DIREITO EMPRESARIAL I Introducao Ao Direito Empresarial
DIREITO EMPRESARIAL I Introducao Ao Direito Empresarial
DIREITO EMPRESARIAL I Introducao Ao Direito Empresarial
Referência bibliográfica:
Curso de Direito Comercial – Rubens Requião
Curso de Direito Comercial – Fábio Ulhoa Coelho
Sociedades Comerciais – Waldírio Bulgarelli
Curso de Direito Comercial – Fran Martins
Factoring – Arnaldo Rizzardo
“O comércio é aquele ramo de produção econômica que faz aumentar o valor dos
produtos pela interposição entre produtores e consumidores, a fim de facilitar a troca
de mercadorias.” (Prof. Alfredo Rocco)
1
1.1.2 Conceito jurídico de comércio - Pelo conceito econômico acima, poder-se-ia
chegar a um conceito jurídico. Entretanto, o conceito econômico difere do conceito
jurídico de comércio.
Quando o direito objetiva tutelar o comércio com regras jurídicas, amplia muito o seu
conceito.
Como exemplo temos que muitas funções relacionadas com a circulação e gestão de
riqueza não são amparadas pelo conceito jurídico de comércio, como as empresas
agrícolas e artesanais, mineração, negócios imobiliários. Atividades que se
compreendem no conceito econômico de comércio.
De outra forma atividades que não se enquadram no conceito econômico, tem amparo
no conceito jurídico, como letras de câmbio e as notas promissórias, que podem ser
sacadas ou emitidas por pessoas não-comerciantes para fins civis.
Por suas características é muito próximo da economia, uma vez que os fatos
econômicos constituem base maior do conceito do Direito Comercial.
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b) Direito das empresas e das sociedades – estudo do empresário seja individual ou
sociedades comerciais ou civis.
1.4. Histórico
Assim o direito civil Romano cede ao direito territorial e ao direito canônico, que
continham preceitos de aversão e proscrição das atividades lucrativas, inspirados no
versículo bíblico: “Ao teu irmão não emprestarás com usura ....”
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Após o século XI tem início nova fase de desenvolvimento econômico da Europa, foi
retomada como instrumento jurídico de garantias dos credores o remanescente direito
romano voltado para defesa do devedor.
É nessa fase que começa a se consolidar o direito comercial, interpretado das regras
corporativas e, sobretudo, da jurisprudência das decisões dos cônsules que eram juizes
designados pela corporação para, em seu âmbito dirimirem as questões entre
comerciantes.
Perseguida pelas tropas napoleônicas, a família real refugiou-se na colônia, o que fez
com que esta evoluísse. Inicia-se a composição de um direito de natureza e finalidade
mais econômica do que propriamente comercial.
Impunha-se a organização da corte por ser sede de uma monarquia. E assim, pela
chamada Lei de Abertura dos Portos em 1808, os estuários brasileiros, até então
fechados pela mesquinha política monopolista de Portugal, abrem-se ao comércio dos
povos. Outras leis e alvarás surgem, como a que cria a Real Junta de Comércio,
agricultura, fábricas e Navegação. Tem destaque nesses atos da monarquia, o alvará de
12/10/1808 que criou o Banco do Brasil, com emissão de bilhetes pagáveis ao portador,
operações de descontos, comissões, depósitos, saques de fundos etc...
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A Assembléia Constituinte e Legislativa de 1823 promulgou lei que impôs a continuação
das leis portuguesas no Império vigentes a partir de 25/04/1821. Entre essas leis, vale
destacar a Lei da Boa Razão, que autorizava invocar-se como subsídio nas questões
mercantis as normas legais “das nações cristãs, iluminadas e polidas, que com elas
estavam resplandecendo na boa, depurada e sã jurisprudência”
Fonte do direito comercial é a maneira pela qual surge uma norma jurídica de natureza
comercial. Ao seu lado e suportando-as onde e quando necessário, encontramos as
regras do direito comum.
