MANUAL DE COLHEITA ACTUALIZADO Rev10

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AGOSTO

2020

 MANUAL DE COLHEITAS
 PLATAFORMA SEROLOGIA

Laboratório de Serologia – LSR

EN1 Distrito de Marracuene- Provincia de Maputo- Parcela 3943

Contactos: + 258 82 4351879; +258 87 991 9768


Manual de Colheitas
Agosto, rev 10.0
LSR

1- INTRODUÇÃO

O Manual de Colheitas é um documento de suporte à actividade de colheita, de distribuição controlada pelo LSR (Laboratório de
Serologia). O controlo permite saber o número de cópias distribuídas e manter os seus utilizadores actualizados. A distribuição é
realizada em papel ou suporte electrónico no formato PDF, sendo que o Responsável da Qualidade do LSR garante a sua actualização e
distribuição.
O horário de funcionamento do laboratório e para recepção de amostras, na porta nº 146 , localizada na parte traseira do edifício do INS,
das 7:30 as 15:30 horas, todos os dias úteis. O laboratório não aceita amostras fora deste horário e não aceita também pedidos de
amostras urgentes. As amostras devem ser devidamente identificadas com nome do utente e estas devem ser acompanhadas de uma
requisição com o nome completo, sexo, idade, informação clínica do utente e com indicações das análises a efectuar (não é necessário o
estado de jejum para a colheita da amostra ao paciente!). Nas respectivas requisições deve ser registada a data e hora da colheita bem
como o nome do responsável pela colheita (Vide fig. 5 a 8). O LSR pode rejeitar uma amostra sempre que esta esteja colhida de forma
incorrecta, mal identificada ou em quantidades insuficientes.
O sangue colhido aos utentes é verificado, protegido e salvaguardado enquanto estiver sob o controlo do LSR, assim como a
confidencialidade dos dados destes.
Podem ser adicionados pedidos na mesma amostra enviada, se solicitados no mesmo dia e, desde que o volume desta tenha sido superior
ou igual a 3 mL.

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O LSR trabalha directamente com o Departamento de Epidemiologia, e indirectamente com as Unidades Sanitárias, para a
notificação de casos de Sarampo/Rubéola, casos indeterminados de HIV1/2 e casos de Hepatites B e C a nível nacional. As
reclamações podem ser entregues na recepção, registadas no Livro de Reclamações pelo cliente, enviadas pelo correio electrónico para
o Respnsavel do Laboratorio, [email protected] ou para o Gestor da Qualidade, através dos telefones + 258 82 4351879; +258
87 991 9768 ou até manifestadas verbalmente. O laboratório responde sempre aos clientes das reclamacões recebidas, em prazo
considerado útil.
Qualquer sugestão proveniente do cliente é bem-vinda ao LSR, podendo ser entregue no laboratório através do registo no formulário
interno do laboratório ou através de meios electrónicos (email).

O tempo de resposta listado na tabela deste manual de colheitas refere-se a dias úteis contados a partir do primeiro dia completo, após
recepção das amostras no LSR até à emissão dos respectivos resultados.
É importante o cumprimento de requisitos técnicos para a colheita, como estas amostras devem ser acondicionadas até ao seu
processamento. Assim, este Manual de Colheitas, prevê que as amostras devam ser conservadas à temperatura ambiente (15 a 30ºC) ou
conservadas sob refrigeração (2 e 8ºC), conforme apresentado na tabela abaixo.

O transporte de amostras para o LSR, deve ser feito em caixas térmicas com gelo seco ou com termoacumuladores (figura 4) para
amostras de plasma ou soro para a detecção qualitativa de anticorpos IgM para sarampo e rubéola e à temperatura ambiente para
amostras de sangue total para a detecção de anticorpos de HIV 1 e 2, com identificação de risco biológico, em suportes na posição

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vertical e bem vedados para evitar derramamentos. Estas embalagens permitem a protecção das amostras à exposição directa da luz. As
requisições devem ser enviadas de forma protegida (bolsa plástica ou no envelope ), sem contacto directo com as amostras.

Os resultados do LSR são expressos de forma qualitativa (teste rápidos ou sorológicos para marcadores virais de Hepatite e HIV) onde os
resultados são confirmados como positivo ou negativo; ou de forma semi-quantitativa, onde são usados valores de referência dos Kits de
reagentes de consumo que servem de medição para a validação e confirmação dos resultados em positivo e negativo.

