Dimensionamento e Detalhamento de Reservatório Circular de Concreto Armado
Dimensionamento e Detalhamento de Reservatório Circular de Concreto Armado
Dimensionamento e Detalhamento de Reservatório Circular de Concreto Armado
DIMENSIONAMENTO E DETALHAMENTO
DE RESERVATÓRIO CIRCULAR DE
CONCRETO ARMADO
2015
Rafael Filiagi Pastore
DIMENSIONAMENTO E DETALHAMENTO
DE RESERVATÓRIO CIRCULAR DE
CONCRETO ARMADO
Barretos
2015
AUTORIZO A REPRODUÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO, POR
QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA FINS DE
ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE.
A minha família, pelo empenho e dedicação ao longo dos cinco anos de curso.
Aos engenheiros Carlos e Chico, que contribuíram no meu crescimento como pessoa
e profissional durante estágio no escritório C. E. Gomes Engenharia, Projetos e Tecnologia.
Aos professores por serem responsáveis pela minha formação e pela cobrança no
curso de Engenharia.
“Nunca desista de seus sonhos.”
Augusto Cury
RESUMO
This study aimed to document a guide for design and reinforcement detailing of high
cylindrical tank in reinforced concrete. This guide presents formulations and abacuses to
determine internal forces. From case study, it was shown the calculation of internal forces
and reinforcement in ultimate limit state of following structural elements: walls, bottom slab,
cover slab and wall connection with bottom slab. The service limit state was verified by
determining crack openings and bottom slab displacement. The maximum and minimum
internal forces in the foundation were calculated and with the standard penetration test (SPT)
report, the solution to be used in the foundation was defined and its respective design was
shown. The reinforcement results found for structure and foundation of the tank were
consistent with the presented detailing.
ai : flecha imediata
af : flecha final
As : área de aço
b : largura
Ca : coeficiente de arrasto
d : altura útil
E : módulo de deformação
Fa : força de arrasto
Fr : fator de rajada
Ga : peso de água
Gc : peso próprio
H : altura do reservatório
Hl : altura da parede
L : comprimento da estaca
L0 : comprimento elástico
M : momento fletor
Mk : momento característico
M ort : momento fletor ortogonal
M T : momento de tombamento
n : número de estacas
p. p : peso próprio
RP : resistência de ponta
S 1 : fator topográfico
S 3 : fator estatístico
t0 : tempo inicial
t : tempo
U : perímetro da estaca
v0 : velocidade básica
wk : abertura de fissuras
: fator que correlaciona a resistência à tração na flexão com a resistência à tração direta
ou fator que depende do tipo de estaca e tipo de solo
: posição meridional
: posição circunferencial
: taxa de armadura
: coeficiente de Poisson
RESUMO ............................................................................................................................. 13
ABSTRACT ......................................................................................................................... 15
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 31
2. OBJETIVOS ................................................................................................................. 43
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ......................................................................................... 45
3.1. Reservatório elevado ......................................................................................... 45
3.2. Teoria de membrana ......................................................................................... 45
3.3. Equações de equilíbrio ...................................................................................... 47
3.4. Lajes circulares.................................................................................................. 53
3.5. Ábacos .............................................................................................................. 55
3.6. Armaduras do reservatório ................................................................................ 63
3.7. Tensão na armadura no Estádio I ...................................................................... 66
3.8. Tensão na armadura no Estádio II ..................................................................... 67
3.9. Momento de fissuração ..................................................................................... 68
3.10. Flecha final na laje ............................................................................................. 69
3.11. Verificação de abertura de fissuras.................................................................... 70
3.12. Ação do vento.................................................................................................... 73
3.13. Dimensionamento de estacas ............................................................................ 77
3.13.1 Esforços máximo e mínimo nas estacas ............................................................ 77
3.13.2 Capacidade de carga......................................................................................... 78
3.13.3 Determinação de armadura ............................................................................... 79
3.14. Dimensionamento de viga anel da fundação ..................................................... 83
3.15. Modelagem numérica ........................................................................................ 84
4. METODOLOGIA ........................................................................................................... 87
5. ESTUDO DE CASO ...................................................................................................... 89
5.1. Descrição .......................................................................................................... 89
5.2. Esforços solicitantes .......................................................................................... 93
5.3. Cálculo de armaduras do reservatório ............................................................... 97
5.3.1 Laje de fundo da célula de abastecimento ......................................................... 98
