedra” (Jo42, n.). duas
semanas Era muito pouco tempo para alguém (no caso, Paulo) se tornar seguidor de outra pessoa (Pedro).

1.19 E não falei com nenhum outro apóstolo, a não ser com Tiago Também se pode traduzir: “E, além
dos apóstolos, a única pessoa com quem falei foi Tiago.” Tiago, irmão do Senhor Mt 13.55. Tiago se tornou um
dos líderes na igreja de Jerusalém (At.17, 21.18).

1.21 Síria Província romana cuja capital era Antioquia (ver At.23, .) Cilícia Distrito que fazia parte da
província da Síria. A capital era Tarso, onde Paulo nasceu (At 21.39) e morou (At 9.30; 11.25).

CAPÍTULO 02
2.5 NEM AINDA POR UMA HORA CEDEMOS. Paulo era tolerante e paciente para com muitas outras
coisas (Cf. 1 Co 13.4-7), mas inflexível quando se tratava da "verdade do evangelho". A revelação que ele recebeu
de Cristo (1.12) é o único evangelho que tem poder para a salvação de todo aquele que crê (Rm 1.16). Paulo sabia
que nunca deveria transigir com o evangelho, por causa da paz, da união ou de correntes teológicas. Estavam em

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jogo tanto a glória de Cristo, quanto a salvação dos perdidos. Hoje, se abrirmos mão de alguma parte do
evangelho que temos, conforme o NT, começaremos a destruir a única mensagem que nos salva da destruição
eterna (cf. Mt 18.6).

2.6 DEUS NÃO ACEITA A APARÊNCIA DO HOMEM. Deus não usa de favoritismo com ninguém por causa
de tradição, reputação, posição ou sucesso (cf. Lv 19.15; Jó 34.19; cf. Dt 10.17; At 10.34; Ef 6.9).

(1) Deus vê e avalia o coração, o ser interior, e seu favor permanece sobre aqueles que se voltam
sinceramente para Ele com amor, fé e pureza (cf. 1 Sm 16.7; Mt 23.28; Lc 16.15; Jo 7.24; 2 Co 10.7; 1 Co 13.1).

(2) Essa verdade fundamental do evangelho significa que Deus não prefere o amor, a comunhão e as
orações dos doutos aos dos incultos, dos ricos aos dos pobres; ou dos poderosos aos dos fracos; o princípio
eterno de Deus é que "lhe é agradável aquele que, em qualquer nação, o teme e faz obra o que é justo" (At
10.35).

2.10 NOS LEMBRÁSSEMOS DOS POBRES. Um tema muito repetido nas Escrituras é a grandeza do ato de
ajudar os pobres (Êx 23.10,11; Dt 15.7-11; Jr 22.16; Am 2.6,7; Mt 6.2-4; Jo 13.29). Sempre haverá ao nosso redor
aqueles que precisam de ajuda. Os pobres, especialmente os da família da fé (6.10), precisam tanto da nossa ajuda
material, quanto das nossas orações.

2.11 RESISTI-LHE NA CARA. Qualquer pastor ou outro obreiro que se torna culpado de erro e hipocrisia
(v. 13), deve ser confrontado e repreendido (cf. 1 Tm 5.19). Isso, sem favoritismo; até mesmo uma pessoa de
destaque como o apóstolo Pedro, que foi grandemente usado por Deus, necessitou de uma repreensão corretiva
(vv. 11-17; cf. 1 Tm 5.20,21). As Escrituras indicam que Pedro reconheceu a sua falta e aceitou a repreensão de
Paulo, de modo humilde e arrependido. Posteriormente, ele refere-se a Paulo como "nosso amado irmão Paulo"
(2 Pe 3.15).

2.12 TEMENDO OS... DA CIRCUNCISÃO. Os "da circuncisão" eram cristãos judeus, principalmente da
igreja de Jerusalém, que criam que o sinal da circuncisão do AT era necessário a todos os crentes da Nova Aliança.
Ensinavam, ainda, que os crentes judaicos não deviam comer com crentes gentios não circuncidados e que não
observassem os costumes e as restrições sobre os alimentos dos judeus. Pedro, embora soubesse que Deus
aceitava os crentes gentios sem parcialidade (At 10.34,35), opôs-se a suas próprias convicções por medo das
críticas e da possível perda de autoridade na igreja judaica-cristã em Jerusalém. Seu afastamento da comunhão
com os crentes gentios, nas refeições, favoreceu a doutrina errônea de que havia dois corpos de Cristo, o judaico e
o gentio.

