Slides de Aula - Unidade I
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Ciência Política
Zigmunt Bauman, “Em Busca da Política”, expõe o absurdo de nossa vida social
baseada em crenças contraditórias: 1. Na liberdade acima de tudo; 2. e daí na
inércia estrutural, pois liberdade para quê, se “as coisas são como são”!?
O problema maior é que se comuns são alguns, não há comunicação que unifique.
Claval está sempre à procura dos “aspectos concretos da vida social, pela
articulação espacial dos grupos, pelas redes que os unem, pelas fronteiras que os
separam, pelos domínios por onde se estendem” (CLAVAL, 1979, p. 7).
Então, surge a questão: como ser povo além da artificialidade de nação? Para ele:
o poder surge, assim, como um elemento de explicação indispensável, que é,
porém, mais invocado do que analisado: denunciam-se os
modelos clássicos de equilíbrio para ressaltar a existência
de conflitos e tensões onde antes só se viam harmonia e
entendimento (CLAVAL, 1979, p. 7).
1. A política, o que é, como acontece e o porquê
Para Giannotti (2014, p. 4), “a política é muito mais que disputa pelo poder”. Afirma
que “disputa é entendida de diversas maneiras, mas, tanto à esquerda como à
direita, principalmente como contradição”.
Definir ciência política é entrar no plano do pensamento sobre a política que vimos
na prática; é preciso, então, trazê-la, como ação, viva e histórica.
Ou melhor:
As buscas cotidianas dependem de disposições concretas, podendo tanto perder
potência no senso comum, quanto poderem alcançar um nível colaborativo.
Matheus Passos (2017) define esse nível dos fatos com tudo o que é ligado à cidade,
ao urbano, ao civil, ao público e que é pertinente às dinâmicas sociais. É a arte do
governo de uma maneira geral, assemelhando-se à política no plano da existência do
modo como destacamos há pouco. Já no sentido estrito, a política remete aos termos
de referência polis e Estado, isto é, política institucional, profissional.
Ambos os planos baseiam-se em relações de poder, agentes atuando e afetando-se
mutuamente, seja no plano da vida social prática, seja nas relações com o Estado.
E, mesmo soando de modo óbvio, o saber sobre a política,
tanto o clássico como o contemporâneo, é bastante
politizado, pois pensa com propósito, é político, representa
setores da sociedade, é motivado por ideias. Por isso,
greves, manifestações e atos políticos em geral, devem
causar comoção e interferir na vida social em geral; por
definição.
2. Ciência do poder e da política
A política pode ser tomada em dois planos, mas nos interessa, agora, considerá-la
sob a ótica da unidade. Assim, as práticas individuais e sociais (as ações e os
“fatos”) sofreriam transformações com os impactos do campo jurídico-institucional,
adaptando-se a estes ao mesmo tempo em que os fosse criando (claro que isso é
mais verdadeiro para aqueles mais próximos do poder decisório).
De qualquer forma, os planos do comportamento e das instituições seriam
complementares e mutuamente conversíveis, tornando-se necessário explicar
como a vida comum se formaliza, institucionaliza, como ela se mundaniza ao
pautar, ao determinar as ações individuais.
Na unidade da ação, estariam o indivíduo e as
estruturas conceituais e teóricas formalizadas como
instituições (campo contratual, para os contratualistas).
Tal unidade é a saída para que o pensamento científico
dê conta da diversidade humana.
2. Ciência do poder e da política
Para Dahl (1988, p. 70-1), as classificações de Weber (que limitou sua atenção aos
sistemas em que o governo era aceito como legítimo, cujos líderes desses sistemas
poderiam defender sua legitimidade perante os membros, que lhes aceitariam com
base em três critérios: 1. Tradição; 2. Qualidades pessoais excepcionais; 3.
Legalidade) e de Aristóteles (com base no critério de governo: se de “interesse
comum” ou de “interesse próprio”) foram quase postas de lado pelas novas
tipologias da análise política.
3. O fenômeno político: poderes, contratos, regras e normas
Alguns estudiosos sugerem que os sistemas políticos podem ser classificados como
autocráticos, republicanos ou totalitários; outros, como sistemas de mobilização,
teocráticos, burocráticos ou de reconciliação; outros, ainda, como oligarquias
modernizadoras, totalitárias, tradicionais e tradicionalistas, além de democracias
tutelares e políticas, ou então como sistemas anglo-norte-americanos, europeus,
pré-industriais ou parcialmente industriais e totalitários; como sistemas políticos
primitivos, impérios patrimoniais, impérios nômades ou de conquista, cidades-Estado,
sistemas feudais, impérios burocráticos centralizados e sociedades modernas
(democráticas, autocráticas, totalitárias e “subdesenvolvidas”) (DAHL, 1988, p. 71).
E continua expondo os problemas advindos da explosão de
informações, bem como as soluções combinatórias da
informática... (DAHL, 1988, p. 71).
Interatividade
“À base do critério histórico, a tipologia mais corrente e mais acreditada junto aos
historiadores das instituições é a que propõe a seguinte sequência: Estado feudal,
Estado estamental, Estado absoluto, Estado representativo”
(BOBBIO, 1994, p. 114).