5.3.2 Parede da célula de abastecimento ................................................................... 98
5.3.3 Laje de tampa da célula de abastecimento ........................................................ 99
5.3.4 Laje de fundo da célula de consumo diário ........................................................ 99
5.3.5 Parede da célula de consumo diário ................................................................ 100
5.3.6 Laje de tampa da célula de consumo diário ..................................................... 100
5.4. Detalhamento de armaduras do reservatório ................................................... 100
5.4.1 Detalhamento da laje de fundo da célula de abastecimento ............................ 101
5.4.2 Detalhamento da laje de fundo da célula de consumo diário ........................... 102
5.4.3 Detalhamento de lajes de tampa ..................................................................... 103
5.4.4 Detalhamento de parede ................................................................................. 104
5.5. Momento de fissuração.................................................................................... 105
5.5.1 Valores comuns a todas as peças ................................................................... 105
5.5.2 Laje de fundo da célula de abastecimento ....................................................... 105
5.5.3 Parede da célula de abastecimento ................................................................. 105
5.5.4 Laje de tampa da célula de abastecimento ...................................................... 106
5.5.5 Laje de fundo da célula de consumo diário ...................................................... 106
5.5.6 Parede da célula de consumo diário ................................................................ 106
5.5.7 Laje de tampa da célula de consumo diário ..................................................... 106
5.6. Tensão na armadura circunferencial ................................................................ 107
5.7. Tensão na armadura no Estádio I .................................................................... 107
5.8. Tensão na armadura no Estádio II ................................................................... 107
5.8.1 Posição da linha neutra ................................................................................... 107
5.8.2 Momento de inércia da seção fissurada de concreto ....................................... 108
5.8.3 Tensão na armadura ....................................................................................... 108
5.9. Flecha no meio da laje ..................................................................................... 108
5.10. Verificação de abertura de fissuras .................................................................. 109
5.11. Momento de tombamento devido a ação do vento ........................................... 109
5.12. Esforços máximo e mínimo nas estacas .......................................................... 110
5.13. Dimensionamento de estacas .......................................................................... 113
5.13.1 Capacidade de carga ........................................................................... 113
5.13.2 Determinação da armadura ................................................................. 117
5.14. Dimensionamento de viga anel ........................................................................ 119
5.15. Quantidade de aço e volume de concreto ........................................................ 121
6. DISCUSSÃO DE RESULTADOS ................................................................................ 123
7. CONCLUSÕES........................................................................................................... 125
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................ 127
.
INTRODUÇÃO 31
1. INTRODUÇÃO
Segundo Hanai (1977), os reservatórios podem ser classificados por três critérios:
b) Quanto ao volume, em pequeno com capacidade até 500 m³, em médios com
capacidade até 5.000 m³ e em grandes com capacidade maior que 5.000 m³.
c) Quanto à posição com relação ao nível do solo, podem ser enterrados, semi-
enterrados, ao nível do solo ou elevados, tal como mostra a Figura 1. Nesta
figura também é apresentado reservatório tipo stand pipe que são reservatórios
elevados com a estrutura de elevação embutida de modo a manter contínuo o
perímetro da seção transversal da edificação.
2. OBJETIVOS
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Ramos (2010) afirma que os reservatórios elevados são projetados quando existe
necessidade de garantia de pressão mínima na rede e as cotas do terreno disponíveis não
oferecem condições para o projeto de reservatórios ao nível do solo.
Segundo Maffei et al. (s.d.), a análise estrutural de cascas com teorias rigorosas é
tema muito amplo e complexo e por isso, mesmo com uso de computadores, é importante
que o engenheiro conheça alguns modelos simplificados. De acordo com Billington (1982), a
vantagem de uma análise simplificada é que o projetista pode gastar mais tempo pensando
sobre suposições, sobre formas apropriadas e tudo sobre a construção na fase crucial do
projeto preliminar.
aplicação pode ser empregada a vasos de pressão de parede fina, reservatórios, paredes
pressurizadas, coberturas, etc. Membrana é uma estrutura de superfície não plana, na qual
uma das dimensões, sua espessura, é muito menor que as outras duas dimensões. De uma
maneira geral, a maior parte dos componentes estruturais planos ou curvos com espessura
muita fina apresentam rigidez à flexão muito pouco significativa em comparação com a
rigidez de membrana. Portanto, nestes casos as tensões devido à flexão podem ser
desprezadas em relação às tensões de membrana.
Marczak (1999) afirma que assim como as vigas que são elementos estruturais em
que uma das dimensões é muito maior que as outras duas, membranas são estruturas onde
duas das dimensões são muito maiores que a terceira (espessura). Considera-se casca fina,
estruturas em que a razão raio/espessura está entre 50 e 100. De acordo com Maffei et al.