1.5.1 A exclusão do direito civil - A exclusão do direito civil como fonte do direito
comercial se deve ao fato de que este, quando requisitado, na ausência de regra
comercial própria, a resolver determinadas questões mercantis, o faz como direito civil,
não perdendo sua natureza civil - Artigo 903 do Código Civil.
1.5.2 Leis comerciais - A principal fonte do direito comercial são as leis comerciais. No
Brasil o Código Comercial surgido pela Lei 556/1850 seguido pelo Regulamento 737,
que estabeleceu as regras do processo comercial, representavam, até a reforma
proposta pelo novo código civil, o alicerce do nosso ordenamento jurídico comercial.
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1.5.3 Usos comerciais – Inicialmente o uso e costumes dos comerciantes medievais
serviram de regra subsidiária de suas normas. As codificações que surgiram no século
XIX, aglutinaram os usos e costumes já sintetizados pelas corporações. Assim o
legislador não poderia ignorar a inteligência inventiva e a capacidade técnica dos
comerciantes.
No entendimento de Vivante, o uso deve ser mantido sem alteração durante certo
tempo, e é observado como se fosse uma regra do direito e, portanto, com a convicção
de que não se pode violá-lo, sem que se sofra uma sanção, não podendo opor-se a lei
enquanto esta imperativa.
Assim deduz-se que os usos comerciais não são constituídos de atos de mero favor ou
tolerância, de liberdade ou condescendência, que não são praticados com a intenção de
reconhecer um direito.
a) Usos de direito – são imperativos, tendo força de Lei. São os costumes mercantis,
sua eficácia não resulta da vontade das partes.
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Como cita Rubens Requião, que na opinião de Ferreira Borges, os comerciantes
constituem um só povo. De fato, a busca pelo lucro, que é meta do comerciante, é um
fato universal e desconhece fronteiras.
O estudo dos atos de comércio não são de grande importância prática no direito
comercial brasileiro. Já na França, onde permanecem os Tribunais do Comércio, em
referência a especialização da jurisdição comercial, se faz necessário o entendimento do
conceito diferencial entre o ato de comércio e o ato civil, para que se possa definir a
competência.
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No Brasil, desde 1875, um Decreto imperial extinguiu os Tribunais do comércio,
estabelecendo-se definitivamente a unidade de nosso direito processual.
O objetivo de lucro que tem o comércio é necessário, mas não serve para
caracterizá-lo, sendo o comerciante um intermediário entre produtor e consumidor, da
mesma maneira que o ato de comércio é um ato de interposição ou de circulação.
Assim chega-se a definição de Thaller (citação de Rubens Requião)
Das respeitáveis opiniões de vários mestres do Direito, têm-se que são várias as
dificuldades em se encontrar uma teoria científica dos atos de comércio. Não se
consegue formular um critério universal e unitário para os mesmos. Tornando-se assim
impossível a elaboração de uma teoria científica. Como observa Rubens Requião, temos
que nos contentar com simples noções ou critérios para explicar os atos de comércio.
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Principalmente na França o sistema enumerativo, criou grande discussão, pois indagou-
se se a enumeração da lei era limitativa/taxativa ou era simplesmente exemplificativa.
2. Empresa
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2.2 Aspectos da empresa que interessam ao Direito Comercial
Este autor separa a noção de empresário da noção de empresa, pois o direito considera
a empresa como uma entidade autônoma distinta da pessoa do empresário .
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2.4. Conceito de empresa no direito italiano
Nesse norte é a preleção de Inglez de Souza, onde cita: “Por empresa devemos
entender uma repetição de atos, uma organização de serviços, em que se explore o
trabalho alheio, material ou intelectual.
Despreza-se esse conceito restrito, por não mais servir à doutrina atual.
