Aula 01

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CEDERJ – CENTRO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR A DISTÂNCIA

DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

(MATERIAL DIDÁTICO IMPRESSO)

Curso: Engenharia da Produção Disciplina: Engenharia Econômica

Aula 1 – Introdução à Matemática Financeira: juros e fluxo de caixa

Meta

Introduzir os conceitos básicos de juros e fluxo de caixa.

Objetivos

1. Identificar a nomenclatura utilizada na matemática financeira.


2. Identificar o conceito de taxa de juros e fluxo de caixa.
3. Reconhecer a importância da taxa de juros nas transações financeiras.
4. Calcular taxas de juros em diferentes situações apresentadas.
5. Representar graficamente um fluxo de caixa.

Pré-requisitos: Antes de começar essa aula separe calculadora científica, régua, lápis e
borracha, pois esse material será útil não só nesta, mas em todas as aulas dessa
disciplina.
1. Introdução

Prezado aluno, antes de iniciarmos o estudo da matemática financeira sugiro


que, primeiro, façamos algumas reflexões sobre situações cotidianas como
empréstimos bancários, realização de compras a prazo, parcelamento do cartão de
crédito, etc.

Figura 1.1 No dia a dia estamos realizando muitos gastos que, nem sempre, fazem
parte do planejamento das despesas da família e para os quais nem sempre temos
dinheiro para pagar. Um lanche no shopping ao final do dia, uma peça nova de roupa,
um chopp com os amigos no fim de semana, um presente para alguém querido...
Enfim, diversos gastos que nem sempre são tão necessários e que podem
comprometer nossa capacidade de pagamento e de compras futuras. Devemos ficar
atentos à necessidade de comprar e a possibilidade de pagamento das compras,
considerando ainda que o pagamento dessas compras pode inviabilizar a execução de
projetos de longo prazo na sua vida, pois os gastos transformam-se em dívidas e
dependerão de empréstimos e financiamentos para serem quitadas.

Quando observamos essas situações podemos identificar diferentes momentos:


os que ocorrem quando o tomador dos recursos recebe o dinheiro, o bem ou o
parcelamento da dívida do cartão e aqueles momentos em que o mesmo (tomador)
deve fazer o pagamento do dinheiro recebido, do bem adquirido ou da parcela do
cartão de crédito.
Essas operações indicam que podemos fazer uso do recurso financeiro em
determinado momento, ainda que não tenhamos a disponibilidade do mesmo (ou seja,
o dinheiro no bolso, na conta corrente, na conta poupança, etc.). Então, pode-se
acabar pensando: “Oba! Posso gastar mesmo sem ter o dinheiro na hora”. Porém,
deve-se ter cuidado com essa interpretação, já que, conforme será discutido ao longo
da disciplina, essas transações envolvem dois fatores importantes: o tempo e os juros.
Vejamos um exemplo prático para ilustrar melhor nosso tema.

Exemplo 1.1: João precisava atender uma necessidade financeira e recorreu a um


empréstimo bancário. Solicitou ao gerente um empréstimo no valor de $10.000, que
deveria, segundo o gerente, ser quitado ao final de 6 meses em parcela única de
$12.000.

Nota-se que, nesse caso, o tempo envolvido na transação foi de 6 meses e que João,
apesar de receber a quantia de $10.000 no ato do empréstimo se comprometeu a
pagar $12.000, valor maior do que o recebido. Fica claro que a quantia paga por João
repõe o valor recebido ($10.000) acrescido de $2.000, sendo esses $2.000
considerados uma remuneração paga ao banco, que abriu mão do recurso por um
período (6 meses) para possibilitar o uso desse recurso por terceiros (no caso, o João).

Outra situação cotidiana refere-se ao planejamento feito pelas pessoas com


intuito de programar compras e realizar investimentos futuros. Ao contrário do
raciocínio anterior, nessa situação as pessoas dispõem do recurso financeiro no
presente para realizar compras e pagamentos no futuro, ou seja, elas abrem mão do
consumo presente para consumirem no futuro.
Exemplo 1.2: O João pretende comprar uma motocicleta daqui a 12 meses e começa, a
partir de agora, a depositar mensalmente uma quantia fixa em sua caderneta de
poupança. Nessa situação, o João deixa de consumir no presente, para consumir no
futuro, estando envolvidos novamente na transação os fatores tempo e juros.

Resumindo, no dia-a-dia são realizadas, por pessoas físicas e jurídicas,


transações comerciais e financeiras que tomam por base os conceitos da matemática
financeira, permitindo que necessidades (aquisição de bens e serviços, pagamento de
dívidas, entre outros) e objetivos comerciais (obtenção do lucro) sejam atendidos.
Para que possamos entender melhor o funcionamento dessas operações e a
importância dos juros e do tempo nas mesmas faz-se necessário o conhecimento de
alguns conceitos. Esses conceitos serão trabalhados nesse capítulo, juntamente com a
nomenclatura adotada na matemática financeira.

No Site http://www.vidaedinheiro.gov.br/, do Governo Federal, você encontra a


Estratégia Nacional de Educação Financeira – ENEF – que é uma mobilização
multisetorial em torno da promoção de ações de educação financeira no Brasil. O
objetivo da ENEF, criada através do Decreto Federal 7.397/2010, é contribuir para o
fortalecimento da cidadania ao fornecer e apoiar ações que ajudem a população a
tomar decisões financeiras mais autônomas e conscientes.
O tema também foi discutido na Semana Nacional de Educação Financeira. Confira a
entrevista da diretora do Departamento de Educação Financeira, do Banco Central,
Elvira Cruvinel, em 12 de maio de 2014.
https://www.youtube.com/watch?v=s2nvGdAs-B4

2. Trabalhando os conceitos básicos:

Juro ou Juros (J):

Define-se juro como o valor pago pelo uso do dinheiro que se toma
emprestado, ou seja, é o valor pago por se utilizar dinheiro de terceiros. Do outro lado
o juro é a remuneração recebida pelo dinheiro que se empresta a terceiros.
No exemplo prático 1.1, sabe-se que o valor do juro pago por João ao banco é
de $2.000, sendo para João o custo e para o banco o lucro embutido na transação.

Tempo (n):
O conceito de juros deve estar associado a um período, podendo ser ao dia, ao
mês, ao ano, ao semestre, etc.
Principal (P):
Nome dado aos recursos ou capital desembolsado no início de um
investimento.
No exemplo 1.1, o valor principal seria de $10.000, sendo P = 10.000.

Montante (S):
Valor pago pelo tomador de capital ao final da operação, sendo igual ao valor
do capital (P) emprestado mais a parcela de juros (J) pagos.

S=P+J

No exemplo prático 1.1, o montante é de $12.000, já que:

S = 10.000 + 2.000

Atividade 1 – Atende ao objetivo 1.


Identifique, no texto abaixo, os conceitos: Principal (P), Montante (S) e Juros (J).

“A cada dia está ficando mais caro fazer empréstimos ou comprar a prazo no Brasil.
Mesmo que o valor recebido inicialmente pelo tomador do empréstimo seja pequeno,
o valor final pago pelo mesmo ao “dono do capital” está cada vez maior, pois a parcela
paga pelo uso desse capital está cada vez maior.
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Resposta comentada
Com base nas definições já apresentadas:
Principal (P): “valor recebido inicialmente pelo tomador do empréstimo"
Montante (S): “valor final pago ao dono do capital"
Juro (J): “parcela paga pelo uso do capital"
Atividade 2 – Atende ao objetivo 1
Considere a seguinte situação:
Marina decidiu adquirir um “aparelho de televisão para presentear seu pai. Ao
procurar uma loja, encontrou as seguintes condições de compra do aparelho: para
pagamento à vista $ 1.300,00 e para pagamento a prazo seriam 12 parcelas iguais de $
187,00.

Avaliando a situação apresentada, responda:


a) Identifique qual é o montante da transação caso Marina faça a opção por
comprar a prazo.

b) Identifique a parcela de Juros incluída nessa transação.

Resposta comentada
a) Sabendo-se que o Montante se refere ao valor total pago, nesse caso, pelo
comprador da televisão ao final da operação tem-se que:
Se a televisão for comprada em 12 parcelas de $187,00, o montante será igual a:

S = 12 x 187,00 = $ 2.244,00

b) Sabendo-se que o Montante (S) é igual a soma do valor principal (P) com a parcela
de Juro (J), tem-se que:

S = P + J,
Rearranjando a equação, temos:
J = S – P,
Sendo, para o problema proposto,
J = 2.244,00 – 1.300,00
J = $ 944,00.

Taxa de Juros (i):

O cálculo do valor pago pelo uso do dinheiro se dá por meio da taxa de juros,
definida por alguns autores como o “preço” do dinheiro cobrado por aqueles que
emprestam e também o preço pago por aqueles que tomam os empréstimos.
Conforme já apresentado, a ocorrência das transações depende da existência
de pessoas (físicas ou jurídicas) dispostas a abrir mão do consumo no presente para
dispor do dinheiro no futuro em troca de pagamento monetário
(credores/investidores) e da existência de pessoas (físicas ou jurídicas) dispostas a
antecipar o consumo com recursos de terceiros e dispostas a pagar por isso
(devedores).
Aqueles que emprestam recursos devem avaliar se o preço pago pelo tomador
compensa: os riscos (possibilidade do tomador não realizar o pagamento do valor
devido), as despesas operacionais, o lucro que está disposto a receber, entre outros.
Quanto maior for o valor recebido maior tende a ser a rentabilidade da operação e
maior a disposição a emprestar.
Quanto àqueles que tomam os recursos emprestados, a decisão de aceitar o
valor cobrado depende da necessidade a ser atendida naquele momento. Os que têm
necessidades urgentes normalmente aceitam as condições oferecidas pelos agentes
financeiros, mesmo que tenham que pagar valores abusivos. Já aqueles que podem
aguardar para realizar a compra ou o pagamento num momento futuro têm a
possibilidade de negociar ou aguardar melhores condições quanto a taxa de juros,
prazos, custos da operação (tarifas, impostos), etc.
A taxa de juros é a razão entre os juros recebidos (ou pagos) no final de um
certo período de tempo e o capital inicialmente aplicado (ou emprestado), sendo
(Vieira, 2000):

i = J/P,

Onde:
i = taxa de juros,
J = valor dos juros,
P = valor emprestado (capital ou principal).

Exemplo 1.3: Retornando à operação apresentada no exemplo 1.1: João precisava


atender uma necessidade financeira e recorreu a um empréstimo bancário. Solicitou
ao gerente um empréstimo no valor de $10.000, que deveria, segundo o gerente, ser
quitado ao final de 6 meses em parcela única de $12.000. Pode-se agora, calcular a
taxa de juros paga por João ao banco.

Primeiro, calcula-se os juros:


J=S–P
J = 12.000 – 10.000
J = 2.000.

Com base no valor pago de juros, pode-se calcular a taxa de juros:

i = 2.000/10.000
i = 0,2 ou 20 % ao semestre.

A taxa de juros paga por João na operação contratada com o banco foi de 20%
ao semestre. Como pode ser observada, uma novidade foi introduzida na resposta do
exercício: ao semestre, indicando o período associado à transação.
Passe, a partir de agora, a observar com mais atenção as notícias veiculadas
sobre o comportamento das taxas de juros e seu impacto nos preços dos empréstimos,
dos financiamentos... Pense no impacto que ela tem na sua vida, nas suas decisões de
consumo/investimento e de sua família. Pense, por exemplo, que a elevação da taxa
de juros (“preço do dinheiro”) no mercado financeiro faz com que as compras feitas a
prazo ou os empréstimos feitos junto às instituições financeiras também fiquem mais
caros. Ao contrário, ao cobrarem taxas de juros mais baixas as instituições financeiras
emprestam dinheiro a um preço mais baixo.
Suponha que você queira comprar um carro para se deslocar entre seus
compromissos, mas não dispõe da quantia em dinheiro para fazer a compra à vista. A
decisão de comprar o veículo dependerá, então, da obtenção de um financiamento
para realizar a compra. A instituição financeira estará disposta a fazer o financiamento
caso você esteja disposto a pagar por ele, através do pagamento de taxa de juros sobre
o valor financiado. Quanto maior for a taxa de juros maior será o valor das prestações
a serem pagas e menor será sua renda disponível para gastar com suas outras
despesas.

ATIVIDADE 2 – Essas atividades têm como objetivo fixar os conceitos apresentados e


exercitar o cálculo da taxa de juros.

a) Calcule a taxa de juros embutida na seguinte operação: Joana solicitou um


empréstimo de $ 3.500,00 a ser pago em um única parcela após 3 meses. O valor a ser
pago é de $ 4.800,00.

b) O valor dos juros pagos em uma transação foi de $ 7.800,00 para a retirada de um
empréstimo de $ 32.000,00 a ser pago ao final de 12 meses. Calcule o Montante pago
pelo tomador de empréstimo ao final da operação e a taxa de juros da operação.
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Respostas:

a) Sendo o montante pago de $ 4.800,00 e o valor Principal de $ 3.500,00, tem-se o


juros de J = 4.800 – 3.500 = 1.300,00.
i = 1.300/3.500 = 0,3714 ou 37,1% ao trimestre.

b) Para o cálculo do Montante (S):


S=P+J
S = 32.000 + 7.800,00
S = $ 39.800,00

i = 7.800/32.000
i = 0,24375 ou 24,4% ao ano.