O LSR considera como valores de decisão crítica, todos os resultados positivos de HIV 1/2, resultados positivos de Hepatite B/C, cinco
ou mais casos suspeitos, ou, pelo menos, três casos positivos para sarampo provenientes do mesmo distrito/unidade sanitária, no mesmo
mês. Em mulheres grávidas positivas para rubéola bem como cinco casos suspeitos/três positivos para sarampo, o laboratório comunica
imediatamente ao Departamento de Epidemiologia. Para os casos suspeitos de HIV 1/2 e Hepatite B e C, resultados positivos, o LSR
comunica imediatamente ao clínico.

2- COLHEITA

A colheita das amostras deve seguir os procedimentos padrão, colhendo amostras de sangue total por punção venosa ou por vácuo.
Utilizar um tudo de colheita com EDTA, citrato ácido dextrose (ACD) ou heparina. O volume de sangue total a colher deve ser até à
marca do tubo de modo a garantir a proporção entre o anticoagulante e o sangue colhido. Para obtenção do plasma, após a colheita, o

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tubo dever ser centrifugado (não há necessidade de refrigeração) a 1.500 rpm (rotações por minuto) por 5 minutos, se houver uma centrifuga
disponível, para separar as células do plasma. Em locais que não dispõem de centrífuga, deve se deixar o sangue em repouso no próprio
tubo de colheita, em temperatura ambiente, entre uma e duas horas, para que ocorra a retração do coágulo.

Para minimizar o risco como contaminação no momento da colheita por punção venosa como feridas ou picadas provocadas por
agulhas ou outros instrumentos cortantes (por exemplo, lancetas), pode ser usado o sistema de vácuo - abaixo na figura 1 são descritas
normas e procedimentos. Este sistema oferece maior segurança no seu manuseio comparativamente às seringas. O seu princípio
baseia-se na utilização de um tubo com vácuo (não contém ar no seu interior), que ao ser perfurado pela haste da agulha previamente
canalizada na veia, produz um efeito de sucção (a ausência de ar é substituída pelo líquido). A ausência de ar no sistema evita a
formação de hematomas, quando a canalização é feita de maneira defeituosa.

A colheita das amostras clínicas destinadas aos exames laboratoriais do LSR, devem ser feitas usando material apropriado para cada
tipo de amostra e exame, segundo procedimentos apresentados na tabela e figuras abaixo.

A tabela apresenta 4 colunas:

1- Exames /Método: Refere-se ao tipo de análise, com o método de execução


2- TRL: Refere-se ao tempo de resposta laboratorial
3- Amostra /Material de colheita: Tipo de amostra a processar, sublinhado, (Sangue Total, Soro ou Plasma) e o material
de colheita, a laranja, e o volume a colher, a negrito.

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4- Estabilidade, conservação e transporte: Refere-se ao tempo máximo que a amostra deve ficar após a colheita até
chegar ao Laboratório. Refere ainda, a estabilidade desta e as condições de transporte.

TRL
Exame - Método Amostras/ Material de Colheita Estabilidade, conservação e transporte
(dias uteis)

Detecção qualitativa de Sangue total: esta amostra é estável sob refrigeração (2-8ºC), máximo em 3 dias após a
Até 1; se
anticorpos para HIV1/2 - colheita. Devem ser transportadas em caixa térmica com gelo seco ou termoacumuladores.
indeterminado até 15
imunocromatografia Plasma/Soro: sob refrigeração, máximo de 5 dias após a colheita, e transportadas em caixa
Sangue total/Plasma/Soro Tubo com EDTA
(tampa roxa, fig 2) Volume 3-5 ml por punção térmica com gelo seco ou termoacumuladoores . Se superior a 5 dias a amostra deve ser
venosa ou por sistema de vácuo (ver figura 1) congelada a -20ºC ou mais de frio)
Detecção de anticorpos
Estável por períodos longos, se conservada -20ºC, no laboratório, de preferência.
para HIV1/2 - ELISA Até 30

Detecção de anticorpos Sangue total: amostras colhidos por punção venosa, devem ser conservadas a uma temperatura
de Hepatite B e C - Até 1 de 2-8ºC até 48 horas para hepatite B e 4-8 ºC para Hepatite C após a colheita.
imunocromatografia Sangue total. Tubo com EDTA (tampa roxa, Plasma: sob refrigeração, máximo em 7 dias após a colheita, e transportadas em caixa térmica
Fig 2) Volume - 5 ml por punção venosa ou com gelo seco.
sistema de vácuo (ver figura 1). Estável períodos longos se conservada -20ºC, no laboratório, de preferência.
Detecção de anticorpos
de Hepatite B e C - Até 30
ELISA
Sangue total. Tubo com EDTA (tampa roxa, fig
Detecção de anticorpos 2).Volume - 5 ml por punção venosa ou Sangue total: Sob refrigeração, máximo de 3 dias após a colheita, e transportadas em caixa
de Hepatites B e C - sistema de vácuo (ver figura 1). térmica com gelo seco.
Até 1
Imunocromatografia Estável períodos longos se conservada -20ºC, no laboratório, de preferência