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“a organização técnico-econômica que se propõe produzir a combinação dos diversos
elementos, natureza, trabalho e capital, bens ou serviços destinados à troca (venda),
com esperança de realização de lucros, correndo riscos por conta do empresário, isto é,
daquele que reúne, coordena e dirige esses elementos sob sua responsabilidade”.
Seguindo a corrente majoritária, a atividade pode constituir objeto de direito, posta sob
proteção jurídica. Nessas condições, percebemos a empresa como objeto de direito.
São várias as espécies de empresas. A classificação era feita em dois grandes grupos. O
primeiro formado pelas empresas comerciais e as empresas civis, e o segundo pelas
empresas públicas.
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De acordo com o Projeto de Código de obrigações de 65, é atividade própria de
empresa comercial:
Define a Lei que pequeno produtor rural para fins legais é aquele que
atenda simultaneamente os seguintes requisitos:
Quanto à micro empresa e à pequena empresa, o Código Civil ressalvou no art. 970, o
tratamento favorecido e simplificado que a lei dispensará ao empresário rural e ao
pequeno empresário.
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e capital exclusivo da União, criada por lei para exploração de atividade econômica que
o governo seja levado a exercer por força de contingência ou de conveniência
administrativa, podendo revestir-se de qualquer das formas admitidas em direito”.
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Finalmente com a necessidade de atualização e correção do conflito de enquadramento
entre as leis 9841/99 e a 9317/96, em 14 de dezembro de 2006 foi instituído o novo
Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte (Lei Complementar
n.º 123), que altera dispositivos das Leis 8212 e 8213 de 24/07/1991, da Consolidação
das Leis do trabalho – CLT, da Lei 10.189, de 14/02/2001, da Lei complementar n.º 63,
de 11/01/1990 e revoga as Leis 9317 de 05/12/1996 e 9841 de 05/10/1999.
Lei 10.406/2002 – Novo Código Civil – Limitou-se a determinar que seja assegurado
tratamento favorecido, diferenciado e simplificado ao pequeno empresário, apenas
quanto à inscrição e seus efeitos.
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Lei Complementar 123/2006 – Institui o novo Estatuto da Micro Empresa e da Empresa
de Pequeno Porte, revogando as Leis 9317/96 e 9841/99.
Observações:
.Junta Empresarial
O DNRC não exerce atividade executiva, mas tão somente fiscalizadora, fixando
diretrizes para as juntas empresariais.
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Às Juntas Empresariais cabe a função executiva e assentamento dos usos e
práticas comerciais.
2.9.2. A junta empresarial pratica os seguintes atos: (art. 32, incisos I a III)
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a) Obrigatórios: sua ausência importa em sanção ao empresário.
Para que o livro possa produzir efeitos jurídicos, devem ser atendidos requisitos
intrínsecos e extrínsecos.
a) Requisitos intrínsecos: São requisitos pertinentes à técnica contábil (art. 1.183 CC).
Civil: De acordo com o art. 379 do CPC, não poderá valer-se da eficácia
probatória dos livros empresariais; De acordo com o artigo 7.o, § 2o e 10.° da Lei de
Recuperação e Falências, não poderá ser realizada a verificação dos créditos.; etc
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a) Exibição parcial: princípio do sigilo dos livros empresariais, vale dizer, somente
será exibido a parte do livro correspondente ao determinado pelo juiz no caso
em análise.
O princípio do sigilo dos livros significa dizer que os livros não devem ser
exibidos aleatoriamente, senão por determinação judicial e, ainda assim, deverá ser
observada a regra da exibição parcial e total, sendo esta última exceção. No caso de
fiscalização tributária, art. 195 CTN; fiscalização previdenciária, art. 33, par. 1o da
Lei 8.112/91.
3. Propriedade Industrial
3.1. Patente:
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3.1.1 Invenção: é o ato original do gênio humano - toda vez que é projetado algo que
não seja conhecido, estará sendo realizada uma invenção.
Uma invenção poderá não ser nova, sendo assim conhecida de alguma ou algumas
pessoas.