(s.d.) quando se estudam barras, para fins de análise estrutural, a geometria dos elementos
é representada pelo eixo e, no caso das cascas, é utilizada a superfície média.
se a uma grande área da casca, em que não atuam momentos ou forças de corte, apenas
restando esforços de tração ou de compressão. Já a teoria de flexão inclui os efeitos da
flexão propriamente dita, permite considerar descontinuidades na distribuição de tensão em
uma área limite da casca. Geralmente engloba uma solução de membrana corrigida nas
áreas com efeitos de descontinuidade e por isso permite considerar forças nas arestas e
forças concentradas. Para a teoria de membrana, as propriedades do material não são
usadas e, por isso, é válida para qualquer geometria aplicável independentemente do
material utilizado.
Seja um elemento diferencial como mostra na Figura 19 submetido a uma pressão p interna
radial. Como o problema é axissimétrico, apenas a tensão meridional varia de uma aresta
para a outra, enquanto que a tensão circunferencial permanece constante para cada
paralelo. A tensão de cisalhamento de membrana é nula.
De acordo com Martinelli et al (1983), cascas delgadas são aquelas cuja relação
entre a espessura h e o raio médio r for h / r ≤ 1/20. As ações que podem atuar nas
cascas de revolução são:
Onde:
N Ny
( N d )dy cos(d ) N dy dy.rd p .dy.rd 0
y
N Ny
r p .r 0
Sendo:
Ny N y
dy.rd d dy py.rd .dy 0
y
rNy N y
py.r 0
y
Sendo:
N
( N d )dy.sen(d ) pz.dy.rd 0
N pz.r 0
Sendo:
As equações que definem o equilíbrio estático do elemento diferencial são dadas por:
N
pz 0
r
N Ny
r p .r 0
y
Ny N y
r py.r 0
y
N pz.r
1 N
Ny ( p )dy f 1( )
r
1 N y
Ny ( py )dy f 2( )
r
pz l ( Hl y)
Hl : altura da parede
52 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
N l ( Hl y)r
Ny 0
Ny 0
N p.r cos
Ny 2 p( Hl y)sen
p
Ny ( Hl y)2 cos
r
solicitantes a serem calculados nas lajes circulares são os momentos fletores na direção
radial denominados de Mr , momentos fletores na direção circunferencial denominados de
Mt e o esforço cortante V . A Figura 24 mostra os momentos fletores em laje circular de
forma simplificada.
2
q
Mr (3 )(a 2 r 2 )
16 (Eq.1)
q 2
Mt [a (3 ) r 2 (1 3 )]
16 (Eq.2)
Onde:
No centro da laje, os esforços são máximos e iguais, pois r=0 e resultam em:
q.a 2
Mr Mt (3 )
16 (Eq.3)
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 55
3.5. Ábacos
H
H 1,307
r.h
Sendo
H : altura do reservatório
r: raio do reservatório
As expressões para cálculo dos esforços com a utilização dos ábacos são:
M 0 K . .H 3 (Eq.4)
y 0 K 0.H (Eq.5)
y1 K 1.H (Eq.6)
M ´ K´. .H 3 (Eq.7)
y 2 K 2.H (Eq.8)
Mk
As
z. sf (Eq.10)
Onde:
N
As
st (Eq.11)
Onde:
Nd Nd
Eq.12)
Ac. fcd b.h. fcd
Md .e
Eq.13)
Ac.h. fcd h
As. fyd
Eq.14)
Ac. fcd
Onde:
fck
fcd = resistência de cálculo à compressão do concreto
c
fyk
fyd = resistência de cálculo ao escoamento do aço
s
Mk
máx (Eq.15)
W
Admitindo que a resultante de tração no concreto equivale a um tirante que deve ser
resistido pela armadura As adotada, a tensão na armadura no Estádio I é:
h
Rt
máx.bw.
s 4 (Eq.16)
As As
Onde:
O cálculo da tensão na armadura no Estádio II é dado pela equação 17, mostrada a seguir:
e.Mk.(d xII )
s
III (Eq.17)
Onde:
Es
e =relação entre o módulo de deformação do aço e o módulo de deformação
Ecs
secante do concreto
Ecs i .Eci , em GPa (Eq.18)
f ck
i 0,8 0, 2. 1, 0
80
Eci E .5600 fck , para fck de 20MPa a 50MPa
E 1, 2 para basalto e diabásio
E 1,0 para granito e gnaisse
E 0,9 para calcário
E 0,7 para arenito
Eci e fck são dados em MPa
e.As 2.bw.d
xII . 1 1 (Eq.19)
bw e. As
bw.xII 3
III e. As.(d xII 2 ) (Eq.20)
3
De acordo com Giongo (2007), os estados limites de serviço que precisam ser
verificados nas estruturas em concreto armado são: o estado limite de deformação
excessiva (ELS-DEF) considerando a fissuração (hipóteses do Estádio II), o estado limite de
formação de fissuras (ELS-F) e o estado limite de abertura de fissuras (ELS-W).