Fluxo de Caixa:

Denomina-se fluxo de caixa qualquer sucessão de pagamentos e/ou


recebimentos de uma empresa ou indivíduo. Ná prática, o fluxo de caixa serve para
que possamos representar as séries de pagamentos e recebimentos realizados em
operações de compra e venda ou financeiras.
Eles podem ser feitos em forma de tabelas ou de diagramas, favorecendo muito
o entendimento das situações que envolvem pagamentos e recebimentos.
Veja um esboço de um fluxo de caixa:

De maneira geral, seguem-se as seguintes padronizações:

• No momento 0 (zero) registra-se a saída de recursos com uma seta para baixo
e/ou uma entrada de recursos com uma seta para cima.
• Em cada período devem ser registradas as entradas (setas para cima) ou saídas
(setas para baixo) de recursos para o período.
• Os fluxos de caixa podem representar operações em períodos de tempo: diário,
mensal, semestral, anual, etc.
• Podem ser representados os valores de entradas e saídas no mesmo período
ou o resultado entre entradas e saídas no mesmo período.
• Os fluxos de caixa devem representar a situação daquele que está fazendo o
registro, por exemplo, se quem faz a análise é o tomador do recurso haverá, no
início, entrada de recursos e nos demais períodos saídas de recurso.
Se a análise é feita por quem emprestou o recurso haverá, no início, saída de
recursos e nos demais períodos entradas de recurso

A princípio, neste curso, para facilitar o entendimento do conteúdo, será


adotada a forma de diagrama para os fluxos de caixa.
Exemplo 1.4:
Retornando à operação apresentada no exemplo 1.1: João precisava atender uma
necessidade financeira e recorreu a um empréstimo bancário. Solicitou ao gerente um
empréstimo no valor de $10.000, que deveria, segundo o gerente, ser quitado ao final
de 6 meses em parcela única de $12.000.
Para que seja elaborado o fluxo de caixa que perceberá melhor visualização da
situação apresentada devem ser observados o tempo (prazo), os valores e a forma de
pagamento definida na operação.
Fluxo de Caixa do João:

Fluxo de Caixa da Instituição Bancária:


Como pode ser observado para esse exemplo, constam no fluxo de caixa de
João o recebimento do empréstimo no momento 0 no valor de $10.000 (seta para
cima) e o desembolso no 6 mês de $12.000 (seta para baixo). Não constam
pagamentos e/ ou recebimentos nos meses 1, 2, 3, 4 ou 5 pois os mesmos não
ocorreram na transação, já que o pagamento foi feito de uma única vez.
No fluxo de caixa da instituição bancária ocorre a situação inversa, já que no
momento 0 a instituição desembolsou $10.000 (seta para baixo) e ao final do 6 mês ela
recebeu $12.000 (seta para cima).

Exemplo 1.5:

Manuela precisou de dinheiro para quitar um tratamento médico realizado


pelo seu filho. Para tanto, teve que realizar um empréstimo junto a uma instituição
bancária no valor de $ 2.000, que seria pago em 5 parcelas de $ 452,00.

Fluxo de caixa da Manuela


Fluxo de caixa da Instituição Bancária

Nesse caso, para Manuela, no momento 0 (momento em que ela recebeu o


valor do empréstimo) tem-se a entrada de $2.000,00 (seta para cima) e nos 5 meses
seguintes tem-se o desembolso de $452,00 (seta para baixo), já que nesses meses
deverão ser pagas as parcelas referentes ao empréstimo feito.
No caso da instituição bancária ocorre a situação oposta. No momento 0 tem-
se a saída de $2.000,00 (seta para baixo) e nos 5 meses seguintes tem-se a
entrada de $452,00, já que Manuela deve pagar nesses meses o pagamento pelo
crédito tomado.

ATIVIDADE 3 – O objetivo dessa atividade é fixar o conceito de fluxo de caixa.

Érika decidiu reformar sua casa e, para isso, precisou recorrer a um empréstimo
bancário. Após analisar as taxas de juros ela optou por um banco e fez a seguinte
operação: tomou um empréstimo de $15.000,00 a ser pago em 10 parcelas mensais de
$1.785,00. Represente em um fluxo de caixa (diagrama) a operação realizada por Érika.
Faça os fluxos para Érika e para a Instituição Bancária.
Resposta:

Fluxo de Caixa da Érika.

Fluxo de Caixa do Banco:

ATIVIDADES FINAIS
Prezado aluno, espero que você tenha entendido as lições passadas nessa aula. Essas
atividades têm como objetivo favorecer o entendimento dos conceitos ministrados e
estimular seu raciocínio na aplicação dos mesmos.
1) Analise a seguinte situação e responda às questões apresentadas:
“Lucas decidiu adquirir uma nova máquina para sua padaria mas não possuía recursos
próprios para isso. Decidiu então, procurar um financiamento bancário. O valor do
financiamento foi de $4.500,00 (valor da aquisição da máquina mais a instalação da
mesma) e Lucas deveria pagá-lo em 10 parcelas mensais de $487,00.”

Resolva:
a) Qual é o valor Principal da transação?
b) Qual é o Montante da transação?
c) Qual é o valor dos juros pagos na operação?
d) Qual é a taxa de juros embutida na transação?
e) Represente a operação bancária realizada por Lucas por meio do fluxo de caixa
(diagrama)

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Respostas
a) O valor principal nesse caso é o valor recebido por Lucas na realização do
empréstimo, ou seja, $4.500,00.

b) O montante é o valor total pago ao final da operação. Sendo o empréstimo pago em


10 parcelas de $ 487,00, o montante seria calculado:
S = 487,00 x 10 = 4.870,00
O valor total pago por Lucas, incluindo o valor pego emprestado mais os juros é de
$4.870,00 sendo, portanto, o custo da nova máquina para seu negócio.

c) O valor dos juros seria dado por:


J=S–P
J = 4.870,00 – 4.500,00
J = 387,00
Lucas deverá pagar ao final da transação juros de $387,00.

d) A taxa de juros é dada pela razão entre o Juros e o Principal, sendo:


i = J/P
i = 387/4.500
i = 0,086 ou 8,6%
e) Fluxo de caixa para Lucas

Fluxo de Caixa para o Banco

2) Represente o Fluxo de caixa da Ana para a seguinte situação:


Ana pretende se casar daqui a 9 meses e quer fazer uma festa. Para tanto, ela deve
fazer uma poupança mensal até o casamento, depositando o valor de 350,00. Assim,
dada a taxa de juros vigente, ela poderá receber na data do casamento um valor de $
4.200,00.
Resposta

Fluxo de caixa para Ana

Como a Ana vai se casar dentro de 9 meses seu fluxo de caixa deverá
desembolsar o primeiro depósito no momento 0 e os demais sucessivamente até o
mês 8, totalizando 9 depósitos. Ao final do 9 mês será retirado por Ana o valor de
$4.200,00, para que ela possa realizar o pagamento de sua festa.

3) Uma loja de departamentos está anunciando uma promoção com redução dos juros
em toda linha de aparelhos celulares. Uma das ofertas mais atraentes foi escolhida por
Nilo, que comprou um celular pagando $100 de entrada + 9 parcelas mensais de 87,00.
À vista o aparelho custaria $720,00. Calcule, nesta transação realizada por Nilo, o valor
dos juros pagos.

Resposta:
Para se calcular os juros (J) deve-se aplicar a seguinte fórmula:
J=S–P
Nesse caso, o P = $720,00
e o S = 100,00 + 9 x 87,00
S = $883,00
Substituindo-se tem-se que:
J = 883,00 – 720,00
J = $163,00
RESUMINDO
Prezado aluno, no geral vimos nesse capítulo que para que as transações
financeiras possam ocorrer muitas vezes faz-se necessária a existência de pessoas
dispostas a abrir mão do consumo presente para emprestar seus recursos a terceiros
(recebendo os juros) e a existência de pessoas dispostas a antecipar seu consumo
utilizando recursos de terceiros (pagando juros pelos mesmos).
Nesse contexto, introduz-se nessas operações o fator tempo e o fator juros,
demandando o estudo de ferramentas da matemática financeira (e da engenharia
econômica) para possibilitar análises custo-benefício e a avaliação do valor do dinheiro
no tempo.
Os conceitos apresentados possibilitam o entendimento inicial dessas
operações, sendo nos capítulos posteriores muito importantes para o entendimento
dos demais conteúdos.

3. Referências Bibliográficas:
Sobrinho, J. D. V. Matemática Financeira. São Paulo: Atlas, 2000.
CEDERJ – CENTRO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR A DISTÂNCIA

DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Curso: Engenharia da Produção Disciplina: Engenharia Econômica

Aula 2 – Juros Simples e Juros Compostos

Meta

Introduzir os conceitos básicos de juros simples e juros compostos, além de sua


aplicação.

Objetivos

1. Identificar os conceitos de juros simples e juros compostos.


2. Reconhecer a diferença entre o efeito dos juros simples e dos juros compostos no
fluxo de caixa.
3. Calcular taxa de juros, montante, tempo de aplicação do capital e principal em
diferentes situações apresentadas.
4. Representar operações de crédito no fluxo de caixa.

Pré-requisitos: Antes de começar essa aula separe calculadora científica, régua, lápis e
borracha, pois esse material será útil não só nesta, mas em todas as aulas dessa
disciplina. Reflita ainda sobre os conceitos apresentados na aula anterior, pois esses
são fundamentais para o entendimento dos conceitos da aula de hoje. Caso haja
dúvidas, releia o material, refaça os exercícios e procure a tutoria.
1. Introdução

Prezados alunos, em nossa primeira aula aprendemos sobre juros e


entendemos que o dinheiro tem um “preço”. Ao tomar um empréstimo ou
comprar algo pagando a prazo, por exemplo, temos que pagar, ao final da
operação, o valor tomado emprestado ou do bem adquirido acrescido juros,
considerado o “preço” pago pela utilização de recursos de terceiros (ou recebido
por tê-lo cedido a terceiros).
Resolvemos ainda alguns problemas para os quais calculamos juros, taxa de
juros, montante e principal. Esses exercícios nos permitiram entender que as
operações de crédito envolvem juros e que, o ato de tomar dinheiro emprestado
ou emprestar dinheiro, acarreta em custos/renda para o tomador/fornecedor de
crédito.
Esses conceitos serviram para introduzir o conceito e a importância dos juros
em nossa vida e agora serão incrementados para que possamos entender sua
aplicação nas operações de crédito realizadas no cotidiano das famílias e das
empresas.
Na aula de hoje vamos aprender que existem juros simples e juros compostos,
e que a adoção de um ou do outro nas operações de crédito determinam o valor
pago pelo tomador e recebido pelo credor.

BOX – O planejamento da vida financeira é de fundamental importância para que as


famílias possam manter sua qualidade de vida. Veja algumas informações sobre
operações de crédito e inadimplência:
Segundo o Banco Central do Brasil “chama-se de operação de crédito o contrato
realizado entre um consumidor (denominado tomador ou devedor) e uma instituição
financeira (denominada credora), que coloca à disposição do tomador determinado
montante de recursos financeiros, comprometendo-se o tomador a devolver esses
recursos em um determinado prazo, acrescido de juros. As operações de crédito
dividem-se, no meio bancário, entre operações de financiamento e de empréstimo.
Nas operações de financiamento, os recursos financeiros possuem uma destinação
específica, como, por exemplo, os financiamentos para aquisição de bens de
consumo duráveis (veículos, equipamentos), os financiamentos imobiliários, os
financiamentos rurais etc. Já nas operações de empréstimo, não é estipulada uma
finalidade específica para os recursos, como, por exemplo, nos empréstimos pessoais
(crédito direto ao consumidor – CDC, empréstimo consignado, cheque especial etc.).”
Muitas pessoas contraem dívidas mas, por diversos motivos (mal
planejamento da vida financeira, doença na família, perda do emprego, etc.), não
conseguem quitá-las, tornando-se inadimplentes. Segundo o SERASA Experian,
inadimplentes são aquelas pessoas que têm dívidas com mais de 90 dias de atraso no
pagamento. O inadimplente pode ter seu nome incluído nos órgãos de proteção ao
crédito, como o SPC (Serviço de Proteção ao Crédito) e SERASA, o que impede que
outras empresas que façam consultas à essas bases de dados lhe concedam crédito.

Um estudo do SERASA, com dados de 2014, mapeou a inadimplência no


Brasil, considerando devedores há mais de 90 dias com dívidas de valores acima de
R$200,00. Segundo o estudo, a região com maior proporção de inadimplentes é a
Norte, com 31,1% da população inadimplente. As outras regiões apresentaram, no
referido ano, inadimplência média de 24,2%.

O planejamento dos gastos individuais e familiares é imprescindível para


evitar a inadimplência e problemas de acesso ao crédito, além do pagamento de
juros que incidem sobre os valores atrasados elevando ainda mais o valor da dívida.

2. Juros Simples

Juros simples são aqueles que incidem apenas sobre o capital inicial, não incidindo
sobre os juros do(s) período(s) anterior(es).

O cálculo dos juros simples é simples. Como a taxa de juros incide, em todos os
períodos, apenas sobre o valor principal, o valor pago de juros vai ser igual em todos os
períodos.

J= P x i x n

Onde J = juros, P = principal ou valor atual, i = taxa de juros, n = prazo. Essa notação
e conceitos foram apresentados na aula anterior. Caso necessite, revise-os.
Para melhor entendimento do conceito de juros simples observe a tabela
apresentada a seguir, que mostra a resolução do seguinte problema:

Exemplo: 2.1 Qual será o juro pago por Maria ao tomar emprestado um valor de
$1.000,00, a uma taxa de 3% ao mês para pagamento ao final do prazo de 4 meses.
Considere juros simples na operação.

Período Principal ($) Saldo Cálculo de Juros Valor total


devedor ($) da dívida
(mês) da operação ($)
(3) (5)
(1) (2) (4)

0 1.000,00 1.000,00

1 1.000,00 1.000 x 0,03 = 30,00 1.030,00

2 1.030,00 1.000 x 0,03 =30,00 1.060,00

3 1.060,00 1.000 x 0,03 =30,00 1.090,00

4 1.090,00 1.000 x 0,03 = 30,00 1.120,00

A operação apresentada indica que, no momento zero, ou seja, no dia do


empréstimo, Maria pegou $1.000,00 e esse era seu saldo devedor. À medida que os
meses foram passando, foram incidindo juros sobre esse valor principal ($1.000),
aumentando a dívida de Maria.

Podemos perceber que a taxa de juros (3%) incide apenas sobre o principal ($
1.000,00 – coluna 4), e não sobre o saldo devedor, que seria o valor dos juros mais o
principal até o período analisado (coluna 3). O valor do juro da operação foi igual a
$120,00, sendo a diferença entre $1.120,00 (montante) e o valor principal $1.000,00.

O cálculo através da fórmula pode ser feito da seguinte forma:

J=Pxixn

J = 1.000 x 0,03 x 4

J = $120,00
Exemplo 2.2 – Marina precisa fazer um pagamento hoje mas, devido ao seu contrato
de trabalho, só receberá daqui a 5 meses o pagamento por seu trabalho, uma quantia
de $3.500,00. Ela recorreu a um banco para fazer um empréstimo e conseguir realizar
o pagamento. A taxa de juros cobrada pelo banco será de 3% a.m. Sob essas
condições, calcule qual valor Marina poderá tomar de empréstimo hoje.

S = P (1+ i x n)
P = S/(1+ i x n)
P = 3.500,00/1,15
P = 3.043,48

Resposta: Nas condições apresentadas, Marina poderia tomar $3.043,48


emprestado hoje.

Exemplo 2.3 João adquiriu um empréstimo de $10.000,00, pelo prazo de 5 meses.


Nessa operação será cobrada uma taxa de juros de 3% ao mês. Qual será o valor de
juros pago por João nessa operação?

J=Pxixn

J = 10.000,00 x 0,03 x 5

J = 1.500,00

Resposta: João pagará $1.500,00 de juros.