A novidade é condição indispensável privilegiada da invenção. (art.6o Lei 9.279/96)
3.1.2 Modelo de utilidade: é o objeto de uso prático com capacidade industrial, que
com nova dimensão, resulta em melhores condições de uso ou de fabricação. Não se
trata propriamente de invenção, mas acréscimo na utilidade de alguma ferramenta,
instrumento de trabalho ou utensílio. (art. 9o LPI)
Ex.: direção hidráulica, celular, etc
3.2. Requisitos
a) novidade: não é bastante para obter o direito industrial que a invenção ou modelo
de utilidade sejam originais. É necessário sim, que a criação seja desconhecida pela
comunidade científica, técnica ou industrial ou, como diz o artigo 11 da LPI, a criação
não poderá estar compreendida no estado da técnica.
c) aplicação industrial : somente invenção ou modelo que possam ter uso industrial
pode ser patenteado. Quem inventa uma máquina que o funcionamento depende de
combustível inexistente, não tem direito a patente, por faltar o requisito da
industriabilidade. (art. 15 LPI).
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O titular da patente pode tê-la licenciada compulsoriamente se :
Com vistas a garantir ao inventor, pelo menos um tempo razoável de uso da invenção
ou modelo, o prazo de duração não poderá ser inferior a 10 anos para a patente de
invenção e de 7 anos para a patente de modelo de utilidade.
Desenho industrial representa a forma dos objetos e serve tanto para lhes conceder
forma, quanto para diferencia-los de outros do mesmo gênero.
Marca é o signo que identifica produtos e serviços, como BB (Banco do Brasil); HSBC;
Brahma etc.
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ofensivos à honra ou imagem de pessoas. ou atentatórios à liberdade de crença, culto
religioso ou idéia e sentimentos dignos de respeito e veneração.
a) novidade relativa – não é exigido que a marca represente uma novidade absoluta, a
expressão lingüística ou signo utilizado não precisam ser, necessariamente, criados pelo
empresário. O que deve ser nova é a utilização da marca no reconhecimento de
produtos industrializados ou comercializados, ou ainda de serviços prestados.
c) Não registrável – determinados signos são proibidos de registro. Ex.: armas oficiais
do Estado, ou o nome civil, salvo se autorizado pelo seu titular etc. (LPI, art. 124).
O registro de marca tem a duração de 10 anos, a partir da sua concessão (LPI art.
133). Este é prorrogável por períodos iguais e sucessivos, devendo o interessado
pleitear a prorrogação sempre no último ano de vigência do registro. A taxa
(retribuição) paga ao INPI é devida a cada prorrogação do registro. (LPI, art. 133, par.
1o e 155, III).
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Desta forma, devemos entender “contrato” como o vínculo que autoriza as
partes a exigirem reciprocamente, o cumprimento das obrigações e “instrumento” como
o documento comprobatório do contrato entre as partes. Pode-se dizer que contrato é
uma das modalidades de obrigação.
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existência e extensão da obrigação é totalmente imposta a todo proprietário de
automóvel, se tratando, exclusivamente de uma obrigação legal e não contratual).
5. Factoring
5.1. Conceito
As partes realizam contrato de compra e venda do crédito, contrato este que tem
duração de um ano e geralmente tem cláusula de renovação automática. Na vigência
do contrato, o vendedor do crédito, simplesmente remete à empresa de factoring todos
os títulos que recebe pelas vendas que efetuou, podendo alguns ou todos ser
recusados.
Parte da doutrina tem linha de pensamento de que não ocorre propriamente a cessão
do título de crédito, mas sim a compra e venda do crédito.
Fran Martins conceitua contrato de factoring como aquele em que “um comerciante
cede a outro os créditos, na totalidade ou em parte, de suas vendas a terceiros,
recebendo o primeiro do segundo o montante desses créditos, mediante o pagamento
de uma remuneração”.