Onde:
fctk , inf 0,7. fctm valor inferior da resistência característica do concreto à tração
b.h2
W para seção retangular
6
Resultando em:
b.h2
Mr .W . fctk , inf 1,5x xfctk , inf (para seção retangular)
6 (Eq.22)
Para avaliação da flecha imediata no centro da laje é utilizada a expressão dada por
Timoshenko e Woinowsky-Krieger (1959). Para o caso em análise, a laje foi admitida como
sendo articulada nas extremidades. A flecha imediata é determinada pela expressão:
5 q.a 4
ai .
64.(1 ) D
(Eq.23)
Onde:
ai flecha imediata
Para o cálculo da rigidez à flexão da laje no Estádio II, isto é, quando os esforços
solicitantes superam aqueles que dão ínicio à fissuração, utiliza-se a fórmula de Branson
que considera a rigidez equivalente dada a seguir:
Mr 3 Mr
( EI )eq Ecs.{( ) .Ic [1 ( )3 ].III} Ecs.Ic
Ma Ma (Eq.24)
Onde:
f
1 50 ´ (Eq.25)
Onde:
As´
´ taxa de armadura de compressão
b.d
Sendo:
i s 3 s
wk ..
12,5 1 Es fctm (Eq.26)
i s 4
wk . .( 45)
12,5 1 Es r (Eq.27)
Onde:
As
r
Acri
Nk
s
As
72 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Para o caso em análise, tipicamente admite-se abertura de fissura com valor máximo
de 0,2 mm, o que corresponde a Classe de Agressividade Ambiental IV.
Onde :
v0 velocidade básica
S1 fator topográfico
S 3 fator estatístico
10m de altura do solo, excedido esse valor em média uma vez a cada 50 anos. Pode ser
obtida no mapa de isopletas da velocidade básica na Figura 35.
74 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Categoria Ambiente
I Superfícies lisas de grandes dimensões, com mais de 5 km de extensão
II Terrenos abertos em nível ou aproximadamente em nível, com poucos obstáculos isolados
III Terrenos planos ou ondulados com cota média do topo dos obstáculos de 3,0m
IV Terrenos cobertos por obstáculos numerosos com cota média do topo dos obstáculos de 10m
V Terrenos cobertos por obstáculos numerosos com cota média do topo dos obstáculos de 25 m
classe de edificação.
Fa Ca.q. Ae (Eq.30)
Onde:
Fa força de arrasto
Ca coeficiente de arrasto
M T Fai.hi (Eq.31)
Onde:
MT momento de tombamento
N M T .xi
Ni n (Eq.32)
xi 2
n
i 1
Onde:
n número de estacas
NL
R RP RL .C.N P . AP .10.( 1).U .L
3 (Eq.33)
Onde:
U perímetro da estaca
L comprimento da estaca
M K H .H 0 .L0
(Eq.34)
80 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Onde:
L comprimento da estaca
E.I
L0 5 comprimento elástico
kh
V K´H .H 0
Onde:
Tabela 12 – Valores de K H
Tabela 13 – Valores de K´ H
Com as cargas axiais N máx e N mín , além da flexão atuante na estaca, é determinada a
armadura com auxílio do ábaco de Montoya et al. (1976) para seções circulares de concreto
armado, apresentado na Figura 38.
Nd Md A .f
, = e = tot yd
Ac . f cd Ac .h. f cd Ac. fcd
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 83
0,10
Asl .bw.h / face
100 (Eq.35)
A análise estrutural de cascas cilíndricas pode ser feita com modelamento numérico
através do método de elementos finitos. O objetivo da modelagem numérica é a concepção
do comportamento estrutural de um tipo de elemento, indicando as regiões de esforços
máximos, mínimos e deformações.
De acordo com Alves (2011), com o uso do método de elementos finitos não apenas
pode ser feita a análise, como o dimensionamento estrutural, determinando a disposição de
armaduras necessárias para que a estrutura suporte os carregamentos impostos. Essa
análise mais criteriosa e complexa pode ser aplicada para cascas cilíndricas devido à sua
geometria e pela dificuldade de obter soluções analíticas mais precisas.
Para casos mais complexos, onde se deseja maior precisão de resultados é possível
escolher elementos finitos com maior número de nós e, portanto, maior número de graus de
liberdade. Com isto, maior será o número de equações a serem resolvidas e que resulta em
matrizes de maior tamanho. Quanto maior esse número de equações, maior será o tempo
de processamento para obtenção dos esforços internos. Estes esforços são determinados
pela compatibilização dos deslocamentos de todos os nós dos elementos considerados a
partir da deformada da estrutura.