2.16 JUSTIFICADO... PELA FÉ. Paulo lida aqui com a questão de como o pecador poderá ser justificado,
i.e., perdoado dos seus pecados, aceito por Deus e ter um justo relacionamento com Ele. Isso acontece, não "pelas
obras da lei", mas mediante a fé viva em Cristo Jesus.

2.19 MORTO PARA A LEI. Ver Rm 7.4, nota sobre o significado de "morto para a lei"; Mt 5.17, nota sobre
o relacionamento entre o crente e a Lei.

2.20 ESTOU CRUCIFICADO COM CRISTO. Paulo descreve seu relacionamento com Cristo em termos de
união pessoal profunda com seu Senhor e de sua dependência dEle. Aqueles que têm fé em Cristo vivem uma vida
em comunhão íntima com Ele tanto na sua morte, como na sua ressurreição.

(1) Todos os crentes foram crucificados com Cristo na cruz. Morreram para a Lei como meio de salvação,
e agora vivem para Deus por meio de Cristo (v. 19). Por causa da salvação em Cristo, o pecado já não tem domínio
sobre eles (ver Rm 6.11, Rm 6.4,8,14; Gl 5.24; 6.14; Cl 2.12, 20).

(2) Nós, que fomos crucificados com Cristo, agora vivemos com Ele mediante sua vida ressurreta. Cristo e
a sua força habitam em nós, e se tornam o manancial de toda a nossa vida e o centro de todos os nossos
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pensamentos, palavras e ações (Jo 15.1-6; Ef 3.17). É mediante o Espírito Santo que a vida ressurreta de Cristo
continuamente nos é comunicada (Jo 16.13,14; Rm 8.10,11).

(3) Participamos da morte e ressurreição de Cristo pela fé, i.e., a crença, a confiança, o amor, a devoção
e a lealdade que temos no Filho de Deus que nos amou e se entregou por nós ( Jo 3.16). Esse viver pela fé pode ser
considerado como o viver pelo Espírito (3.3; 5.5; Rm 8.9-11).

2.21 A JUSTICA. O ensino de Paulo sobre a justificação (vv. 16,17) e sobre a justiça (v. 21) vai além de
uma mera declaração jurídica da parte de Deus. A justiça que vem pela fé envolve uma transformação moral da
pessoa (v. 19), a graça de Deus (v. 21) e um relacionamento com Cristo, mediante o qual compartilhamos da sua
vida ressurreta (v. 20). Esse conceito é confirmado em 3.21, onde Paulo deixa claro que a justiça que é pela fé em
Cristo, dá vida; vida esta que significa o recebimento do Espírito (3.2,3,14).

CAP.3.
3.2 RECEBESTES O ESPÍRITO PELA... FÉ? Paulo demonstra a superioridade da salvação pela graça
mediante a fé em Cristo sobre a tentativa de se obter a salvação mediante a obediência à lei. Mediante a fé em
Cristo recebemos o Espírito Santo e todas as suas bênçãos, inclusive o dom da vida eterna (vv. 2,3,5,14,21; 4.6).
Porém, a pessoa que depende da lei para obter a salvação não recebe o Espírito, nem a vida, porque a lei em si
mesma não pode outorgar a vida (v. 21).

3.5 O ESPÍRITO. As referências que Paulo faz ao Espírito Santo (vv.2,5,14; 4.6) incluem tanto o batismo
no Espírito Santo, quanto as operações especiais subseqüentes do Espírito (cf. At 1.4,5; 2.4; 8.14-17; 10.44-47;
11.16,17; 19.1-6; 1 Co 12.4-11). Isso é indicado:

(1)pelo uso do termo "milagres" (gr. dunamis), denotando que o apóstolo tem em mente as
manifestações carismáticas do Espírito e da sua vinda com "poder" (gr. dunamis) no Pentecoste (At 1.8; 2.1-4);

(2) pelo emprego dos gerúndios no original (verbos "dar" e "operar"), indicando a manifestação contínua
dos dons do Espírito.