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Na compra de créditos que vêm representados por um título cambiário, em geral uma
duplicata (muito usado também é o cheque pré datado). Observa-se que ambos são,
incontestavelmente, títulos de crédito.
Obs.: Conforme leciona o I. Arnaldo Rizzardo, não se justifica que o factoring seja feito
por bancos, uma vez que estes possuem produtos e operações financeiras até mais
cômodas e vantajosas. Entretanto, não existe vedação proibindo que estes operem o
sistema de factoring. As empresas que operam neste segmento devem constituir-se em
sociedade comercial. Não há impedimento que a pessoa física explore tal atividade,
desde que se constitua como firma individual.
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Predomina o caráter de transferência de crédito e não do título, aproximando-se então
de uma cessão de crédito. Embora esteja o valor representado por um título de crédito
cambial.
5.4.1. Vantagens:
5.4.2. Desvantagens:
- Pode, pelo alto custo, representar elevação dos preços a níveis não competitivos.
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No factoring antigo, o factor não passava de um intermediador do vendedor, pois
recebia do mesmo as mercadorias e prometia vendê-las e receber o preço. Pelo
trabalho cobrava comissão ou valor em percentual sobre o preço da mercadoria (maior
utilização na Europa e Estados Unidos).
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1) Cessão de crédito ou títulos de crédito
É das formas jurídicas que mais se assemelham ao factoring, por representarem na
sua essência uma verdadeira transferência do crédito representado pelo documento
negociado.
2) Desconto bancário
3) Abertura de crédito
4) Seguro de crédito
6) O mútuo
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Pode o mútuo representar um adiantamento de créditos. Entretanto,
nunca teremos o factoring como um mútuo ou empréstimo de dinheiro, pois no mútuo
se compromete a parte em devolver o valor ou a coisa fungível. No factoring o que
ocorre é a transação do crédito.
7) Forfaiting
Esta é uma das questões mais sensíveis no factoring e onde reside a maior incidência
de ações judiciais.
Não recebendo o faturizador o crédito que adquiriu, por insolvência do devedor, ou por
não encontra-lo, ou ainda por razões que não sejam a nulidade ou quitação do crédito,
pode ingressar contra o faturizado?
Primeira análise:
Com efeito, se o factoring fosse simplesmente uma cessão pura, não seria
necessária sua existência, pois a cessão já é regulamentada pelo direito civil e se fosse
desconto, pelo mesmo motivo não seria necessária a existência desta nova figura.
Desta forma, conclui-se ser o factoring instituto com tipicidade própria e se assim não
fosse entendido, seriam estabelecidas figuras jurídicas paralelas ou do mesmo conteúdo
que os institutos já existentes.
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Alguns outros autores, como Fran Martins e Fábio Konder Comparato,
estendem-se ao pensamento de que no nosso ordenamento, todo endosso de título de
crédito se faz acompanhar de garantia de pagamento. Assim não seria possível
desonerar o endossante de tal responsabilidade.
Por outro lado, uma vez admitido o direito de regresso do faturizador ao faturizado, não
há justificativa para a remuneração paga ao faturizador, já que esta envolve justamente
o valor correspondente ao risco que assume o factor pelas conseqüências do crédito,
incluso neste sentido a possibilidade de insolvência do devedor. Como assevera a
melhor doutrina, o crédito é comprado pelo factor, que paga um preço com abatimento
do risco correspondente. Farta é a jurisprudência nesse sentido, consoante os exemplos
que seguem:
Segunda análise:
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Em não havendo o crédito, falharia um dos elementos da compra e venda,
que é o objeto. Entretanto há decisões esporádicas mantendo o negócio mesmo
quando inexistente for o crédito. Vide ementa abaixo:
Resulta esta análise que: Uma vez não sendo certo, líquido e regular o
crédito, e vencendo o devedor, cabe o direito do cessionário reclamar contra o
faturizado o mesmo crédito, ou o valor que ele pagou pelo título.