4. METODOLOGIA
5. ESTUDO DE CASO
5.1. Descrição
O reservatório é composto por três células de água, sendo duas destinadas para o
consumo diário e a outra para a reserva de abastecimento de água. A altura máxima do
nível d´água da célula para abastecimento é de 5,80m; das células de consumo é de 1,70m
e os níveis superiores das lajes de fundo estão nas cotas 2,65m, 25,00m e 29,52m,
respectivamente. O volume reservado de água, as quantidades e as cotas das células são
especificados de acordo com o projeto hidráulico.
Ø2" FºGº
Ø1.1/4"
LIMPEZA
EXTRAVASOR RESPIRO
Ø2" FºGº alçapão
Ø2" FºGº
EXTRAVASOR RECALQUE
Ø2"FºGº Ø1.1/4" FºGº
N.A.
LIMPEZA SUPERIOR
EXTRAVASOR V=12,00m3 RECALQUE
Ø2" FºGº CONSUMO Ø1.1/4" FºGº
LIMPEZA CONSUMO
Ø2"FºGº Ø6" FºGº
RECALQUE
LIMPEZA Ø1.1/4" FºGº
EXTRAVASOR CONSUMO
Ø2" FºGº
Ø6" FºGº
RG RG RG
Ø2" FºGº Ø2" FºGº Ø2" Ø2" Ø6" Ø6" FºGº
Ø2" FºGº
Ø2" FºGº Ø2"FºGº
PORTA
0,70x1,50m
Ø2"
alçapão
Ø2" FºGº
EXTRAVASOR RECALQUE
Ø2" FºGº
Ø2"FºGº N.A.
RECALQUE
BÓIA Ø1.1/4" FºGº
Ø3/4"
CONSUMO
Ø6" FºGº
CONSUMO
SUPERIOR
V=12,00m3
LIMPEZA CONSUMO
PORTA LIMPEZA Ø2"FºGº Ø6" FºGº
0,70x1,50m EXTRAVASOR
Ø2" FºGº
alçapão
EXTRAVASOR
ENTRADA
Ø2"FºGº
N.A. Ø3/4"FºGº
RG
Ø2" FºGº Ø2" FºGº Ø6" Ø6" FºGº
BÓIA
Ø3/4"
CONSUMO
INFERIOR
V=40,00m3
PORTA
0,70x1,50m
RECALQUE
Ø1.1/4" FºGº
ALIMENTADOR
LIMPEZA PÚBLICO
EXTRAVASOR Ø3/4" FºGº
Ø2" FºGº CONSUMO
Ø6" FºGº
LIMPEZA
Ø2"FºGº SUCÇÃO
RG
Ø2" FºGº
Ø3/4"
RG RG
Ø2" FºGº Ø2" FºGº
VR
Ø1.1/4"
SUCÇÃO Ø2" FºGº
Ø1.1/4" FºGº
Ø1.1/4" FºGº
PORTA
0,80x2,00m
LIMPEZA
RG RG
EXTRAVASOR Ø2"
Ø2" FºGº Ø1.1/4"
BARRILETE
PVC Ø150 CONSUMO
LIMPEZA PVC Ø150
EXTRAVASOR
PVC Ø60 ENTRADA PVC Ø25 ENTRADA
PVC Ø25
ADAPTADOR
Fonte: Empresa Municipal de Construç ões Popular. Fornecido por Migliore e Pastore
(2015).
92 ESTUDO DE CASO
Na ligação entre parede e laje de fundo existe mísula com intuito de enrigecer a
ligação nesta região; reduzir os riscos de fissuração; e facilitar a aplicação da
impermeabilização. Segundo Campos Filho et al. (1985), o uso de mísulas promove
acréscimo de rigidez fazendo com que os momentos fletores no centro diminuam, enquanto
os momentos fletores das bordas aumentam.
Para cálculo dos esforços solicitantes da parede vertical e da ligação entre parede e
h
laje de fundo através do método Hagan-Soare, os valores obtidos dos parâmetros e H
h´
foram :
h 0, 20
0, 67
h´ 0,30
H 6,33
H 1,307. 1,307 x 14, 40
r.h 1, 65x0, 20
Com a entrada destes parâmetros nos ábacos indicados na Figura 25 até na Figura
30 foram determinados os valores das constantes para cada um dos esforços e sua
respectiva posição. Assim, a parede da célula estará sujeita aos seguintes esforços nas
posições calculadas, conforme as equações 4 a 9:
Para a célula de consumo diário, a laje de fundo possui espessura de 20 cm, parede
com espessura de 20 cm, laje de fechamento com espessura de 12 cm e altura entre face
superior da laje de fundo e face inferior da laje de fechamento de 2,40m.