(3) pelo uso da expressão "a promessa do Espírito" (v. 14), que é idêntica às palavras de Pedro em At
2.33 (cf. Lc 24.49; At 1.4).

(4) pela afirmação em 4.6, de que Deus não envia o Espírito Santo sobre o crente sem antes adotá-lo
como filho.
3.5 AQUELE... QUE OPERA MARAVILHAS. A obra divina que se processava nas igrejas dos gálatas incluía
milagres. Para Paulo, receber o Espírito Santo não era apenas uma operação invisível interior, mas uma
experiência que se manifestava com poder divino entre os crentes.

Os dons do Espírito eram normas determinantes para a presença e a autoridade do Espírito (cf. 1 Co 12-
14). A conversão e o batismo no Espírito Santo devem continuamente produzir milagres e demais manifestações
do Espírito Santo.

3.6 ISSO LHE FOI IMPUTADO COMO JUSTIÇA. Rm 4.5,22.

3.11 O JUSTO VIVERÁ DA FÉ. Paulo cita Hc 2.4 para ilustrar a justificação pela fé (Rm 1.17). Habacuque
enfatiza que quem é justificado pela fé possui a verdadeira justiça interior, pois ele contrasta o justo com o ímpio,
cuja alma "não é reta nele" (Hc 2.4). Sendo assim, Paulo cria que a justificação envolvia uma verdadeira justiça
interior mediante o Espírito Santo habitando na pessoa.

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3.14 A BÊNÇÃO DE ABRAÃO. O conteúdo da promessa de Deus a Abraão (v. 8) é definido como a
promessa do Espírito pela fé (cf. Lc 24.49; At 1.4,5). Receber o Espírito é ter a justiça, a vida e todas as bênçãos
espirituais (ver 3.5,4.6).

3.19 LOGO, PARA QUE É A LEI? A palavra traduzida "lei" (gr. nomos; hb. torah) significa "ensino" ou
"instrução". O termo lei pode referir-se aos Dez Mandamentos, ao Pentateuco ou a qualquer mandamento no AT.
O uso por Paulo da palavra "lei" pode incluir o sistema sacrificial do concerto mosaico. A respeito dessa lei, Paulo
declara várias coisas:

(1) Ela foi dada por Deus "por causa das transgressões", a fim de demonstrar que o pecado é a violação
da vontade de Deus, e despertar os homens a verem sua necessidade de misericórdia, graça e salvação de Deus
em Cristo (v. 24; cf. Rm 5.20; 8.2).

(2) Embora o mandamento fosse santo, bom e justo (Rm 7.12), era inadequado, porque não conseguia
transmitir vida espiritual nem força moral (3.21; Rm 8.3; Hb 7.18,19). (3) A lei funcionou como "aio" ou tutor do
povo de Deus até que viesse a salvação pela fé em Cristo (vv. 22-26). Nessa função, a lei revelou a vontade de
Deus para o comportamento do seu povo (Êx 19.4-6; 20.1-17; 21.1--24.8), proveu sacrifícios de sangue para cobrir
os pecados do seu povo (ver Lv 1.5; 16.33) e apontou para a morte expiatória de Cristo (Hb 9.14; 10.12-14). (4) A
lei foi dada para nos conduzir a Cristo a fim de sermos justificados pela fé (v. 24). Mas agora que Cristo já veio,
finda está a função da lei como supervisora (v.25).