6. Alienação Fiduciária
6.1. Conceito:
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A natureza jurídica é de constituto possessório que é a operação
jurídica por meio da qual aquele que possuía em nome próprio, passa a possuir
imediatamente em nome alheio.
6.4. Características:
d) a alienação fiduciária pode ter por objeto bem já pertencente ao devedor (STJ,
súmula 28).
Observação:
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fiduciária é simplesmente instrumental, de negócio-meio, podendo, destarte, estar
associada a mútuo bancário ou a mútuo civil.
7. Leasing
7.1. Conceito:
Na definição de Maria Helena Diniz (Dicionário Jurídico, Vol. II, pág. 69), leasing
financeiro é:
“Um contrato pelo qual uma pessoa jurídica ou física, pretendendo utilizar
determinado equipamento, comercial ou industrial, ou certo imóvel, consegue
que uma instituição financeira o adquira, arrendando-o ao interessado por tempo
determinado, possibilitando-se ao arrendatário, findo tal prazo, optar entre a
devolução do bem arrendado mediante um preço residual, previamente fixado no
contrato, isto é, o que fica após a dedução das prestações até então pagas.
Trata-se do financial leasing, norte americano e do creditbail dos franceses.”
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a) No arrendamento mercantil (Leasing), não existe tipificação legal, assim rege-se
este pelas cláusulas pactuadas entre os contratantes.
b) O locatário, ao final da locação pode, por sua exclusiva vontade, adquirir o bem
motivo da locação.
d) O objeto do contrato pode ser um bem móvel ou imóvel de produção nacional, bem
como os de produção estrangeira autorizados pelo Conselho Monetário Nacional.
Para a disciplina das relações de direito público, naquilo que concerne às obrigações
que as partes passam a ter perante o fisco em virtude do arrendamento mercantil,
devem ser observadas as disposições fixadas pelo legislador.
Self leasing
Não admite o legislador que seja considerado para fins fiscais como
arrendamento mercantil o self leasing, onde -> as partes são coligadas ou
interdependentes – é o leasing em que o arrendador é o próprio fabricante do produto
arrendado. (em tal operação o tratamento tributário é o da compra e venda).
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Leasing back
c) Com existência de resíduo – Como a soma do valor das prestações não pode
ultrapassar 75% do custo do bem arrendado, o resíduo a ser pago no momento da
opção de compra geralmente é expressivo.
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Pelo Conselho Monetário Nacional, podem explorar operações de
arrendamento mercantil as sociedades anônimas dedicadas essencialmente a essa
operação ou as instituições financeiras devidamente autorizadas.
Parágrafo único. “Entende-se como custo de aquisição para fins deste artigo, o preço
pago pelo arrendatário ao arrendador pelo exercício da opção de compra”.
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8. Franchising
8.1 Origem/história
Números no Brasil:
8.2. Conceito:
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direito de uso de tecnologia de implantação e administração de negócio ou sistema
operacional desenvolvidos ou detidos pelo franqueador, mediante remuneração direta
ou indireta, sem que, no entanto, fique caracterizado vínculo empregatício”.
8.3. Partes
8.4. Objeto
Obs.: o contrato de franquia é autônomo e misto, pois não obedece a forma pré-
definida e pode contemplar avença envolvendo prestação de serviços, distribuição,
fornecimento, concessão, licença, etc.
b) formal – Lei 8.955/94. O contrato deve ser escrito e assinado por duas testemunhas.
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a) franquia de distribuição – distribuição de produtos ao consumidor.
8.8. Formas/Modalidades
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m) franquia domiciliar – porta a porta.
d) confidencialidade
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estabelecer”. Porém o know-how e tecnologia do franqueador devem ser protegidos (lei
de propriedade industrial). Os tribunais são divididos, mas no caso de franqueado que
já exerça a profissão antes do contrato, não se pode impedi-lo de permanecer no ramo.