h
Os valores obtidos para os parâmetros e H foram:
h´
h 0, 20
1, 00
h´ 0, 20
H 2, 40
H 1,307. 1,307 x 5, 46
r.h 1, 65x0, 20
O esforço fletor tanto da laje de fundo quanto da laje de tampa foi calculado
utilizando a equação 3:
ESTUDO DE CASO 95
- Célula de abastecimento:
Laje de fundo:
q.a 2
Mr Mt (3 )
16
Onde:
q q1 q2 q3
q3 = impermeabilização 1,00kN / m2
3,30
a 1,65m
2
0, 2
68,5x1, 652
Mr Mt (3 0, 2) 37,30kN .m / m
16
Laje de tampa:
q.a 2
Mr Mt (3 )
16
Onde:
q q1 q 2
3,30
a 1,65m
2
0, 2
96 ESTUDO DE CASO
4, 00 x1, 652
Mr Mt (3 0, 2) 2,18kN .m / m
16
Laje de fundo:
q.a 2
Mr Mt (3 )
16
Onde:
q q1 q2 q3
q3 = impermeabilização 1,00kN / m2
3,30
a 1,65m
2
0, 2
Laje de tampa:
q.a 2
Mr Mt (3 )
16
Onde:
q q1 q 2
3,30
a 1,65m
2
0, 2
4, 00 x1, 652
Mr Mt (3 0, 2) 2,18kN .m / m
16
Célula de abastecimento
Mr=Mt=2,18kN.m/m
Laje de tampa
Mort=3,08kN.m/m
Mr=Mt=37,30kN.m/m
Laje de fundo
Mort=52,75kN.m/m
M´=1,19kN.m/m
Parede
Nmáx=84,38kN/m
Mr=Mt=12,52kN.m/m
Laje de fundo
Mort=17,71kN.m/m
M´=0,41 kN.m/m
Parede
Nmáx=24,18 kN./m
tampa, laje de fundo, parede e ligação da parede com laje de fundo, considerando tensão de
trabalho do aço na tração e na flexão, st=8kN/m2 e sf=14 kN/cm2 respectivamente, para
levar em conta a fissuração da peça.
M0 M0 457
As 1,36cm2 / m
z. sf 0,8.h. sf 0,8x30 x14
N 84,38
As 10,34cm2 / m (adotado 8c / 7,5 em 2 faces)
st 8
x3,102
p. plaje x1,18x 25 223kN
4
x3,102
págua x 9, 40 x10 710kN
4
2.522
Npar 244kN / m
x3,30
M M 0 4,57kN.m / m
1 1
d´ c t . l 3,50 0,80 x1 5cm
2 2
d´ 5
0, 25
h 20
Nd 1, 4 x 244
0, 08
Ac. fcd 20 x100 x 2,14
1, 4 x 457
0, 008
20 x100 x 20 x 2,14
0, 4
0 Ascalc 0 Asmin x 20 x100 8,00cm / m ( adotado 10c / 20 em 2 faces)
2
100
Mo 457
As 2, 04cm2 / m
0,8.h. sf 0,8x 20 x14
M0 M0 115
As 0,51cm2 / m
z. sf 0,8.h. sf 0,8x 20 x14
N 24,18
As 3,02cm2 / m (adotado 6,3c /15 em 2 faces)
st 8
0, 4
Asmín x 20 x100 8,00cm / m (adotado 10c / 20 em 2 faces)
2
100
Mo 115
As 0,51cm2 / m
0,8.h. sf 0,8x 20 x14
1,5
2
b.h2 100 x30
15.000cm3 / m
6 6
bh2
Mr 1,5. . fctk , inf 1,5x15.000 x0, 203 4.568kN .cm / m
6
Como:
2
b.h2 100 x 20
6.667cm3 / m
6 6
bh2
Mr 1,5. . fctk , inf 1,5x6.667 x0, 203 2.030kN .cm / m
6
Como:
2
b.h2 100 x12
2.400cm3 / m
6 6
bh2
Mr 1,5. . fctk , inf 1,5x 2.400x0, 203 731kN .cm / m
6
Como:
2
b.h2 100 x 20
6.667cm3 / m
6 6
bh2
Mr 1,5. . fctk , inf 1,5x6.667 x0, 203 2.030kN .cm / m
6
Como:
2
b.h2 100 x 20
6.667cm3 / m
6 6
Portanto:
Como:
2
b.h2 100 x12
2.400cm3 / m
6 6
bh2
Mr 1,5. . fctk , inf 1,5x 2400 x0, 203 731kN .cm / m
6
ESTUDO DE CASO 107
Como:
Nk 84,38
s 6, 29kN / cm2
As 13, 42
Mk 1.771
máx 0, 266kN / cm2
W 6.667
h
Rt
máx.bw.