Por isso, já não se deve buscar a salvação através das provisões do antigo concerto, nem pela obediência
às suas leis e ao seu sistema de sacrifícios. A salvação, agora, tem lugar de conformidade com as provisões no
novo concerto, a saber, a morte expiatória de Cristo, a sua ressurreição gloriosa e o privilégio subseqüente de
pertencer a Cristo (vv. 27-29; ver Mt 5.17)

3.28 NEM MACHO NEM FÊMEA. Paulo remove todas as distinções étnicas, raciais, nacionais, sociais e
sexuais, no que diz respeito ao nosso relacionamento espiritual com Jesus Cristo. Todos os que estão em Cristo
são igual-mente herdeiros da graça da vida (1 Pe 3.7), do Espírito prometido (v. 14; 4.6), e da restauração à
imagem de Deus (Cl 3.10,11). Por outro lado, dentro do contexto da igualdade espiritual, os homens permanecem
homens e as mulheres, mulheres (Gn 1.27). Os papéis que Deus lhes atribuiu no casamento e na sociedade
permanecem imutáveis (1 Pe 3.1-4; ver Ef 5.22,23; 1 Tm 2.13,15).

CAP.4.
4.2 TUTORES... DETERMINADO PELO PAI. A declaração feita por Paulo aqui, embora tenha sido feita
primeiramente para ilustrar a situação dos fiéis nos tempos da lei, indica que os pais piedosos normalmente
cuidavam da instrução e da educação dos seus filhos (ver Dt 6.7). Esta tarefa era executada em casa, diretamente,
ou colocando os filhos sob os cuidados de mestres piedosos escolhidos pelos pais. As Escrituras indicam
claramente que os pais devem fazer tudo quanto podem para assegurar aos filhos uma educação santa e cristã,
protegendo-os das filosofias ímpias e dos princípios antibíblicos do mundo (ver Lc 1.17).

4.6 O ESPÍRITO... QUE CLAMA: ABA, PAI. Uma das tarefas do Espírito Santo é criar no filho de Deus a
convicção da filiação e de amor filial que o leva a conhecer a Deus como Pai.

(1) O termo "Aba" é aramaico e significa "Pai". Era a palavra que Jesus empregava quando se referia ao
Pai celestial. A combinação da palavra aramaica Abba com a palavra grega que significa "Pai" (gr. pater), expressa
a grande intimidade, a profunda emoção, o anelo, o afeto e a confiança mediante os quais o Espírito Santo nos
leva a clamar a Deus (Mc 14.36; Rm 8.15,26,27). Dois sinais determinantes da obra do Espírito dentro de nós são
os nossos apelos espontâneos a Deus como "Pai" e a nossa obediência espontânea a Jesus como "Senhor" ( 1 Co
12.3).

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(2) Nesta passagem, Paulo teria em mente, sobretudo, o batismo no Espírito Santo e sua plenitude
contínua (cf. At 1.5; 2.4; Ef 5.18), pois define nossa filiação com Deus como a causa do envio do Espírito a nós por
já sermos "filhos" pela fé em Cristo. E Deus derrama o Espírito em nossos corações! A "adoção de filhos" (v. 5)
precede o envio do Espírito do Filho de Deus ( 3.5 ).

4.13 UMA TENTAÇÃO NA MINHA CARNE. Isso pode ter sido uma deficiência na vista (v. 15), malária, o
espinho na carne (2 Co 12.7), ou um defeito físico causado por apedrejamento. Seja o que for, deve ter sido
problema físico. Note que o crente fiel que está na vontade do Senhor, ativo no serviço cristão, etc., não é imune a
doenças, dores físicas ou fraquezas.

4.19 SINTO AS DORES DE PARTO. Sentir "dores de parto" (gr. odino) expressa a angústia, a aflição, a dor
e o anseio com que Paulo deseja a salvação dos gálatas que se alienaram de Cristo e que caíram da graça (5.4). Ele
os retrata como quem precisa de um segundo nascimento espiritual, e descreve-se a si mesmo como uma solícita
mãe que sofre de novo as dores de parto até que Cristo fosse neles formado.

4.22 ABRAÃO TEVE DOIS FILHOS. Paulo emprega uma ilustração para demonstrar a diferença entre o
antigo e o novo concerto. Agar representa o antigo concerto, firmado no monte Sinai (v. 25); os seus filhos vivem
agora sob esse concerto e nascem segundo a carne (v.23) não têm o Espírito Santo. Sara a outra esposa de Abraão,
representa o novo concerto; os seus filhos, i.e., os crentes em Cristo, têm o Espírito e são verdadeiros filhos de
Deus.