Marca -> É a significação gráfica e a identificação visual e/ou sonora da empresa, dos
seus produtos e da qualidade desses produtos e serviços.
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Com o novo direito do consumidor, a garantia ao direito de Marca tornou-
se instituto de interesse público e privado.
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8.14. Plano de viabilidade para formatação do sistema de franquia
a) Análise técnica: deve prestigiar a pesquisa de potencial do mercado onde a rede irá
atuar, O negócio deve ser planejado para longo prazo de duração. Logo, será
fundamental conhecer o público alvo quanto ao seu poder aquisitivo e número,
perspectivas de crescimento do setor, conhecimento total da concorrência.
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vantagem na concorrência comercial e deverá ser codificada em tantos manuais
quantos sejam necessários.
8.15.2. Publicidade
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O sucesso do negócio está diretamente relacionado ao investimento em
propaganda para a divulgação do sistema, o que é relativamente fácil quando a marca
ou produto, são notoriamente conhecidos. Porém, antes da divulgação, deve-se definir
o perfil do franqueado e o processo de seleção.
9. Representação Comercial
9.1. Origem
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O contrato de representação comercial autônoma é aquele em que uma
das partes (representante) obriga-se a obter pedidos de compra dos produtos
fabricados ou comercializados pela outra parte (representado). É contrato típico,
detalhadamente disciplinado na Lei 4.886/65 (alterada pela Lei 8.420/92).
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Ademais, outro argumento é que a identidade dos dois contratos baseia-
se nas reclamações doutrinárias feitas em relação ao nome antigo do contrato,
“representação comercial”, atribuído pela Lei 4.886/65. Tal nome não reflete o objeto
do contrato, que é o agenciamento de propostas, mas a possibilidade de que o terceiro
represente quem o contratou, na conclusão do negócio, ou seja, verdadeiramente como
representante do agenciado.
Outra diferença entre a lei 4886/65 e o Código Civil diz respeito ao prazo
do aviso prévio no caso de denunciação unilateral e injustificada do contrato de agência
por tempo indeterminado. A lei de representação comercial estabeleceu no seu artigo
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34 a antecedência mínima de 30 dias para o aviso prévio. Porém, o novo Código Civil
veio estabelecendo um prazo de 90 dias como condição para ocorrer a denúncia.
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9.4. Renovação do Contrato de representação Comercial.
Define a lei que a renovação será feita por prazo indeterminado, de modo a
preservar o representante em futuras negociações, que poderiam criar situação de
desvantagem ao representante.
2. Sociedades Comerciais.
2.1 – Conceituação
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O código civil de 2002 suprimiu o comerciante pelo empresário, sendo que
o entendimento conceitual de empresa funda-se no perfil do empresário. As sociedades
serão então separadas pelo seu registro. Assim, a sociedade civil será constituída por
meio de uma sociedade simples, sendo seu registro no Registro Civil de Pessoas
Jurídicas. E a sociedade empresária assentará seus atos constitutivos no Registro
Público de Empresas Mercantis (Art. 1.150 do C. C.)
A definição encontra sentido no artigo 966 do Código Civil, que define ser
aquele que exerce ou explora atividade econômica em seu nome individual, por sua
própria responsabilidade.
a) Denominação
(Sociedades Limitadas, S.A.)
b) Firma
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A responsabilidade do empresário individual é ilimitada. Nossa organização
legislativa não permite o empresário individual limitado ou sociedade unipessoal de
responsabilidade limitada. Em países como Alemanha, França, Portugal e Espanha,
admite-se o empresário individual limitado ou sociedade impessoal de responsabilidade
limitada.
51
A sociedade de pessoas tem a característica de ter seus sócios como peça
fundamental para a realização do objeto social. Tendo a ausência ou supressão de um
sócio, interferência direta no desenvolvimento social. São sociedades de pessoas a
sociedade em nome coletivo, em comandita simples e a sociedade limitada.