Detecção de Anticorpos Soro/Plasma Tubo sem anticoagulante, com gel


IgM para o Sarampo - separador (tampa vermelha ou amarela, fig 3)/ Plasma/soro: Até 14 dias após a colheita, desde que a amostra centrifugada seja mantida sob
ELISA com EDTA, Volume 3-5ml por punção venosa refrigeração (2 a 8°C) no local da colheita, ou por 28 dias se o armazenamento a frio não for
Detecção de Anticorpos ou sistema de vácuo (ver figura 1). A amostra imterrompido (deve se avaliar o aspecto da próprio amostra). Transportar em caixa térmica com
Até 4
IgM para a Rubéola - deve ser preferencialmente colhida em tubo gelo seco.
ELISA seco.
Nota: É aconselhável colher no 1º até 28º dia Estável períodos longos se conservada -20ºC, no laboratório, de preferência.
do exantema/ erupção cutânea.

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Figura 1: Procedimentos de colheita de amostra de sangue por sistema de vácuo (1-21)

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3- CRITÉRIOS DE REJEIÇÃO DAS AMOSTRAS
Tipo de amostra Critérios de Rejeição

1. Amostras não acondicionadas em tubos ou crioviais fechados de modo a impedir o derramamento;


2. Amostras sem informação da data da colheita, incluindo a hora;
3. Amostras com impurezas;
4. Amostras sem requisições;
Plasma ou soro
5. Amostras colhidas após 28 dias depois de aparecimento da exantema ( e portanto não respeitam o
período de erupção cutânea).
6. Amostras de sarampo/ rubéola com mais de 14 dias conservadas a tempearatura de 2-8ºC
1. Amostras coaguladas ou hemolisadas;
2. Amostrasde volume insuficiente;
Sangue Total 3. Amostras sem informação da data da colheita;
4. Amostras colhidas com mais de 5 dias se não conservadas conforme descrito em cima;
5. Amostras não acondicionadas em tubos ou crioviais fechados de modo a impedir o derramamento;
6. Amostras sem requisições.

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4- MATERIAL USADO PARA O TRANSPORTE DAS AMOSTRAS E MODELOS DE REQUISIÇÕES

Figura 2: Tubo com tampa Roxa com EDTA para colheita


Figura 3: Tubo com tampa amarela ou vermelha sem
de amostras de sangue total
anticoagulante, com gel separador para colheita de amostras
de plasma ou soro

Nota: A cor da tampa dos tubos, pode estar sujeita a mudanças, dependendo do fabricante.

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Figura 4: Diferentes tipos de recipientes para transporte de amostras biológicas até ao laboratório

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Figura 5: Preenchimento CONFORME da ficha


de investigação de sarampo

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Figura 6: Formulário de solicitação de teste de HIV 1/2

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Figura 7: Formulário de solicitação de teste de diagnóstico de Hepatites B e C

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Dermatite crónica

HIV

Hora: 10:30

Figura 8: Requisição para solicitação de teste de diagnóstico de Hepatite A e B

5- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA

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LSR
 www.Interladist.com.br
 Ministério de Saúde Agência Nacional de Vigilância de Saúde Manual de microbiologia clinica para controle de infecção em
serviço de saúde. Brasilia, 2004- Módulo VII, p. 1-24.
 Norma ISO 15189: 2012
 Prospecto do kit de Sarampo (anti-measles-viruses NP ELISA- IgM), EUROIMMUN
 Prospecto do Kit de Rubeola ( anti-rubeola Virus Glycoprotein ELISA virus/IgM), EUROIMMUN
 Prospeto de HIV Vironostika HIV Ag/Ab
 Manual de Vigilância epidemiológica do HIV, 2001
 Kit comercial Unigold HIV-1.2 (Trinity Biotech)
 Kitcomercial Alere Determine HIV-1.2
 Kit Comercial de Hepatite B
 Kit Cimercial de Hepatite C
 Manual de Vigilância Epidemiologia de Sarampo, DNSP, Departamento de Epidemiologia, 2009
 Manual de Formação para Vigilância Epidemiológica de Sarampo, Ministério da Saúde, Instituto Nacional de Saúde,
Laboratório de Serologia, Maputo, Maio de 2013

Revisto e aprovado pelo Responsável da Plataforma de Serologia

(Thebora Sultane)

Maputo, 26/08/2020

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