s 4 0, 266 x100 x5 10,84kN / cm2
As As 12, 27
Es 210
e 8, 05
Ecs 0,85x5, 6. 30
108 ESTUDO DE CASO
e.As 2.bw.d
xII . 1 1
bw e. As
8,05x20,11 2 x100 x 25
xII x ( 1 1 ) 7,52cm
100 8, 05x 20,11
bw.xII 3
III e. As.(d xII 2 )
3
100 x7,523
III 8, 05x 20,11x(25 7,522 ) 63.640cm4
3
e.Mk.(d xII )
s
III
8,05x5.275x(25 7,52)
s 11,66kN / cm2
63.640
Mr 3 Mr
( EI )eq Ecs.{( ) .Ic [1 ( )3 ].III} Ecs.Ic
Ma Ma
45, 7 3 45, 7 3
( EI )eq 26 x102{( ) x 225.000 [1 ( ) ]x63.640} 26 x106 x 2, 25 x103
52, 75 52, 75
A flecha imediata é:
64.(1 0, 2) 43.948,15
ESTUDO DE CASO 109
O valor f da flecha diferida é determinado pela Eq.25 com tempo t0=1mês para
retirada de escoramentos.
2 0, 68
f 1,32
1 50 ´ 1 50 x0
A flecha admissível é:
l 330
aadm 1,32cm 13, 2mm
250 250
s 3 s
wk . .
12,5 1 Es fctm
16 116, 6 3x116, 6
wk x x 0, 04mm
12,5x 2, 25 210.000 2,90
s 4
wk . .( 45)
12,5 1 Es r
16 116, 6 4
wk x x( 45) 0,12mm
12,5x 2, 25 210.000 0, 012
Portanto, wk=0,04mm.
b 1,0
p 0,09
Fr 0,98
Ca = 1,00
cota z S2 vk q Ae Fa MT
2
(m) (m/s) (kN/m ) (m2) (kN) (kN.m)
30,25 1,083 40,06 0,984 19,25 18,9 573
24,75 1,063 39,34 0,949 19,25 18,3 452
19,25 1,040 38,46 0,907 19,25 17,5 336
13,75 1,008 37,31 0,854 19,25 16,4 226
8,25 0,963 35,64 0,779 19,25 15,0 124
2,75 0,873 32,28 0,639 19,25 12,3 34
0,00
= 98,4 1744
NG
Nmín Nv
n
( NG Na)
Nmáx Nv
n
Onde:
Na peso de água=710kN
MT .xi
Nv n
x
i 1
i
2
Onde:
xi2=10,92m
Portanto:
1.744 x1, 65
Nv 263,5kN
10,92
1.934
Nmín 263,5 21,8kN (tração)
8
ESTUDO DE CASO 113
(1.934 710)
Nmáx 263,5 594kN (compressão)
8
98, 4
FHv = 12,3kN
8
Diâmetro=40cm ; Comprimento=25m
H0 12,3kN
xD 4 x0, 44
I 1, 2566 x103 m4
64 64
L 25
15,5
L0 1, 61
118 ESTUDO DE CASO
O momento fletor máximo ao longo do fuste determinado pela Eq.34 e a sua posição
a partir do topo da estaca são:
z
1, 4 z 1, 61x1, 4 2, 25m
Lo
Com o esforço fletor máximo e as cargas axiais máxima e mínima que atuam na
estaca, os esforços reduzidos são obtidos por:
Nd 594 x1, 4
máx 0, 46
Ac . f cd 1.257 x1, 43
Nd 21,8x1, 4
mín 0, 02
Ac . f cd 1.257 x1, 43
Md 1.525x1, 4
0, 03
Ac .h. f cd 1.257 x 40 x1, 43
d´ 5 d´
0,125 0,10
h 40 h
0,5
Asmín 0,5%. Ac x1.257 6, 29cm
2
100
Portanto:
Asadot 612,5
x3,102
pplajes 1,18x 25 223kN
x
4
x3,102
págua x 9, 40 x10 710kN
4
P 2.644
qeq ppanel 12, 25 267kN / m
companel 10,37
Nmáx 594
Vmáx 297kN
2 2
b.d 2 70 x652
kc 39, 7 ks 0, 023
Md 7.448
ks.Md 0,023x7.448
As 2,64cm2
d 65
0,15 0,15
Asmín .bw.h x 70 x 70 7,35cm ( adotado 416 312,5)
2
100 100
-Armadura transversal
bw 70
3) Aswmín mín. 0,116x 2,03cm2 / m (adotado 8c /15)
n 4
0,10 0,10
Asl .bw.h / face x 70 x 70 4,90cm / face (adotado 412,5 por face)
2
100 100
6. DISCUSSÃO DE RESULTADOS
O esforço fletor no meio da laje de fundo da célula de abastecimento foi maior do que
o momento de fissuração, indicando que ocorrerão fissuras e a peça em serviço estará
trabalhando no Estádio II, sendo necessário verificar a abertura de fissuras. Os esforços de
flexão nos demais elementos não atingiram o momento de fissuração, indicando que a peça
em serviço estará trabalhando no Estádio I nessas regiões.