CAP.5.
5.4 DA GRAÇA TENDES CAÍDO. Alguns dos gálatas tinham substituído sua fé em Cristo pela fé na
obediência à lei (1.6,7; 5.3). Paulo declara que os tais caíram da graça. Cair da graça é estar alienado de Cristo (cf.
Jo 15.4-6) e abandonar o princípio da graça de Deus que nos traz vida e salvação. É anular a nossa associação com
Cristo e deixar de permanecer nEle (Jo 15.6, 2 Pe 2.15,20-22)

5.6 A FÉ QUE OPERA POR AMOR. A Bíblia afirma que a pessoa é salva pela fé (2.15,16; Rm 3.22; Ef 2.8,9).
(1) Neste trecho, Paulo define a natureza exata dessa fé. A fé salvífica é uma fé viva num Salvador vivo; fé esta tão
vital que não pode deixar de expressar-se em atos motivados pelo amor.

(2) A fé que deixa de amar e obedecer a Cristo verdadeiramente (cf. 1 Jo 2.3; 5.3), de demonstrar
interesse genuíno pela obra do reino de Deus (cf. Mt 12.28) e de claramente resistir ao pecado e ao mundo (vv.
16,17) não é fé salvífica (Tg 2.14-16).

5.7 IMPEDIDOS DE OBEDECER À VERDADE. O falso ensino, ou nega as verdades fundamentais da fé


cristã (ver 1.9 nota), ou declara que é necessário algo mais além do NT para o crente ser um cristão completo (cf.
1.6; 2.16; 5.2,6).

(1) Todo o ensino cristão deve ser averiguado pelo teste da verdade apostólica.

O ensino em evidência conforma-se com a mensagem original de Cristo e dos apóstolos conforme o NT?
(cf. 1.11,12; 2.1,2,7-9; ver Ef 2.20 nota). Devemos fazer as duas seguintes perguntas: Algum ensino omite parte da
mensagem apostólica? Ou acrescenta-lhe algo extra bíblico, embora reconhecendo a mensagem apostólica?

(2) Nunca devemos averiguar tais ensinos exclusivamente pelos nossos sentimentos, experiência,
resultados, milagres ou por aquilo que outras pessoas estão dizendo. O NT é o padrão supremo da verdade.

(3) Devemos acautelar-nos de qualquer ensino afirmando que as Escrituras já não são suficientes e que a
igreja precisa de erudição, ciência, filosofia e psicologia modernas, ou de novas revelações a fim de alcançar sua
maturidade em Cristo.

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5.13 CHAMADOS À LIBERDADE. Ver 2 Co 3.17, nota, sobre a liberdade cristã.

5.17 O ESPÍRITO... CONTRA A CARNE. O conflito espiritual interiormente no crente envolve a totalidade
da sua pessoa. Este conflito resulta ou numa completa submissão às más inclinações da "carne", o que significa
voltar ao domínio do pecado; ou numa plena submissão à vontade do Espírito Santo, continuando o crente sob o
senhorio de Cristo (v. 16; Rm 8.4-14). O campo de batalha está no próprio cristão, e o conflito continuará por toda
a vida terrena, visto que o crente por fim reinará com Cristo (Rm 7.7-25; 2 Tm 2.12; Ap 12.11; ver Ef 6.11).

5.21 NÃO HERDARÃO O REINO DE DEUS Embora Paulo afirme que é impossível herdar o reino de Deus
mediante a prática das obras da lei (2.16; 5.4), ensina também que a pessoa pode excluir-se do reino de Deus
envolvendo-se com práticas pecaminosas (ver 1 Co 6.9, Mt 25.41-46; Ef 5.7-11).

CAPÍTULO 06
6.1 ENCAMINHA O TAL. A palavra aqui traduzida "encaminhai" (gr. katartizo) é usada no NT com
referência ao conserto de rede de pesca (Mt 4.21), ou ao aperfeiçoamento do caráter humano (2 Co 13.11). Assim,
encaminhar, ou restaurar a pessoa, significa levá-la de volta ao verdadeiro arrependimento do pecado e à plena
dedicação a Cristo e aos seus caminhos. Isto pode envolver ação disciplinar (ver Mt 13.30) aplicada "com espírito
de mansidão".