Já sabemos que a taxa de juros paga por João foi de 3% a.m. Apenas para exercitar,
vamos supor que João não a conheça (taxa de juros) e deseje saber qual é a taxa de
juros incidente sobre um empréstimo que lhe foi oferecido, no qual ele tomaria
$10.000,00 e pagaria, no prazo de 5 meses, $1.500,00 de juros. Poderíamos ajudá-lo
calculando i.

J=Pxixn

i= J / (P x n)

i = 1.500/(10.000 x 5)

i = 0,03 ou 3% a. m.
Resposta: A taxa de juros que incidirá na operação será de 3% ao mês.

ATENÇÃO!!!!

Para resolvermos problemas que envolvam taxas de juros (i) e prazos (n), devemos
observar o prazo da operação, que deverá ser igual ao período da taxa de juros. Para
entender melhor:

✓ Em situações em que o prazo (n) seja mensal deve-se trabalhar com taxa de
juros mensal; para prazo anual a taxa de juros deverá ser ao ano (anual). No
exemplo trabalhado anteriormente o prazo era de 5 meses e a taxa de juros
3% ao mês.

✓ Para facilitar a aprendizagem trabalharemos, nesta aula, com prazos e taxas


com o mesmo período. Na próxima aula, aprenderemos como resolver
problemas em que os períodos das operações foram diferentes do período
das taxas, por exemplo, prazo 5 anos e taxa de juros 3% ao mês. A solução
se dá através do cálculo da equivalência de taxas.

✓ Deve-se ainda, na resolução dos problemas, usar a taxa de juros sem o


percentual, ou seja, 5% aplica-se na fórmula 0,05; 6% aplica-se 0,06. Na
dúvida divida a taxa dada em percentual por 100. O valor encontrado
deverá ser aplicado na fórmula.

Vale lembrar que os exemplos aqui são meramente ilustrativos e que o cálculo do
valor da dívida feito pelas empresas considera, além da taxa de juros incidente outras
taxas e impostos cobrados, elevando a dívida. Por isso muitas vezes o cálculo que
fazemos a partir da taxa de juros divulgada não nos permite encontrar os valores das
parcelas e dos juros cobrados pelas instituições. O Banco Central do Brasil (BCB)
determinou que as empresas divulgassem aos clientes não só a taxa de juros incidente
na operação, mas todas as outras cobranças, através da divulgação do Custo Efetivo
Total da Transação (CET). “O CET deve ser expresso na forma de taxa percentual anual,
incluindo todos os encargos e despesas das operações, isto é, o CET deve englobar não
apenas a taxa de juros, mas também tarifas, tributos, seguros e outras despesas
cobradas do cliente, representando as condições vigentes na data do cálculo” (BCB).

Atividade 1 – Atende ao objetivo 1

a) Defina juros simples.

Resposta:

Resposta comentada:

Conforme apresentado, juros simples são aqueles que incidem apenas sobre o
capital inicial, não incidindo sobre os juros do(s) período(s) anterior(es).

Atividade 2 – Atende ao objetivo 3.

b) Carmem aplicou $7.500,00 de suas economias a uma taxa de 4% ao trimestre.


Como renda ela recebeu $6.000,00. Calcule, a partir dos dados apresentados, o
prazo da transação.

Resposta:
Resposta comentada:

Lendo o problema percebemos que precisamos calcular o prazo, ou seja, n.


Para isso, retornaremos à fórmula básica:

J= P x i x n

n= J/(P x i)

Sendo P = 7.500, i = 4% ao trimestre e J = 6.000;

n = 6.000/(7.500 x 0,04)

n = 20 trimestres.

O prazo da operação foi de 20 trimestres, ou seja, ao aplicar $7.500 por 20


trimestres com um rendimento de 4% ao trimestre Carmem recebeu juros
(remuneração) de $6.000.

c) Um capital de $22.000, aplicado durante 8 meses e rendendo $7.000. Nessas


condições, calcule a taxa de juros dessa operação.

Resposta:

Resposta comentada:

Para encontramos a taxa de juros devemos seguir os procedimentos:

J= P x i x n

i = J/(P x n)

i = 7.000/ (22.000 x 8)
i = 0,03977 a.m. ou 3,98% a.m.

A taxa de juros da operação é de 3,98% ao mês.

d) Marina fez um empréstimo em que deverá pagar, ao final de 3 meses, juros de


$4.000,00. Sabendo que a taxa de juros incidente sobre a operação é de 5% ao
mês, calcule o valor principal, ou seja, o valor recebido por Marina no
momento do empréstimo.

Resposta:

Resposta Comentada:

O problema pede o valor de P, então precisamos adotar o seguinte


procedimento:

J=Pxixn

P = J/ (i x n)

P = 4.000/(0,05 x 3)

P = $26.666,67

Marina recebeu $ 26.666,67 no ato do empréstimo.

e) Carlos precisava de $3.500,00 para quitar uma dívida e excluir seu nome do
cadastro de devedores. Um amigo lhe ofereceu um empréstimo pelo qual ele
pagaria, em 5 meses, uma taxa de juros de 2% a.m. Calcule o valor dos juros
pagos por Carlos nessa operação.
Resposta:

Resposta Comentada:

Para o cálculo dos juros devemos utilizar a fórmula:

J= P x i x n

J= 3.500 x 0,02 x 5

J = 350,00

Carlos pagaria $ 350,00 de juros por esse empréstimo.

Fim das atividades

Aprendemos como calcular o valor principal, os juros, o prazo e taxa de juros no


caso dos juros simples. Por fim, veremos como calcular o montante em operações que
envolvam os juros simples.

Sendo o montante o valor pago (ou recebido) ao final da operação de crédito


temos que o mesmo é igual à soma do capital inicial ou valor atual (P) com o valor dos
juros (J) referentes ao período da operação. Ou seja, é tudo aquilo que se paga quando
se toma um empréstimo: o dinheiro que se toma emprestado mais os juros (que é o
preço que se paga pela utilização de recursos de terceiros).

A fórmula para cálculo, portanto, seria:

S = P + J,

Sendo J = P x i x n, tem-se:
S = P (1+ i x n)

Exemplo: Décio fez uma aplicação financeira da quantia de $4.500,00 que poderá
resgatar (sacar) ao final de 12 meses. Sobre o valor incidirá uma taxa de juros de 2,5%
a.m., que gerará os juros (rendimento recebido pela operação). Calcule qual valor
Décio poderá sacar ao final da operação.

S = P (1+ i x n)

S = 4.500,00 (1 + 0,025 x 12)

S = 5.850,00

Décio poderá sacar $5.850,00.

Se quisermos saber o valor dos juros recebidos por ele é só aplicar o resultado na
fórmula:

S=P+J

J=S–P

J = 5.850,00 – 4.500,00

J = 1.350,00

A aplicação renderá a Décio $1.350,00 em 12 meses.

Alunos, até aqui aprendemos sobre juros simples e como utilizá-lo em


problemas que envolvam esse tipo de juro. Entretanto, o tipo de juro mais utilizado
pelo mercado nas operações de crédito é o juro composto. Sempre que compramos
algo a prazo ou tomamos dinheiro emprestado, por exemplo, estamos pagando juros
compostos na operação. Na próxima seção vamos conceituar, entender e aplicar esse
novo conceito.
3. Juros Compostos

Juro Composto é aquele em que a taxa de juros da operação incide sobre o


valor do capital principal acrescido dos juros acumulados até o período anterior.
Assim, os juros pagos em cada período não vão ser iguais, pois no seu cálculo o valor
principal sempre será acrescido o valor dos juros incorridos até o período anterior.

Para melhor entendimento vamos resgatar o exemplo 2.1 (o da Maria): Qual será o
juro pago por Maria ao tomar emprestado um valor de $1.000,00, a uma taxa de 3% ao
mês para pagamento ao final do prazo de 4 meses. Agora, para a resolução do
problema, vamos considerar juros compostos na operação. Primeiro vamos
reapresentar a tabela com o cálculo dos juros simples, para facilitar a comparação.

Período Principal ($) Saldo Cálculo de Juros Valor total


devedor ($) da dívida
(mês) da operação ($)
(3) (5)
(1) (2) (4)

0 1.000,00 1.000,00

1 1.000,00 1.000 x 0,03 = 30,00 1.030,00

2 1.030,00 1.000 x 0,03 =30,00 1.060,00

3 1.060,00 1.000 x 0,03 =30,00 1.090,00

4 1.090,00 1.000 x 0,03 = 30,00 1.120,00

Agora, vamos fazer o cálculo considerando a capitalização composta:

Período Principal ($) Saldo Cálculo de Juros Valor


devedor ($) total da
(mês) da operação ($)
dívida
(3)
(1) (2) (4)
(5)
0 1.000,00 1.000,00

1 1.000,00 1.000 x 0,03 = 30,00 1.030,00

2 1.030,00 1.030 x 0,03 =30,90 1.060,90

3 1.060,90 1.060,90x0,03 =31,83 1.090,00

4 1.092,73 1.092,73 x 0,03 = 32,78 1.125,51

Como podemos observar, o cálculo dos juros tem como base o valor do
principal, que passa a incorporar, com o passar do tempo, o valor dos juros gerado até
o período anterior ao cálculo (coluna 4), tornando-se saldo devedor (coluna 3). O
cálculo dos juros agora será feito com base nesse saldo devedor, e não apenas no
principal.

Considerar juros compostos nas operações tende a levar a valores pagos maiores
que no caso de juros simples, justamente pelo fato de que no caso de juros compostos
o valor base para o cálculo do montante é constituído pelo principal + juros até o
período anterior, e não apenas pelo valor principal como no caso dos juros simples.

No exemplo apresentado anteriormente, a Maria pagaria pelo empréstimo, no


caso dos juros simples, $ 1120,00 ($120,00 de juros) e considerando-se juros
compostos, pagaria $ 1125,51 ($125,51 de juros). A diferença parece pequena, mas em
casos de valores, prazos e taxas de juros maiores ela pode ser bem significativa.

O cálculo dos juros compostos pode ser feito através da fórmula a seguir.

S = P(1+ i)n

Onde:

Sn = Montante, P = Principal, i = taxa de juros, n = prazo.

Exemplo: Vamos voltar ao caso da Maria e calcular, através da aplicação da fórmula, o


montante pago por ela ao final do empréstimo.
S= ?

P = 1.000,00

i = 0,03

n = 4 meses

S = 1.000,00 (1 + 0,03)4

S = 1.000,00 (1,13)

S = 1.125,51

Como podemos observar, o valor é o mesmo encontrado anteriormente na tabela. As


operações podem ainda ser representadas no fluxo de caixa.

Em ambos os fluxos, no momento zero há entrada de recurso ($1.000,00), pois


Maria tomou o empréstimo. Ao final do 4º mês há saída de recurso (Juros simples:
$1.200,00 2 nos Juros Compostos: $1.125,51), já que é nesse momento em que Maria
faz o pagamento do empéstimo.

O valor principal P (ou valor presente ou valor atual) pode ser calculado através
da seguinte fórmula:

P = S x 1/(1+ i)n , que é uma variação da fórmula S = P(1+ i)n


Exemplo 3.1: Marina precisa fazer um pagamento hoje mas, devido ao seu contrato de
trabalho, só receberá daqui a 5 meses o pagamento por seu trabalho, uma quantia de
$3.500,00. Ela recorreu a um banco para fazer um empréstimo, cuja taxa de juros
cobrada será de 3% a.m. Sob essas condições, calcule qual valor Marina poderá tomar
de empréstimo hoje.

S= $3.500,00

i = 0,03

n=5

P= ?

P = 3.500,00 x 1/(1,03)5

P = 3.019,13

Marina poderia tomar emprestado o valor de $3.019,13.

Usando as tabelas financeiras para calcular Montante e Valor Atual para juros
compostos

O cálculo de S = P (1+i)n e P = S x 1/ (1+i)n também pode ser feito de maneira


mais simples, através da consulta às tabelas de fator de acumulação de capital (1+i)n e
fator de valor atual 1/ (1+i)n , respectivamente. As tabelas (que constam, para
algumas taxas de juros, do anexo desta apostila) apresentam já calculados os valores
para esses fatores, para diversos prazos e taxas de juros, evitando que se calcule
manualmente. Veja exemplo abaixo:

DI Luciana, gostaria que o responsável pelas figuras fizesse umas tabelas desses
fatores para colocar no anexo e também aqui no texto. Tem como?
2

Essa tabela mostra os resultados para o cálculo do fator de acumulação de


capital (FAC) e do fator de valor atual (FVA), para pagamentos únicos e séries de
pagamentos. Como estamos trabalhando com pagamento únicos, por enquanto,
vamos consultar as colunas 1 e 2 da tabela. Nas próximas aulas trabalharemos com as
séries de pagamentos (pagamento parcelado).

Essa tabela apresentada mostra diversos fatores que auxiliam no cálculo para
alguns períodos (n) a uma taxa de 3,0%.

Voltando ao exemplo 2.1 (da Maria), para o qual calculamos o montante na


tabela e empregando a fórmula, vamos calcular o montante da operação com o
auxílio da tabela financeira.
Maria tomou $1.000,00 de empréstimo a ser quitado daqui a 4 meses, pagando
uma taxa de juros de 3%. Qual é o montante da operação?
S= ?

P = 1.000,00
i = 0,03

n = 4 meses

S = P x (1 + i)n ou S = P x FAC (i, n)

S = 1.000,00 x FAC (3%, 4)


S = 1.000,00 x 1,12551
S = 1.125,51
Maria pagou, ao final da operação, $1.125,51. Podemos observar que (claro!), o
valor é o mesmo daquele calculado por etapas e com a aplicação da fórmula.
A tabela pode ser utilizada também para auxiliar no cálculo do valor principal, por
meio do fator de valor atual (FVA).
Vamos voltar ao exemplo 3.1: Marina precisa fazer um pagamento hoje mas,
devido ao seu contrato de trabalho, só receberá daqui a 5 meses o pagamento por seu
trabalho, uma quantia de $3.500,00. Ela recorreu a um banco para fazer um
empréstimo, cuja taxa de juros cobrada será de 3% a.m. Sob essas condições, calcule
qual valor Marina poderá tomar de empréstimo hoje.