O valor obtido da tensão na armadura no Estádio II foi de 11,66 kN/cm 2 , o que levou
a valor previsto de abertura de fissuras de 0,04 mm. Este valor é abaixo do limite aceitável
da Norma ABNT NBR 6118:2014 para classe de agressividade ambiental IV, o qual é de 0,2
mm. Para o caso estudado, a abertura de fissuras prevista não é nociva à durabilidade da
estrutura. O maior valor obtido para a tensão na armadura no Estádio I foi de 10,84 kN/cm2,
tensão esta abaixo do valor inicialmente adotado para a tensão em serviço de 14 kN/cm2. E
para a tensão na armadura circunferencial, o maior valor obtido foi de 6,29 kN/cm2, abaixo
do valor inicialmente adotado para a tensão na tração em serviço de 8kN/cm2.
A flecha máxima ocorre no centro da laje e foi verificada para a laje de fundo da
célula de abastecimento. Para cálculo da flecha foi utilizada a inércia equivalente segundo a
Fórmula de Branson e o carregamento máximo, admitindo articulação nas extremidades. O
valor encontrado foi de 1,8mm, ficando abaixo do limite estabelecido pela Norma ABNT
6118:2014, que é de l/250 igual a 13,2mm.
O momento fletor máximo ao longo do fuste foi de 15,25 kN.m. Com os esforços
máximo e mínimo em cada estaca e o esforço fletor máximo, foi efetuado o cálculo de
armadura. A armadura da estaca foi a mínima, resultando em 6,29 cm2 e foi adotado
detalhamento com 612,5 e o estribo de 6,3 c/20.
7. CONCLUSÕES
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALVES FILHO, A. Elementos finitos: A base da tecnologia cae. São Paulo: Érica, 2007.
___. NBR 6123: Forças devidas ao vento em edificações. Rio de Janeiro: ABNT, 1988.
___. NBR 12218: Projeto de rede de distribuição de água para abastecimento público. Rio
de Janeiro: ABNT, 1994.
CINTRA, J. C. A.; AOKI, N. Fundações por estacas - projeto geotécnico. São Carlos:
Oficina de Textos, 2010.
GEO SOLUÇÕES. Relatório de sondagens à percussão SP-01, SP-02 e SP-03. São José
do Rio Preto: Geo Soluções Ltda, 2015.
128 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
GUERRIN, A.; LAVAUR, R. C. Tratado de concreto armado. São Paulo: Hemus, s.d., v.5.
HANGAN, M.; SOARE, M. Calcul rapide des réservoirs cylindriques. Paris: Institut
Technique Du Bâtiment Et Des Travaux Publics, 1959. (Série: Théorie et méthodes de
calcul). Annales de l'Institut technique du bâtiment et des travaux publics.
MIGLIORE JUNIOR, A. R. Cisalhamento em vigas. São José do Rio Preto: Migliore Junior,
2014. Notas de Aulas.
MONTOYA, P. J.; MESEGUER, A. G.; CABRE, F. M.. Hormigon armado II. Barcelona:
Editorial Gustavo Gili, S.A., 1976.
PINHEIRO, L. M.; MUZARDO, C. D.; SANTOS, S. P. Bases para cálculo. In: PINHEIRO, L.
M. Fundamentos do concreto e projeto de edifícios. São Carlos: EESC-USP, 2003. Cap.
6. Disponível em: <http://www.set.eesc.usp.br/mdidatico/concreto/Textos/06 Bases para
Calculo.pdf>. Acesso em: 08 set. 2015.
SANTOS, L. M. et al. Caixas D’água em Concreto Armado. In: SANTOS, L. M. (Org.). ES-
013 – Exemplo de um projeto completo de edifício de concreto armado. São Paulo:
FDTE/EPUSP, 2001. Cap. 5.
UOL. Veja quais são os reservatórios de água da Grande SP. São Paulo: UOL, 2014.
Disponível em: <http://noticias.uol.com.br/infograficos/2014/02/14/veja-quais-sao-os-
reservatorios-de-agua-da-grande>. Acesso em: 07 set. 2015.