(1) Paulo não está falando de pecados graves que envergonham publicamente a congregação (cf. 1 Co
5.5). Tais pecados poderão exigir uma exclusão temporária da comunhão até que haja restauração (1 Co 5.11).

(2) A restauração que Paulo menciona aqui não se refere à restauração às posições de liderança ou aos
cargos de ensino dentro da igreja. As qualificações e os padrões para os que querem servir no ministério pastoral
ultrapassam a situação espiritual normal do candidato. Requerem um estado anterior de fiel perseverança nos
princípios divinos de retidão como exemplo para todos os fiéis (1 Tm 4.12).

6.2 LEVAI AS CARGAS UNS DOS OUTROS. Levar as cargas uns dos outros inclui ajudar os necessitados em
tempos de enfermidade, tribulação e aperto financeiros. É possível que Paulo tivesse em mente o sustento de
missionários e mestres (ver v. 6 nota; cf. Rm 15.1; 1 Co 9.14). Carregar o fardo doutra pessoa é um trabalho de
ordem divina (Sl 55.22; 1 Pe 5.7).

6.6-10 REPARTA COM AQUELE. É dever de todos que recebem o ensino da Palavra de Deus ajudar a
sustentar materialmente àqueles que lhes ensinam a Palavra (1 Co 9.14; 1 Tm 5.18). Dentre os que são dignos
desse sustento estão os fiéis pastores, obreiros, mestres, evangelistas e missionários (1 Co 9.14; 3 Jo 6-8). Deixar
de prover seu sustento, quando há recursos disponíveis, é semear egoísmo na carne e ceifar a corrupção (vv. 7-9).
Dar àqueles que ministram a Palavra faz parte do cumprimento desta ordem: "fazei bem aos domésticos da fé" (v.
10); "porque a seu tempo ceifaremos" (v. 9), tanto o galardão (Mt 10.41,42) como a vida eterna (v. 8).

6.7 DEUS NÃO SE DEIXA ESCARNECER. Aqueles que afirmam ser nascidos de novo e seguidores de Cristo
e que têm o Espírito Santo (6.3), mas ao mesmo tempo deliberadamente semeiam na carne, i.e., satisfazendo seus
desejos pecaminosos (5.19-21), são culpados de zombar de Deus e de desprezá-Lo. Que ninguém se engane: tais
pessoas não ceifarão "a vida eterna", mas a "corrupção" (v. 8) e a morte eterna (Rm 6.20-23).

6.14 O MUNDO ESTÁ CRUCIFICADO PARA MIM. A cruz de Cristo, que representa a morte horrível que o
Salvador sofreu em prol da nossa salvação eterna, pas-sa agora a ser a barreira mediante a qual o mundo está
isolado de nós, e nós, do mundo. O "mundo" significa tudo quanto se opõe a Deus, ao seu reino e à sua justiça (cf.
4.3; 1 Co 2.12; 3.19; 1 Jo 2.15-17).

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(1) Os que fazem da cruz de Cristo a sua vida, a sua glória e o seu triunfo, já não estimam nem amam o
mundo com todos os padrões, valores, opiniões, honrarias e modos de vida por ele aceitos.

(2) Sermos crucificados com Cristo (2.20) inclui sermos crucificados para o mundo. Não há maneira de
compartilharmos da salvação e da glória da sua cruz, senão virar as costas a todos os prazeres mundanos, pois
estes desviam nosso coração de Cristo e da sua presença conosco.

6.16 ISRAEL DE DEUS. Este termo se refere a todo o povo de Deus debaixo do novo concerto, i.e., todos
os salvos, tanto judeus como gentios. Isto quer dizer que todos que pela "cruz de nosso Senhor Jesus Cristo" estão
crucificados para o mundo (v. 14) e se tornam "nova criatura" (v. 15), constituem-se no verdadeiro "Israel de
Deus" (cf. Rm 2.28,29; 9.7,8; Ef 2.14-22; Fp 3.3; 1 Pe 2.9).

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