P=?
n= 5
i = 3%
S = $3.500

P = S x 1/ (1+i)n
P = 3.500 x FAV (3%, 4)
P = 3.500 x 0,86261
P = 3.019,14

Consultando a tabela encontramos o valor presente de $3.019,14, igual ao valor


encontrado por meio da fórmula.
Aplique agora, nas atividades propostas, os conhecimentos adquiridos sobre
juros compostos.
Atividades - Atende aos objetivos 3 e 4

f) Joana pretende obter, em uma aplicação financeira, um valor de $18.000,00 ao


final de 15 meses. Sabendo-se que a taxa de juros oferecida pela instituição
financeira é de 2,25% a.m., calcule quanto Joana deverá depositar hoje para
que tenha a quantia desejada ao final dos 15 meses. Apresente o fluxo de caixa
para a operação.
Resposta:

Resposta Comentada:
Devemos encontrar o Principal (ou valor atual).
Sendo S = $18.000,00
n = 15
i = 2,25
Podemos obter P por meio de:
P = S x 1/ (1+i)n
P = 18.000 x 1/(1,0225)15
P = 12.892,07
Para obter $18.000,00 daqui a 15 meses Joana deverá depositar, hoje, $12.892,07.
A operação pode ser representada no fluxo de caixa. No momento zero, quando Joana
faz a aplicação há saída de recurso ($12.892,07) e no mês 15, quando Joana faz o
resgate da aplicação há entrada de recurso.
g) Carlos gostaria de depositar uma quantia hoje, para que, depois de 18 meses
possa sacar o valor e pagar sua festa de formatura. Sabendo-se que a festa de
formatura custa em torno de $5.000,00 e que a taxa de juros oferecida pelo
mercado é de 1,9%, calcule o valor a ser depositado por Carlos hoje para que
consiga pagar os $5.000,00 de sua formatura daqui a 18 meses.
Resposta:

Resposta comentada:
Para calcularmos qual deverá ser o depósito de Carlos para obter $5.000,00 daqui a 18
meses devemos usar a fórmula:
P = S x 1/ (1+i)n
Sendo
S = 5.000
i= 1,9%
n = 18 meses
Temos:
P= 5.000 x 1/(1,019)18
P = 5.000 x 1/(1,4033)
P = 5.000 x 0,7126
P = 3.563,03

Carlos deverá depositar $3.563,03

h) Calcule a quantia a ser resgatada por um investidor que aplicou, por 9 meses,
$3.600,00 em uma aplicação financeira cuja taxa de juros incidente foi de 3,5%
a.m.
Resposta:

Resposta comentada:
Para o cálculo do montante a ser resgatado pelo investidor devemos utilizar a fórmula:
S = P (1+i)n
Sendo,
P = $3.600,00
i= 3,5%
n=9
Temos,
S = 3.600 (1+0,035)9
S = 3.600 (1,3629)
S = 4.906,44
O investidor resgataria $.4.906,44
i) Determinada aplicação gerou, ao final de 12 meses, um valor de $6.200,00.
Sabendo-se que a taxa de juros que incidiu sobre a operação foi de 1,5%,
calcule o valor Principal (P).
Resposta:

Reposta comentada:
Para calcular P devemos utilizar a fórmula:
P = S x 1/ (1+i)n
Sendo
S = 6.200
i= 1,5%
n = 12 meses
Temos:
P = 6.200 x 1/(1+0,015)12
P = 6.200 x 1/(1,1956)
P = 6.200 x 0,8363
P = 5.185,60

O depósito inicial foi de $5.185,60.

Resta ainda apresentar exemplos de cálculo de n e de i para juros compostos.


Para a resolução dos problemas propostos você deverá revisar os conceitos de
logaritmo e potência aprendidos no 2º grau e em outras disciplinas do curso de
Engenharia de Produção.
Exemplo 3.2 – Um empresário adquire uma máquina visando aumentar a capacidade
produtiva de sua empresa, sob as seguintes condições: o valor da máquina é de
$2.200,00, vai ser paga por $2.492,62, o prazo da operação é de 5 meses. Calcule a
taxa de juros incidente na operação.

Resposta:
Para encontrarmos a taxa de juros devemos usar a fórmula:
S = P (1+i)n
2.492,62 = 2.200 (1 + i)5
2.492,62/2.200 = (1 + i)5
1,133 = (1 + i)5
Para resolvermos essa equação devemos extrair a raiz quinta de ambos os lados ou,
para facilitar, elevar ambos os lados ao expoente 1/5.
(1,133)1/5 = ((1+i)5)1/5
1,0253 = 1+i
i=1,0253 – 1
i= 0,0253
i= 2,53% a.m.

A taxa de juros incidente na operação é de 2,53% a.m.

Exemplo 3.3 - Calcule o prazo para o qual um depósito de $20.000,00 gerará um saque
de 25.420,00. Suponha uma taxa de juros de 5% ao mês.
S = P (1+i)n
25.420 = 20.000 (1 + 0,05)n
25.420 = (1 + 0,05)n
20.000
(1,05)n = 1,271
Para resolvermos esse problema devemos usar as propriedades do logaritmo.
log (1,05)n = log 1,271
n x log (1,05) = log 1,271
n = log 1,271
log 1,05
n = 4,91
O prazo para a aplicação gerar o valor desejado é de 5 meses.

Resumo
Prezados alunos, dando continuidade ao tema trabalhado na aula anterior,
aprendemos que, sobre as operações de crédito, podem incidir taxas de juros simples
e taxas de juros compostos. A maioria das transações efetuadas no mercado tende a
adotar os juros compostos, que diferem dos juros simples por considerarem como
base de cálculo para os juros o valor principal acrescido dos juros gerados até o
período anterior ao cálculo.
Quanto maiores forem o valor principal, o prazo e a taxa de juros incidente
sobre a operação, maiores serão os juros pagos por aqueles que antecipam seu
consumo através de empréstimos e financiamentos. Do outro lado, onde estão
aqueles que fornecem crédito às empresas e famílias, maiores taxas de juros
representam maior receita, o que torna o ato de emprestar bem atraente.
Após os conceitos foram apresentadas as fórmulas, que podem auxiliar na
resolução dos problemas propostos referentes as operações de crédito. Os fluxos de
caixa foram apresentados, pois são importantes para a visualização e entendimento
das operações apresentadas.
Seguem agora as fórmulas apresentadas durante a aula, para que você, estando
mais uma vez em contato com elas, possa apreendê-las, tornando seu estudo mais
prazeroso e eficaz. Lembre-se ainda que, se entender os conceitos de juros simples e
compostos terá muita facilidade em resolver as questões propostas, além disso, não se
esqueça das tabelas financeiras que podem ser muito úteis durante o estudo.
Espero que tenham gostado e aproveitado a aula. Bom estudo!

Fórmulas:
Juros Simples Juros compostos
J= P x i x n S = P(1+ i)n

P = J/i x n S = P x FAC (i, n) Tabelado


i =J /P x n P = S x 1/ (1+i)n

n = J/P x i P = S x FVA (i,n)

S=P+J Tabelado

S = P (1+ i x n)
CEDERJ – CENTRO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR A DISTÂNCIA
DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Curso: Engenharia da Produção Disciplina: Engenharia Econômica


Coordenadora da disciplina: Prof.ª Glaudiane Lilian de Almeida

Aula 3 – Equivalência de Taxas

Meta

Introduzir os conceitos básicos de equivalência de taxas, além de sua aplicação.

Objetivos

1. Compreender os conceitos de equivalência de taxas de juros simples e taxas de juros


compostos.
2. Identificar taxas de juros equivalentes.
3. Calcular taxa de juros, montante, tempo de aplicação do capital e principal em
situações nas quais se apresentem informações distintas quanto a prazos das
operações e períodos das taxas de juros.

Pré-requisitos: Antes de começar essa aula separe calculadora científica, régua, lápis e
borracha, pois esse material será útil não só nesta, mas em todas as aulas dessa
disciplina. Reflita ainda sobre os conceitos apresentados na aula anterior, pois esses
são fundamentais para o entendimento dos conceitos da aula de hoje. Caso haja
dúvidas, releia o material, refaça os exercícios e procure a tutoria.

1. Introdução
Prezado aluno, na última aula entendemos os conceitos taxas de juros simples e
compostos, além de aprendermos a aplicá-los em situações que envolvem operações
de crédito. Como você deve se lembrar (se não se lembra vamos consultar o material,
pois é hora de uma revisão!), trabalhamos sempre com taxas de juros e operações com
o mesmo prazo, como por exemplo, taxas de juros mensais com operações mensais;
taxas de juros anuais com operações anuais, taxas trimestrais e operações
trimestrais...
Vamos relembrar:

Exemplo 2.1: Qual será o juro pago por Maria ao tomar emprestado um valor de
$1.000,00, a uma taxa de 3% ao mês para pagamento ao final do prazo de 4 meses.

Exemplo 2.3: João adquiriu um empréstimo de $10.000,00, pelo prazo de 5 meses.


Nessa operação será cobrada uma taxa de juros de 3% ao mês. Qual será o valor de
juros pago por João nessa operação?

Atividade d: Marina fez um empréstimo em que deverá pagar, ao final de 3 meses,


juros de $4.000,00. Sabendo que a taxa de juros incidente sobre a operação é de 5%
ao mês, calcule o valor principal, ou seja, o valor recebido por Marina no momento do
empréstimo.

A adoção de taxas de juros com períodos iguais aos prazos das operações
propostas foi para facilitar o entendimento dos conceitos apresentados, entretanto,
nas operações de crédito realizadas no dia a dia nem sempre as taxas de juros estão
apresentadas dessa forma. Observe a figura a seguir.
Figura 1 – Taxa de juros de 1,9% ao mês para comprar uma televisão. A taxa de juros é
mensal, mas a operação tem um período maior. Mas e ao final da operação, qual será
a taxa efetivamente paga pela consumidora? É o que ela se pergunta e o que também
deverá influenciar sua decisão de compra.

A análise das taxas de juros é uma das importantes etapas da decisão de


comprar ou não comprar, investir ou não investir, emprestar ou não emprestar...
Vamos acompanhar o próximo boxe ...

Boxe 3.1
Vamos pensar mais um pouco?

Prezado aluno, conforme temos discutido desde o início de nossas aulas, devemos
conhecer as taxas de juros e as operações da matemática financeira para que
possamos realizar operações de compras, empréstimos, financiamentos,
investimentos e outras operações da maneira mais eficiente e otimizando o uso dos
nossos recursos financeiros. A matemática ao pé do ouvido, um recurso desenvolvido
pelo Ministério da Educação (MEC) apresenta, de maneira clara e atraente, situações
cotidianas nas quais precisamos usar nosso conhecimento para que possamos
economizar e aplicar da melhor maneira possível nossos recursos. Não deixe de
acessar e ouvir os capítulos propostos, você vai gostar...
Disponível em:
http://webeduc.mec.gov.br/portaldoprofessor/matematica/condigital2/midias/exp
erimentos/Compras/explorando.html

Nessa aula, cabe-nos entender o conceito de equivalência de taxas de juros, que


irá nos ajudar a trabalhar com as taxas de juros simples e compostas em situações que
elas não sejam apresentadas para o mesmo período de tempo das operações
financeiras. Poderemos, a partir de agora, responder às questões como a apresentada
na figura 1 e muitas outras.

Antes de apresentar os conceitos, vamos recordar e fixar:

Taxa Anual = a.a. (1 ano equivale a 12 meses, 2 semestres, 4 trimestres, 3


quadrimestres, 360 dias)
Taxa Semestral = a.s. (1 semestre equivale a ½ ano, 6 meses, 2 trimestres, 180
dias)
Taxa Quadrimestral = a.q. (1 quadrimestre equivale a 1/3 ano, 4 meses, 120 dias)
Taxa Trimestral = a. t. (1 trimestre equivale a ¼ ano, 3 meses, 90 dias)
Taxa Bimestral = a.b. (1 bimestre equivale a 1/6 ano, 2 meses, 60 dias)
Taxa mensal = a.m. (1 mês equivale a 1/12 ano, 30 dias)
2. Taxas de Juros Equivalentes

Duas taxas de juros são consideradas equivalentes quando, aplicadas a um mesmo


valor principal em um mesmo período de tempo, geram o mesmo montante. Nos
exemplos apresentados anteriormente vimos que os prazos das operações são os
mesmos das taxas de juros. Mas e se não fossem?

E se o Exemplo 2.1 (Qual será o juro pago por Maria ao tomar emprestado um valor de
$1.000,00, a uma taxa de 3% ao mês para pagamento ao final do prazo de 4 meses?),
fosse assim: Qual será o juro pago por Maria ao tomar emprestado um valor de
$1.000,00, a uma taxa de 3% ao mês para pagamento ao final do prazo de 4 anos?

Teríamos que resolver um problema que apresenta taxa de juros mensal e período
anual. Não poderíamos simplesmente aplicar as fórmulas que já aprendemos. Nesse
caso, precisaríamos encontrar a taxa de juros anual que fosse equivalente à taxa de
juros mensal de 3%.
Como poderíamos proceder? Sabemos que os cálculos para operações com taxas de
juros simples diferem daqueles para operações com taxas de juros compostos. O
cálculo da equivalência das taxas também difere em ambos os casos. Vamos, nas
seções seguintes, trabalhar com a equivalência de taxas para juros simples e,
posteriormente, para juros compostos.

A. Taxas de Juros Equivalentes – Juros Simples

Como vimos na aula anterior, as taxas de juros simples incidem sempre sobre o
valor principal (ou valor atual ou valor presente) da operação. Portanto, se queremos
encontrar, por exemplo, uma taxa de juros anual equivalente a uma taxa de juros
mensal, devemos multiplicar a taxa mensal por 12, pois a cada mês o valor do juro será
sempre igual ao valor da taxa de juros multiplicado pelo valor principal.
Vejamos um exemplo:
Exemplo A.1: Mariana tomou emprestado $1.000,00 e pagará daqui a 1 ano. Sabendo
que a taxa de juros contratada por ela foi de 3,5% ao mês, calcule o montante da
operação, ou seja, o valor total pago por Mariana. Considere juros simples na
operação.