3 – Concepção do Patrimônio
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O Patrimônio deve ser observado como um complexo de relações jurídicas
que integram o ativo e o passivo nas relações de sociedade. A apuração dessa relação
se dá com a verificação da diferença entre o patrimônio ativo e o passivo que resultará
no patrimônio líquido. Que se positivo identificará sucesso no desenvolvimento da
atividade empresarial, caso contrário demonstrará atividade empresarial deficiente e
propensa ao insucesso.
53
Para Caio Mário, “Os bens da herança não formam um patrimônio
estanque do herdeiro, porém constituem massa distinta de bens, assim
temporariamente mantida, até operar-se a liquidação do acervo hereditário”. (Caio
Mário da Silva Pereira, Instituições de Direito Civil. Vol. I, n.º 67, p 395).
54
Em suma, a teoria objetiva se apresenta como estrutura própria que ao
definir a área patrimonial, delimita a extensão da responsabilidade.
4. Personalidade Jurídica
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Para o professor Washington de Barros, na teoria da realidade objetiva o
direito não cria as pessoas jurídicas e sim as declara existentes. (Washington de Barros
Monteiro – Curso de Direito Civil, vol. I, p. 124).
Sobre essa teoria, nos ensina o professor Caio Mário que: “Diante desta
realidade objetivamente perceptível, a ordem legal atribuiu personalidade jurídica a
qualquer agrupamento suscetível de ter uma vontade própria e de defender seus
próprios interesses. Destacadamente das pessoas naturais que lhes deram vida própria
ou que as compõem, e até em oposição a umas ou outras, o direito permite a essas
entidades atuar no campo jurídico reconhecendo-lhes existência; faculta-lhes adquirir
direitos e contrair obrigações; assegura-lhes o exercício dos direitos subjetivos.
Realizando os interesses humanos ou as finalidades sociais que se propõem, as pessoas
jurídicas procedem, no campo do direito, como seres dotados de ostensiva autonomia”.
(Caio Mário da Silva Pereira – Instituições de Direito Civil. Vol. I, p.308).
Fran Martins define pessoa jurídica como sendo o ente corpóreo que,
como as pessoas físicas, pode ser sujeito de direitos.
56
4.2. Fim da personalidade jurídica
57
Quanto às sociedades de responsabilidade ilimitada, a desconsideração da
personalidade jurídica é inócua, já que é a possibilidade dos bens particulares dos
sócios virem a ser alcançados pelas dívidas sociais é evidente.
Por esta teoria, o objeto social deve ser descrito de maneira fiel no
contrato social, uma vez que deverá ser resguardada total compatibilidade entre o que
for escrito no contrato social e a atividade desenvolvida. Este pensamento é motivado
pelo fato de que certas atividades demandam maiores fiscalizações pelo Poder Público.
Ainda que não fosse esta teoria aceita pela total coerência e positiva
justificativa, o artigo 997 do Código Civil e o artigo 35, III da Lei 8.934/94 asseveram a
necessidade de que o objeto social seja descrito de forma precisa.
5. Nome Empresarial
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Assim, toda criação industrial estará inserida na propriedade industrial.
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Princípio do ineditismo: É o preceito contido no artigo 1.163 do Novo
Código Civil onde, o nome empresarial deve ser diferente de qualquer outro nome já
inscrito e se assim acontecer, este deverá acrescentar ao nome designação que o torne
diferente.
Sendo a corrente mais liberal das três escolas, admite a figuração na firma
de sócio remisso ou falecido e ainda o nome de um terceiro estranho à sociedade. A
restrição se faz presente, quando o objeto de registro tiver como objetivo fraudar o
comércio, a livre concorrência ou a possibilidade de causar prejuízos materiais ou
morais a coletividade.
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5.6. Alienabilidade do Nome Empresarial
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pois que o elemento fantasia não denuncia o princípio da veracidade no tocante a
aferição da responsabilidade ilimitada”.
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