Primeiramente, para resolvermos o problema, devemos observar que a taxa de juros


incidente sobre a operação é de 3,5% ao mês e que o período é de um ano. Para
aplicar a fórmula que permite o cálculo do montante no caso dos juros simples (será
que você se lembra qual é essa fórmula?) S = P (1+ i x n)

Vamos precisar encontrar a taxa de juros anual que seja equivalente à 3,5% ao mês.
Vamos utilizar uma tabela para facilitar nosso entendimento:
N Cálculo dos juros Montante ao final de cada
(P x i) mês
1 1.000 x 0,035 = 35,00 1.035,00
2 1.000 x 0,035= 35,00 1.070,00
3 1.000 x 0,035= 35,00 1.105,00
4 1.000 x 0,035= 35,00 1.140,00
5 1.000 x 0,035= 35,00 1.175,00
6 1.000 x 0,035= 35,00 1.210,00
7 1.000 x 0,035= 35,00 1.245,00
8 1.000 x 0,035= 35,00 1.280,00
9 1.000 x 0,035= 35,00 1.315,00
10 1.000 x 0,035= 35,00 1.350,00
11 1.000 x 0,035= 35,00 1.385,00
12 1.000 x 0,035= 35,00 1.420,00

Ou
S = P (1 + i x n)
S = 1.000,00 (1 + 0,035 x 12)
S = 1.000,00 (1,42)
S = 1.420,00

Observe bem que, na tabela, 12 meses com taxa de juros mensal de 0,035 nos leva a
um montante de 1.420,00. Como podemos ver, a taxa de juros do período de um ano é
igual à taxa de juros mensal de 3,5% multiplicado por 12 meses. A fórmula também
nos diz isso: S = P (1 + i x n).
Dessa forma, calculando a taxa de juros anual equivalente a 3,5% ao mês
teremos: taxa mensal multiplicado por 12 meses: 3,5 x 12 = 42%
Vamos ver se a taxa de juros anual de 42 % pode ser considerada equivalente a
taxa de juros de 3,5% ao mês.
S = P (1 + i x n)
S = 1.000,00 (1 + 0,42 x 1)
S = 1.000,00 (1,42)
S = 1.420,00

Como podemos ver, a taxa de Juros anual de 42% é equivalente a taxa de juros
mensal de 3,5%.

Atividades
Atividade 1 – Atende os objetivos 1, 2 e 3.

a) Explique quando duas taxas de juros podem ser consideradas equivalentes.

Resposta:

Resposta comentada:
Duas taxas de juros são consideradas equivalentes quando, aplicadas a um
mesmo capital por um mesmo período de tempo geram um mesmo montante.

b) Calcule a taxa de juros mensal equivalente a taxa de juros anual de 18,5%.


Resposta:

Resposta Comentada:
A taxa de juros anual de 18,5% deve ser dividida pelo número de meses do ano, ou
seja, 12. A taxa de juros mensal é, portanto, 1,54%. Para confirmarmos, vamos ver se
temos o mesmo montante, aplicando o mesmo capital em um mesmo prazo às taxas
de juros de 18,5% e 1,54%. Vamos supor um capital de 2.000,00 aplicado por um ano.

Taxa de juros anual


S = P (1+ i x n)
S = 2.000 (1 + 0,185 x 1)
S = 2.000 (1,185)
S= $ 2.370,00

Taxa de juros mensal


S = P (1+ i x n)
S = 2.000 (1 + 0,0154 x 12)
S = 2.000 (1,1848)
S= 2.369,60 aproximando temos $2.370,00.

Como podemos observar, os montantes são iguais para a taxa de juros mensal e para a
taxa de juros anual, quando considerados o mesmo valor principal e o mesmo período
(1 ano e 12 meses).
O cálculo que acabamos de estudar é feito no regime de juros simples que,
conforme já discutimos, não é usualmente adotado nas operações financeiras. Na
próxima seção trataremos da equivalência de juros na capitalização composta.

B. Taxas de Juros Equivalentes – juros compostos


Conforme já falamos, duas taxas de juros são consideradas equivalentes quando,
aplicadas a um mesmo valor principal em um mesmo período de tempo, geram o
mesmo montante. No caso dos juros compostos podemos, através da fórmula S = P
(1+i)n, resolver problemas que envolvam taxas de juros com periodicidade diferentes
dos prazos das operações financeiras.
Vamos supor a seguinte situação: Exemplo B.1: Joana tomou um empréstimo que
deverá pagar em um ano a uma taxa de juros de 5% ao mês. Calcule a taxa de juros
anual equivalente à taxa de juros mensal cobrada na operação.
Para resolver o problema devemos encontrar a taxa anual que seja equivalente a
uma taxa mensal:
1 + ia = (1+im)12
Taxa de juros Taxa de juros
anual mensal

As duas devem ser equivalentes para que possam gerar o mesmo montante (S) a
partir de um mesmo principal (P).
No exemplo dado, precisamos encontrar a taxa anual equivalente a taxa mensal
de 5%.
(1+ia) = (1+im)12
1 + ia= (1+0,05)12
1 + ia = (1,05)12
ia= 1,7958 – 1
ia= 0,7958 ou 79,6% a.a.

Segundo os cálculos, a taxa de juros anual equivalente à taxa de juros mensal de


5% é de 79,8%. Vamos agora, já que sabemos o conceito de taxa equivalente, conferir
nosso resultado. Devemos calcular o montante para os dois casos para saber se
teremos o mesmo montante. Vamos considerar um valor principal de $1.000,00.
Caso da taxa de juros mensal de 5%.
S = P (1 + i)n
S = 1.000 (1 + 0,05)12
S = 1.000 (1,05)12
S = 1.795,80.
O montante para um valor principal de $1.000,00, aplicado à taxa de juros de 5%
ao mês será de $1.795,86.

Caso da taxa de juros anual de 79,58%.


S = P (1 + i)n
S = 1.000 (1 + 0,7958)1
S = 1.000 (1,7958)
S = 1.795,80.

O montante para um valor principal de $1.000,00, aplicado à taxa de juros de


79,58% ao ano será de $1.795,86.

Como podemos observar, as diferentes taxas de juros aplicadas ao mesmo


principal pelo mesmo período de tempo, geraram montantes iguais sendo, portanto,
equivalentes.
O mesmo raciocínio adotado na resolução do exercício anterior pode servir para
resolver outros problemas que envolvam a equivalência da taxa de juros.
Exemplo B.2: Encontrar a taxa de juros diária equivalente a uma taxa de juros anual de
23%.
id= (1+ia)1/360 -1
id=(1,23)0,0028-1
id= 1,0006 – 1
id = 0,0006 ou 0,06% a.d.
A taxa de juros diária equivalente a uma taxa de juros anual de 23% é de 0,06%.
Seguindo esse raciocínio o autor Sobrinho (2000) apresenta uma fórmula que
ajuda, de maneira simplificada, a fazer cálculos que envolvam a taxa de juros
equivalentes.

iq= (1 + it) q/t – 1


onde:
iq = taxa de juros para o prazo que eu quero
it = taxa de juros para o prazo que eu tenho
q = prazo que eu quero
t = prazo que eu tenho

Agora, vamos fazer algumas atividades para aplicar a fórmula apresentada e


facilitar o entendimento e a fixação dos conceitos apresentados.

Atividades
Atividade 2 – Atinge o objetivo 3.
1) Calcule a taxa de juros trimestral equivalente à taxa de juros mensal de 5,5%.

Resposta:

Resposta comentada:
Podemos encontrar a taxa de juros trimestral a partir da aplicação da fórmula:
iq= (1 + it) q/t – 1. Segundo os dados do problema sabemos que a i que eu quero é a
trimestral e a que eu tenho é a mensal. Sendo assim, q = 3 e t = 1. E i t = 5,5% a. m.
iq = (1 + 0,055)3/1 - 1
iq = (1,055)3 -1
iq = 1,1742 – 1
iq = 0,1742
iq = 17,42% a. t.

A taxa de juros trimestral equivalente a taxa de juros de 5,5% a.m. é de 17,42%.


Caso queira conferir seu resultado, aplique esses dois valores de taxas de juros sobre
um valor principal de $1.000,00, por exemplo, e veja se obtém resultados iguais para o
montante.

2) Calcule a taxa de juros diária equivalente à taxa de juros bimestral de 12,3%.

Resposta:

Resposta comentada:
Podemos encontrar a taxa de juros trimestral a partir da aplicação da fórmula:
iq= (1 + it) q/t – 1. Segundo os dados do problema sabemos que a i que eu quero é a
diária e a que eu tenho é a bimestral. Sendo assim, q = 1 e t = 60. E i t = 12,3% a. b.
iq = (1 + 0,123)1/60 - 1
iq = (1,123) 1/60 -1
iq = 1,0019 – 1
iq = 0,0019
iq = 0,19 % a. d.

A taxa de juros diária equivalente a taxa de juros bimestral de 12,3% é de 17,42%.


Caso queira conferir seu resultado, aplique esses dois valores de taxas de juros sobre
um valor principal de $1.000,00, por exemplo, e veja se obtém resultados iguais para o
montante.

3) Calcule a taxa de juros anual equivalente à taxa de juros semestral de 7,85%.

Resposta:

Resposta comentada:
Podemos encontrar a taxa de juros anual a partir da aplicação da fórmula:
iq= (1 + it) q/t – 1. Segundo os dados do problema sabemos que a i que eu quero é a
anual e a que eu tenho é a semestral. Sendo assim, q = 2 e t = 1. E it = 7,85% a. s.
iq = (1 + 0,0785)2/1 - 1
iq = (1,0785) 2 -1
iq = 1,1632 – 1
iq = 0,1632
iq = 16,32 % a.a.
A taxa de juros anual equivalente a taxa de juros semestral de 7,85% é de 16,32%.
Caso queira conferir seu resultado, aplique esses dois valores de taxas de juros sobre
um valor principal de $1.000,00, por exemplo, e veja se obtém resultados iguais para o
montante.

4) Calcule a taxa de juros mensal equivalente à taxa de juros anual de 38,5%.

Resposta:

Resposta comentada:
Podemos encontrar a taxa de juros mensal a partir da aplicação da fórmula:
iq= (1 + it) q/t – 1. Segundo os dados do problema sabemos que a i que eu quero é a
mensal e a que eu tenho é a anual. Sendo assim, q = 1 e t = 12. E it = 38,5% a. a.
iq = (1 + 0,385)1/12 - 1
iq = (1,385) 1/12 -1
iq = 1,0275 – 1
iq = 0,0275
iq = 2,75 % a. m.
A taxa de juros diária equivalente a taxa de juros bimestral de 12,3% é de 17,42%.
Caso queira conferir seu resultado, aplique esses dois valores de taxas de juros sobre
um valor principal de $1.000,00, por exemplo, e veja se obtém resultados iguais para o
montante.

Você pode utilizar uma ferramenta disponibilizada pelo Banco Central do Brasil
para facilitar seus cálculos. Trata-se da Calculadora do Cidadão. Acompanhe no
próximo Box.

Boxe 3.2
O Banco Central do Brasil disponibiliza, através de seu site, uma calculadora que
permite o cálculo de valor principal, valor futuro, taxa de juros e prazos de operações
financeiras diversas que tomem como base os juros compostos. Trata-se da
calculadora do cidadão. Você pode acessar o link
https://www3.bcb.gov.br/CALCIDADAO/publico/calcularValorFuturoCapital.do e
utilizar a calculadora para fazer cálculos que envolvam juros compostos, como os
apresentados na aula anterior e nesta aula também. Você vai ver que os cálculos
realizados na calculadora permitem que se chegue aos mesmos resultados que vocês
chegaram a partir dos cálculos feitos a partir das fórmulas apresentadas. Vai ser bom
para você conferir seus resultados e explorar o material disponibilizado pelo Banco
Central do Brasil.
Conclusão
Prezado aluno, conhecemos hoje o conceito de equivalência de taxas de juros,
que vem a ser um conceito complementar aos demais já apresentados na disciplina.
Ele nos mostra que, as taxas de juros que efetivamente incidem sobre as operações de
crédito podem diferir daquelas apresentadas aos consumidores.

Resumo

Duas taxas de juros são consideradas equivalentes quando, aplicadas a um


mesmo valor principal em um mesmo período de tempo, geram o mesmo montante.
Sabemos que os cálculos para operações com taxas de juros simples diferem daqueles
para operações com taxas de juros compostos. O cálculo da equivalência das taxas
também difere em ambos os casos.
Como vimos na aula anterior, as taxas de juros simples incidem sempre sobre o
valor principal (ou valor atual ou valor presente) da operação. Portanto, se queremos
encontrar, por exemplo, uma taxa de juros anual equivalente a uma taxa de juros
mensal, devemos multiplicar a taxa mensal por 12, pois a cada mês o valor do juro será
sempre igual ao valor da taxa de juros multiplicado pelo valor principal.
No caso dos juros compostos podemos, através da fórmula S = P (1+i)n, resolver
problemas que envolvam taxas de juros com periodicidade diferentes dos prazos das
operações financeiras. O autor Sobrinho (2000) apresenta uma fórmula que ajuda, de
maneira simplificada, a fazer cálculos que envolvam a taxa de juros equivalentes.

iq= (1 + it) q/t – 1


onde:
iq = taxa de juros para o prazo que eu quero
it = taxa de juros para o prazo que eu tenho
q = prazo que eu quero
t = prazo que eu tenho

Espero que você tenha entendido os conceitos apresentados nessas três primeiras
aulas da disciplina, pois eles serão fundamentais para o entendimento das próximas
aulas. Fechamos aqui uma primeira parte de conceitos que embasarão nossos
próximos passos! Bom estudo e sucesso!

3. Referências Bibliográficas:
Sobrinho, J. D. V. Matemática Financeira. São Paulo: Atlas, 2000.
CEDERJ – CENTRO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR A DISTÂNCIA

DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Curso: Engenharia da Produção Disciplina: Engenharia Econômica

Coordenadora da disciplina: Prof.ª Glaudiane Lilian de Almeida

Aula 4 – Séries de Pagamentos Iguais

Meta

Introduzir os conceitos de séries de pagamentos e desenvolver o conteúdo de


séries de pagamentos iguais.

Objetivos

1. Identificar o conceito de série de pagamentos


2. Identificar o conceito de séries de pagamentos iguais
3. Entender as séries de pagamentos iguais e quais são seus impactos
sob o fluxo de caixa
4. Calcular valor presente, montante e prestações em operações que
apresentem pagamentos iguais
5. Representar graficamente um fluxo de caixa contendo tais operações

Pré-requisitos: Antes de começar essa aula separe calculadora científica,


régua, lápis e borracha, pois esse material será útil não só nesta, mas em
todas as aulas dessa disciplina.

1. Introdução

Prezados alunos, a partir de agora as aulas de engenharia econômica


contarão com conceitos de série de pagamentos, que vão facilitar o
entendimento das operações de crédito que são realizadas no “mundo real”.
Essas operações de crédito se baseiam, na maioria das vezes, nas vendas,
compras e investimentos realizados a prestação (ou parcelados), sendo o
entendimento dos conceitos apresentados a seguir fundamentais para que seja
compreendida a formação de juros no período da operação e seja feita a
análise quanto a viabilidade da realização da operação.

2. Séries de Pagamentos

As séries de pagamentos são sucessivos pagamentos ou recebimentos


com vencimentos em épocas pré-determinadas, destinadas à quitação de
dívidas ou construção de capital.
Para facilitar o cálculo do montante (S), valor principal (P), taxa de juros (i) e
prazos (n) nas operações que envolvem séries de pagamentos poderemos
utilizar novas fórmulas, que serão apresentadas nesta aula.
Essas séries de pagamentos podem ser finitas (por exemplo, 6 parcelas) ou
infinitas (perpétua....); a diferença de tempo entre cada termo (ou parcela) é
constante, ou seja, vencem de 30 em 30 dias, 45 em 45 dias, 60 em 60 dias,
etc.. Além disso, os vencimentos desses pagamentos podem ocorrer no final
desse período (termos vencidos ou postecipados) ou no início (termos
antecipados). Nesta aula vamos trabalhar com séries finitas e de pagamentos
iguais (constantes).
Podemos ter, portanto, séries de pagamentos iguais com termos
postecipados e séries de pagamentos iguais com termos antecipados. Para
facilitar o entendimento de ambas, com a ajuda do fluxo de caixa vamos
apresentar um exemplo das mesmas.
Fluxo de caixa 1
Fluxo de caixa 2

Como podemos perceber o fluxo de caixa 1 apresenta uma série de


pagamentos iguais e postecipados, onde o pagamento ocorre ao final do
período das parcelas. É como se você comprasse a prazo e não pagasse a
entrada, pagasse a primeira parcela 30 dias após a compra (no caso de
parcelas mensais, que poderiam ser de 60 em 60 dias, 120 em 120 dias, etc.).
Já o fluxo de caixa 2, apresenta um caso onde o pagamento ou a aplicação
do recurso se dá no início do período. Poderia representar a abertura de uma
poupança e o depósito da primeira parcela da aplicação no momento da
abertura da conta poupança, e os demais a cada 30 dias subsequentes (ou 60
em 60 dias, 120 em 120 dias, etc).
Os cálculos diferem nos casos de séries de pagamentos postecipados e
antecipados. Na aula de hoje trabalharemos com séries de pagamentos iguais
postecipados.

Atividade 1- Atinge os objetivos 1 e 2


Defina séries de pagamentos. Classifique-as.
Resposta:

Resposta Comentada:
As séries de pagamentos são sucessivos pagamentos ou recebimentos
com vencimentos em épocas pré-determinadas, destinadas à quitação de
dívidas ou construção de capital.
Essas séries de pagamentos podem ser finitas (por exemplo, 6 parcelas)
ou infinitas (perpétua....); a diferença de tempo entre cada termo (ou parcela)
é constante, ou seja, vencem de 30 em 30 dias, 45 em 45 dias, 60 em 60 dias,
etc.. Além disso, os vencimentos desses pagamentos podem ocorrer no final
desse período (termos vencidos ou postecipados) ou no início (termos
antecipados).

Séries de Pagamentos Iguais com Termos Vencidos (ou postecipados)

Exemplo 2.1. Calcule o montante, ao final do 5º mês, de uma série de cinco


pagamentos iguais, mensais, consecutivos e postecipados, no valor de $200,00
cada uma, a uma taxa de juros de 3% ao mês.
Primeiro vamos fazer o fluxo de caixa para o problema.

Agora que conseguimos visualizar o problema através do fluxo de caixa,


vamos resolvê-lo de maneira simples e a partir da utilização do conhecimento
que já temos. Nas aulas anteriores vimos que para calcularmos o montante
podemos aplicar a fórmula S= P (1+i)n.

No nosso exemplo, para calcularmos o montante pedido deveríamos,


aplicamos esta fórmula, calcular o montante de cada parcela separadamente.
Devemos considerar cada parcela como valor presente para o cálculo, sendo,
então:

S1 = ?

P = 200,00

I = 3%

S1 = 200,00 (1,03)4

Nesse caso, o n será igual a 4 porque o recurso aplicado no mês 1 será


regatado no mês 5, ficando aplicado por 4 meses. Assim,

S1= 200 (1,1255)


S1 = 225,10

Para o valor aplicado no 2º mês, temos:

S2 = 200,00 (1,03)3

Nesse caso, o n será igual a 4 porque o recurso aplicado no mês 1 será


regatado no mês 5, ficando aplicado por 4 meses. Assim,

S2= 200 (1,0927)

S2 = 218,55

Para o valor aplicado no 3º mês, temos:

S3 = 200,00 (1,03)2

Nesse caso, o n será igual a 4 porque o recurso aplicado no mês 1 será


regatado no mês 5, ficando aplicado por 4 meses. Assim,

S3= 200 (1,0609)

S3 = 212,18

Para o valor aplicado no 4º mês, temos:

S4 = 200,00 (1,03)1

Nesse caso, o n será igual a 4 porque o recurso aplicado no mês 1 será


regatado no mês 5, ficando aplicado por 4 meses. Assim,

S4= 200 (1,03)1

S4 = 206,00

Para o valor aplicado no 5º mês, temos:

S5 = 200,00 (1,03)0
Nesse caso, o n será igual a 4 porque o recurso aplicado no mês 1 será
regatado no mês 5, ficando aplicado por 4 meses. Assim,

S5= 200 (1,03)0

S5 = 200,00

Agora que já calculamos o montante para cada parcela, vamos somá-los


para que possamos encontrar o resultado do problema.

S = S1+ S2+ S3+ S4+ S5

S = 225,10 + 218,55+ 212,18+ 206,00+ 200,00

S = 1.061,83

O montante da operação é de R$1.061,83.

Como podemos observar, conseguimos resolver o problema utilizando a


fórmula que já conhecíamos, mas tivemos que fazer muitos cálculos. Imaginem
se a nossa série de pagamentos fosse ainda maior.

Para facilitar os cálculos vamos apresentar uma outra fórmula, que


utiliza o Fator de Acumulação de Capital (FAC).

S=Rx , sendo o Fator de Acumulação de Capital.

Além de introduzir o FAC, vamos trabalhar agora com o R, que será a


parcela da operação apresentada.

Vamos aplicar a nova fórmula aos dados do exemplo 2.1.

Sendo:

R = 200,00

n = 5 prestações

i = 3% ao mês

S=?
Vamos aplicar a fórmula:

S=Rx

S = 200,00 x [(1+0,03)5 -1/0,03]

S = 200,00 x 5,3091

S = 1061,83

Encontramos, com a aplicação da fórmula, um montante de R$1061,83,


igual ao encontrado no cálculo anterior.

Podemos ainda fazer o mesmo cálculo com o auxílio da tabela


financeira. Devemos encontrar o FAC na tabela para a taxa de juros de 3%, n =
5 e série de pagamentos iguais. Nós já trabalhamos com a tabela financeira
para pagamento único e, agora, utilizaremos as tabelas para série de
pagamentos iguais.

Na tabela, o FAC (3%, 5) é de 5,30914, o mesmo que encontramos no


nosso cálculo. Assim,

S = R x FAC

S = 200,00 x 5,30914

S = 1061,83

Novamente encontramos o montante de R$ 1.601,83.

Como vimos, usamos três formas alternativas de cálculo do montante


para séries de pagamentos iguais. Devemos optar pelo cálculo com o uso do
Fator de Acumulação de Capital (cálculo ou tabela). É importante que, mesmo
com a praticidade da tabela, aprendamos a calcular o montante com o uso da
fórmula, pois nem sempre temos a tabela em mãos e precisamos resolver os
problemas.

Atividade 2: Atinge os objetivos 3,4 e 5


Marina abriu uma conta poupança e pretende depositar, nos próximos
12 meses, o valor mensal de 400,00. Sabendo-se que a taxa de juros para pela
poupança é de 3,5% a. m. e que os pagamentos são postecipados, calcule o
valor a ser retirado por Marina ao final dos 12 meses. Represente o fluxo de
caixa para o problema.

Resposta:
Resposta Comentada:

Primeiro vamos fazer o fluxo de caixa para o problema.

Sendo:

R = 400,00

n = 12 prestações

i = 3,5% ao mês

S=?

Vamos aplicar a fórmula:

S=Rx

S = 400,00 x [(1+0,035)12 -1/0,035]

S = 400,00 x 14,602

S = 5.840,78
O valor a ser retirado por Marina ao final das aplicações é de R$
5.840,78.

Para conferir, podemos consultar a tabela financeira e encontrar o FAC


(3,5%, 12). O Fator de Acumulação de Capital para a taxa de juros e o período
indicado é de 14,60196. Assim, temos que

S = 400,00 x 14, 60196

S= 5840,78

O montante também é igual a R$ 5.840,78. O mesmo raciocínio deve ser


adotado para todos os problemas que apresentem as mesmas condições.

Fim da atividade

Essa fórmula, que utiliza o Fator de Acumulação de Capital deve ser


utilizada quando a incógnita do problema for o montante, ou seja, quando
precisarmos calcular o montante da operação.

Mas no caso, por exemplo, em que precisemos calcular o valor das


prestações ou das aplicações realizadas, dado o montante da operação,
devemos utilizar o Fator de Formação de Capital (FFC). Como o próprio
nome sugere, trata-se do valor pago ou aplicado que gerará determinado
montante ao final dos períodos da operação realizada.

O FFC pode ser deduzido da expressão trabalhada anteriormente. Veja:

S=Rx , precisamos isolar o R na equação,

R=Sx

Onde:

R=Sx em que é chamado de Fator de Formação de

Capital.

Exemplo. 2.2. Joana e Márcio precisam de R$ 15.000,00 daqui a 10


meses para pagar as despesas de seu casamento. Sabendo-se que uma
instituição financeira paga uma taxa de juros mensal de 4,5% para as
aplicações feitas em suas carteiras de investimento, calcule quanto os noivos
deverão depositar mensalmente para obter o montante necessário para arcar
com as referidas despesas.

Resolução:

Bom, ao ler o problema entende-se que precisamos calcular o R, que


seria o valor depositado mensalmente pelo casal para obter o montante de
R$15.000,00 daqui a 10 meses. Sendo a taxa de juros mensal i = 4,5% n=10
meses podemos calcular R:

R=Sx

R = 15.000 x [0,045/(1,045)10-1]

R = 15.000 x 0,08137

R = 1.220,60

Se utilizarmos o FFC da tabela financeira teremos:

R = 15.000 x 0,08138

R = 1.220,7

Como podemos concluir, os noivos precisarão depositar R$1.220,70 por


mês durante 10 meses para que possam obter o montante suficiente para
pagarem as despesas do casamento.

Atividade 3: Atinge os objetivos 3 e 4

A realização de sonhos depende, muitas vezes, de planejamento


financeiro. Muitas vezes, quando queremos adquirir algum bem, temos que
poupar, guardar dinheiro para podermos realizar nossos sonhos. Vamos supor
que tenhamos o desejo de comprar um automóvel 0km á vista e, para isto,
temos que poupar. Sendo o valor do carro R$ 42.000,00, e a intenção é de
comprá-lo daqui a 48 meses, calcule quanto devemos depositar mensalmente,
com rendimento de 2,5% ao mês, para que possamos comprar o carro pelo
preço e no prazo desejado?

Resposta:

Resposta comentada:

Devemos encontrar o R no problema. Sendo i = 2,5% e n =48, temos


que:

R=Sx

R = 42.000 x [0,025/(1,025)48-1]

R = 42.000 x 0,011

R = 462,00
Utilizando a tabela financeira para FFC (2,5%, 48)

R = 42.000,00 x 0,01101

R = 462,42

Para comprarmos o carro nas condições apresentadas devemos


depositar a quantia mensal de R$462,42. A pequena diferença entre os dois
resultados se deve ao arredondamento de alguns valores.

Fim da atividade

Vamos introduzir agora o Fator de Valor Atual (FVA), que nos auxilia
quando o problema trata de encontrar o valor principal ou o valor atual em uma
série de pagamentos iguais. Nesse caso, o entendimento do cálculo passa pelo
mesmo raciocínio adotado no cálculo do Fator de Acumulação de Capital
(FAC), ou seja, podemos calcular o valor atual para cada parcela e depois
somá-las para encontrar o valor atual da operação, ou podemos calculá-lo
através da aplicação da fórmula apresentada a seguir.

P=Rx , onde é o Fator de Valor Atual (FVA)

Utilizando a tabela financeira:

P = R x FVA (i% , n)

Exemplo 2.3 Calcular o valor atual de uma série de 36 aplicações mensais


iguais de R$2.000,00. Lembrando que a taxa de juros da operação é de 3,5%
a. m. e que as aplicações são consecutivas. Fazer o fluxo de caixa para o
problema.

Resposta:

Conforme o problema, precisamos encontrar o valor atual de uma série


de 36 aplicações mensais e consecutivas no valor de R$2.000,00 a uma taxa
de juros de 3,5% ao mês.

Primeiramente vamos fazer o fluxo de caixa para o problema.


Agora que visualizamos o problema, vamos aos cálculos.

Sendo:

P=?

R = 2.000,00

i = 3,5% a. m.

n = 36

P=Rx ,

P = 2.000 x (1,035)36-1 / (1,035)36 x 0,035

P = 2.000 x 2,4503/0,1208

P = 2.000 x 20,2904

P = 40.580,98

Utilizando a tabela,

P = R x FVA (3,5%, 36)


P = 2.000,00 x 20,2904

P = 40.580,80

O valor atual na operação apresentada é de R$40.580,80.

Atividade 4 - Atinge os objetivos 3,4 e 5

Calcule o valor atual de uma série de 8 pagamentos iguais e consecutivos de


R$385,00. Considere a taxa de juros da operação de 4,5%. Faça o fluxo de
caixa para o problema.

Resposta:
Resposta Comentada:

Primeiramente vamos elaborar o fluxo de caixa para o problema.

Agora vamos calcular o valor atual da operação.

Sendo:

R= R$ 385,00

n=8

i = 4,5%

P=?

P=Rx ,

P = 385,00 x [(1,045)8-1/(1,045)8 x 0,045]

P = 385,00 x 6,5959

P = 2.539,42

Utilizando a tabela:

P = R x FVA (i, n)

P = 385,00 x FVA (4,5%, 8)

P = 385,00 x 6,59589
P= 2.539,42

O valor atual da série apresentada é de R$2.539,42.

Fim da atividade

A partir da fórmula P = R x , podemos deduzir o cálculo da

prestação dado o valor atual. Para tanto, devemos isolar o R na equação,


obtendo:

R=PX , onde é o Fator de Recuperação de Capital

(FRC)

O Fator de Recuperação de capital deve ser utilizado quando se tem o


valor atual da operação e pretende-se calcular o valor da prestação da série de
pagamentos. Ele pode ser utilizado para determinar o valor das prestações de
um empréstimo, por exemplo.

Exemplo 2.4: O Banco X oferece aos seus clientes uma opção de empréstimo
em que é cobrada uma taxa de juros de 2,5% a.m. Considere um cliente que
precise tomar emprestado 3.500,00 e pretende realizar o pagamento do
mesmo em 10 parcelas. Calcule o valor da prestação para que o cliente possa
avaliar se a mesma “cabe” em seu orçamento. Represente o fluxo de caixa da
operação.

Resposta:

Primeiramente vamos elaborar o fluxo de caixa da operação.


Agora, sendo:

P = 3.500,00

i = 2,5%

n = 10 meses

Vamos calcular o R.

R=Px

R = 3.500,00 x [(1,025)10x 0,025/(1,025)10 – 1]

R = 3.500,00 x [0,032/0,2801]

R = 3.500 x 0,1142

R = 399,86

Consultando a tabela para o FRC:

R = P x FRC(2,5%, 10)

R = 3.500 x 0,11426

R = 399,90

Para tomar o empréstimo oferecido com as condições oferecidas pelo Banco X


o cliente deverá pagar uma prestação de R$ 399,90 mensalmente, por um
período de 10 meses. Cabe ao cliente avaliar sua capacidade de pagamento e
decidir se deverá ou não fazer o empréstimo.

Atividade 5 - Atinge os objetivos 3 e 4

No mês de novembro muitas lojas participam do Black Friday, que


consiste em oferecer aos clientes promoções que vão desde menores preços
ao pagamento de melhores taxas nos financiamentos.
Maria gostaria de aproveitar a promoção e comprar uma smart TV de
40”. Uma semana antes do Black Friday a TV que Maria gostaria de adquirir
estava sendo vendida por R$2.800,00 à vista e o financiamento desse valor
poderia ser feito em 10 parcelas, incidindo sobre a operação uma taxa de 2%
a.m. No dia do Black Friday o preço da TV estava o mesmo, mas poderia ser
parcelado em 10 parcelas mensais a uma taxa de juros de 0,83%
Considerando essas duas situações, calcule:
a) quais seriam as parcelas pagas por Maria nas duas opções;
b) qual seria a economia obtida por Maria caso a mesma optasse por
comprar o aparelho de TV na promoção do Black Friday.

Resposta:
Resposta Comentada:

a) Primeiramente devemos calcular o valor das prestações pagas por Maria


nas duas propostas: com taxa de juros de 2% e com a taxa de juros de
0,83%.

Sendo:

P = 2.800,00

n = 10

Para i = 2%

R=Px

R = 2.800 x [(1,02)10 x 0,02/(1,02)10-1]

R = 2.800 x 0,1113

R = 311,71

Utilizando a tabela financeira:

R = P x FRC(2%, 10)

R = 2.800 x 0,11133

R = 311,72

Comprando uma semana antes da promoção proposta Maria pagaria 10


parcelas de R$311,72.

Para i = 0,83%

R=Px

R = 2.800 x [(1,0083)10x0,0083 / (1,0083)10-1]

R = 2.800 x (0,009/0,0862)
R = 2.800 x 0,1044

R = 292,34

Utilizando a tabela financeira:

R = P x FRC(0,83%, 10)

R = 2.800 x 0,1064

R = 292,99

Comprando na promoção proposta Maria pagaria 10 parcelas de 292,99.

b) Para sabermos qual seria a economia de Maria ao comprar na promoção


precisamos saber qual será o valor total pago por ela ao final da
operação.
Para i=2%
10 parcelas de R$311,72 = 3.117,20
Para i = 0,83%
10 parcelas de R$292,99 = 2.929,90

Como podemos perceber, Maria pagará um valor menor pela TV se


comprar na promoção. Ela economizará R$187,30 se optar por comprar o
aparelho na Black Friday.

Fim da Atividade

Box 4.1

No caso do exercício anterior, a Maria vai obter o desconto se comprar no dia


da promoção, mas devemos ter cuidado quando decidimos comprar algo que
não precisamos só por que as condições “parecem imperdíveis”. Quando
vamos comprar algo e pagaremos em parcelas, pensamos no valor que
pagaremos por mês, mas às vezes, esquecemos de contabilizar quanto
pagaremos ao todo pelo produto ou serviço, gastando mais do que
pretendíamos ou poderíamos. Veja no vídeo a seguir o caso da Judite e pense
sobre como ele se relaciona com o caso da Maria (da atividade anterior) e com
você mesmo.

https://www.youtube.com/watch?v=k6O554uP2Kc (Vídeo do BCB série


Educação Financeira).

Fim do Box

Para complementar a discussão, vamos resgatar um trecho da aula 2, que


fala do Custo Efetivo Total: “Vale lembrar que os exemplos aqui são
meramente ilustrativos e que o cálculo do valor da dívida feito pelas empresas
considera, além da taxa de juros incidente outras taxas e impostos cobrados,
elevando a dívida. Por isso muitas vezes o cálculo que fazemos a partir da taxa
de juros divulgada não nos permite encontrar os valores das parcelas e dos
juros cobrados pelas instituições. O Banco Central do Brasil (BCB) determinou
que as empresas divulguem aos clientes não só a taxa de juros incidente na
operação, mas todas as outras cobranças, através da divulgação do Custo
Efetivo Total da Transação (CET). “O CET deve ser expresso na forma de taxa
percentual anual, incluindo todos os encargos e despesas das operações, isto
é, o CET deve englobar não apenas a taxa de juros, mas também tarifas,
tributos, seguros e outras despesas cobradas do cliente, representando as
condições vigentes na data do cálculo” (BCB).

Com esse trecho percebemos que podemos calcular prestações,


montantes e valores presentes caso tenhamos o custo efetivo da transação, ou
seja, aquele que envolve todas as taxas cobradas na transação.

3. Conclusão

A realização de operações de crédito impõe, conforme já aprendemos, o


conhecimento de taxas de juros e de que maneira elas influenciam nessas
operações de crédito. Para analisar o impacto dos juros nas operações que
realizamos devemos estar atentos às taxas efetivas embutidas nessas
operações e analisar a viabilidade da realização do empréstimo, financiamento,
aplicação, etc.
4. Resumo:

As séries de pagamentos são sucessivos pagamentos ou recebimentos


com vencimentos em épocas pré-determinadas, destinadas à quitação de
dívidas ou construção de capital.
Essas séries de pagamentos podem ser finitas (por exemplo, 6 parcelas)
ou infinitas (perpétua....); a diferença de tempo entre cada termo (ou parcela) é
constante, ou seja, vencem de 30 em 30 dias, 45 em 45 dias, 60 em 60 dias,
etc.. Além disso, os vencimentos desses pagamentos podem ocorrer no final
desse período (termos vencidos ou postecipados) ou no início (termos
antecipados). Nesta aula trabalhamos com séries finitas, de pagamentos
iguais (constantes) e postecipadas.
Aprendemos fórmulas que permitem fazer cálculos de montante, valor
presente, prestações, juros e prazos para essas séries. Além disso,
aprendemos a representar problemas que as envolvem no fluxo de caixa.
Formulário para auxiliar na resolução dos exercícios e fixação do
conteúdo.

Encontrar: Fórmula Tabelado


S dado R S=Rx S = R x FAC(i%,n)

R dado S R=Sx R = S x FFC (i%,n)

P dado R P=Rx , P = R x FVA (i%,n)

R dado P R=Px R = P x FRC (i%,n)

Bom estudo! Não deixe acumular conteúdo ou dúvidas para a próxima


aula!
CEDERJ – CENTRO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR A DISTÂNCIA

DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Curso: Engenharia da Produção Disciplina: Engenharia Econômica

Aula 5 – Séries de Pagamentos Iguais – Pagamentos Antecipados

Meta

Consolidar os conceitos de séries de pagamentos e desenvolver o conteúdo de


séries de pagamentos iguais antecipados.

Objetivos

1. Identificar o conceito de séries de pagamentos iguais antecipados


2. Entender as séries de pagamentos iguais antecipados e quais são
seus impactos sob o fluxo de caixa
3. Calcular valor presente, montante e prestações em operações que
apresentem pagamentos iguais antecipados
4. Representar graficamente um fluxo de caixa contendo tais operações
5. Resolver problemas que envolvam série de pagamentos variáveis

Pré-requisitos: Antes de começar essa aula separe calculadora científica,


régua, lápis e borracha, pois esse material será útil não só nesta, mas em
todas as aulas dessa disciplina.

1. Introdução

Prezados alunos, dando prosseguimento ao conteúdo visto na aula anterior


vamos continuar trabalhando com séries de pagamentos iguais (que são
pagamentos ou recebimentos em parcelas iguais). Só que agora, de maneira
diferente, vamos trabalhar com séries de pagamentos iguais antecipados.
Na aula passada estudamos casos em que os vencimentos dos
pagamentos ou recebimentos se davam no fim do período considerado na
operação de crédito (30 dias, 45 dias, um ano, ...). Agora, vamos considerar
casos em que esses pagamentos ou recebimentos se dão no início desse
período. Vamos considerar, por exemplo, uma compra feita a prazo, mas que
será paga em 10 parcelas COM UMA ENTRADA.
Qual será o impacto sobre o fluxo de caixa de se considerar uma série de
pagamento antecipada? Será que teremos muita variação do montante da
operação? E as parcelas, como se comportarão?
Vamos dar início ao entendimento desse novo conceito e tentar, ao final da
aula, responder a esses questionamentos.

Caro aluno, o entendimento dos conceitos que serão agora


apresentados está fortemente atrelado ao conteúdo
apresentado na aula anterior. Caso tenha dúvidas faça a
revisão do conteúdo e resolva novamente os exercícios!
Lembre-se de procurar o tutor sempre que necessário!

2. Séries de Pagamentos Iguais com termos Antecipados


Resgatando conceitos da aula anterior:

“As séries de pagamentos são sucessivos pagamentos ou recebimentos


com vencimentos em épocas pré-determinadas, destinadas à quitação de
dívidas ou construção de capital.
Para facilitar o cálculo do montante (S), valor principal (P), taxa de juros (i) e
prazos (n) nas operações que envolvem séries de pagamentos poderemos
utilizar novas fórmulas, que serão apresentadas nesta aula.
Essas séries de pagamentos podem ser finitas (por exemplo, 6 parcelas) ou
infinitas (perpétua....); a diferença de tempo entre cada termo (ou parcela) é
constante, ou seja, vencem de 30 em 30 dias, 45 em 45 dias, 60 em 60 dias,
etc.. Além disso, os vencimentos desses pagamentos podem ocorrer no final
desse período (termos vencidos ou postecipados) ou no início (termos
antecipados). Nesta aula vamos trabalhar com séries finitas e de pagamentos
iguais (constantes).
Podemos ter, portanto, séries de pagamentos iguais com termos
postecipados e séries de pagamentos iguais com termos antecipados. Para
facilitar o entendimento de ambas, com a ajuda do fluxo de caixa vamos
apresentar um exemplo das mesmas.

Fluxo de caixa 1
Fluxo de caixa 2

Como podemos perceber o fluxo de caixa 1 apresenta uma série de


pagamentos iguais e postecipados, onde o pagamento ocorre ao final do
período das parcelas. É como se você comprasse a prazo e não pagasse a
entrada, pagasse a primeira parcela 30 dias após a compra (no caso de
parcelas mensais, que poderiam ser de 60 em 60 dias, 120 em 120 dias, etc.).
Já o fluxo de caixa 2, apresenta um caso onde o pagamento ou a aplicação
do recurso se dá no início do período. Poderia representar a abertura de uma
poupança e o depósito da primeira parcela da aplicação no momento da
abertura da conta poupança, e os demais a cada 30 dias subsequentes (ou 60
em 60 dias, 120 em 120 dias, etc).”
Conforme pode ser visto no fluxo de caixa 2, os pagamentos, recebimentos,
aplicações, etc, realizados em séries de pagamentos antecipados começam no
início do período da operação de crédito (momento zero), e não ao final do
período.

Exemplo 2.1. Vamos trabalhar com o mesmo exemplo (2.1) trabalhado na aula
anterior, mas agora considerando termos antecipados. Calcule o montante, ao
final do 5º mês, de uma série de cinco pagamentos iguais, mensais,
consecutivos e antecipados, no valor de $200,00 cada uma, a uma taxa de
juros de 3% ao mês.
Primeiro vamos fazer o fluxo de caixa para o problema.
Agora que conseguimos visualizar o problema através do fluxo de caixa,
vamos resolvê-lo de maneira simples e a partir da utilização do conhecimento
que já temos.

Para encontramos o montante de uma série de pagamentos iguais com


termos antecipados dada a prestação devemos aplicar a fórmula:

S = R x (1 + i) x , sendo o Fator de Acumulação de

Capital.

Como podemos observar, utilizaremos a mesma fórmula para


pagamentos postecipados mas incluiremos o termo (1 + i).

S=?

i = 3%

R = 200,00

n= 5

Vamos aplicar a nova fórmula aos dados do exemplo 2.1.

S = R x 1,03 x

S = 200,00 x 1,03 x [(1+0,03)5 -1/0,03]


S = 200,00 x 1,03 x 5,3091

S = 1093,68

Encontramos, com a aplicação da fórmula, um montante de R$ 1.093,68.


Quando consideramos, na aula anterior, os pagamentos postecipados o
montante foi de R$1061,83.

Podemos ainda fazer o mesmo cálculo com o auxílio da tabela


financeira. (INCLUIR TABELAS FINANCEIRAS). Devemos encontrar o FAC na
tabela para a taxa de juros de 3%, n = 5 e série de pagamentos iguais. Nós já
trabalhamos com a tabela financeira para pagamento único e, agora,
utilizaremos as tabelas para série de pagamentos iguais.

Na tabela, o FAC (3%, 5) é de 5,30914, o mesmo que encontramos no


nosso cálculo. Assim,

S = R x (1+i) x FAC

S = 200,00 x 1,03 x 5,30914

S = 1093,68

Novamente encontramos o montante de R$ 1.093,68.

Como vimos, o valor calculado para pagamentos antecipados é maior


que aquele calculado para séries de pagamentos postecipados. Isso ocorre
porque as entradas ou saídas de recursos se dão no início do período, fazendo
com que sobre o recurso financeiro incida a taxa de juros por um período maior
de tempo.

Atividade

Atividade 1: Atinge os objetivos 2, 3 e 4.

Marina abriu uma conta poupança e pretende depositar, nos próximos


12 meses, o valor mensal de 400,00. Sabendo-se que a taxa de juros para pela
poupança é de 3,5% a. m. e que os pagamentos são antecipados, calcule o
valor a ser retirado por Marina ao final dos 12 meses. Represente o fluxo de
caixa para o problema.
Resposta:

Resposta Comentada:

Primeiro vamos fazer o fluxo de caixa para o problema.

Sendo:

R = 400,00

n = 12 prestações

i = 3,5% ao mês

S=?

Vamos aplicar a fórmula:


S = R x (1 + i) x

S = 400,00 x (1,035) x [(1+0,035)12 -1/0,035]

S = 400,00 x 1,035 x 14,602

S = 6.045,20

O valor a ser retirado por Marina ao final das aplicações é de R$


6.045,20.

Para conferir, podemos consultar a tabela financeira e encontrar o FAC


(3,5%, 12). O Fator de Acumulação de Capital para a taxa de juros e o período
indicado é de 14,60196. Assim, temos que

S = 400,00 x 1,035 x 14, 60196

S= 6.045,20

O montante também é igual a R$ 6.045,20. O mesmo raciocínio deve ser


adotado para todos os problemas que apresentem as mesmas condições.

Essa atividade foi uma das apresentadas na aula anterior (atividade 2),
só que agora consideramos os pagamentos antecipados. Podemos observar
que o montante na série de pagamentos antecipados é maior, já que os valores
depositados por Marina ficarão um período maior rendendo juros.

Fim da atividade

Essa fórmula, que utiliza o Fator de Acumulação de Capital deve ser


utilizada quando a incógnita do problema for o montante, ou seja, quando
precisarmos calcular o montante da operação.

Mas no caso, por exemplo, em que precisemos calcular o valor das


prestações ou das aplicações realizadas, dado o montante da operação,
devemos utilizar o Fator de Formação de Capital (FFC). Como o próprio
nome sugere, trata-se do valor pago ou aplicado que gerará determinado
montante ao final dos períodos da operação realizada.

O FFC pode ser deduzido da expressão trabalhada anteriormente. Veja:


S = R x (1+i) x , precisamos isolar o R na equação,

R = S x [1/ (1+i)] x

Onde:

R = S x [1/ (1+i)] x em que é chamado de Fator de

Formação de Capital.

Exemplo. 2.2. Marisa pretende adquirir um imóvel no valor de


150.000,00 daqui a 36 meses. Ela pretende pagar à vista e, para isso, vai
realizar depósitos mensais na poupança, que rende juros de 2,5% ao mês.
Sabendo-se que esses depósitos serão mensais, iguais , consecutivos e serão
iniciados hoje, calcular o valor desses depósitos.

S = 150.000,00

n = 36

i = 2,5% a.m.

R=?

Resolução:

R = S x [1/ (1+i)] x

R = 150.000 x 0,9756 x 0,01745

R = 2.553,66.

Marisa deverá depositar mensalmente durante 36 meses a quantia de


R$2.553,66 para obter o montante necessário para a compra do imóvel.

Atividade

Atividade 2: Atinge os objetivos 2, 3 e 4

Calcule a prestação de uma série de pagamentos iguais, mensais e


antecipados cujo montante é de 3.500,00 para o prazo de 4 meses. Considere i
= 1,5%. Faça o fluxo de caixa para o problema. Encontre também o valor da
prestação considerando termos postecipados e compare-as.

Resposta:

Resposta comentada:
Fluxo de caixa para o problema:
Devemos encontrar o R no problema. Sendo i = 1,5% e n =4, temos que:

Para pagamentos antecipados:

R = S x [1/ (1+i)] x

R = 1.500,00 x [1/(1,015)] x [0,015/(1,015)4-1]

R = 1.500 x 0,9852 x 0,24446

R = 361,26

A parcela é igual a R$ 361,26.

Para pagamentos postecipados:

R=Sx

R = 1.500,00 x [0,015/(1,015)4-1]

R = 1.500 x 0,24446

R = 366,69

A parcela é igual a R$ 366,69.


Sob as mesmas condições da operação de crédito, a parcela na
operação com termos postecipados é maior que a parcela paga para termos
antecipados.

Fim da atividade

Vamos agora considerar o cálculo do Valor Atual e de parcelas quando


se dispõe do valor atual em séries com termos antecipados. Acompanhando o
raciocínio anterior temos que o cálculo do Valor atual deve considerar a fórmula
para a série de pagamentos postecipados:

P=Rx , onde é o Fator de Valor Atual (FVA)

Utilizando a tabela financeira:

P = R x FVA (i% , n)

Para o cálculo considerando-se pagamentos antecipados, devemos


multiplicar a fórmula apresentada por (1+i). Sendo assim,

P = R x (1+i) x

ou

P = R x (1+i) x FVA (i% , n)

Exemplo 2.3 Calcular o valor atual de uma série de 12 aplicações mensais


iguais de R$1.800,00. Lembrando que a taxa de juros da operação é de 2,5%
a. m. e que as aplicações são consecutivas e antecipadas. Fazer o fluxo de
caixa para o problema.

Resposta:

Devemos, segundo as orientações do problema, encontrar o valor atual


da série de pagamentos apresentada.
Primeiramente vamos fazer o fluxo de caixa para o problema.

Agora que visualizamos o problema, vamos aos cálculos.

Sendo:

P=?

R = 1.800,00

i = 2,5% a. m.

n = 12

P = R x (1+ i) x ,

P = 1.800 x 1,025 x 10,2577

P = 18.925,57

Utilizando a tabela,

P = R x FVA (2,5%, 12)

P = 1.800,00 x 1,025 x 10, 2577

P = 18.925,45
O valor atual na operação apresentada é de R$18.925,57.

Atividade

Atividade 3 - Atinge os objetivos 3 e 4

Calcule o valor atual de uma série de 10 pagamentos iguais, consecutivos e


antecipados de R$427,00. Considere a taxa de juros da operação de 3,5%.

Resposta:

Resposta Comentada:

Vamos calcular o valor atual da operação.

Sendo:

R= R$ 427,00

n = 10

i = 3,5%
P=?

P = R x (1 + i) x ,

P = 427,00 x [(1,035)10-1/(1,035)10 x 0,035]

P = 427,00 x 1,035 x 8,3166

P = 3.675,48

Utilizando a tabela:

P = R x (1 + i) x FVA (i, n)

P = 427,00 x 1,035 x FVA (3,5%, 10)

P = 427,00 x 1,035 x 8,31661

P= 3.675,48

O valor atual da série apresentada é de R$3.675,48.

Fim da atividade

A partir da fórmula P = R x (1+i) x , podemos deduzir o cálculo da

prestação dado o valor atual. Para tanto, devemos isolar o R na equação,


obtendo:

R = P X [1/(1+i)] x , onde é o Fator de Recuperação de

Capital (FRC)

O Fator de Recuperação de capital deve ser utilizado quando se tem o


valor atual da operação e pretende-se calcular o valor da prestação da série de
pagamentos. Ele pode ser utilizado para determinar o valor das prestações de
um empréstimo, por exemplo.

Exemplo 2.4: O Banco X oferece aos seus clientes uma opção de empréstimo
em que é cobrada uma taxa de juros de 2,5% a.m. Considere um cliente que
precise tomar emprestado 3.500,00 e pretende realizar o pagamento do
mesmo em 10 parcelas. Calcule o valor da prestação para que o cliente possa
avaliar se a mesma “cabe” em seu orçamento. Represente o fluxo de caixa da
operação. Considere pagamentos antecipados.

Resposta:

Primeiramente vamos elaborar o fluxo de caixa da operação.

Agora, sendo:

P = 3.500,00

i = 2,5%

n = 10 meses

Vamos calcular o R.

R = P x (1 + i) x

R = 3.500,00 x 1,025 x [(1,025)10x 0,025/(1,025)10 – 1]

R = 3.500,00 x 1,025 x [0,032/0,2801]

R = 3.500 x 1,025 x 0,1142

R = 409,69.

Consultando a tabela para o FRC:

R = P x FRC(2,5%, 10)

R = 3.500 x 1,025 x 0,11426

R = 409,90.
Para tomar o empréstimo oferecido com as condições oferecidas pelo
Banco X o cliente deverá pagar uma prestação de R$ 409,90 mensalmente, por
um período de 10 meses. Cabe ao cliente avaliar sua capacidade de
pagamento e decidir se deverá ou não fazer o empréstimo.

Atividade

Atividade 4 - Atinge os objetivos 3 e 4

A loja X, que trabalha com a venda de roupas e acessórios femininos,


está fazendo uma promoção, na qual o cliente tem a opção de fazer suas
compras e pagar em 6 parcelas iguais com uma entrada. Sabendo-se que a
taxa de juros mensal cobrada será de 2,25% e que as compras de Maria
ficaram em R$680,00, calcule o valor da prestação.

Resposta:
Resposta Comentada:

Vamos ajudar Maria a decidir sobre a compra, calculando o valor das parcelas.

Sendo:

P = R$680,00

i = 2,25% a.m.

n=6

R = P x (1 + i) x

R = 680,00 x 1,0225 x 0,18460

R = 128,35

Caso Maria decida aceitar a promoção da loja deverá pagar suas


compras em 6 parcelas de R$128,35 cada.

Fim da Atividade

Box 5.1 A história do dinheiro

Caros alunos,

a moeda que circula hoje no Brasil é o Real e é por intermédio dela que
conseguimos realizar trocas, fazer pagamentos, guardar valores, etc. Mas você
sabia que muitas outras moedas já existiram no Brasil? Foram muitas desde o
tempo em que se realizavam trocas por meio das moedas–mercadorias, como
o pau-brasil, açúcar, fumo, entre outros (BCB, 2004). O Banco Central do Brasil
disponibiliza uma cartilha em que a história do dinheiro é apresentada e sua
leitura tem muito a contribuir com nossa formação cidadã e profissional. Não
deixe de ler. Boa leitura!
Disponível em:
http://www.bcb.gov.br/Pre/PEF/PORT/publicacoes_DinheironoBrasil.pdf

Fim do box

3. Exemplos

Nesta seção serão apresentados exemplos que envolvem séries de


pagamentos distintos, mas que, com as fórmulas que aprendemos e o
entendimento do fluxo de caixa da operação conseguiremos fazer os cálculos
necessários:

3.1 Qual será, ao final de 18 meses, o montante de uma operação que


consiste no depósito de 6 parcelas bimestrais, iguais e antecipadas de
2.000,00. Considere a taxa de juros bimestral de 3,5%.

Resposta Comentada:

Para entender o que o problema pede vamos elaborar o fluxo de caixa.


A partir do fluxo de caixa podemos entender que os depósitos bimestrais
ocorrerão do mês zero ao mês 5, totalizando 6 depósitos. Depois disso, não
temos mais depósitos, mas sobre o valor já depositado ainda incide juros.

Para resolver o problema teremos que calcular dois montantes. Um que


seria o S1, serviria para encontrarmos o resultado das aplicações até o mês 6
para pagamentos antecipados, como temos feito até aqui.

Mas o que há de novo nesse problema?

É que nos problemas anteriores o prazo terminava ao final dos


depósitos, o que não ocorre nesse problema, já que são 6 depósitos bimestrais
mas a operação se encerra em 9 bimestres. Sendo assim, o dinheiro continua
rendendo até o 9º bimestre.

S1= R x (1+i) x e S2 = S1 x (1+i)n

S1= R x (1+i) x

S1 = 2.000 x 1,035 x 6,55

S1 = 13.558,81

S2 = S1 x (1+i)n

S2 = 13.558,81x 1,1087

S2 = 15.032,90

O montante da operação é de R$ 15.032,90.

Como podemos observar, a resolução do problema envolveu o


conhecimento que já tínhamos, só precisamos entender de que maneira utilizá-
los diante dessa situação. Esse problema mostra a importância de se entender
e registrar o fluxo de caixa das operações.
3.2 Calcule um montante de uma série de 8 pagamentos mensais e
consecutivos, sendo os 5 primeiros iguais a 1.000,00 e os 3 últimos
iguais a 1.200,00. Considere a taxa de juros de 2% ao mês. Considere
pagamentos antecipados.

Podemos resolver de algumas formas, entre elas:

a) Considerar o montante como o somatório do montante de 5


aplicações de R$1.000 (S1) + o montante de S1 até o último mês da
operação (como no exemplo anterior) + o montante das aplicações de
R$1.200,00. Ou

b) Considerar uma série de pagamentos iguais R = 1.000,00 com 8


parcelas e uma série com 3 pagamentos iguais de 200,00. Seriam
dois montantes, um para cada série. O resultado seria a soma dos
dois.

Vamos optar pela segunda alternativa:

Primeiramente vamos elaborar o fluxo de caixa para o problema.

Como optamos pela alternativa b, devemos calcular o S1:

R = 1.000,00
n=8

i = 2% a.m.

S1= R x (1+i) x

S1 = 1.000 x 1,02 x 8,58297

S1 = 8.754,63

Para calcular S2:

R = 200,00

i = 2% a.m.

n=4

S2 = 200,00 x 1,02 x 4,1216

S2 = 840,80

St = S1 + S2 = 8.754,63 + 840,80

S = 9.595,44

4. Conclusão

A aula de hoje nos permitiu ampliar o conhecimento sobre séries de


pagamentos iguais, introduzindo fórmulas que permitem cálculos úteis para
quem necessita avaliar o valor do dinheiro no tempo (montante, valor presente,
prestação) quando estão envolvidas séries de pagamentos iguais com termos
antecipados.
Após a aula podemos responder aos questionamentos apresentados no
início do texto, pois já entendemos que como o pagamento antecipados
influencia o fluxo de caixa e as variações entre montante e parcelas dadas
séries de pagamento antecipadas e postecipadas.

As fórmulas aprendidas até aqui nos permitem trabalhar com diversas


situações, sendo necessário de início o entendimento do problema, a
construção do fluxo de caixa e a escolha da melhor maneira de solucionar o
que se pede.

5. Resumo:

As séries de pagamentos iguais podem ser antecipadas, ou seja, o


primeiro pagamento ou recebimento se dá no início do período proposto na
operação de crédito, alterando o fluxo de caixa em relação aos fluxos
apresentados para o pagamento postecipado.

As fórmulas apresentadas nas aulas 4 e 5 permitem o cálculo de


montante, prestação e valor presente em diversas situações, basca que
entendamos o fluxo de caixa para tais operações.

Formulário para auxiliar na resolução dos exercícios e fixação do


conteúdo.

Encontrar: Fórmula Tabelado


S dado R S = R x (1+i) x S = R x (1+i) x FAC(i%,n)

R dado S R = S x [1/ (1+i)] x R = S x [1/ (1+i)] x FFC (i%,n)

P dado R P = R x (1 + i) x P = R x (1 + i) x FVA (i%, n)

R dado P R = P X [1/(1+i)] x , R = P X [1/(1+i)] x FRC (i%, n)

Bom estudo! Não deixe acumular conteúdo ou dúvidas para a próxima


aula!

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